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Escola/Agrupamento de Escolas | Teste de Avaliação – CienTIC 9 Versão1

Ciências Naturais
9.º Ano de Escolaridade
Duração do Teste: 90 minutos |

Grupo I

Uma infeção por um determinado microrganismo provoca reações de dois tipos. Primeiro uma
reação imediata, também chamada imunidade inata, em que a partir do tecido lesado são
segregadas substâncias químicas que vão ajudar a desencadear uma reação de defesa, ativando
células dos tecidos e chamando ao local células do sangue que têm por função destruir ou
enfraquecer o organismo invasor. As vacinas são uma maneira de ter disponíveis os anticorpos
específicos, sempre que um micróbio pretende invadir o organismo. A maneira de o conseguir
é pôr o nosso organismo em contacto com os agentes infeciosos, de modo que os reconheçam
e induzam a tal memória imunológica, sem causarem doença. Sempre que um indivíduo entra
em contacto com o microrganismo contra o qual foi vacinado, o seu organismo reconhece o
referido agente e ativa imediatamente a produção de anticorpos protetores, de modo a
neutralizarem o microrganismo antes de ele ter tempo de causar doença. Há várias maneiras de
conseguir estes objetivos: utilizando microrganismos mortos ou algumas partes dos
microrganismos que são suficientes para serem reconhecidas pelo sistema imune (vacinas
mortas ou inativadas); utilizando microrganismos vivos mas enfraquecidos e incapazes de causar
doença (vacinas atenuadas).
Adaptado de http://www.vacinas.com.pt/vacinas/como-funcionam-as-vacinas

Tabela I. Algumas vacinas existentes em Portugal.


Vacina (sigla) Doença evitada Tipo de vacina N.o de doses Idade de vacinação
Recém-nascido
Bacilo Calmette- Bacilo vivo
Tuberculose Dose única exceto casos
-Guérin (BCG) atenuado
especiais
Gastroenterite 2 ou 3 doses, Das 6 semanas de
Vacina contra o Vírus vivo
pediátrica a consoante a vida aos 6 meses
rotavírus atenuado
rotavírus vacina
De acordo com o PNV em vigor, a
Vacina contra o
Tétano primeira dose é administrada aos 10-
tétano e a Inativada
Difteria -13 anos, com doses de reforço de 10
difteria (Td)
em 10 anos durante toda a vida.
Vacina contra o De acordo com o
Sarampo
sarampo, a Vírus vivo PNV aos 15 meses
Papeira 2 doses
papeira e a atenuado e aos 5-6 anos
Rubéola
rubéola (VASPR)
Vacina contra o 10-25 anos
Cancro do colo do
papilomavírus Inativada 3 doses (mulheres)
útero
humano (HPV)
Vacina contra a A partir dos 6
Gripe sazonal Inativada 1 ou 2 doses
gripe sazonal meses

Tabela II. Algumas doenças alvo do Programa Nacional de Vacinação (Fonte: DGS/DEV).
1956-1965 2006-2015
Casos Óbitos Casos Óbitos
14 426 873 Tosse convulsa 880 8
2723 316 Poliomielite - -
3923 2625 Tétano 33 15
19 100 1457 Difteria - -
40 175 5271 Total 913 23

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Na resposta a cada um dos itens de 1. a 6., seleciona a única opção que permite obter uma
afirmação correta.

1. O programa de vacinação aplicado às crianças portuguesas tem como finalidade


(A) prevenir doenças infeciosas.
(B) prevenir doenças não infeciosas.
(C) tratar doenças infeciosas.
(D) tratar doenças não infeciosas.

2. Ao contrário das bactérias, os vírus


(A) apresentam capacidade de autorreprodução e podem ser tratados com antivirais.
(B) precisam de uma célula hospedeira para se reproduzirem e podem ser tratados com
antivirais.
(C) apresentam capacidade de autorreprodução e podem ser tratados com antibióticos.
(D) precisam de uma célula hospedeira para se reproduzirem e podem ser tratados com
antibióticos.

3. Uma vacina é uma preparação que, quando inoculada num indivíduo,


(A) mata todos os agentes infeciosos que o organismo tem.
(B) permite o desenvolvimento de bactérias que eliminam os vírus.
(C) induz uma resposta imunitária protetora contra agentes infeciosos.
(D) impede a entrada no nosso organismo de agentes infeciosos.

4. A vacina BCG
(A) utiliza algumas partes dos microrganismos e é administrada uma única vez.
(B) utiliza microrganismos vivos mas enfraquecidos e é administrada uma única vez.
(C) utiliza algumas partes dos microrganismos e precisa de várias doses para ser eficaz.
(D) utiliza microrganismos vivos mas enfraquecidos e precisa de várias doses para ser eficaz.

5. A doença que apresentava uma maior morbilidade em 1956-1965 era


(A) a tosse convulsa.
(B) a poliomielite.
(C) o tétano.
(D) a difteria.

6. A esperança de saúde corresponde ao número de anos


(A) que um ser humano pode esperar viver.
(B) que um ser humano pode esperar viver com saúde.
(C) não vividos devido a uma morte prematura.
(D) que um ser humano vive sem internamento hospitalar.

7. Distingue mortalidade de morbilidade.

8. Explica a importância do programa nacional de vacinação (PNV) para a evolução da taxa de


mortalidade infantil em Portugal.

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Grupo II

O cancro do pulmão é o mais frequente, quer em homens quer em mulheres, e o mais


importante, pois é a causa mais frequente de morte causada por cancro tanto em homens como
em mulheres. O hábito de fumar cigarros é a causa principal em 90% dos casos de cancro do
pulmão. O cancro do pulmão aumentou nas mulheres devido ao costume mais difundido de
fumar cigarros. Quanto mais cigarros se fumam, maior é o risco de se contrair o cancro do
pulmão. O médico investiga a possibilidade de um cancro no pulmão quando um doente,
especialmente um fumador, tem acessos de tosse persistente que pioram ou quando apresenta
algum sintoma de perturbação pulmonar. Às vezes, uma sombra numa radiografia do tórax de
alguém que não tem sintomas pode ser o primeiro indício do processo. A cirurgia é possível, às
vezes, em formas de cancro diferentes do carcinoma de células pequenas que não se tenham
propagado para além do pulmão.
A cisplatina é um medicamento anticancerígeno que é usado em tratamentos de quimioterapia,
no entanto, a eficácia desta substância diminui devido ao desenvolvimento de resistência das
células cancerosas a esta droga. A cisplatina é citotóxica, porque interfere com os processos de
divisão celular, impedindo a multiplicação celular e levando a célula a entrar em apoptose
(morte celular programada). Estudos recentes mostram que a cafeína, composto químico
encontrado em algumas bebidas, como o café e o chá, interfere com a eficácia da cisplatina nas
células tumorais do cancro do pulmão.

Controlo
Taxa de multiplicação celular

Cisplatina

Cafeína

Cisplatina + Cafeína

Tempo de tratamento (dias)

Figura 1. Efeito da cafeína na ação da cisplatina na multiplicação celular de células cancerosas do pulmão.
Adaptado de https://www.researchgate.net/publication/275835408_The_effect_of_caffeine_on_cisplatininduced_
apoptosis_of_lung_cancer_cells

Tabela III. Indicadores de mortalidade relativos a tumor maligno da traqueia, brônquios e pulmão, por
sexo, em Portugal.
2010 2011 2012 2013 2014
Ambos os sexos
Número de óbitos 3652 3705 3670 4002 3927
Taxa de mortalidade 34,3 35,1 34,9 38,3 37,8
Sexo masculino
Número de óbitos 2905 2894 2856 3147 3077
Taxa de mortalidade 56,4 57,4 57,0 63,3 62,3
Sexo feminino
Número de óbitos 747 811 814 855 850
Taxa de mortalidade 13,6 14,7 14,8 15,6 15,6

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Na resposta a cada um dos itens de 1. a 6., seleciona a única opção que permite obter uma
afirmação correta.

1. O tabagismo é considerado um
(A) indicador de saúde, uma vez que mede o estado de saúde da população.
(B) indicador de saúde, uma vez que avalia a qualidade de vida do indivíduo.
(C) determinante de saúde, uma vez que reflete as condições de vida das populações.
(D) determinante de saúde, uma vez que influencia a esperança média de vida do indivíduo.

2. A mortalidade por cancro do pulmão atribuída ao consumo de tabaco é considerada um


(A) determinante do estado de saúde e está diretamente relacionada com o número de cigarros
consumidos.
(B) determinante do estado de saúde e é inversamente proporcional ao número de cigarros
consumidos.
(C) indicador do estado de saúde e está diretamente relacionada com o número de cigarros
consumidos.
(D) indicador do estado de saúde e é inversamente proporcional ao número de cigarros
consumidos.

3. O cancro do pulmão é uma doença


(A) infeciosa e a radiografia do tórax permite a sua deteção precoce.
(B) infeciosa e a radiografia do tórax permite o seu tratamento adequado.
(C) não infeciosa e a radiografia do tórax permite a sua deteção precoce.
(D) não infeciosa e a radiografia do tórax permite o seu tratamento adequado.

4. A cafeína
(A) diminui a ação da cisplatina, diminuindo a taxa de multiplicação celular.
(B) diminui a ação da cisplatina, aumentando a taxa de multiplicação celular.
(C) aumenta a ação da cisplatina, diminuindo a taxa de multiplicação celular.
(D) aumenta a ação da cisplatina, aumentando a taxa de multiplicação celular.

5. De acordo com os dados, a mortalidade por tumor maligno da traqueia, brônquios e pulmão
é maior em indivíduos do sexo
(A) masculino e aumentou de 2012 para 2013.
(B) masculino e diminuiu de 2012 para 2013.
(C) feminino e aumentou de 2012 para 2013.
(D) feminino e diminuiu de 2012 para 2013.

6. A taxa de mortalidade relativa a tumor maligno da traqueia, brônquios e pulmão, em


indivíduos do sexo feminino, em 2011, foi de
(A) 2.894.
(B) 57,4.
(C) 811.
(D) 14,7.

7. Explica de que modo o uso da cafeína pode interferir com os tratamentos de quimioterapia
que usam cisplatina em indivíduos com cancro.

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Grupo III

No passado, os antibióticos eram considerados o medicamento perfeito para combater as


bactérias. Hoje sabemos que as bactérias são demasiado diversas para um único tipo de
antibiótico as matar a todas. Alguns antibióticos, denominados de largo espetro, são usados
para combater um grande número de bactérias; outros são mais específicos para um tipo de
bactéria, para o qual são letais.
Alguns antibióticos de largo espetro atuam interferindo na síntese de proteínas na célula
bacteriana. Estes não são letais para os humanos porque o ribossoma bacteriano (local onde as
proteínas são sintetizadas) é diferente do ribossoma dos seres humanos.
Para comparar a eficiência de um antibiótico para outro, ou para medir o grau de resistência de
uma bactéria, faz-se o teste de Kirby-Bauer. Para tal, a bactéria é isolada da pessoa infetada.
Esta bactéria é depois colocada num meio especial designado por ágar de Mueller-Hinton, para
criar uma camada de bactérias. Pequenos papéis de filtro, impregnados com diferentes
antibióticos, são colocados sobre a camada de bactérias. O antibiótico, ao passar para o ágar,
vai inibir o crescimento das bactérias suscetíveis. Quanto mais sensível é uma bactéria ao
antibiótico, maior é o diâmetro da área livre de bactérias em torno do papel de antibiótico.

Tabela IV. Resultados do teste de Kirby-Bauer para quatro tipos de bactérias usando oito antibióticos
diferentes (S – suscetível ao antibiótico, R – resistente ao antibiótico).
Streptococcus Staphylococcus Escherichia Pseudomonas
Bactéria
faecalis aureus coli aeruginosa
Zona Zona Zona Zona
Resposta Resposta Resposta Resposta
Antibiótico de de de de
da da da da
usado inibição inibição inibição inibição
cultura cultura cultura cultura
(mm) (mm) (mm) (mm)
Ampicilina 28 S 48 S 20 S 0 R
Bacitracina 20 S 22 S 11 R 0 R
Cloranfenicol 22 S 24 S 0 R 21 S
Eritromicina 21 S 25 S 25 S 22 S
Novobiocina 20 S 39 S 21 S 10 R
Penicilina G 20 S 43 S 8 R 0 R
Polimixina B 0 R 0 R 6 R 18 S
Tetraciclina 24 S 32 S 12 R 25 S

Na resposta a cada um dos itens de 1. a 6., seleciona a única opção que permite obter uma
afirmação correta.

1. As bactérias
(A) não são visíveis ao microscópio e possuem capacidade de autorreprodução.
(B) não são visíveis ao microscópio e precisam de infetar uma célula hospedeira para se
poderem reproduzir.
(C) são visíveis ao microscópio e possuem capacidade de autorreprodução.
(D) são visíveis ao microscópio e precisam de infetar uma célula hospedeira para se poderem
reproduzir.

2. Os antibióticos são medicamentos de


(A) toma livre e são eficazes contra bactérias.
(B) receita médica obrigatória e são eficazes contra bactérias.
(C) toma livre e são eficazes contra vírus.
(D) receita médica obrigatória e são eficazes contra vírus.

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3. Alguns antibióticos de largo espetro atuam ao nível dos ribossomas da célula
(A) hospedeira, aumentando a produção de proteínas nas células bacterianas.
(B) hospedeira, diminuindo a produção de proteínas nas células bacterianas.
(C) parasita, aumentando a produção de proteínas nas células bacterianas.
(D) parasita, diminuindo a produção de proteínas nas células bacterianas.

4. O antibiótico que apresenta maior espetro na eliminação das quatro bactérias representadas
éa
(A) ampicilina.
(B) eritromicina.
(C) penicilina G.
(D) tetraciclina.

5. De acordo com os dados da tabela, uma infeção provocada por Escherichia coli deve ser
tratada usando o antibiótico
(A) bacitracina.
(B) cloranfenicol.
(C) novobiocina.
(D) polimixina B.

6. A bactéria que apresenta uma maior resistência aos antibióticos representados no quadro é
(A) Streptococcus faecalis.
(B) Staphylococcus aureus.
(C) Escherichia coli.
(D) Pseudomonas aeruginosa.

7. O uso incorreto dos antibióticos está a criar um grave problema de saúde pública, a resistência
bacteriana. Os dados recolhidos por um cientista para a zona de inibição (diâmetro) em volta de
discos contendo antibióticos diferentes (A, B, C e D) de modo a determinar qual seria o mais
eficaz para matar a bactéria Streptococcus foi: D – 9 mm, B – 8 mm, C – 0 mm, A – na figura 2.

Crescimento bactérias
Zona de inibição
Disco A antibiótico

Escala métrica (cm)

Figura 2.

7.1 Determina, usando a régua, a zona de inibição em milímetros do disco A.

7.2 Explica qual será o antibiótico mais eficiente para aplicar ao doente que chegue ao hospital
com uma infeção bacteriana.

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