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Revista Odontológica Australiana

O jornal oficial da Australian Dental Association
Jornal Odontológico Australiano 2018; 63:(1 Suplemento): S11–S18

doi: 10.1111/adj.12586

Contemporary exodontia
PJ Sambrook, AN Goss
Unidade de Cirurgia Oral e Maxilofacial, Faculdade de Ciências da Saúde, Universidade de Adelaide, Adelaide, Sul da Austrália, Austrália.

ABSTRATO

A exodontia é uma habilidade fundamental de todos os dentistas. Os pacientes esperam que as extrações sejam sempre realizadas
com habilidade e sem dor. Não é necessariamente tão simples e pode ser desafiador. Neste artigo, exploramos questões
contemporâneas de todo o processo de exodontia, incluindo diagnóstico, técnica, minimização de complicações, bem como manejo
de pacientes clinicamente comprometidos com cuidados pós-operatórios apropriados, incluindo farmacoterapia.
Palavras-chave: Complicações, cirurgia dentoalveolar, exodontia, comprometimento médico, farmacologia, preservação do rebordo.

Abreviaturas e siglas: FA = Fibrilação atrial; GA = Anestesia geral; INR = Razão de normalização internacional; IV = Intravenoso; LA = Anestesia local; MRONJ
= Osteonecrose dos maxilares relacionada a medicamentos; NICE = Instituto Nacional de Excelência em Saúde e Cuidados; Nm = Newton metros; NOAC =
Novo anticoagulante oral; AINEs = Antiinflamatórios não esteroides; OMS = Cirurgia Oral e Maxilofacial; ORN = Osteorradionecrose.

Aceito para publicação em outubro de 2017.

[Correção adicionada em 18 de maio de 2018 após a primeira publicação online: a Tabela 2 foi adicionada.]

INTRODUÇÃO
Exodontia é uma habilidade fundamental de todos os dentistas
Neste artigo, apresentamos questões contemporâneas relacionadas
à exodontia. Os pacientes esperam que as extrações sejam
sempre realizadas com habilidade e sem dor. As extrações não
são necessariamente simples e podem ser desafiadoras. Serão
apresentados diagnóstico, técnica, minimização de complicações,
bem como manejo de pacientes clinicamente comprometidos
com cuidados pós-operatórios, incluindo farmacoterapia.
Decisão de extrair ou não
Qualquer procedimento cirúrgico requer uma consideração
cuidadosa dos danos e benefícios (Tabela 1). Isto requer um
processo diagnóstico completo de história e exame e testes
especiais. As radiografias pré-extração confirmarão o diagnóstico
e indicarão fatores de dificuldade potencial (Figs. 1a–1c). A
sensibilidade pulpar e a avaliação do periodonto podem ser
informações adicionais valiosas.
Os dentes podem ser considerados para extração no nível do dente
individual, da boca do paciente ou da saúde geral do paciente. É uma falha
comum que dentistas inexperientes olhem apenas para o dente individual. A
decisão de extrair dentes individuais pode ser simples na presença de cárie
grosseira,
doença periodontal avançada ou fratura. É mais difícil na presença
de um paciente insistente que deseja extrair um dente
aparentemente doloroso quando o exame clínico e radiográfico
mostra um dente intacto.
É obrigatório que uma história e um exame adequados sejam
realizados para excluir dor referida de cãibras nos músculos
mastigatórios ou doença sinusal como causas de dor nos dentes
maxilares. Ambos são erros comuns.
Da mesma forma, a neuralgia do trigêmeo imitará muito bem a
dor de dente.1 Os dentistas não devem extrair dentes por
insistência dos pacientes, na ausência de um diagnóstico claro.
Um cirurgião que removesse uma parte normal do corpo porque o
paciente exigia isso seria justificadamente processado. Com
certeza se o paciente retornar e exigir outra extração ou obturação
radicular porque a dor ainda persiste, ele precisa obrigatoriamente
ser reavaliado cuidadosamente ou encaminhado para orientação.
As indicações comuns para extração de dentes normais, mas
no nível da boca, incluem extrações ortodônticas onde há uma
discrepância entre o tamanho do dente e o tamanho da mandíbula
ou como parte de um plano protético. Qual a contribuição para a
mastigação do dente mal posicionado? Essas extrações requerem
uma investigação cuidadosa e um processo de consentimento
totalmente informado do paciente ou de seus pais para pacientes
ortodônticos. Mostrar-lhes os modelos de estudo muitas vezes
facilitará o processo.
Há circunstâncias em que as extrações precisam ser
consideradas como parte do manejo geral da saúde do paciente.
Manejo de pacientes oncológicos

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Tabela 1. Análise dano benefício dos procedimentos extraído é descartado, mas o alvéolo residual deve durar o resto
cirúrgicos – Exodontia da vida do paciente.
Beneficiar Ferir
O dente é preso à mandíbula por uma fina membrana
periodontal composta por múltiplas fibras de colágeno
Procedimento realizado interconectadas inseridas no dente e no osso (Figs. 2a e 2b). Os
Exodontia control pain resolves problem procedimento incompleto
dentes, particularmente com múltiplas raízes alargadas, são
dano à
cavidade seca ainda mantidos dentro do alvéolo ósseo (Fig. 2c). O método
Procedimento não realizado tradicional de extração do dente requer várias forças; agarrar,
Sem extração salva dente evita espalhando infecção
balançar e torcer para ser aplicado ao dente por meio de pinças
procedimento evita complicações posteriores
complicações ou elevadores. As forças envolvidas são bastante grandes;
agarrar – 146Nm (126–167), balançar 200Nm (74–266) e torcer
20Nm (3–13). Nove vírgula oito Nm (9,80) equivalem a
aproximadamente 1 kg.5 Raízes múltiplas e ossos mais fortes
contribuem para a força necessária. Se for usada uma força
muito grande, o dente ou o alvéolo quebrarão. Embora rompa o
alvéolo

(a) (b)

Figura 1 Radiografias pré-operatórias mostrando potencial dificuldade de

extração. (a) Hiperplasia cementária e osteíte condensada. (b) Enostose. (c)
Raízes dilaceradas.

às vezes envolve a extração de dentes comprometidos, mas (c)

que podem ser salvos individualmente, para pacientes submetidos
a radioterapia ou quimioterapia de cabeça e pescoço, incluindo
agentes antirreabsortivos intravenosos. Estes serão discutidos
mais adiante neste artigo sob o manejo de pacientes clinicamente
comprometidos.

Técnica
Uma vez tomada a decisão de extrair, a primeira questão é o
método de controle da dor para o procedimento.
Existem múltiplas opções, anestesia local (AL); AL + sedação
oral; Sedação LA + IV em quartos ou em hospital ou internação
com anestesia geral (GA). Uma análise de danos/benefícios
precisa ser aplicada a cada um.
Mais comumente, a anestesia local é a técnica empregada, mas
isso não ocorre sem complicações.2–4
Os objetivos da exodontia são bem definidos; para remover
todo o dente preservando o alvéolo para futuras próteses ou Figura 2 (a) Membrana periodontal normal, dentina e cemento à esquerda, osso
implantes. Novamente, é muito fácil para o dentista inexperiente alveolar à direita. (b) Ponte de anquilose óssea verdadeira entre o dente e o osso.
Isso é raro e geralmente há história de trauma dentário. (c)
e seu paciente enfatizar a remoção de todo o dente em detrimento
Molar superior com raízes palatinas e vestibulares divergentes. Observe a placa
do alvéolo. Lembre-se do dente uma vez vestibular fina com risco de fratura (ver Fig. 9a) e o grande seio maxilar fechado
com risco de comunicação oroantral (ver Fig. 9c).

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facilitará a remoção do dente em detrimento da forma final do
alvéolo. Isto levou ao desenvolvimento de periótomos finos que
são cuidadosamente inseridos na membrana periodontal para
dividi-la e expandir suavemente o alvéolo (Fig. 3). Se o dente tiver
múltiplas raízes, ele deverá ser seccionado em suas partes
componentes. Embora isto possa levar mais tempo, conserva o
alvéolo.
A conservação cuidadosa do alvéolo deve ser considerada no momento da
extração. Se a placa bucal fraturar e sair junto com o dente, como comumente
acontece com extrações de caninos e molares superiores, ela poderá ser
substituída. É melhor fixá-lo firmemente com miniparafusos e um retalho mucoso
cobre o enxerto (Fig. 4). Alternativamente, um pequeno enxerto ósseo pode ser
retirado do terceiro molar inferior ou da área da tuberosidade maxilar. Os
miniparafusos são removidos cerca de 3 a 4 meses após a extração, no
momento da colocação do implante. Esta substituição primária é sempre
preferível ao enxerto secundário no momento da colocação posterior do
implante.
Existem dois componentes no alvéolo: os tecidos duros e moles.
Com o tecido mole ocorre essencialmente que existe uma ampla
área de gin-giva queratinizada aderida (Figs. 5a e 5b) na crista
alveolar com mucosa macia e flexível no vestíbulo. Atenção
cuidadosa a estes princípios simples de reconstrução, no momento
da
Fig. 3 Períóton inserido na membrana periodontal.
Fig. 4 Enxerto ósseo imediato ao alvéolo colocado no momento da extração.
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Fig. 5 (a) Alvéolo bem formado com ampla mucosa queratinizada. (b)
Alvéolo com placa bucal deficiente e mucosa alta não queratinizada.
extração, sempre facilitará o manejo protético subsequente.
Então, o que acontece se o dente quebrar ou não puder ser
removido? Isto deve ser considerado tanto como uma falha do
processo de tomada de decisão quanto como uma falha técnica.
Cirurgiões mais experientes geralmente iniciam uma extração
como um procedimento cirúrgico, levantando um retalho
mucoperiosteal e seccionando o dente. Isto proporciona um
controle muito maior, geralmente é mais rápido e coloca o paciente
sob muito menos pressão. O que acontece se a ponta da raiz
fraturar? Em primeiro lugar, considere deixá-lo ali se for vital, a
menos de 5 mm e próximo a uma estrutura vital, como um nervo.
Se puder, retire-o através de uma pequena janela óssea, mantendo
assim a altura do osso alvéolo-olar (Fig. 6).
No momento da extração deve-se também considerar
cuidadosamente a forma residual do alvéolo. Existem freios
ósseos, tuberosidade flácida ou exostoses e toros ósseos (Figs.
7a-7e).
Abordar estes faz parte do objetivo da exodontia, remover o
dente E preservar o alvéolo para futuras próteses ou implantes.
Complicações
As complicações são sequelas adversas imprevistas e inesperadas
de um procedimento cirúrgico. Assim, um paciente que sangra
após uma extração, mas tem um
Fig. 6 Ponta da raiz sendo abordada através de uma janela bucal para conservar o alvéolo.
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Figura 7 Indicação cirúrgica para correção do formato ósseo alveolar. (a) Freio de inserção baixa. (b) Freio lingual espesso em uma crista atrófica. (c) Grandes tuberosidades flácidas. (d)
tubérculos geniais ulcerados. (e) Remoção cirúrgica de um toro palatino.

A complicação mais comum da exodontia é a osteíte alveolar

Fig. 8 Atrofia mandibular grosseira na proximidade de um terceiro molar pericoronítico.
Um convite à fratura.
a diátese hemorrágica não é realmente uma complicação, mas
uma falha de planejamento. Da mesma forma, a fratura mandibular
após uma tentativa de extração apenas do elevador do molar, em
um paciente idoso, com mandíbula grosseiramente atrófica, é uma
falha de planejamento e consentimento (Fig. 8). Se um pré-molar
inferior estiver próximo ao forame mentoniano, a menos que se
tome cuidado, o paciente poderá apresentar parestesia residual
ou, pior ainda, disestesia do lábio inferior. Portanto, é uma
complicação ou um risco conhecido?
ou alvéolo seco.6 Nessa condição comum, o coágulo sanguíneo
sofre fibrinólise e as paredes ósseas do alvéolo ficam expostas
(Fig. 9a).
Esta é uma condição dolorosa, mas autolimitada, que se resolve
em 2–3 semanas. A incidência é de 3–5% das extrações com
fatores de risco sendo extração traumática, tabagismo, dentes
posteriores e mandíbula mais do que maxila, mas geralmente é
imprevisível.6 Se houver sinais e sintomas além do alvéolo, o
diagnóstico precisa ser revisado porque não é uma 'alvese seca',
mas uma infecção que se espalha. O excesso de tecido de
granulação geralmente é resultado de pedaços residuais de dente
ou osso (Fig. 9a e 9b).
A penetração ou perda das raízes dentárias no seio deve
sempre ser considerada na extração dos dentes superiores
posteriores (Fig. 9c). Após a extração desses dentes, verifique
cuidadosamente se estão completos. Verifique a presença de
comunicação oro-antral segurando o nariz do paciente e fazendo-
o assoar, ouvindo qualquer passagem de ar ou bolhas. Se o dente
estiver intacto e a comunicação pequena, comprima o

Figura 9 Complicações. (a) Extração traumática de um molar superior. Placa bucal fraturada não reduzida e osteíte alveolar. (b) Tecido de granulação exuberante em resposta a um fragmento
de raiz residual inviável. (c) Grande comunicação oroantral crônica. (d) Acidente endodôntico. Não apenas as pontas das raízes podem acabar no seio maxilar. (e) Molar deslocado para a fossa
intratemporal.

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soquete e sutura fechados. Diga ao paciente para não assoar o nariz
ou criar pressão negativa. Discuta detalhadamente com o paciente o
motivo desta complicação, às vezes angustiante. Se a comunicação
for grande, mais de 4 mm ou faltar um pedaço de dente, encaminhe
imediatamente um Cirurgião Bucomaxilofacial (OMS).
(Fig. 9c e 9d) Um retalho mucoperiosteal de duas camadas com
enxerto de gordura bucal é útil para grandes comunicações.
O deslocamento do dente ou da raiz, além do alvéolo para os tecidos
moles, geralmente é um sinal de força excessiva ou mal direcionada.
Não ignore isso, pois a probabilidade de infecção é alta. Consulte
imediatamente um OMS para obter imagens para localizar o dente e
recuperá-lo (Fig. 9e).
Se houver um atraso no atendimento do paciente, um ciclo curto de
antibióticos é apropriado.
Pacientes clinicamente comprometidos
Nesta época afortunada de maior longevidade e melhor manejo médico
de doenças crônicas, a interação de comprometimentos dentários e
médicos desempenha um papel cada vez maior. O conhecimento das
condições médicas atuais do paciente, incluindo seus medicamentos
atuais, é essencial. A interação com o médico do paciente é importante,
mas deve-se notar que os médicos têm exposição mínima às condições
bucais e dentárias, de modo que esse aspecto é da esfera de
especialização do dentista.
A discussão completa das interações dentárias com condições
médicas está além do escopo deste artigo. Todos os dentistas devem
manter-se atualizados com a prática médica contemporânea além de
sua formação de graduação.7 Referências úteis são Therapeutic
Guides, Oral & Dental8 e os outros da série, também a série mensal
Australian Prescriber.9 Algumas condições atuais específicas com
impacto direto incluem aqueles que podem afetar a cicatrização, como
diabetes, esteróides, antirreabsortivos e radioterapia de cabeça e
pescoço, bem como aqueles que podem resultar em aumento de
sangramento, incluindo anticoagulantes, antiplaquetários e diátese
hematológica. Em todas estas condições, é necessária uma análise
cuidadosa dos danos/benefícios.
Qual é a natureza da condição médica subjacente? Qual é o
problema ou medicamento específico?
Quão estável é a condição e quais são as consequências locais e
gerais do procedimento planejado?
Você pode minimizar o risco de danos?
DIABETES
O diabetes é comumente considerado por dentistas e pacientes como
uma condição única que resultará em aumento de infecções e má
cicatrização. Esta visão está incorreta. O diabetes abrange um amplo
espectro de condições, principalmente uma consequência metabólica
da obesidade para
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O Tipo 2, mas alguns do Tipo 1 e alguns do Tipo 2 são uma
consequência da falha na produção de insulina no pâncreas. A
condição pode ser facilmente caracterizada sabendo há quanto tempo
eles a tomam, sua medicação atual, níveis de glicose no sangue e
HbA1c. Num estudo de referência de uma grande série de diabéticos
tipo 2 em uso de hipoglicemiantes orais e submetidos a extrações,
descobrimos que eles tiveram menos complicações de extração do que
o grupo controle. O resultado mostrou uma incidência muito maior de
tabagismo no grupo controle. Assim, a maioria dos diabéticos Tipo 2
bem controlados com dieta controlada ou hipoglicemiantes orais podem
ser tratados da mesma forma que os pacientes não diabéticos.10 Os
diabéticos Tipo 1 e Tipo 2 que necessitam de insulina são uma proposta
diferente, tendo tanto problemas de cura local como o efeito da
mudança na dieta, tanto pela dor local da ferida como pelo jejum, são
mais facilmente desestabilizadas. Deve ser considerado o
encaminhamento especializado para diabéticos dependentes de
insulina que necessitam de extração.
ESTERÓIDES
Os pacientes recebem esteróides, especialmente prednisolona, para
uma ampla gama de condições médicas e a indicação específica para
o seu paciente deve ser primeiro identificada. Houve uma grande
mudança no sentido de que mais pacientes estão tomando pulsos
curtos de esteróides em vez de uma dose contínua. Isto reduz o risco
de alterações cushingóides e supressão adrenal. Assim, a necessidade
de duplicar a dose antes do procedimento é menor. A consequência do
uso prolongado de esteróides na cicatrização de feridas e na
osteoporose deve ser considerada. O paciente também está tomando
medicamento antirreabsortivo para osteoporose?
Medicamentos
antirreabsortivos A introdução dos medicamentos antirreabsortivos
bifosfonatos no final da década de 1990 representou um grande avanço
no tratamento de doenças ósseas, como osteoporose, doença de Paget
e câncer ósseo primário e secundário. No entanto, em 2003, foi
identificado o risco de osteonecrose dos maxilares relacionada com os
bifosfonatos.11 Isto é de particular importância para os dentistas, uma
vez que os procedimentos dentários, particularmente extrações, são
o principal fator para esta condição dolorosa que não cicatriza. O
manejo dessa condição foi discutido em diversas publicações.12–14
Uma conclusão importante é que o risco de osteonecrose dos maxilares
relacionada a medicamentos (MRONJ) está relacionado à remodelação
óssea, que pode ser avaliada pelo uso do simples exame de sangue,
teste beta sérico em jejum.15 O manejo atual é apresentado na Tabela
2. Existem medicamentos antirreabsortivos mais recentes que não são
os bifosfonatos, sendo o mais comum o Denosumab, que é um
anticorpo que atua diretamente para cessar a ação do osteoclastos.
Tem esse efeito por 6 meses, após os quais o
S15
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Tabela 2. Manejo de pacientes que estão em uso de agentes condição médica subjacente e quais são as consequências
antirreabsortivos e que necessitam de extração potenciais da alteração do seu regime medicamentoso? Na última
década, houve uma mudança filosófica fundamental, passando da
Determinar o tipo de doença óssea •
Osteopenia •
preocupação com o risco de sangramento para o risco de interromper
Osteoporose • a medicação anticoagulante. O sangramento oral é problemático,
Doença de Paget • mas um acidente vascular cerebral é uma catástrofe.19
Mieloma múltiplo •
Câncer ósseo metastático
Determinar o agente antirreabsortivo • Tipo O manejo de pacientes em uso de varfarina é simples, determine
o INR e, se estiver entre 2,0 e 4,0, deixe a dose de varfarina em paz
• Dose
e use medidas hemostáticas locais para o local da extração.19 Se
• Duração
Organizar voltas cruzadas de beta sérico em jejum* •
o nível estiver abaixo de 2,0 ou acima de 4,5, então a dose é não é
Se acima de 150pg/ml prosseguir • Se terapêutico e precisa ser ajustado pelo médico prescritor. Nos
abaixo de 150pg/ml interromper o medicamento†
Até o nível atingir mais de 150pg/ml
nossos extensos estudos sobre pacientes que tomaram varfarina,
Então extraia descobrimos que cerca de um terço dos pacientes não estavam na
faixa terapêutica.20 Também descobrimos que muitos continuaram
*O dentista pode solicitar este teste em um laboratório de patologia. Necessidade de
indicar medicamento antirreabsortivo e problema ósseo, por exemplo, Fosamax para o uso de varfarina além do tempo recomendado para o tratamento
osteoporose. † Para bifosfonatos orais, o nível aumenta para 25 pg/mL por mês. da condição médica subjacente. O local de extração com maior
probabilidade de sangramento pós-operatório foi um molar superior
com envolvimento periodontal.20 Em algumas condições, a
os osteoclastos são reativados.16 Portanto, o manejo é simples,
varfarina foi substituída por agentes antiplaquetários, incluindo
evite tratamento odontológico invasivo ósseo até o sétimo mês e
aspirina e clopidogrel.
antes de nova injeção.
O local da extração cicatrizará bem e então a medicação geralmente
poderá ser reiniciada dentro de 2 semanas após a extração.16
Para um paciente nos 6 meses seguintes à colocação de um stent
Pacientes com malignidade óssea em uso de medicamentos
coronário metálico e depois à interrupção do clopidogrel, há uma
antirreabsortivos e pacientes com MRONJ estabelecida são melhor
probabilidade de quinze por cento de morte.21 Portanto, deixe a
tratados com encaminhamento para especialistas da OMS.
dose do agente antiplaquetário como está e utilize métodos
hemostáticos locais. Mais recentemente, surgiu uma série de novos
Radioterapia agentes anticoagulantes orais (NOAC), que substituíram a varfarina
no tratamento da fibrilação atrial (FA) e de certas condições
Pacientes com câncer de cabeça e pescoço que fizeram radioterapia correm
tromboembólicas.22 As medidas hemostáticas locais consistem no
risco de osteorradionecrose (ORN), outra ferida óssea que não cicatriza. É
manejo cuidadoso dos tecidos moles sem rasgar durante a extração;
melhor prevenir do que remediar, por isso todos os pacientes devem ter os
colocação de agente hemostático como cirurgicel ou gelfoam no
seus dentes cuidadosamente avaliados antes do início da radioterapia. Este é
alvéolo e sutura. O profissional que realiza o procedimento deve
um exemplo de onde a ênfase do planejamento do tratamento está no corpo
explicar cuidadosamente ao paciente os procedimentos envolvidos,
inteiro e não no dente individual. Se um paciente que teve a mandíbula irradiada
ressaltando que não deve interromper unilateralmente a medicação.
terapeuticamente, a abordagem correta é pré-extração de oxigênio hiperbárico
Quanto mais complexo clinicamente o paciente for e quanto mais
para 20 tratamentos.17 ORN estabelecido, que a maioria dos pacientes
extenso for o procedimento, mais o clínico geral deve considerar o
descreve como sendo pior do que seu câncer original, também precisa de mais
encaminhamento a um especialista.
oxigenoterapia hiperbárica e cirurgia.18 Esses pacientes são melhor tratado por
um especialista com experiência no tratamento desta condição. O não

cumprimento desses requisitos pode resultar em dor e sofrimento crônico para

o paciente e consequências médico-legais para o dentista.

Hiposalivação relacionada com

medicamentos Com o envelhecimento da nossa população, a

Anticoagulantes e medicamentos
antiplaquetários Um número crescente de pacientes toma
medicamentos para diminuir a coagulação do sangue. Isto pode ser
tanto a prevenção quanto o manejo terapêutico de uma ampla gama
de condições cardiovasculares e hematológicas. Portanto,
novamente a primeira questão é o que o paciente
T16
questão da redução da salivação relacionada com medicamentos é
um problema crescente.23 As consequências desta boca seca são
o aumento da cárie da superfície lisa e da doença periodontal.23
Extrações e dentaduras não são necessariamente a resposta
porque resulta em boca seca. em dificuldades no uso de próteses
dentárias. Isto pode ser complicado pelo aumento do declínio
cognitivo com consequentes efeitos na higiene oral e dificuldade
em aprender a usar uma prótese. Um subgrupo importante de
pacientes com redução do fluxo salivar relacionada a medicamentos
apresentou
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dor crônica, tomam grandes quantidades de narcóticos
e antidepressivos. Eles geralmente são mais jovens, então
têm mais tempo para a dentição falhar. Mais uma vez, é melhor
prevenir do que remediar. Discussão com o
médico prescritor do paciente sobre o
consequências orais da medicação; manejo da boca seca com
agentes farmacológicos locais; fortalecendo a resistência dentária
com flúor e
treinamento em higiene bucal, envolvendo a família e a enfermagem
casa conforme necessário. Consideração cuidadosa do indivíduo
dentes para conservação ou extração é um todo
nível do paciente. Lembre-se que os implantes não são necessariamente
a resposta, pois o paciente pode ser fisicamente incapaz
de resistir ao procedimento e cuidar do
reconstrução. O custo também é uma barreira significativa.
Manejo farmacológico de pacientes submetidos
Extração
A prescrição adequada de medicamentos é essencial
acompanhamento de exodontia embora às vezes isso
envolve evitar medicamentos, saber o que
não prescrever é muitas vezes mais importante do que saber o que
prescrever. As áreas-chave relacionam-se com sedação,
analgésicos e antibióticos. Além dos locais
anestésico, a sedação oral com benzodiazepínicos é
um complemento útil. A dose está relacionada à ansiedade do
paciente, experiência anterior com benzodiazepínicos e
extensão do procedimento. O paciente deve ser
escoltado e não deve dirigir.
Agentes gasosos, como óxido nitroso e oxigênio
tem um papel, mas há pontos de interrogação sobre o pen-throx.24
As regras da Commonwealth estão mudando em relação ao uso
de sedação intravenosa em salas com o
precisa atender a um padrão de conjunto operacional completo.
Analgesia
A dor associada às extrações é geralmente transitória e bem
coberta por medicamentos de venda livre.
medicamento paracetamol, que atua centralmente e/ou
os anti-inflamatórios não esteróides (AINEs)
que atuam perifericamente. O paciente precisa estar
aconselhado sobre o uso apropriado. A maioria dos pacientes pode
dizer qual analgésico funciona melhor para eles e qual
eles não gostam. Os pacientes devem ser aconselhados a não
medicamentos de venda livre contendo codeína como
a dose é subterapêutica. Geralmente a codeína, mesmo em
doses terapêuticas não são recomendadas, pois não
funciona para 1 em cada 10 pacientes tem um alto perfil de efeitos colaterais
e cerca de 1% dos pacientes são metabolizadores rápidos e
tem um alto risco de dependência. É por estas razões
que os medicamentos contendo codeína são agora apenas
disponível mediante receita médica.25 Por razões semelhantes, o
uso de combinação prescrita de paracetamol e codeína
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é melhor usado com moderação. Se o paciente pedir narcóticos
pelo nome – cuidado.
Profilaxia antibiótica
As indicações de antibióticos profiláticos na Austrália têm sido
muito restritas para extrações, eles
não são necessários para pacientes com articulações artificiais e
o número de condições cardíacas indicadas é muito
reduzido.8 No Reino Unido, as diretrizes do NICE
indicam que nenhuma condição cardíaca requer profilaxia
antibiótica.26 Isso resulta em uma redução de 75% na
prescrição de Amoxicilina 2 g com prescrição e não
aumento perceptível na endocardite.27
Não há indicação de antibióticos após rotina
extrações em pacientes saudáveis e não há evidências de que os
antibióticos reduzam a infecção pós-extração
mesmo em pacientes imunocomprometidos. Dentistas fazem
têm um papel importante na redução da prescrição de
antibióticos como parte da administração geral de antibióticos.8,28
Os últimos setenta anos de prescrição excessiva de
antibióticos resultou no aumento de microrganismos resistentes
a antibióticos.
A exodontia é o procedimento fundamental na cirurgia
dentoalveolar. O cuidado e a manutenção do alvéolo são
fundamentais. Outros procedimentos dentoalveolares
são discutidos nos artigos sobre dentes impactados,29 e
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Endereço para correspondência:
Assoc. Prof. Paul J Sambrook Diretor,
Unidade de Cirurgia Oral e Maxilofacial Faculdade de
Ciências da Saúde Universidade
de Adelaide Adelaide, SA 5005
Austrália Email:
paul.sambrook@adelaide.edu.au
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