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1. Credenciais do autor
Mark Blyth estruturou sua obra “Austeridade: a história de uma ideia perigosa”
em sete capítulos: 1. Uma introdução acerca da austeridade, dívida e moralidades;
2. Estados Unidos da América: grande demais para falir? Banqueiros, resgates e
culpabilização do Estado; 3. Europa: grande demais para resgatar? A política de
austeridade permanente; 4. A história intelectual de uma ideia perigosa, 1692-1942;
5. A austeridade hoje, 1942 – 2012; 6. A história natural da austeridade, 1914-2012;
e 7. O fim da atividade bancária, novas histórias, e um tempo de impostos pela
frente.
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Acrônimo pejorativo, que inglês significa “porcos”, utilizado para designar a má
performance econômica dos cinco países: Portugal, Itália, Irlanda, Grécia e Espanha (Spain).
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2.2 Por que pensamos que a austeridade é uma ideia perigosa? O fascínio das
coisas brilhantes: o padrão-ouro e a austeridade
Se, porém, algum país imprimir dinheiro em excesso para pagar importações,
em descompasso com suas reservas de ouro, isso fatalmente inflacionaria sua
moeda, desacreditando e arruinando a sua economia.
Todavia, afirma Blyth, “só se pode gerir um sistema como este, em que os
salários e preços internos são responsáveis pelo essencial do ajustamento aos
preços externos, se não se for uma democracia” (p. 212).
O que se diz sobre o padrão-ouro vale para a zona do euro, basta trocar a
“conversibilidade em ouro” pela “integridade do euro”.
guerra era o pleno emprego, crescimento econômico, [uma] justa distribuição do rendimento
nacional e segurança social.
Diz o autor que a hiperinflação de 1923 (p. 223) foi uma política deliberada do
governo alemão para impossibilitar o pagamento das indenizações pós-guerra (p.
223).
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“O Rentenmark ( alemão: [ˈʁɛntn̩ maʁk] ( ouvir ) ; RM ) foi uma moeda emitida em 15
de outubro de 1923 para impedir a hiperinflação de 1922 e 1923 na Alemanha de Weimar ,
depois que o "papel" Mark anteriormente usado tornou-se quase sem valor. [1] Foi
subdividido em 100 Rentenpfennig e substituído em 1924 pelo Reichsmark. (CONTEÚDO
aberto. In: WIKIPÉDIA: a enciclopédia livre. Disponível em:
https://en.wikipedia.org/wiki/Rentenmark. Acesso em: 1 fev. 2023).
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“O Reichsmark ( em alemão: [ˈʁaɪçsˌmaʁk] ( ouvir ) ; sinal : ℛℳ ; abreviação: RM ) foi
a moeda da Alemanha de 1924 até 20 de junho de 1948 na Alemanha Ocidental , onde foi
substituído pelo marco alemão , e até 23 de junho de 1948 na Alemanha Oriental , onde foi
substituído pelo marco da Alemanha Oriental . O Reichsmark foi subdividido em
100 Reichspfennig s (Rpf [1] ou ℛ₰). a marca é uma antiga medida de peso germânica,
tradicionalmente meia libra, mais tarde usada para várias moedas; enquanto Reich ( reino em
inglês), vem do nome oficial para o estado alemão de 1871 a 1945, Deutsches Reich.
(CONTEÚDO aberto. In: WIKIPÉDIA: a enciclopédia livre. Disponível em:
https://en.wikipedia.org/wiki/Reichsmark. Acesso em: 1 fev. 2023).
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Em 1930 o Japão retornou ao padrão ouro. País que saiu da Primeira Guerra
Mundial sem danos de guerra, na realidade o Japão tinha um sistema bancário frágil
e muita inflação reprimida.
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Reichsbank era o nome do Banco Central da Alemanha no período de 1876 a 1948.
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Apresentado em 26.1.1932, o chamado Plano WTB foi aprovado pela ADGB
(Allgemeiner Deutsche Gewerkschaftsbund, Federação Geral dos Sindicatos Alemães) em
abril do mesmo ano. O plano recebeu essa denominação em homenagem aos seus principais
proponentes Wladimir Woytinsky, Fritz Tarnow e Fritz Baade.
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No contexto da obra, troika é um termo que se refere à equipe de monitoramento
econômico criada e mantida conjuntamente por três instituições: a Comissão Europeia – CE, o
Banco Central Europeu – BCE e o Fundo Monetário Internacional – FMI.
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A austeridade não funcionou nem em relação aos salários do setor privado, cujos cortes
sofridos não foram suficientes para aumentar a produtividade, nem nas dívidas e déficits
governamentais, pois os cortes não acompanharam o que a teoria da austeridade
determinava. A dívida desses países tornou-se maior do que era antes da austeridade.
A demanda interna é a que mais sofre quando se impõem medidas de austeridade, deixando
às exportações o papel de principal motor do crescimento. Ocorre, porém, que os principais
parceiros dos REBLL eram países que estavam lutando contra a recessão desde 2008, o que
não daria a qualquer outro a oportunidade de fazer o mesmo, ou seja, exportar, como seria o
caso dos PIIGS.
Nos países bálticos as exportações representam metade do PIB. Quando se põe em prática a
austeridade, é a demanda interna que mais sofre. Esses países, de média e pequena
extensão territorial, “Podem sobreviver nas fendas da economia mundial de um modo que as
grandes economias não podem” (p. 255).
Conclui o autor que as políticas de austeridade dos REBLL não podem ser replicadas na
Europa meridional. Segundo o autor, uma política étnica desagregadora foi adotada pelos
REBLL para marginalizar e isolar a oposição às políticas de austeridade. Onde isso não
ocorreu, na Romênia e na Bulgária, os protestos dos cidadãos puderam abrandar o impulso
da austeridade.
Na Letônia, o maior partido que se opôs à austeridade era associado aos russos étnicos, o
que facilitou o seu isolamento.
Observa o autor que usar o nacionalismo para impor uma política de austeridade não
costuma ser uma boa experiência.
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Enfim, diz o autor que a austeridade continua a ser uma ideologia imune aos fatos e à
refutação empírica básica. (Texto acrescentado pela Profª Drª Neide Teresinha Malard).
3. Conclusão