Dor é um mecanismo de defesa, surge antes de uma lesão
Dor é causada por lesões articulares e infecções abdominais, impõe limite nas atividades ou induz inatividade e repouso, essenciais para a recuperação do indivíduo. Síndrome do membro fantasma: amputação de um membro, deixa de ser um sintoma e se torna uma doença. Falta da sensibilidade dolorosa ou ausência de dor – fator limitante de sobrevida. Acabam por morrer por doenças osteoarticulares, infecções, geram muitas lesões. Dor tem significado social, cultural, ex: rituais indígenas. É um sintoma guia. Definição da IASP (INTERNATIONAL SOCIETY FOR THE STUDY OF PAIN): experiência sensorial e emocional desagradável associada a uma lesão tecidual, real ou potencial. ANATOMIA E FISIOLOGIA DA DOR Há 3 mecanismos: transdução, transmissão e modulação. Início: estimulação de receptores sensitivos ou nociceptores, relacionada ao gênero, idade, etnia, nível de escolaridade e socioeconômico, e diferentes contextos (passados e momento emocional). Nociceptores não são específicos: depende da intensidade do estímulo, fatores associados, como tato, pressão, calor, frio, vibração, estiramento, representam diversas modalidades sensoriais e não necessariamente dolorosas. Estímulos nocivos podem ser físicos (mecânicos ou térmicos) ou químicos (bradicinina, capsaicina, serotonina e prótons). Estes ativam nociceptores por fibras sensoriais periféricas da pele, músculos e articulações, na forma de terminações nervosas livres. Nociceptores térmicos: ativados acima de 45°C ou abaixo de 5°C Mecânicos, ativados por pressão, fibras A delta de pequeno diâmetro, mielinizados, velocidade de 2 e 30 m/s. Cerca de 20% das fibras e responsáveis por dor aguda. Fibras C pequeno diâmetro, não mielinizadas, conduzem impulsos elétricos em velocidade de 0,5 a 2m/s. Cerca de 80% das fibras, dor de longa duração e difusa, e pelo prurido, ativados por pressão, estímulos térmicos ou químicos. Fibras A beta, grande diâmetro, mielinizada, sistema tátil e não são do sistema nocicepção, podem modificar a percepção da dor. Degeneração neuronal, fibras podem sofrer modificação, passando a funcionar como nociceptivas. A plasticidade é o mecanismo responsável pela alodinia (em condições normais não provocaria sensação dolorosa).
VIAS DO GRUPO LATERAL: representadas pelos tratos
neoespinotalâmico (lateral), mais importante neotrigeminotalâmico, espinocervictalamico e sistema pós-sináptico da coluna dorsal. Elas chegam nos núcleos talâmicos ventrocaudal e porção posterior do núcleo ventromedial, de onde partem as radiações talâmicas para o córtex somestésico, orbitofrontal e insular. Relacionados ao aspecto sensorial discriminativo da DOR VIAS DO GRUPO MEDIAL: parcialmente cruzadas, trato paleospinotalâmico, paleotrigeminotalamico, espinorreticular e espinomesenceálico e sistema ascendente multissináptico proprioespinal. Terminam direta/indiretamente nos núcleos dorsomedial e intralaminares do tálamo medial, após sinapse na formação reticular do tronco cerebral e substância cinzenta periaquedutal, onde partem vias reticulotalâmicas. Emitem colaterais para o sistema límbico e substância cinzenta periventricular. Do tálamo medial parte radiações difusas para todo o córtex cerebral As fibras sensoriais se agrupam em neurônios de primeira ordem, tipo Vias do grupo medial – relaciona-se com o aspecto afetivo- pseudounipolares, apresentam ramo distal longo e ramo proximal curto. motivacional da dor. Conversão do estímulo nociceptivos por substâncias proteicas em Fibras nociceptivas (A delta e C), oriundas da periferia, constituem potencial elétrico despolarizante DENOMINA-SE TRANSDUÇÃO , prolongamentos periféricos dos neurônios pseudounipolares nos mecanismo inicial de sensação dolorosa. gânglios espinais e de nervos cranianos (trigêmeo, facial, TRANSMISSÃO: por intermédio do neurônio sensorial de primeira glossofaríngeo e vago). ordem, potencial elétrico despolarizante conduz o estímulo ao SNC com Fibras de estruturas somáticas cursam nervos sensoriais ou mistos e sinapse no corno dorsal da medula espinal (a maioria) ou tronco cerebral, distribuição dermatomérica. estando localizados no gânglio da raiz dorsal e no gânglio trigeminal. Fibras das vísceras cursam nervos da cadeia simpática (cardíacos Transmissão permite que os impulsos atinjam estruturas nervosas centrais médio e inferior, esplâncnicos maior, menor e médio, esplâncnicos de reconhecimento da dor. lombares) e parassimpática (vago, glossofaríngeo e esplâncnicos pélvico S2, S3 e S4) Transmissão aferente não é uniforme, depende da espessura da fibra, Pode-se concluir, portanto, que a dor pode ser provocada tanto por origem e função, para determinar tipo de estímulo e velocidade da ativação das vias nociceptivas como pela lesão das vias modulatórias condução (supressoras), o que a torna semelhante a outras funções envolvidas na Fibras nociceptivas trafegam no SNC pelas mesmas vias; maioria no manutenção da homeostase, como a pressão arterial e a temperatura, que quadrante anterolateral da medula. obedecem a mecanismos de ativação e supressão, com elevação ou diminuição, dependendo dos fatores intervenientes.
MECANISMOS RELACIONADOS COM A GERAÇÃO E A
PERPETUAÇÃO DA DOR
MODULAÇÃO: há vias de transmissão e de supressão (modulatórias) que
são ativadas pelas vias nociceptivas. Sinapses entre neurônios de primeira e segunda ordem, dependente de neurotransmissores, ex. glutamato, substância P e o peptídio com o gene do cálcio. Há vários modelos: teoria do portão ou das comportas. Fibras amielínicas (C) e mielinicas finas (A delta) conuzem sensibilidade termoalgésica Mielínicas grossas (A alfa e A beta) conduzem demais formas (tato, pressão, posição, vibração). A ativação das fibras mielínicas grossas excitaria interneurônios inibitórios da substância gelatinosa de Rolando (lâmina II) para os aferentes nociceptivos, impedindo passagem dos impulsos dolorosos. Reynolds em 1969, identificou o efeito modulatorio em ratos, que estimulação elétrica da substância cinzenta periaquedutal produzia analgesia, acompanhada por aumento da concentração de opioides endógenos no liquor, que era revertida pela administração de naloxona. E também algo similar em outras áreas (cinzenta periventricular, bulbo rostroventral, segmento pontino dorsolateral ou pela injeção de morfina em qualquer desses locais. A partir da sinapse no corno dorsal da medula espinal, o neurônio sensorial de segunda ordem ascende até o núcleo posterior ventral do tálamo, onde faz sinapse e se projeta como neurônio sensorial de terceira ordem, para: ■ O córtex cerebral, onde a percepção da dor é interpretada com suas diferentes características (qualidade, intensidade, localização) ■ O sistema límbico e amígdalas, que interpretam o componente afetivo da dor.
Avaliação do Controle Autonômico Baseada na Análise da Variabilidade da Frequência Cardíaca: Proposta de Método Otimizado para Ativação Vagal e Aplicação da Ferramenta para Estimativa da Dor em Intervenções Clínicas