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Disciplina: Criminologia para concursos

Tema: Técnicas, Testes e Exames Criminológicos

TÉCNICAS, TESTES
E EXAMES
CRIMINOLÓGICOS

Prof. Diego Pureza

@prof.diegopureza

/profdiegopureza
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Disciplina: Criminologia para concursos
Tema: Técnicas, Testes e Exames Criminológicos

Sumário
CRIMINOLOGIA CLÍNICA (MICROCIMINOLOGIA) ......................................................................2
TÉCNICAS, TESTES E EXAMES CRIMINOLÓGICOS..........................................................................3
TÉCNICAS DE INVESTIGAÇÃO ...................................................................................................4
Técnicas de Investigação Sociológica ...................................................................................4
Perfilamento criminal ...........................................................................................................5
TESTES DE PERSONALIDADE PROJETIVOS ................................................................................6
TESTES DE PERSONALIDADE PROSPECTIVOS ............................................................................7
TESTES DE INTELIGÊNCIA..........................................................................................................8

CRIMINOLOGIA CLÍNICA (MICROCIMINOLOGIA)

Conforme estudamos anteriormente, a Criminologia moderna se subdivide em dois ramos:

- Criminologia Geral: Consiste na comparação, sistematização e classificação dos resultados


no âmbito das demais ciências criminais acerca dos seus objetos. Em outros palavras, todos os
resultados e conclusões teóricas da criminologia são classificados como Criminologia Geral.

- Criminologia Clínica (Microcriminologia): Trata-se da aplicação concreta dos


conhecimentos teóricos (Criminologia Geral) para o tratamento dos criminosos, estudando a
pessoa do criminoso em busca de sua ressocialização. Como já afirmamos, a criminologia não se
limita a teoria (teorética), possuindo aplicação prática. Tal aplicação prática é chamada de
Criminologia Clínica (também chamada de Microcriminologia).

Aprofundando na Criminologia Clínica, conforme leciona Alvino Augusto de Sá:

“A Criminologia Clínica é a ciência que, valendo-se dos conceitos, princípios e


métodos de investigação médico-psicológico (e sócio familiares), ocupa-se do
indivíduo condenado, para nele investigar a dinâmica de sua perspectiva de
desdobramentos futuros (prognóstico) para, assim, propor estratégias de
intervenção, com vista à superação ou contenção de uma possível tendência
criminal e a evitar a reincidência (tratamento)”1.

Perceba que a Criminologia Clínica se vale do criminoso-condenado enquanto objeto de


estudo. O objetivo é analisá-lo, verificando suas motivações para o crime, ambiente em que vive,
pessoas próximas, e outros fatores sociológicos e psicológicos que o influenciaram para o crime,
visando, posteriormente, propor estratégias de ressocialização sobre o condenado,
especialmente com a finalidade de evitar reincidência.

1
Disponível em: https://conteudojuridico.com.br/consulta/Artigos/44231/criminologia-clinica . Data de
acesso: 04 de setembro de 2023.

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Mas não é só, pois, segundo Nestor Sampaio:

“A criminologia clínica traça estratégias de intervenção, voltando-se também para


os diretores e agentes de segurança penitenciários, visando envolvê-los num
trabalho conjunto com os técnicos, assim como envolver todos os demais serviços
do presídio e, de forma especial, a família do detento. Ademais, sua aplicação
levará em conta as respostas às estratégias de intervenção propostas, valendo-se,
não só de avaliações técnicas, mas também das observações dos outros
profissionais, incluindo aí os agentes de segurança penitenciários, observações
essas que serão tecnicamente colhidas e interpretadas pelo corpo técnico”.

Em que pese o termo “Criminologia Clínica” soar como uma espécie de ”ambiente de
recuperação de pessoas doentes”, não é este o real sentido que envolve o verdadeiro significado
da expressão, mas sim a ideia de desacordo com a sociedade, como uma forma de
"contaminação", que, uma vez não tratada, pode resultar em prejuízos para a sociedade, vindo
a "contaminar” muitas outras pessoas.
Importante destacarmos o maior ponto de contato entre a Criminologia Clínica e o Direito
Penal. A Criminologia Clínica tem enorme importância para o Direito Penal, em especial na
fase de execução da pena.
Em relação à execução da pena, a Criminologia Clínica tem como principais objetivos:
> individualizar cada preso;
> propor avanços e sugestões de alterações legislativas (a exemplo de sugerir novas penas
alternativas aos indivíduos que cometem algum crime, evitando o cárcere sempre que possível).
Por fim, como forma de apontar a evolução dos conceitos e ferramentas da Criminologia
Clínica moderna, vale a pena apontarmos em quadro comparativo as suas diferenças em relação
à Antropologia Clínica (muito utilizada na Criminologia Positiva, especialmente por Lombroso) e
Criminologia Clínica Tradicional:

Antropologia Clínica Criminologia Clínica Criminologia Clínica Moderna


Tradicional
Enfoque Raça Indivíduo Indivíduo, seu meio e contexto
Causa Atavismos e taras Personalidade Multifatores internos e externos
(estado perigoso)
Pressuposto Predeterminsmo racial Predeterminismo Reconhece a delinquência contínua
individual e não delinquência
Finalidade Segurança social e cura Tratamento Reabilitação e reintegração social

TÉCNICAS, TESTES E EXAMES CRIMINOLÓGICOS

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TÉCNICAS DE INVESTIGAÇÃO

A análise de um crime exige a utilização de técnicas de investigação por vezes


interdisciplinares (característica da própria Criminologia), e a forma como as técnicas são
aplicadas dependerá muito dos objetos investigados, suas origens, personagens envolvidos,
dentre diversos outros fatores conforme as peculiaridades do caso concreto.

Considerando os métodos empírico e indutivo da criminologia, bem como considerando


ser o crime um fenômeno social, no tema estudado destacam-se as técnicas de investigação
sociológica, tema que passaremos a aprofundar:

Técnicas de Investigação Sociológica

As técnicas de investigação sociológica classificam-se da seguinte forma:

➢ Investigação extensiva: são técnicas que se caracterizam pela massiva utilização de


técnicas quantitativas, ou seja, visam a medição de fenômenos criminais por meio de, por
exemplo, estatísticas. Dessa forma, permitem o conhecimento da extensão de
acontecimentos ou fenômenos delitivos;
➢ Investigação intensiva: abrange as técnicas qualitativas de investigação e pesquisa,
permitindo o aprofundamento de informações preponderantemente sobre pessoas
envolvidas em conflitos criminais (criminosos, vítimas, testemunhas, presidiários, etc.) sob
diversos ângulos e pontos de vista, em especial sob a perspectiva de interação em que a
pessoa objeto da investigação está inserida;
➢ Transversais e Longitudinais: As técnicas transversais caracterizam-se pela análise de
dados a partir de um recorte específico do objeto investigado, sem interação, valendo-se
apenas da observação (exemplo: análise de um crime praticado em determinado local e
período). Já as técnicas longitudinais são muito mais abrangentes, buscando diversas
medições e em diversos momentos, podendo perdurar por semanas, meses, anos
(exemplo: constante acompanhamento dos números de violência doméstica e familiar em
determinado município);
➢ Prognóstico criminológico: é a técnica mais frágil de investigação, na medida em que, a
partir da reunião e estudo de certas informações, estatísticas e dados, chega-se a
probabilidade de reincidência ou novos crimes a partir da dedução;
➢ Investigação-ação: são técnicas que exigem a participação direta de cientistas, estudiosos,
experts e personagens de investigação (estatísticos, criminólogos, delegados,
investigadores de polícia, juízes, promotores, etc.) visando resultados que se aproximam
ao máximo da verdade real dos fatos. Exemplo da técnica em estudo é a chamada
recognição visuográfica de local de crime cunhada por Marco Antonio Desgualdo em 1994.
Detalhando melhor a técnica, em especial nos cenários de crimes contra a vida com autoria
desconhecida, Desgualdo aduz que:

“A regognição é a semente da futura investigação, depois de formalizada, levando-


se em consideração seu dinamismo e praticidade. Traz em seu bojo desde o local,
hora, dia do fato e da semana como também condições climáticas então existentes,
além de acrescentar subsídios coletados junto às testemunhas e pessoas que

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tenham ciência dos acontecimentos. Traz ainda à colação minuciosa observação


sobre o cadáver, identidade, possíveis hábitos, características comportamentais
sustentadas pela vitimologia, além de croqui descritivo, resguardados os preceitos
estabelecidos no art. 6º, I, do Código de Processo Penal”2.

Perfilamento criminal

Também denominado de perfil criminal ou criminal profiling, estamos diante de uma


técnica de investigação policial cujo objetivo é construir, de forma hipotética ou virtual, o perfil
de um criminoso não identificado – e que possivelmente pode ter praticado outros delitos –
considerando aspectos de ordem psicológica, social, tipológica, física, geográfica, sociológica,
biológica, antropológica e a área em que atua.

Conjugando informações dos diversos ramos do saber acima destacados com a dinâmica
e características do crime praticado busca-se viabilizar a compreensão do criminoso e do crime,
especialmente a partir da sincronização entre comportamento e personalidade do delinquente.

Perceba que, em síntese, temos no perfilamento criminal a reunião entre os métodos e


resultados de diversas ciências (psicologia, sociologia, física, antropologia, etc.) sobre o
comportamento humano com as competências e experiências dos investigadores policiais de
campo.

Em síntese, reunindo as informações do crime praticado à luz de diversos ramos do saber,


o investigador projetará, por meio da dedução e/ou indução, uma rigorosa imagem
biopsicossocial do indivíduo que passará a constar nos autos do inquérito policial.

Logo, a conclusão é de que o objetivo do perfilamento criminal é fortalecer a investigação


policial lastreada nas ciências criminais auxiliares e ciências humanas. Por conseguinte, por
vezes é possível também identificar delitos análogos que possuam as mesmas características e,
a partir daí, expedir orientações criminológicas.

Naturalmente, o criminal profiling acaba sendo mais útil para a investigação de crimes
com violência e aparentemente sem solução, na medida em que os casos com autoria certa
acabam em grande parte dispensando os resultados do perfilamento criminal.

Por meio da técnica de investigação em estudo, as cinco perguntas abaixo devem ser
respondidas:

I. Quem praticou o delito?

II. Quando praticou o delito?

III. Como foi executado o delito?

IV. Qual a motivação da conduta delitiva?

V. Onde foi praticado o delito?

2
DESGUALDO, Marco Antonio. Crimes contra a vida: recognição visuográfica e a lógica na investigação.
São Paulo: Acadepol, 1999.

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Importante: a doutrina tem reconhecido o perfilamento criminal


como técnica de investigação policial profissional. Dessa forma, é
encarada como uma arte (e não como ciência) tendo como método a
lógica dedutiva (e não teorias macrossociológicas).

TESTES DE PERSONALIDADE PROJETIVOS

Para entendermos a definição e características dos testes de personalidade projetivos


precisamos considerar os seguintes pressupostos:

➢ Testes criminológicos constituem técnicas de investigação capazes de destacarem as


características pessoais do investigado (por meio de padrões ou tipos anteriormente
estabelecidos);
➢ Tais testes são colocados em prática por meio de estímulos já planejados, com o objetivo de
detalhar o perfil psicológico, bem como a capacitação pessoal de cometimento ou recaída no
delito;
➢ Nas palavras de Nestor Sampaio Penteado Filho, “a realização de testes e exames
criminológicos e, consequentemente, de prognósticos de futuras condutas criminosas e/ou
perigosas, com certo grau de certeza ou ao menos de confiabilidade, depende muito das
circunstâncias do cometimento delitivo, da natureza do teste e da capacitação profissional
dos responsáveis pelos testes”3.

Nesse sentido, valendo-se das lições de João Farias Junior, testes projetivos “são aqueles
que procuram medir a personalidade através do uso de quadros, figuras, jogos, relatos etc., que
imprimem estímulos no examinado, que provocam, consequentemente, reações das quais
resultam as respostas que servirão de base para a interpretação dos resultados desejados”4.

Como exemplos podemos destacas:

3
FILHO, Nestor Sampaio Penteado. Manual esquemático de criminologia. São Paulo: Saraiva, 8ª edição,
2018, p. 55.
4
FARIAS JUNIOR, João. Manual de criminologia. Curitiba: Juruá, 4ª edição, 2000.

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Teste de Rorschach

Interpretação de manchas de
vários formatos:

Teste PMK – Psicodiagnóstico Miocinético


da Periculosidade Delinquencial

Estímulos musculares e postura mental,


permitindo avaliar: Tônus vital, agressividade,
reação vivencial, emotividade, dimensão
tensional e predomínio tensional.

Teste do Desenho

Árvore, casa, pessoa


etc., que, associados a um
questionário, dão o perfil do
autor.

TESTES DE PERSONALIDADE PROSPECTIVOS

Os testes prospectivos resumem-se na utilização de técnica com a finalidade de explorar,


em detalhes, as intenções atuais (presentes) e posteriores (futuras), identificando (extraindo
respostas) do paciente:

• Suas crenças e potencialidades positivas ou negativas;

• As barreiras que o paciente encontra para realizar atos bons;

• Qual o estilo de vida que leva e que pretende levar no futuro;

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• Quais as pessoas que quer em suas relações;

• Por que é delinquente;

• Por que sofre e faz outras pessoas sofrerem;

• Com quem gostaria de parecer-se;

• Que causa de morte gostaria de ter;

• Se julga a atividade criminosa igual à outra atividade ilícita;

• Se tem ressentimento com respeito ao futuro;

• De tudo o que lhe pode acontecer o que é que julga mais provável;

• Da vida que lhe resta espera melhores ou piores dias;

• Se tem ou não medo da pena, do castigo;

• Se o castigo, a prisão é um risco inerente a sua atividade;

• Até que ponto vai a sua insensibilidade ou sensibilidade moral.

Os testes são muito profundos e dependem massivamente da habilidade do examinador


responsável e da sinceridade do examinando.

Ante a fragilidade do teste, bem como considerando a necessidade de extrair a máxima


sinceridade do examinado, é importante destacar ao paciente que o objetivo do teste é
diagnosticar em detalhes sua personalidade, sendo que o resultado permanecerá em total sigilo,
e que os possíveis benefícios dependerão da honestidade das respostas.

Conforme as lições de João Farias Junior, “o testador deve ser calmo, fraterno e usar um
gravador, para que possa analisar com precisão as respostas, as pausas, as reticências, o tom, a
acentuação prosódica e, enfim, todo o contexto da sequência de respostas... e reações do
examinando”5.

TESTES DE INTELIGÊNCIA

Tarefa das mais difíceis é conceituar “inteligência”, na medida em que não é possível ter
total clareza do conteúdo do objeto analisado (nível de inteligência da pessoa examinada).

Especialmente considerando que a inteligência é função psíquica de enorme


complexidade, não temos um conceito universal de inteligência. Logo, cada país, conforme os
respectivos métodos de medição adotados, acaba adotando a própria definição de inteligência.

Segundo o dicionário, inteligência é definida como:

Faculdade de conhecer, de compreender; intelecto: a inteligência distingue o


homem do animal. Conhecimento profundo em; destreza, habilidade: ter
inteligência para os negócios; cumprir com inteligência uma missão. Habilidade
para entender e solucionar adversidades ou problemas, adaptando-se a

5
Obra citada.

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circunstâncias novas. Função psíquica que contribuí para uma pessoa consiga
entender o mundo, as coisas e situações, a essência dos fatos6.

A Criminologia, socorrendo-se da Psicologia, busca medir a inteligência por meio do


chamado quociente de inteligência (QI). Com os resultados do QI, a finalidade é identificar qual
a idade mental do examinado.

A definição de idade mental foi cunhada por Alfredo Binet e Theodore Simon, em 1905,
determinando a maneira de demostrar diferentes níveis ou graus de inteligência.

Já a expressão “QI” foi proposta por William Stern, em 1912, visando representar o nível
mental do examinado, bem como incluiu as expressões “idade mental” e “idade cronológica”. A
fórmula de William Stern era a seguinte: dividir a idade mental pela idade cronológica do
examinado.

Dessa forma, a título de exemplo, uma criança com idade cronológica de 10 anos e nível
mental de 9 anos teria o seguinte resultado: QI = 0,9 (9 dividido por 10).

Em acréscimo, Lewis Madison Terman, em 1916, sugeriu multiplicar o QI por 100 com o
objetivo de afastar a parte decimal. Assim sendo, teremos a seguinte fórmula: QI = 100 x (idade
mental / idade cronológica). No exemplo anteriormente destacado, a criança examinada teria o
QI de 90.

Em síntese:

QI = __Idade mental___ x 100


Idade cronológica

Quanto a idade cronológica não temos grandes dificuldades, sendo o tempo vivido pela
pessoa, analisada em anos, meses, semanas ou dias (nesse caso, consideramos apenas os anos
vividos). O problema é analisar a idade mental. Para definir se o examinado é tido por normal, a
caracterização da idade mental considera o nível intelectual de crianças (níveis inferiores) e
adultos (níveis de normalidade), havendo, inclusive, pessoas cujo índice de intelectualidade
pode estar muito acima do de uma pessoa encarada por normal.

Com base no pressuposto acima, é importante ressalvar que a idade mental em uma
criança normal é equivalente à respectiva idade cronológica, porém o nível mental atinge um
ponto de “saturação” em torno dos 15 anos, instante em que a capacidade intelectual fica
praticamente estagnada. Contudo, há pessoas cujos níveis de inteligência extrapolam muito os
níveis daqueles indivíduos tidos por normais (são os chamados superdotados), da mesma forma
que há indivíduos cujos níveis estão abaixo da média (hipodotados).

Para atingir um nível correto, os cientistas e pesquisadores têm elaborado os mais


variados testes objetivando extrair todas as habilidades do indivíduo examinando. A título de
exemplo, podemos ser citados os seguintes testes de medição do QI:

 Teste de informação (questionário de conhecimentos gerais);


 Teste de compreensão geral (escolha de uma dentre várias respostas);

6
Dicio: <https://www.dicio.com.br/inteligencia/> Acesso em 01 de novembro de 2021.

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 Teste de raciocínio aritmético (questões matemáticas; leva-se em conta o grau de estudo


do examinando);
 Teste de memória para números (nível de controle mental e atenção);
 Teste de semelhança (palavras que se relacionam umas com as outras);
 Teste do arranjo de figuras (gravuras que, colocadas em dada ordem, contam uma pequena
história);
 Teste de completar figuras (completa-se uma figura, onde falta uma peça, oferecendo ao
examinando peças diferentes para que ele a escolha; exemplo: relógio sem ponteiro);
 Teste de desenho de cubos (indicação da sequência de composição das partes de um cubo);
 Teste de números e símbolos (associação de símbolos determinados em razão de uma
velocidade);
 Teste de arranjo de objeto (três ou quatro peças decompostas, cabendo ao examinando
recompô-las);
 Teste de vocabulário (definição de coisas, pessoas e animais visando verificar o raciocínio e
os recursos verbais).

Após finalizados e coletados os resultados dos testes, o examinador será capaz de


delimitar a idade mental do examinado. Importante destacar que, com a finalidade de
padronizar os testes, a idade mental só é analisada até os 15 anos.

Para a Criminologia, o teste do QI é extremamente importante e útil para o diagnóstico


de estados anormais e doentios do desenvolvimento mental, podendo se relacionar com a
consciência do injusto e refletindo diretamente na análise da culpabilidade do agente.

Com base na inteligência, portanto, o indivíduo pode ser classificado em:

✓ Hipofrênico (oligofrenias);
✓ Normal;
✓ Hiperfrênico (genial ou superior).

Cite-se a tabela de QI detalhada por Farias Junior:

Estado mental QI Evolução mental Evolução social

Hipofrenia Abaixo de 90 Abaixo de 12 anos ------------

Incapacidade de cuidar-se e de bastar-se a


1 – Idiota Abaixo de 20 Abaixo de 3 anos
si mesmo

Incapacidade de prover a sua subsistência


2 – Imbecil Entre 20 e 50 Entre 3 e 7 anos
em condições normais

Incapacidade de lutar pela vida em


3 – Débil mental Entre 50 e 90 Entre 7 e 12 anos igualdade de condições com pessoas
normais

Capacidade de prover à vida e de manter


Normal Entre 90 e 120 Entre 12 e 18 anos
relacionamento normal

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Hiperfrenia Acima 120 Acima de 18 anos Excepcional capacidade de assimilação

1 – QI super Entre 120 e 140 Entre 17 e 22 anos Impaciência e irritação

Rapidez de assimilação, que o torna


2 – QI genial Acima de 140 Acima de 22 anos
desajustado ou inadaptado

Muitas expressões se tornaram, ao longo do tempo, pejorativas, a exemplo de


oligofrênicos, idiotas, imbecis, débeis mentais (e até a expressão mais recente “retardados
mentais”).

Diego Luiz Victório Pureza

Advogado.

Professor de Criminologia, Direito Penal e Legislação Penal Especial em diversos cursos


preparatórios para concursos públicos.

Pós-graduado em Ciências Criminai.

Pós-graduado em Docência do Ensino Superior

Pós-graduado em Combate e Controle da Corrupção: Desvios de Recursos Públicos.

Palestrante e autor de diversos artigos jurídicos.

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