A educação brasileira tem dado mais atenção para a área de gestão,
criando um novo conceito que supera a perspectiva limitada da administração,
que julgava complexos os problemas educacionais. Estabelece então o trabalho em equipe e a mobilização dinâmica, organizando o coletivo, focando sua energia e competência como condições básicas e primordiais para a qualidade educacional e das ações realizadas no sistema de ensino, transformado o próprio significado da educação brasileira, dos sistemas de ensino e até as escolas. A gestão surge para superar, dentre outros aspectos, a carência de orientação e liderança, para dar um referencial teórico-metodológico, a fim de avançar para a organização e orientação do trabalho educativo e para propiciar uma perspectiva de superação efetiva das dificuldades cotidianas. Com essa concepção, a gestão educacional fez valer o campo de atuação responsável por consolidar o direcionamento e a mobilização de sustentar e dinamizar a maneira de atuar do sistema de ensino e das escolas, tendo por objetivo comum a qualidade do ensino e visando seus resultados. Se não houvesse essas orientações, todos os esforços e gastos seriam sem sucesso, indo contra a atuação orientada por adotarem perspectivas burocráticas, isoladas e casuais, focalizando em projetos isolados e enfatizando a realização de atividades, cuja orientação é obscura e o empenho é determinado pela realização de objetivos e promoções de resultados significativos. Estes aspectos ocorrem dentro da educação brasileira, salientando a falta de reconhecimento de que a realidade é dinâmica e que os desafios e dificuldades conhecidas no processo educacional são amplos e globalizados. A gestão educacional estabelece uma dimensão e uma perspectiva de atuação estruturada na organização e orientação da ação educativa, que tem o objetivo de promover a organização, mobilização e articulação de todas as condições estruturais, funcionais, materiais e humanas, que serão necessárias para garantir avanço nos processos educacionais. Forma também um dos mais importantes campos da educação, e por seu intermédio, observa a escola e atua nas questões globais da educação, por meio de uma visão de conjunto, buscando alcançar, dentro das orientações com visão estratégica e ações interligadas, pontos de atenção, que funcionam e permanecem interconectados, sistematicamente, corroborando mutuamente. Estamos vivendo em um período de mudanças e a mudança mais significativa que conseguimos registrar é o modo pela qual vemos a realidade e a forma da qual participamos dela. A sociedade atenta-se para o desenvolvimento da consciência de que o autoritarismo, a fragmentação, centralização, conservadorismo e o foco do dividir para conquistar para conquistar, perde-ganha, ficaram no passado, pois levam ao desperdício, imobilismo, ao ato inconsequente, à divisão de poder, que destrói, e ao fracasso em médio e longo prazo, no momento em que se pensa em promover mudanças evolutivas e ganhos de desenvolvimento, principalmente quando a orientação corresponde a separação do homem e de sua alienação, no tocante a relação à experiência vital e a inteligência dos rumos estruturais de sua formação. A mudança de paradigmas é definida por uma forte inclinação à adoção de práticas interativas, participativas e democráticas, definidas por atos dinâmicos e globais, pelos quais, dirigentes, funcionários e usuários estabelecem alianças, redes e parcerias, buscando superar os problemas enfrentados, alagando horizontes e novos formações no desenvolvimento. Em meio ao processo de mudança não somente a escola desenvolve a consciência a respeito da falta de orientação sobre o processo interno de mudança, acompanhando as novas condições extremas, com a própria sociedade cobrando para fazer. É assim que a escola se encontra, tendo a atenção da sociedade voltada para si, reconhecendo que a educação, em uma sociedade globalizada e econômica, centra o conhecimento como fonte de benefício de valor estratégico para o desenvolvimento de qualquer sociedade na qualidade de vida dos cidadãos, sendo importante o reconhecimento de que a educação é um caráter indispensável para a formação de pessoas, pois sem ela estes não elevam o nível de desenvolvimento humano, como pessoas e cidadãos. A cada fase do desenvolvimento, novas possibilidades e necessidades de representação e compreensão surgem, produzindo ciclos contínuos e aprofundando cada vez mais na aprendizagem e no desenvolvimento. Consequentemente, a educação se torna complexa, exigindo organização da ação educacional e estímulos redobrados e renovados, segundo a processo de vida e trabalho, ligado ao mundo real, sendo que o essencial é a participação da comunidade, tanto a que integra dentro quanto fora da instituição escola. No entanto, a própria sociedade, apesar de não demonstrar a clareza do tipo de educação que quer para seus jovens, ou o tipo de educação que eles necessitam, visando a diversidade de alguns pontos, expressando seus diversos segmentos, aos poucos vai exigindo cada vez mais a competência da escola e que a demonstre publicamente, seja com bons resultados na aprendizagem dos alunos, seja com o bom uso dos recursos financeiros, também tem evidenciado as tendências a oferecer para a concretização desse processo, por meio de voluntariado e parcerias. O modelo de direção da escola, a pouco tempo atrás, tinha centrada a figura do diretor, que agia como um protetor dos órgãos centrais, zelando pelo cumprimento das normas, determinações e regulamentos, que provem deles, assim, a direção operava de forma passiva e sem voz ativa para propor, indicar, destinar ou designar os rumos da escola, desta maneira, não era responsável pelos resultados de suas ações. Seu papel era de administrar os trabalhos prescritos, baseado nos níveis e órgãos centrais. A situação criou um ponto de vista inerte, burocrático e hierárquico do sistema de ensino e das escolas, porque se dispõe da uniformidade do sistema, intensificando os padrões de desempenho, recusando a necessidade de criar, iniciar e discernir sobre as dinâmicas interpessoais e sociais, implicando na realização do processo educacional. Tudo isso esclareceria o entendimento limitado de que a escola é do governo, sendo esta a visão da sociedade, a escola é alo superior e, esse entendimento pode vir aliado ao cumprimento ao pé da letra da constituição que diz que a Educação é dever do Estado. Esta concepção se estabelece a partir do julgamento de que os direitos estão separados dos deveres, ou seja, o governo é separado da sociedade, por isso o mesmo é responsável pela escola e pelos processos implicados a ela, sendo a sociedade incumbida apenas de usufruir dos benefícios oferecidos. Observamos que a realidade, de modo geral, constitui um ambiente educacional com processos interativos, onde são classificados pela pluralidade e diversidade de interesses e objetivos, em um sucessivo confronto de diferentes aspectos. Cria-se então organizações sociais e processos entre pessoas havendo complexidade que não se pode compreender, elas criadas pelos aspectos limitados da administração científica, que tanto a organização quanto as pessoas que trabalham no interior das escolas são vistas como parte de uma máquina a ser controlada de dentro para fora e de cima para baixo, de acordo com as normas, regulamentos e planos limitados e funcionais. Vale salientar que os sistemas educacionais e as escolas são dinâmicas e vivas e devem ser julgadas como tal. Ao serem vistas como organizações vivas, caracterizadas por uma rede de relações através dos elementos que as interferem, direta ou indiretamente, automaticamente a direção escolar precisa de um novo foco metodológico, disciplinar e sistematizado, que permita a realização de uma “gestão mais coletiva, transparente e democrática da instituição” (CRUZ, et al. 2005: 70-71). Cada paradigma representa uma perspectiva de mundo que transpassa as dimensões da ação do homem, permitindo a compreensão de uma ou de outra área, entretanto todo paradigma é consequência da consciência social e coletiva de um tempo, o qual não é coeso, principalmente em sua fase de questão, é notável a identificação da diversidade de orientação e expressão, que demonstram graus de intensidade diferente e relação à orientação em volta de um paradigma. Em virtude disso, certifica-se que estamos em transição dialética entre um paradigma e outro, o que causa tensões e contradiz o próprio processo que tem que ser encontrado como natural. Nessa transição, as diferentes perspectivas serão idealizadas, abertas e orientadas pelo novo paradigma, apesar disso, tem falta de comunicação entre a realidade e as ideias centrais, isso é um ponto que será superado na base do esforço e orientação para sua efetivação. Por isso, a importância de apresentar as ideias básicas dos vários aspectos da gestão que devem ser associados a maneira que forem sendo atendidas, uma vez que a realização de uns, indispensavelmente se referir a outros, chegando a conclusão de um processo de desenvolvimento em rede. A descentralização do ensino é um movimento internacional e emerge com características de reformas nos países que o governo foi centralizado, sobretudo aquele que tiveram governo autoritário, e o movimento correlaciona- se a outros saberes, cujas escolas mostra características diferentes, sob qualquer previsão de recursos centrais a determinação de deixar de atender as necessidades no tempo e na forma requerida, a escola é uma organização social e o seu processo educacional é bastante dinâmico, as ideias democráticos é o que orienta a educação, para que contribua na formação dos alunos e a aproximação da tomada de decisão e a ação não garante somente a adequação das decisões e concretização das ações, mas é um momento para a formação de sujeito, de seu próprio caminho e chegar na maturidade social. Logo, existem três processos de entendimento na teoria da descentralização: uma é de natureza operacional, outra é de natureza social e a última é de natureza política. Esses entendimentos podem ser traduzidos em comunidades não desenvolvidas, mas altamente amadurecidas como sociedade: “é necessário toda uma aldeia para educar uma criança”. A descentralização apresenta limitações, apesar de produzir avanços na política e na operação da gestão, destacando o fato de que “não provoca o compartilhamento de poder e nem assunção local de responsabilidades” (MARTINS, 2002:128). Alguns espaços acabam descentralizados por causa das decisões tomadas pelas escolas, da qual a cultura não está voltada e nem preparada para fazer de maneira adequada. A descentralização do ensino é um processo bastante complexo e, em relação ao Brasil, esta questão é ainda mais complicada, pois se refere a um país continental, com uma diversidade de regiões enorme, com distancias grandes, caracterizando dificuldades na comunicação, independentemente de vivermos na era da comunicação em tempo real. Assim sendo, a descentralização é uma resposta à lógica da organização federativa e não um processo homogêneo, praticado por uma única pessoa. Trata-se de um processo que diz respeito à transferência de níveis governamentais e de gestão, do poder de decisões sobre seus próprios processos sociais e gastos dos recursos necessários para sua concretização, e essa transferência é impossível de ser apontada pela homogeneidade. Portanto, a descentralização é justificada pela existência da diversidade, e isso não representa a indicação do trabalho isolado, sendo que a descentralização atende aos princípios gerais determinados pela unidade de ensino. Conforme a descentralização vai surgindo em forma de ação dinâmica de implantação política social, estabelece, então, mudanças nas relações entre os sistemas e suas escolas, investindo na descentralização política, administrativa e financeira e a descentralização pedagógica. Uma vez que o professor reconhece o papel do processo educativo, que é levar o aluno a desenvolver seu potencial, mediante ao aperfeiçoamento de seus conhecimentos, habilidades e atitudes, associando as formas que envolvem o aluno a ter uma participação ativa, exercitando os processos mentais de observação, análise crítica, organização, classificação, sistematização, entre outras, produzindo perguntas, prevendo soluções a problemas, sugerindo caminhos, exercendo poder sobre o processo educacional e sobre como e o que se aprende, constrói-se então a autonomia da gestão escolar que fixa-se em um dos conceitos mais mencionados, reforçando os programas de gestão de sistemas de ensino, reforçando os programas do Ministério da Educação e desporto, que foca a realização do princípio e da legislação educacional, de democratização da gestão escolar. Em muitos planos do sistema de ensino, em último caso, a autonomia é vista como o resultado de transferência financeira que, segundo uma dirigente do sistema estadual de ensino, para a autonomia existir, ela necessita ser financeira. Em virtude destas situações, conclui-se que atribuição de sentidos nem sempre é propício à autonomia, no contexto do ensino, tornando útil a análise mais detalhada. Pesquisa feita pelo Ipea, apontaram que 37,28% das escolas estaduais brasileiras possuíam Conselho Escolar, 32,69% tinham Associação de Pais e Mestres (APM), 24,59% possuíam Colegiado Escolar e 18,22% possuíam Caixa Escolar. Além dessas organizações de gestão, foram mencionadas outras nove, entre elas estão o Conselho Deliberativo Escolar, a Associação Escola-Comunidade e Congregação, que defendem papéis muito próximos entre si. O exemplo do Conselho Escolar focaliza responsabilizar as influencias a respeito do dia-a-dia da escola e todas as suas extensões e o Caixa Escolar foca a gestão financeira. Os membros do órgão colegiado é o pontapé inicial para envolver os pais nos trabalhos da escola, pois os mesmos buscam meios de promover esse envolvimento, ou seja, a participação dos pais é de extrema importância para que a escola e a comunidade estejam interligadas, construindo, assim, a base de uma melhor qualidade de ensino. Várias atividades podem ser feitas para que este envolvimento seja concretizado, como: participar da elaboração e acompanhamento dos projetos pedagógicos, realizar as atividades pedagógicas, participar dos círculos de pais, trocando experiências sobre a educação dos filhos, colaborar com ações e parcerias e trabalhos voluntários, dar apoio as iniciativas que enriquecem a parte pedagógica da escola, prestar auxílio na promoção da aproximação da escola com a comunidade e participar da administração dos recursos financeiros da escola. As escolas reclamam da falta de espaço ou não tem confiança para investir em uma decisão e trabalhar com autonomia, para solucionar seus problemas e impulsionar o desenvolvimento. Em contrapartida, a uma forte resistência e desconfiança nos esforços do sistema em descentralizar e construir a autonomia da gestão, e isso é uma grande oportunidade para dar início ao desenvolvimento democrático. É importante destacar que essa autonomia não é construída a base de normas e regulamentos limitados, mas sim com conceitos e estratégias democráticos e participativos. Bibliografia
LÜCK, Heloísa. Concepções e processos democráticos de gestão