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DIREITO EMPRESARIAL III

Crise da empresa  Importância social (extrapola o interesse social, restrito aos sócios
= não compatível com a realidade). Recuperação Judicial das Americanas provocou
avalanche de rec. jud. em todo o Brasil (mudou todo o mercado de crédito – bancos se
retraíram).

Recuperação Judicial no RS  Parcelar tributos em 180 vezes.

Ineficácia  Parte importante da cadeira. Acontece todos os dias na falência.

INTRODUÇÃO

Crédito e Falência  Analogia do farol = Rec. Jud. funciona como farol para todo
direito privado (o que acontece se tudo dá errado?). Regras essenciais para saber o que
acontece se tudo dá errado.

Instituto da crise  Liquidações das instituições financeiras (em 2023, quatro – duas
em POA, Unicred e portocred).

Processo de recuperação judicial/falência  Macau não tem falências ou RJs. No


Brasil, a insolvência civil corresponde à RJ para as pessoas não empresarias, mas temos
pouquíssimos processos do primeiro (ainda que muita gente esteja inscrita no
SERASA), porque as normas não funcionam e são ineficazes. GB defende falência e
RJs para pessoas não empresarias.

Porque temos esses institutos para empresas?  Não resolve crises econômicas, mas:
direito das obrigações e contratos são normas voltadas para “afiar as garras do credor”;
em algumas situações, não se resolve o problema sem esses institutos (ex.: imóveis com
muitas penhoras, o Juiz de Falência tem a competência para mandar levantar todas as
penhoras).

Empresa com dificuldades econômicas e financeiras  Única forma de satisfazer


créditos é vender = forma de vender sem transferir dívidas é a falência. Ex.: RJ da Varig
(dívida impagável), que foi vendida para a Gol (que está voando até hoje). Forma de
preservar a empresa ainda que sacrificando o interesse de alguns credores.

Solução da Falência e da RJ são elementos de destravamento da economia. Ex.:


Falência da Oi (60% dos municípios só recebiam serviço dela).

Perfis da Empresa  Subjetivo (PJ), objetivo (complexo de bens organizados) e


funcional (atividades desempenhadas). Analogia com bicicleta: ciclista (perfil
subjetivo), bicicleta (perfil objetivo) e o ato de pedalar (perfil funcional). Processo de
RJ serve muitas vezes para trocar o ciclista e evitar que a bicicleta pare.

Dimensão ética  Substituição do paradigma ético = direito dos contratos (paradigma


ético é o respeito a palavra empenhada, princípio de justiça comutativa, igualdade das
trocas); já na nossa cadeira, mudamos o padrão de justiça que deixa de ser o da
comutativa, e passa a distributiva (desafios distributivos – RJ impede os credores de
cobrar, mas só quem decide se aprova o plano são alguns credores; na falência, quem
recebe primeiro são os bancos). Mudança no perfil do trabalho (sem empresas que tem
muitos empregados; subs. pela prestação de serviços): empregados raramente não
recebem.

LOGÍSTICA

Comunicação  Chat do Teams.

Prova  Usar o power point para fazer anotações.

Disciplina  Estrutura da Lei de Falências.

Bibliografia  Manual do Professor Spinelli; Manoel Justino; Sheila Cerezetti.

Obs.: Lei de 2020 reformou muito a lei de falência (biblio anterior para entender
fundamento).

Provas  Duas, sem consulta, média seis. Prova de substituição/rec. para um dos graus
(conteúdo cumulativo). Questões mistas de marcar e dissertativas (disserte sobre a
função social da empresa, com introdução, desenvolvimento e conclusão).

AULA

Crédito e Falência.

Crédito tem potencial de geração de riquezas  Instrumento de socialização das


riquezas (ex.: americanas provoca retração da disponibilidade do dinheiro dos bancos),
toda nossa economia é encadeada.

Para investir é prudente olhar para o farol da falência e da RJ  Como sócio, se


quebrar, pode perder todo o dinheiro, mas pode perder mais? Sim, dependendo das
situações. Logo, pode emprestar o dinheiro, se quebrar perde o que investiu, mas mais
nada. Querendo não perder nem o que emprestou, pode pegar em garantia todos os bens
adquiridos com o investimento (recebe antes). Conflito contínuo.

Crédito gera ciclo virtuoso que favorece o desenvolvimento econômico (empresa para
impostos, precisa articular bens para a produção de riqueza, paga dividendos, etc).

Instituições financeiras realizam a mediação social  Processo de distribuição de renda


pelo fenômeno do crédito (pelo qual o Banco cobra uma taxa, considerando o risco de
inadimplemento, tendo lucro com dinheiro alheio – função pública). Proibição do
empréstimo de dinheiro por particulares, com cobrança de juros, para proteção da
poupança pública (com a captação de dinheiro).
Quebra de banco  Impacto muito negativo na economia. Em 1997, no BR, os bancos
estavam a beira de crise, levando a injeção de dinheiro público pelo governo (para
sanear a situação). Argentina, em 2000, teve problema similar e não fez essa injeção,
levando à queda de 40% do PIB.

Espécies de crise  Crise econômica (empresas que dão prejuízo e não tem lucro – não
necessariamente leva à falência; ex.: casa do desenho foi o maior distribuidor de
máquinas de datilografar e a maior vendedora de material para engenheiros, mas de uma
hora para outra entrou em crise e fez um contrato de distribuição com a sharp, dois anos
depois a sharp faliu e a casa também); crise patrimonial (ex.: empresas de software, que
alugam prédios, pagam aluguel, mas não tem patrimônio – importante para as
instituições financeiras, a lei exige que o patrimônio das IF precisa ser equilibrado); e
crise financeira (falta de dinheiro, que efetivamente provoca a quebra; ex.: patrimônio
líquido - balanço com ativo e passivo, diferença é o patrimônio líquido; problema é
falta de liquidez).

Obs.: Crise patrimonial dos bancos – patrimônio é fiscalizado pelo banco central, pelo
interesse público. São os chamados índices de liquidez do banco, que, por isso, não
podem ter bens imóveis no seu ativo (para o BC o valor é zero – se recebe imóvel em
pgto. tem um ano para vender, se não, precisa pedir autorização para o BC para ter mais
um ano; permanecendo a situação o BC abre um processo administrativo contra os
adms. da instituição financeira). As empresas quebram por crise financeira e falta de
dinheiro – patrimônio da IF precisa ser todo líquido.

Crise financeira  Falta de liquidez é o que leva as empresas a quebrarem.

Soluções para a crise.

- Capitalização  Aumento de capital pelos sócios, aportando dinheiro (livro “o livro é


plano”);

- Venda do negócio

- Liquidação  Liquidação voluntária. Ex.: controlador de instituição financeira


(ninguém vai comprar, investir, etc. – controlador responde pelo passivo descoberto;
mudar o objetivo social e liquidação para evitar potencial situação).

- Recuperação Judicial/Extrajudicial  IFs não tem RJs, nem planos de saúde (ou bolsa
de valores.

- Falência

Obs.: legislação americana é muito favorável à falência. CF dos EUA tem duas normas
sobre direito privado: legislação sobre nacionalidade e bankrupcy. Política pública
voltadas ao bankrupcy e educação financeira. Legislação brasileira sobre
superendividamento é escassa.
Crise Transitória  Recuperação Judicial. Ponto de vista histórico: nasceu nos EUA
(situação railroads, logo após da guerra da secessão; com a falência, as estradas
pararam; assim, para que o devedor seguisse na posse até achar um comprador, criaram
uma figura de “falência continuada”, cap. XI do bankrupcy code).

Art. 47 da Lei.

Crise Definitiva  Falência. Afastamento do devedor das suas atvs., com objetivo de
vender bens rapidamente para manter o máx. de valor possível a eles.

Art. 75 da Lei.

Rec. Extrajud.  Não funcional. Última mudança tentou facilitar, mas ainda sim é
muito difícil.

O modelo americano dos trens  Mantém o devedor na posse, e se vende o trem com o
maquinista = melhor sistema para vender o negócio.

Modelo da RJ brasileira  Não tão propicio para a situação acima, mas permite
algumas formas.

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