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PROPÓSITO
Discutir a passagem da cultura impressa para a digital a fim de identificar diferentes práticas de
produção e consumo da informação de acordo com os meios e compreender o cenário atual de
mídia e suas potencialidades.
OBJETIVOS
MÓDULO 1
MÓDULO 2
MÓDULO 3
MÓDULO 4
MÓDULO 1
Mas nem sempre o meio impresso esteve entre os mais prestigiados. O filósofo francês Régis
Debray (1993), em seu livro Curso de Midiologia Geral, ressalta que, no início de sua utilização,
o papel não desfrutava de credibilidade. Prova disso foi o fato de as universidades terem
mantido durante muito tempo os canudos de formatura confeccionados com pele para a
colação dos alunos. Posteriormente, foi a vez de os livros de bolso provocarem indignação nos
meios literários por serem vistos como uma profanação do livro convencional. Portanto, assim
como Mouillaud, Debray acredita que não há como se menosprezar o valor simbólico da
materialidade dos suportes.
VALOR SIMBÓLICO DA MATERIALIDADE DOS
SUPORTES
Não é à toa que ouvimos com frequência as expressões “Deu no jornal” ou “Vi na televisão”
como sinônimos de credibilidade. Uma pesquisa do Datafolha (MARQUES, 2020), realizada em
meio à pandemia de coronavírus, revelou que programas jornalísticos da TV (61%) e jornais
impressos (56%) lideraram no índice de confiança do público, seguidos de programas
jornalísticos de rádio (50%) e sites de notícias (38%). Podemos partir da premissa de que as
principais notícias, como decisões e pronunciamentos de autoridades e organismos
internacionais, foram informadas por todos os veículos. Entretanto, o jornal e a TV despontam
como mais merecedores de crédito por parte da população do que os sites.
Voltando a McLuhan, ele sustenta que a forma como experimentamos a realidade é mediada
pelos sentidos. Desse modo, cada meio de comunicação acionaria predominantemente um ou
vários sentidos humanos. Cada novo meio introduzido alteraria a relação entre os nossos
sentidos, modificando nossa forma de experimentar o mundo. Embora seus estudos tenham
sido motivados pelo advento da televisão, McLuhan volta à época da tradição oral, antes da
invenção da escrita, para fazer valer seu raciocínio.
ALFABETO FONÉTICO
BARBOSA, 2017.
A prensa de Gutenberg, para McLuhan, acelerou ainda mais a característica visual de nossa
cultura devido à uniformidade no formato das letras. Ele demarca uma diferença crucial entre a
cultura manuscrita e a impressa. Na primeira, a leitura era ainda mais social, feita em voz alta,
não havia índice nem numeração das páginas, como nos livros. Com a prensa de Gutenberg,
tem origem um processo de mecanização, que inaugura o modo linear de produção. A leitura
passa a ser predominantemente silenciosa, nossos olhos passam a acompanhar as páginas da
esquerda para a direita e as frases e orações dependem de uma relação de causalidade entre
elas.
Prensa de tipos móveis de 1811, em exposição em Munique, Alemanha.
MCLUHAN, 1969.
Se, por um lado, a cultura escrita permitiu a expansão do conhecimento, por outro reduziu a
comunicação ao aspecto visual. A era eletrônica estaria recriando um mundo à imagem de uma
“aldeia global”, a partir do advento da TV. Até o surgimento da televisão, vivíamos na "Galáxia
de Gutenberg". Para McLuhan, a evolução dos meios de comunicação de massa estaria
reorganizando nossas percepções e nos levando de um mundo linear e tipográfico para um
mundo audiotátil, tribalizado e cósmico da era eletrônica.
ALDEIA GLOBAL
Quando Marshall McLuhan cunhou o termo “aldeia global”, a internet estava restrita aos
circuitos militar e acadêmico norte-americanos e ainda estávamos distantes do uso de
computadores pessoais.
Mas se alguém tinha dúvidas sobre esse conceito inicialmente pensado em relação à televisão,
ele foi concretizado na web: estamos conectados 24 horas por dia ao redor do mundo e sem
obstáculos geográficos.
Veja alguns exemplos desses meios e tente identificar as razões pelas quais eles foram
definidos como quentes ou frios.
Alfabeto Caricatura
Filme Desenho
Fotografia Fala
Jornal Hieróglifos
Palestra Telefone
Rádio Televisão
Quantas vezes você já não assistiu a uma palestra e ficou bocejando? E quantas conversas ao
telefone não te deixaram entusiasmado? Então a palestra não deveria ser considerada “fria” e
o papo ao telefone “quente”?
O pensamento de McLuhan vai contra o senso comum em relação ao que nos acostumamos a
perceber como “quente” e “frio”. Os meios quentes, para ele, seriam os que prolongam um
dos nossos sentidos e em “alta definição”, ou seja, nos suprem com uma elevada
clareza de informação. Se o meio nos proporciona uma mensagem de fácil compreensão ou
“mastigada”, como diríamos na gíria, os nossos sentidos são pouco requisitados para a
recepção da mensagem. O rádio, por exemplo, pela definição de McLuhan, estenderia a
audição. Já o telefone, embora dependa da audição, seria “frio” porque tanto o emissor como o
receptor precisam participar da conversa para completar a mensagem.
A primeira imagem transmitida por ondas de televisão pela NBC foi de um boneco do Gato
Félix
Quando recebemos uma informação por um meio frio, precisamos acionar mais de um sentido
para compreendê-la. É o que acontece com a televisão, em que visão e audição se articulam.
Além disso, as observações de McLuhan se referem aos primórdios da televisão, quando a
baixa definição da imagem exigia do telespectador um esforço maior para decodificar a
mensagem. A título de exemplo, veja como era a definição da imagem do Gato Félix em 1928.
A extensão exigiria um processo de “autoamputação” realizado pelo nosso corpo para aliviar a
perturbação dos meios sobre o nosso sistema nervoso central. A adoção dessas extensões
acionaria em nós essa autoproteção com o entorpecimento da área prolongada. Esse estado
de êxtase revelaria a incorporação de um novo aparato tecnológico por nós.
Determinismo é a doutrina filosófica que defende que os fenômenos têm relação causal e
necessária. Mas é usado em um sentido mais geral para dizer que o meio em que as pessoas
estão inseridas as determinaria de maneira inescapável, uma leitura reducionista da
causalidade.
Estudos que investigam as relações entre a oralidade e a escrita muitas vezes estabelecem
uma oposição ou subordinação entre os dois universos ou ainda uma linha evolutiva, como foi
o caso de McLuhan, que demarcou a passagem da oralidade para a escrita a partir da
invenção do alfabeto fonético. Mas será que deixamos de ser uma sociedade oral com a
invenção da escrita e da tipografia?
Paul Zumthor está entre os críticos de McLuhan, embora reconheça a importância de suas
contribuições. Para ele, existem três tipos de oralidade:
PAUL ZUMTHOR
Paul Zumthor (1915-1995) foi um importante linguista, crítico literário e historiador da literatura
suíço.
ORALIDADE PRIMÁRIA
Característica das sociedades que não têm contato algum com a escrita.
ORALIDADE MISTA
Ocorre quando as linguagens oral e escrita estão presentes, mas a influência da escrita é
apenas parcial.
ORALIDADE SECUNDÁRIA
Caracterizaria as culturas letradas, em que a voz e o imaginário perderam força.
A diferença é que, para Zumthor, as existências desses tipos de oralidade não estariam
condicionadas a uma linha evolutiva. Elas dependeriam do contexto cultural de cada
sociedade.
ORALIDADE E ESCRITA COEXISTIRAM SEMPRE, EM
ÉPOCAS HISTÓRICAS, E SUAS DIFERENÇAS AFETAM
A MENSAGEM DE MODO MENOS DEMARCADO DO
QUE FEZ ACREDITAR MCLUHAN.
ZUMTHOR, 2014.
Um exemplo evidente seria pensar nas aldeias indígenas, marcadas pela oralidade ainda no
século XXI. Entretanto, mesmo nas grandes capitais, não podemos supor que o sucesso da
troca de mensagens em áudio por aplicativos de conversas, como o WhatsApp, revela o
aspecto oral de uma cultura? Pesquisa realizada pela empresa Panorama Mobile Time/Opinion
Box revelou que 76% dos brasileiros enviam mensagens por áudio na plataforma. Não à toa o
fundador do WhatsApp, Brian Acton, afirmou, em entrevista à Revista Exame, que os
brasileiros amam ligar e mandar áudios. (AGRELA, 2017)
Outra crítica comumente dirigida a McLuhan gira em torno de seu aforismo “o meio é a
mensagem”. De acordo com o teórico, são os meios que determinam as mudanças culturais
em nossos comportamentos. Essa visão, para muitos críticos, privilegia o aspecto tecnológico e
menospreza o cultural, ou seja, a ação humana. Sem referir-se ao canadense, o filósofo Pierre
Lévy (2000) indiretamente questionou suas afirmações ao voltar-se contra o determinismo
tecnológico. Ele prefere utilizar o termo “condicionamento tecnológico”. Assim, as invenções
tecnológicas apenas seriam parte do ambiente de transformação cultural de nossas
sociedades. O homem tipográfico, por exemplo, não teria sido determinado pela prensa de
Gutenberg, mas condicionado por ela. As tecnologias ajudariam a compor os cenários de
transformação, mas as mudanças não dependeriam exclusivamente delas.
Pierre Lévy
AFORISMO
Aforismo: Máxima ou sentença que em poucas palavras contém uma regra ou um princípio de
alcance moral.
Outro crítico de McLuhan é Umberto Eco, autor do livro Apocalípticos e Integrados (1979), em
que critica tanto os defensores quanto os detratores da indústria cultural. Um dos grandes
problemas do pensamento de McLuhan, para Eco, seria a falta de conceituação sobre meios,
mídias e mensagens. McLuhan se referia indistintamente a eles. Além disso, Eco aponta que o
conteúdo importa sim. O modo como os meios são percebidos por cada indivíduo e os
contextos político, histórico e sociocultural em que as mensagens se inserem têm de ser
levados em conta para uma análise estrutural dos meios de massa.
UMBERTO ECO
Umberto Eco (1932-2016) foi um escritor, filósofo e linguista, titular da cadeira de Semiótica e
diretor da Escola Superior de Ciências Humanas na Universidade de Bolonha. Além de
acadêmico e articulista de jornal, escreveu romances de grande notoriedade, entre os quais O
Nome da Rosa e O pêndulo de Foucault.
As críticas mais contundentes se referiram ao conceito de meios quentes e meios frios. Para
James Carey, eles são o ponto fraco da obra do canadense, aponta Barbosa (2017). O grande
problema é que a classificação proposta por McLuhan não leva em conta as mudanças das
características dos meios com o passar do tempo. Atualmente, classificar a televisão como um
meio frio soa problemático, com TVs apresentando as imagens em alta definição. Em 1948,
poderia fazer sentido, já que a TV tinha menos linhas de definição e, portanto, uma qualidade
de imagem que era inferior em relação aos filmes, considerados como meios quentes. Como
observa Carey:
JAMES CAREY
James William Carey (1934-2006) foi um teórico de comunicação americano, crítico de mídia e
instrutor de jornalismo na Universidade de Illinois e, mais tarde, na Universidade Colúmbia.
A televisão seria um meio mais frio em relação ao rádio. E, mesmo assim, em determinado
período. Seguindo os argumentos de Carey, seria mais produtivo enxergar essa classificação
entre meios quentes e meios frios como relativa, dependendo das mudanças que os meios
sofressem em sua estrutura e seu conteúdo. Em tempos de convergência, por exemplo, seria
ainda possível afirmar que o rádio é um meio quente diante do cenário de interatividade que se
verifica atualmente, em que o ouvinte participa até da programação, entrando ao vivo no ar?
Para recapitular a diferença e alguns questionamentos a respeito de meios quentes e meios
frios, assista ao vídeo abaixo.
VERIFICANDO O APRENDIZADO
MÓDULO 2
HIBRIDISMO E REMEDIAÇÃO
Vimos que a classificação de McLuhan sobre os meios quentes e frios ficou datada. Entretanto,
seu pensamento voltou a ser valorizado com a internet pelo fato de o meio permitir um
hibridismo entre as linguagens impressa, sonora, audiovisual e tátil se as consumirmos nos
smartphones.
McLuhan percebia que, num primeiro momento, todo meio novo busca incorporar os meios que
o precederam e referenciá-los. Assim, cada meio tornava-se o conteúdo do que substituía:
A fotografia e o romance tornaram-se o conteúdo do filme
O filme tornou-se o conteúdo da TV
Ou seja, uma mídia era sempre assimilada ou representada na mídia mais nova.
O termo hibridização foi usado por McLuhan na década de 1960 para caracterizar as
mudanças provocadas pela introdução e disseminação da televisão. No século XXI, voltou a
ficar atual com a convergência entre as mídias possibilitada pela rede mundial de
computadores.
SAIBA MAIS
Parte das críticas a Marshall McLuhan se deram também pela incompreensão à sua forma de
se expressar, adaptando frases de outros autores e empregando metáforas, exemplos e
aforismos. De acordo com Barbosa (2017), a forma de escrever do autor lembrava um
mosaico, em vez de seguir uma linearidade sequencial da escrita. Ao tentar romper com a ideia
de causalidade e sequência, McLuhan se expressava em livros de maneira não convencional,
usando o meio como forma de crítica a uma de suas principais características: a linearidade.
Seu livro O meio é a massagem: um inventário de efeitos, de 1967, é um exemplo disso.
O MEIO É A MASSAGEM
O título do livro teria sido resultado de um erro tipográfico, segundo um sobrinho de McLuhan,
que ao voltar do tipógrafo atentou que no lugar da palavra message (mensagem) havia a
palavra massage (massagem). McLuhan, na ocasião, preferiu o título com o erro, alegando que
estava na proposta certa, e levava a refletir sobre os demais sentidos sensórios. As edições
brasileiras têm o nome tanto de O meio é a mensagem, quanto O meio é a massagem.
Esse processo de incorporação de um meio pelo outro foi chamado de “remediação” por Bolter
e Grusin (2000). Os autores analisaram os diferentes graus em que as mídias digitais
“remediam” as anteriores, surgidas na era analógica dos meios de comunicação de massa.
BOLTER E GRUSIN
Em seu livro Remediation: Understanding New Media (2000), Bolter e Grusin fazem uma
releitura do clássico de McLuhan Understanding media: the extensions of man.
Como o jornal, o cinema, o rádio e a televisão estão representados na internet? Para Bolter e
Grusin, os níveis de incorporação variam da absorção total à parcial de uma mídia pela outra:
Absorção total
Absorção parcial
As diferenças entre os antigos e novos meios se sobressaem, sem que isso resulte, no
entanto, no apagamento da mídia anterior.
Voltando ao exemplo dos sites da Folha de S. Paulo, da CBN e do Jornal Nacional, em que
grau desse fenômeno você acha que eles se encontram? Certamente não é o de absorção
total, já que ainda notamos neles, claramente, traços da mídia anterior que remediaram: o
rádio, o jornal e a TV.
Importante notar que, para os autores, o processo de remediação, entretanto, age nos dois
sentidos: tanto da mídia anterior para a nova quanto da nova para a que a antecedeu. Como
exemplo, eles citam os filmes que incorporaram características das mídias digitais, como a
computação gráfica, num movimento que parte da mídia mais nova para uma anterior: o
cinema. Quantas vezes você já deve ter visto diálogos de aplicativos de mensagens projetados
na tela de cinema, simulando o diálogo entre os personagens que estão usando seus
smartphones em cena? Ou tweets reproduzidos em páginas impressas? Na visão de Bolter e
Grusin, o processo de remediação é inevitável: todo meio estaria absorvendo o outro.
Manovich (2003), ao analisar as chamadas novas mídias – ou mídias digitais – observou que
elas se nutrem das características das velhas, tornando-se, assim, metamídia. O grande
divisor de águas entre elas seria a migração das mídias para o software, que permite novas
formas de distribuição e interatividade. Entretanto, as novas mídias se valem das convenções
culturais já existentes e construídas pela chamada velha mídia.
VILÉM FLUSSER
Grande pensador da comunicação sob um viés filosófico, Vilém Flusser (1920-1991), nascido
em Praga, refugiou-se do nazismo mudando-se para o Brasil e se naturalizando brasileiro.
Comecemos pelo rádio. Embora tenha classificado o rádio como um meio quente pela baixa
participação do público, McLuhan, por outro lado, escreveu o texto Rádio, o tambor tribal, o
trigésimo capítulo do clássico Understanding Media: The Extensions of Man, em que discorre
sobre como o rádio restabeleceu uma conexão íntima com a cultura oral.
O meio, com seu poder de envolver, teria alargado a audição, como notam Del Bianco e
Meditsch (2005). McLuhan, apontam os autores, recorreu à metáfora do tambor tribal para
definir o rádio como uma tecnologia que fortalece a conexão do homem com o grupo, com a
comunidade, que foi capaz de reverter rapidamente o individualismo do homem
tipográfico para o coletivismo. O rádio, para Del Bianco, trouxe à tona ecos de antigos
tambores tribais.
ESSA FORÇA ARCAICA DO RÁDIO, SEGUNDO
MCLUHAN, ESTÁ NA PRÓPRIA NATUREZA
TECNOLÓGICA DO MEIO. AO PRODUZIR IMAGENS
AUDITIVAS, O RÁDIO CRIA UM AMBIENTE
TOTALMENTE INCLUSIVO E ABSORVENTE QUE
PROPICIA ÀS PESSOAS UM MUNDO PARTICULAR EM
MEIO ÀS MULTIDÕES. ALARGA O SENTIDO DA
AUDIÇÃO E AS FACULDADES HUMANAS, TORNANDO-
SE UMA EXTENSÃO DO SISTEMA NERVOSO
CENTRAL. POR ESSA CARACTERÍSTICA, ALTERA OS
ÍNDICES DE SENSIBILIDADE OU MODOS DE
PERCEPÇÃO DE QUEM TRANSITA EM AMBIENTES
MOLDADOS POR ELE.
Em relação à televisão, à mídia digital e à mídia impressa, alguns autores defendem que nelas
a imaginação seja limitada pela presença de imagens. O argumento vai na contramão de
McLuhan. Como já vimos, desde então, a configuração da TV se modificou.
Pode soar estranho atualmente imaginar que uma TV nos anos 1960 pudesse acionar um
mundo audiotátil, e não audiovisual, como defendia McLuhan. Com alta definição e som
surround, agora a televisão se aproxima mais da experiência audiovisual do cinema. Estivesse
exagerando ou não, o autor canadense foi um visionário. E não se pode esquecer das smart
TVs, que podem inclusive ser acionadas por gestos. Já poderíamos afirmar que a TV é
audiovisual e tátil. E podemos ir além se considerarmos o uso crescente de dispositivos
acionados por comando de voz interconectados com os smartphones.
OS DISPOSITIVOS MÓVEIS E A
TACTILIDADE
É possível notar a influência da materialidade como impulsionadora de uma nova linguagem no
conteúdo produzido para telas sensíveis ao toque, como os smartphones e os tablets. Palácios
e Cunha (2012), ao analisarem os impactos desses novos dispositivos sobre o jornalismo,
enumeraram a tactilidade como mais um atributo do ciberjornalismo contemporâneo, além da
multimidialidade, hipertextualidade, interatividade, customização, memória e da
instantaneidade. Embora tenham analisado os efeitos sobre o jornalismo, cabe ressaltar que as
conclusões a que chegaram se aplicam a quaisquer produtos desenvolvidos para esses meios.
DIFERENTEMENTE DE RECURSOS COMO A
“MULTIMIDIALIDADE” E A “MEMÓRIA”, QUE NOS
PRIMÓRDIOS DA INTERNET ERAM APENAS
POTENCIALIDADES, A TACTILIDADE JÁ NASCE
PLENAMENTE APROPRIÁVEL PARA UTILIZAÇÕES EM
APLICATIVOS CRIADOS PARA PLATAFORMAS
MÓVEIS. SEU USO NÃO ESTÁ LIMITADO POR
BARREIRAS TÉCNICAS, MAS APENAS CIRCUNSCRITO
PELA CAPACIDADE CRIATIVA PARA UM MELHOR
APROVEITAMENTO.
No artigo Duas telas, dois caminhos: a produção de notícias para celular e tablet no panorama
dos jornais brasileiros, Barsotti e Aguiar (2014) sustentam que a produção de produtos
jornalísticos para tablets possibilitou o surgimento de uma nova linguagem nesses dispositivos.
Eles observaram que, nos produtos jornalísticos para smartphones, a tactilidade se revelava
apenas no ato do consumo, já que as redações, à época, só reproduziam automaticamente
para as telas de celulares os seus sites, fazendo uma operação de transposição.
A LINGUAGEM HIPERMÍDIA E A
INTERATIVIDADE
Interação é a palavra-chave para a compreensão da mudança radical de um consumo mais
passivo de informação que caracterizou a era dos meios de comunicação de massa para um
mais ativo na era digital. Bardoel e Deuze (2001) identificaram quatro características do
jornalismo online que se aplicam de modo geral aos produtos veiculados na rede mundial de
computadores: a hipertextualidade, a interatividade, a mutimidialidade e a customização de
conteúdo.
A interatividade na web pode acontecer de várias formas. Para alguns autores, ela é múltipla,
de modo que não é possível falar de interatividade no singular. Segundo Mielniczuk (2001), ela
estaria presente em uma série de processos.
Diante de uma tela de computador conectado à internet, o usuário estabelece relações:
com a máquina
com o conteúdo
com outras pessoas – seja o autor ou outros leitores
MIELNICZUK, 2001.
No trecho destacado, a autora indiretamente está abordando outra característica gerada pela
navegação na web: a customização. No exemplo, ela menciona a customização gerada pelo
percurso de leitura escolhido pelo usuário por meio dos hiperlinks. Nenhum produto será único,
já que existem escolhas o tempo inteiro a serem feitas pelo usuário, como em um jogo.
Dependendo das opções que façam, os usuários serão apresentados a diferentes alternativas
de leitura.
A customização tem duas outras faces: em muitos sites e aplicativos, o usuário configura os
produtos de acordo com suas preferências. Entretanto, existe ainda uma customização
algorítmica nas redes sociais e nos mecanismos de busca. Por meio do nosso comportamento
ao navegarmos na web, os algoritmos presentes nessas plataformas filtram o que nos será
mostrado e ocultado.
No vídeo a seguir, Anderson Lopes, doutor em Ciências da Comunicação pela USP, explica os
dilemas da customização e da cultura algorítmica.
Por fim, resta descrever os efeitos da hipertextualidade. A conexão entre os textos por meio de
links rompe com a linearidade da leitura tal como no texto impresso. Essa característica da
linguagem digital também contribui para a personalização do conteúdo, já que cada leitor
escolherá seu caminho de leitura. É claro que, no jornal impresso, você também poderia ler
apenas o primeiro parágrafo de uma notícia, abandoná-la e decidir pular da Política para o
Caderno de Esportes, por exemplo. Ainda assim, o “cardápio” de notícias ofertado a você seria
composto apenas pelas notícias que aconteceram no dia anterior.
Na televisão e no rádio, o telespectador poderia trocar de canal ou estação quantas vezes
quisesse. Portanto, já havia interatividade, mas as escolhas do leitor, ouvinte e telespectador
eram limitadas pela grade de programação ou pelo tamanho do jornal. Na web, a liberdade de
escolhas é infinita.
VERIFICANDO O APRENDIZADO
MÓDULO 3
Você já assistiu a Black Mirror: Bandersnatch? No filme, os usuários podem decidir cinco finais
possíveis para o personagem Stefan, um jovem programador que desenvolve um game nos
anos 1980 que começa a misturar a realidade com o mundo virtual. O destino do personagem
principal é fruto das escolhas dos usuários. Foi a primeira experiência interativa do serviço de
streaming Netflix.
Outro exemplo são os QR codes que têm aparecido em intervalos comerciais de TV, para que
se saiba mais sobre alguma oferta. Ou, em uma emissão de rádio, o âncora anunciar que
determinado ouvinte está enviando informações por WhatsApp. Ou, ainda, a escolha de
assentos nas compras online para ir fisicamente assistir a um filme. Ainda será possível
distinguir tão marcadamente as mídias online e offline?
BROADCAST E INTERCAST
No livro We media: How audiences are shaping the future of News and information, Bowman e
Willis (2003) fizeram a distinção entre a mídia broadcast e a que denominaram como intercast.
A mídia broadcast seria representada pelos meios analógicos de comunicação de massa:
jornais, cinema, rádio e televisão. A intercast seria composta pelos meios na internet. Para os
autores, a rede mundial de computadores facilita a comunicação horizontal, diferentemente dos
veículos tradicionais, que seriam de comunicação vertical.
BROADCAST
Decisões centralizadas
Comunicação vertical
INTERCAST
Feedback instantâneo
Comunicação horizontal
Imagine o desenho de um dinossauro. A parte principal do seu corpo é bem mais alta do que a
cauda, que é longa, mas tem pouca altura. O mercado de nicho seria como a cauda de um
dinossauro. Há pouco ou nenhum impacto no mercado quando esses produtos são lançados,
mas a demanda por eles, embora baixa em termos de volume, é contínua. Anderson observou
que existia uma “cauda longa” na busca por tais produtos e notou três características principais
desta teoria: “(1) a cauda das variedades disponíveis é muito mais longa do que supomos; (2)
ela agora é economicamente viável; (3) todos esses nichos, quando agregados, podem formar
um mercado significativo.” (ANDERSON, 2011, p.10)
Vamos recorrer a um exemplo prático: em 2018, a youtuber Jout Jout leu o livro infantil A parte
que falta em um vídeo em seu canal. Houve um aumento de mais de cem vezes nos pedidos
de livrarias, e a editora Companhia das Letrinhas anunciou uma reimpressão para dar conta da
Amazon. O livro, que não era um lançamento, ficou no topo dos mais vendidos no site de
compras.
Uma pesquisa do IBOPE Conecta, sobre o comportamento do usuário brasileiro, mostrou que
95% deles assistem à TV e navegam pela internet ao mesmo tempo. Dentre eles, 9% assistem
à TV e navegam na internet simultaneamente para interagir com a programação a que estão
assistindo e outros 9% discutem com amigos sobre o programa que estão vendo. Não é à toa
que, durante as transmissões de programas populares, como o Master Chef e o Big Brother, e
de partidas de futebol, hashtags referentes a eles entrem no topo dos Trending Topics do
Twitter. No caso do Big Brother, por exemplo, os telespectadores podem votar pela internet
para escolher quem será o eliminado da vez.
Paremos para pensar nas outras mídias de massa da era analógica. O rádio foi estendido para
as redes sociais, aplicativos de trocas de mensagens e até mesmo para a televisão. Os
repórteres da Band News, por exemplo, depois de gravarem suas reportagens em áudio,
precisam fazer um vídeo para ser publicado nas redes sociais da emissora. Eles também
podem ser solicitados a gravar a mesma reportagem para ser exibida na televisão aberta. Os
principais programas de estúdio têm transmissão ao vivo pelo Facebook. Além disso, diversas
pautas surgem porque os ouvintes são convidados a enviarem denúncias e sugestões pelo
número de WhatsApp divulgado no ar. Se um ouvinte perder a programação ao vivo, ela
também estará disponível no aplicativo da rádio. Aliás, isso também vale para a TV. A TV
Globo, por exemplo, envia a programação da TV aberta para o aplicativo Globoplay para
smartphones e smart TVs.
BARSOTTI, 2017.
MANUEL CASTELLS
Cabe aqui uma ressalva: como vimos, apenas 51% dos habitantes do planeta têm acesso à
internet. No Brasil, a exclusão digital atinge um a cada quatro brasileiros, de acordo com dados
do IBGE.
Rosenbaum (2011) utiliza o termo curador de conteúdo que, para ele, é exercido tanto por
amadores quanto por profissionais, sem hierarquia entre eles. Ele enfatiza, no entanto, o valor
da curadoria humana sobre a dos algoritmos, que também atuam na seleção de conteúdos
na web: eles estão presentes nos sistemas de recomendação, nas redes sociais e nos
buscadores. Eles filtram nossas buscas e escolhas, mas são os humanos que adicionam valor
à informação, ressalta o autor.
Por outro lado, há autores que enxergam como preocupante o excesso de informações
publicadas por amadores na web, sem curadoria. Andrew Keen (2009), em O culto do amador,
é bastante crítico. Ele sustenta que a nação web 2.0 é tão digitalmente fragmentada que
não é mais capaz de debate informado. Para ele, na web, “as palavras do sábio não
contam mais que os balbucios de um tolo.” Vale lembrar que Keen escreveu o livro muito
antes do cenário a que estamos assistindo, de propagação de desinformação, com as
chamadas fake news.
ESSE APAGAMENTO DAS LINHAS ENTRE PÚBLICO E
AUTOR, FATO E FICÇÃO, INVENÇÃO E REALIDADE
OBSCURECE AINDA MAIS A OBJETIVIDADE. O CULTO
DO AMADOR TORNOU CADA VEZ MAIS DIFÍCIL
DETERMINAR A DIFERENÇA ENTRE LEITOR E
ESCRITOR, ARTISTA E RELAÇÕES-PÚBLICAS, ARTE E
PUBLICIDADE, AMADOR E ESPECIALISTA. O
RESULTADO? O DECLÍNIO DA QUALIDADE E DA
CONFIABILIDADE DA INFORMAÇÃO QUE
RECEBEMOS, DISTORCENDO ASSIM, SE NÃO
CORROMPENDO POR COMPLETO, NOSSO DEBATE
CÍVICO NACIONAL.
KEEN, 2009.
Wolton (2010) vai na mesma linha de pensamento. Para ele, a informação se tornou
abundante, mas a comunicação é uma raridade no cenário contemporâneo. Daí a necessidade
do intermediário, que seria o jornalista.
NÃO É O SUPORTE QUE DÁ SENTIDO À
INFORMAÇÃO, NEM O RECEPTOR, MAS O
JORNALISTA. NESSA LEGITIMIDADE DO JORNALISTA
RESIDE O PAPEL ESSENCIAL DA PROFISSÃO DE
INTERMEDIÁRIO, QUE MUITOS QUEREM REDUZIR, OU
SUPRIMIR, EM FAVOR DE UMA SUPOSTA
‘DEMOCRACIA DIRETA’.
WOLTON, 2010.
Um dos maiores youtubers do país, Felipe Neto disse, em entrevista ao jornal Folha de S.
Paulo (MEIRELES, 2020) que, sem os jornalistas, “não há chance de batalha” contra “os
obscurantistas, negacionistas e revisionistas”, referindo-se ao cenário das fake news em meio
à pandemia de coronavírus. “É preciso destruir o terraplanismo científico e histórico e trazer à
luz (e à popularidade) os verdadeiros cientistas, historiadores e comunicadores comprometidos
com a verdade”, afirmou.
VERIFICANDO O APRENDIZADO
MÓDULO 4
Será que é 100% verdadeira a afirmação de que a leitura de um livro ou de um jornal é sempre
linear? Quantas vezes você já ficou curioso em saber logo o final de um romance e foi xeretar o
fim do livro? Ou ainda pulou da página 5 de um jornal e foi direto para o Caderno de Cultura,
evitando a leitura do noticiário local e internacional, que vinham nas páginas imediatamente
seguintes àquelas em que você estava? Agora pensemos no mesmo livro e no mesmo jornal
sendo lidos em um dispositivo móvel. É claro que você também pode “pular” páginas tanto no
e-book quanto no jornal que estão disponíveis em sua tela. A diferença é que poderá optar
também por outros caminhos a partir dos hiperlinks que encontrar em ambos. De um livro,
poderá até mesmo ir para outro. De uma edição do dia do jornal, poderá ir para a da semana
anterior.
O objetivo de Nelson, que era estudante em Harvard, era facilitar a escrita não linear. Por meio
de um documento eletrônico, o usuário poderia escolher seu próprio caminho de leitura. No
livro O labirinto da hipermídia: arquitetura e navegação no ciberespaço, Lúcia Leão (1999)
expõe o pensamento de Nelson: para ele, o hipertexto se constitui de escritas associadas
não sequenciais, conexões possíveis de se seguir, oportunidades de leitura em
diferentes direções.
Refletindo sobre as diferenças entre hipertexto e hipermídia, George Paul Landow afirma que
o hipertexto é composto de fragmentos de texto e dos links que os conectam entre si. Para ele,
o termo hipermídia estende a noção de hipertexto, ao adicionar informação visual, sonora,
animação e outras formas de informação, além do texto (apud FACHINETTO, 2005).
George Paul Landow é professor emérito de História da Arte na Brown University. Ele é um
especialista em literatura, arte e cultura vitoriana, é ainda pioneiro em crítica e teoria da
literatura eletrônica, hipertexto e hipermídia.
Vale lembrar que, assim como no hipertexto, o usuário também escolhe seu caminho na
hipermídia: posso decidir entrar em outro vídeo “linkado” ao que estou assistindo, posso
interagir com infográficos (de modo que eles me apresentem os dados específicos que estou
buscando), posso seguir alternativas distintas em games e assim por diante.
Como já vimos, desde a invenção do telégrafo, os jornais passaram a noticiar eventos que,
antes, só poderiam ser incluídos nas edições muito tempo depois de terem acontecido. Teria
começado ali uma nova noção geográfica e temporal, que se aceleraria no século XX, com o
rádio e a TV. As transmissões ao vivo (o “aqui” e o “agora”) nos teriam levado à aldeia global
prevista por McLuhan. Eventos distantes geograficamente passaram a ficar próximos de nós e
com cada vez mais instantaneidade.
PULP FICTION
O hipertexto é, portanto, uma inovação narrativa anterior à era digital. Mas o cenário digital
acelerou o processo. As histórias impressas, os filmes, os áudios e os vídeos estão
transformando os formatos lineares do passado. Aguiar e Barsotti (2010) sustentam que seria
ingênuo acreditar no purismo do texto impresso atualmente porque ele se interpenetra
profundamente com o eletrônico, a começar pelo meio em que são escritos.
MESMO QUE NÃO SE UTILIZE NENHUM RECURSO
DIGITAL COMO TÉCNICA DE LEITURA, É PRECISO
LEMBRAR QUE TODOS OS LIVROS E OS JORNAIS
QUE SE DESTINAM AO SUPORTE IMPRESSO SÃO
ESCRITOS ATUALMENTE NO COMPUTADOR. OU
SEJA, ELES TAMBÉM SOFREM INFLUÊNCIA DO NOVO
MEIO E SÃO POR ELE MODIFICADOS.
Umberto Eco, assim como fez em Apocalípticos e Integrados, em que expôs os argumentos
dos críticos e dos defensores dos meios de comunicação de massa, buscou o equilíbrio ao
analisar os efeitos do hipertexto no livro Sobre a literatura. Para ele, os contos “imodificáveis”,
ou seja, os já consagrados pelos livros impressos, ao contarem uma história, também contam a
de cada indivíduo. Por isso, sustentou, são amados. Por outro lado, Umberto Eco viu valor no
hipertexto, que pode educar para a liberdade e para a criatividade.
No jornalismo, um marco inaugural desse uso de diferentes mídias foi o especial Snow Fall, do
New York Times, publicado em 2012. No ano seguinte, a reportagem, sobre uma avalanche
ocorrida no estado de Washington com vítimas fatais, ganhou o Prêmio Pulitzer. Dividida em
seis capítulos, a história foi contada utilizando recursos multimídia: infográficos animados,
vídeos aéreos, animações, fotografias e hiperlinks.
Para Vicente Gosciola (apud RENÓ, 2013), os termos também devem ser usados de forma
distinta. Ele nota que o cross-media é uma linguagem geralmente adotada pelo marketing e
que teria ambições voltadas para o mercado. Já a narrativa transmídia, contaria uma história
expandida e dividida em várias partes que são distribuídas entre diversas mídias,
exatamente aquelas que melhor possam expressar a sua parte da história. Ou seja, os
produtos transmídia seriam complementares.
RESUMINDO
Nos primórdios da internet, era comum veículos jornalísticos lançarem mão de uma estratégia
cross-media, distribuindo o mesmo conteúdo para várias plataformas. Mas aos poucos as
redações começaram a produzir conteúdos específicos para os meios.
Veja também a explicação do professor Anderson Lopes sobre multimídia, cross-media e
transmídia.
VERIFICANDO O APRENDIZADO
CONCLUSÃO
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Na passagem da cultura impressa para a digital, estamos assistindo a um longo caminho de
adaptações e mudanças que envolvem tanto o modo como produzimos quanto como
consumimos informação, o que engloba transformações tecnológicas, mas também culturais.
Se atribuirmos toda a revolução a que estamos assistindo no mundo contemporâneo à
evolução das máquinas, reduziremos o protagonismo dos humanos nesse cenário.
Para analisar esse cenário, estudamos os conceitos de meios quentes e meios frios,
hibridismo, mídia de massa e mídia de nicho, transmídia e cross-media. Assim, buscamos
entender os efeitos das novas mídias sobre nós, mas também as possibilidades que trazem
para os produtores de conteúdo do século XXI, que podem se valer das potencialidades de
todas elas.
PODCAST
AVALIAÇÃO DO TEMA:
REFERÊNCIAS
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Exame. Publicado em: 12 fev. 2017.
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jornalismo e a literatura eletrônicos. In: Comunicação e Inovação, v.11, n.21, 2010.
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CONGRESSO BRASILEIRO DE CIÊNCIAS DA COMUNICAÇÃO NA REGIÃO NORDESTE
(Intercom Nordeste), 19.; DT 1 – JORNALISMO, 2017, Fortaleza. Anais, Fortaleza: Intercom
Nordeste, 2017.
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CHARTIER, R. A aventura do livro: do leitor ao navegador. São Paulo: Editora Unesp, 1998.
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contextos. v.1. Florianópolis: Insular, 2005, p. 153-162.
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Gazeta do Povo, dez. 2007.
HAYLES, N. K. Literatura eletrônica: novos horizontes para o literário. São Paulo: Global,
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Nova York: McGraw-Hill, 2011.
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2018.
WOLTON, D. Internet, e depois? Uma teoria crítica das novas mídias. Porto Alegre: Sulina,
2007.
EXPLORE+
Leia o texto Tradição oral e a preservação de culturas, de Fabiana Pinto, para saber mais
sobre a preservação da história entre membros de culturas de tradição oral, cujo
conhecimento se dá com base nos relatos dos antepassados transmitidos continuamente
dos bisavós para os avós, dos avós para os filhos.
Leia a íntegra da entrevista de Chris Anderson, autor do livro A Cauda Longa, para a
Revista Época (edição 433, 1º set. 2006), quando ele explica de forma clara sua teoria.
Embora tenha trabalhado durante muitos anos como jornalista nas revistas The
Economist e Wired, Anderson é formado em Física.
O especial transmídia Snow Fall – The Avalanche, do New York Times, é considerado um
divisor de águas no uso da transmídia no jornalismo. Em cada plataforma, o conteúdo foi
expandido e não meramente reproduzido como acontece nos projetos cross-media. O
sucesso foi tanto que Snow Fall também foi editado em e-book. Além dele, outros
especiais com as mesmas características foram lançados pelo jornal desde então:
CONTEUDISTA
Curadoria de Humanidades