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PRECISAMOS FALAR SOBRE AUTOFALÊNCIA?

*Fábio A. Fadel

Sim, precisamos. O mundo se encontra em graves problemas econômicos. É


uma recessão que se acelera, se aprofunda. Portanto, precisamos pensar sobre
o que fazer em caso de descalabro financeiro, da empresa. É perceptível que
muitas lutam até o final, até que não lhe sobre mais nada. O patrimônio,
construído em décadas, se esvai. Alguns gestores pensam que montar uma
holding, doar, pôr em nome de terceiros, resolveria a situação para, ao menos,
proteger o patrimônio familiar. Tudo isso é ineficaz, hoje em dia, porque o
Judiciário está desmontando essa ilusão que vendem, o tempo todo, pela
internet.

A Serasa, emite relatórios sobre essa questão e, ao consultá-los, perceberá que


as falências se tornaram comum no cenário atual. É assustador o que vem
ocorrendo desde 2021, e, só no mês de janeiro de 2023, foram 72 pedidos, ou
seja, um crescimento de 80% (oitenta por cento) em um biênio.

Por isso, trago, aqui, o instituto da autofalência, como um meio seguro de


proteger os interesses da empresa e de seus sócios, pois está contida na Lei de
Recuperação de Empresas e Falência (Lei nº 11.101/2005). Isto é, a autofalência
é requerida pela própria pessoa jurídica, perante o Poder Judiciário.

A empresa que se encontra diante da irreversibilidade da chamada situação de


insolvência, quando já não consegue mais pagar suas obrigações, e, ainda,
quando nem a recuperação judicial resolveria o problema, deve requerer a
autofalência.

Com o pedido de autofalência (preenchidos seus requisitos) a empresa passa a


ter um administrador judicial que vai garantir a correta liquidação dos ativos
da empresa, de forma organizada, garantindo e sendo chancelada pela justiça,
numa distribuição mais justa e perfeita de recursos. Suspenderá todas as ações,
bem como execuções que pendem contra a empresa, podendo, entretanto, ser
vendida, porque uma empresa com valor de mercado pode gerar ativos.

Só vejo vantagem nesse instituto, acabando com o “desespero” na gestão,


eliminando pressões, saindo do cenário de forma organizada.

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