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Psicopatologia e Transtornos

Mentais
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Aula 5 – Transtornos Alimentares


Profa. Ma. Elenice Esteves  Pica
 Restritivo/Evitativo
 Anorexia Nervosa

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Transtornos Alimentares

Os transtornos alimentares (TAS) são um problema de


saúde mental global, apresentando números que
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preocupam devido ao crescimento e impacto na qualidade


de vida da população e no ambiente de trabalho.

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Transtornos Alimentares

De acordo com a 11ª edição da Classificação internacional de


doenças (CID-11), da Organização Mundial da Saúda (OMS), e
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pela 5ª edição do Manual diagnóstico e estatístico de


transtornos mentais (DSM-5), da American Psychiatric
Association, os principais transtornos alimentares são: anorexia
(AN) nervosa, bulimia nervosa (BN), transtorno de compulsão
alimentar (TCA) e o transtorno alimentar restritivo evitativo
(TARE).

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Transtornos Alimentares

Os tratamentos indicados para os transtornos alimentares


podem ser condensados em uma tríade: acompanhamento com
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nutricionista, psiquiatra e psicólogos. Essa tríade de tratamento


justifica-se porque os transtornos alimentares são complexos, de
natureza multifatorial, envolvendo comportamentos alimentares
disfuncionais, crenças distorcidas e preocupações extremas
sobre comida, alimentação e com o tamanho, a forma ou o peso
do corpo.

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Transtornos Alimentares

Os tratamentos indicados para os transtornos alimentares


podem ser condensados em uma tríade: acompanhamento com
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nutricionista, psiquiatra e psicólogos. Essa tríade de tratamento


justifica-se porque os transtornos alimentares são complexos, de
natureza multifatorial, envolvendo comportamentos alimentares
disfuncionais, crenças distorcidas e preocupações extremas
sobre comida, alimentação e com o tamanho, a forma ou o peso
do corpo.

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Transtornos Alimentares

A prevalência dos transtornos alimentares, inicia-se na infância e


quando não são tratados adequadamente, continuam na
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adolescência, perpassando para a fase adulta, o que dificulta


ainda mais o tratamento do paciente, e quando persiste a
ausência de tratamento, pode comprometer de forma
significativa a saúde do sujeito, podendo acontecer óbitos.

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PICA
PICA
Características Diagnósticas
A característica essencial da pica é a ingestão de uma ou mais substâncias não nutritivas, não
alimentares, de forma persistente durante um período mínimo de um mês (Critério A), grave o
suficiente para merecer atenção clínica. As substâncias típicas ingeridas tendem a variar com a
idade e a disponibilidade e podem incluir papel, sabão, tecido, cabelo, fios, terra, giz, talco, tinta,
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cola, metal, pedras, carvão vegetal ou mineral, cinzas, detergente ou gelo. O termo não alimentar
está incluso porque o diagnóstico de pica não se aplica à ingestão de produtos alimentares com
conteúdo nutricional mínimo. Geralmente não há aversão a alimentos em geral. É preciso que a
ingestão de substâncias não nutritivas, não alimentares, seja inapropriada ao estágio de
desenvolvimento (Critério B) e não parte de uma prática culturalmente aceita (Critério C). Sugere-
se uma idade mínima de 2 anos para o diagnóstico de pica, de modo a excluir a exploração de
objetos com a boca que acabam por ser ingeridos, normal no desenvolvimento das crianças
pequenas. A ingestão de substâncias não nutritivas, não alimentares, pode ser um aspecto
associado a outros transtornos mentais (p. ex., transtorno do desenvolvimento intelectual
[deficiência intelectual], transtorno do espectro autista, esquizofrenia). Se o comportamento
alimentar ocorrer exclusivamente no contexto de outro transtorno mental, então um diagnóstico
distinto de pica deverá ser feito apenas se o comportamento alimentar for grave o suficiente a
ponto de demandar atenção clínica adicional (Critério D).

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PICA
Marcadores Diagnósticos
Radiografia abdominal simples, ultrassonografia e outros métodos
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de imagem podem revelar obstruções relacionadas a pica. Exames


de sangue e outros testes laboratoriais podem ser usados para
determinar níveis de intoxicação ou a natureza da infecção.
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Transtorno Alimentar Restritivo/Evitativo

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Transtorno Alimentar Restritivo/Evitativo

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Transtorno Alimentar Restritivo/Evitativo

A principal característica diagnóstica do transtorno alimentar


restritivo/evitativo é a esquiva ou a restrição da ingestão alimentar
que está associada com uma ou mais das seguintes consequências:
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perda de peso significativa, deficiência nutricional significativa (ou


impacto na saúde relacionado), dependência de alimentação enteral
(por sonda) ou suplementos nutricionais orais ou interferência
marcante no funcionamento psicossocial (Critério A).

Em alguns indivíduos, a evitação ou a restrição alimentar é baseada


em características sensoriais da qualidade do alimento, como
sensibilidade extrema a aparência, cor, odor, textura, temperatura ou
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Transtorno Alimentar Restritivo/Evitativo

A principal característica diagnóstica do transtorno alimentar


restritivo/evitativo é a esquiva ou a restrição da ingestão alimentar
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que está associada com uma ou mais das seguintes consequências:


perda de peso significativa, deficiência nutricional significativa (ou
impacto na saúde relacionado), dependência de alimentação enteral
(por sonda) ou suplementos nutricionais orais ou interferência
marcante no funcionamento psicossocial (Critério A).

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Transtorno Alimentar Restritivo/Evitativo

A determinação da perda de peso significativa (Critério A1) é um julgamento


clínico; em vez de perder peso, crianças e adolescentes que não concluíram o
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crescimento não mantêm os aumentos de peso e altura esperados em sua


trajetória do desenvolvimento. Da mesma forma, a determinação de
deficiência nutricional significativa (Critério A2) é baseada em avaliações
clínicas (p. ex., avaliação da ingesta alimentar, exames físicos e testes
laboratoriais), e o impacto na saúde física pode ser de gravidade semelhante
ao que é visto na anorexia nervosa (p. ex., hipotermia, bradicardia, anemia).
Em casos graves, em particular em crianças mais novas, a desnutrição é
potencialmente fatal. “Dependência” de nutrição enteral ou suplementos
nutricionais orais (Critério A3) significa que é preciso suplementar a
alimentação para manter a ingesta adequada.
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Transtorno Alimentar Restritivo/Evitativo

A inabilidade em participar de atividades sociais normais, como sair para


comer com outras pessoas, frequentar ambientes escolares ou de trabalho,
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ou manter relacionamentos, devido ao transtorno, indica uma interferência


marcante no funcionamento psicossocial (Critério A4). A ruptura substancial
do funcionamento familiar (p. ex., restrição marcada de alimentos permitidos
em casa ou exigência de fornecer alimentos de mercearias ou restaurantes
específicos) também pode satisfazer o Critério A4.
O transtorno alimentar restritivo/evitativo não inclui evitação ou restrição de
consumo de alimentos relacionados a falta de disponibilidade de comida (p.
ex., insegurança alimentar) ou a práticas culturais (p. ex., jejum religioso)
(Critério B).

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Transtorno Alimentar Restritivo/Evitativo
Fatores de Risco e Prognóstico
Temperamentais. Transtornos de ansiedade, transtorno do espectro autista,
transtorno obsessivo-compulsivo e transtorno de déficit de
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atenção/hiperatividade podem aumentar o risco de transtorno alimentar


restritivo/evitativo ou de comportamento alimentar característico do
transtorno.
Ambientais. Fatores de risco ambientais para o transtorno alimentar
restritivo/evitativo incluem ansiedade familiar. Taxas maiores de perturbações
alimentares podem ocorrer em filhos de mães com transtornos alimentares.
Genéticos e fisiológicos. História de condições gastrintestinais, doença de
refluxo gastroesofágico, vômitos e uma gama de problemas médicos foram
associados a comportamentos alimentares característicos do transtorno
alimentar restritivo/evitativo.
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Anorexia Nervosa

Segundo Cordás e Claudino (2022, p. 5), O “termo “anorexia”


deriva do grego prefixo “an” (privação, negação) e da palavra “orexis”
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(apetite), que significa perda do apetite, termo genérico encontrado em


várias situações médicas”.
Segundo os mesmos autores, foi a partir de 1960, que o número
de pacientes com anorexia nervosa (AN) cresceu, porque foi possível
distinguir esse transtorno dos demais, ou seja, a AN tem aspectos
característicos que a distinguem de outros transtornos não obstante os
avanços na compreensão e no tratamento de transtornos alimentares.

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Anorexia Nervosa

Segundo Cordás e Claudino (2022, p. 5), a psicanalista


americana de origem alemã Hilde Bruch trouxe importante
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contribuição para a compreensão de aspectos psicopatológicos


comuns na AN, ao destacar 3 aspectos fundamentais para a
compreensão desse transtorno: “propôs que a psicopatologia
central da AN compreendia uma constelação específica de
deficiências do ego e da personalidade, consistindo em três
áreas de perturbação do funcionamento:

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Anorexia Nervosa

transtornos da imagem corporal, transtornos na percepção


ou interpretação de estímulos corporais (como
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reconhecimento da fome) e uma sensação paralisante de


ineficiência que invade todo o pensamento e as atividades
da paciente. Na década de 1970, começam a surgir
critérios padronizados para o diagnóstico da AN com base
nos distúrbios psicobiológicos e psicopatológicos,
desenvolvidos para atender tanto as necessidades clínicas
como as de pesquisa. (Cordás e Claudino 2022, p. 9).
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Anorexia Nervosa

Segundo Cordás e Claudino (2022, p. 5), os critérios para


diagnosticar a AN são três:
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I – A perda considerável de peso;


II - A preocupação mórbida com o risco de engordar;
III - Alterações na percepção corporal e disfunções endócrinas.

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Anorexia Nervosa

Os critérios diagnósticos para anorexia nervosa, bulimia nervosa


e transtorno de compulsão alimentar resultam em um esquema
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de classificação que é mutuamente excludente, de maneira que,


durante um único episódio, apenas um desses diagnósticos pode
ser atribuído.
A justificativa para tal conduta é que, apesar de uma série de
aspectos psicológicos e comportamentais comuns, os transtornos
diferem substancialmente em termos de curso clínico, desfecho e
necessidade de tratamento.

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Anorexia Nervosa
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Anorexia Nervosa
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Anorexia Nervosa
Anorexia Nervosa

Subtipos
A maioria dos indivíduos com anorexia nervosa do tipo compulsão
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alimentar purgativa que se envolvem em comportamentos periódicos


de hiperfagia também purga por meio de vômitos autoinduzidos ou faz
uso indevido de laxantes, diuréticos ou enemas. Alguns indivíduos com
esse subtipo de anorexia nervosa não apresentam episódios de
hiperfagia, mas purgam regularmente depois do consumo de
pequenas quantidades de alimento. A alternância entre os subtipos ao
longo do curso do transtorno não é incomum; portanto, a descrição do
subtipo deverá ser usada para indicar os sintomas atuais, e não o curso
longitudinal.
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Anorexia
Características Diagnósticas
Nervosa
A anorexia nervosa tem três características essenciais: restrição
persistente da ingesta calórica; medo intenso de ganhar peso ou de
engordar ou comportamento persistente que interfere no ganho de
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peso; e perturbação na percepção do próprio peso ou da própria


forma. O indivíduo mantém um peso corporal abaixo daquele
minimamente normal para idade, gênero, trajetória do
desenvolvimento e saúde física (Critério A). O peso corporal dessas
pessoas com frequência satisfaz esse critério depois de uma perda
ponderal significativa, porém, entre crianças e adolescentes, pode
haver insucesso em obter o ganho de peso esperado ou em manter
uma trajetória de desenvolvimento normal (i.e., enquanto cresce em
altura) em vez de perda de peso.
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Anorexia
Características Diagnósticas
Nervosa
O Critério A requer que o peso do indivíduo esteja significativamente
baixo (i.e., inferior à faixa mínima normal ou, no caso de crianças e
adolescentes, inferior à faixa mínima esperada). A determinação do
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peso pode ser problemática porque a faixa de peso normal difere


entre indivíduos, e limiares diferentes foram publicados definindo
magreza ou peso abaixo do normal. O índice de massa corporal (IMC;
calculado como o peso em quilogramas dividido pela altura em m2) é
uma medida útil para determinar o peso corporal em relação à altura.
Para crianças e adolescentes, determinar um percentil de IMC por
idade é útil (ver, p. ex., o calculador de percentil de IMC do CDC para
crianças e adolescentes em
https://www.cdc.gov/healthyweight/bmi/calculator.html).
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Anorexia Nervosa
Indivíduos com esse transtorno exibem geralmente medo intenso de
ganhar peso ou de engordar (Critério B). Esse medo intenso de engordar
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não costuma ser aliviado pela perda de peso. Na verdade, a preocupação


acerca do peso pode aumentar até mesmo se o peso diminuir. Indivíduos
mais jovens com anorexia nervosa, bem como alguns adultos, podem não
reconhecer ou perceber medo de ganhar peso. Na ausência de outra
explicação para o peso significativamente baixo, podem ser usados, para
estabelecer o Critério B, a inferência do clínico a partir da história fornecida
por informantes, dados de observação, achados físicos e laboratoriais ou
curso longitudinal indicando seja um medo de ganhar peso, seja
comportamentos persistentes relacionados que impeçam o ganho de peso.

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Anorexia Nervosa
A vivência e a significância do peso e da forma corporal são distorcidas nesses
indivíduos (Critério C). Algumas pessoas sentem-se completamente acima do peso.
Outras percebem que estão magras, mas ainda assim se preocupam com
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determinadas partes do corpo, em particular que o abdome, os glúteos e o quadril


estão “gordos demais”. Elas podem empregar uma variedade de técnicas para
avaliar o tamanho ou o peso de seus corpos, incluindo pesagens frequentes,
medição obsessiva de partes do corpo e uso persistente de um espelho para checar
áreas percebidas de “gordura”. A estima de indivíduos com anorexia nervosa é
altamente dependente de suas percepções da forma e do peso corporal. Perda de
peso é, com frequência, vista como uma conquista marcante e um sinal de
autodisciplina extraordinária, enquanto o ganho de peso é percebido como uma
falha de autocontrole inaceitável. Embora alguns indivíduos com esse transtorno
talvez reconheçam que estão magros, frequentemente não assumem as graves
implicações médicas de seu estado de desnutrição.
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Anorexia Nervosa
Geralmente, o indivíduo é levado à atenção profissional por
familiares depois de perda de peso marcante (ou insucesso em obter
o ganho de peso esperado) ter ocorrido. Se buscam ajuda por si
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mesmos, costuma ser devido ao sofrimento causado por sequelas


somáticas e psicológicas da inanição. É raro uma pessoa com
anorexia nervosa queixar-se da perda de peso por si só. Na verdade,
indivíduos com anorexia nervosa com frequência carecem de insight
ou negam o problema. É, portanto, importante obter informações de
familiares ou de outras fontes para avaliar a história da perda de peso
e outros aspectos da doença.

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Anorexia Nervosa
Desenvolvimento e Curso.

A anorexia nervosa começa geralmente durante a adolescência ou na idade


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adulta jovem. Raramente se inicia antes da puberdade ou depois dos 40


anos, porém casos de início precoce e tardio já foram descritos. O início
desse transtorno costuma estar associado a um evento de vida estressante,
como deixar a casa dos pais para ingressar na universidade. O curso e o
desfecho da anorexia nervosa são altamente variáveis. Indivíduos mais
jovens podem manifestar aspectos atípicos, incluindo a negação do “medo
de gordura”. Pessoas idosas tendem a ter duração mais prolongada da
doença, e sua apresentação clínica pode incluir mais sinais e sintomas de
transtorno de longa data. Os clínicos não devem excluir anorexia nervosa do
diagnóstico diferencial com base apenas em idade mais avançada.
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Anorexia Nervosa
.Desenvolvimento e Curso.

Muitos indivíduos apresentam um período de mudança no comportamento


alimentar antes de preencherem todos os critérios para o transtorno. Alguns
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indivíduos com anorexia nervosa se recuperam inteiramente depois de um


único episódio, alguns exibem um padrão flutuante de ganho de peso
seguido por recaída, e outros ainda experienciam um curso crônico ao longo
de muitos anos. A hospitalização pode ser necessária para recuperar o peso
e tratar complicações clínicas. A maioria dos indivíduos com anorexia
nervosa sofre remissão dentro de cinco anos depois da manifestação inicial
do transtorno. Entre os admitidos em hospital, as taxas de remissão podem
ser menores. A taxa bruta de mortalidade (TBM) para anorexia nervosa é de
cerca de 5% por década. A morte resulta mais comumente de complicações
clínicas associadas ao próprio transtorno ou de suicídio..
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Anorexia Nervosa
Fatores de Risco e Prognóstico

Temperamentais. Indivíduos que desenvolvem transtornos de ansiedade ou


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exibem traços obsessivos na infância estão em risco maior de desenvolver


anorexia nervosa.

Ambientais. A variabilidade histórica e transcultural na prevalência de


anorexia nervosa corrobora sua associação com culturas e contextos que
valorizam a magreza. Ocupações e trabalhos que incentivam a magreza,
como modelo e atleta de elite, também estão associados a um risco maior.

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Anorexia Nervosa
Fatores de Risco e Prognóstico

Genéticos e fisiológicos. Existe maior risco de anorexia nervosa e outros


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transtornos alimentares e psiquiátricos entre parentes biológicos de


indivíduos com anorexia nervosa. Estudos de associação de genoma
começaram a identificar loci específicos de risco, incluindo loci associados a
outros transtornos psiquiátricos e a características metabólicas, como
resistência à insulina e perfil lipídico. Uma gama de anormalidades
cerebrais, muitas sugestivas de processamento anormal do sistema da
recompensa, foram descritas na anorexia nervosa usando tecnologias de
imagem funcional, como imagem por ressonância magnética funcional e
tomografia por emissão de pósitrons. O grau em que esses achados refletem
mudanças associadas a desnutrição versus anormalidades primárias
associadas a esse
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transtorno não está claro..
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Anorexia Nervosa
Marcadores Diagnósticos (tem outros, mas coloquei os visíveis)

Sinais e sintomas físicos.


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Muitos dos sinais e sintomas físicos da anorexia nervosa são atribuíveis à


inanição. A presença de amenorreia é comum e parece ser um indicador de
disfunção fisiológica. Se presente, a amenorreia costuma ser consequência
da perda de peso, porém, em uma minoria dos indivíduos, ela pode, na
verdade, preceder a perda de peso. Em meninas pré púberes, a menarca
pode ser retardada. Além de amenorreia, pode haver queixas de
constipação, dor abdominal, intolerância ao frio, letargia e energia excessiva.
..

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Anorexia Nervosa
Marcadores Diagnósticos (tem outros, mas coloquei os visíveis)

O achado mais marcante no exame físico é a emaciação. É comum haver também


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hipotensão significativa, hipotermia e bradicardia. Alguns indivíduos desenvolvem


lanugo, um pelo corporal muito fino e macio. Alguns desenvolvem edema periférico,
especialmente durante a recuperação de peso ou na suspensão do uso indevido de
laxantes e diuréticos. Raramente, petéquias ou equimoses, normalmente nas
extremidades, podem indicar diátese hemorrágica. Alguns indivíduos evidenciam
tonalidade amarelada na pele, associada a hipercarotenemia. Assim como é visto em
indivíduos com bulimia nervosa, aqueles com anorexia nervosa que autoinduzem
vômitos podem apresentar hipertrofia das glândulas salivares, sobretudo das
glândulas parótidas, bem como erosão do esmalte dentário. Algumas pessoas
podem apresentar cicatrizes ou calos na superfície dorsal da mão pelo contato
repetido com os dentes ao induzir vômitos...
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Anorexia Nervosa
Comorbidade
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Transtornos bipolares, depressivos e de ansiedade em geral ocorrem


concomitantemente com anorexia nervosa. Muitos indivíduos com anorexia
nervosa relatam a presença de transtorno de ansiedade ou de sintomas de
ansiedade antes do início do transtorno alimentar. O TOC é descrito em
alguns indivíduos com anorexia nervosa, especialmente naqueles com o tipo
restritivo. O transtorno por uso de álcool e outras substâncias pode também
ser comórbido à anorexia nervosa, sobretudo entre aqueles com o tipo
compulsão alimentar purgativa.

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Obesidade
A obesidade não está inclusa no DSM-5 como um transtorno mental. A
obesidade (excesso de gordura corporal) resulta do excesso prolongado
de ingestão energética em relação ao gasto energético. Uma gama de
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fatores genéticos, fisiológicos, comportamentais e ambientais que


variam entre os indivíduos contribui para o desenvolvimento da
obesidade; dessa forma, ela não é considerada um transtorno mental.
Entretanto, existem associações robustas entre obesidade e uma série
de transtornos mentais (p. ex., transtorno de compulsão alimentar,
transtornos depressivo e bipolar, esquizofrenia). Os efeitos colaterais de
alguns medicamentos psicotrópicos contribuem de maneira importante
para o desenvolvimento da obesidade, e esta pode ser um fator de risco
para o desenvolvimento de alguns transtornos mentais (p. ex.,
transtornos depressivos).
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CENTRO UNIVERSITÁRIO CATÓLICO ÍTALO BRASILEIRO Medicamentos

Os medicamentos psiquiátricos, psicofármacos ou


psicotrópicos são grupos de substâncias químicas que
trabalham no sistema nervoso central. Por afetarem os
processos mentais, alteram a percepção, emoções e
comportamentos dos pacientes.

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Referências Bibliográficas
AMERICAN PSYCHIATRIC ASSOCIATION. Manual diagnóstico e estatístico de transtornos mentais: DSM-5-TR.
5.ed. rev. Porto Alegre: Artmed, 2022
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CORDÁS, Táki Athanássios (Org.) Transtornos Alimentares: Diagnóstico e Manejo. Porto Alegre: Artmed, 2022

FREITAS, S., GORENSTEIN, C., & APPOLINARIO, J. C.. (2002). Instrumentos para a avaliação
dos transtornos alimentares. Rev Bras Psiquiatr 2002;24(Supl III):34-
8https://doi.org/10.1590/S1516-44462002000700008

MINISTÉRIO DA SAÚDE. Vigitel Brasil 2019: vigilância de fatores de risco e proteção para
doenças crônicas por inquérito telefônico: estimativas sobre frequência e distribuição
sociodemográfica de fatores de risco e proteção para doenças crônicas nas capitais dos 26
estados brasileiros e no Distrito Federal em 2019 [recurso eletrônico] / Ministério da Saúde,
Secretaria de Vigilância em Saúde, Departamento de Análise em Saúde e Vigilância de Doenças
não Transmissíveis. – Brasília: Ministério da Saúde, 2020.
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Obrigada!
Abrace
seu futuro!

elenice.oliveira@italo.edu.br

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