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Artur Mendes Batista — 01502333

Débora Raquel Silva Oliveira Leite — 01507666


Eros Vinicius da Silva Cruz — 01513876
Márcia Katelly Ferreira de Souza — 01496554
Naryan Hanah Barbosa De Souza Santos — 01514379

RELATÓRIO SOBRE O CASO DE QUEIXA-CRIME DE PESSUTI CONTRA REQUIÃO


INQUÉRITO 3.526 DISTRITO FEDERAL

Serra-Talhada
2024
O Inquérito 3.526, julgado pelo Supremo Tribunal Federal (STF), envolve uma queixa-crime
proposta por Nelson Pessuti contra o Senador da República Roberto Requião de Mello e Silva. O
cerne da questão reside na alegação de que o Senador teria imputado crimes contra a
Administração Pública a Nelson Pessuti, incautamente e com a clara intenção de ferir sua honra,
por meio de uma notícia divulgada em um microblog. A controvérsia suscitada nesse processo
abarca não apenas a veracidade das acusações, mas também questões processuais e legais que
permeiam a validade da queixa-crime apresentada.
A argumentação apresentada pelo Senador, por meio de sua defesa, levantou questões
relevantes, tais como vício de representação, ofensa ao princípio da indivisibilidade da ação penal,
não preenchimento dos requisitos legais e a alegação de inocorrência dos crimes de calúnia e
difamação. Além disso, a Procuradoria-Geral da República manifestou-se pela rejeição da queixa-
crime, corroborando a posição do STF.
• Fundamentos da Decisão:
O Senador apresentou argumentos contestando a queixa-crime, incluindo vício de
representação, ofensa ao princípio da indivisibilidade da ação penal, não preenchimento dos
requisitos do artigo 41 do CPP e a inocorrência dos crimes de calúnia e difamação.
A Procuradoria-Geral da República manifestou-se pela rejeição da queixa-crime.
O Relator, Ministro Luís Roberto Barroso, considerou a falta de apresentação da cópia da página
da rede social em que foi veiculada a notícia, juntamente com a declaração de uma pessoa que
visualizou a publicação, como um fator relevante para a rejeição da queixa-crime.
• Conclusões do Acórdão:
A queixa-crime foi rejeitada por violação ao princípio da indivisibilidade da ação penal e pela falta
de elementos probatórios adequados para embasar a acusação.
A Procuradoria-Geral da República concordou com a rejeição da queixa-crime, reforçando a
decisão do STF.
• Capacidade Postulatória de Pessuti:
A capacidade postulatória refere-se à capacidade da parte para estar em juízo e propor ação
penal privada.
• Princípio da Oportunidade:
O princípio da oportunidade permite ao Ministério Público avaliar a conveniência e a
oportunidade de promover a ação penal. No entanto, na ação penal privada, a iniciativa de propor
a queixa-crime cabe exclusivamente ao ofendido ou seu representante legal, não estando
condicionada à avaliação de oportunidade pelo Ministério Público.
• Indivisibilidade da Ação Penal Privada:
“Por indivisibilidade da ação penal deve-se entender a
impossibilidade de se fracionar a persecução penal, isto é, de
se escolher ou optar pela punição de apenas um ou alguns dos
autores do fato, deixando-se os demais, por qualquer motivo,
excluídos da imputação delituosa.” (E. Pacelli de Oliveira.
Curso de processo penal, 2014, p. 153).
A indivisibilidade da ação penal privada determina que a queixa contra qualquer dos autores do
crime obriga ao processo de todos, garantindo a responsabilização de todos os envolvidos na
conduta criminosa.
Com isso, a decisão do Supremo Tribunal Federal de rejeitar a queixa-crime, fundamentada na
violação ao princípio da indivisibilidade da ação penal e na ausência de elementos probatórios
suficientes, ressalta a importância do devido processo legal e da observância rigorosa das normas
processuais.
A análise minuciosa dos argumentos apresentados pelas partes, da manifestação da
Procuradoria-Geral da República e das considerações do Relator do caso evidencia a necessidade
de respeitar os princípios fundamentais do direito, garantindo a proteção dos direitos individuais e
a preservação da ordem jurídica. A rejeição da queixa-crime não apenas resguarda a integridade
do sistema de justiça, mas também reforça a importância da apresentação de provas robustas e da
observância dos requisitos legais para embasar acusações criminais.
Nesse sentido, a decisão do STF no Inquérito 3.526 destaca a relevância da imparcialidade, da
legalidade e da justiça no exercício da função jurisdicional, contribuindo para a consolidação do
Estado Democrático de Direito. A análise cuidadosa dos fundamentos e desdobramentos desse
caso oferece insights valiosos sobre a aplicação do direito penal, a proteção dos direitos individuais
e a importância da observância dos princípios processuais para a garantia de um julgamento justo
e equitativo.
Em última análise, a rejeição da queixa-crime no Inquérito 3.526 representa não apenas uma
decisão jurídica, mas também um marco na defesa da legalidade, da justiça e da equidade no
âmbito do sistema judiciário brasileiro, reafirmando o compromisso com a proteção dos direitos
fundamentais e a promoção de uma sociedade pautada pelos valores democráticos e pelo respeito
ao Estado de Direito.

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