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UNIVERSIDADE CATÓLICA PORTUGUESA

CENTRO REGIONAL DAS BEIRAS

LICENCIATURA EM MEDICINA DENTÁRIA


CICLO CLÌNICO

Cirurgia Oral V-2ª


aula teórica

UCLV
Sumário

 Principios gerais de exodontia


 Indicações para extracções dentárias
 Contra-indicações para extracções dentárias
Principios gerais de exodontia
 Exodontia- consiste na remoção de um dente
do alvéolo
 A extracção de dentes é um procedimento que
incorpora os principios de cirurgia e principios
de Fisica e Mecanica
 Um dente pode ser removido intacto do
processo alveolar sem sequelas desfavoráveis
 A remoção de um dente não requer grande
intensidade de força, mas ao contrário destreza
e força controlada, de tal maneira que o dente
não seja puxado do osso,porém delicadamente
elevado no processo alveolar
Principios gerais de exodontia

Controle da dor e ansiedade do


paciente

 Anestesia eficiente
 Poucos pacientes encaram este
procedimento com tranquilidade
 Sedação
Principios gerais de exodontia
Anestesia local
 Utilizar a anestesia adequada para esse dente
e adjacentes
 Os dentes adjacentes são submetidos a uma
certa pressão
 A anestesia local resulta em perdade toda a
percepção da dor,temperatura e sensação ao
toque,mas não anestesia as fibras
proprioceptivas dos dentes envolvidos
 O paciente sente a sensação de pressão, em
especial quando a força é intensa
Principios gerais de exodontia
 Anestesia local
 Infiltração no ligamento periodontal se
necessário em casos de infecções periapicais
ou pulpites
 Ter em atenção a duração da anestesia
 As soluções anestésicas sem vasoconstritor
tem menor duração
 Lidocaina e articaina com vasoconstritor
duração de 50 a 60 m nos dentes maxilares e
90 a 100m nos dentes mandibulares e 3 a 4
horas nos tecidos moles
Principios gerais de exodontia

 Sedação
 Sem sedação nos pacientes moderadamente
ansiosos
 Diazepam na noite anterior á cirurgia
proporciona alivio matinal
 Sedação por inalação de óxido nitroso e
oxigénio
 Sedação com diazepam ou midazolam por via
intravenosa
 Comprimidos de midazolam
Indicações para exodontia
 A avulsão de um elemento dentário está
indicada quando este, danificado nos seus
componentes anatómicos, não é susceptivel de
recuperação mediante terapia conservadora,
periodontal, protética ou cirúrgica, ou bem
quando sua conservação não parece oportuna
depois da avaliação geral do paciente ou da
situação local
Indicações para exodontia

 Dentes afectados por cáries


avançadas e suas sequelas em que o
tratamento endodontico e a restauração
seja impossivel
Indicações para exodontia

 Doença periodontal grave com


mobilidade acentuada impossibilitando
recuperação funcional
Indicações para exodontia

 Dentes envolvidos em
traumatismos(fracturas alveolares ou
mandibulares, dentes em focos de
fractura,fracturas dentárias longitudinais
radiculares ou múltiplas)
Indicações para exodontia
 Raízes ou fragmentos dentários abandonados
nos rebordos maxilares
Indicações para exodontia

 Dentes inclusos ou supranumerários


Indicações para exodontia

 Motivos ortodonticos ( criação de


espaço na arcada, exodontia de dentes
deciduos retidos)
Indicações para exodontia

 Motivos prostodonticos para facilitar o


desenho de próteses nomeadamente
dentes com inclinações ou extrusão
devido á falta de antagonista
Indicações para exodontia

 Considerações estéticas
Indicações para exodontia

 Dentes envolvidos em processos


patológicos como a osteomielite,
quistos, tumores ou necrose óssea
Indicações para exodontia

 Dentes que possam ser focos de


infecção em doentes de risco
nomeadamente quando portadores de
endocardite bacteriana,patologia
valvular cardiaca, patologia infecçiosa
renal
Indicações para exodontia

 Dentes envolvidos em campos de


radiação terapeutica desde que não
seja possivel efectuar uma protecção
adequada (perigo de osteoradionecrose)
Indicações para exodontia

Motivos económicos

 Paciente indisponivel para pagar ou


indisponivel para o tratamento
Contra indicações locais
 Normalmente trata-se de condicionamentos
transitórios
 Depois de tratado o factor condicionante a
exodontia poderá ser efectuada
 Infecção aguda ou fleimão não controlado
 Pericoronarite aguda em dentes
semierupcionados
 Estomatite infecçiosa aguda
 Neoplasias malignas associadas ou não á
proximidade do dente
 Malformações vasculares perialveolares
 Radiação local
Contra indicações sistémicas

 Diabetes descontrolado
 Doenças cardiacas descompensadas
 Doenças cardiovasculares activas
(enfarte,angina)
 Discrasias sanguineas graves
(hemofilia,desordem das plaquetas)
 Doença de Addison não tratada
 Febre ou patologia infecçiosa sistémica
 Nefrites agudas
Contra indicações relativas

 Psicoses graves agudas ou crónicas que


impeçam cuidados intra e pós operatórios
 Gravidez contra indicação relativa (possivel no
final do 1º trimestre e no periodo inicial do
último)
 1º e último trimestre as extracções devem ser
adiadas
 Pacientes a tomar
antiagregantes,corticoesteróides,imunosupress
ores e agentes quimioterápicos
Sumário

Preparação da exodontia
Avaliação clinica do dente para extracção
Avaliação e preparação psicológica do doente
História clinica
Observação do doente
Exames complementares
Plano da cirurgia
Técnica fechada de exodontia
Avaliação clinica dos dentes para
extracção
 Acesso ao dente
 Mobilidade do dente
 Condições da coroa
Avaliação clinica dos dentes para
extracção
Preparação da exodontia

Avaliação e preparação psicológica do


doente
 Informação da necessidade da exodontia
 Informação sobre o acto cirúrgico
 Informação cuidadosa das complicações
 Informação sobre a possibilidade de
reabilitação oral
 Informaçõa sobre o preço da cirurgia
Preparação da exodontia

História clinica

 Avaliar as contraindicações da cirurgia


 Avaliar experiencia com exodontias
anteriores
Preparação da exodontia

Observação da cavidade oral

 Exame de toda a cavidade oral


 Avaliar as indicações de exodontia
 Avaliar as patologias locais associadas
Exames complementares

Ortopantomografia

 Visão geral das estruturas ósseas


 Visão geral dos dentes
Exames complementares

Rx retroalveolar

 Qualidade técnica do rx
 Forma dentária
 Patologias associadas
Rx retroalveolar
Qualidade técnica do rx

 As estruturas ósseas e dentárias devem ser


fácilmente visiveis
 O dente radiografado deve estar no centro da
pelicula
 A dureza do rx deve se tal que permita
observar algum contorno dos tecidos moles
 A angulação do rx deve ser correcta o que é
fácilmente verificável quando não há
sobreposição de cúspides ou pontos de
contacto e quando a forma pulpar é normal
Rx retroalveolar
Forma dentária
Dificuldade
 Raizes divergentes
 Raizes bulbosas
 Raizes tortuosas
 Ponta das raízes em “baqueta de tambor”
 Raizes com extremidades finas
Facilidades
 Raizes cónicas com ápice arredondado
 Raizes fusionadas com forma cónica
Configuração das raizes
Configuração das raizes
Caso clinico
Caso clinico
Patologia associada

 Osteólise
 Osteoporose
 Quistos
 Tumores malignos e benignos
Plano da cirurgia

Extracções múltiplas
 Os últimos dentes a extrair são os anteriores
 A dimensão vertical deve ser mantida até ao
último tratamento (deixar dois dentes
oponentes)
 Começar a cirurgia em quadrantes oponentes
 A exodontia de múltiplos dentes na mesma
sessão é menos traumatizante de exodontias
unitárias múltiplas
Plano da cirurgia
 Quando temos dentes maxilares e mandibulares
oponentes, devemos começar pelos dentes maxilares
porque:
 A anestesia maxilar é menos durável
 A exodontia de dentes superiores aumenta o espaço
para exodontia de dentes inferiores
 As esquirolas das exodoncias superiores superiores não
vão contaminar as feridas das exodontias inferiores
 Em todas as exodontias eliminar lesões periapicais no
mesmo tempo operatório
 Executar uma modelação correcta do osso alveolar
Técnica da exodontia

 Técnica fechada
 Técnica aberta (exodontia cirúrgica)
Técnica fechada (técnica
simples)
Indicações da técnica por forceps
Sem execução do retalho mucoperiósteo
 Dentes isolados com forma favorável
 Dentes sem patologia periapical
 Raizes não retidas intraósseas ou
intramucosas
 Dentes sem destruição interna
Técnica cirúrgica fechada (técnica
simples)

 Anestesia
 Corte do ligamento periodontal
 Luxação
 Exodontia com forceps apropriado
 Curetagem alveolar
 Encerramento (aproximação) dos bordos da
ferida da exodontia (quando necessário)
Corte do ligamento periodontal

 Efectuada com sindesmotomo


 Sindesmotomo curvo-arcada inferior ou
superior
 Sindesmotomo recto-arcada superior
 A incisão deve ser decidida e profunda visando
cortar na totalidade as fibras profundas da
gengiva aderente em toda a periferia do dente
 O corte não total leva á exodontia quer do
dente quer de algumas porções da gengiva
com criação de lacerações gengivais
Corte do ligamento periodontal
Luxação dentária

 O dente relaciona-se com o alvéolo


através de uma articulação (gonfose)
 Para a luxação utilizamos uma alavanca
Vantagens da luxação

 Luxação facilita a remoção do dente


 Minimiza o risco de fractura do dente
 Facilita a remoção das raizes residuais
se houver fractura dentária
 Diminui a força necessária a aplicar pelo
forcéps que é desconfortável para o
doente
Tipos de alavancas
 Pega ou cabo
 Ramo ou haste
 Lamina ou extremidade
Tipos de alavancas

 Raizes ou dentes com ponto de apoio


preparado por broca
 Ápices radiculares
Função da alavanca

 A alavanca que utilizamos é uma


alavanca de 1ª classe
 Fulcro: no osso alveolar
 Resistencia: no dente
 Força: imprimida pela mão do cirurgião
 A função da alavanca é multiplicar a
força aplicada contra a resistencia
existente
Principios mecanicos da alavanca

 A remoção de dentes do processo alveolar


utiliza vários principios mecanicos e
dispositivos simples: alavanca,a cunha,a roda e
o eixo
 As alavancas são utilizados como elevadores
 A alavanca de 1ª classe transforma uma
pequena força e e um grande movimento em
um pequeno movimento e uma grande força
Alavanca de 1ªclasse
 As alavancas são utilizadas primáriamente como
elevadores
 Transmissão de uma força modesta e um grande
movimento em um pequeno movimento e uma grande
força
 Alavanca apical de Crane colocada no ponto de apoio
exercendo uma força apical, o dente é elevado no
alvéolo usando o osso alveolar como fulcro
Mecanismo de cunha
 Utilização da ponta de um forceps actua como cunha
para expandir o osso alveolar e deslocar o dente em
direcção oclusal
 Uma alavanca reta, pequena, usada como
cunha desloca o dente para fora do alvéolo (calçadeira)
Mecanismo de roda e eixo
 O terceiro mecanismo usado na extracção de um dente
está identificado com as alavancas triangulares
 Se a raiz de um dente com múltiplas raizes é deixada no
processo alveolar a alavanca em T é girada dentro do
alvéolo.O cabo serve como eixo,e a ponta actua como
roda que engata e eleva a raiz para fora do alvéolo
Técnica de utilização
 A alavanca pega-se pela pega (na palma da
mão) e com o dedo indicador ao longo do cabo
ou ramo
 O ponto de apoio da alavanca é sempre o osso
alveolar e nunca o dente adjacente
 A concavidade da ponta ou lamina é virada
sempre para o dente a luxar
 Nas alavancas curvas podemos talhar uma
pequena fenda no dente que serve para inserir
a lamina
 As alavancas curvas são mais utilizadas nos
dentes posteriores e superiores(sisos)
Cuidados na utilização da
alavanca
 Dosear correctamente a força
 Proteger os tecidos vizinhos de desvios
do trajecto da alavanca,não luxar o
dente adjacente
 Não efectuar traumatismo gengival
Forceps

Função

 Preensão e remoção dentária

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