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Uso de trilhas ecológicas no aprimoramento das ciências agrárias: Uso pedagógico

aplicando a técnica de trilhas interpretativas

BRAGA, A. B. M.; SILVA, E. S. T.; NASCIMENTO, I. F.; SOUZA, M. E. S.

RESUMO

O estudo teve como objetivo avaliar pedagogicamente o uso de trilha da UFAM a partir da
técnica de trilhas interpretativas. Caracterizando-se como uma pesquisa de abordagem
qualitativa e como pesquisa participante para ampliar o entendimento acadêmico dos docentes
e discentes. As trilhas oferecem oportunidades de aproximação com o meio ambiente e
promovem serviços ecossistêmicos, lazer, educação ambiental e pesquisa. Para alcançar seus
objetivos, o projeto utilizará uma abordagem metodológica que inclui questionários, análise de
planos de ensino, coleta de documentos relevantes e atividades lúdico-pedagógicas,
identificando quais trilhas são adequadas para atividades acadêmicas e compilando informações
sobre seu uso pedagógico com a técnica de interpretação.

As atividades desenvolvidas foram realizadas durante o projeto do PROLICEN (Programa de


Licenciaturas) e, vem sendo realizada desde o ano de 2017.Para coleta dos dados foi utilizado
a observação, fotos, registros do projeto (questionários e grupo focal).O trabalho foi dividido
em três etapas do projeto: Os primeiros passos para a implantação e realização das trilhas com
os discentes (2017); os caminhos e descaminhos de uma formação docente (2018); Caminhos
inconclusos e os novos desafios para as trilhas interpretativas: a formação docente continuada
(2019), seguido de uma análise do conjunto da experiência.As trilhas interpretativas surgem
nesse novo contexto como um método, ou seja, uma prática educativa que visa a
conscientização e sensibilização ambiental a visão, olfato e sentimentos tornando-se uma
vivência direta com a realidade de forma interdisciplinar, possibilitando a consciência
ambiental dos indivíduos, possibilitando a leitura e interpretação da natureza fornecendo desta
maneira uma prática ambiental comprometida com a educação ambiental visando a
sustentabilidade.A partir deste trabalho pode-se observar o quanto metodologias como essas
são enriquecedoras não somente para os alunos, mais também para os professores, e que se
deve aprofundar mais no assunto e colocá-los em prática.

JUSTIFICATIVA
As trilhas são ferramentas que ajudam as pessoas a compreenderem melhor o meio
ambiente, que muitas vezes é visto de forma abstrata (Rocha., et al). Nesse sentido, Rocha apud
Matiola (2005) afirma que trilhas podem ser usadas para aproximar o visitante do ambiente
natural, para levá-lo a um atrativo específico ou para proporcionar passeios interessantes. A
atual pesquisa tem como o objetivo de avaliar pedagogicamente o uso de trilha da UFAM a
partir da técnica de trilhas interpretativas, oferecendo paisagens educativas visando a ampliação
do entendimento acadêmico do docente/discente.

De acordo com Menghini (2005) a utilização de trilhas interpretativas é um grande atrativo


pedagógico, pois essas trilhas são mais livres ao público, facilitando o acesso e possibilitando
o aproveitamento do espaço com mais tranquilidade. Logo, tanto a comunidade ao redor da
UFAM quanto os alunos da universidade são beneficiados, proporcionando melhor qualidade
de vida ao visitar a trilha e gerando novos conhecimentos.

REVISÃO BIBLIOGRÁFICA

Fragmentos florestais urbanos são espaços naturais considerados recursos ambientais


essenciais para a garantia da qualidade de vida nos centros urbanos. No entanto, são espaços
ameaçados em decorrência da especulação imobiliária, do crescimento urbano desordenado e
da degradação ambiental. Esses espaços na esfera federal não possuem instrumentos específicos
de proteção. Somente na esfera municipal é que são encontrados instrumentos legais mais
específicos quanto à defesa desses espaços naturais, principalmente no Plano Diretor
Municipal. Contudo, o termo específico “fragmento florestal urbano” não é muito utilizado
(Kudo et al., 2016).

Muitos são os termos utilizados para se designar as áreas de vegetação encontradas nas
cidades e torna-se necessário conceituar as tipologias de tais áreas inseridas na malha urbana.
De acordo com França e Silva (2021), as áreas verdes urbanas estão categorizadas com base
nos principais serviços ecossistêmicos prestados e na importância destes para os ambientes
urbanos, Nesta categoria, bosque é um espaço público com remanescente florestal com
predominância de atributos naturais e cobertura vegetal arbórea e/ou arbustiva, destinado à
proteção e uso sustentável de serviços ecossistêmicos, socialização, lazer ativo e contemplativo,
atividades recreativas e culturais da população e que pode ser utilizado para educação ambiental
e pesquisa.
Segundo o ICMbio (2018) Interpretação Ambiental é um conjunto de estratégias de
comunicação destinadas a revelar os significados dos recursos ambientais, históricos e culturais,
a fim de provocar conexões pessoais entre o público e o patrimônio protegido.

Desde a criação da Zona Franca e implantação do Distrito Industrial de Manaus, a paisagem


da cidade vem sendo alterada devido ao crescimento urbano. Este processo contribui para a
redução da cobertura florestal e o surgimento de fragmentos florestais (Cavalcante et al., 2010).

Para Amador e Viana (1998) é importante recordar o histórico de vinculação entre o


ambiente e os habitantes. Portanto, para analisar uma trilha no fragmento florestal da Ufam é
necessário observar a relação das populações ao redor da trilha e a sua influência no ambiente
estudado. Ademais, buscar o histórico do local e a relação da comunidade e dos estudantes no
fragmento. Entender os ecossistemas e suas relações ecológicas torna-se uma importante
ferramenta para atividades de lazer, pedagógicas e sociais.

De acordo com Menghini (2005) a utilização de trilhas interpretativas é um grande atrativo


pedagógico, pois essas trilhas são mais livres ao público, facilitando o acesso e possibilitando
o aproveitamento do espaço com mais tranquilidade. Logo, tanto a comunidade ao redor da
UFAM quanto os alunos da universidade são beneficiados, proporcionando melhor qualidade
de vida ao visitar a trilha e gerando novos conhecimentos.

OBJETIVO GERAL

• Avaliar pedagogicamente o uso de trilha da UFAM a partir da técnica de trilhas


interpretativas.

OBJETIVOS ESPECÍFICOS

• Verificar quais as trilhas são viáveis para desenvolver atividades acadêmicas.


• Identificar quais os tipos de atividades são desenvolvidos por professores como uso
pedagógico nas trilhas.
• Organizar as informações produzidas para elaboração de orientação pedagógica do uso
das trilhas.

METODOLOGIA

A metodologia adotada para o levantamento de informações começará com questionário


que será aplicado para os docentes da Faculdade de Ciências Agrárias e Instituto de Ciências
Biológicas, em suas atividades que utilizem as trilhas da UFAM (Universidade Federal do
Amazonas, conforme a figura 1) e a análise dos planos de ensino dos mesmos. Também será
feita coletas documentais que inclua a leitura necessária informando contexto e dados
específicos contidos (cartas, Mapas, livros ou capítulos de livros sobre o fragmento florestal
da UFAM).

Figura 1: Área de estudo, CAMPUS UFAM – Manaus.

Também serão realizadas as etapas que contemplarão reuniões de estudo; elaboração de


roteiros interpretativos; planejamento e aplicação de planos de atividades lúdico pedagógicas
estimuladoras das múltiplas inteligências e promotoras da inclusão.

Para definição de quais trilhas serão inclusas no estudo, serão realizados através de
visitas nas trilhas e aplicação de questionários quais são as mais viáveis para realizar atividades
pedagógicas e elucidando as principais atividades realizadas nas trilhas.

Por fim, serão compiladas todas as informações coletadas que contemplem toda e
qualquer informação sobre uso das trilhas com a técnica de interpretação como uso
pedagógico.

CRONOGRAMA
O Quadro 1 abaixo apresenta o cronograma das atividades realizadas durante os dez
meses de pesquisa. Priorizando ampliar a metodologia pedagógica de professores nas trilhas
ecológicas pedagógicas, objetivando novas aprendizagens sociais e valorizar a riqueza das
florestas no campus UFAM. O caminho metodológico das práticas permitiu ampliar a formação
acadêmica com a incorporação de conhecimentos adquiridos em atividades desenvolvidas junto
aos professores e alunos.

ATIVID
ADES 2023 2024

Jul Ago Set Out Nov Dez Jan Fev Mar Abr
Pesquisa
Bibliográ
fica x x x x x x x x x x
Pesquisa
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Visitas às
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Quadro 1: Cronograma de atividades a serem realizadas durante a pesquisa.

ORÇAMENTO

A tabela 2 a seguir apresenta o custo total das atividades realizadas durante os dez meses de
pesquisa nas trilhas ecológicas no campus UFAM localizado na cidade Manaus, Amazonas.

Item de despesa Quant. Un. Valor (R$)


Unitario Total

Custeio
Combustível 5 meses 1 R$ 5,82 R$ 1.146,00
Materiais 25 1 R$ 24,00 R$ 600,00
Alimentção 20 semanas 1 R$ 3,00 R$ 360,00
Gastos Extras 5 meses 1 R$ 38,81 R$ 970,00
TOTAL R$ 71,63 R$ 3.076,00
Tabela 1. Orçamento dos itens de despesas das atividades realizadas durante a pesquisa.

REFERÊNCIA

FRITZEN, R. I. Contribuições da trilha ecológica do canarinho à educação ambiental


numa comunidade escolar. 2010. 66 f. Dissertação (Mestrado em Educação em Ciências e
Matemática) – Faculdade de Física, PUCRS, Porto Alegre, 2010.
MENGHINI, F.B. et al. As trilhas interpretativas como recurso pedagógico: Caminhos
traçados para a educação ambiental. 2005. 103f. Dissertação (Mestrado em Educação) -
UNIVALI, Itajaí, Santa Catarina, 2005.
ROCHA, Marcelo Borges et al. Estudos sobre trilhas: uma análise de tendências em
eventos de Ensino de Ciências e Educação Ambiental. Acta Scientiae, Canoas, v. 18, n. 2,
p. 517-530, maio/ago. 2016.
SERAFINI, Rodrigo Tacioli. Estrutura de fragmentos florestais urbanos de Manaus-AM:
implicações para seu manejo e conservação. 2007. xiv, 95 f. Dissertação (mestrado) -
INPA/UFAM, Manaus, 2007.
SOUZA, M.C.C. Educação Ambiental e as trilhas: contextos para a sensibilização ambiental.
Revista Brasileira de Educação Ambiental (RevBEA), Presidente Prudente, São Paulo, v.9,
n.2, 2014.

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