Sim, precisamos. O mundo se encontra em graves problemas econômicos. É
uma recessão que se acelera, se aprofunda. Portanto, precisamos pensar sobre o que fazer em caso de descalabro financeiro, da empresa. É perceptível que muitas lutam até o final, até que não lhe sobre mais nada. O patrimônio, construído em décadas, se esvai. Alguns gestores pensam que montar uma holding, doar, pôr em nome de terceiros, resolveria a situação para, ao menos, proteger o patrimônio familiar. Tudo isso é ineficaz, hoje em dia, porque o Judiciário está desmontando essa ilusão que vendem, o tempo todo, pela internet.
A Serasa, emite relatórios sobre essa questão e, ao consultá-los, perceberá que
as falências se tornaram comum no cenário atual. É assustador o que vem ocorrendo desde 2021, e, só no mês de janeiro de 2023, foram 72 pedidos, ou seja, um crescimento de 80% (oitenta por cento) em um biênio.
Por isso, trago, aqui, o instituto da autofalência, como um meio seguro de
proteger os interesses da empresa e de seus sócios, pois está contida na Lei de Recuperação de Empresas e Falência (Lei nº 11.101/2005). Isto é, a autofalência é requerida pela própria pessoa jurídica, perante o Poder Judiciário.
A empresa que se encontra diante da irreversibilidade da chamada situação de
insolvência, quando já não consegue mais pagar suas obrigações, e, ainda, quando nem a recuperação judicial resolveria o problema, deve requerer a autofalência.
Com o pedido de autofalência (preenchidos seus requisitos) a empresa passa a
ter um administrador judicial que vai garantir a correta liquidação dos ativos da empresa, de forma organizada, garantindo e sendo chancelada pela justiça, numa distribuição mais justa e perfeita de recursos. Suspenderá todas as ações, bem como execuções que pendem contra a empresa, podendo, entretanto, ser vendida, porque uma empresa com valor de mercado pode gerar ativos.
Só vejo vantagem nesse instituto, acabando com o “desespero” na gestão,
eliminando pressões, saindo do cenário de forma organizada.