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Nesta secção iremos fazer apenas o estudo da conta de activos tangíveis e da amortização.
Noção e classificação
Sobre a rúbrica investimento de capital agrupam – se todos os bens da empresa que ai
permanecem de uma forma durável e são indispensáveis à actividade que desenvolvem, bem
como as aplicações financeiras de caracter permanente. Desta noção ressaltam três características
fundamentais de que gozam os bens que compõem investimento de capital:
- A posse – só fazem parte do investimento de capital de uma empresa os bens de que é
proprietária. São, pois, de excluir do seu património investimento de capital alugados a terceiros;
- A permanência – esta característica permite distinguir investimento de capital do inventário.
Enquanto os inventários se destinam a ser vendidas após a sua transformação ou aquisição, os
investimentos de capital não se destinam à venda mas sim a serem utilizadas de uma maneira
durável, na empresa;
- A indispensabilidade – o papel desempenhado pelo investimento de capital é determinante,
porque, sem adequado activo fixo, a empresa não conseguirá funcionar em condições normais.
O activo fixo pode ser agrupado nas seguintes categorias, de acordo com a natureza dos seus
elementos constitutivos :
- Investimentos financeiros. Exemplos: aquisição de acções, títulos da divida publica, etc.
- Activos tangíveis. Exemplos: terrenos, maquinas, viaturas, edifícios.....
- Activos intangíveis. Exemplos: trespasse, gastos de instalação e expansão....
32 – activos tangíveis
Fundos investidos, com caracter de permanência (prazo superior a 1 ano), em bens para
utilização da empresa no desenvolvimento da sua actividade. Ex: edifícios, Maquinas
33- Activos intangíveis
Representam direitos ou despesas que pelo seu elevado montante e/ou efeito duradouro na
actividade da empresa constituem valores a repartir por vários exercícios. Ex: gastos de
instalações, alvarás, patentes, etc
34 - Investimentos em cursos
Investimento de capitais corpóreos ainda não concluídos
38 - Amortizações
Repertorio das depreciações ocorridas no investimento de capital, que retiradas a este constituem
o chamado activo tangível líquido
AS AMORTIZAÇÕES
O termo amortização refere-se a depreciação ou desgaste do activo tangível
O investimento em bens do activo tangível é fundamental para o desenvolvimento das
empresas.
Os bens de equipamento, em condições normais, estarão ao serviço das empresas durante um
determinado número de anos (vida útil). Por isso não seria correcto considerar-se como custo de
um único exercício o valor total de aquisição desses bens.
No entanto, a utilização anual do equipamento, bem como o desenvolvimento tecnológico,
originam um desgaste físico e económico do activo tangível, que as empresas devem
contabilizar.
Determinação da quota anual de amortização
Considera-se quota de amortização a parcela de depreciação sofrida pelo activo tangível em
cada ano.
Para-se determinarem as quotas de amortização é necessário conhecer:
- O valor a amortizar - valor de amortização do bem.
- O valor Residual - valor que se espera que venha a ser atribuído ao bem, no fim da vida útil (
valor subjetivo).
- A vida útil do bem (n) – número de anos que se pressupõe que o bem esteja em
funcionamento.
Conhecidos estes elementos, poder-se-ão adotar diferentes critérios de determinação das
quotas anuais:
CRITERIOS ELÁSTICOS As quotas de amortização são fixadas no final de cada ano de vida
útil, tendo em atenção certos factores (desgaste efectivos, preços de mercado, etc.). Consideram-
se critérios elásticos os seguintes:
- Desgaste funcional ou funcionamento efectivo;
- Base dupla.
CRITÉRIOS RIGIDOS
A - Quotas constantes
Este critério pressupõe que o desgaste do bem é diretamente proporcional a sua vida útil, sendo
constante o valor das quotas a amortizar.
Considerando: valor de aquisição do bem (V0), valor residual do bem (VR) , quota de
amortização do ano (Q) , anos de vida útil (n), taxa anual de amortização (i)
EXEMPLO:
A sociedade XPTO - Contabilistas Associados, Lda adquiriu, em 02 – 01 - 2018, uma viatura
POM POM por 1700 000,00, sujeita a IVA a taxa de normal (17%) Prevê-se uma vida útil de 5
anos e um valor residual de 200 000,00. A empresa utiliza o critérios das quotas constantes na
amortização das viaturas. Tarefa a realizar: Elabore o quadro de amortização da viatura
Resolução: Nota: O IVA è dedutível, logo não onera o custo da viatura.
V0 = 1.700.000,00 VR= 200.000,00 n= 5 i= 100% /n = 100% / 5 = 20%
Q = (V0 – VR) / n ou Q = (V0 – VR) x i
Considerando o valor residial Q= (1.700.000,00 – 200.000,00) / 5 = 300.000,00
Sem considerar o valor residual Q = (1.700.000,00 – 0) / 5 = 340.000,00
Contabilização:
Pela aquisição: (32; 4432) a (11; 461)
Pelo registo da amortização no final de cada período: 65 a 38 ---- este é o método indirecto.
Pela retirada do Activo da empresa:
- em caso de ganhos: (763 a 32) pela transferência do valor de aquisição
(38 a 763) pela transferência do total amortizado
( 11/45 a 763) pela alienação, indeminização, …
Tendo como base o exercício exemplo e considerando que a viatura foi alienada (vendida)
em 31 – 12 -2020, por 800.000,00 Mts, teremos:
SEM CONSIDERAR O VALOR RESIDUAL:
V0 = 1.700.000,00 n= 5 Q = (1.700.000,00 – 0) / 5 = 340.000,00
Alienação = 800.000,00
t = tempo vivido ate o momento da retirada do activo da empresa 02/01/2018 a 31/12/2020 = 3
anos
AA = Amortização acumulada ate ao período t = Q x t = 340.000,00 x 3 = 1.020.000,00
VA = Valor actual do activo no momento da retirada = VA – AA = 1.700.000,00 – 1.020.000,00
VA = 680.000,00
Resultado obtido = Valor da alienação – valor actual = 800.000,00 – 680.000,00 = 120.000,00
Resultado obtido= Mais valis= + 120.000,00
Contabilização:
No momento da aquisição: (32 – 1.700.000,00 ; 4432 -289.000,00) a ( 11/46 –1.989.000,00)
Pela amortização feita no final de cada período: 65 a 38
Pela alienação (em 31 /12/2020):
763 a 32 --- 1.700.000,00 38 a 763 ----- 1.020.000,00 11 a 763 ------ 800.000,00
NB: As contas 32, 38 estarão saldadas ; o saldo da conta 768 estara a refletir o resultado obtido.
Se a viatura tivesse sido alienada por 600.000,00 Mts o resultado da aliencao seria Menos
valia
Resultado obtido = Valor da alienação – valor actual = 600.000,00 – 680.000,00 = - 80.000,00
Resultado obtido= Menos valis= - 80.000,00
2. CRITÈRIOS ELÁSTICOS
D - Desgaste funcional ( ou funcionamento efectivo)
As quotas de amortização determinadas por este critério têm por base o nº de unidades de
actividade previstas para a vida útil do bem imobilizado (kms, horas de funcionamento, produtos
fabricados, etc).
Consideremos:
AT = Actividade total prevista
Ap = Actividade do período
Q= amortização do período
Q = (V0 – VR) / AT
Qt = amortização do período t = Q x Apt
Admitindo que a viatura do exercício exemplo estava prevista caminhar no total 300.000 km
durante os 5 anos previstos para a sua vida útil. Sabendo ela funcionou 50.000 kms, 90.000 kms,
60.000 kms. 30 kms e 70 kms, consecutivamente, determine a amortização de cada período.
Sem considerar o valor residual:
Q = (1.700.000,00 – 200.000,00) / 300.000 = 5
Q1 = 5 x 50.000 = 250.000,00
Q2 = 5 x 90.000 = 450.000,00
Q3 = 5 x 60.000 = 300.000,00
Q4 = 5 x 30.000 = 150.000,00
Q5 = 5 x 70.000 = 350.000,00
D – Base dupla
Este critério resulta da associação do anterior com o critério das quotas constantes, o que o torna
muito moroso. A quota anual de amortização obtém-se pela diferença entre o maior das
amortizações acumuladas no exercício e as amortizações acumuladas do exercício anterior.
EXERCICIOS
I
Nas questões apresentadas Indique a opção certa
1 – Uma máquina adquirida por 800.000,00 Mts em 1 de Abril de 2014, atribuída uma taxa de
amortização de 12.5%, foi em 1 de Outubro de 2018 alienada com uma margem de lucro de
20%. A mais-valia foi de:
Q = (V0 – VR) x i
AAt = Q x t
VA = VO - AAt
2 – Uma maquina adquirida por 20.000.000,00 Mts, atribuída um valor residual 400.000,00 Mts,
amortizada a uma taxa de 5%, foi no final do 7º ano alienada por 15.000.000,00 Mts. A margem
obtida foi de:
a) 6.860.000,00 Mts
b) 1.860.000,00 Mts
c) 2.260.000,00 Mts
3---Uma máquina que foi comprada à 3 anos por 52.000,00 meticais, sofreu um acidente tendo
ficado totalmente danificada. A máquina estava depreciada em 33.000,00 meticais. A companhia
de seguro indemnizou a empresa por 20.000,00 meticais. O saldo devedor da conta 6833 Outros
Gasto e Perdas Operacionais – Sinistro é de:
a) 19.000
b) 32.000
c) 1.000
d) 0
e) -1000
VA = 52.000 – 33.000 = 19.000,00
Para este exercício devia se ter usado a conta 783 e não 683, visto que se fica com um saldo
positivo de 1.000,00
II
4- Uma prateleira adquirida por 80.000,00 Mts em 2 de Janeiro de 2011, atribuída um período de
vida de 8 anos, e um valor residual de 10.000,00 Mts, foi em 1 de Julho de 2016, retirada da
empresa por se encontrar em mau estado de conservação.
5- Uma maquina adquirida em 30 de Junho de 2011, por 340.000,00 Mts , atribuída um valor
residual de 40.000,00 Mts e uma taxa de amortização de 10%, em 31 de Dezembro de 2017,
sofreu um incendio, danificando-se na totalidade. A EMOSE ficou por indemnizar em 80%.
6- Um edifício adquirido por 900.000,00 Mts, atribuído um período de vida de 20 anos, foi no
final do 14- ano trocado por um armazém avaliado em 500.000,00 Mts, tendo a diferença sido
paga por cheque.
7- Uma viatura adquirida por 240.000,00 Mts, amortizada a uma taxa 20%, foi no final do 3º ano
trocada por uma outra avaliada em 80.000,00 Mts. Tendo a diferença ficado por se pagar a 30
dias
8- Uma maquina adquirida por 600.000,00 Mts em 30 de Marco de 2005 e amortizada a uma
taxa de 5%, foi em 2 de Janeiro de 2017, vendida com uma mais valia de 40%.
Pretende-se: A contabilização destas operações no diário geral ( so no momento da
retirada)