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28/01/2024, 10:50 Cinco ideias indefensáveis de Paulo Freire

Cinco ideias indefensáveis de Paulo


Freire
Criador da Pedagogia do Oprimido via educação a serviço da causa revolucionária
e elogiou a “capacidade de amar” de Che Guevara
Por Gabriel de Arruda Castro
398
01/06/2017 16:43

176 indignados

O educador marxista Paulo Freire.| Foto: Reprodução

Atualizado em 19 de setembro de 2019.

Durante décadas, Paulo Freire foi a referência incontestável da educação brasileira. Ainda
hoje, ele não tem concorrentes em número de citações nas faculdades de Pedagogia. Mas,
se merece crédito por ter chamado atenção para o problema do analfabetismo no país, Freire
adotou um viés ideológico que já era problemático nos anos 1960 e não pode ser tomado
como referência nos dias de hoje.

Leia também: Pedagogia do Fracasso: o que há de errado na formação de professores

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E também: 5 textos para entender Paulo Freire

Veja cinco ideias indefensáveis que Paulo Freire apoia em seu principal livro, Pedagogia do
Oprimido:

1) O mundo se divide entre opressores e oprimidos

Freire defende uma pedagogia “que faça da opressão e de suas causas objeto da reflexão
dos oprimidos, de que resultará o seu engajamento necessário na luta por sua libertação”.

Ao adaptar a noção da constante luta de classes de Karl Marx, o pedagogo usa um esquema
binário: os estudantes não teriam opção senão buscar sua liberdade diante dos opressores. A
noção freiriana de libertação é pouco detalhada pelo autor, mas um detalhe da obra traz uma
boa pista do que ele tinha em mente: a descrição apaixonada que ele faz do regime de Cuba
– o próximo item da lista.

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2) Che Guevara é um exemplo de amor

Quando Pedagogia do Oprimido foi escrito, os fuzilamentos sumários feitos em Cuba já


eram notórios. O próprio Che Guevara havia admitido a prática do alto da tribuna das
Nações Unidas. No entanto, Freire enxergava apenas qualidades no guerrilheiro convertido
em ditador.

"O que não expressou Guevara, talvez por sua humildade, é que foram exatamente esta
humildade e a sua capacidade de amar que possibilitaram a sua ‘comunhão’ com o povo.
(...). Este homem excepcional revelava uma profunda capacidade de amar e comunicar-se",
escreveu.

3) A educação deve estar a serviço da revolução

"O sentido pedagógico, dialógico, da revolução, que a faz 'revolução cultural' também, tem
de acompanhá-la em todas as suas fases", propôs Freire.

A implicação é que o ensino deve estar a serviço da ideologia. A ideia de Paulo Freire abre
as portas para a pregação política em sala de aula, com as vítimas de sempre: os alunos.

4) A família é opressora

Em Pedagogia do Oprimido não há qualquer menção ao papel da família na educação. O


ensino é visto como uma tarefa do professor, subentendido o protagonismo do Estado nessa
função. A lógica de Paulo Freire é esta: como a sociedade é opressora, a família reproduz os
mecanismos opressores dentro de casa.

"As relações pais-filhos, nos lares, refletem, de modo geral, as condições objetivo-culturais
da totalidade de que participam. E, se estas são condições autoritárias, rígidas,
dominadoras, penetram nos lares que incrementam o clima da opressão", diz um trecho do
livro.

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5) É preciso combater a “invasão cultural”

A educação, por definição, depende da transmissão de conhecimentos e valores acumulados


ao logo da história. No Brasil, essa história vem sobretudo das grandes tradições da
filosofia grega, do direito romano, da matriz cristã. Interpretar o ensino dessa tradição como
uma “imposição de valores” a ser combatida significa isolar os alunos do contexto histórico
do país onde vivem.

Freire quer os estudantes protegidos da “invasão”: "Neste sentido, a invasão cultural,


indiscutivelmente alienante, realizada maciamente ou não, é sempre uma violência ao ser da
cultura invadida, que perde sua originalidade ou se vê ameaçado de perdê-la", prega.

Entre os herdeiros ideológicos de Paulo Freire estão as correntes que defendem uma versão
do Português sem erros nem acertos – o que, no fim das contas, prejudica a inserção de
jovens carentes no mercado de trabalho.

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