A comunidade Bela Vista na área central da cidade de São Paulo, comumente
conhecida como Bexiga, tem suas origens na cidade quilombola Saracura. No final do século XIX, sob os auspícios do governo brasileiro, italianos, principalmente calabreses, também passaram a fazer parte da cena. Apesar da presença e protagonista da população negra nessa situação até hoje, diversos meios de comunicação divulgaram a imagem do Bexiga como uma verdadeira comunidade italiana. Além disso, a comunidade tem sido alvo de um intenso processo de redefinição territorial que tem facilitado o deslocamento de famílias negras economicamente desfavorecidas. Dada a relação assimétrica constituída, este artigo tenta discutir a reconfiguração urbana dos bairros por meio de um viés que sustenta que estudar as identidades e relações raciais é fundamental para a compreensão das cidades. Para tanto, recorreu-se aos estudos de Lucena (1984), Rolnik (1989), Borges (2001), Castro (2006) e Oliveira (2008) para estabelecer um diálogo entre pesquisadores da sociologia urbana e da sociologia relacional. Corrida. Além da pesquisa bibliográfica, a pesquisa envolveu pesquisa audiovisual, entrevistas e observação participante.
Este artigo discute principalmente as relações demarcatórias de Bellavista próximo a
São Paulo. Esse bairro, comumente conhecido como Bexiga, está localizado no coração da cidade, mais precisamente no sudoeste da Subprefeitura da Sé. Bexiga também se refere a um loteamento não oficial do bairro, incluindo o entorno da Rua Treze de Maio, entre a Praça Dom Orione e a Rua Santo Antônio. No entanto, neste artigo, o nome Bexiga será usado principalmente como sinônimo de Bela Vista. A imagem abaixo mostra um mapa do distrito e subdivisão. O Morro dos Ingleses também é uma divisão não oficial da comunidade. Fica próximo à Avenida Paulista e é uma das áreas mais valiosas da região. Por outro lado, o Quadrilátero da Saracura refere-se a um território habitado principalmente por negros. Seu centro, delimitado por Rocha, Una, Almirante Marques Leão e Avenida Nove de Julho, é a sede do vizinho Grêmio Recreativo Cultural Escola Social de Samba Vai-Vai (GRCSES Vai-Vai), tradicional escola de samba. Aparentemente, essas restrições foram inferidas pela população negra do Bexiga, que morava em vários imóveis espalhados pelo bairro. Localizada entre as ruas Martiniano de Carvalho, Monsenhor Passalacqua, Maestro Cardim e Pedroso, a Vila Itororó foi construída por um tecelão português entre 1916 e 1922 e é um dos bairros mais antigos da cidade, composto por um casarão e 37 quartos. Decorações deixadas após a demolição do Teatro San José, o primeiro teatro da cidade a ser destruído pelo fogo. Com o tempo, o complexo tornou- se um complexo de apartamentos. A segunda parte deste estudo explorará ainda mais os antecedentes do Quadrilátero da Saracura e da Vila Itororó. Adjacente às importantes avenidas dos cartões postais de São Paulo, como a Avenida Paulista (centro econômico do país), Radial Leste e Vinte e Três de Maio, a Bela Vista é certamente uma área de contrastes. Traçado por modernos arranha-céus e mansões centenárias, muitas das quais hoje não são mais residências de luxo, mas favelas com grande número de famílias por metro quadrado, o bairro abriga uma população diversificada, tanto em termos de ancestralidade quanto em termos socioeconômicos, apesar de sua superioridade A localização inclui hospitais, centros de saúde, estações de metrô, escolas, museus, centros culturais e outros equipamentos de lazer, mas as condições tornaram as propriedades nesta área cada vez mais caras. A sociologia urbana é considerada uma disciplina que se cruza com outras áreas do conhecimento, como geografia, urbanismo, antropologia, etc. Nesse sentido, a sociologia das relações raciais também é de grande relevância para a compreensão espacial da cidade, pois o processo de racialização do sujeito negro reflete a marginalização desse grupo social e, portanto, como o espaço urbano se desenvolverá. Ocupado. No Brasil, enquanto não há uma política oficial de apartheid, há uma espécie de apartheid que paira em um plano invisível velado por um falso discurso de democracia racial. Segundo Campos (2012), uma sociedade que constitui suas relações por meio do racismo é marcada por tais distinções sociais na geografia, no lugar e no espaço. Assim os autores dão um exemplo onde no caso do Brasil a população negra é maioria nas prisões e definitivamente minoria nas universidades. pesquisadores como Guimarães (1999), Silvério (2002) e Paixão et al. (2010), sensíveis às desigualdades criadas pela discriminação racial, condenam uma sociedade racista e discutem como negros estão sendo privados de direitos básicos como moradia, alimentação, saúde e educação, apontando para a importância e urgência do objetivo de políticas públicas com grupos social. Castro (2006) revela que hoje em dia, apesar de ter um número significativo de moradores pretos e nordestinos, Bonita Vista é figurado como um bairro ítalo na metrópole de São Paulo e que mídias como jornais impressos e programas de televisão desempenham um papel importante. alastra esta imagem. E embora a literatura confirme a presença de negros antes da chegada dos imigrantes essa é uma questão fundamental para a população da região, mas seu papel na constituição da bonita Vista não é bem compreendido. Consequentemente, há uma desvalorização do aspecto cultural da matriz afro-brasileira. Quando lemos com atenção a obra de Lucena (1984), sentimos que a ocupação efetiva da região só foi considerada após a chegada dos imigrantes italianos. O patrimônio histórico, social e cultural afro-brasileiro Bexiga, comumente conhecido como restaurantes, padarias, arquitetura, teatro e até mesmo a tradicional festa ítala Nossa Senhora da Ajiropita, hoje realizada 87 vezes, não são comemorados da mesma forma. As contribuições de negros e italianos não pretendem ser hierarquizadas, (bi)polarizadas aqui, pelo contrário, ambas têm forte presença no contexto do bairro e da cidade. Assim, há pelo menos dois aspectos culturais relevantes diferentes.