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SÃO PAULO
2019
Ficha catalográfica elaborada pelo autor por meio do Sistema de Geração Automático da Biblioteca
ESPM
CLARELISY BATISTA FRANCO FRAGOSO RAMIRES
SÃO PAULO
2019
AGRADECIMENTOS
RESUMO
In the context of the current market, where technology directly impacts the interaction
between the company and the consumer while allowing the provision of personalized
services, it is essential to identify fundamental and relevant issues regarding the perception of
consumer value. Some companies have developed proprietary recommendation systems in the
expectation that they could engage and raise this perception, thereby increasing their
competitive advantage. However, custom recommendations do not always satisfy the
consumer. Often, through ineffectiveness they lead to dissatisfaction and even irritation. This
research aims to understand the value perception of the personalized recommendation by the
consumer and to understand how the company, chosen as study, Netflix, composes and offers
the recommendations to its subscribers and understand how this perception of value can
impact consumption and understand how the consumer interacts with supply. In this
exploratory study of consumer experiences, a research strategy based on the triangulation of
three different resources was used to investigate the studied reality. For the most part, most of
the films are chosen from Netflix recommendations, the consumer considers the
recommendation to be useful, he watches the recommended series and movies, the perception
of value is clear to consumers that the recommendation is aligned with the your preference.
The research presents as limitations, it is not possible to measure the origin of the
recommendations of the friends, not to measure the difference between the recommendation
directed to the taste of the consumer and the recommendation that exactly and specifically
meets what the consumer likes. As well as not measuring at what stage of the journey the
consumer is able to receive the recommendation. In the academic and management scope, the
research presents a practical vision about the recommendations, highlighting the importance
of service availability and standardization in all marketing meetings with the consumer
considering personalization as an essential attribute in the offer to the market.
A Netflix trouxe uma forma diferente de consumir conteúdo de vídeo on-demand1 por
assinatura, alterando a forma como o conteúdo é entregue ao consumidor, bem como sua
experiência ao consumir o serviço (AMARAL, 2016). Sua inovação não reside apenas na
criação de um produto que atende às necessidades de consumidores, mas na criação de formas
de engajamento e no rompimento de paradigmas anteriores como a grade linear das
programações da TV aberta.
O serviço de streaming on-line Netflix é reconhecido por sua característica inovadora.
Para Prahalad e Gary (2005), inovar é produzir novas demandas; não só as que atendam o
desejo do consumidor, mas também as que surpreendam o consumidor com um produto ou
serviço que nem ele mesmo saiba que gostaria. O conceito de inovação passa por romper
paradigmas anteriores. Segundo os autores, para criar o futuro a empresa precisa mudar, de
forma fundamental, as regras de engajamento em um setor antigo, redefinir a fronteiras entre
os setores e ou criar setores inteiramente novos.
No caso da Netflix, a inovação não reside apenas na criação de um novo produto que
atenda às necessidades de consumidores, mas antes, na criação de novas formas de
engajamento, rompendo com paradigmas anteriores, notadamente a grade linear. Pode-se
dizer que a Netflix propôs ao mercado novas definições sobre o que é assistir a vídeos,
fomentando novas experiências de consumo.
Antes do surgimento do vídeo on-demand, assistir filmes significava que a
programação seria pré-determinada e transmitida em um horário pré-definido, além do que o
uso de um aparelho de televisão era indispensável. No entanto, esse cenário mudou
impulsionado pela evolução das exigências dos consumidores e pela internet.
Nesse contexto de diversificação da oferta, algumas empresas desenvolveram os
sistemas proprietários de recomendação na esperança de que as recomendações
personalizadas pudessem envolver e elevar a percepção de valor do consumidor, aumentando
a sua vantagem competitiva (RELATÓRIO ANUAL DA NETFLIX, 2010). No entanto, as
recomendações personalizadas nem sempre oferecem satisfação ao consumidor, muitas vezes,
elas levam ao seu aborrecimento, sua insatisfação ou irritação (IACOBUCCI, 2006).
Este estudo é motivado pelo interesse da pesquisadora em compreender a percepção
de valor da recomendação personalizada pelo consumidor, especificamente, do assinante da
1
Vídeo sob demanda em português, refere-se ao serviço que permite aos consumidores escolher e determinar os
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Netflix no Brasil. Os serviços de recomendação personalizada estão disponíveis em várias
empresas como Amazon, Netflix, Apple em seu iTunes, entre outras, sendo que a escolha pelo
serviço streaming2 on-line Netflix para a pesquisa deu-se em função de que na pesquisa
inicial, foi identificado um maior número de estudos e artigos disponíveis para consulta,
assim como nota-se a popularidade da empresa no Brasil e, principalmente, devido a sua
característica inovadora.
Apesar de ser o mais conhecido atualmente, a Netflix não foi o primeiro serviço on-
demand a ser lançado no Brasil. Um dos pioneiros do vídeo on-demand no país foi a livraria
Saraiva, com o lançamento do Saraiva Digital Player em 2009, um aplicativo que tornava
possível gerenciar os filmes adquiridos ou alugados permitindo, assim, montar uma espécie de
locadora particular virtual, dentro do próprio aplicativo. Além da Saraiva, quando entrou no
mercado brasileiro em 2011, a Netflix se deparou com uma concorrência local também do
Assista Já e do Net Movies, que ofereciam o serviço similar. Na época, o Net Movies oferecia
assinatura de DVDs e discos Blu-ray entregues pelo correio e filmes em transmissão on-line
via streaming. Em 2013, no entanto, a empresa desistiu de concorrer com a Netflix e foi
comprada pela Looke. A Looke foi lançada no Brasil em setembro de 2015 com a oferta de
plano mensal de streaming (SACCOMORI, 2015).
Essa tecnologia tornou possível o acesso à criação, produção e distribuição de
produtos e serviços. Simultaneamente, ela ampliou a diversidade de escolhas para os
profissionais de marketing, criou plataformas que facilitam a personalização em grande
escala, refinam a segmentação e possibilitam novos pontos de conexão com os consumidores.
Tudo isso contribui para uma era de grande fragmentação: mais plataformas, mais
dispositivos, mais dados, mais participantes, mais geografias, mais pontos de contato e mais
conteúdo. Ao longo dos últimos anos atuando como profissional de marketing em empresas
de serviços, eu observei que os negócios foram transformados pela tecnologia e, da mesma
forma, o marketing foi impactado, foi se tornando mais tecnológico e personalizado.
Contudo, meu interesse pelo tema da personalização começou bem antes, no curso de
MBA em Marketing de Serviços na Fundação Instituto de Administração (FIA) da
Universidade de São Paulo (USP), em 2008, quando como trabalho de conclusão decidi
investigar a personalização de serviços B2B2C, que denominei de O Fornecedor como
Complementador da Rede de Valores, um estudo sobre o papel do fornecedor como parceiro
do consumidor na formação de valor para o consumidor final. Em 2016, iniciei no programa
2
Forma pela qual se transmite vídeo sem armazenar informações no computador do usuário. (tradução livre)
16
de mestrado em Inteligência Competitiva na Universidade Católica de Brasília, buscando
entender a lógica interna do processo que constitui a subjetividade guiada pelo desejo do
consumo, porém, por motivos profissionais, após o primeiro ano tive que retornar para São
Paulo e não pude dar prosseguimento ao curso.
De volta a São Paulo, no início de 2017, ingressei no programa de Mestrado
Profissional em Comportamento do Consumidor na Escola Superior de Propaganda e
Marketing (ESPM). Desde então, iniciei uma pesquisa sobre o comportamento de consumo
sob a perspectiva das gerações, buscando – inclusive – conhecimentos para o desafio da
minha realidade profissional de entendimento do comportamento, atitudes e valores das novas
gerações. Entretanto, ao longo dos estudos e diante de novos conhecimentos percebi que
poderia ser ainda mais específica na minha pesquisa voltando à origem do que sempre
trabalhei no meu cotidiano profissional de marketing de serviços, desse modo, redirecionei o
tema para a oferta personalizada de serviços, especificando a recomendação como foco desta
dissertação.
A base referencial da pesquisa e o resgate das raízes da cultura de consumo foram
ampliados e redirecionados para o meu interesse de pesquisa sobre oferta de serviços
personalizados por acreditar que, além do meu entusiasmo pelo assunto, a minha experiência
de 30 anos no mercado de marketing de serviços poderia contribuir apresentando uma
perspectiva prática da leitura do consumo, do direcionamento da comunicação, assim como da
personalização.
Ao longo de minha carreira profissional, percebi que o marketing passou por
sucessivas inovações e transformações, tornou-se mais tecnológico, mais sensível e mais
efetivo. Com o avanço da tecnologia, o marketing de produtos e serviços personalizados
evoluiu tornando-se essencial na atuação comercial (SHEN, 2014). O desafio de atrair o
consumidor fez-se ainda maior, requerendo estratégias mais elaboradas para entender o que
cada consumidor realmente almeja e atender a suas demandas pessoais e individuais.
Há anos, venho observando as ações pontuais de empresas na tentativa de
operacionalizar programas de relacionamento com seus consumidores. O mercado vive uma
transformação significativa com uso de tecnologias inteligentes para melhorar as experiências
de compra dos consumidores e permanecer competitivo. Os novos consumidores esperam que
vários novos dispositivos e processos eletrônicos estejam amplamente disponíveis e que a
tecnologia lhes permita tomar decisões mais conscientes de compra (PRIPORAS; STYLOS;
FOTIADIS, 2017). Ao percorrer esse caminho, o que me levou a pesquisar sobre as
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recomendações personalizadas foi o desafio profissional de buscar o melhor entendimento da
personalização das ofertas para torná-la mais clara e direta, com valor e relevância.
A personalização, quando feita corretamente, pode ser uma vantagem tanto para as
empresas como para os consumidores. A qualidade desse serviço tem sido reconhecida como
uma arma estratégica competitiva, as comunicações direcionadas são relevantes e úteis, mais
ainda, podem criar uma fidelidade duradoura do consumidor e impulsionar o crescimento da
receita da empresa. Assim sendo, o desafio é personalizar de uma forma a oferecer valor
significativo e relevância. Qualquer esforço de personalização bem-sucedido depende da
criação de mensagens e experiências que ofereçam um alto grau de valor para o consumidor.
(KELLEY, 1993).
O marketing personalizado eficaz é um desafio considerável para as empresas e
profissionais. Como a troca de serviços frequentemente envolve interação face a face entre os
provedores de serviços e o cliente, a natureza dessa interação interpessoal, denominada aqui
de personalização, pode influenciar intimamente a percepção do cliente sobre a qualidade do
serviço (KELLEY, 1992). As empresas que entregam mensagens oportunas, relevantes e
verdadeiramente pessoais aos consumidores podem construir laços duradouros que
impulsionam seu crescimento. Portanto, analisar e compreender a percepção do consumidor
sobre as recomendações recebidas é fundamental para que as empresas reconheçam suas
preferências e possam desenvolver ofertas ajustadas à expectativa do consumidor.
No âmbito acadêmico e de gestão, esta pesquisa sugere a partir do levantamento da
literatura e estudo, conceitos aplicáveis para gestores considerando a personalização como um
atributo importante na oferta da empresa ao consumidor.
1.2 OBJETIVOS
1.3 JUSTIFICATIVAS
2. LEVANTAMENTO DA LITERATURA
O levantamento inicial para esta pesquisa foi realizado a partir do portal Capes tendo
sido utilizado para a busca as palavras: “consumo”, “Netflix” e “Brasil”. Com o filtro, a partir
de 2011, ordenado por mais acessados, a busca resultou em 27 obras: sendo um livro e 26
artigos. Desses, não foi selecionado nenhum artigo que tivesse adesão ao tema da pesquisa,
pois os trabalhos em sua maioria, analisam séries específicas, comparam conteúdo brasileiro e
europeu, falam de sharing (compartilhamento de conteúdo), entre outros assuntos específicos
para áreas de estudos diversos.
Utilizando para busca as palavras: “consumer” e “Netflix” com os filtros: a partir de
2011 e artigos ordenados por mais acessados, a busca resultou em 60 artigos. Desses, foram
selecionados pelo título e ou resumo, resultando em cinco arquivados no Mendley com a
seguinte classificação: um artigo na pasta Dissertação, subpasta Netflix, dois artigos
classificados na pasta Dissertação, subpasta Personalização, um artigo na pasta Dissertação e
subpasta Serviços TI, um artigo na pasta Dissertação e subpasta Transformação digital.
Ao utilizarmos para a busca as palavras: “recomendações personalizadas”, com os
filtros: a partir de 2011 e artigos ordenados por relevância, foram encontrados 17 artigos:
sendo selecionado um artigo que foi classificado no Mendley na pasta Dissertação e subpasta
Influenciadores. Utilizando as palavras: “personal recommendation” com os filtros: a partir
de 2011 e artigos ordenados por relevância, a busca resultou em 74.000 artigos. O
refinamento da busca incluindo “Netflix”, “personalization” e “recommendation” nos filtros e
21
mantendo o corte a partir de 2001, resultou em 38 artigos. Na ordenação por relevância, os
artigos foram analisados por título e ou resumo, sendo selecionados: um artigo em
Dissertação na subpasta Personalização; sete artigos em Dissertação na subpasta
Recomendação; um artigo em Dissertação na subpasta Influenciadores. A partir das palavras:
“recommendations”, “personalized” e “marketing”, o resultado obtivemos quatro artigos, dos
quais dois foram selecionados e classificados no Mendeley, na pasta Dissertação e subpasta
Personalização. Pesquisando as palavras: “service”, “quality”, “satisfaction”, “customer” e
“loyalty” com os filtros: a partir de 2016, artigos ordenados por relevância, como resultado,
foram encontrados 1.447 textos. Na ordenação por relevância, os 50 artigos mais relevantes
foram analisados por título e ou resumo, assim, foram selecionados quatro artigos
classificados no Mendley, na pasta Dissertação e na subpasta Qualidade Serviço. A partir da
busca pelas palavras: “on-demand service”, com os filtros: a partir de 2016, “artigos”,
“business”, ordenado por relevância a busca resultou em 121.453 artigos. Na ordenação por
relevância, os 50 artigos mais relevantes foram analisados por título e ou resumo, sendo
selecionados: três artigos classificados no Mendley na pasta Dissertação e subpasta Sob
demanda. Os artigos seguintes para consulta foram selecionados a partir da leitura dos artigos
já classificados.
Os artigos selecionados foram usados como fio condutor para o desenvolvimento da
pesquisa. Hallinan e Striphas (2016), no artigo Recomendações para você: o prêmio Netflix e
a produção da cultura algorítmica, afirmam que o caso do Prêmio Netflix demonstra a
importância do design do concurso no desenvolvimento e nas consequências sociais de um
sistema de recomendação e afirmam também a importância de situar a análise da cultura
algorítmica nos detalhes da produção cultural. O estudo representa uma investigação sobre o
desdobramento das associações que antes sustentavam o significado de cultura. O Prêmio
Netflix levanta questões desafiadoras e oferece novas perspectivas sobre o que a cultura pode
significar, se a cultura já não é exatamente o que uma vez foi, então é mais uma razão para
buscar entendê-la de novo. Caso contrário, corremos o risco de dificultar a nossa capacidade
de participar de forma significativa em um mundo em que a cultura e a computação estão se
tornando menos distintas umas das outras.
No artigo de Matrix (2014), a autora ressalta a disponibilização dos episódios
simultaneamente das séries, o que proporciona o aumento de binge watching do consumidor,
levando-os a assistir as séries do início ao fim, de uma só vez. Após a maratona, parte dos
consumidores deixam suas percepções e avaliações nas redes sociais sobre as produções
originais da Netflix. A Netflix está mudando a expectativa dos consumidores sobre como, o
22
quê e onde os conteúdos são disponibilizados. Isso não se refere apenas a conveniência e
personalização, mas também a conexão e comunidade possibilitando os consumidores a
participarem em engajamento cultural.
O artigo de Shen (2014), pesquisa a vivência dos consumidores com a experiência
das recomendações para o melhor entendimento das expectativas para a personalização das
recomendações. Os algoritmos são programados para aprender com as preferências dos
consumidores e fazer recomendações personalizadas de serviços e produtos, é considerado
uma ferramenta essencial para atingir consumidores individualmente. Os sistemas de
recomendação objetivam engajar aumentando satisfação dos consumidores e aumentar a
competitividade das empresas, mas nem sempre as entregas geram satisfação.
Mittal e Lassar (1996) falam sobre o papel da personalização nos encontros de
serviços. A personalização é um mediador da satisfação do consumidor e seu comportamento,
podendo influenciar a percepção da qualidade do serviço pelo consumidor. A pesquisa com
233 consumidores mostrou que a personalização influencia significativamente a experiência
do consumidor e avaliação do serviço.
No artigo Porque você compra o que você compra: a teoria do consumo de valores,
Sheth, Newman e Gross (1991) explicam a teoria dos valores de escolha, ou seja, porque os
consumidores fazem as escolhas que fazem, identificando valores de consumo que
influenciam o comportamento de escolha do consumidor.
Em Previsibilidade e personalização no encontro de serviço, os autores Surprenant e
Solomon (1987), afirmam que os serviços sempre encontram um dilema: como ter uma oferta
eficiente, com serviço padronizado, com o mesmo nível de aceitabilidade da qualidade e ao
mesmo tempo trate cada consumidor como único? Os consumidores podem enfrentar
conflitos similares, a maioria prefere ser tratado individualmente e não como um número a
mais pelo serviço personalizado, mas não querem que a eficiência e a previsibilidade de um
serviço sejam ameaçadas por uma estratégia de personalização.
3. REFERENCIAL TEÓRICO
Cultura é uma das palavras mais complicadas da língua inglesa (WILLIAMS, 2001).
Williams (2001), afirma que a palavra cultura, em seus primeiros usos, era um substantivo
que se referia a um processo, um cuidado ou ao cuidado com animais, até que se ampliou para
envolver, também, o cuidado com o desenvolvimento humano. Por fim, ele propõe três
categorias amplas e ativas do uso do termo cultura: o substantivo independente e abstrato que
descreve um processo de desenvolvimento intelectual, espiritual e estético, a partir do século
XVIII; o substantivo independente, quer seja usado de modo geral ou específico, indicando
um modo particular de vida, quer seja de um povo, um período, um grupo ou da humanidade
em geral; e o substantivo independente e abstrato que descreve as obras e as práticas da
atividade intelectual e, particularmente, artística (WILLIAMS, 2001).
A cultura do consumo, por sua vez, pode ser definida como uma cultura marcada pela
forma-mercadoria3 e que, por isso, tornou-se um modo de vida que deu um novo significado
aos usos dos objetos, assim como os hábitos, valores, desejos, paixões e ilusões de uma época
(FONTENELLE, 2017). Mais precisamente, o que especifica a cultura do consumo é o
exercício do controle sobre a determinação simbólica ou cultural desses produtos ou bens
(LEE, 1993).
A cultura, quando aplicada ao campo de consumo, permite-nos ver as mercadorias
como tendo uma vida dupla: como agentes de controle social e como objeto utilizado pelas
pessoas comuns na construção de sua própria cultura (LEE, 1993). O que significa que as
mercadorias são formatadas tanto ideologicamente quanto esteticamente, via anúncio
comercial, design, marketing e outras formas promocionais, segundo uma forma que atenda
aos interesses do mercado. Por outro lado, elas também podem ser entendidas como artefatos
culturais que são tomados pelas pessoas comuns em sua reprodução da vida cotidiana,
podendo, portanto, reconfigurar os sentidos inicialmente atribuídos pelo mercado
(FONTENELLE, 2017). Diante desse contexto, é possível dizer que a cultura é política em
3
Forma que os produtos do trabalho humano adquirem em uma sociedade de negócios privados quando são
produzidos de forma autônoma e independente, dentro de um complexo sistema onde há divisão do trabalho
(tradução livre).
24
um sentido muito específico, como podemos apreender a partir da definição de cultura como
um modo particular de vida que expressa certos significados e valores não só na arte e na
aprendizagem, mas também nas instituições e no comportamento habitual (WILLIAMS,
2001).
A cultura contemporânea, denominada por Fontenelle (2017) como cultura do
consumo, tem suas raízes no final do século XIX, formatando-se ao longo do século XX,
coincidentemente com o nascimento do marketing como disciplina acadêmica. Para o melhor
entendimento da cultura, voltamo-nos para o conceito de consumo. De acordo com Williams
(2001), os substantivos consumo e consumidor são predominantes na descrição de todos os
tipos de bens e serviços. E para entender esse predomínio é importante resgatar a história da
palavra “consumir”, que faz parte da língua inglesa desde o século XIV e em quase todos os
primeiros usos em inglês, tinha um sentido desfavorável; significando destruir, esgotar,
dilapidar, exaurir. Usos antigos de “consumidor”, desde o século XVI, tinham o mesmo
sentido geral de destruição ou gasto (WILLIAMS, 2007:109).
Williams (2001) nos conta que, apesar de o termo consumidor começar a aparecer de
forma neutra nas descrições de economia política burguesa a partir do século XVIII, o termo
consumir persistiu com um caráter negativo até, pelo menos, o fim do século XIX e que essa
origem moderna da palavra é norte-americana, tendo-se espalhado rapidamente. O rápido
desenvolvimento positivo da palavra foi atribuído a um novo estágio de busca de
planejamento e controle dos mercados que seriam inerentes à produção capitalista industrial.
E, com tal explicação, o autor deixa entrever o papel que o marketing assume nesse novo
estágio a partir do que ele chama de criação de necessidades e de modos específicos de
satisfação (WILLIAMS, 2007:110).
Os valores dominantes de uma sociedade não apenas são organizados através das
práticas de consumo, mas, em algum sentido, derivam delas (SLATER, 1997:24), que podem
ser exemplificados com o fenômeno dos celulares. A cidade de Nova York do final dos anos
1990 testemunhava a transição inconsútil da cultura da nicotina para a cultura do celular.
Num dia, o volume no bolso da camisa era o maço de Marlboro, no dia seguinte era do
Motorola. O celular não era uma dessas modas como tomar Ritalina ou usar guarda-chuva
grande, às quais se contrapõem com disposição significativos bolsões de resistência civil, seu
triunfo foi imediato e total (FRANZEN, 2012). Uma parte considerável da linguagem gestual
de lugares públicos que um dia pertencera aos cigarros, agora pertencia aos celulares. Figuras
humanas, um quarteirão abaixo, em posturas profundamente familiares, não estavam mais
fumando (GIBSON, 2014).
25
A cultura do consumo vem se reinventando na contemporaneidade a partir dos
impactos de dois eventos centrais: as novas tecnologias da informação, oriundas da terceira
revolução – a revolução técnico-científica-informacional – e a crise ambiental. Estes dois
acontecimentos têm impulsionado transformações atuais na linguagem publicitária, nas
pesquisas de mercado de tendências culturais, na atuação das relações públicas, na imbricação
cada vez maior entre cultura do consumo e indústrias culturais no branding (FONTENELLE,
2017:98).
Fontenelle (2017) comenta que, apesar do destaque para o papel das novas
tecnologias, é evidente o conjunto de transformações políticas, econômicas, sociais, culturais
e, especialmente, tecnológicas que começaram a ocorrer a partir do final da década de 1970 e
que nas décadas de 1980-90 essas mudanças se fizeram sentir mais fortemente. Entre as
publicações no campo de marketing na década de 1980 sobre a experiência de consumo e
publicações de críticos culturais como Jameson (1996) sobre as transformações nas
sensibilidades e nas manifestações culturais daquela época, o campo de marketing começou a
reinterpretar como sendo uma busca de experiência pelo consumo. E às transformações
ocorridas nesse “habitus psíquico” (JAMESON, 1996:13) somou-se algo radicalmente novo,
que só se fez sentir de fato na cultura do consumo, a partir do novo milênio”, o impacto das
novas tecnologias com a disseminação dos computadores e da internet, a partir dos anos 1990,
e todas as possibilidades que elas abriram no cotidiano, nas formas de percepção e de ação
humana.
Toffler (1973), no final da década de 1960, previa que o futuro do consumo seria cada
vez mais dirigido a satisfações estéticas e sensoriais dos consumidores. Ele mostra como a
ênfase na gratificação psíquica migraria do oferecimento de produtos manufaturados para
serviços e, finalmente, para a própria experiência como mercadoria. O autor foi premonitório
ao indicar como no futuro haveríamos de ser a primeira cultura da história humana a
empregar a alta tecnologia para manufaturar o produto mais efêmero e, ainda assim, o produto
mais duradouro do patrimônio humano: a experiência humana (TOFLER, 1973).
Os estudos de Holbrook e Hirshman (1982) são considerados o marco inicial da
literatura acadêmica sobre a experiência de consumo. Os primeiros estudos preparam para a
proposta do conceito do consumo de experiência que aprofunda, de fato, nos estudos
seguintes. Os autores defendem uma abordagem de pesquisa de marketing que privilegia os
aspectos simbólicos do consumo. Definindo consumo hedônico como aquele que designa
“aquelas facetas do comportamento do consumidor que, em sua experiência com os produtos,
26
estão relacionados aos aspectos multissensorial, de fantasia e emotivo” (HOLBROOK;
HIRSCHMAN, 1982, 132-140).
Holbrook e Hirschman (1982) apresentam ainda o significado dos aspectos
multissensoriais, de fantasias e emocionais relacionados ao consumo. Compreendem os
aspectos multissensoriais como as modalidades de sensações presentes no processo de
recebimento de uma experiência: os sabores, os sons, aromas, impressões táteis e imagens
visuais, ou seja, as sensações advindas pelos órgãos dos sentidos. Segundo os autores, as
emoções são fundamentais na compreensão das motivações dos consumidores para qualquer
tipo de produto como cigarro, comida ou roupa, mas – em especial – as relacionadas a
categorias de produtos chamados culturais: romances, peças de teatro, filmes, concertos,
eventos esportivos, entre outros (FONTENELLE, 2017).
A perspectiva experimental apoia-se na interpretação fenomenológica do consumo
como um estado essencialmente subjetivo da consciência, envolvendo uma variedade de
significados simbólicos, respostas hedônicas e critérios estéticos (HOLBROOK;
HIRSCHMAN, 1982). Os autores trabalham com a concepção de resposta hedônica no
consumo, deixando entrever a relação profundamente próxima que estabelece entre a
concepção de experiência de consumo com as noções de prazer e diversão. Nesse sentido,
mesmo considerando que todos os produtos carregam um significado simbólico, o foco maior
é direcionado para aquela classe de produtos na qual o papel simbólico é especialmente
importante: no entretenimento, nas artes e nas atividades de lazer (HOLBROOK;
HIRSCHMAN, 1982). Os produtos são importantes na promoção de experiências de consumo
como base de valor para o consumidor (ABBOTT, 1956).
Como mencionado anteriormente, Toffler (1973) compreendeu a gênese desse novo e
estranho setor, baseado no que pode ser chamado de indústria de experiência. Ele descobriu
que os fabricantes de produtos materiais estavam acrescentando aos seus produtos itens com
“extras psicológicos” que levaram os consumidores a pagar “alegremente para obter esse
benefício intangível”. Esse componente psíquico na produção começou a ser desenvolvido no
momento em que ficou claro que consumidores opulentos mostraram-se dispostos e com boa
vontade para pagar tais requintes (TOFFLER, 1973:183). Os produtos são associados a
experiências sensoriais, a um novo “estilo de vida” que as novas tecnologias e estética de
objetos novos e reinventados possibilitam uma gama de experiências sensitivas
(FONTENELLE, 2017.).
Diante dessa nova lógica do componente psíquico atrelado ao produto manufaturado
que se estendeu para o setor de serviços, nenhum serviço importante seria oferecido ao
27
consumidor sem que tivesse sido analisado por equipes de especialistas do comportamento
humano a fim de melhorar o tônus psíquico da oferta. As experiências eram vendidas como
elemento adjunto a um serviço de caráter mais tradicional. À medida que caminhamos para o
futuro, experiências em número cada vez maior são vendidas estritamente pelos seus méritos
próprios, exatamente como se fossem coisas. (TOFFLER, 1973). Sob a perspectiva de Toffler
(1973), talvez as experiências se apresentem como os únicos produtos que, uma vez
adquiridos pelo consumidor, não possam ser mais tomados dele, o que evidencia a
caracterização da experiência como mercadoria, de como ela, no futuro, se tornaria o produto
fundamental da cultura do consumo.
A transformação na cultura contemporânea, ocorrida em função da emergência das
novas tecnologias de comunicação e do lugar que essas ocupam do ponto de vista econômico,
levou à possibilidade de a experiência vivida ser comercializada.
4
Do termo inglês prosumption, junção entre as palavras produção e consumo.
29
exerce um papel ativo na produção midiática (RITZER et al., 2012). Os consumidores,
prossumidores exercem um papel central na produção dos valores compartilhados das grandes
marcas. Eles produzem os significados de marcas como McDonald`s, BMW e Nike e
constroem a experiência compartilhada como do Starbucks e eBay.
É no contexto virtual que de fato encontramos a relação mais elaborada do prossumo
como cocriador da experiência. Todo o conteúdo que viabiliza a existência desses espaços
virtuais é feito por um agente que pode ser considerado um prossumidor, na medida em que
tais espaços não existiriam sem o trabalho e consumo ininterrupto daqueles que o acessam.
Mas trata-se de uma cocriação, uma vez que o prossumidor precisa da base informacional
para que essa experiência se realize (FONTENELLE, 2017). E essa cocriação ocorre na
medida em que o recrutamento ideológico dos consumidores transformados em produtores
cocriativos se assenta na acomodação de necessidades reais dos consumidores por
reconhecimento, liberdade e agência (ZWICK; BONSU; DARMODY, 2008). Em outras
palavras, trata-se de uma política de alienação na qual promover e vender a si mesmo para os
outros como uma mercadoria faz parte do jogo, ou seja, torna-se conhecido, como um
prossumidor, mesmo que seja somente postando um blog, atraindo amigos para o Facebook
ou sendo creditado como um designer da Lego, apresenta-se como uma questão importante de
inclusão na tapeçaria cultural contemporânea das trocas de mercadorias (COMOR, 2010).
Mas isso também é um trabalho para o consumidor em si e para as corporações envolvidas
com o ciberespaço. Na Netflix, o prossumidor é o assinante que alimenta a máquina com seu
gosto, sua percepção, sua energia, a fim de usufruí-la no mundo imaginário das conexões
onde os algoritmos geram.
Nos últimos anos, muitos pesquisadores têm lidado com o marketing personalizado,
assim como com encontros de serviços interpessoais sob as rubricas de customização de
serviço (BETTENCOURT et al., 1996; GWINNER et al., 2005), personalização de serviço
34
(MITTAL; LASSAR, 1996; SURPRENANT; SOLOMON, 1987) e relações de serviço
(BALL; COELHO; VILARES, 2006). Alguns pesquisadores chegaram a questionar como
uma das hipóteses do marketing personalizado, se os consumidores têm preferências que os
profissionais de marketing podem revelar ao construir uma relação de aprendizado
(KRAMER, 2007; SIMONSON, 2005). Pode existir consenso a respeito da afirmação: o que
os consumidores querem e o que as empresas pensam que eles querem geralmente são duas
coisas diferentes. O consumidor que recebeu uma oferta não solicitada e irrelevante
relacionada a algo que fez on-line pode ter a sensação de que alguém o está observando
(BOUDET et al., 2017).
Para entender melhor o que os consumidores realmente valorizam, pesquisadores da
McKinsey (BOUDET et al., 2017) pediram a 60 compradores que criassem diários de suas
interações personalizadas com várias marcas durante duas semanas. Com mais de 2.000
anotações no total, eles puderam analisar qual o tipo de comunicação personalizada funciona
para os consumidores e o que não funciona. Em suma, a pesquisa apresenta cinco valores que
foram ressaltados pelos consumidores quando se trata de personalização. Esses valores,
detalhados a seguir, servirão de base para as análises e diálogo com a literatura nesta
pesquisa.
3) Lembre-me de coisas que eu quero saber e que talvez não esteja acompanhando
Uma maneira, que pode ser eficaz, usada pelas empresas para se tornarem relevantes
para os consumidores é rastrear eventos específicos e circunstâncias que eles provavelmente
desejam conhecer, o que pode tomar uma forma de lembrete quando o consumidor tiver
histórico de compra anterior, quando um item desejado estiver de volta ao estoque e à venda,
ou quando um novo modelo for lançado para um produto ou categoria que o comprador tenha
recomprado.
37
Consistente com a segmentação baseada no uso, oferecer aos consumidores o que eles
adquiriram consistentemente no passado, será mais eficaz do que oferecer as mesmas opções
a todos os consumidores. Além disso, como as preferências por tipos genéricos de produto
tendem a ser mais estáveis e previsíveis do que as preferências por opções específicas dentro
de uma categoria, o rastreamento do uso no nível individual do consumidor pode melhorar a
eficácia das táticas promocionais (SIMONSON, 2005).
5
Valor do tempo de vida do consumidor (tradução livre).
41
personalização através de sistemas de recomendação geralmente não envolve a intervenção de
funcionários de serviços, em vez disso ela é impulsionada por tecnologias de informação
como algoritmos, bancos de dados, mineração de dados e inteligência artificial (SHEN, 2014).
O conceito de valor tem sido amplamente discutido por autores de diversas áreas
como economia, marketing e estratégia. Em economia, dentre os clássicos destacam-se Smith,
Say, Mill e Marx (AGÜERO, 1996). De acordo com essa perspectiva, o conceito de valor
desdobra-se em valor de uso e valor de troca. Por valor de uso entende-se a utilidade
particular que um indivíduo tem para um bem. Já o valor de troca, baseia-se na quantidade de
trabalho que o bem pode comprar ou comandar e sua raiz reside na utilidade (SMITH, 1776).
Em marketing, valor de um produto é a expectativa do consumidor quanto aos seus
benefícios em relação à quantia real paga pelo produto. Ao discutir o conceito de valor, duas
dimensões são ressaltadas; a primeira diz respeito ao conjunto de atributos tangíveis e
intangíveis do produto, os quais refletem aspectos como qualidade, utilidade, relevância e
imagem da marca; a segunda são incluídos custos monetários e não monetários, como preço,
tempo, esforço, energia física, energia psíquica e risco envolvido na escolha. (GWINNER;
GREMLER; BITNER, 1998). Esses autores interpretam valor como uma avaliação global
feita pelo consumidor baseada na percepção e no balanceamento entre os benefícios recebidos
e o preço sem que seja estabelecida uma métrica parametrizável para avaliação quantitativa
do produto ou serviço. A conexão entre qualidade e preço foi estabelecida a partir do valor
para o consumidor como a qualidade percebida por ele associada ao preço relativo do
produto.
O valor é a expressão em unidades monetárias do conjunto de benefícios
econômicos, funcionais e sociais recebidos pelo consumidor, confrontados com o preço pago
pelo produto. O total de benefícios é valorado pelo consumidor e convertido em unidades
monetárias, o número resultante sugere o quanto o consumidor julga que valem os benefícios
incorporados ao produto (TOLEDO; MORETTI; LUIZ, 2016).
A percepção do consumidor com referência à dimensão benefícios abrange uma
multiplicidade de estímulos relacionados aos fatores funcionais, emocionais, sociais,
43
influenciadores de seu comportamento (SHETH; NEWMAN; GROSS, 1991). Ao explicar o
comportamento de escolha do consumidor com base em valor, relacionado a dimensões dos
benefícios percebidos, esses autores enfatizam essa visão multidimensional e descrevem cinco
tipos de impulsionadores de valor:
– Valor funcional: utilidade percebida de uma alternativa de escolha como resultado
de ela poder atender seus propósitos funcionais por meio de atributos físicos, especificações
técnicas, desempenho e qualidade.
– Valor social: utilidade percebida de uma alternativa como resultado de sua
associação com um ou mais grupos sociais específicos. Elemento relevante é a percepção de
como o consumo se associa aos relacionamentos que se estabelecem entre as pessoas no
processo de consumo e uso.
– Valor emocional: utilidade percebida de uma alternativa que decorre de sua
capacidade de provocar estados afetivos, sentimentais e experienciais.
– Valor epistêmico: utilidade percebida como resultado da capacidade de despertar
curiosidade, propor novidade e ou satisfazer desejo de conhecer. Condição crítica para
obtenção de vantagem competitiva: oferta de variedade e novidade.
– Valor condicional: utilidade percebida atrelada a uma situação específica ou ao
contexto em que se situa o responsável pela escolha.
A compreensão do que significa valor na oferta de um produto ou serviço sob a
perspectiva do consumidor possibilita o enriquecimento, a criação e o aprimoramento de
estratégias da empresa. Para o consumidor, o valor costuma estar em coisas intangíveis como
a aparência do produto, em emoções como saudade, em status e prestígio (MAGRETTA,
2002). Magretta (2002) aborda o conceito de valor indicando que a vantagem competitiva é
muitas vezes utilizada de forma equivocada como um diferencial, mas que, na verdade, ela é a
forma de criar e entregar o valor ao consumidor. O real valor a ser criado para de fato
representar vantagem competitiva deve ser uma cadeia de valor sob medida, projetada
especificamente para configurar em um único valor para o consumidor. A autora compara as
visões de Peter Drucker e Frederick Taylor sobre a definição de valor, citando que na visão de
Drucker, consumidores não compram produtos, mas sim satisfação de necessidades
específicas. Isso significa que o que o consumidor valoriza e compra pode ser diferente do
que a empresa imagina que vende. Por outro lado, ainda segundo a autora Magretta (2002), a
visão de Taylor é de que valor é sinônimo de eficiência, o que conduz a um enfoque interno
no que a empresa faz e como faz. A visão de Taylor, conhecida como visão para manufatura,
sugere que o preço é baseado no custo necessário para fabricar o produto. É um modelo de
44
fabricar e vender. Drucker defende uma maneira completamente diferente de pensar: observar
através dos olhos dos consumidores se quiser compreender o valor. É necessário olhar de fora
para dentro – a visão de Drucker ficou conhecida como visão de marketing.
Por conseguinte, o valor não apenas assume diversas formas, mas provém de várias
fontes: da utilidade do produto, da sua qualidade, da imagem associada a ele, da sua
disponibilidade, dos serviços fornecidos com ele. Quanto mais intangível for o valor, mais
importante é reconhecer que é o consumidor quem define esse valor (MAGRETTA, 2002).
4. METODOLOGIA
5. RESULTADOS E DISCUSSÃO
A Netflix foi fundada em 1997, nos Estados Unidos, por Reed Hastings e Marc
Randolph. No site netflix.com foi proposto um modelo de locação de DVDs baseado em
escolhas dos usuários feitas on-line, sem lojas físicas, prestação de serviço de aluguel de
DVDs via correio. Após pagar uma multa por atraso na devolução de um filme, Hastings
refletiu sobre um novo modelo de negócio aos moldes das academias de ginástica nas quais o
pagamento mensal permitia aos usuários exercitarem-se o quanto quisessem. Ele argumentou
51
que deveria ter uma forma semelhante de ganhar dinheiro alugando filmes sem se basear no
atraso dos consumidores (SACCOMORI, 2016).
Segundo o The Netflix Tech Blog, a Netflix no modelo de streaming foi lançada em
2007 nos EUA e em 2010 no Canadá. Em 2011, foram adicionados 43 países, incluindo
territórios latino-americanos à lista. Em seguida, a empresa foi lançada no Reino Unido e na
Irlanda. Em 2012, a Netflix já somava mais de 23 milhões de assinantes em 47 países. No
último trimestre de 2011, esses assinantes assistiam 2 bilhões de horas a partir de diferentes
dispositivos. Todos os dias, filmes e programas de TV eram adicionados, os quais geravam 4
milhões de avaliações realizadas por seus assinantes.
A Netflix adaptou seus algoritmos de personalização para esse novo cenário de tal
forma que 75% do que as pessoas assistiam passou a vir de algum tipo de recomendação. A
empresa chegou a esse ponto otimizando continuamente a experiência do usuário e medindo
ganhos significativos de satisfação sempre que a personalização era melhorada para os
assinantes. Em 2007, com os avanços da internet, a Netflix passou a disponibilizar vídeos on-
demand em qualquer plataforma com conexão. Além de fazer streaming de vídeos, a Netflix
passou a produzir conteúdo próprio.
A Netflix chegou ao Brasil em 2011 no formato de uma plataforma de filmes on-line
que funcionava como uma locadora virtual. A partir de uma assinatura básica, com valores
populares, o serviço permitia que os consumidores tivessem acesso a filmes e séries quando e
onde quisessem, independentemente da programação das TVs (AMARAL, 2016). Na época,
duas barreiras à adesão foram apontadas pela imprensa: uma na ordem comportamental e
outra tecnológica. A primeira referia-se aos hábitos dos consumidores brasileiros que ainda
não estavam acostumados a pagar por conteúdos tanto quanto os americanos e os canadenses.
E, no que diz respeito ao impasse tecnológico, este ocorria pelo fato de apenas 15 milhões de
usuários na época contavam com conexão banda larga. Enquanto nos EUA, no mesmo ano, já
passavam de 80 milhões de conexões de banda larga – forma de acesso rápido à internet,
como acesso via cabo, ADSL, SDN, fibra, satélite etc (SACCOMORI, 2016). A velocidade
média da conexão no Brasil era inferior a 2 megabytes por segundo, isso prejudicaria o
streamimg.
Em 2014, a Netflix teve de enfrentar outros problemas. O órgão regulatório brasileiro,
a Agência Nacional do Cinema (Ancine) propôs que a empresa deveria pagar a taxa de
Contribuição para o Desenvolvimento da Indústria Cinematográfica Nacional (Condecine). A
Netflix também foi pressionada pelas operadoras de TV a cabo para a incidência dessas taxas.
Outra dificuldade foi o valor cobrado no Brasil na estreia da Netflix, o equivalente a US$60
52
para um americano. Conforme pesquisa da Social Science Research Council divulgada nesse
ano, 48% dos brasileiros tinham por hábito comprar conteúdos de mídia no mercado pirata.
No entanto, o streaming focou-se nas pessoas que tinham acesso e poderiam pagar por uma
conexão de banda larga (ROETTGERS, 2011). Portanto, com o lançamento desse serviço,
uma nova forma de assistir à televisão foi disseminada, permitindo ao consumidor escolher
onde e quando assistir às séries – na sequência que desejar – e ainda compartilhar sua senha
com outras pessoas.
A Netflix divulgou ser detentora do número total de assinantes no planeta todo de 125
milhões, dos quais 57 milhões estão nos Estados Unidos. Segundo dados de 2018 da
consultoria Statista, o Brasil detém 6% dos assinantes em todo o mundo, o que corresponde a
cerca de 7,5 milhões de assinantes. Em 2018, a Netflix fechou o ano com bons resultados,
comemorou recorde de visualizações de produções originais lançadas no final do mesmo ano
com mais de 45 milhões de assinantes, o equivalente a um terço da base total de inscritos no
serviço de streaming assistiram ao longa Bird Box, por exemplo.
De acordo com o The Netflix Tech Blog, um dos ativos mais valiosos da Netflix é o
seu sistema de recomendação. Não foi coincidência que, em 2006, a Netflix anunciou o
Netflix Prize, uma competição para a melhoria do algoritmo referente ao sistema de
mineração de dados para previsão de classificação de filmes. Foi oferecido US$ 1 milhão para
quem conseguisse melhorar em 10% a precisão do sistema existente chamado CineMatch. A
competição foi planejada para encontrar novas formas de melhorar o sistema de
recomendações oferecido aos assinantes, parte fundamental do negócio da empresa.
Em 2009, o Prêmio Netflix foi relacionado a um desafio de recomendações mais
amplo: os participantes tinham de descrever os componentes externos do serviço
personalizado e destacar a evolução da atividade com os negócios. Inicialmente, os dados e
modelos usados discutiam a abordagem da Netflix de inovação algorítmica que combina a
experimentação off-line (LI et al., 2011) de aprendizado de máquina com o teste AB on-line.
Um ano depois, uma das equipes ganhou o prêmio com uma melhora de 8,43% da precisão do
sistema.
A equipe vencedora relatou que foram mais de 2.000 horas de trabalho para chegar à
combinação final de 107 algoritmos. Eles tiveram que ceder o código-fonte, analisar os
algoritmos e, para colocá-los em uso, foi preciso lidar com apenas 100 milhões de avaliações,
em vez dos mais de 5 bilhões, que é o número real. Porém, uma vez superados esses desafios,
os algoritmos foram colocados em produção. Atualmente, eles ainda são usados como parte
do mecanismo de recomendação.
53
Quando anunciou os vencedores de sua primeira competição do Prêmio Netflix, a
Netflix decidiu lançar um novo desafio baseado numa tarefa mais difícil. Em vez de prever
qual o interesse dos usuários com base unicamente nas classificações, o novo
desafio seria adicionar dados demográficos e o comportamento do assinante.
Isso significava que a recomendação podia levar em conta a idade, sexo, CEP e o fato de que
as últimas 20 visualizações foram animações japonesas, por exemplo. No entanto, quando a
Netflix divulgou as informações dos consumidores para iniciar a segunda rodada, a Federal
Trade Commission (FTC) entrou com uma ação judicial. Como parte do acordo de março de
2010 para esse processo, a Netflix cancelou a segunda rodada.
O streaming, tecnologia que envia informações multimídia, não apenas mudou a
maneira como os assinantes interagem com o serviço, mas também o tipo de dados
disponíveis para calcular os algoritmos. Para DVDs, o objetivo era ajudar as pessoas a
receberem os títulos pelo correio, a seleção era distante do tempo da visualização, as pessoas
selecionavam com cuidado porque trocar um DVD por outro levava mais de um dia e não
tinha nenhum feedback durante a visualização. Segundo o The Netflix Blog, no streaming os
assinantes procuram algo excelente para assistir no momento desejado, podem experimentar
alguns vídeos antes de escolherem um, além de terem a opção de consumir vários em uma
mesma sessão.
Ao longo dos anos, a Netflix descobriu que há um enorme valor para os assinantes ao
incorporar recomendações para personalizar o serviço. A personalização começa na página
inicial da empresa e consiste na formação de grupos de vídeos organizados em linhas
horizontais. Cada linha apresenta um título que estabelece relação temática com os outros
vídeos do grupo. A personalização, de modo geral, é baseada na maneira como são
selecionadas as linhas, na determinação dessas linhas, nos itens a incluir e na ordem em que
esses itens serão colocados.
Linha TOP 10
A linha TOP 10 (Figura 6) é a melhor indicação para os dez títulos que o consumidor
mais gosta. Quando a Netflix se refere a consumidor, ela se refere a todos na casa,
considerando que a personalização da Netflix se destina a lidar com uma família que
provavelmente terá pessoas com gostos diferentes.
54
Mesmo que seja para uma única pessoa, a Netflix quer apelar para uma gama de
interesses e humores e, para conseguir isso, é preciso otimizar no sistema de recomendação
não apenas a precisão, mas também a diversidade.
Linha de similaridade
Do mesmo modo, a similaridade é uma importante fonte de personalização no serviço
de recomendação. A Netflix estabelece uma relação de similaridade em seu sentido mais
amplo, esta pode ser entre filmes ou entre assinantes, assim como pode estar em outras
dimensões como metadados, classificações ou visualização de dados. A similaridade (Figura
9) é usada em vários contextos, por exemplo, em resposta à ação de um assinante como
pesquisar ou adicionar um título à linha. Ela também é usada para gerar linhas de "gêneros ad
hoc" com base na semelhança entre os títulos com os quais um assinante tenha interagido
frequentemente.
57
Nos contextos apresentados acima, seja na linha TOP 10, nos gêneros ou na
classificação dos similares, a escolha de qual ordem os itens seguidos são colocados é
fundamental para proporcionar uma experiência personalizada eficaz. O objetivo do sistema
de classificação da Netflix é encontrar a melhor ordenação possível do conjunto de itens para
um assinante dentro de um contexto específico em tempo real. A classificação é decomposta
em conjuntos de classificação e filtragem de filmes para apresentação ao assinante. O objetivo
é maximizar a satisfação e a retenção dos assinantes, o que se correlaciona com a
maximização do consumo de conteúdo de vídeo. Portanto, os algoritmos são otimizados para
dar as pontuações mais altas aos títulos que um assinante tem mais probabilidade de
reproduzir e aproveitar.
Sistema de recomendação
O já mencionado Prêmio Netflix teve como objetivo buscar uma previsão mais efetiva
da classificação de um filme, isso é apenas um dos muitos componentes de um sistema de
recomendação eficaz, o qual otimiza o aproveitamento dos assinantes. É preciso levar em
consideração também fatores como contexto, popularidade do título, interesse, evidência,
58
novidade e diversidade. O suporte a todos os diferentes contextos, nos quais a Netflix quer
fazer recomendações, requer uma variedade de algoritmos sintonizados às necessidades do
assinante.
O sistema de recomendação em lista, como as várias linhas na Netflix, é a forma mais
comum de apresentar itens recomendados, na qual se evidencia um número de itens atraentes
permitindo a escolha do assinante. No entanto, é preciso que o modelo seja apropriado e use a
variedade de informações adequadas para obter a classificação ideal para cada assinante. Se o
assinante estiver procurando pela função de classificação, a linha de base seria a popularidade
do item. O motivo é claro: em média, é mais provável que um assinante assista ao que a
maioria das pessoas está assistindo. No entanto, a popularidade é o oposto da personalização,
ela produzirá a mesma ordem de itens para cada assinante. Assim, o objetivo é encontrar uma
função de ranking personalizada que seja melhor do que a popularidade de itens para atender
a variedade de gostos.
O sistema de recomendação da Netflix objetiva sugerir os títulos que cada assinante
tenha maior probabilidade de assistir. Uma maneira de abordagem seria usar a classificação
prévia de cada assinante como um complemento à popularidade do item, mas isso pode levar
a itens que são muito específicos ou desconhecidos, bem como pode excluir itens que o
assinante gostaria de assistir mesmo que não sejam classificados com qualidade. Para
compensar, em vez de usar popularidade ou classificação prevista, são produzidos rankings
que equilibram esses dois aspectos.
Há muitas maneiras de construir uma função de classificação que vai desde métodos
de pontuação simples, preferências de pares até a otimização de todo o ranking. Para fins de
ilustração, a abordagem de pontuação – muito simples – escolhe a função de classificação
como uma combinação linear de popularidade e classificação prevista. A Netflix pode
transmitir um conjunto de vídeos por meio dessa função e organizá-lo em ordem decrescente
de acordo com a pontuação. Nesse modelo são determinados se a popularidade é mais ou
menos importante do que a classificação prevista, esta compõe a personalização. Além da
popularidade e da previsão de classificação, outros recursos são testados na Netflix, alguns
não mostraram nenhum efeito positivo, enquanto outros melhoraram a precisão de
classificação.
Muitos métodos de classificação supervisionados podem ser usados para classificação.
Entre as opções incluem-se regressão logística, máquinas de vetores de suporte, redes neurais
ou métodos baseados em árvore de decisões. Além disso, um grande número de algoritmos
projetados especificamente para aprender a classificar apareceu nos últimos anos. Levanta-se,
59
portanto, uma discussão sobre uso dos algoritmos de classificação destacando-se a
importância de dados e modelos na criação de uma experiência personalizada ideal para os
assinantes.
Personalização
Para inovar a personalização, as pesquisas metódicas são insuficientes, pois o espaço
para exploração virtual é infinito, por isso a Netflix costuma fazer experimentos internos
baseados nas opiniões e gostos de seus próprios profissionais. Estes são incentivados a
escolherem e assistirem filmes e programas de TV e a expressarem suas opiniões. A pesquisa
parte da percepção e intuições pessoais sobre direções a serem seguidas, fontes de dados
subutilizadas, melhores representações de recursos, modelos e métricas mais apropriados e
oportunidades perdidas de personalização. Desse modo, essa e outras abordagens
experimentais, somadas ao sistema de mineração de dados, contribuem na tomada de decisão
sobre onde priorizar os investimentos. Entretanto, os juízes finais da qualidade da abordagem
de recomendação serão os assinantes da Netflix, porque isso tudo é basicamente uma questão
para aumentar o gosto pela própria experiência.
Por muitos anos, o principal objetivo do sistema de recomendação personalizada da
Netflix foi conseguir os títulos certos para cada um dos assinantes no momento certo. Com
um catálogo que contém milhares de títulos e uma base de assinantes diversificada que
abrange milhares de contas, a empresa acredita ser crucial recomendar os títulos que sejam
perfeitos para cada membro. Mas as questões analisadas são por que o assinante deveria se
importar com algum título específico recomendado pela Netflix? O que ela pode dizer sobre
um título novo e desconhecido que despertaria seu interesse? Como a Netflix poderia
convencer o assinante de que vale a pena assistir a determinado título? Encontrar as respostas
a essas perguntas é fundamental para ajudar os assinantes a descobrirem títulos e conteúdos
desconhecidos de acordo com suas preferências.
Fonte: Medium
62
A imagem acima (Figura 10) ilustra uma página inicial da Netflix sem arte, forma pela
qual os algoritmos de recomendação visualizam uma página. A Netflix vem trabalhando para
encontrar o layout ideal de cada título para os assinantes. Através de algoritmos busca-se
apresentar o melhor layout para um título, para cada um dos assinantes e destacar os aspectos
de um título que sejam especificamente relevantes para eles mesmo diante do fato de a
diversidade de gostos e preferências serem enormes.
Fonte: Medium
Na Figura 11, os layouts para a série Stranger Things recebem, cada um, mais de 5%
das impressões do algoritmo de personalização. Imagens diferentes cobrem uma gama de
temas para ir além do que qualquer imagem individual retrata. Como inspiração são
explorados cenários em que a personalização de layouts seria significativa, assim como são
considerados que diferentes assinantes têm diferentes históricos de visualização.
Considerando a personalização da imagem (Figura 12) usada para descrever o filme
Good Will Hunting, estabeleceu-se como critério o quanto um membro prefere diferentes
gêneros e temas. Um assinante, que tenha assistido a muitos filmes românticos, pode estar
interessado em outros filmes do mesmo gênero e, nesse caso, é mostrada a arte com atores
específicos, enquanto um membro que assistiu muitas comédias pode ser atraído para o filme
se a arte tiver um ator que seja um comediante bem conhecido.
63
Figura 12 – Preferência por gênero na personalização de layout
Fonte: Medium
A partir de outro cenário, as diferentes preferências dos assinantes pelo elenco (Figura
13) podem influenciar a personalização do layout do filme Pulp Fiction. Um membro que
assista a muitos filmes com Uma Thurman provavelmente responderia positivamente à obra
de Pulp Fiction que contém a atriz, enquanto isso, um fã de John Travolta pode estar mais
interessado em assistir a Pulp Fiction se o layout mostra a imagem com o ator.
Fonte: Medium
O cenário para personalizar a arte nem sempre é claro e evidente. As regras não são
enumeradas manualmente, ao contrário, a Netflix confia em dados para subsidiar o que usar.
Mas de modo geral, ao personalizar o layout, cada título visa oferecer a melhor experiência
aos assinantes.
Na Netflix, a personalização é adotada e adaptada algoritmicamente a partir de
aspectos da experiência dos assinantes, isso inclui as linhas selecionadas para a página inicial,
os títulos selecionados para essas linhas, as galerias exibidas, as mensagens enviadas e assim
64
por diante. Cada novo aspecto personalizado tem desafios únicos, o desafio da personalização
de imagem é poder selecionar uma única peça de arte para representar cada título em cada
lugar apresentado, já as configurações típicas de recomendação permitem apresentar várias
seleções a um membro, onde pode ser aprendido subsequentemente sobre suas preferências a
partir do item selecionado.
Para conseguir uma personalização eficaz é preciso que haja um bom conjunto de
ilustrações para cada título, o que implica obter vários ativos que sejam envolventes,
informativos e representativos para evitar o clickbait (em português, caça-clique) que se
refere a conteúdo da internet que é destinado à geração de receita de publicidade,
normalmente às custas de manchetes sensacionalistas. O conjunto de imagens para um título
precisa ser diversificado o suficiente para abranger um amplo público potencial interessado
em diferentes aspectos do conteúdo. O quanto um layout é envolvente e informativo depende
do indivíduo que o vê, portanto, é preciso ter um layout que destaque não apenas sobre
diferentes temas em um título, mas também diferentes estéticas. Para superar esse desafio, as
equipes de design da Netflix criam diversas imagens em várias dimensões, além de levarem
em consideração os algoritmos de personalização que selecionam as imagens durante o
processo criativo para gerar layouts.
Mecanismo de recomendação
A maior parte do mecanismo de recomendação da Netflix é alimentado por algoritmos
de aprendizado de máquina, tradicionalmente coletados em um lote de dados sobre a forma de
uso do serviço dos assinantes. Em seguida, é executado um novo algoritmo de aprendizado de
máquina nesse mesmo lote de dados. Após isso, é testado esse novo conjunto de algoritmos
em relação ao sistema de produção em vigor por meio de testes A / B cuja finalidade é
verificar se o novo algoritmo é melhor que o sistema de produção em vigor, testando-o em um
subconjunto aleatório de assinantes.
Os assinantes do grupo A obtêm a experiência de produção em vigor, enquanto os
assinantes do grupo B recebem o novo algoritmo. Se os assinantes do grupo B tiverem um
envolvimento maior com a Netflix, então o novo algoritmo é lançado para toda a população
de assinantes. É notório que essa abordagem em lote é falha, pois muitos assinantes durante
um longo tempo não se beneficiam de uma boa experiência.
Para personalização, o membro é o contexto, pois é esperado que diferentes assinantes
respondam de maneira diferente às imagens. Uma propriedade chave desse método é que são
projetados para minimizar o desgosto. Em outro nível, os dados de treinamento são obtidos
65
através da injeção de randomização controlada nas previsões do modelo aprendido. Os
esquemas de randomização podem variar em complexidade, desde formulações simples com
aleatoriedade uniforme até esquemas de loop fechado que variam o grau de randomização
como uma função da incerteza do modelo, pode se referir a esse processo como exploração de
dados. O número de layouts candidatos disponíveis para um título, juntamente com o tamanho
da população geral para a qual o sistema será implantado, informa a escolha da estratégia de
exploração de dados
No esquema de exploração on-line são obtidos um conjunto de dados que registra para
cada membro título e imagem e se essa seleção resultou em uma reprodução do título ou não.
Além disso, pode-se controlar a exploração de modo que as seleções de arte não sejam
alteradas com muita frequência. Isso direciona uma atribuição mais clara do envolvimento do
membro a um trabalho artístico específico. Os rótulos também são definidos a partir da
observação da qualidade do engajamento para evitar o aprendizado de um modelo que
recomenda imagens clickbait, aquelas que levam um membro a começar a assistir, mas que
resultam no engajamento de baixa qualidade.
O problema da atribuição ideal de layout de imagem a um membro é a dificuldade de
estabelecer uma seleção para encontrar a melhor do conjunto de imagens disponíveis de um
título. Uma vez que o modelo é treinado, ele é usado para classificar as imagens para cada
contexto. O modelo prevê a probabilidade de reprodução de uma determinada imagem em um
determinado contexto do membro. É classificado um conjunto de imagens por probabilidades,
sendo a escolhida aquela com maior probabilidade. Essa é a imagem apresentada para esse
membro em particular.
Para avaliar os algoritmos antes de implementá-los on-line em assinantes reais, usa-se
uma técnica off-line conhecida como repetição de dados (Figura 14). Esse método permite
responder a perguntas contra fatos com base nos dados de exploração dos registros. É
possível comparar off-line o que teria acontecido em sessões históricas sob diferentes cenários
se tivessem sido usados algoritmos diferentes de maneira imparcial.
66
Fonte: Medium
Fonte: Medium
Fonte: BGR
71
Segundo os dados da Netflix, embora a maioria de seus usuários se tornem assinantes
por meio de celulares ou PCs, 70% das horas assistidas do serviço vêm de TVs. Esse dado da
Netflix contraria uma tendência global de movimento de vídeos para celulares e tablets.
Segundo o Zenith’s Online Video Forecasts 2017, dos outros 30% de horas de Netflix
assistidas no mundo, apenas 15% vêm de celulares ou tablets; os 15% restantes são vistos a
partir de computadores ou notebooks. A Figura 19 abaixo ilustra essa situação.
No entanto, a imagem mostra também que a maioria das pessoas "migra" para as
televisões após assinar o serviço. A assinatura é feita majoritariamente pelo computador (40%
das vezes) ou pelo celular (30%). As TVs, nesse momento, são menos importantes,
respondendo por apenas 5% das assinaturas, e os tablets respondem pelos 5% restantes.
Essa proporção é praticamente constante entre todos os tipos de vídeos contidos na
Netflix, desde séries até especiais de comédia. Há algumas variações sutis: programas
infantis, por exemplo, têm uma proporção acima da média de visualização por TVs e abaixo
da média para celulares e tablets; programas de ficção científica, por outro lado, costumam
ser vistos com mais frequência que o normal em computadores.
Em março de 2019, Cindy Holland, vice-presidente de conteúdo original da Netflix,
afirmou que há oportunidades de sucesso para grandes empresas de entretenimento e novos
participantes, mas o verdadeiro desafio para o novo concorrente é crescer no futuro, quando
72
foi solicitada a identificar potenciais rivais da Netflix e refletir sobre a posição da Apple,
Disney e Amazon, em entrevista na Conferência INTV de 2019, em Israel. Ela disse que, ao
contrário do Google e do Facebook, a prioridade da Netflix é entreter, que a Netflix é muito
diferente das empresas de tecnologia e que a empresa tem um modelo de negócios diferente e
está mais próxima da TV a cabo. Em um momento da palestra realizada em Jerusalém, a vice-
presidente também falou sobre panoramas futuros para o desenvolvimento da empresa. O
plano atual é investir pesado no mercado internacional, já que 80% da receita empresarial
vem de fora dos Estados Unidos.
A privacidade de dados, assim como praticamente todas as empresas com negócios
on-line, é de conhecimento público o fato de a Netflix coletar informações a respeito dos
usuários, incluindo o histórico de vídeos assistidos na plataforma. Naturalmente, a empresa
consegue quantificar isso e descobrir os padrões de uso das pessoas. De outra forma, não seria
possível personalizar a experiência de cada pessoa sem que essas informações fossem
coletadas. Os termos de uso do serviço deixam claro essa situação, mas não explica muito
bem para que os dados podem ser usados. As informações que coletamos automaticamente
sobre você e sobre o uso que você faz do nosso serviço, suas interações conosco e com nossa
publicidade, bem como informações a respeito do seu computador ou outro dispositivo que
você usa para acessar nosso serviço (tais como consoles de videogame, smart TVs, aparelhos
móveis e set top boxes, dizem os termos. A privacidade dos hábitos de visualização dos
nossos assinantes é importante para nós. A informação representa tendências gerais de
visualização e não informações pessoais de indivíduos específicos e identificados”.
A Netflix divulgou que 67% pessoas estão assistindo a séries e filmes fora de casa.
Dentre os números, os brasileiros estão em quinto lugar no ranking dos povos da América
Latina que mais assistem Netflix em público, totalizando 77% dos entrevistados. O Brasil está
atrás de países como México, Colômbia, Chile e Argentina. O estudo, realizado com cerca de
37 mil pessoas, mostra que o público não se incomoda em assistir a programas, filmes e séries
em qualquer lugar. Dos brasileiros entrevistados, 49% assistem no avião, 45% no ônibus,
50% no trajeto diário e 39% em filas. Além disso, os entrevistados confessam que
bisbilhotam as telas alheias: 61% dos brasileiros revelam que dão uma olhada no que os
outros estão assistindo ao seu lado. Entretanto, 14% deles contam que já receberam spoilers
durante o ato. E mais: os resultados mostram que os espectadores não se importam de soltar
as emoções na frente de outras pessoas. Dos entrevistados, 65% já gargalhou assistindo
Netflix em público e uma em cada cinco pessoas já chorou na frente da tela. Em todo o
73
mundo, o México é o país com o maior número de pessoas que assistem Netflix em público,
cerca de 89% dos entrevistados. Logo atrás, estão Índia (88%) e Filipinas (86%).
Figura 20 – Maratonas
5.2 SURVEY
A pesquisa com survey busca informação diretamente com o grupo de interesse a
respeito dos dados que se deseja obter (SANTOS, 1999). Esta survey foi utilizada para
obtenção de dados e informações sobre as características e as opiniões de consumidores
indicados como representantes da população-alvo, utilizando um questionário como
instrumento de pesquisa (FONSECA, 2002, p. 33), por amostragem de bola de neve, método
de amostragem de rede útil para se estudar populações difíceis de serem acessadas ou
estudadas, segundo Bernard (2005), foi aplicada no mês de setembro de 2018.
As respostas iniciais indicaram que 71,68% têm até 35 anos, sendo que 49,71% estão
entre 21 e 35 anos, e 10,98% estão acima dos 50 anos. Comparando as respostas com o estudo
de Matrix (2014), podemos sugerir que o percentual de jovens vem ao encontro da afirmação
da autora de que ao lançar todos os episódios de uma temporada simultaneamente, a Netflix
inspira amplas sessões de maratona para a faixa demográfica entre 18 e 34 anos. Junto à
audiência jovem, muitos dos quais fazem binge watching, depois vão para as redes sociais
para falar sobre o que e como assistiram. Na grande mídia, binge viewing e Netflix estão se
tornando sinônimos, especialmente para esses espectadores jovens. Matrix (2014) entende
que, especialmente para os jovens, a Netflix não representa apenas a possibilidade de assistir a
vários episódios em sequência, mas representa também uma comunidade. Em março de 2019,
Cindy Holland, vice-presidente de conteúdo original da Netflix, afirmou em uma entrevista
citada anteriormente, para um jornal de Israel, que uma das principais mudanças estratégicas
que ela liderou foi a entrada da Netflix no espaço dos jovens adultos, o que revela o
alinhamento da pesquisa com a segmentação e posicionamento da empresa e,
consequentemente, a conquista do público jovem.
76
Figura 31 – Resultado: “Quantas pessoas além de você utilizam a mesma senha da Netflix”
Figura 32 – Resultado: “Como você escolhe os filmes e séries que você assiste na Netflix?”
Figura 35 – Resultado: “As recomendações lhe ajudam a encontrar filmes e séries que você não encontraria
sozinho?”
Figura 36 – Resultado: “As recomendações são alinhadas e precisas com as suas preferências?”
Figura 37 – Resultado: “As recomendações recebidas são úteis, ou seja, você realmente assiste aos filmes e
séries recomendadas pela Netflix?”
Os resultados podem sugerir a interpretação dos dados em diálogo com o valor: Fale
comigo quando estiver disposto a comprar (BOUDET et al., 2017), ou seja, não há um local
ou dispositivo determinante e específico para o consumidor receber a recomendação. Hoje,
existem diversos dispositivos, inclusive móveis, com acesso à internet, o que significa que é
possível assistir a vídeos em qualquer lugar. Na verdade, a Netflix alterou a forma como o
conteúdo chega ao consumidor e a experiência do usuário ao consumir seu produto, onde eles
têm controle sobre o que querem ver e sem publicidade. (SACCOMORI, 2016).
Diferentemente do que consumir filmes previstos em uma rede de televisão, onde o
consumidor deve se adequar a uma grade de programação e horário pré-determinado, assim
como definir o local para assistir.
Relacionando os dados com a pesquisa documental, segundo divulgação do relatório
anual da Netflix, embora a maioria de seus assinantes se tornem membros por meio de
celulares ou PCs, 70% das horas assistidas do serviço vêm de TVs. Esse dado da Netflix vai
contraria uma tendência global de movimento de vídeos para celulares e tablets. Segundo o
Zenith’s Online Video Forecasts 2017, dos outros 30% de horas de Netflix assistidas no
mundo, apenas 15% vêm de celulares ou tablets; os15% restantes são vistos a partir de
notebooks.
Conveniência
Em relação a essa questão, um entrevistado mencionou que pelo menos aceleram, eu
não digo que eu não encontraria, mas é mais rápido, encurta o caminho” (Entrevista 1). A
menção do entrevistado sugere que o gerenciamento de tempo pode ser um motivador
importante para o consumo da Netflix (BENAZZI; NACHAMKES, 2014). Segundo os
autores, com suas rotinas corridas, as pessoas valorizam cada vez mais o tempo e a Netflix,
por ter uma grade flexível, ajuda consumidores a gerenciarem melhor o tempo.
Tudo é conveniência, parar, voltar, só é possível por causa disso, este é o grande
atrativo. (Entrevista 1)
Considero fundamental poder assistir no celular e tablete hoje em dia, é mais uma
forma de aproveitar o tempo. (Entrevista 2)
Acho ótimo, as vezes viajo e quero assistir no hotel, neste caso uso o celular.
(Entrevista 3)
Não tenho habito de ver filmes por outros dispositivos que não sejam a TV.
(Entrevista 4)
Isso eu acho bem interessante, mas confesso que prefiro assistir na TV. (Entrevista
5)
Acho bom, não tenho o hábito de acessar em outro meio, mas minha filha assiste no
Ipad. (Entrevista 8)
Elas (as recomendações) são alinhadas, mas não são precisas. Tem
uma relação (com a minha preferência), mas não é exatamente.
(Entrevistado 1).
Trazendo para a análise o valor Conheça-me, não importa onde eu interajo com você
(BOUDET et al., 2017) e relacionando-o às respostas, sugere que a personalização, quando
feita corretamente pode ser uma vantagem tanto para as empresas como para os
consumidores, não importa por meio de qual dispositivo foi a interação, esse encontro deve
ser da mesma forma, com o mesmo padrão e reconhecimento do consumidor. A qualidade
desses encontros de serviços tem sido reconhecida como uma arma estratégica competitiva
(KELLEY, 1993).
Um dos entrevistados fez uma menção, na qual ele diferencia o que seriam
recomendações alinhadas versus recomendações precisas.
Os entrevistados relataram como eles fazem a seleção de filmes para assistir. Nas
respostas, é possível analisar a importância das avaliações dos filmes, que são
disponibilizadas na sinopse, o que pode ser um influenciador no momento da decisão de
assistir ou não ao filme.
Eu sempre vejo quantas estrelas tem o filme. Se tiver menos que 3,5
eu já deixo pra assistir uma outra hora. Dou prioridade para os
filmes de procuração Netflix e com 4 ou 5 estrelas. (Entrevista 7)
A curadoria
Longe do comportamento passivo, os consumidores de vídeo sob
demanda empenham-se na descoberta e curadoria de novos filmes (conteúdo). Na questão
Você entende que a sua escolha pode influenciar nas recomendações de outros consumidores
que têm preferências similares? A maioria acredita que sim, que o seu comportamento pode
influenciar na recomendação de outro consumidor, apesar de não entender muito bem como
seria o processo.
É uma forma de interagir, quando você seleciona e não assiste ou
cancela. É uma forma de rejeição. Entendo a curadoria. (Entrevista
1)
Pode ser, creio que eles utilizem algum tipo de algoritmo para enviar
essas recomendações, mas confesso que as indicações não têm
funcionado muito bem, no meu caso. (Entrevista 5)
Este último agora, esqueci o nome... Highwaymen, mas foi uma recomendação que
eu gostei. Mas assim, como foi este, são poucos que a Netflix acerta com a minha
preferência. (Entrevista 1)
Não me lembro, não sou boa para guardar nome de filme. (Entrevista 2)
Acho ótimo, às vezes viajo e quero assistir no hotel, neste caso uso o
celular. (Entrevista 3)
Acho bom, não tenho o hábito de acessar em outro meio, mas minha
filha assiste séries no Ipad. (Entrevista 8)
A Netflix divulgou que 67% das pessoas estão assistindo a séries e filmes fora de
casa, os dados são o resultado de uma pesquisa realizada on-line com mais de 37 mil adultos
de todo o mundo, entre agosto e setembro de 2017. Segundo dados da Nielsen de 2017, nos
103
Estados Unidos, o público passa mais tempo em smartphones e tablets a cada ano do que nos
anos anteriores, pois o uso de smartphones prolifera em todo o mundo.
Uma outra pesquisa realizada pela Netflix, entre agosto e setembro de 2018, revela
diferentes hábitos dos espectadores. O estudo mostra que 67% do público entrevistado não
sente vergonha alguma em assistir aos títulos favoritos em público. Dentre os números, os
brasileiros estão em quinto lugar no ranking dos povos da América Latina que mais assistem
Netflix em público, totalizando 77% dos entrevistados. Dos brasileiros entrevistados, 49%
assistem no avião, 45% no ônibus, 50% no trajeto diário e 39% em filas. Ao serem
perguntados se eles achavam que a televisão faz parte do cotidiano das famílias, os
entrevistados responderam atualmente não ou muito pouco, caracterizando isso em programas
mais populares.
O entrevistado 7 mencionou que, às vezes, faz o download do filme para ver off-line
quando tem uma viagem marcada ou para assistir durante uma espera em consulta médica. O
comentário do entrevistado é mencionado na pesquisa documental, que ressalta o fato da
Netflix, em 2013, ter adicionado um recurso de download para que os inscritos pudessem
salvar títulos para assistir off-line.
Recebimento de recomendação inadequada
Na questão sobre qual é o sentimento ao receber uma recomendação que não está
adequada com o seu perfil e se isso impacta no consumo, os entrevistados demonstraram que
o fato não impacta diretamente no consumo.
Que estão usando mal as informações que eles têm. Mas isto não
impacta no meu consumo. (Entrevista 1)
Não impacta no meu consumo, mas acho que poderiam fidelizar mais
o cliente se tivessem maior acuracidade nas indicações. (Entrevista 5)
104
Como eu já recorro a recomendações de fora do aplicativo não
acredito que tenha um impacto muito grande no meu consumo ou em
como eu me sinto, mas seria mais fácil se as recomendações fossem
mais próximas do meu universo de preferências. (Entrevista 6)
Trazendo para a análise o valor Conheça-me, não importa onde eu interajo com você
(BOUDET et al., 2017), relacionando-o com as respostas, sugere que ao receber uma
recomendação personalizada que não está adequada à sua preferência, o consumidor entende
que a Netflix não o conhece, mas ao mesmo tempo ele relata que isso não influencia
diretamente no seu consumo.
Quando questionados se em algum momento o entrevistado pensou em cancelar a
assinatura da Netflix, podemos analisar que quando frustrado pelo fornecedor, em situações
diversas que podem ser desde o aumento do preço da assinatura ao posicionamento político, o
consumidor pensa em cancelar a assinatura.
Não, por ser barato e porque minha filha é quem consome mais que
eu. (Entrevista 5)
Privacidade
No que se refere a privacidade, os entrevistados ao serem questionados se sentiam
incomodados ou preocupados com os seus dados pessoais sendo utilizados pela empresa que
rastreia o comportamento do consumidor, a maioria se diz despreocupada no momento, pois
não houveram incidentes de uso indevido.
107
Sim, mas essa é uma realidade com a qual temos que nos habituar.
(Entrevista 5)
Tenho este hábito, de assistir vários capítulos de uma vez só. Quando
gosto, assisto muito, mas não até o final. (Entrevista 1)
Sim, quando gosto de uma série quero assistir tudo de uma vez só sem
parar, embora a psicóloga da minha filha já tenha alertado que isso
aumenta a ansiedade! (Entrevista 5)
Quando tenho tempo faço isso. Geralmente nos feriados. Assisto até
acabar a série. E ainda, prefiro série (mesmo que assistindo vários
episódios) do que filme. (Entrevista 7)
Já tive esse comportamento e assisti uma série assim com minha filha
até o final. (Entrevista 8)
Lembre-me de coisas que eu quero saber e que talvez não esteja acompanhando
110
Sob a análise desse valor, os respondentes em sua maioria afirmaram que as
recomendações estão de acordo com a sua preferência. Podemos considerar que o
alinhamento das recomendações pode estar diretamente ligado às preferências do consumidor,
assim como pode estar relacionado ao que o consumidor gostaria de saber e ou conhecer e
que, muitas vezes, em seu cotidiano ele não consegue acompanhar.
6. CONSIDERAÇÕES FINAIS
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122
APÊNDICES
APÊNDICE 1 – Questionário da Pesquisa (Ferramenta Question Pro)
123
124
125
126
127
128
Após uma breve introdução a respeito dos objetivos da pesquisa, a entrevista foi
realizada de acordo com seguinte roteiro:
Quarta parte objetiva obter informações que não foram abordadas nas questões
anteriores.
Você gostaria de comentar algo sobre o valor das recomendações para você ou que
tenha percebido na Netflix, alguma crítica ou observação a fazer que não foi comentada?
Após uma breve introdução a respeito dos objetivos da pesquisa, a entrevista foi
realizada de acordo com seguinte roteiro:
Quarta parte objetiva obter informações que não foram abordadas nas questões
anteriores.
Quando e qual o meio você usa para acessar a Netflix? (passo a passo para assistir à
Netflix – o ritual de sua experiência para acessar a Netflix, tem um ritual? (por
exemplo, chego em casa e depois do jantar acesso a Netflix, busco um filme no meu
perfil e começo a assistir).
Entrevista A
As recomendações recebidas são úteis, ou seja, você realmente assiste aos filmes e
séries recomendadas pelo Netflix?
Sim, na maioria das vezes eu assisto.
Quarta parte objetiva obter informações que não foram abordadas nas questões
anteriores.
Você gostaria de comentar algo sobre o valor das recomendações para você ou que
tenha percebido na Netflix, teria alguma crítica ou observação a fazer que não foi
comentada?
Não.
Entrevista B
133
As recomendações recebidas são úteis, ou seja, você realmente assiste aos filmes e
séries recomendados pelo Netflix? Algumas eu assisto, outras eu começo e desisto e a
maioria eu descarto.
Quarta parte objetiva obter informações que não foram abordadas nas questões
anteriores.
Você gostaria de comentar algo sobre o valor das recomendações para você ou que
tenha percebido na Netflix, teria alguma crítica ou observação a fazer que não foi
comentada? Eu detesto a estratégia deles mudarem as capas dos filmes, é muito chato,
você não consegue identificar o filme com facilidade, perde a referência.
Entrevista C
Por qual canal você prefere receber as recomendações da Netflix? Não olho
recomendações.
As recomendações recebidas são úteis, ou seja, você realmente assiste aos filmes e
séries recomendadas pela Netflix? O meu perfil é com o do meu marido, eu não
assisto o que é recomendado, ele é que escolhe e assistimos juntos.
Quarta parte objetiva obter informações que não foram abordadas nas questões
anteriores.
Você gostaria de comentar algo sobre o valor das recomendações para você ou que
tenha percebido na Netflix, teria alguma crítica ou observação a fazer que não foi
comentada? Nunca vou ao cinema, só assisto Netflix.
Entrevista D
Por qual canal você prefere receber as recomendações da Netflix? No celular para
colocar na minha lista.
As recomendações te ajudam a encontrar filmes e séries que você não encontraria
sozinho? Eu acredito que não.
Por qual canal você prefere receber as recomendações da Netflix? Tenho aplicativo da
Netflix, mas não uso, não sou muito boa com tecnologia.
As recomendações recebidas são úteis, ou seja, você realmente assiste aos filmes e
séries recomendadas pela Netflix? Não vejo recomendação.
Quarta parte objetiva obter informações que não foram abordadas nas questões
anteriores.
Você gostaria de comentar algo sobre o valor das recomendações para você ou que
tenha percebido na Netflix, teria alguma crítica ou observação a fazer que não foi
comentada? Gosto de ver na TV em casa porque a tela é grande, geralmente faço
maratona nos finais de semana, nos dois dias seguidos.
Entrevista 1
Por qual canal você prefere receber as recomendações da Netflix? Eu prefiro na TV,
no meu perfil.
As recomendações recebidas são úteis, ou seja, você realmente assiste aos filmes e
séries recomendados pela Netflix? Boa parte dos casos sim, eu assisto.
Quarta parte objetiva obter informações que não foram abordadas nas questões
anteriores.
Quando e qual o meio você usa para acessar a Netflix? (passo a passo para assistir
Netflix – o ritual de sua experiência para acessar a Netflix, tem um ritual? (por
exemplo, chego em casa e depois do jantar acesso a Netflix, busco um filme no meu
perfil e começo a assistir). Assisto qualquer hora pelo celular, preferencialmente, em
qualquer lugar. Se tiver tempo disponível, eu assisto. A vantagem é parar e retornar
para o mesmo ponto. Não tenho uma jornada específica para acessar a Netflix em
casa.
Como é a sua seleção dos filmes para assistir? Começo a analisar a possibilidade de
filmes para eu assistir pelas recomendações na TV, olho se tem lançamento, dou uma
olhada geral. Abro o filme, assisto um pouco, se vale a pena, eu começo a assistir
para ver ou até mesmo salvo na minha lista para ver depois.
Como você invalida uma recomendação de filme recebida? O que te faz desistir de
assistir ao filme recomendado para você pela Netflix? Quando não me agrada, eu
desisto. Eu começo, paro, desisto. Se for basear no meu comportamento, acho que
tem um percentual enorme de tentar e parar, depois de voltar a assistir, parar de
novo, porque a Netflix facilita isto, posso assistir da forma que eu quiser, parar,
assistir de novo.
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Você assiste mais de um filme ao mesmo tempo? Sim, eu paro, volto. Porque muitas
vezes não estou a fim de um tipo de filme, então vou para outro, mudo de gênero,
depois eu volto.
Quais os filmes que assistiu que foram indicados pela Netflix para você?
Este último agora, esqueci o nome... Highwaymen, mas foi uma recomendação que eu
gostei. Mas assim, como foi este, são poucos que a Netflix acerta com a minha
preferência.
Você lembra de filmes que você desistiu de assistir e por que? Maioria, um monte!
Não me agradou no desenvolvimento do tema. Um tema bem desenvolvido seria sem
distorção dos fatos, da realidade, sem querer proselitismo político, ideológico.
E sobre a conveniência desta nova forma de consumir conteúdo, o que você poderia
comentar sobre assistir filme em qualquer lugar, de qualquer dispositivo? Tudo é
conveniência, parar, voltar, só é possível por causa disso, este é o grande atrativo.
Qual o seu sentimento relacionado a receber uma recomendação que não está
adequada com o seu perfil? Isto impacta no seu consumo? Que estão usando mal as
informações que eles têm. Mas isto não impacta no meu consumo.
E voltou a assinar por que? Porque as opções que tinham na época não tinha
conteúdo atualizado, diferente de agora que está chegando concorrência forte da
Apple e da Disney.
Você percebeu a dinâmica de troca da imagem da capa dos filmes, que são alteradas a
praticamente cada vez que você acessa? Eu percebi e não gosto, porque eu perco a
referência.
Você acha que a televisão faz parte do cotidiano das famílias? Acho que hoje tem
pouco disto no cotidiano das famílias, mas ainda acho que tem em programas mais
populares como futebol, novela.
Cada vez mais a maratona de consumo de mídia se torna mais comum, consumidores
quando gostam de uma série assistem a vários episódios de uma vez ou por dias
seguidos. Você tem este hábito? Tenho este hábito, de assistir vários capítulos de uma
vez só. Quando gosto, assisto muito, mas não até o final.
Valor 2 - Fale comigo quando estiver disposto a comprar: Neste caso, não é síncrono,
eu estou no meu dispositivo e olho quando eu quiser. O que eu não quero é a pessoa
me ligando.
Valor 3 - Lembre-me de coisas que eu quero saber e que talvez não esteja
acompanhando: Sim, ela me indica coisa que eu não conseguiria encontrar sozinho,
de certa forma, sim.
Valor 4 - Conheça-me, não importa onde eu interajo com você: Sim, acredito que sim.
O que você acha do preço da assinatura da Netflix? O preço é bom, considerando que
tudo no Brasil é caro, o preço é bom sim.
Você gostaria de comentar algo sobre o valor das recomendações para você ou que
tenha percebido na Netflix, teria alguma crítica ou observação a fazer que não foi
comentada? O que eles poderiam ter é um score melhor, aquelas estrelinhas não
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indicam nada, poderia ter comentários, melhorar mesmo a informação de score. Por
exemplo, é cinco estrelas por quê? Por causa do roteiro, do ator, não sei... poderia ter
como nos restaurantes e outros serviços, comentários que ajudassem na definição da
escolha.
Entrevista 2
Por qual canal você prefere receber as recomendações da Netflix? Elemidia, Netflix.
As recomendações recebidas são úteis, ou seja, você realmente assiste aos filmes e
séries recomendadas pela Netflix? Às vezes.
Quarta parte objetiva obter informações que não foram abordadas nas questões
anteriores.
Quando e qual o meio você usa para acessar a Netflix? (passo a passo para assistir
Netflix – o ritual de sua experiência para acessar a Netflix, tem um ritual? (por
exemplo, chego em casa e depois do jantar acesso a Netflix, busco um filme no meu
perfil e começo a assistir). Normalmente após o jantar, entro na busca, às vezes por
nome, às vezes por gênero.
Como é a sua seleção dos filmes para assistir? Busco por nome, por gênero, por
atores.
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Como você invalida uma recomendação de filme recebida? O que te faz desistir de
assistir ao filme recomendado para você pela Netflix? Vejo a sinopse, lendo eu já sei
se vou gostar ou não.
Você assiste mais de um filme ao mesmo tempo? Não, eu assisto o filme até o final.
Quais os filmes que assistiu que foram indicados pela Netflix para você? Não me
lembro agora, não sou boa para guardar nome de filme.
Você lembra de filmes que você desistiu de assistir e por quê? Não me lembro
também.
E sobre a conveniência desta nova forma de consumir conteúdo, o que você poderia
comentar sobre assistir filme em qualquer lugar, de qualquer dispositivo? Considero
fundamental poder assistir no celular e tablet hoje em dia, é mais uma forma de
aproveitar o tempo.
Qual o seu sentimento relacionado a receber uma recomendação que não está
adequada com o seu perfil? Isto impacta no seu consumo? Não me sinto satisfeita,
mostra que o meu fornecedor não me conhece. Porém, poderia também criar algo
sobre recomendações diferentes do seu perfil (para clicar, caso haja interesse). Tipo:
“o que os outros perfis estão mais assistindo”.
Você percebeu a dinâmica de troca da imagem da capa dos filmes, que são alteradas a
praticamente cada vez que você acessa? Não me lembro, não percebi isso.
Você acha que a televisão faz parte do cotidiano das famílias? Com certeza, sim!
Muitas vezes é o momento de estar junto.
Valor 4 - Conheça-me, não importa onde eu interajo com você: Alto valor.
Valor 5 - Compartilhe o valor de uma maneira significativa para mim: Médio valor.
O que você acha do preço da assinatura da Netflix? Acho que pelo volume de clientes
atuais, o valor poderia ser menor, visto que estão aparecendo novos concorrentes.
Você gostaria de comentar algo sobre o valor das recomendações para você ou que
tenha percebido na Netflix, teria alguma crítica ou observação a fazer que não foi
comentada? Nada a acrescentar.
Entrevista 3
Por qual canal você prefere receber as recomendações da Netflix? Na própria Netflix
na TV.
As recomendações recebidas são úteis, ou seja, você realmente assiste aos filmes e
séries recomendadas pela Netflix? Às vezes sim, muitas vezes eu acabo cedendo para
assistir alguma coisa com a família.
Quarta parte objetiva obter informações que não foram abordadas nas questões
anteriores.
Quando e qual o meio que você usa para acessar a Netflix? (passo a passo para assistir
Netflix – o ritual de sua experiência para acessar a Netflix, tem um ritual? (por
exemplo, chego em casa e depois do jantar acesso a Netflix, busco um filme no meu
perfil e começo a assistir). Geralmente assisto as séries aos finais de semana à tarde,
exceto quando estou muito empolgada para ver o próximo episódio é que assisto à
noite após o jantar.
Como você invalida uma recomendação de filme recebida? O que te faz desistir de
assistir ao filme recomendado para você pela Netflix? Às vezes não assisto porque já
enjoei do estilo.
Quais os filmes que assistiu que foram indicados pela Netflix para você? Geralmente
pergunto a amigos sobre a indicação recebida da Netflix, a maioria.
Você lembra de filmes que você desistiu de assistir e por quê? The wish list – achei
repetitivo, parei no 5º. Episódio.
E sobre a conveniência desta nova forma de consumir conteúdo, o que você poderia
comentar sobre assistir filme em qualquer lugar, de qualquer dispositivo? Acho ótimo,
às vezes viajo e quero assistir no hotel, neste caso, uso o celular.
Qual o seu sentimento relacionado a receber uma recomendação que não está
adequada com o seu perfil? Isto impacta no seu consumo? Não causa impacto.
A Netflix tem investido muito em conteúdo original, você assiste as produções? Sim,
eu gosto bastante.
Você percebeu a dinâmica de troca da imagem da capa dos filmes, que são alteradas a
praticamente cada vez que você acessa? Sim, para mim, não faz diferença.
Você acha que a televisão faz parte do cotidiano das famílias? Sim, com certeza!
Cada vez mais a maratona de consumo de mídia se torna mais comum, consumidores
quando gostam de uma série assistem a vários episódios de uma vez ou por dias
seguidos. Você tem este hábito? Sim!!! (risos) Com certeza! Quando me empolgo,
assisto vários episódios.
Valor 3 - Lembre-me de coisas que eu quero saber e que talvez não esteja
acompanhando: Interessante.
Valor 4 - Conheça-me, não importa onde eu interajo com você: Pouco valor.
Você gostaria de comentar algo sobre o valor das recomendações para você ou que
tenha percebido na Netflix, teria alguma crítica ou observação a fazer que não foi
comentada? Nada a acrescentar.
Entrevista 4
Por qual canal você prefere receber as recomendações da Netflix? E-mail está ok para
mim.
As recomendações recebidas são úteis, ou seja, você realmente assiste aos filmes e
séries recomendados pelo Netflix? Tenho por hábito, olhar todas as recomendações,
mas a assertividade das indicações ainda é muita baixa.
Quarta parte objetiva obter informações que não foram abordadas nas questões
anteriores.
Quando e qual o meio você usa para acessar a Netflix? (passo a passo para assistir
Netflix – o ritual de sua experiência para acessar a Netflix, tem um ritual? (por
146
exemplo, chego em casa e depois do jantar acesso a Netflix, busco um filme no meu
perfil e começo a assistir). O acesso é feito de duas formas, direto via Apple TV e via
controle remoto, que já possui uma função que dá acesso direto via controle remoto.
Não há um ritual específico para assistir filmes da Netflix, o uso ainda é esporádico,
principalmente quando as opções da TV aberta ou fechada não agradam.
Como é a sua seleção dos filmes para assistir? Via menu, opção de categoria de filmes
na TV, zapeando.
Como você invalida uma recomendação de filme recebida? O que te faz desistir de
assistir ao filme recomendado para você pela Netflix? Não me recordo.
Você assiste mais de um filme ao mesmo tempo? Não, quando assisto, assisto até o
final.
Quais os filmes que assistiu que foram indicados pela Netflix para você? Na maioria
filmes de ação.
Você lembra de filmes que você desistiu de assistir e por quê? Séries como a House of
cards, que vi até uma determinada temporada, depois vai ficando cansativo.
E sobre a conveniência desta nova forma de consumir conteúdo, o que você poderia
comentar sobre assistir filme em qualquer lugar, de qualquer dispositivo? Não tenho
hábito de ver filmes por outros dispositivos que não sejam a TV.
Qual o seu sentimento relacionado a receber uma recomendação que não está
adequada com o seu perfil? Isto impacta no seu consumo? Não.
Você tem preferência por um gênero de filme? Sim, filmes de ação e ficção cientifica.
Você percebeu a dinâmica de troca da imagem da capa dos filmes, que são alteradas a
praticamente cada vez que você acessa? Não, nem sabia disso.
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E no que refere à privacidade? Você se sente incomodado ou se preocupa com os seus
dados sendo utilizados pelas empresas que rastreiam o comportamento do
consumidor? Sim, me preocupo com o vazamento de informações e eventuais
algoritmos, mas não tem o que fazer.
Você acha que a televisão faz parte do cotidiano das famílias? Sim, eu acho que sim,
mesmo quando não são somente as pessoas da família, os amigos por exemplo,
acabam se reunindo em torno de uma TV.
Cada vez mais a maratona de consumo de mídia se torna mais comum, consumidores
quando gostam de uma série assistem a vários episódios de uma vez ou por dias
seguidos. Você tem este hábito? Não, não faço isso.
Valor 3 - Lembre-me de coisas que eu quero saber e que talvez não esteja
acompanhando: Desde que fique concentrado nas indicações de filmes.
Valor 4 - Conheça-me, não importa onde eu interajo com você: Equilíbrio difícil, há
necessidade de respeitar a privacidade dos usuários.
Valor 5 - Compartilhe o valor de uma maneira significativa para mim: Necessário que
seja equilibrada a relação preço X usuário.
O que você acha do preço da assinatura da Netflix? Quando assinei, iniciei pagando
R$ 19,90, o que sempre me pareceu justo, todavia hoje, já fomos informados, via e-
mail, de um reajuste que levará esse preço para R$ 32,90. O equilíbrio e os reajustes
não estão adequados.
Você gostaria de comentar algo sobre o valor das recomendações para você ou que
tenha percebido na Netflix, teria alguma crítica ou observação a fazer que não foi
comentada? Não.
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Entrevista 5
Por qual canal você prefere receber as recomendações da Netflix? Por e-mail mesmo.
As recomendações recebidas são úteis, ou seja, você realmente assiste aos filmes e
séries recomendados pela Netflix? Não, geralmente não são de meu interesse.
Quarta parte objetiva obter informações que não foram abordadas nas questões
anteriores.
Quando e qual o meio você usa para acessar a Netflix? (passo a passo para assistir
Netflix – o ritual de sua experiência para acessar a Netflix, tem um ritual? (por
exemplo, chego em casa e depois do jantar acesso a Netflix, busco um filme no meu
perfil e começo a assistir). Não tenho um ritual, não assisto tanto assim.
Como é a sua seleção dos filmes para assistir? Muitas vezes minha filha me fala:
“Mãe vamos assistir um filme hoje?”, isso me dá muita preguiça, pois ela sempre
pede para eu escolher e tenho muitas dificuldades em achar um filme ou uma série
boa que me agrade.
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Como você invalida uma recomendação de filme recebida? O que te faz desistir de
assistir ao filme recomendado para você pela Netflix? Geralmente, os filmes
recomendados tem um resumo sobre a estória que na maioria das vezes não faz meu
estilo de filme. Hoje mesmo recebi algumas indicações e achei somente um
interessante que vou ver se gosto.
Quais os filmes que assistiu que foram indicados pela Netflix para você? Não me
lembro de nenhum.
Você lembra de filmes que você desistiu de assistir e por que? Sim, alguns um pouco
depressivos demais e outros um humor bobo. O último que desisti de assistir foi O
date perfeito.
E sobre a conveniência desta nova forma de consumir conteúdo, o que você poderia
comentar sobre assistir filme em qualquer lugar, de qualquer dispositivo? Isso acho
bem interessante, mas confesso que prefiro assistir na TV.
Qual o seu sentimento relacionado a receber uma recomendação que não está
adequada com o seu perfil? Isto impacta no seu consumo? Não impacta no meu
consumo, mas acho que poderiam fidelizar mais o cliente se tivessem maior
acuracidade nas indicações.
Em algum momento você pensou em cancelar a assinatura da Netflix? Não, por ser
barato e porque minha filha é quem consome mais que eu.
A Netflix tem investido muito em conteúdo original, você assiste as produções? Acho
que algumas séries produzidas pela Netflix são interessantes, mas não é uma forma de
escolha para mim.
Você tem preferência por um gênero de filme? Sim, filmes de suspense e ação e
comédias românticas.
Você percebeu a dinâmica de troca da imagem da capa dos filmes, que são alteradas a
praticamente cada vez que você acessa? Sinceramente, não.
Você acha que a televisão faz parte do cotidiano das famílias? Sim, mas dependendo
do nível social são mais os canais abertos, com certeza.
150
Você acha que as recomendações têm um cunho comercial, ou seja, há um
direcionamento das recomendações visando a maior lucratividade da empresa? Pode
ser, mas não tenho essa sensação.
Cada vez mais a maratona de consumo de mídia se torna mais comum, consumidores
quando gostam de uma série assistem a vários episódios de uma vez ou por dias
seguidos. Você tem este hábito? Sim, quando gosto de uma série quero assistir tudo
de uma vez só sem parar, embora a psicóloga da minha filha já tenha alertado que
isso aumenta a ansiedade!
Valor 1 - Me dê recomendações relevantes que eu não teria pensado sozinho: Isso pra
mim tem bastante valor, é chato querer ver um filme e ficar procurando por bastante
tempo sem encontrar nada interessante.
Valor 2 - Fale comigo quando estiver disposto a comprar: Esse não tem tanto valor
pra mim.
Valor 3 - Lembre-me de coisas que eu quero saber e que talvez não esteja
acompanhando: Isso seria interessante, mas somente se for assertivo.
Valor 4 - Conheça-me, não importa onde eu interajo com você: Para chegar a uma
boa indicação é necessário realmente conhecer seu cliente, e hoje existem muitos
mecanismos para isso, até porque somos rastreados a todo o momento.
Valor 5 - Compartilhe o valor de uma maneira significativa para mim: Tem bastante
valor, pois se uma indicação é boa, confiarei mais nas indicações da NETFLIX, se
não nem olharei mais.
O que você acha do preço da assinatura da Netflix? Acho um bom preço se for
utilizado, hoje acho que só continuo com a assinatura da Netflix por causa da minha
filha, eu mesma não utilizo tanto.
Você gostaria de comentar algo sobre o valor das recomendações para você ou que
tenha percebido na Netflix, teria alguma crítica ou observação a fazer que não foi
comentada? Sobre as recomendações acho que precisam melhorar bastante, não são
recomendações do estilo de filme que aprecio.
Entrevista 6
151
Primeira parte objetiva conhecer o consumidor:
Qual a sua idade: 28.
Qual o seu gênero: Masculino.
Qual a sua escolaridade: Doutorando (pós-graduando).
Qual o seu estado civil: Solteiro.
Quantos filhos você tem? Não se aplica.
Qual a idade de seus filhos: Não se aplica.
Com quem você mora? Com minha companheira.
Segunda parte objetiva identificar o consumidor como assinante da Netflix
Você assiste Netflix? Sim.
Quantas vezes por semana você assiste Netflix? Entre 2 e 3 vezes por semana.
Geralmente você assiste Netflix acompanhado? E de quem? Sim, com a minha
companheira.
Quem paga a assinatura da Netflix que você assiste? Meu pai.
Quantas pessoas, além de você, utilizam a mesma senha do Netflix? 6.
Terceira parte objetiva apontar o valor que o consumidor atribui às recomendações
Como você escolhe os filmes e séries que você assiste na Netflix? Normalmente eu
assisto as séries ou filmes recomendados por meus amigos, é o mais frequente, ou por
familiares ou clicando nos gêneros de filme e séries que a Netflix sugere como
documentário, ficção científica, suspense e outros mais específicos.
As recomendações recebidas são úteis, ou seja, você realmente assiste aos filmes e
séries recomendadas pela Netflix? São úteis sim, mas eu sou mais lento que a
velocidade de recomendações, então a “Minha Lista” está sempre cheia de
recomendações não vistas (risos).
Quarta parte objetiva obter informações que não foram abordadas nas questões
anteriores.
Quando e qual o meio você usa para acessar a Netflix? (passo a passo para assistir
Netflix – o ritual de sua experiência para acessar a Netflix, tem um ritual? (por
exemplo, chego em casa e depois do jantar acesso a Netflix, busco um filme no meu
perfil e começo a assistir). Eu normalmente assisto algo curto (um episódio) em
momentos de refeição (café da manhã, lanche, almoço), especialmente se estou
sozinho em casa. Algumas vezes, normalmente de noite, assisto algum filme com a
152
minha companheira. Vez ou outra assisto algum episódio de alguma série antes de
dormir.
Como é a sua seleção dos filmes para assistir? Normalmente seleciono algum filme
recomendado por algum amigo ou pela minha companheira ou que eu tenha lido algo
a respeito na internet ou então procuro pela Netflix nas abas temáticas e ao ler
alguma sinopse que me interesse, eu assisto.
Como você invalida uma recomendação de filme recebida? O que te faz desistir de
assistir ao filme recomendado para você pela Netflix? Se eu leio e não gosto da
sinopse eu não assisto o filme ou se eu começo a assistir, mas acho chato, eu desisto
de continuar assistindo.
Você assiste mais de um filme ao mesmo tempo? Filmes geralmente não, mas séries
sim.
Quais os filmes que assistiu que foram indicados pela Netflix para você? Não me
lembro.
Você lembra de filmes que você desistiu de assistir e por quê? Não me lembro.
E sobre a conveniência desta nova forma de consumir conteúdo, o que você poderia
comentar sobre assistir filme em qualquer lugar, de qualquer dispositivo? É excelente
e muito prático, eu gosto, mas ainda temos problema de conexão.
Qual o seu sentimento relacionado a receber uma recomendação que não está
adequada com o seu perfil? Isto impacta no seu consumo? Como eu já recorro a
recomendações de fora do aplicativo não acredito que tenha um impacto muito
grande no meu consumo ou em como eu me sinto, mas seria mais fácil se as
recomendações fossem mais próximas do meu universo de preferências.
A Netflix tem investido muito em conteúdo original, você assiste as produções? Sim,
eu tenho como uma boa referência para assistir.
Você tem preferência por um gênero de filme? Sim, suspense, documentário, ficção
científica, drama, temas relacionados a política e ciência.
Você percebeu a dinâmica de troca da imagem da capa dos filmes, que são alteradas a
praticamente cada vez que você acessa? Não, não percebi.
Você acha que a televisão faz parte do cotidiano das famílias? Sim, ainda sim. Mas
isto já está mudando.
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Você acha que as recomendações têm um cunho comercial, ou seja, há um
direcionamento das recomendações visando a maior lucratividade da empresa? Sim, eu
acredito que sim, tem o interesse da empresa por trás.
Cada vez mais a maratona de consumo de mídia se torna mais comum, consumidores
quando gostam de uma série assistem a vários episódios de uma vez ou por dias
seguidos. Você tem este hábito? Sim, quando eu gosto eu faço maratona.
Valor 3 - Lembre-me de coisas que eu quero saber e que talvez não esteja
acompanhando: Sim.
Você gostaria de comentar algo sobre o valor das recomendações para você ou que
tenha percebido na Netflix, teria alguma crítica ou observação a fazer que não foi
comentada? Nenhuma observação extra.
Entrevista 7
Em quais canais você recebe as recomendações da Netflix? Por e-mail e por celular e
na TV, quando acesso a Netflix.
Por qual canal você prefere receber as recomendações da Netflix? Minha preferência é
receber no celular, é mais cômodo, já consigo colocar na minha lista para assistir
depois.
As recomendações recebidas são úteis, ou seja, você realmente assiste aos filmes e
séries recomendados pela Netflix? Geralmente, eu recebo as recomendações, coloco
na minha lista e no final nem assisto porque não gosto. Eu leio a sinopse, muitas
vezes começo a assistir, mas não passa disso, eu não dou continuidade porque não
gosto.
Quarta parte objetiva obter informações que não foram abordadas nas questões
anteriores.
Quando e qual o meio você usa para acessar a Netflix? (passo a passo para assistir
Netflix – o ritual de sua experiência para acessar a Netflix, tem um ritual? (por
exemplo, chego em casa e depois do jantar acesso a Netflix, busco um filme no meu
perfil e começo a assistir). Assisto ou à noite antes de dormir. E assisto pela smart tv.
Ou então aos finais de semana. Geralmente, eu assisto séries então não preciso
procurar muito. Se for um filme eu entro pelo aplicativo da Netflix no celular e
procuro algum filme que esteja entre os lançamentos ou adicionados recentemente
(dou prioridades para as produções da Netflix) e depois jogo na smart tv.
Como é a sua seleção dos filmes para assistir? Eu sempre vejo quantas estrelas tem o
filme. Se tiver menos que 3,5 eu já deixo pra assistir uma outra hora. Dou prioridade
para os filmes de produção Netflix e com 4 ou 5 estrelas.
Como você invalida uma recomendação de filme recebida? O que te faz desistir de
assistir ao filme recomendado para você pela Netflix? Se ele não for 4 ou 5 estrelas eu
acabo invalidando. É um conjunto de coisas. Eu olho a arte da capa do filme e se for
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muito “tosco” eu acabo não vendo. E a sinopse também. Se não me agrada eu passo
pra frente.
Você assiste mais de um filme ao mesmo tempo? Filmes não. Mas séries sim. Vejo
várias séries ao mesmo tempo. Sempre de estilos diferentes. Caso dê preguiça de
assistir uma, eu tenho a opção de outra.
Quais os filmes que assistiu que foram indicados pela Netflix para você? Os de
produção Netflix. Como, por exemplo, a série Sabrina e um documentário que chama
Mauthausen.
Você lembra de filmes que você desistiu de assistir e por quê? Eu desisto do filme
quando ele me dá sono, rs. E acabo não voltando pra ver depois. Às vezes, desisto
pelo filme ser muito parado a história. Parece do que tá me enrolando pra ganhar
tempo.
E sobre a conveniência desta nova forma de consumir conteúdo, o que você poderia
comentar sobre assistir filme em qualquer lugar, de qualquer dispositivo? Eu gosto da
ideia de poder assistir séries e filmes em todos os lugares. Geralmente, eu assisto na
minha tv mesmo. Mas, às vezes, eu acabo baixando pra ver off-line na Netflix se eu
tenho alguma viagem marcada. Ou então estou esperando pra ser atendido em algum
lugar como médico, por exemplo.
Qual o seu sentimento relacionado a receber uma recomendação que não está
adequada com o seu perfil? Isto impacta no seu consumo? Impacta um pouco. Pois o
filme acaba ficando ali ocupando lugar de algum outro que eu poderia gostar. E
estando ali um filme que não condiz com meu perfil me dá mais trabalho de ir ter que
procurar outro filme.
A Netflix tem investido muito em conteúdo original, você assiste as produções? Sim!
Não são todas, mas a maioria é sim deles.
Você tem preferência por um gênero de filme? O que mais assisto são séries. Mas de
filmes eu acabo preferindo documentários e filmes de ação e suspense.
Você percebeu a dinâmica de troca da imagem da capa dos filmes, que são alteradas a
praticamente cada vez que você acessa? Eu já havia percebido em alguns. E às vezes
quando muda a capa eu acabo interessando pelo filme. Gosto de capas visualmente
bonitas e arrumadas.
Cada vez mais a maratona de consumo de mídia se torna mais comum, consumidores
quando gostam de uma série assistem a vários episódios de uma vez ou por dias
seguidos. Você tem este hábito? Quando tenho tempo faço isso. Geralmente nos
feriados. Assisto até acabar a série. E ainda assim prefiro série (mesmo que
assistindo vários episódios) do que filme. Longe do comportamento passivo, os
consumidores de vídeo sob demanda empenham-se na descoberta e curadoria de
novos filmes (conteúdo).
Você entende que a sua escolha pode influenciar nas recomendações de outros
consumidores que têm preferências similares, ou seja, como a soma das “experiências
compartilhadas?” Não tinha parado pra pensar que eu poderia influenciar nas
recomendações de outros usuários. Talvez deva ser por isso que as recomendações
são tão aleatoriamente.
Valor 3 - Lembre-me de coisas que eu quero saber e que talvez não esteja
acompanhando: Acho válido também. Ainda mais quando, por exemplo, uma série que
assisto lançou nova temporada depois de um ano!
Valor 4 - Conheça-me, não importa onde eu interajo com você: Válido também. Já que
me conhecendo terei recomendações melhores!
Valor 5 - Compartilhe o valor de uma maneira significativa para mim: Válido também.
O que você acha do preço da assinatura da Netflix? Acho que está ficando um valor
alto com o último aumento. Poderia manter entre 20 e 30 reais por mês.
Você gostaria de comentar algo sobre o valor das recomendações para você ou que
tenha percebido na Netflix, teria alguma crítica ou observação a fazer que não foi
comentada? No que se refere à privacidade, não me incomoda, acho que os dados que
a Netflix tem acesso são para minha experiência, não vejo problema. Eu faço
maratona de filmes nas férias, geralmente assisto aqueles filmes que tem vários
episódios, tipo Star Wars. De séries, eu faço maratona só no final de semana, mas às
vezes. Mas prefiro fazer maratona com filme porque série posso ir assistindo picado.
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Mas, quando gosto da série, assisto todas as temporadas. Sempre prefiro assistir na
TV porque no celular a tela é pequena e tem que ficar segurando (risos).
Entrevista 08
Por qual canal você prefere receber as recomendações do Netflix? Na tela, na busca
de filmes é suficiente.
As recomendações recebidas são úteis, ou seja, você realmente assiste aos filmes e
séries recomendadas pela Netflix? Sim, eu assisto todos.
Quarta Parte
Quando e qual o meio você usa para acessar a Netflix? (passo a passo para assistir
Netflix – o ritual de sua experiência para acessar a Netflix, tem um ritual? (por
exemplo, chego em casa e depois do jantar acesso a Netflix, busco um filme no meu
perfil e começo a assistir).Normalmente assisto, na sexta ou domingo à noite após o
jantar em um momento de descanso de todos da casa.
Como é a sua seleção dos filmes para assistir? Verifico se minha filha e meu marido
têm alguma preferência e vou passando as indicações e decidimos em conjunto.
Depende do dia, do clima.
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Como você invalida uma recomendação de filme recebida? O que te faz desistir de
assistir ao filme recomendado para você pela Netflix? Nunca invalidei alguma
sugestão. Às vezes, se o tempo do filme for muito longo e estamos iniciando tarde,
desistimos. Ou se for algum filme ou série muito tenso ou pesado, como assistimos à
noite, prefiro interromper.
Quais os filmes que assistiu que foram indicados pela Netflix para você? “Drop Dead
Diva”, “La casa de papel”, “Alguém tem que ceder”, “O menino que descobriu o
vento”, “A menina índigo”.
Você lembra de filmes que você desistiu de assistir e por quê? O tempo do filme era
muito longo e iniciamos tarde, desistimos pois eu dormiria no meio do filme.
E sobre a conveniência desta nova forma de consumir conteúdo, o que você poderia
comentar sobre assistir filme em qualquer lugar, de qualquer dispositivo? Acho bom,
não tenho o hábito de acessar em outro meio, mas minha filha assiste séries no Ipad.
Qual o seu sentimento relacionado a receber uma recomendação que não está
adequada com o seu perfil? Isto impacta no seu consumo? Não me incomoda. Acredito
que não.
Você percebeu a dinâmica de troca da imagem da capa dos filmes, que são alteradas a
praticamente cada vez que você acessa? Sim, normalmente das séries.
Você acha que a televisão faz parte do cotidiano das famílias? Sim, mas bem menos
que 10, 20 anos atrás.
Cada vez mais a maratona de consumo de mídia se torna mais comum, consumidores
quando gostam de uma série assistem a vários episódios de uma vez ou por dias
seguidos. Você tem este hábito? Já tive esse comportamento e assisti uma série assim
com minha filha até o final.
Valor 1 - Me dê recomendações relevantes que eu não teria pensado sozinho: Sim, isso
me agrada, ter uma grata surpresa.
Valor 2 - Fale comigo quando estiver disposto a comprar: Acho importante, caso
contrário não poderei dar atenção que se espera.
Valor 3 - Lembre-me de coisas que eu quero saber e que talvez não esteja
acompanhando: Pode ser interessante ter este tipo de alerta, pois não tenho o hábito
de assistir/acompanhar toda semana e teria disponibilidade para tal.
Valor 4 - Conheça-me, não importa onde eu interajo com você: Acho interessante,
mas ao mesmo tempo que sinto confortável, também me incomoda um pouco a ideia
de ser monitorada o tempo todo.
Valor 5 - Compartilhe o valor de uma maneira significativa para mim: Algo que me
toque para que possa despertar o meu interesse em assistir mais filmes ou séries.
Você gostaria de comentar algo sobre o valor das recomendações para você ou que
tenha percebido na Netflix, teria alguma crítica ou observação a fazer que não foi
comentada? Acho as recomendações boas e de amplo alcance, sugerindo diversos
gêneros de filmes e séries para a escolha. Desde os que estão em tendência, até os que
se encaixam com as nossas escolhas recentes. Gosto das indicações de filmes
premiados.
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