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Aula 02

Concursos
Cartórios -
Criminologia
2022 (Curso Regular)

Autor
Diego Pureza 13 de Setembro de 2022
Estratégia Carreira Jurídica
Sumário
Concursos Cartórios - Criminologia - Prof. Diego Pureza

Introdução .......................................................................................................................................................... 2

SISTEMAS DE PREVENÇÃO DO DELITO NO ESTADO DEMOCRÁTICO DE DIREITO ............................................. 3

Prevenção Primária ..................................................................................................................................... 3

Prevenção Secundária ................................................................................................................................. 4

Prevenção Terciária ..................................................................................................................................... 5

MODELOS DE REAÇÃO AO DELITO ..................................................................................................................... 7

Modelo Clássico, Retributivo ou Dissuasório ............................................................................................... 8

Modelo Ressocializador............................................................................................................................... 9

Modelo Integrador, Restaurador, Consensual de Justiça Penal, Justiça Negociada, Consensual de Justiça
Penal ou Justiça Restaurativa.................................................................................................................... 10

TEORIAS LEGITIMADORAS DA PENA ................................................................................................................ 12

Teorias Absolutas ou Retributivas ............................................................................................................. 12

Teorias Relativas, Preventivas ou Utilitaristas........................................................................................... 15

Prevenção Geral ............................................................................................................................................................. 15

Prevenção Especial ......................................................................................................................................................... 16

Teoria Mista, Eclética, Unificadora ou Unitária ......................................................................................... 17

PROCESSOS DE CRIMINALIZAÇÃO .................................................................................................................... 18

Criminalização Primária ............................................................................................................................ 18

Criminalização Secundária ........................................................................................................................ 18

Resumo Estratégico.......................................................................................................................................... 20

Considerações Finais ........................................................................................................................................ 22

Questões Comentadas ..................................................................................................................................... 23

Lista de Questões ............................................................................................................................................. 38

Gabarito ........................................................................................................................................................... 46

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INTRODUÇÃO
Prezado(a) aluno(a), dando sequência ao nosso curso, trabalharemos nesta
aula todos os assuntos que relacionam a Criminologia e o Estado Democrático
de Direito.

Assunto por vezes desorganizado em editais e livros, nesta aula todos os


temas serão devidamente sistematizados e apresentados de forma direta e
objetiva conforme tem sido o maior interesse das bancas de concursos públicos.

Ao final, é importante conjugar a teoria com a resolução de exercícios –


sempre se atentando aos comentários em cada questão.

Após superar as questões, você perceberá que com métodos de revisão este
tema estará entre os seus pontos de segurança em qualquer concurso público! Aliás, vale frisar que é tema
previsto em QUALQUER EDITAL de concurso público que venha exigir a Criminologia.

Bons estudos!

Diego Luiz Victório Pureza


Advogado e Professor de Criminologia, Direito Penal, Direito Processual Penal e Legislação Penal
Especial.
Pós-graduado em Ciências Criminais; em Docência do Ensino Superior; e em Combate e Controle da
Corrupção: Desvios de Recursos Públicos.
Aprovado no X Exame de Ordem ainda quando cursava o 9º semestre da faculdade de Direito, e
aprovado em outros 9 concursos, sendo 4 deles em 1º lugar.
Autor de obras jurídicas voltadas para a preparação em concursos públicos.
Palestrante e autor de diversos artigos jurídicos.

Prof. Diego Pureza

@prof.diegopureza

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SISTEMAS DE PREVENÇÃO DO DELITO NO ESTADO


DEMOCRÁTICO DE DIREITO
Prevenção Criminal consiste no conjunto de ações (públicas ou privadas), destinadas a impedir a prática de
crimes, afetando direta ou indiretamente o delito, seja por meio de políticas sociais (indiretamente), seja por
meio de políticas criminais (diretamente) responsabilizando o criminoso com sanções penais adequadas.

Ao longo da história, diversos sistemas que visavam evitar ou combater a criminalidade foram sendo
desenhados, alguns com mais, outros com menos sucesso nesse intento. O mais importante é destacar a função
da prevenção criminal fundada em um Estado Democrático de Direito.

Na vigência de um Estado Democrático de Direito, a criminologia e a política criminal possuem como norte a
orientação prevencionista (afastando ao máximo o caráter punitivista), vez que o interesse se volta a prevenir
o crime e não em propriamente puni-lo. Além disso, as atuais políticas públicas preventivas de Segurança
Pública devem priorizar a prevenção de crimes de forma integralizada com todos os entes federativos
(art. 144 da CF).

Nesse sentido, nos interessa para fins de concurso o estudo da chamada dimensão clássica dos sistemas
preventivos da criminalidade. Será importante perceber que essa classificação utiliza diversos critérios, tais
como:

➢ Grau de relevância etiológica de programas de prevenção ao delito;


➢ Destinatários dos programas preventivos (quem são os protagonistas);
➢ Instrumentos e mecanismos utilizados na prevenção da criminalidade;
➢ Qual o âmbito e finalidades almejadas.

A partir daí, podemos classificar os sistemas de prevenção em Prevenção Primária, Secundária e Terciária,
cuja compatibilidade os tornam complementares entre si. Estudaremos cada um em tópicos apartados a seguir.

PREVENÇÃO PRIMÁRIA
É considerado por muitos como a prevenção genuína, por excelência, já que se propõe em atuar sobre as causas
do delito.

É importante destacar que fatores externos ao criminoso podem influenciar ou criar o ambiente propício para
a criminalidade. Não como fatores decisivos, mas é inegável a influência de tais fatores.

Estamos falando de diversos valores que em um Estado Democrático de Direito representam direitos e
garantias fundamentais de todo cidadão (que, na prática, sabemos que apenas parcela minoritária acaba por
receber do Estado boa parte do provimento desses direitos), tais como o direito à vida, a educação, ao lazer,
saúde, segurança, trabalho, moradia, etc.

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É justamente por esse motivo que é correto afirmarmos que a prevenção primária incide sobre as causas do
delito, pois a sua finalidade é a concretização de direitos fundamentais de todos.

A ideia é que quanto menor for a desigualdade social, mais eficiente será a prevenção da criminalidade.

Com isso, podemos destacar como principais características das Prevenção Primária:

➢ Possui como destinatário toda a população: demandando investimentos de alto custo e exigindo
paciência para a percepção dos resultados positivos;
➢ São responsáveis pela concretização os administradores públicos: Presidente da República,
Governadores e Prefeitos são exemplos de responsáveis incumbidos pela concretização da Prevenção
Primária, devendo incidir sobre as raízes do problema;
➢ Visa garantir a concretização de direitos fundamentais como forma de diminuir a desigualdade
social;
➢ Exige o protagonismo do Estado, com exceção do Sistema Criminal de Justiça;
➢ Trata-se de instrumento preventivo de médio a longo prazo.

Exemplo: a concretização de ensino público de qualidade e garantia de vagas no mercado do


trabalho podem reduzir drasticamente que o cidadão seja cooptado para a criminalidade,
especialmente por ter alcançado conhecimento e ter acesso ao mercado de trabalho.

PREVENÇÃO SECUNDÁRIA
É a forma de prevenção mais presente nas ações estatais, especialmente pelas forças de segurança pública.

Caracteriza-se pela incidência na iminência do crime ou em momento logo posterior, conduzindo a atenção
e forças para o momento e local em que o crime é praticado.

Importante destacar que o foco da Prevenção Secundária recai sobre setores sociais que mais podem sofrer
com a criminalidade, e não sobre o criminoso propriamente dito, relacionando-se com ações policiais,
programas de apoio e controle das comunicações, dentre outros instrumentos seletivos de curso a médio
prazo.

Vale destacar as principais características da Prevenção Secundária:

➢ Possui como foco regiões e grupos sociais considerados vulneráveis e com maior probabilidade
para a criminalidade;
➢ Se traduz em prevenção e combate à criminalidade: a mera presença de uma viatura policial
poderá ter a força de inibir a prática de crimes e, em se tratando da prática de crimes, as forças
policiais poderão combate-los evitando um mal maior – a partir desta noção, se conclui que o aumento
do efetivo policial, reaparelhamento das polícias, políticas públicas dirigidas a grupos de risco ou

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vulneráveis (alcoólatras, usuários de drogas, vítimas de violência doméstica e familiar, dentre outros),
são exemplos de fortalecimento de políticas de Prevenção Secundária;
➢ Visa prevenir a prática de crimes em sua iminência ou diante de sua prática;
➢ Exige protagonismo do Estado, especialmente com enfoque nas forças de segurança pública e
Sistema de Justiça Criminal;
➢ Trata-se de instrumento de curto a médio prazo.

Exemplos: circulação de viaturas policiais em bairros considerados perigosos; utilização de meios


de comunicação (rádios, TV, etc.), para informar a população sobre regiões e horários com forte
incidência de crimes violentos, etc.

PREVENÇÃO TERCIÁRIA
A Prevenção Terciária se instrumentaliza na fase de Execução da Pena sobre o condenado, ostentando
caráter punitivo e ressocializador, cuja finalidade é evitar a prática de novos crimes (busca evitar a
reincidência).

Assim como a Prevenção Secundária, a presente modalidade trabalha diretamente com mecanismos do Direito
Penal e da Política Criminal.

Já parte do fracasso do Estado, pois pressupõe que alguém já tenha praticado crime (Estado fracassou na
prevenção) e que seja condenado definitivamente. A partir daí, conforme destacado, tratar-se-á de mera
prevenção de reincidências, se revelando, na prática, extremamente ineficiente.

Cuidado! A aplicação da Prevenção Terciária não se resume ao cumprimento da pena


privativa de liberdade, motivo pelo qual a conceituamos acima de modo amplo, incidindo
sobre toda a fase de execução da pena. Com isso, falamos em Prevenção Terciária diante
da aplicação de qualquer mecanismo estatal a título de pena ou de medida
ressocializadora, que visa direta ou indiretamente conduzir o condenado futuramente ao
convívio social, ou seja, aplicação de pena privativa de liberdade ou penas restritivas de
direito (penas alternativas).

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Exemplos: condenado que cumpre pena privativa de liberdade (reclusão); Condenado que cumpre
o pagamento de prestação de serviços comunitários e pagamento de cestas básicas como pena
alternativa, etc.

Em síntese:

•Incide sobre as causas do problema (desigualdade social e


concretização de direitos fundamentais);
•Destinatários: toda a população;
Prevenção Primária •Protagonista: todo o aparelho estatal, com exceção da
Justiça Penal;
•Prevenção de médio a longo prazo

•Incide sobre setores mais vuneráveis à criminalidade;


•Protagonistas: Estado, com ênfase em órgãos de segurança
Prevenção Secundária pública (policiamento) e meios de comunicação;
•Prevenção de curto a médio prazo

•Incide sobre detentos e condenados a penas alternativas;


Prevenção Terciára •Visa evitar a reincidência, já que pressupoe a condenação
definitiva de crime

(VUNESP – PC/BA-Delegado – 2018) Assinale a alternativa que contém um exemplo de


prevenção de infrações penais preponderantemente primária:

a) Construção de uma praça com equipamentos de lazer em uma comunidade com altos índices de
criminalidade e de vulnerabilidade social com o fim de evitar que jovens daquele local, em especial
em situação de risco, envolvam-se com a criminalidade.

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b) Projeto Começar de Novo, que visa devolver aos cumpridores de pena e egressos a autoestima
e a cidadania suprimidas com a privação de sua liberdade, por meio de ações de caráter preventivo,
educativo e ressocializador, atuando, assim, na humanização, a fim de que referido público
valorize a liberdade e passe a fazer escolhas melhores em sua vida, evitando o retorno ao cárcere.

c) Implementação de sistemas de leitores óticos de placas de veículos nas ruas e avenidas da cidade
de Salvador para identificação de veículos relacionados a algum tipo de crime.

d) Bloqueio que impeça a ativação e utilização de aparelhos de telefonia celular subtraídos do


legítimo proprietário por meio de uma conduta criminosa.

e) Melhoria de atendimento pré e pós-natal a todas as gestantes de uma determinada cidade com a
finalidade de reduzir os índices criminais no município.

RESOLUÇÃO:

A) exemplo de prevenção secundária.

B) exemplo de prevenção terciária.

C) exemplo de prevenção secundária.

D) exemplo de prevenção secundária.

E) eis a alternativa correta com exemplo de prevenção primária, especialmente por atuar na
concretização de direitos fundamentais.

Gabarito: E

MODELOS DE REAÇÃO AO DELITO


Uma das maiores preocupações do nosso atual Estado Democrático de Direito está concentrada na forma de
reação ao crime.

Sendo assim, o programa adotado para controlar a criminalidade (Política Criminal) deve conter medidas
oportunas e pertinentes, capazes de alcançar a composição do conflito social.

Em síntese, a prática de um delito provoca inevitavelmente impactos na sociedade. A sociedade, por sua vez,
representada pelo Estado, apresentará reações ao delito (respostas podendo visar punição, prevenção ou
restauração do conflito).

Nesse sentido, três modelos de reação ao delito disputam atenção: Modelo Dissuasório, Modelo
Ressocializador e Modelos Restaurador (Justiça Restaurativa). Vejamos:

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MODELO CLÁSSICO, RETRIBUTIVO OU DISSUASÓRIO


Fruto da Escola Clássica, possui como base a punição do delinquente que, por sua vez, deve ser intimidatória
e proporcional ao dano causado. Paga-se o mal causado pelo criminoso com o mal da punição estatal
(retribuição).

A ideia é que com a retribuição, a pena passaria a ostentar caráter dissuasório, intimidando psicologicamente
os demais membros da sociedade a não delinquirem com base no medo pelo castigo.

São protagonistas desse modelo: o Estado e o delinquente (a sociedade e a vítima são alocadas em posições
secundárias, por vezes esquecidas).

Cumpre destacar que o Modelo Retributivo não se preocupa com a ressocialização do delinquente ou
mesmo com a possibilidade de reparação dos danos suportados pela vítima, limitando-se no caráter
punitivo.

Atenção! Apesar de aparentemente severo, as sanções penais em tal modelo são


aplicadas somente aos imputáveis1 e semi-imputáveis2, sendo que os inimputáveis3 são
submetidos a tratamento psiquiátrico.

Este tema já foi cobrado em concursos públicos em mais de uma oportunidade, valendo destacar questão que
abordou as principais características do Modelo Dissuasório:

1
Sujeitos providos de capacidade de entendimento e autodeterminação, passíveis, portanto de responsabilização penal.

2
Sujeitos providos de parte da capacidade de entendimento e autodeterminação, podendo ser condenados criminalmente. Todavia,
a depender do grau de capacidade, o julgador poderá substituir a pena privativa de liberdade por medida de segurança. Além disso,
importante destacar que na Criminologia os semi-imputáveis são também chamados de criminosos fronteiriços, justamente por
possuírem capacidade de entendimento e autodeterminação na fronteira entre a lucidez e a insanidade.

3
Sujeitos completamente desprovidos de qualquer capacidade de entendimento e autodeterminação.

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(VUNESP – PC/SP-Investigador – 2014) O modelo de resposta ao delito que foca na punição do


criminoso, proporcional ao dano causado, mediante um Estado atuante e intimidatório, denomina-
se:

a) padrão consensual.

b) modelo ressocializador.

c) modelo segregador.

d) padrão associativo.

e) modelo dissuasório.

RESOLUÇÃO:

Perceba que o enunciado destaca as principais características do modelo dissuasório: pena com a
finalidade na punição do criminoso; pena proporcional ao dano causado; e, Estado intimidador.

Gabarito: E

MODELO RESSOCIALIZADOR
Modelo que segue em caminho diametralmente oposto ao anterior, apresenta a pena com caráter utilitário,
visando a reinserção social do condenado (prevenção especial positiva), afastando o caráter retributivo-
castigador da pena.

Justamente por intervir na pessoa do delinquente positivamente, é considerado pela doutrina como o modelo
humanista de reação ao delito.

Segundo o presente modelo, a participação da sociedade no processo de ressocialização é fundamental,


especialmente visando afastar estigmas e preconceitos (que, para alguns, é fator criminógeno).

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MODELO INTEGRADOR, RESTAURADOR, CONSENSUAL DE JUSTIÇA


PENAL, JUSTIÇA NEGOCIADA, CONSENSUAL DE JUSTIÇA PENAL OU
JUSTIÇA RESTAURATIVA
Para a correta compreensão da Justiça Restaurativa (muito cobrada em concursos públicos, especialmente por
se tratar de atual tendência de política-criminal), é necessário estabelecer suas premissas básicas:

➢ Apresenta novos protagonistas do conflito criminal: Vítima e Delinquente (“Dupla Penal”).


Acredita-se que como a solução virá das partes legítimas, as chances de pacificação social seriam
elevadas;
➢ Visa restabelecer o status quo ante do conflito criminal por meio de acordo, assistência à vítima
e reparação do dano: parte da ideia de que, ao submeter os “protagonistas” a um acordo capaz de
reparar os impactos da conduta criminosa sobre a vítima, ambas as partes conseguiriam retornar
simbolicamente a momento anterior ao crime (momento em que o delinquente ainda não praticada o
delito e a vítima ainda não fora atingida). Logo, se alcançaria o restabelecimento da ordem e da paz
social;
➢ A reparação do dano gera a sua restauração.

Perceba que segundo o modelo ora estudado, o Estado “abriria mão de seu protagonismo”4 no conflito
criminal, passando a atuar como mero coadjuvante (conciliador) intermediando acordos entre àqueles que
seriam os legítimos protagonistas (vítima e criminoso).

Para falarmos em justiça consensual, é necessário o preenchimento dos seguintes requisitos (para a
configuração efetiva da chamada Justiça Criminal Negociada):

a) Reparação do dano à vítima (compensação ou assistência);

b) Assunção da culpa pelo delinquente (de forma confidencial e voluntária);

c) Presença de um facilitador (mediador judicial).

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Forçando ignorar o fato de que o Direito de Punir é um poder-dever do Estado.

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Importante! a doutrina diverge em relação ao alcance da Justiça Restaurativa diante da


natureza e gravidade do crime e da primariedade do delinquente:
1ª Corrente: Defendem a ampla possibilidade de conciliação e mediação do conflito
criminal, mesmo para os crimes mais graves e para o delinquente multirreincidente
(posicionamento minoritário).
2ª Corrente: Restringem o alcance da incidência da Justiça Restaurativa aos autores
primários e a infrações penais de menor gravidade, afastando sua aplicação em relação
a delitos mais graves como homicídio, latrocínio, etc. (posicionamento majoritário).

Ademais, para a autointitulada criminologia moderna, a tendência da atual política-criminal


brasileira é a substituição de pendas privativas de liberdade por penas alternativas, movimento este
denominado de descarcerização.

Por fim, considerando se tratar de tema já cobrado em provas e concursos, vale a pena destacar que o modelo
de Justiça Restaurativa gerou reflexos de aplicação no Brasil. Como exemplos, destacamos:

1 – Mecanismos despenalizadores previstos na Lei nº 9.099/95 (Juizado Especial Criminal), tais como a
composição civil dos danos e a transação penal;

2 - Resoluções 1999/26, 2000/14 e 2002/12 da ONU, com recomendações para o desenvolvimento da justiça
restaurativa nos Estados membros;

3 - Resolução 118/2014 do Conselho Nacional do Ministério Público (Política Nacional de Incentivo à


Autocomposição no âmbito do Ministério Público);

4 - Delação premiada prevista no artigo 16, parágrafo único, da Lei 8.137/1990 (crimes tributários);

5 - Núcleos Especiais Criminais pela PC/SP (“NECRIM’s”), dentre outros.

Essa tendência e exemplos práticos não raras vezes são também objetos de cobrança em concursos públicos,
valendo destacar uma dessas questões:

(VUNESP – PC/SP-Investigador – 2014) A reparação dos danos e a indenização dos prejuízos à


vítima são vistas pela doutrina como:

a) uma importante tendência político-criminal observada na Lei n.º 9.099/95.

b) um problema que cabe apenas ao Direito Civil tratar.

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c) uma teoria que vê a vítima como uma parte autossuficiente no crime.

d) algo obsoleto, que não cabe mais sua discussão.

e) um fato que serve exclusivamente como base para cálculo da pena do criminoso.

RESOLUÇÃO:

A “descarcerização” caminha lado a lado com a chamada Justiça Restaurativa, tendo em vista que
por meio da negociação entre a Dupla Penal evita-se o cárcere do criminoso. A questão, além de
destacar tal tendência, apresenta corretamente exemplo de reflexo da Justiça Negociada (Lei
9.099/95).

Gabarito: A

TEORIAS LEGITIMADORAS DA PENA


Apesar de não ser o único instrumento de controle e combate à criminalidade, a pena é peça fundamental do
direito na medida em que a norma penal desatrelada da ideia de sanção não apresenta utilidade prática a
justificar sua própria existência.

Sendo o principal instrumento de resposta estatal contra a criminalidade, o importante sobre este tema é
investigar e entender qual a finalidade da pena.

O que se busca ao penalizar um criminoso? Vingança? Castigo? Ressocialização? Terapia? A resposta de tais
indagações dependerá da teoria adotada.

Para fins de concurso público, importa analisarmos as teorias Absolutas, Relativas e Unificadoras, e, ao
final, frisarmos qual a teoria adotada por nosso Código Penal.

TEORIAS ABSOLUTAS OU RETRIBUTIVAS


Fruto da Escola Clássica e fortemente influenciada pelas filosofias de Kant e Hegel, as Teorias Retributivas
buscam retribuir o mal causado pelo delinquente com base em sua culpa moral.

Parte do pressuposto de que, uma vez que o sujeito utilizou o livre-arbítrio para praticar o mal, deverá receber
também o mal como resposta estatal.

A pena passa a se justificar como quia peccatum est (“pune-se porque pecou”).

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A essência desse pensamento encontra-se na vingança, na retribuição do mal causado pelo delito que antes era
promovida pela vítima ou familiares desta (Era da vingança privada), e agora passa a ser exercida pelo Estado.

Utilizamos o plural para nos referirmos às “Teorias Absolutas” pois são compostas/divididas em três
teorias/vertentes, a saber:

a) Teoria da Retribuição Divina (defensores: Stahl e Bekker): o Estado pune o pecado do criminoso se
apresentando como um representante da divindade.

b) Teoria da Retribuição Moral (defensor: Kant): a pena é imperativo moral de justiça, punindo o criminoso
que escolheu o mal com pena igualmente maléfica. O valor de justiça é a Lei de Talião: “olho por olho, dente
por dente”.

c) Teoria da Retribuição Jurídica (defensor: Hegel e Pessina): considerando que o crime é uma violência
contra o Direito, a pena como punição seria a resposta violenta contra tal comportamento, justificando-se como
exigência da razão. Ademais, considerando que o criminoso escolhe racionalmente praticar crimes, a
possibilidade de receber pena já prevista em lei já estaria compreendida na esfera de escolha do criminoso.

Em síntese:

Teoria da
Estado como
Retribuição Divina
representante divino
(Bekker e Stahl)

Teorias Teoria da
Absolutas / Pena como imperativo
Retribuição Moral
moral
Retributivas (Kant)

Teoria da Pena como exigência


Retribuição Jurítida racional para a
(Hegel e Pessina) afirmação do Direito

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Por fim, importante frisar que a retribuição é personalíssima. Em outras palavras, a pena não pode ser cumprida
por terceiros, devendo recair exclusivamente sobre o condenado responsável pelo cometimento do crime.

Nesse sentido, vale destacar que a Constituição Federal Brasileira de 1988 apresenta reflexos das teorias
retributivas (assim como o Código Penal Brasileiro, conforme destacaremos adiante), como medida de justiça
na correta aplicação da pena. Cite-se:

Artigo 5º, inciso XLV, da CF/88:

“Nenhuma pena passará da pessoa do condenado, podendo a obrigação de reparar o dano e a decretação
do perdimento de bens ser, nos termos da lei, estendidas aos sucessores e contra eles executadas, até o limite
do valor do patrimônio transferido”.

(VUNESP – PC/SP – Escrivão – 2013) Assinale a alternativa que apresenta corretamente uma
das características da função retributiva da pena, segundo a Teoria Absoluta:

a) Analogia: pena independente da gravidade do delito.

b) Duração indeterminada: a duração da pena dependerá, dentre outros fatores, do comportamento


do apenado.

c) Infligibilidade: a pena consistirá em aflição corporal.

d) Derrogabilidade: o delito terá, por consequência, uma punição, ainda que injusta.

e) Responsabilidade penal individual: a pena não passará da pessoa do condenado.

RESOLUÇÃO:

De fato, a responsabilidade penal é personalíssima, devendo recair exclusivamente sobre a pessoa


do condenado. Trata-se de característica herdada das Teorias Retributivas e que passaram a constar
como garantia fundamental na Constituição Federal Brasileira de 1988 (art. 5º, inciso XLV).

Gabarito: E

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TEORIAS RELATIVAS, PREVENTIVAS OU UTILITARISTAS


As Teorias Relativas abandonam a punição do delinquente, ostentando finalidade puramente preventiva, por
questões de utilidade social.

Considerando que os criminosos, mais cedo ou mais tarde, voltarão ao convívio social, a pena deverá funcionar
como instrumento de prevenção de novos delitos, passando um claro recado à sociedade para não cometerem
crimes, bem como ao próprio criminoso para não reincidir.

A Prevenção pode ser geral e especial, sendo que ambas subdividem-se em positivas e negativas:

Prevenção Geral

Chamamos de geral a prevenção que é destinada à todos os membros da sociedade.

A finalidade é que, a partir da aplicação da pena sobre o criminoso, seja apresentado dois claros recados para
os demais cidadãos:

(1) não pratiquem crimes; e,

(2) o Estado está trabalhando pela manutenção da ordem.

A prevenção geral se subdivide em negativa e positiva:

Prevenção Geral Negativa

Falamos em negativa pois o recado para os demais membros da sociedade é para NÃO delinquirem.

Com isso, a pena precisa ostentar característica intimidatória, na busca de desestimular os cidadãos a
praticarem crimes.

Não há a preocupação em educar o cidadão com base em valores morais, limitando-se em desestimulá-lo por
meio do medo, intimidação, demonstração de que o crime não compensará diante da pena sendo aplicada à
um semelhante que delinquiu.

Prevenção Geral Positiva

Considerando o fato de que o Estado, em regra, detém o monopólio do poder de punir, bem como é o
responsável por garantir a segurança e ordem social, a pena passa a servir também como o meio de manutenção
dessa ordem.

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Logo, a pena deverá ser aplicada visando o reestabelecimento da credibilidade estatal – já que o Estado
fracassou em prevenir o crime, deverá reconquistar a confiança do corpo social ao aplicar a pena sobre o
transgressor.

Prevenção Especial

Chamamos de especial (ou individual) a prevenção que é destinada à pessoa do delinquente condenado em
definitivo.

Mesmo servindo a pena como instrumento de defesa social para esta corrente de pensamento, a sanção penal
também deverá ostentar caráter pedagógico sobre o condenado buscando evitar futuros novos delitos.

Também se subdivide em Negativa e Positiva:

Prevenção Especial Negativa

Falamos em negativa pois o recado para o condenado é para NÃO reincidir.

Sendo privado de sua liberdade e de outros valores importantes como a privacidade, intimidade, etc., a pena
se mostrará incômoda ao condenado.

A ideia é que o condenado reflita e perceba que o crime – ainda que egoisticamente – não compensa.

Com isso, podemos concluir que a Prevenção Especial Negativa visa evitar e reincidência.

Prevenção Especial Positiva

Cediço que mais cedo ou mais tarde o condenado alcançará a liberdade e retornará ao convívio social. Voltando
a sociedade, apenas a ideia de não delinquir mais é insuficiente, pois será necessário retomar (ou criar) laços
afetivos, ocupações lícitas como o trabalho, etc.

Daí surge a prevenção especial positiva com a ideia de ressocialização do condenado, visando torna-lo apto
ao convívio social.

A ideia da ressocialização é reforçada especialmente com o correto cumprimento da Prevenção Geral Positiva,
já que o corpo social cumpre importante papel no processo de ressocialização, recebendo os ressocializandos
sem preconceitos e estigmas.

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Em síntese:

Teorias Relativas ou Utilitaristas


Prevenção Geral (sobre a Sociedade) Prevenção Especial (sobre o Condenado)
Negativa Positiva Negativa Positiva
Caráter intimidatória da A pena deve ser aplicada Busca evitar que o Busca a ressocialização
pena buscando para restabelecer a delinquente cometa do condenado, que, após
desestimular a prática de credibilidade dos novos crimes (evita-se cumprir a pena, deverá
crimes pela sociedade. destinatários da norma. a reincidência). estar apto ao pleno
convívio social.

TEORIA MISTA, ECLÉTICA, UNIFICADORA OU UNITÁRIA


Trata-se da unificação das duas teorias anteriormente estudadas.

Busca, a um só tempo, que a pena seja capaz de retribuir ao condenado o mal por ele praticado (retribuição),
sem prejuízo de desestimular a prática de novos ilícitos penais (prevenção).

Há, em verdade, tríplice finalidade:

1) Retribuição (das Teorias Absolutas ou Retribucionistas);

2) Prevenção (das Teorias Relativas ou Utilitaristas, em especial a prevenção geral negativa e positiva, e
prevenção especial negativa), e;

3) ressocialização (das Teorias Relativas ou Utilitaristas, em especial a prevenção especial positiva).

É a teoria adotada pelo Código Penal Brasileiro, conforme previsto em seu artigo 59:

“Art. 59 - O juiz, atendendo à culpabilidade, aos antecedentes, à conduta social, à personalidade do agente,
aos motivos, às circunstâncias e consequências do crime, bem como ao comportamento da vítima,
estabelecerá, conforme seja necessário e suficiente para reprovação e prevenção do crime”.

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Dessa forma, busca-se a aplicação de pena justa, proporcional ao delito praticado, e, ao mesmo tempo, o
reestabelecimento da ordem social evitando novos crimes pelos demais cidadãos e evitando a reincidência
pelo condenado.

PROCESSOS DE CRIMINALIZAÇÃO
O processo de criminalização corresponde ao conjunto de etapas de seleção penal visando identificar e rotular
abstratamente as condutas que merecem reprovação penal e, em atos seguintes, aplicar concretamente sanções
penais sobre os sujeitos que praticarem condutas correspondentes às figuras penais típicas.

Os processos de criminalização de desenvolvem em duas etapas distintas:

CRIMINALIZAÇÃO PRIMÁRIA
Representa o processo legislativo até a sanção presidencial em rotular como crimes certas condutas.

Em síntese, trata-se da criação de uma norma penal incriminadora.

No Brasil, ao menos em regra, compete privativamente à União legislar sobre Direito Penal (art. 22, inciso I,
da CF/88), recaindo sobre o Congresso Nacional a tarefa de eleger quais condutas antissociais merecem
reprovação penal.

Logo, Criminalização Primária refere-se à criação do Direito Penal Objetivo.

Agentes de Criminalização Primária: Poder Legislativo (Congresso Nacional) e Poder


Executivo da União (Presidente da República).

CRIMINALIZAÇÃO SECUNDÁRIA
De nada adiantaria leis penais sem a efetiva aplicação. A Criminalização Secundária refere-se de forma ampla
ao exercício do poder punitivo estatal, manifestando-se de forma concreta (prática) a partir do momento em
que alguém pratica crime.

Em outras palavras, trata-se da aplicação prática do Direito Penal Objetivo (concretização do processo de
criminalização primária).

A título de exemplo, podemos analisar toda a persecução penal como reflexos da criminalização secundária.
Um sujeito, ao praticar determinado crime já previsto em lei (resultado da criminalização primária), passa a

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ser investigado pela polícia judiciária, posteriormente denunciado pelo Ministério Público e, por último,
condenado pelo Poder Judiciário e submetido coercitivamente ao cumprimento da pena. Todas essas etapas
destacadas constituem representações concretas do processo de criminalização secundária.

Importante destacar que o sistema de justiça penal não se limita a mera aplicação das leis, mas também
(e especialmente) na concretização e proteção dos direitos e garantias fundamentais do preso.

Agentes de criminalização secundária: Delegados de polícia, Promotores de Justiça,


Advogados, Juízes, Agentes Penitenciários, etc.

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RESUMO ESTRATÉGICO

O PAPEL DA CRIMINOLOGIA NO ESTADO DEMOCRÁTICO DE DIREITO


SISTEMAS DE PREVENÇÃO DO DELITO
Trabalha com a concretização de direitos fundamentais (vida, saúde, lazer, trabalho,
Prevenção
educação, etc.), incidindo sobre a gênese da criminalidade.
Primária
Ligada a medidas de médio a longo prazo.
Caracteriza-se pela incidência na iminência do crime ou em momento logo posterior,
conduzindo a atenção e forças para o momento e local em que o crime é praticado.
Prevenção O foco da Prevenção Secundária recai sobre setores sociais que mais podem sofrer com a
Secundária criminalidade, e não sobre o criminoso propriamente dito, relacionando-se com ações
policiais, programas de apoio e controle das comunicações, etc.
Ligada a medidas de curto a médio prazo.
Se instrumentaliza na fase de Execução da Pena sobre o condenado, ostentando caráter
punitivo e ressocializador, cuja finalidade é evitar a prática de novos crimes (busca evitar
a reincidência).
Prevenção
A aplicação da Prevenção Terciária não se resume ao cumprimento da pena privativa de
Terciária liberdade, motivo pelo qual a conceituamos acima de modo amplo, incidindo sobre toda a
fase de execução da pena. Com isso, falamos em Prevenção Terciária diante da aplicação
de qualquer mecanismo estatal a título de pena ou de medida ressocializadora, que visa
direta ou indiretamente conduzir o condenado futuramente ao convívio social, ou seja,
aplicação de pena privativa de liberdade ou penas restritivas de direito (penas alternativas).
MODELOS DE REAÇÃO AO DELITO
Pena possui finalidade de retribuição, passando a ostentar caráter dissuasório, intimidando
psicologicamente os demais membros da sociedade a não delinquirem com base no medo
Modelo Clássico / pelo castigo.
Retributivo /
Dissuasório São protagonistas desse modelo: o Estado e o delinquente (a sociedade e a vítima são
alocadas em posições secundárias, por vezes esquecidas).
Pena como castigo pelo pecado do delinquente.
Modelo que segue em caminho diametralmente oposto ao anterior, apresenta a pena com
Modelo
Ressocializador
caráter utilitário, visando a reinserção social do condenado (prevenção especial positiva),
afastando o caráter retributivo-castigador da pena.
- Apresenta novos protagonistas do conflito criminal: Vítima e Delinquente;
- Visa restabelecer o status quo ante do conflito criminal por meio de acordo, assistência
Justiça à vítima e reparação do dano;
Restaurativa / - A reparação do dano gera a sua restauração.
Modelo Para falarmos em justiça consensual, é necessário o preenchimento dos seguintes
Integrador requisitos (para a configuração efetiva da chamada Justiça Criminal Negociada):
a) Reparação do dano à vítima (compensação ou assistência);
b) Assunção da culpa pelo delinquente (de forma confidencial e voluntária);

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c) Presença de um facilitador (mediador judicial).


TEORIAS LEGITIMADORAS DA PENA
Parte do pressuposto de que, uma vez que o sujeito utilizou o livre-arbítrio para praticar o
mal, deverá receber também o mal como resposta estatal.
A pena passa a se justificar como quia peccatum est (“pune-se porque pecou”).
Teorias Absolutas
São compostas/divididas em três teorias/vertentes, a saber:
/ Retributivas
a) Teoria da Retribuição Divina (defensores: Stahl e Bekker);
b) Teoria da Retribuição Moral (defensor: Kant);
c) Teoria da Retribuição Jurídica (defensor: Hegel e Pessina).
As Teorias Relativas abandonam a punição do delinquente, ostentando finalidade
puramente preventiva, por questões de utilidade social. A Prevenção subdivide-se em:
Prevenção Geral:
a) Negativa: Falamos em negativa pois o recado para os demais membros da sociedade é
para NÃO delinquirem. Com isso, a pena precisa ostentar característica intimidatória, na
busca de desestimular os cidadãos a praticarem crimes.
b) Positiva: A pena passa a servir também como o meio de manutenção da ordem social.
Teorias Relativas
Logo, a pena deverá ser aplicada visando o reestabelecimento da credibilidade estatal – já
/ Preventivas /
Utilitaristas que o Estado fracassou em prevenir o crime, deverá reconquistar a confiança do corpo
social ao aplicar a pena sobre o transgressor.
Prevenção Especial:
a) Negativa: Falamos em negativa pois o recado para o condenado é para NÃO reincidir.
Sendo privado de sua liberdade e de outros valores importantes como a privacidade,
intimidade, etc., a pena se mostrará incômoda ao condenado.
b) Positiva: A prevenção especial positiva apresenta ideia de ressocialização do
condenado, visando torna-lo apto ao convívio social.
Trata-se da unificação das duas teorias anteriormente estudadas.
Teoria Mista /
Busca, a um só tempo, que a pena seja capaz de retribuir ao condenado o mal por ele
Eclética /
Unificadora /
praticado (retribuição), sem prejuízo de desestimular a prática de novos ilícitos penais
Unitária (prevenção).
É a teoria adotada pelo Código Penal Brasileiro (art. 59 do CP).
PROCESSOS DE CRIMINALIZAÇÃO
Representa o processo legislativo até a sanção presidencial em rotular como crimes certas
condutas.
Criminalização
Primária
Em síntese, trata-se da criação de uma norma penal incriminadora.
Agentes de Criminalização Primária: Poder Legislativo (Congresso Nacional) e Poder
Executivo da União (Presidente da República).
Trata-se da aplicação prática do Direito Penal Objetivo (concretização do processo de
Criminalização criminalização primária).
Secundária Agentes de criminalização secundária: Delegados de polícia, Promotores de Justiça,
Advogados, Juízes, Agentes Penitenciários, etc.

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CONSIDERAÇÕES FINAIS
Avançamos em mais um grande tema de nosso curso. Os editais mais modernos estão cada vez mais cobrando
os temas inseridos nesta aula diante da relevância prática e teórica de cada assunto.

Por esse motivo, será de fundamental importância que você enfrente todas as questões, entendendo, por meio
de nossos comentários, cada alternativa.

Quaisquer dúvidas, sugestões ou críticas entrem em contato conosco. Estou disponível no fórum no Curso,
por e-mail e, inclusive, pelo Instagram e YouTube.

Aguardo vocês na próxima aula. Até lá!

Diego Pureza

E-mail: contato@profdiegopureza.com.br
Instagram: https://www.instagram.com/prof.diegopureza
YouTube: Prof. Diego Pureza (https://cutt.ly/vyImRvk)

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QUESTÕES COMENTADAS
1. (VUNESP – PC/BA – Delegado – 2018) Assinale a alternativa que contém um exemplo de
prevenção de infrações penais preponderantemente primária:

a) Construção de uma praça com equipamentos de lazer em uma comunidade com altos índices de
criminalidade e de vulnerabilidade social com o fim de evitar que jovens daquele local, em especial em
situação de risco, envolvam-se com a criminalidade.

b) Projeto Começar de Novo, que visa devolver aos cumpridores de pena e egressos a autoestima e a cidadania
suprimidas com a privação de sua liberdade, por meio de ações de caráter preventivo, educativo e
ressocializador, atuando, assim, na humanização, a fim de que referido público valorize a liberdade e passe a
fazer escolhas melhores em sua vida, evitando o retorno ao cárcere.

c) Implementação de sistemas de leitores óticos de placas de veículos nas ruas e avenidas da cidade de Salvador
para identificação de veículos relacionados a algum tipo de crime.

d) Bloqueio que impeça a ativação e utilização de aparelhos de telefonia celular subtraídos do legítimo
proprietário por meio de uma conduta criminosa.

e) Melhoria de atendimento pré e pós-natal a todas as gestantes de uma determinada cidade com a finalidade
de reduzir os índices criminais no município.

Comentários:

Em “a”: Errado – exemplo de prevenção secundária.

Em “b”: Errado – exemplo de prevenção terciária.

Em “c”: Errado – exemplo de prevenção secundária.

Em “d”: Errado – exemplo de prevenção secundária.

Em “e”: Certo – eis a alternativa correta com exemplo de prevenção primária, especialmente por atuar na
concretização de direitos fundamentais.

Resposta: E

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2. (VUNESP – PC/SP – Investigador – 2018) Com relação à criminologia no Estado Democrático


de Direito, é correto afirmar que as políticas públicas de Segurança Pública devem:

a) primar pela repressão ao crime e pelo combate à corrupção.

b) priorizar a prevenção criminal integralizada com todos os entes federativos.

c) priorizar a prevenção criminal terciária e a repressão ao crime organizado.

d) primar pela repressão criminal integralizada com todos os entes federativos.

e) primar pela repressão ao crime e pelo controle social.

Comentários:

Em “a”: Errado – A tendência de uma autointitulada criminologia moderna em um Estado Democrático de


Direito não é apontar o foco para a repressão do crime e, infelizmente, o combate à corrupção.

Em “b”: Certo – Como bem ensina Nestor Sampaio Penteado Filho, “no Estado Democrático de Direito em
que vivemos, a prevenção criminal é integrante da agenda federativa, passando por todos os setores do Poder
Público, e não apenas pela Segurança Pública e pelo Poder Judiciário”. A título de exemplo, o art. 144 da
Constituição Federal, que prescreve sobre a Segurança Pública, prevê que esta é dever do Estado, direito e
responsabilidade de todos, sendo exercida para a preservação da ordem pública e da incolumidade das pessoas
e do patrimônio por meio da Polícia Federal, Polícia Rodoviária Federal, Polícia Ferroviária Federal, Polícias
Civis, Polícias Militares e Corpos de Bombeiros Militares.

Em “c”: Errado – A prevenção terciária decorre do sistema prisional ou em medidas de cumprimento da pena,
ou seja, não se trata propriamente de prevenção direta (já que o crime já ocorreu, demonstrando o fracasso do
Estado), mas, de certa forma, de prevenção da reincidência, não se tratando da prioridade da atual segurança
pública.

Em “d”: Errado – Alternativa que pode ser confundida com a alternativa correta. O equívoco está em priorizar
a repressão, e não a prevenção.

Em “e”: Errado – Vide comentários acima.

Resposta: B

3. (VUNESP – PC/SP – Investigador – 2018) É correto afirmar que os programas de apoio, de


controle de meios de comunicação, de ordenação urbana estão inseridos como medidas de prevenção.

a) secundária.

b) primária.

c) imediata.

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d) terciária.

e) controlada.

Comentários:

Em “a”: Certo – Medidas de prevenção secundária atuam na iminência ou logo após a prática do crime,
orientando-se pelos grupos que apresentam maior risco de sofrer ou praticar o crime. A Prevenção Secundária
é a mais presente nas ações do Estado atualmente, diante do clamor público e da crescente onda de
criminalidade que assola o país, seja por meio do aumento de efetivo policial, reaparelhamento das polícias,
políticas públicas dirigidas a grupos de risco ou vulneráveis, como os alcoólatras, usuários de drogas, vítimas
de violência doméstica e familiar, homossexuais, e outras minorias, assim como com programas de apoio, de
controle de meios de comunicação e de ordenação urbana.

Em “b”: Errado – Mecanismos de Prevenção Primária incidem sobre as causas do problema (crime), ou seja,
na concretização de direitos fundamentais de todos, como do acesso a saúde, educação, moradia, trabalho,
segurança (qualidade de vida).

Em “c”: Errado – Expressão lançada a bel prazer pelo examinador.

Em “d”: Errado – A prevenção terciária decorre do sistema prisional ou em medidas de cumprimento da pena,
ou seja, não se trata propriamente de prevenção direta (já que o crime já ocorreu, demonstrando o fracasso do
Estado), mas, de certa forma, de prevenção da reincidência, não se tratando da prioridade da atual segurança
pública.

Em “e”: Errado – Expressão também lançada a bel prazer pelo examinador.

Resposta: A

4. (VUNESP – PC/SP – Investigador – 2018) É correto afirmar que a liberdade assistida e a


prestação de serviços comunitários pelos criminosos estão inseridas como medidas de prevenção.

a) primária.

b) imediata.

c) controlada.

d) secundária.

e) terciária.

Comentários:

O importante nessa questão é se atentar que liberdade assistida e prestação de serviços comunitários são
exemplos de penas restritivas de direito (penas alternativas em relação à privação da liberdade). Sendo assim,

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pressupõe a condenação definitiva do criminoso. Logo, em se tratando de aplicação da pena, visando, dentre
outras finalidades, evitar a reincidência (prevenção especial negativa), falamos de Prevenção Terciária.

Resposta: E

5. (VUNESP – PC/SP – Escrivão – 2018) Assinale a alternativa que concilia os princípios do Estado
Democrático de Direito com a necessidade de prevenção da infração penal, sob a ótica do atual
pensamento criminológico:

a) A violação aos direitos fundamentais do preso, ainda que com a intenção de prevenir crimes, acaba por
provocá-los.

b) A pena indeterminada em abstrato e aplicada de acordo com a gravidade em concreto do fato, a livre critério
de cada juiz, é mais eficaz em termos de prevenção criminal.

c) A superlotação carcerária demonstra um deficit de aplicação da Lei de Execução Penal, contudo pode até
contribuir para a prevenção de infrações penais.

d) A conduta do policial que, em legítima defesa própria ou de terceiros, provoca a morte de alguém que se
opôs a uma intervenção legal deve ser equiparada aos crimes de homicídios a fim de que seja destacada a
letalidade policial.

e) Os limites impostos pelos direitos fundamentais na investigação do crime são obrigatórios nos termos
constitucionais, mas reduzem a eficácia da prevenção criminal.

Comentários:

Em “a”: Certo – Segundo a autointitulada Criminologia Moderna, a violação de direitos fundamentais, a


exemplo de tortura, penas cruéis, trabalhos forçados, etc., acaba por provocar a prática de novos crimes por
parte dos condenados, especialmente por causar o sentimento de revolta e por não incutir no condenado valores
capazes de ressocializá-lo. Logo, a prevenção de crimes jamais poderá ser justificativa para a violação de
direitos fundamentais.

Em “b”: Errado – Apesar do juiz ter liberdade para julgar e aplicar a pena conforme os próprias convicções
em análise da dinâmica das provas produzidas no processo, é importante que o Poder Legislativo estabeleça a
pena em abstrato (mínimo e máximo para cada crimes), especialmente para evitar condenações exageradas,
bem como condenações que representem uma proteção deficiente de bens jurídicos (penas brandas demais
para crimes violentos).

Em “c”: Errado – A alternativa aponta manifesta contradição. Independente do debate em tela (se o Brasil
prende muito ou não), a alternativa conclui que a superlotação carcerária demonstraria deficiência na aplicação
da lei de execução penal. Ora, se a sugestão é a de muitas prisões, então por óbvio estar-se-á aplicando a lei
de execução penal. Além disso, segundo a autointitulada Criminologia Moderna, prender não necessariamente
contribui para a prevenção de infrações penais.

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Em “d”: Errado – A alternativa aponta questão de Direito Penal, porém, de fácil resolução. Evidentemente,
um policial, agindo em legítima defesa, que tira a vida de um criminoso não responderá pelo crime de
homicídio, já que sua conduta está amparada por uma causa excludente da ilicitude (justificante).

Em “e”: Errado – Em termos práticos, a alternativa chega a fazer sentido, mas não é uma conclusão aceita pela
academia. É importante que o(a) candidato(a) esteja alerta para concluir que as formas de investigação devem
respeitar os direitos fundamentais e que tal ideia não diminui a eficácia nas investigações e, por conseguinte,
a prevenção de infrações penais.

Resposta: A

6. (VUNESP – PC/SP – Agente de Telecomunicações – 2018) É correto afirmar que as medidas


voltadas à população carcerária, com caráter punitivo e com desiderato na recuperação do recluso
para evitar, por meio da ressocialização, sua reincidência:

a) são relevantes para a criminologia, impactando na diminuição dos indicadores criminais, entretanto não
podem ser consideradas como medidas de prevenção.

b) são relevantes para a criminologia e integram a prevenção terciária, visando à recuperação do criminoso.

c) integram a prevenção primária, atacando a raiz do conflito e visando à recuperação do criminoso,


diminuindo-se os indicadores criminais.

d) são relevantes para a vitimologia, atacando a raiz do conflito e visando à recuperação do criminoso,
entretanto não podem ser consideradas como medidas de prevenção.

e) são relevantes para a criminologia, atacando a raiz do conflito e visando à recuperação do criminoso,
entretanto não podem ser consideradas como medidas de prevenção.

Comentários:

Em “a”: Errado – O erro da alternativa está em afirmar que não se trata de medida preventiva de crimes.

Em “b”: Certo – Além de se tratar de relevante para a criminologia, tais medidas, por representar
concretamente a aplicação de penas aos condenados é considerado mecanismo de prevenção terciária.

Em “c”: Errado – Conforme acima, trata-se de mecanismo de prevenção terciária.

Em “d”: Errado – É relevante para a criminologia, e não propriamente para a vitimologia. Além disso,
conforme acima, trata-se de mecanismo de prevenção terciária.

Em “e”: Errado – Conforme acima, trata-se de mecanismo de prevenção terciária.

Resposta: B

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7. (VUNESP – PC/SP – Papiloscopista – 2018) O saber criminológico, no Estado Democrático de


Direito, tem por objetivo evitar a ocorrência do delito; portanto, são aspectos importantes de
prevenção terciária:

a) a educação, a religião e o lazer.

b) a cultura, a qualidade de vida e o trabalho.

c) o policiamento, a assistência social e o conselho tutelar.

d) a laborterapia, a liberdade assistida e a prestação de serviços comunitários.

e) as posturas municipais, a classificação etária dos programas televisivos e o civismo.

Comentários:

Em “a”: Errado – São exemplos de prevenção primária.

Em “b”: Errado – São exemplos de prevenção primária.

Em “c”: Errado – São exemplos de prevenção secundária.

Em “d”: Certo – São exemplos de prevenção terciária, representando penas restritivas de direito.

Em “e”: Errado – São exemplos de prevenções secundária e primária.

Resposta: D

8. (VUNESP – PC/SP – Agente Policial – 2018) Assinale a alternativa correta sobre o atual estágio
de desenvolvimento dos estudos criminológicos, em relação ao conceito de prevenção da infração
penal e ao respeito ao Estado Democrático de Direito:

a) Medidas destinadas a priorizar atendimento policial a determinados tipos de crimes ou vítimas em


decorrência da gravidade ou vulnerabilidade não devem ser adotadas sob pena de violação à igualdade de
todos perante a lei.

b) Não há evidências ou estudos que demonstrem que investimentos tecnológicos nas polícias contribuem para
a redução dos crimes.

c) Campanhas de orientação às vítimas de crimes sexuais com o objetivo de que denunciem os agressores
acabam por aumentar a vulnerabilidade das vítimas.

d) Não há evidências ou estudos que demonstrem que o aumento do número de esclarecimento de crimes e
prisões contribuiu para a redução dos crimes.

e) As mortes decorrentes de oposição à intervenção policial não devem ser equiparadas aos homicídios dolosos
em geral para fins criminológicos, em virtude de relacionarem-se a condicionantes criminais diversas.

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Comentários:

Em “a”: Errado – A igualdade prevista na Constituição Federal de 1988 é uma igualdade material, ou seja, que
exige análise do caso concreto, para tratar os iguais de forma igual, e os desiguais desigualmente. Sendo assim,
é medida que deve ser observada exatamente para atender o mencionado preceito fundamental.

Em “b”: Errado – Apesar de se tratar de alternativa vaga, está incorreta já que há sim diversos estudos e
números que demonstram a eficiência na redução da criminalidade quando adotada tecnologia para as forças
policiais.

Em “c”: Errado – Alternativa completamente contraditória. Ora, obviamente, o esclarecimento sobre crimes
sexuais diminuem a vulnerabilidade das vítimas.

Em “d”: Errado – Há, em verdade, a demonstração por meio de números oficiais no sentido de que quanto
maior o índice de resolutividade de crimes, menor a taxa de reincidência.

Em “e”: Certo – De fato, as mortes decorrentes do enfrentamento contra policiais não possuem as mesmas
motivações de outras mortes. Logo, não devem ser computados como crimes de homicídio pois, do contrário,
representaria conclusão errônea na motivação geral de crimes efetivamente de homicídio.

Resposta: E

9. (VUNESP – PC/SP – Agente Policial – 2018) A instalação, na cidade de São Paulo, de câmeras
de videomonitoramento que possuem a funcionalidade de leitura de placas de veículos e cruzamento
com banco de dados criminais, com o objetivo de identificar veículos utilizados ou que foram objeto
da prática de crimes pode ser definida, no âmbito do conceito de Estado Democrático de Direito e
dos modernos conceitos de prevenção criminal do crime, como uma medida prioritariamente de
prevenção:

a) terciária.

b) secundária.

c) primária.

d) quartenária.

e) básica.

Comentários:

O videomonitoramento de placas de veículos incide na iminência de crimes ou em tempo posterior ao fato (ao
exemplo, nos casos de criminosos procurados pela justiça criminal). Nesse sentido, representa claro exemplo
de prevenção secundária. A Prevenção Secundária tem como foco os setores sociais que mais podem sofrer
com a criminalidade, e não o indivíduo propriamente dito, estando relacionado com as ações policiais,
programas de apoio, e controle das comunicações, dentre outros instrumentos seletivos de curto a médio prazo.

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A Prevenção Secundária é a mais presente nas ações do Estado atualmente, diante do clamor público e da
crescente onda de criminalidade que assola o país, seja por meio do aumento de efetivo policial,
reaparelhamento das polícias, políticas públicas dirigidas a grupos de risco ou vulneráveis, como os
alcoólatras, usuários de drogas, vítimas de violência doméstica e familiar, homossexuais, e outras minorias.

Resposta: B

10. (VUNESP – PC/SP – Escrivão – 2014) O conceito de prevenção delitiva, no Estado Democrático
de Direito, e as medidas adotadas para alcançá-la são:

a) o conjunto de ações que visam evitar a ocorrência do delito, atingindo direta e indiretamente o delito.

b) o conjunto de ações que visam estudar o delito, atingindo direta e indiretamente o criminoso.

c) o conjunto de ações adotadas pela vítima que visam evitar o delito, atingindo o delinquente direta e
indiretamente.

d) o conjunto de ações que visam estudar o criminoso, atingindo o ato delitivo direta e indiretamente.

e) o conjunto de ações que visam estudar o crime, atingindo o criminoso direta e indiretamente.

Comentários:

Em “a”: Certo – É exatamente o conceito de prevenção à criminalidade. Trata-se da reunião de ações


organizadas que buscam evitar a prática de infrações penais. Podem atingir o crime direta ou indiretamente.

Em “b”: Errado – Não se limita a estudar o delito e não tem como foco principal o criminoso.

Em “c”: Errado – A vítima não é a protagonista da prevenção do delito.

Em “d”: Errado – Mais uma vez, o criminoso não é o foco principal da prevenção do delito.

Em “e”: Errado – O crime é que é atingido direta e indiretamente.

Resposta: A

11. (VUNESP – PC/SP – Escrivão – 2013) As políticas públicas de prevenção criminal terciária têm
por público-alvo:

a) a vítima de violência doméstica.

b) o adolescente.

c) o preso.

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d) o idoso.

e) o usuário de drogas ilícitas.

Comentários:

Conforme já destacamos em questões anteriores, a prevenção terciária incide no cumprimento da pena do


condenado de modo a evitar a reincidência. Em sentido amplo, portanto, incide sobre o condenado
criminalmente, que pode estar preso (pena privativa de liberdade) ou solto com algumas restrições (penas
restritivas de direito).

Resposta: C

12. (VUNESP – PC/SP – Papiloscopista – 2013) A prevenção criminal secundária é aquela que atua:

a) na recuperação do recluso, visando a sua socialização por meio do trabalho e estudo, evitando sua
reincidência.

b) em setores específicos ou de maior vulnerabilidade da sociedade, por meio de ação policial, programas de
apoio e controle das comunicações.

c) na qualidade de vida de um povo, na proteção aos bens patrimoniais e nos direitos individuais e sociais.

d) nos direitos sociais universalmente conhecidos, como educação, moradia e segurança.

e) na reparação do dano causado em razão da delinquência, assistindo o recluso com programas psicológicos
e de assistência social.

Comentários:

Em “a”: Errado – Esta é a prevenção terciária.

Em “b”: Certo – A prevenção secundária tem como foco os setores sociais que mais podem sofrer com a
criminalidade, e não o indivíduo propriamente dito, estando relacionado com as ações policiais, programas de
apoio, e controle das comunicações, dentre outros instrumentos seletivos de curto a médio prazo.

Em “c”: Errado – Esta é a prevenção primária.

Em “d”: Errado – Esta é a prevenção primária.

Em “e”: Errado – Esta é a prevenção terciária.

Resposta: B

13. (VUNESP – PC/SP – Agente Policial – 2013) Entende(m)-se por prevenção primária:

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a) as ações policiais dirigidas aos indivíduos vulneráveis.

b) as políticas públicas dirigidas aos grupos de risco.

c) aquela dirigida exclusivamente ao preso, em busca de sua reinserção familiar e/ou social.

d) o trabalho de conscientização social, o qual atua no fenômeno criminal, em sua etiologia.

e) aquela que age em momento posterior ao crime ou na iminência de seu acontecimento.

Comentários:

Em “a”: Errado – Esta é a prevenção secundária.

Em “b”: Errado – Esta é a prevenção secundária.

Em “c”: Errado – Esta é a prevenção terciária.

Em “d”: Certo – Prevenção primária sobre as causas do problema (crime), ou seja, na concretização de direitos
fundamentais de todos, como da educação.

Em “e”: Errado – Esta é a prevenção secundária.

Resposta: D

14. (VUNESP – PC/SP – Investigador – 2014) Do ponto de vista criminológico, o criminoso


fronteiriço é aquele que é considerado:

a) inimputável pela lei penal, pois seu estado psicológico situa-se na zona limítrofe entre a higidez e a
insanidade mental.

b) semi-imputável pela lei penal, também conhecido doutrinariamente por idiota.

c) imputável pela lei penal, tendo sua conduta caracterizada pelo transporte de produtos controlados, tais como
armas de fogo e drogas ilícitas, do exterior para o Brasil ou vice-versa.

d) inimputável pela lei penal, também conhecido doutrinariamente por oligofrênico.

e) semi-imputável pela lei penal, pois seu estado psicológico situa-se na zona limítrofe entre a higidez e a
insanidade mental.

Comentários:

A questão cobra expressão pouco conhecida, porém, de fácil compreensão. Tenta induzir ao erro por meio de
diversas alternativas desconexas. Por isso vamos simplificar: criminoso fronteiriço é expressão sinônima de
semi-imputável (ou semi-inimputável), tratando-se do sujeito que possui parte da capacidade de entendimento
e autodeterminação para a prática de crimes. Responde criminalmente, todavia, nos termos da lei penal, possui

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direito a causa geral de diminuição de pena. É chamado de fronteiriço justamente por possuir capacidade
mental na fronteira entre a lucidez e a insanidade.

Resposta: E

15. (VUNESP – PC/SP – Investigador – 2014) O modelo de resposta ao delito que foca na punição
do criminoso, proporcional ao dano causado, mediante um Estado atuante e intimidatório,
denomina-se:

a) padrão consensual.

b) modelo ressocializador.

c) modelo segregador.

d) padrão associativo.

e) modelo dissuasório.

Comentários:

O modelo que tem por base a proporcionalidade da pena, castigo ao delinquente diante do seu livre-arbítrio,
proporcionando-lhe intimidação como freio para novos crimes (visa persuadir o delinquente a não praticar
crimes por meio da intimidação) é o chamado Modelo Clássico/Dissuasório/Retributivo.

Resposta: E

16. (VUNESP – PC/SP – Investigador – 2014) A reparação dos danos e a indenização dos prejuízos
à vítima são vistas pela doutrina como:

a) uma importante tendência político-criminal observada na Lei n.º 9.099/95.

b) um problema que cabe apenas ao Direito Civil tratar.

c) uma teoria que vê a vítima como uma parte autossuficiente no crime.

d) algo obsoleto, que não cabe mais sua discussão.

e) um fato que serve exclusivamente como base para cálculo da pena do criminoso.

Comentários:

Em “a”: Certo – A questão se refere ao instituto da composição civil dos danos, previsto na Lei 9.099/95 como
uma das medidas despenalizadores. Para a atual Criminologia, é um exemplo de política-criminal moderna
que visa evitar o cárcere e restaurar o status quo ante da relação jurídico-criminal entre autor e vítima.

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Em “b”: Errado – Conforme acima, o instituto está presente no Direito Penal.

Em “c”: Errado – Apesar de enxergar a vítima como protagonista do conflito criminal, não a enxerga como
autossuficiente, reconhecendo ainda a necessidade de intervenção (ou ao menos suporte) estatal.

Em “d”: Errado – Ao contrário, o mencionado instituto nem ao menos pressupõe pena, até mesmo porque pode
ser concedido antes mesmo do início da ação penal (audiência preliminar).

Em “e”: Errado – Vide comentários acima.

Resposta: A

17. (VUNESP – PC/SP – Investigador – 2014) Fruto da tendência atual da política penal brasileira,
verifica-se que as tradicionais penas privativas de liberdade vêm sendo substituídas por medidas
alternativas, tais como multa e obrigação de prestação de serviços à comunidade. O fenômeno
mencionado é denominado:

a) desconstitucionalização.

b) descarcerização.

c) descriminalização.

d) juridicização.

e) desjudicialização.

Comentários:

Em “a”: Errado – Desconstitucionalização é o fenômeno pelo qual uma norma prevista em constituição
anterior é recepcionada por constituição posterior, porém, com status de norma infraconstitucional.

Em “b”: Certo – A expressão já induz a resposta: retirada do cárcere.

Em “c”: Errado – Sinônimo de abolitio criminis, referindo-se ao fenômeno em que o Poder Legislativo, por
meio de lei, passa a retirar o rótulo de “crime” de conduta até então prevista na lei penal como criminosa.

Em “d”: Errado – Fenômeno pelo qual se exige juízo de valor/análise do Poder Judiciário.

Em “e”: Errado – Fenômeno que retira matéria da apreciação necessária do Poder Judiciário.

Resposta: B

18. (VUNESP – PC/SP – Investigador – 2013) O legislador brasileiro, ao dispor sobre as funções da
reprimenda pela prática de infração penal no artigo 59 do Código Penal – O juiz, atendendo à

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culpabilidade, aos antecedentes, à personalidade do agente, aos motivos, às circunstâncias e


consequências do crime, bem como ao comportamento da vítima, estabelecerá, conforme seja
necessário e suficiente para reprovação e prevenção do crime... –, adotou a teoria da:

a) função reeducativa da pena.

b) função de prevenção especial da pena.

c) função de prevenção geral da pena.

d) função retributiva da pena.

e) função mista ou unificadora da pena.

Comentários:

A Teoria Mista, Eclética ou Unificadora unifica os entendimentos das teorias Absoluta (Retributiva) e Relativa
(Utilitarista). Busca, a um só tempo, que a pena seja capaz de retribuir ao condenado o mal por ele praticado
(retribuição), sem prejuízo de desestimular a prática de novos ilícitos penais (prevenção). Há uma tríplice
finalidade: retribuição, prevenção e ressocialização. É a teoria adotada pelo nosso Código Penal (art. 59 do
CP).

Resposta: E

19. (VUNESP – PC/SP – Escrivão – 2014) Uma das formas que o Estado Brasileiro adota como
controle e inibição criminal é a pena prevista para cada crime, cuja teoria adotada pelo Código Penal
Brasileiro é a mista, de acordo com o artigo 59 do Código Penal, que tem como finalidade a:

a) prevenção e a retribuição.

b) indenização e a repreensão.

c) punição e a reparação.

d) inibição e a reeducação.

e) conciliação e o exemplo.

Comentários:

Conforme questão anterior, a Teoria Mista aponta que a pena deve ser capaz de retribuir ao condenado o mal
por ele praticado (retribuição), sem prejuízo de desestimular a prática de novos ilícitos penais (prevenção).

Resposta: A

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20. (VUNESP – PC/SP – Escrivão – 2013) Assinale a alternativa que apresenta corretamente uma
das características da função retributiva da pena, segundo a Teoria Absoluta:

a) Analogia: pena independente da gravidade do delito.

b) Duração indeterminada: a duração da pena dependerá, dentre outros fatores, do comportamento do apenado.

c) Infligibilidade: a pena consistirá em aflição corporal.

d) Derrogabilidade: o delito terá, por consequência, uma punição, ainda que injusta.

e) Responsabilidade penal individual: a pena não passará da pessoa do condenado.

Comentários:

Para a Teoria Absoluta ou Retributiva da pena, a pena possui a finalidade de retribuir o mal causado pelo
delinquente (pune-se porque pecou). A essência desse pensamento encontra-se na vingança, na retribuição do
mal causado pelo delito que antes era promovida pela vítima ou familiares desta, e agora passa a ser exercida
pelo Estado. Nesse sentido, considerando o caráter personalíssimo da conduta criminosa, a pena também não
poderá passar da pessoa do condenado, valor este previsto em nossa Constituição Federal e Código Penal.

Resposta: E

21. (VUNESP – PC/SP – Papiloscopista – 2013) Umas das formas que o Estado Democrático de
Direito possui para prevenir o crime é a pena. De acordo com a teoria mista que estuda as penas,
estas têm a finalidade de:

a) punir o delinquente de forma proporcional ao mal praticado.

b) trazer mais tranquilidade para a sociedade, uma vez que o criminoso não estará mais nas ruas.

c) retomar a tranquilidade e a paz pública.

d) prevenção geral e prevenção especial.

e) afastar o delinquente da sociedade, para evitar novos crimes.

Comentários:

Em “a”: Errado – Esta é uma característica da Teoria Retributiva.

Em “b”: Errado – Característica que se assemelha a prevenção geral positiva, porém incompleta.

Em “c”: Errado – Vide comentários da alternativa anterior.

Em “d”: Certo – A prevenção geral que se destina à sociedade pode ser negativa (caráter intimidatória da pena)
e positiva (restabelecimento da credibilidade estatal, e a prevenção especial que se destina ao delinquente,

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podendo ser negativa (evitando a reincidência) e positiva (visando a ressocialização), são algumas das
características da Teoria Mista.

Em “e”: Errado – Repete os erros das alternativas “b” e “c”.

Resposta: D

22. (VUNESP – PC/SP – Agente Policial – 2013) No que concerne à prevenção do delito, de acordo
com o Código Penal Brasileiro, assinale a alternativa correta:

a) A função da pena é unicamente repressiva, sendo irrelevante sua adequação em face do delinquente
individualmente considerado.

b) A função da prevenção especial da pena consiste principalmente na intimidação dos propensos a delinquir.

c) O legislador penal brasileiro adotou a teoria mista, também denominada eclética ou unitária da pena.

d) A função da prevenção geral da pena consiste principalmente em reeducação do condenado bem como em
sua ressocialização.

e) A função da pena é unicamente preventiva, sendo irrelevante sua adequação em face do delinquente
individualmente considerado.

Comentários:

Em “a”: Errado – O Código Penal brasileiro, em seu artigo 59, adotou a Teoria Mista que não se limita em
reprimir o delinquente.

Em “b”: Errado – A intimidação do delinquente não é a principal característica da pena (apesar de ser uma
característica também admitida por nosso CP).

Em “c”: Certo – Apresenta corretamente a teoria adotada por nosso CP, bem como os respectivos sinônimos.

Em “d”: Errado – A prevenção geral tem como destinatário o corpo social. A prevenção especial é que se
dedica a pessoa do criminoso.

Em “e”: Errado – A finalidade da pena não se resume a prevenção, mas também possui como finalidades a
retribuição e ressocialização.

Resposta: C

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LISTA DE QUESTÕES
1. (VUNESP – PC/BA – Delegado – 2018) Assinale a alternativa que contém um exemplo de
prevenção de infrações penais preponderantemente primária:

a) Construção de uma praça com equipamentos de lazer em uma comunidade com altos índices de
criminalidade e de vulnerabilidade social com o fim de evitar que jovens daquele local, em especial em
situação de risco, envolvam-se com a criminalidade.

b) Projeto Começar de Novo, que visa devolver aos cumpridores de pena e egressos a autoestima e a cidadania
suprimidas com a privação de sua liberdade, por meio de ações de caráter preventivo, educativo e
ressocializador, atuando, assim, na humanização, a fim de que referido público valorize a liberdade e passe a
fazer escolhas melhores em sua vida, evitando o retorno ao cárcere.

c) Implementação de sistemas de leitores óticos de placas de veículos nas ruas e avenidas da cidade de Salvador
para identificação de veículos relacionados a algum tipo de crime.

d) Bloqueio que impeça a ativação e utilização de aparelhos de telefonia celular subtraídos do legítimo
proprietário por meio de uma conduta criminosa.

e) Melhoria de atendimento pré e pós-natal a todas as gestantes de uma determinada cidade com a finalidade
de reduzir os índices criminais no município.

2. (VUNESP – PC/SP – Investigador – 2018) Com relação à criminologia no Estado Democrático


de Direito, é correto afirmar que as políticas públicas de Segurança Pública devem:

a) primar pela repressão ao crime e pelo combate à corrupção.

b) priorizar a prevenção criminal integralizada com todos os entes federativos.

c) priorizar a prevenção criminal terciária e a repressão ao crime organizado.

d) primar pela repressão criminal integralizada com todos os entes federativos.

e) primar pela repressão ao crime e pelo controle social.

3. (VUNESP – PC/SP – Investigador – 2018) É correto afirmar que os programas de apoio, de


controle de meios de comunicação, de ordenação urbana estão inseridos como medidas de prevenção.

a) secundária.

b) primária.

c) imediata.

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d) terciária.

e) controlada.

4. (VUNESP – PC/SP – Investigador – 2018) É correto afirmar que a liberdade assistida e a


prestação de serviços comunitários pelos criminosos estão inseridas como medidas de prevenção.

a) primária.

b) imediata.

c) controlada.

d) secundária.

e) terciária.

5. (VUNESP – PC/SP – Escrivão – 2018) Assinale a alternativa que concilia os princípios do Estado
Democrático de Direito com a necessidade de prevenção da infração penal, sob a ótica do atual
pensamento criminológico:

a) A violação aos direitos fundamentais do preso, ainda que com a intenção de prevenir crimes, acaba por
provocá-los.

b) A pena indeterminada em abstrato e aplicada de acordo com a gravidade em concreto do fato, a livre critério
de cada juiz, é mais eficaz em termos de prevenção criminal.

c) A superlotação carcerária demonstra um deficit de aplicação da Lei de Execução Penal, contudo pode até
contribuir para a prevenção de infrações penais.

d) A conduta do policial que, em legítima defesa própria ou de terceiros, provoca a morte de alguém que se
opôs a uma intervenção legal deve ser equiparada aos crimes de homicídios a fim de que seja destacada a
letalidade policial.

e) Os limites impostos pelos direitos fundamentais na investigação do crime são obrigatórios nos termos
constitucionais, mas reduzem a eficácia da prevenção criminal.

6. (VUNESP – PC/SP – Agente de Telecomunicações – 2018) É correto afirmar que as medidas


voltadas à população carcerária, com caráter punitivo e com desiderato na recuperação do recluso
para evitar, por meio da ressocialização, sua reincidência:

a) são relevantes para a criminologia, impactando na diminuição dos indicadores criminais, entretanto não
podem ser consideradas como medidas de prevenção.

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b) são relevantes para a criminologia e integram a prevenção terciária, visando à recuperação do criminoso.

c) integram a prevenção primária, atacando a raiz do conflito e visando à recuperação do criminoso,


diminuindo-se os indicadores criminais.

d) são relevantes para a vitimologia, atacando a raiz do conflito e visando à recuperação do criminoso,
entretanto não podem ser consideradas como medidas de prevenção.

e) são relevantes para a criminologia, atacando a raiz do conflito e visando à recuperação do criminoso,
entretanto não podem ser consideradas como medidas de prevenção.

7. (VUNESP – PC/SP – Papiloscopista – 2018) O saber criminológico, no Estado Democrático de


Direito, tem por objetivo evitar a ocorrência do delito; portanto, são aspectos importantes de
prevenção terciária:

a) a educação, a religião e o lazer.

b) a cultura, a qualidade de vida e o trabalho.

c) o policiamento, a assistência social e o conselho tutelar.

d) a laborterapia, a liberdade assistida e a prestação de serviços comunitários.

e) as posturas municipais, a classificação etária dos programas televisivos e o civismo.

8. (VUNESP – PC/SP – Agente Policial – 2018) Assinale a alternativa correta sobre o atual estágio
de desenvolvimento dos estudos criminológicos, em relação ao conceito de prevenção da infração
penal e ao respeito ao Estado Democrático de Direito:

a) Medidas destinadas a priorizar atendimento policial a determinados tipos de crimes ou vítimas em


decorrência da gravidade ou vulnerabilidade não devem ser adotadas sob pena de violação à igualdade de
todos perante a lei.

b) Não há evidências ou estudos que demonstrem que investimentos tecnológicos nas polícias contribuem para
a redução dos crimes.

c) Campanhas de orientação às vítimas de crimes sexuais com o objetivo de que denunciem os agressores
acabam por aumentar a vulnerabilidade das vítimas.

d) Não há evidências ou estudos que demonstrem que o aumento do número de esclarecimento de crimes e
prisões contribuiu para a redução dos crimes.

e) As mortes decorrentes de oposição à intervenção policial não devem ser equiparadas aos homicídios dolosos
em geral para fins criminológicos, em virtude de relacionarem-se a condicionantes criminais diversas.

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9. (VUNESP – PC/SP – Agente Policial – 2018) A instalação, na cidade de São Paulo, de câmeras
de videomonitoramento que possuem a funcionalidade de leitura de placas de veículos e cruzamento
com banco de dados criminais, com o objetivo de identificar veículos utilizados ou que foram objeto
da prática de crimes pode ser definida, no âmbito do conceito de Estado Democrático de Direito e
dos modernos conceitos de prevenção criminal do crime, como uma medida prioritariamente de
prevenção:

a) terciária.

b) secundária.

c) primária.

d) quartenária.

e) básica.

10. (VUNESP – PC/SP – Escrivão – 2014) O conceito de prevenção delitiva, no Estado Democrático
de Direito, e as medidas adotadas para alcançá-la são:

a) o conjunto de ações que visam evitar a ocorrência do delito, atingindo direta e indiretamente o delito.

b) o conjunto de ações que visam estudar o delito, atingindo direta e indiretamente o criminoso.

c) o conjunto de ações adotadas pela vítima que visam evitar o delito, atingindo o delinquente direta e
indiretamente.

d) o conjunto de ações que visam estudar o criminoso, atingindo o ato delitivo direta e indiretamente.

e) o conjunto de ações que visam estudar o crime, atingindo o criminoso direta e indiretamente.

11. (VUNESP – PC/SP – Escrivão – 2013) As políticas públicas de prevenção criminal terciária têm
por público-alvo:

a) a vítima de violência doméstica.

b) o adolescente.

c) o preso.

d) o idoso.

e) o usuário de drogas ilícitas.

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12. (VUNESP – PC/SP – Papiloscopista – 2013) A prevenção criminal secundária é aquela que atua:

a) na recuperação do recluso, visando a sua socialização por meio do trabalho e estudo, evitando sua
reincidência.

b) em setores específicos ou de maior vulnerabilidade da sociedade, por meio de ação policial, programas de
apoio e controle das comunicações.

c) na qualidade de vida de um povo, na proteção aos bens patrimoniais e nos direitos individuais e sociais.

d) nos direitos sociais universalmente conhecidos, como educação, moradia e segurança.

e) na reparação do dano causado em razão da delinquência, assistindo o recluso com programas psicológicos
e de assistência social.

13. (VUNESP – PC/SP – Agente Policial – 2013) Entende(m)-se por prevenção primária:

a) as ações policiais dirigidas aos indivíduos vulneráveis.

b) as políticas públicas dirigidas aos grupos de risco.

c) aquela dirigida exclusivamente ao preso, em busca de sua reinserção familiar e/ou social.

d) o trabalho de conscientização social, o qual atua no fenômeno criminal, em sua etiologia.

e) aquela que age em momento posterior ao crime ou na iminência de seu acontecimento.

14. (VUNESP – PC/SP – Investigador – 2014) Do ponto de vista criminológico, o criminoso


fronteiriço é aquele que é considerado:

a) inimputável pela lei penal, pois seu estado psicológico situa-se na zona limítrofe entre a higidez e a
insanidade mental.

b) semi-imputável pela lei penal, também conhecido doutrinariamente por idiota.

c) imputável pela lei penal, tendo sua conduta caracterizada pelo transporte de produtos controlados, tais como
armas de fogo e drogas ilícitas, do exterior para o Brasil ou vice-versa.

d) inimputável pela lei penal, também conhecido doutrinariamente por oligofrênico.

e) semi-imputável pela lei penal, pois seu estado psicológico situa-se na zona limítrofe entre a higidez e a
insanidade mental.

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15. (VUNESP – PC/SP – Investigador – 2014) O modelo de resposta ao delito que foca na punição
do criminoso, proporcional ao dano causado, mediante um Estado atuante e intimidatório,
denomina-se:

a) padrão consensual.

b) modelo ressocializador.

c) modelo segregador.

d) padrão associativo.

e) modelo dissuasório.

16. (VUNESP – PC/SP – Investigador – 2014) A reparação dos danos e a indenização dos prejuízos
à vítima são vistas pela doutrina como:

a) uma importante tendência político-criminal observada na Lei n.º 9.099/95.

b) um problema que cabe apenas ao Direito Civil tratar.

c) uma teoria que vê a vítima como uma parte autossuficiente no crime.

d) algo obsoleto, que não cabe mais sua discussão.

e) um fato que serve exclusivamente como base para cálculo da pena do criminoso.

17. (VUNESP – PC/SP – Investigador – 2014) Fruto da tendência atual da política penal brasileira,
verifica-se que as tradicionais penas privativas de liberdade vêm sendo substituídas por medidas
alternativas, tais como multa e obrigação de prestação de serviços à comunidade. O fenômeno
mencionado é denominado:

a) desconstitucionalização.

b) descarcerização.

c) descriminalização.

d) juridicização.

e) desjudicialização.

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18. (VUNESP – PC/SP – Investigador – 2013) O legislador brasileiro, ao dispor sobre as funções da
reprimenda pela prática de infração penal no artigo 59 do Código Penal – O juiz, atendendo à
culpabilidade, aos antecedentes, à personalidade do agente, aos motivos, às circunstâncias e
consequências do crime, bem como ao comportamento da vítima, estabelecerá, conforme seja
necessário e suficiente para reprovação e prevenção do crime... –, adotou a teoria da:

a) função reeducativa da pena.

b) função de prevenção especial da pena.

c) função de prevenção geral da pena.

d) função retributiva da pena.

e) função mista ou unificadora da pena.

19. (VUNESP – PC/SP – Escrivão – 2014) Uma das formas que o Estado Brasileiro adota como
controle e inibição criminal é a pena prevista para cada crime, cuja teoria adotada pelo Código Penal
Brasileiro é a mista, de acordo com o artigo 59 do Código Penal, que tem como finalidade a:

a) prevenção e a retribuição.

b) indenização e a repreensão.

c) punição e a reparação.

d) inibição e a reeducação.

e) conciliação e o exemplo.

20. (VUNESP – PC/SP – Escrivão – 2013) Assinale a alternativa que apresenta corretamente uma
das características da função retributiva da pena, segundo a Teoria Absoluta:

a) Analogia: pena independente da gravidade do delito.

b) Duração indeterminada: a duração da pena dependerá, dentre outros fatores, do comportamento do apenado.

c) Infligibilidade: a pena consistirá em aflição corporal.

d) Derrogabilidade: o delito terá, por consequência, uma punição, ainda que injusta.

e) Responsabilidade penal individual: a pena não passará da pessoa do condenado.

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21. (VUNESP – PC/SP – Papiloscopista – 2013) Umas das formas que o Estado Democrático de
Direito possui para prevenir o crime é a pena. De acordo com a teoria mista que estuda as penas,
estas têm a finalidade de:

a) punir o delinquente de forma proporcional ao mal praticado.

b) trazer mais tranquilidade para a sociedade, uma vez que o criminoso não estará mais nas ruas.

c) retomar a tranquilidade e a paz pública.

d) prevenção geral e prevenção especial.

e) afastar o delinquente da sociedade, para evitar novos crimes.

22. (VUNESP – PC/SP – Agente Policial – 2013) No que concerne à prevenção do delito, de acordo
com o Código Penal Brasileiro, assinale a alternativa correta:

a) A função da pena é unicamente repressiva, sendo irrelevante sua adequação em face do delinquente
individualmente considerado.

b) A função da prevenção especial da pena consiste principalmente na intimidação dos propensos a delinquir.

c) O legislador penal brasileiro adotou a teoria mista, também denominada eclética ou unitária da pena.

d) A função da prevenção geral da pena consiste principalmente em reeducação do condenado bem como em
sua ressocialização.

e) A função da pena é unicamente preventiva, sendo irrelevante sua adequação em face do delinquente
individualmente considerado.

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GABARITO
1. E 9. B 17. B
2. B 10. A 18. E
3. A 11. C 19. A
4. E 12. B 20. E
5. A 13. D 21. D
6. B 14. E 22. C
7. D 15. E 23. E
8. E 16. A

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