Você está na página 1de 19

UNIVERSIDADE FEDERAL DO MARANHÃO

CENTRO DE CIÊNCIAS HUMANAS


CURSO DE LETRAS

RELATÓRIO DE INTERVENÇÃO NA EDUCAÇÃO BÁSICA I:


EXPERIÊNCIA INTERDISCIPLINAR SOBRE MEIO AMBIENTE POR MEIO DE
PRÁTICA DE LEITURA E PRODUÇÃO TEXTUAL NA ESCOLA“X”

Nome dos componenetes da


equipe
Orientador(a): Profa. Dra. xxx

Cidade
2023
SUMÁRIO

1 APRESENTAÇÃO ......................................................................................... 3
2 CONTEXTUALIZAÇÃO DA INTERVENÇÃO................................................. 4
2.1 Escola ..................................................................................................... 4
2.2 Visitas...................................................................................................... 4
2.3 As turmas ................................................................................................ 5
2.4 A professora ............................................................................................ 6
3 O PROJETO DE INTERVENÇÃO ................................................................. 6
3.1 Título ....................................................................................................... 7
3.2 Tema ....................................................................................................... 7
3.3 Introdução ............................................................................................... 7
3.4 Justificativa .............................................................................................. 9
3.5 Objetivos ............................................................................................... 10
3.5.1 Geral ............................................................................................... 10
3.5.2 Específicos ..................................................................................... 10
3.6 Metodologia ........................................................................................... 10
3.6.1 Procedimentos metodológicos ........................................................ 11
3.7. Fundamentação teórica ........................................................................ 11
3.8 Cronograma .......................................................................................... 14
4 EXECUÇÃO DO PROJETO ........................................................................ 14
5 REFLEXÕES GERAIS SOBRE A ATIVIDADE ............................................ 15
6 CONSIDERAÇÕES FINAIS ......................................................................... 16
REFERÊNCIAS .............................................................................................. 17
ANEXOS ......................................................................................................... 18
APÊNDICES ................................................................................................... 19
1 APRESENTAÇÃO

Este relatório faz parte das exigências da disciplina Intervenção na


Educação Básica I, do currículo de Letras da Universidade Federal do Maranhão, e
tem como objetivo explicar os processos de pesquisa, elaboração e execução de um
projeto de intervenção escolar. Seguindo as diretrizes do programa da disciplina, o
projeto possui um caráter interdisciplinar, voltando-se para a temática da AQUI DEVE
CONTER A TEMÁTICA ABORDADA (1. EDUCAÇÃO EM DIREITOS HUMANOS E
ÉTICA; OU 2. EDUCAÇÃO AMBIENTAL; OU 3. POLÍTICAS LINGUÍSTICAS.)
juntamente com o ensino de Língua Portuguesa, priorizando textos que caracterizam
o uso da linguagem.
Essas exigências também estão nos Parâmetros Curriculares Nacionais
(PCNs), que esperam que os alunos adquiram, progressivamente, “uma competência
em relação à linguagem que lhes possibilite resolver problemas da vida cotidiana, ter
acesso aos bens culturais e alcançar a participação no mundo letrado” (BRASIL, 1997
p. 33). A respeito disso, vale salientar a preocupação levantada por Magda Soares
(2007):

A escrita que, fora das paredes da escola, serve para a interação social, e é
usada em situações de enunciação (escrevem-se cartas, bilhetes, registram-
se informações, fazem-se anotações para apoio à memória, lêem-se livros,
jornais, revistas, panfletos, anúncios, indicações de trânsito, nomes de ruas,
de ônibus etc.), dentro das paredes da escola assume um caráter falso,
artificial, descontextualiza-se: fazem-se ‘redações’ ou ‘composições’ com
uma função puramente escolar (Soares, 1988). (SOARES, 2007, p. 106).

Nesse sentido, optamos por abordar o ensino da Língua Portuguesa por


meio dos gêneros textuais, especificamente o AQUI DEVE SER DESTACADO O
GÊNERO TEXTUAL ABORDADO, por meio de duas aulas expositivas e dialogadas,
com a utilização de recursos audiovisuais e a prática conjunta de confecção do mural.
A primeira etapa consistiu de reflexões teóricas e planejamento das
atividades da intervenção escolar com a escrita do projeto. Em seguida, submetemos
a proposta à análise da diretora e da PROFESSORA DE APONTAR AQUI A
DISCIPLINA MINISTRADA PELA PROFESSORA da escola.Por fim, partimos para a
sua execução, que foi realizada em duas turmas do 6º ano do ensino fundamental da
3
escola XXXX, na cidade de XXX, no PRIMEIRO OU SEGUNDO semestre de
DIZER O ANO. Esse relatório pretende, portanto, elencar cada passo do projeto e
refletir sobre os seus resultados.

2 CONTEXTUALIZAÇÃO DA INTERVENÇÃO

Neste ponto serão expostas as experiências vivenciadas na aplicação do


projeto de intervenção da realidade escolar na instituição de ensino XXXXX.

2.1 Escola

AQUI HÁ UM EXEMPLO DE CARACTERIZAÇÃO DA ESCOLA

A escola escolhida para a aplicação é situada no bairro XXXX, administrada


pelo munícipio e conta com suporte da prefeitura de São Luís para que se possa dar
continuidade às atividades desenvolvidas ali. O ambiente em si éamplo e com
grandes espaços para a circulação dos alunos. Possui cantina, refeitório, pátio, sala
dos professores, biblioteca e uma quadra esportiva.
Em relação aos espaços que a escola disponibiliza aos alunos, poderíamos
dizer que seria um ponto positivo caso houvesse um zelador para os controlar, mas
isso não ocorre, uma vez que muitos alunos ficam dispersos pelos corredores e
espaços que existem na instituição.
De acordo com o Censo Escolar de 2018, a escola possui 1143 alunos
em Ensino Fundamental I e II, Médio e EJA.

2.2 Visitas

Além da intervenção em si, houve visitas prévias a escola, pois foi


necessário para o conhecimento da instituição de ensino (estrutura física), da
disponibilidade dos profissionais da escola, contato com os responsáveis (diretoria)
e possibilidade de aplicação do projeto.
Um fator de grande valia nas visitas foi o contato com a Professora xxxxx
e com os alunos para deixá-los cientes da aplicação de tal projeto, além da
importância que este tem. Sendo assim, fomos capazes de saber de todos osinsumos
4
que iríamos precisar para que a continuidade do projeto não fosse afetada.
A cada visita havia uma abordagem e uma percepção diferente, pois
nesses momentos em que se esteve na escola percebeu-se uma grande necessidade
(por parte dos alunos) de serem assistidos de alguma maneira, pois conseguimos
perceber o quão deficiente encontra-se a educação nos dias atuais.

2.3 As turmas

As salas de aulas escolhidas e utilizadas para a intervenção foram duas


do 6º ano. Em relação ao ambiente físico das salas tem-se que pontuar, pois não eram
próprios para os alunos em questão de ergonomia, visibilidade, salubridade,
ventilação etc. Assim como muitos dos equipamentos de ventilação não funcionavam
e isso sempre incomodava os estudantes a ponto de eles ficarem visivelmente
impacientes com tal situação.
Outro ponto crucial é que não existia nenhum tipo de isolamento acústico,
o que prejudicava muito a realização de toda e qualquer atividade de intervenção. Por
isso foram muitos os esforços para tal aplicação devido a toda a situação das salas.
Não menos importante, encontram-se o isolamento visual, pois ambas as
salas possuem blocos que dão acesso ao corredor e pátio, assim como venezianas
que dão para a rua, o que interfere bastante na concentração dos alunos.
Essas turmas eram compostas de cerca de 30 alunos – talvez até mais
devido a quantidade de cadeiras vazias. Esse fator de lotação também corrobora para
a dificuldade no processo de intervenção, pois uma sala contendo um número grande
de alunos sempre, ou em sua maioria, pretende falar ou se expressar ao mesmo
tempo, mesmo com todo o controle por parte dos professores presentes.
Mesmo com todas essas dificuldades alguns alunos conseguiram se
sobressair e demonstraram muito interesse em relação ao projeto, pois conseguimos
extrair deles muitas informações, assim como fazer com que eles produzissem de
maneira a contribuir para o projeto. Essas contribuições foram expostas num mural

5
(em ambas as turmas) para que eles possam se lembrar como funciona o gênero do
qual eles puderam trabalhar associando-o ao meio ambiente e preservação.

2.4 A professora

Contar com um bom profissional é sempre essencial neste processo de


intervenção escolar. E dessa vez não foi diferente, pois pudemos contamos com o
auxílio da professora de Ciências, Fulana de tal, para prosseguirmos no processo
como um todo.
Sem essa colaboração, talvez o projeto não teria sido concretizado, uma
vez que a professora conhecia seus alunos, a capacidade de produção deles em
relação as tarefas, bem como o comportamento em classe. Essa presença em sala foi
essencial para que os alunos mantivessem a atenção durante todo o processo. Nesse
sentido, pudemos unir forças nessa tarefa tão importante para a realidade da escola.

3 O PROJETO DE INTERVENÇÃO

VEJA, CARO(A)A ALUNO(A)A, QUE O PROJETO DE INTERVENÇÃO É APRESENTADO NESTA


PARTE DO RELATÓRIO.

A partir do desafio da interdisciplinaridade, partimos para a escolha da


temática que iria dialogar com a nossa área de conhecimento. Assim, optamos por
conciliar o ensino de Língua Portuguesa com a Educação Ambiental, um dos temas
transversais.
O primeiro passo foi a pesquisa bibliográfica sobre cada área e sobre os
dois temas em conjunto. Depois, houve discussões durante a disciplina para a
delimitação do tema. Juntamente com a professora da disciplina, organizamos nossas
ideias e sugestões e esboçamos o projeto.
Faltava, então, escolher a escola para a aplicação do projeto. Escolhemos
uma perto da universidade e fizemos uma primeira visita de sondagem a fim de
saber se a escola estaria de acordo com essa intervenção. Acordado com a diretora,
tratamos diretamente com a professora de Ciências – Fulana de Tal – e entregamos
a ela o seguinte projeto.

6
A SEGUIR, O PROJETO DE INTERVENÇÃO É APRESENTADO NA ÍNTEGRA.

3.1 Título

Projeto de pesquisa educação ambiental e linguagens - “Escola XXXX”.

3.2 Tema

Linguagens, meio ambiente e escola.

3.3 Introdução

A educação constitui-se num meio, em uma maneira de preparar o ser


humano para atuar em papéis específicos na sociedade em que ele vive, no dizer de
Cardozo (2010). Esse princípio engloba não apenas o ensino de conteúdos, mas de
posturas ético-sociais dentro de uma perspectiva interdisciplinar do saber, muitas
vezes tolhida ou silenciada na educação escolar atual.
O esvaziamento da integração dos saberes, imperativa em sociedades
antigas, começa a acontecer devido ao acúmulo do conhecimento, que exigiu, por sua
vez, a compartimentalização do saber, provocando uma dissociação entres os vários
conhecimentos (GALLO, 2002).
Conforme Gallo (2002) aponta, nas sociedades antigas, especialmente na
Grécia Arcaica (séc. VII a.C.), a educação era ampla, integrada, exigindo do aluno um
conhecimento profundo das artes, da matemática, da ciência, da ética, da política, da
retórica, e de outros saberes, a fim de explicar a realidade misteriosa que era
experimentada no cotidiano.
O processo de disciplinarização dos conteúdos, apesar de seus benefícios
no que tange ao aprofundamento do saber específico, atinge um nível de exacerbação
na contemporaneidade, culminando em um individualismo em detrimento da
coletividade, da observação das mazelas sociais, educacionais eambientais, tornando
os indivíduos meros reprodutores de discursos. É necessário, portanto, na escola
atual, ampliar o olhar do aluno para dimensões mais amplas da realidade, conforme a
explicação de Gallo (2002):
7
A formação do aluno jamais acontecerá pela assimilação de discursos, mas
sim por um processo microssocial em que ele é levado a assumir posturas de
liberdade, respeito, responsabilidade, ao mesmo tempo em que percebe
essas mesmas práticas nos demais membros que participam deste
microcosmo com que se relaciona no cotidiano. (GALLO, 2002, p. 20).

Em outros termos, essa liberdade adquirida, o respeito construído e a


responsabilidade ensinada são frutos de um cotidiano vivido também no seio escolar,
através de uma educação multidisciplinar, que pode ser enviesada por projetos
políticos-pedagógicos da escola.
Com o intuito de trazer essa reflexão integradora para o âmbito escolar,
surgiram os Temas Transversais, que segundo os Parâmetros Curriculares Nacionais
(PCN) “devem ser incorporados nas áreas já existentes e no trabalho educativo da
escola”. (BRASIL, 1997, p. 15).
A transversalidade de temas determina que o aluno construa seu saber
em sintonia com diferentes olhares que o envolve, tanto na perspectiva científica
quanto na perspectiva social, com o objetivo de fazer a educação fator de
transformação da sociedade. Vale ressaltar que a multifacetada visão do aluno sobre
a realidade que o cerca, segundo Gallo (2002), é um elemento que o aluno já
desenvolve antes de ter acesso às disciplinas escolares.
A educação ambiental constitui-se um dos temas tema de caráter
transversal que a escola pode empreender, segundo os PCNs, sendo papel da
instituição escolar, nessa esfera:

oferecer meios efetivos para que cada aluno compreenda os fatos naturais
e humanos a esse respeito, desenvolva suas potencialidades e adote
posturas pessoais e comportamentos sociais que lhe permitam viver numa
relação construtiva consigo mesmo e com seu meio, colaborando para que
a sociedade seja ambientalmente sustentável e socialmente justa;
protegendo, preservando todas as manifestações de vida no planeta; e
garantindo as condições para que ela prospere em toda a sua força,
abundância e diversidade. (BRASIL, 1997, p. 39).

8
É indiscutível, nesse processo, a importância que tem a linguagem, pois é
por meio de recursos comunicativos que todas as questões sociais passam a ser
refletidas e pensadas na escola. Nesse sentido, a educação ambiental deve ser
debatida na escola atualmente a partir de vários saberes, por tratar-se de umassunto
de larga abrangência.
Nas aulas de Língua Portuguesa, o meio ambiente pode ser tratado a partir
de inúmeros ângulos, seja por meio da Literatura, em obras literárias de diferentes
gêneros, seja por meio de práticas diversas de interpretação e produção textuais,
como notícias jornalísticas, letras de músicas, artes plásticas etc.
Essa integração dos conhecimentos deve assim ser feita a partir de uma
abordagem que envolve a educação ambiental e os usos da linguagem, uma vez
que os alunos entram em contato de modo mais prático com os conceitos de
sustentabilidade e assuntos afins por meio de distintos suportes e gêneros textuais
(BAKHTIN, 2003, MARCUSCHI, 2003) e assim podem colocar em prática suas
reflexões sobre meio-ambiente e escola, proporcionando a participação ativa na
construção desses saberes.
Na esteira desse raciocínio, este projeto de intervenção propõe atividades
reflexivas sobre meio ambiente e escola, em uma turma de educação básica, com a
veiculação de um vídeo, a compreensão de um gênero discursivo, a produção de
textos e a confecção de um mural a respeito desse tema.

3.4 Justificativa

Reconhecendo as limitações da especialização do saber e a necessidade


de fomentar a perspectiva interdisciplinar do conhecimento na escola, a relevância
deste projeto está em poder ampliar o olhar do aluno do ensino fundamental para
práticas socioambientais, mostrando o papel essencial da conexão entre diferentes
áreas do conhecimento como ecologia, história, geografia e linguagens na discussão
de temas relativos ao meio ambiente.
Soma-se ainda o desafio, para os discentes do Curso de Letras, detambém
ampliar o olhar para questões que ultrapassam o ensino-aprendizagem de
conhecimentos linguísticos e literários, visto que esta é uma prática ainda pouco
9
executada no curso. Nesse sentido, a Universidade estará desempenhando um
serviço à comunidade em seu entorno, colocando em ação três de seus pilares - o
ensino, a pesquisa e a extensão.
O desafio da interdisciplinaridade também é salutar para a sociedade ao
fomentar discussões de múltiplas dimensões, que podem trazer soluções efetivas para
a preservação do meio ambiente, de modo a evitar maiores desastres ambientais
causados pela ação humana. Dessa forma, o projeto será de grandevalia para a
formação de cidadãos conscientes de seus direitos e deveres em relação ao espectro
ambiental.

3.5 Objetivos

3.5.1 Geral

Destacar a relevância de diferentes linguagens (verbal e não-verbal) na


construção de saberes sociais, como a preservação do meio-ambiente.

3.5.2 Específicos

a) Discutir questões ambientais relativas ao cotidiano escolar;


b) Provocar nos discentes uma reflexão sobre o tema;
c) Propor uma produção que leve à conscientização ambiental.

3.6 Metodologia

Este projeto será desenvolvido com base em aspectos da pesquisa é de


abordagem qualitativa, de campo e também bibliográfica.
Ao reunirem-se todos os dados, tanto os bibliográficos como os de
observação e cruzando-se todas as referências sobre a relevância da linguagem na
construção dos saberes sociais, poderemos intervir e propor soluções para os
problemas relacionados ao tema aqui proposto.

10
3.6.1 Procedimentos metodológicos

Para a execução deste projeto/pesquisa, serão realizados os seguintes


procedimentos:

1. será exposto o objetivo do nosso estudo aos alunos, provocando a sensibilização


dos mesmos ao tema proposto, por meio de reflexões sobre acontecimentos recentes
envolvendo acidentes naturais no país.

2. em seguida haverá reprodução de um vídeo “Homem – este vídeo não vai te deixar
indiferente” que abordará questões de cunho social e histórico destacando a
importância da preservação ambiental, bem como as formas pelas quais o homem lida
com essas questões na contemporaneidade.

3. com base no vídeo apresentado buscaremos provocar mais discussões entre os


alunos sobre a relação que tem com o meio ambiente dentro e fora do ambiente
escolar.

4. logo após, partiremos para uma atividade prática, com a proposta de confecção
de um mural, com mensagens, recados de conscientização ou reflexão. Serão
utilizados os seguintes materiais para a elaboração do mural: TNT, fita adesiva,
tesoura, cola, lápis de cor, papel ofício branco e colorido.

5. Trabalharemos, em seguida, com a escrita do gênero discursivo recado com base


em Marcuschi e Bakhtin.

3.7. Fundamentação teórica

Pensar em conscientização ambiental nos remete a uma reação, a um


cenário adverso de mal-uso dos recursos naturais, da degradação dos ambientes,

11
de concentração dos bens, o que se relaciona com a fome, a violência e a baixa
qualidade de vida. Nesse sentido, esse assunto se ramifica em outros tópicos a
exemplo do meio ambiente e seus elementos, da proteção ambiental, da
sustentabilidade e da diversidade e da desmistificação de conceitos sobre o tema.
Educação ambiental não é ecologia. É um tema amplo e interdisciplinar que
necessita de uma abordagem eficiente para a formação dos indivíduos, de acordo
com os PCN:

Tratar a questão ambiental, portanto, abrange toda a complexidade da ação


humana: se quanto às disciplinas do conhecimento ela é um tema transversal,
interdisciplinar, nos setores de atuação da esfera pública ela só se consolida
numa atuação do sistema como um todo, sendo afetada e afetando todos os
setores: educação, saúde, saneamento, transportes, obras, alimentação,
agricultura etc. (BRASIL, 1997, p. 33).

Sendo a educação uma parte fundamental desse processo, esse tema


pode ser abordado concomitante aos estudos da linguagem, pois, segundo Bakhtin
(2003) “todos os diversos campos da atividade humana estão ligados ao uso da
linguagem” (BAKHTIN, 2003, p. 270), especialmente nos estudos dos gêneros
discursivos. Bakhtin destaca a funcionalidade dos gêneros textuais que ultrapassa a
compreensão dos gêneros literários. Esse saber diz respeito ao próprio uso da
língua portuguesa brasileira. Cavalcante (2013) esclarece esse ponto:

Para cada um dos diversos objetivos de comunicação, ou melhor, para cada


propósito comunicativo, o indivíduo possui algumas alternativas de
comunicação, com um padrão textual e discursivo socialmente reconhecido,
isto é, um gênero do discurso que é adequado ao propósito em questão.
(CAVALCANTE, 2013, p. 44-45).

Assim, para conseguir a atenção de alunos e visitantes da sala de aula,


propõe-se a elaboração de um “quadro de avisos” sobre a educação ambiental,
onde será possível inserir recados, bilhetes, poemas, entre outros gêneros mais
comprimidos, pois, segundo Marcuschi, o que caracteriza esse suporte em geral são
os textos de curta duração (MARCUSCHI, 2003).
Para isso, é necessário instigar o interesse pela leitura, especialmente
voltada para esse assunto, para que o aluno possa desenvolver suas habilidades na
língua portuguesa e desenvolver argumentos sobre um tema que fomenta

12
discussões em todo o mundo. Além disso, essas leituras devem ser significativas,
pois conforme o alerta dos PCN:

Não se formam bons leitores oferecendo materiais de leitura empobrecidos,


justamente no momento em que as crianças são iniciadas no mundo da
escrita. As pessoas aprendem a gostar de ler quando, de alguma forma, a
qualidade de suas vidas melhora com a leitura. (BRASIL, 1997, p. 29).

Nesse sentido, serão desenvolvidas as competências discursivas em


relação ao conteúdo (educação ambiental e a escola) e em relação ao gênero textual
recado.
Este gênero é bem comum nos meios digitais, pois o recado costuma ser
escrito de muitas maneiras, sejam elas formal, informal, direta ou indireta, e que não
há nenhum impedimento para a utilização do gênero recado, pois assim como
mencionam Peixoto; Ledô (2009) ao afirmarem que os recados podem ser escritos de
várias maneiras diferentes, sendo uma delas a casual, onde aparece o nome ou até
mesmo o apelido da pessoa que vai receber, seguido da mensagem que se quer
transmitir, muitas vezes escrita de maneira direta, ou seja, do discurso direto, ele
sempre vai ter a intenção de comunicar algo, de deixar algo “escrito” para que alguém
leia/veja depois.
Além do conhecimento desse gênero e de suas nuances, o conhecimento
das normas da Língua Portuguesa neste momento é essencial, uma vez que esse
saber será a ferramenta norteadora nesse processo de aprendizagem, pois fará com
que se trabalhe o gênero recado, articulando-se a proposta de conscientização do
meio ambiente por meio da prática escrita na construção do mural de recados.
É importante ressaltar que somente com educação e auxílio dasociedade,
podem-se sanar problemáticas referentes ao processo de preservação/educação
ambiental. Vale levar em conta, também, que o ato de preservar, vai muito além do
espaço físico, do meio que se está inserido, das práticas corretas, do uso da
linguagem como instrução ambiental, mas sim a perpetuação de toda essa tentativa
de se educar uma comunidade, uma academia, um povo.

13
3.8 Cronograma

ATIVIDADES ABRIL MAIO JUNHO

Exposição dos
x
objetivos do Projeto

Reprodução do
x
vídeo

Ministração de
x
debates

Produção do mural
– uso do gênero x
recado

Produção do
relatório com os
x
resultados do
projeto/ pesquisa

4 EXECUÇÃO DO PROJETO

Conforme o planejado, a execução do projeto se deu nos seguintes


passos.
No primeiro dia, foi exposto o objetivo do nosso estudo aos alunos. Logo
em seguida buscamos provocar a reflexão sobre as questões que envolvem o meio
ambiente. Achamos interessante acrescentar ao plano de aula uma apresentação
em Powerpoint com imagens que retratavam ambientes limpos e poluídos, a fim de
auxiliar na discussão. Assim, durante a exibição, foram feitas perguntas sobre o que
eles achavam das imagens retratadas e se esses ambientes faziam parte dos seus
cotidianos.
Em seguida, houve a reprodução do vídeo “Homem – este vídeo não vai
te deixar indiferente”, que buscou gerar a reflexão dos alunos sobre a poluição e os
danos causados pelo homem ao meio ambiente. Após a reprodução do vídeo,

14
questionamos a todos sobre os pontos que mais os chamou a atenção e se eles como
seres humanos mantêm uma boa relação com o meio ambiente. Por último, passamos
uma atividade para casa, na qual eles teriam que produzir um recado envolvendo
conselhos, desejos ou opiniões sobre o meio ambiente, podendo apontar o remetente
e o receptor do recado.
No segundo dia, pedimos para os alunos falarem o que eles haviam
produzido em relação à atividade que foi passada para casa. Em seguida,
perguntamos o que eles entendiam sobre o gênero recado. Após o questionamento,
buscamos explicar o que seria um gênero recado de acordo com os pressupostos de
Bakhtin. Partimos, então, para a atividade prática: eles teriam que escrever recados
com mensagens de conscientização ou reflexão ambiental, direcionando aos amigos
da sala ou para alguém fora do ambiente escolar.
Por último, durante a confecção dos recados em sala de aula, os
orientamos quanto a questões de ortografia, corrigindo suas produções. Após esse
momento de correção, pedimos a todos que colocassem no mural os recados
produzidos para que toda a turma pudesse ler e se conscientizar com o recado de
cada um. Alguns alunos leram para a turma as suas produções.

5 REFLEXÕES GERAIS SOBRE A ATIVIDADE

As atividades das quais foram realizadas na escola XXXX faziam parte de


um planejamento realizado pelos autores deste projeto juntamente com a Professora
e Orientadora Fulana de Tal.
A primeira atividade realizada foi uma visita para reconhecimento tanto da
escola, das turmas, dos alunos e do corpo de funcionários para uma melhor
abordagem. Sem essa execução prévia muitos aspectos não teriam sido notados, pois
a investigação do ambiente é essencial para que isso se concretize.
Para a segunda atividade trouxemos conteúdos relacionados ao meio
ambiente, assim como a exposição de um vídeo para que os alunos pudessem
entender o contexto e a importância de se preservar o meio ambiente. Dentro desse
aspecto, também foi mostrado aos alunos o gênero recado, assim como um debate
para levantar questionamentos sobre como é importante preservar.
15
Os professores que aplicaram o projeto também explicaram como escrever
um recado, como enviar um recado e a importância de se assinar o recado. Este ponto
foi fundamental para que os alunos que passaram pelo processo de aprendizagem
devido à intervenção na escola criassem uma maior consciência da preservação do
meio ambiente que foi atrelada ao gênero recado, assim como também puderam
perceber que através desse aprendizado poderão alertar, ajudar e até expor a alguém
como proceder nesse importante e valioso sítio que é o meio ambiente.
Portanto, acreditamos com veemência que tanto a escola, assim como os
alunos estarão mais preparados para encarar problemas dessa natureza no dia a dia
com mais presteza e maior capacidade de discernimento, pois as ferramentas
utilizadas na intervenção serviram de alicerce e proporcionaram a eles e a instituição
meios para proceder assim que surgirem situações que envolvam a preservação do
meio ambiente.

6 CONSIDERAÇÕES FINAIS

A experiência proporcionada por essa intervenção escolar nos possibilitou


refletir não somente sobre as dificuldades e necessidades que as escolas públicas
possuem, mas sobre a prática docente.
Foi construtivo perceber os desafios que o ensino, especificamente de
Língua Portuguesa, nos impõe, visto que em uma sala do 6º ano, conforme observado,
há uma discrepância no nível de leitura, compreensão, interpretação e produção de
textos. Há alunos interessados e que têm facilidade em expressar suas opiniões, tanto
na forma oral quanto na escrita, realizando mais do que foi proposto: além da
produção dos recados, alguns desses alunos fizeram redações. Por outro lado, outros
alunos não participaram efetivamente das discussões, seja por falta de interesse, por
timidez ou por dificuldade de expressão em público. Esses alunos também
demonstraram dificuldades na produção dos recados, mostrando deficiência
ortográfica.

16
Essa percepção só se torna clara quando trazemos para a prática aquilo
que estudamos nas salas da universidade. Nesse sentido, podemos refletir sobre
abordagens mais eficientes que possam suprir essa carência de nivelamento.
É evidente que em três visitas não é possível diagnosticar por completo
as necessidades de uma turma, mas o que se tira de proveito dessa intervenção é
que, apesar das dificuldades, a diretora, a professora e os alunos se mostraram bem
receptivos e agradecidos. Foi uma experiência rica e benéfica, não só para a escola,
mas para nós também.

REFERÊNCIAS

BAKHTIN, M. Os gêneros do discurso. In.: BAKHTIN, M. Estética da criação


verbal. São Paulo: Martins Fontes, 2003.

BRASIL, Parâmetros Curriculares Nacionais: Meio Ambiente e Saúde/Temas


Transversais. Secretaria de Educação Fundamental. Brasília: MEC/SEF, v. 9, 1997.

. Língua Portuguesa/Temas Transversais. Secretaria de Educação


Fundamental. Brasília: MEC/SEF, v. 2, 1997.

CARDOZO, M. J. P. B. Política e planejamento educacional. /Maria José Pires


Barros Cardozo; Werlang Cutrim Gomes. – São Luís: UFMA/NEaD, 2010.

CAVALCANTE, M. M. Os sentidos do texto. – São Paulo: Contexto, 2013.

GALLO, Sílvio. Transversalidade e educação: pensando uma educação não-


disciplinar. In.: ALVES, N.; GARCIA, R. L. O sentido da escola. – 3. ed. – Rio de
Janeiro: DP&A, 2002.

MARCUSCHI, L. A. Gêneros textuais: definição e funcionalidade. In.: DIONÍSIO, A.


P.; MACHADO, A. R.; BEZERRA, M. A. (orgs.). Gêneros textuais e ensino. – Rio de
Janeiro: Lucerna, 2003.

PEIXOTO, Thaís Soares; LÊDO, Amanda Cavalcante. Gêneros digitais:


possibilidades de interação no ORKUT. Ao Pé da Letra, [S.i], v. 11, n. 2, p.11-30,
out. 2009. Disponível em:
<https://periodicos.ufpe.br/revistas/pedaletra/article/view/231744>. Acesso em: 24
abr. 2019.

SOARES, Magda. Alfabetização e letramento. 5.ed. - São Paulo: Contexto, 2007.

17
ANEXOS

Imagens utilizadas na apresentação em PowerPoint

Figura 02
Figura 01

Fonte:https://www.recantodasletras.com.b
Fonte:https://alunosonline.uol.com.br/quimica/com r/haikais/5323295 Acesso em 30 de maio
posicao-ar.html Acesso em 30 de maio de 2019. de 2019.
Figura 04
Figura 03

Fonte:https://www.shutterstock.com/pt/search
/green+area Acesso em 30 de maio de 2019.
ar-puro-para-uma-vida-saudavel/ Acesso em 30
de maio de 2019.

Figura 05
Figura 08

ticias/inpe-aponta-indice-recorde-de-
queimadas-no-brasil/Acesso em 30 de eio-ambiente/poluicao-por-agrotoxicos-
maio de 2019. consequencias-invisiveis-para-agua-solo-e-ar/
Acesso em 30 de maio de 2019.

18
APÊNDICES

Fotos da atividade

Figura 01

Fonte: arquivo pessoal.

Figura 02

Fonte: arquivo pessoal.

Figura 03

Fonte: arquivo pessoal.

19

Você também pode gostar