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UNIVERSIDADE FEDERAL DO MARANHÃO

CENTRO DE CIÊNCIAS HUMANAS


CURSO DE LETRAS

RELATÓRIO DE INTERVENÇÃO NA EDUCAÇÃO BÁSICA I:


EXPERIÊNCIA INTERDISCIPLINAR SOBRE MEIO AMBIENTE POR MEIO DE E
PRÁTICA DE LEITURA E PRODUÇÃO TEXTUAL, NA ESCOLA“CE ANTONIO
RIBEIRO DA SILVA”, BAIRRO SÁ VIANA

Alex Sandro Silva Santos Júnior


Cláudia Oliveira Silva Rocha
Deyse Kelle Alves Oliveira

Orientador (a): Prof.ª Dr.ª Mônica da Silva Cruz.

São Luís
2019
SUMÁRIO

1 APRESENTAÇÃO..........................................................................................3
2 CONTEXTUALIZAÇÃO DA INTERVENÇÃO.................................................3
2.1 Escola......................................................................................................3
2.2 Visitas......................................................................................................3
2.3 As turmas................................................................................................ 3
2.4 A professora............................................................................................3
3 O PROJETO DE INTERVENÇÃO..................................................................3
3.1 Título........................................................................................................3
3.2 Tema....................................................................................................... 3
3.3 Introdução................................................................................................3
3.4 Justificativa..............................................................................................3
3.5 Objetivos..................................................................................................3
3.5.1 Geral...............................................................................................................3
3.5.2 Específicos.....................................................................................................3
3.6 Metodologia.............................................................................................3
3.6.1 Procedimentos metodológicos.......................................................................3
3.7. Fundamentação teórica..........................................................................3
3.8 Cronograma.............................................................................................3
4 EXECUÇÃO DO PROJETO...........................................................................3
5 REFLEXÕES GERAIS SOBRE A ATIVIDADE..............................................3
6 CONSIDERAÇÕES FINAIS...........................................................................3
REFERÊNCIAS.................................................................................................3
ANEXOS........................................................................................................... 3
APÊNDICES..................................................................................................... 3
1 APRESENTAÇÃO

Este relatório faz parte das exigências da disciplina Intervenção na


Educação Básica I, do currículo de Letras da Universidade Federal do Maranhão, e
tem como objetivo explicar os processos de pesquisa, elaboração e execução de um
projeto de intervenção escolar. Seguindo as diretrizes do programa da disciplina, o
projeto possui um caráter interdisciplinar, voltando-se para a temática da Educação
ambiental juntamente com o ensino de Língua Portuguesa, priorizando textos que
caracterizam o uso da linguagem.
Essas exigências também estão nos Parâmetros Curriculares Nacionais
(PCNs), que esperam que os alunos adquiram, progressivamente, “uma
competência em relação à linguagem que lhes possibilite resolver problemas da vida
cotidiana, ter acesso aos bens culturais e alcançar a participação no mundo letrado”
(BRASIL, 1997 p. 33). A respeito disso, vale salientar a preocupação levantada por
Magda Soares (2007):

A escrita que, fora das paredes da escola, serve para a interação social, e é
usada em situações de enunciação (escrevem-se cartas, bilhetes,
registram-se informações, fazem-se anotações para apoio à memória, lêem-
se livros, jornais, revistas, panfletos, anúncios, indicações de trânsito,
nomes de ruas, de ônibus etc.), dentro das paredes da escola assume um
caráter falso, artificial, descontextualiza-se: fazem-se ‘redações’ ou
‘composições’ com uma função puramente escolar. (Soares, 1988).
(SOARES, 2007, p. 106).

Nesse sentido, para a execução do projeto de intervenção, optamos por


abordar o ensino da Língua Portuguesa por meio dos gêneros textuais,
especificamente o recado, trabalhando, também, o mural de recados [O MURAL É
SUPORTE TEXTUAL-LEIAM ROGER CHARTIER, DEPOIS....]. por meio de Para
esse plano, foram realizadas duas aulas expositivas e dialogadas, com a utilização
de recursos audiovisuais e a prática conjunta de confecção do mural.
A primeira etapa [do quê?] consistiu de reflexões teóricas e planejamento
das atividades da intervenção escolar com a escrita do projeto. Em seguida,
submetemos a proposta, em um ofício, à análise da diretora e da professora de
Ciências da escola. Por fim, partimos para a sua execução, que foi realizada em

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duas turmas do 6º ano do ensino fundamental da escola C.E. XXXXX – São Luís
(MA)- localizada no Bairro XXXXXX, no primeiro semestre de 20XXX.
Este relatório elenca , portanto, cada passo do projeto e aborda reflexões
sobre os seus resultados.

2 CONTEXTUALIZAÇÃO DA INTERVENÇÃO

Neste ponto serão descritas as experiências vivenciadas na aplicação do


projeto de intervenção da realidade escolar, na instituição de ensino “CE xxxxx”.

2.1 Escola

Segue exemplo do que pode ser comentado aqui: A escola escolhida para
a aplicação é situada no bairro xxx, administrada pelo munícipio ou Estado ou
Instituição filantrópica etc.. ....
O ambiente em si é amplo e com grandes espaços para a circulação dos
alunos. Possui cantina, refeitório, pátio, sala dos professores, biblioteca e uma
quadra esportiva.
Em relação aos espaços que a escola disponibiliza aos alunos,
poderíamos dizer que seria um ponto positivo caso houvesse um zelador para os
controlar, mas isso não ocorre, uma vez que muitos alunos ficam dispersos pelos
corredores e espaços que existem na instituição.
De acordo com o Censo Escolar de 2018 [DISPONÍVEL em xxxx], a
escola possui 1143 alunos em Ensino Fundamental I e II, Médio e EJA.

2.2 Visitas

Além da intervenção em si, houve visitas prévias à escola, necessáriAS


para o conhecimento da instituição de ensino (estrutura física), da disponibilidade
dos profissionais da escola, contato com os responsáveis (diretoria) e possibilidade
de aplicação do projeto.

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Um fator de grande valia nas visitas foi o contato com a Professora Deise
Maria e com os alunos, ENCONTRO NECESSÁRIO para deixá-los cientes da
aplicação de tal projeto, além da importância que este tem. Sendo assim, fomos
capazes de saber de todos os insumos que iríamos precisar para que a continuidade
do projeto não fosse afetada.
A cada visita havia uma abordagem e uma percepção diferente, pois
nesses momentos em que se esteve na escola percebeu-se uma grande
necessidade (por parte dos alunos) de serem assistidos de alguma maneira. Assim,
percebeu-se o quão deficiente encontra-se a educação nos dias atuais.....
[MOSTRAR DADOS EMPÍRICOS].

2.3 As turmas

As salas de aulas escolhidas e utilizadas para a intervenção foram duas


do 6º ano. Em relação ao ambiente físico das salas tem-se que pontuar que esses
espaços não eram aprópriados para os alunos, em questão de ergonomia,
visibilidade, salubridade, ventilação etc [POR QUE?]. Assim como muitos dos
equipamentos de ventilação não funcionavam, fator que incomodava os estudantes
a ponto de eles ficarem visivelmente impacientes com tal situação.
Outro ponto crucial é que não existia nenhum tipo de isolamento acústico,
o que prejudicava muito a realização de toda e qualquer atividade de intervenção.
Por isso foram muitos os esforços para tal aplicação de projetos devido a toda a
situação das salas.
Não menos importante encontram-se o isolamento visual, pois ambas as
salas possuem blocos que dão acesso ao corredor e pátio, assim como venezianas
que dão para a rua, o que interfere bastante na concentração dos alunos.
Essas turmas eram compostas de cerca de 30 alunos – talvez até mais
devido a quantidade de cadeiras vazias. Esse fator de lotação também corrobora
para a dificuldade no processo de intervenção, pois uma sala contendo um número
grande de alunos sempre, ou em sua maioria, pretende falar ou se expressar ao
mesmo tempo, mesmo com todo o controle por parte dos professores presentes.

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Mesmo com todas essas dificuldades alguns alunos conseguiram se
sobressair e demonstraram muito interesse em relação ao projeto, pois conseguimos
extrair deles muitas informações, assim como fazer com que eles produzissem de
maneira a contribuir para o projeto. Essas contribuições foram expostas num mural
(em ambas as turmas) para que eles possam se lembrar como funciona o gênero do
qual eles puderam trabalhar associando-o ao meio ambiente e preservação.

2.4 A professora

Contar com um bom profissional é sempre essencial neste processo de


intervenção escolar. E dessa vez não foi diferente, pois pudemos contamos com o
auxílio da professora de Ciências Deise Maria para prosseguirmos no processo
como um todo.
Sem essa colaboração, talvez o projeto não teria sido concretizado, uma
vez que a professora conhecia seus alunos, a capacidade de produção deles em
relação as tarefas, bem como o comportamento em classe. Essa presença em sala
foi essencial para que os alunos mantivessem a atenção durante todo o processo.
Nesse sentido, pudemos unir forças nessa tarefa tão importante para a realidade da
escola.

3 O PROJETO DE INTERVENÇÃO

A partir do desafio da interdisciplinaridade, partimos para a escolha da


temática que iria dialogar com a nossa área de conhecimento-Letras. Assim,
optamos por conciliar o ensino de Língua Portuguesa com a Educação Ambiental-
aqui é só um exemplo!!! Cada grupo põe as áreas que explorou no trabalhp!, um dos
temas transversais.
O primeiro passo foi a pesquisa bibliográfica sobre cada área e sobre os
dois temas em conjunto. Depois, houve discussões durante a disciplina para a
delimitação do tema. Juntamente com a professora da disciplina, organizamos
nossas ideias e sugestões e esboçamos o projeto.

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Faltava, então, escolher a escola para a aplicação do projeto. Escolhemos
uma perto da universidade e fizemos uma primeira visita de sondagem a fim de
saber se a escola estaria de acordo com essa intervenção. Acordado com a diretora,
tratamos diretamente com a professora de Ciências – Deise Maria – e entregamos a
ela o seguinte projeto- cada grupo põe o seu projeto:

3.1 Título

Projeto de pesquisa educação ambiental e linguagens - “CE Antonio


Ribeiro da Silva”.

3.2 Tema

Linguagens, meio ambiente e escola.

3.3 Introdução

A educação constitui-se num meio, em uma maneira de preparar o ser


humano para atuar em papéis específicos na sociedade em que ele vive, no dizer
de Cardozo (2010). Esse princípio engloba não apenas o ensino de conteúdos, mas
de posturas ético-sociais dentro de uma perspectiva interdisciplinar do saber, muitas
vezes tolhida ou silenciada na educação escolar atual.
O esvaziamento da integração dos saberes, imperativa em sociedades
antigas, começa a acontecer devido ao acúmulo do conhecimento, que exigiu, por
sua vez, a compartimentalização do saber, provocando uma dissociação entres os
vários conhecimentos (GALLO, 2002).
Conforme Gallo (2002) aponta, nas sociedades antigas, especialmente
na Grécia Arcaica (séc. VII a.C.), a educação era ampla, integrada, exigindo do
aluno um conhecimento profundo das artes, da matemática, da ciência, da ética, da
política, da retórica, e de outros saberes, a fim de explicar a realidade misteriosa
que era experimentada no cotidiano.

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O processo de disciplinarização dos conteúdos, apesar de seus
benefícios no que tange ao aprofundamento do saber específico, atinge um nível de
exacerbação na contemporaneidade, culminando em um individualismo em
detrimento da coletividade, da observação das mazelas sociais, educacionais e
ambientais, tornando os indivíduos meros reprodutores de discursos. É necessário,
portanto, na escola atual, ampliar o olhar do aluno para dimensões mais amplas da
realidade, conforme a explicação de Gallo (2002):

A formação do aluno jamais acontecerá pela assimilação de discursos, mas


sim por um processo microssocial em que ele é levado a assumir posturas
de liberdade, respeito, responsabilidade, ao mesmo tempo em que percebe
essas mesmas práticas nos demais membros que participam deste
microcosmo com que se relaciona no cotidiano. (GALLO, 2002, p. 20).

Em outros termos, essa liberdade adquirida, o respeito construído e a


responsabilidade ensinada são frutos de um cotidiano vivido também no seio
escolar, através de uma educação multidisciplinar, que pode ser enviesada por
projetos políticos-pedagógicos da escola.
Com o intuito de trazer essa re/flexão integradora para o âmbito escolar,
surgiram os Temas Transversais, que segundo os Parâmetros Curriculares
Nacionais (PCN) “devem ser incorporados nas áreas já existentes e no trabalho
educativo da escola”. (BRASIL, 1997, p. 15).
A transversalidade de temas determina que o aluno construa seu saber
em sintonia com diferentes olhares que o envolve, tanto na perspectiva científica
quanto na perspectiva social, com o objetivo de fazer a educação fator de
transformação da sociedade. Vale ressaltar que a multifacetada visão do aluno
sobre a realidade que o cerca, segundo Gallo (2002), é um elemento que o aluno já
desenvolve antes de ter acesso às disciplinas escolares.
A educação ambiental constitui-se um dos temas tema de caráter
transversal que a escola pode empreender, segundo os PCNs, sendo papel da
instituição escolar, nessa esfera:

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oferecer meios efetivos para que cada aluno compreenda os fatos naturais
e humanos a esse respeito, desenvolva suas potencialidades e adote
posturas pessoais e comportamentos sociais que lhe permitam viver numa
relação construtiva consigo mesmo e com seu meio, colaborando para que
a sociedade seja ambientalmente sustentável e socialmente justa;
protegendo, preservando todas as manifestações de vida no planeta; e
garantindo as condições para que ela prospere em toda a sua força,
abundância e diversidade. (BRASIL, 1997, p. 39).

É indiscutível, nesse processo, a importância que tem a linguagem, pois


é por meio de recursos comunicativos que todas as questões sociais passam a ser
refletidas e pensadas na escola. Nesse sentido, a educação ambiental deve ser
debatida na escola atualmente a partir de vários saberes, por tratar-se de um
assunto de larga abrangência.
Nas aulas de Língua Portuguesa, o meio ambiente pode ser tratado a
partir de inúmeros ângulos, seja por meio da Literatura, em obras literárias de
diferentes gêneros, seja por meio de práticas diversas de interpretação e produção
textuais, como notícias jornalísticas, letras de músicas, artes plásticas etc.
Essa integração dos conhecimentos deve assim ser feita a partir de uma
abordagem que envolve a educação ambiental e os usos da linguagem, uma vez
que os alunos entram em contato de modo mais prático com os conceitos de
sustentabilidade e assuntos afins por meio de distintos suportes e gêneros textuais
(BAKHTIN, 2003, MARCUSCHI, 2003) e assim podem colocar em prática suas
reflexões sobre meio-ambiente e escola, proporcionando a participação ativa na
construção desses saberes.
Na esteira desse raciocínio, este projeto de intervenção propõe
atividades reflexivas sobre meio ambiente e escola, em uma turma de educação
básica, com a veiculação de um vídeo, a compreensão de um gênero discursivo, a
produção de textos e a confecção de um mural a respeito desse tema.

3.4 Justificativa

Reconhecendo as limitações da especialização do saber e a necessidade


de fomentar a perspectiva interdisciplinar do conhecimento na escola, a relevância

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deste projeto está em poder ampliar o olhar do aluno do ensino fundamental para
práticas socioambientais, mostrando o papel essencial da conexão entre diferentes
áreas do conhecimento como ecologia, história, geografia e linguagens na
discussão de temas relativos ao meio ambiente.
Soma-se ainda o desafio, para os discentes do Curso de Letras, de
também ampliar o olhar para questões que ultrapassam o ensino-aprendizagem de
conhecimentos linguísticos e literários, visto que esta é uma prática ainda pouco
executada no curso. Nesse sentido, a Universidade estará desempenhando um
serviço à comunidade em seu entorno, colocando em ação três de seus pilares - o
ensino, a pesquisa e a extensão.
O desafio da interdisciplinaridade também é salutar para a sociedade ao
fomentar discussões de múltiplas dimensões, que podem trazer soluções efetivas
para a preservação do meio ambiente, de modo a evitar maiores desastres
ambientais causados pela ação humana. Dessa forma, o projeto será de grande
valia para a formação de cidadãos conscientes de seus direitos e deveres em
relação ao espectro ambiental.

3.5 Objetivos

3.5.1 Geral

Destacar a relevância de diferentes linguagens (verbal e não-verbal) na


construção de saberes sociais, como a preservação do meio-ambiente.

3.5.2 Específicos

a) Discutir questões ambientais relativas ao cotidiano escolar;


b) Provocar nos discentes uma reflexão sobre o tema;
c) Propor uma produção que leve à conscientização ambiental.

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3.6 Metodologia

Este projeto será desenvolvido com base em aspectos da pesquisa é de


abordagem qualitativa, de campo e também bibliográfica.
Ao reunirem-se todos os dados, tanto os bibliográficos como os de
observação e cruzando-se todas as referências sobre a relevância da linguagem na
construção dos saberes sociais, poderemos intervir e propor soluções para os
problemas relacionados ao tema aqui proposto.

3.6.1 Procedimentos metodológicos

Para a execução deste projeto/pesquisa, serão realizados os seguintes


procedimentos:

1. será exposto o objetivo do nosso estudo aos alunos, provocando a sensibilização


dos mesmos ao tema proposto, por meio de reflexões sobre acontecimentos
recentes envolvendo acidentes naturais no país.

2. em seguida haverá reprodução de um vídeo “Homem – este vídeo não vai te


deixar indiferente” que abordará questões de cunho social e histórico destacando a
importância da preservação ambiental, bem como as formas pelas quais o homem
lida com essas questões na contemporaneidade.

3. com base no vídeo apresentado buscaremos provocar mais discussões entre os


alunos sobre a relação que tem com o meio ambiente dentro e fora do ambiente
escolar.

4. logo após, partiremos para uma atividade prática, com a proposta de confecção
de um mural, com mensagens, recados de conscientização ou reflexão. Serão
utilizados os seguintes materiais para a elaboração do mural: TNT, fita adesiva,
tesoura, cola, lápis de cor, papel ofício branco e colorido.

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5. Trabalharemos, em seguida, com a escrita do gênero discursivo recado com
base em Marcuschi e Bakhtin.

3.7. Fundamentação teórica

Pensar em conscientização ambiental nos remete a uma reação, a um


cenário adverso de mal-uso dos recursos naturais, da degradação dos ambientes,
de concentração dos bens, o que se relaciona com a fome, a violência e a baixa
qualidade de vida. Nesse sentido, esse assunto se ramifica em outros tópicos a
exemplo do meio ambiente e seus elementos, da proteção ambiental, da
sustentabilidade e da diversidade e da desmistificação de conceitos sobre o tema.
Educação ambiental não é ecologia. É um tema amplo e interdisciplinar
que necessita de uma abordagem eficiente para a formação dos indivíduos, de
acordo com os PCN:

Tratar a questão ambiental, portanto, abrange toda a complexidade da


ação humana: se quanto às disciplinas do conhecimento ela é um tema
transversal, interdisciplinar, nos setores de atuação da esfera pública ela só
se consolida numa atuação do sistema como um todo, sendo afetada e
afetando todos os setores: educação, saúde, saneamento, transportes,
obras, alimentação, agricultura etc. (BRASIL, 1997, p. 33).

Sendo a educação uma parte fundamental desse processo, esse tema


pode ser abordado concomitante aos estudos da linguagem, pois, segundo Bakhtin
(2003) “todos os diversos campos da atividade humana estão ligados ao uso da
linguagem” (BAKHTIN, 2003, p. 270), especialmente nos estudos dos gêneros
discursivos. Bakhtin destaca a funcionalidade dos gêneros textuais que ultrapassa a
compreensão dos gêneros literários. Esse saber diz respeito ao próprio uso da
língua portuguesa brasileira. Cavalcante (2013) esclarece esse ponto:

Para cada um dos diversos objetivos de comunicação, ou melhor, para


cada propósito comunicativo, o indivíduo possui algumas alternativas de
comunicação, com um padrão textual e discursivo socialmente
reconhecido, isto é, um gênero do discurso que é adequado ao propósito
em questão. (CAVALCANTE, 2013, p. 44-45).

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Assim, para conseguir a atenção de alunos e visitantes da sala de aula,
propõe-se a elaboração de um “quadro de avisos” sobre a educação ambiental,
onde será possível inserir recados, bilhetes, poemas, entre outros gêneros mais
comprimidos, pois, segundo Marcuschi, o que caracteriza esse suporte em geral
são os textos de curta duração (MARCUSCHI, 2003).
Para isso, é necessário instigar o interesse pela leitura, especialmente
voltada para esse assunto, para que o aluno possa desenvolver suas habilidades na
língua portuguesa e desenvolver argumentos sobre um tema que fomenta
discussões em todo o mundo. Além disso, essas leituras devem ser significativas,
pois conforme o alerta dos PCN:

Não se formam bons leitores oferecendo materiais de leitura empobrecidos,


justamente no momento em que as crianças são iniciadas no mundo da
escrita. As pessoas aprendem a gostar de ler quando, de alguma forma, a
qualidade de suas vidas melhora com a leitura. (BRASIL, 1997, p. 29).

Nesse sentido, serão desenvolvidas as competências discursivas em


relação ao conteúdo (educação ambiental e a escola) e em relação ao gênero
textual recado.
Este gênero é bem comum nos meios digitais, pois o recado costuma ser
escrito de muitas maneiras, sejam elas formal, informal, direta ou indireta, e que não
há nenhum impedimento para a utilização do gênero recado, pois assim como
mencionam Peixoto; Ledô (2009) ao afirmarem que os recados podem ser escritos
de várias maneiras diferentes, sendo uma delas a casual, onde aparece o nome ou
até mesmo o apelido da pessoa que vai receber, seguido da mensagem que se
quer transmitir, muitas vezes escrita de maneira direta, ou seja, do discurso direto,
ele sempre vai ter a intenção de comunicar algo, de deixar algo “escrito” para que
alguém leia/veja depois.
Além do conhecimento desse gênero e de suas nuances, o
conhecimento das normas da Língua Portuguesa neste momento é essencial, uma
vez que esse saber será a ferramenta norteadora nesse processo de
aprendizagem, pois fará com que se trabalhe o gênero recado, articulando-se a

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proposta de conscientização do meio ambiente por meio da prática escrita na
construção do mural de recados.
É importante ressaltar que somente com educação e auxílio da
sociedade, podem-se sanar problemáticas referentes ao processo de
preservação/educação ambiental. Vale levar em conta, também, que o ato de
preservar, vai muito além do espaço físico, do meio que se está inserido, das
práticas corretas, do uso da linguagem como instrução ambiental, mas sim a
perpetuação de toda essa tentativa de se educar uma comunidade, uma academia,
um povo.

3.8 Cronograma

ATIVIDADES ABRIL MAIO JUNHO

Exposição dos
x
objetivos do Projeto

Reprodução do
x
vídeo

Ministração de
x
debates

Produção do mural
– uso do gênero x
recado

Produção do
relatório com os
x
resultados do
projeto/ pesquisa

4 EXECUÇÃO DO PROJETO

Conforme o planejado, a execução do projeto se deu segundo os


seguintes passos.

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No primeiro dia, foi exposto o objetivo do nosso estudo aos alunos. Logo
em seguida buscamos provocar a reflexão sobre as questões que envolvem o meio
ambiente. Reputamos interessante acrescentar ao plano de aula uma apresentação
em Powerpoint, com imagens que retratavam ambientes limpos e poluídos, a fim de
auxiliar na discussão. Assim, durante a exibição, foram feitas perguntas sobre o que
eles achavam das imagens retratadas e se esses ambientes faziam parte dos seus
cotidianos.
Em seguida, houve a reprodução do vídeo “Homem – este vídeo não vai
te deixar indiferente”, que buscou gerar a reflexão dos alunos sobre a poluição e os
danos causados pelo homem ao meio ambiente. Após a reprodução do vídeo,
questionamos a todos sobre os pontos que mais os chamou a atenção e se eles
como seres humanos mantêm uma boa relação com o meio ambiente. Por último,
passamos uma atividade para casa, na qual eles teriam que produzir um recado
envolvendo conselhos, desejos ou opiniões sobre o meio ambiente, podendo
apontar o remetente e o receptor do recado.
No segundo dia, pedimos para os alunos falarem o que eles haviam
produzido em relação à atividade que foi passada para casa. Em seguida,
perguntamos o que eles entendiam sobre o gênero recado. Após o questionamento,
buscamos explicar o que seria um gênero recado de acordo com os pressupostos de
Bakhtin. Partimos, então, para a atividade prática: eles teriam que escrever recados
com mensagens de conscientização ou reflexão ambiental, direcionando aos amigos
da sala ou para alguém fora do ambiente escolar.
Por último, durante a confecção dos recados em sala de aula, os
orientamos quanto a questões de ortografia, corrigindo suas produções. Após esse
momento de correção, pedimos a todos que colocassem no mural os recados
produzidos para que toda a turma pudesse ler e se conscientizar com o recado de
cada um. Alguns alunos leram para a turma as suas produções.

5 REFLEXÕES GERAIS SOBRE A ATIVIDADE

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As atividades das quais foram realizadas na escola “xxxx” faziam parte de
um planejamento realizado pelos autores deste projeto juntamente com a Professora
e Orientadora Mônica da Silva Cruz.
A primeira atividade realizada foi uma visita para reconhecimento tanto da
escola, das turmas, dos alunos e do corpo de funcionários para uma melhor
abordagem. Sem essa execução prévia muitos aspectos não teriam sido notados,
pois a investigação do ambiente é essencial para que isso se concretize.
Para a segunda atividade trouxemos conteúdos relacionados ao meio
ambiente, assim como a exposição de um vídeo para que os alunos pudessem
entender o contexto e a importância de se preservar o meio ambiente. Dentro desse
aspecto, também foi mostrado aos alunos o gênero recado, assim como um debate
para levantar questionamentos sobre como é importante preservar.
Os professores que aplicaram o projeto também explicaram como
escrever um recado, como enviar um recado e a importância de se assinar o recado.
Este ponto foi fundamental para que os alunos que passaram pelo processo de
aprendizagem devido à intervenção na escola criassem uma maior consciência da
preservação do meio ambiente que foi atrelada ao gênero recado, assim como
também puderam perceber que através desse aprendizado poderão alertar, ajudar e
até expor a alguém como proceder nesse importante e valioso sítio que é o meio
ambiente.
Portanto, acreditamos com veemência que tanto a escola, assim como os
alunos estarão mais preparados para encarar problemas dessa natureza no dia a dia
com mais presteza e maior capacidade de discernimento, pois as ferramentas
utilizadas na intervenção serviram de alicerce e proporcionaram a eles e a instituição
meios para proceder assim que surgirem situações que envolvam a preservação do
meio ambiente.

6 CONSIDERAÇÕES FINAIS

A experiência proporcionada por essa intervenção escolar nos possibilitou


refletir não somente sobre as dificuldades e necessidades que as escolas públicas
possuem, mas sobretudo sobre a prática docente.
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Foi construtivo perceber os desafios que o ensino, especificamente de
Língua Portuguesa, nos impõe, visto que em uma sala do 6º ano, conforme
observado, há uma discrepância no nível de leitura, compreensão, interpretação e
produção de textos. Há alunos interessados e que têm facilidade em expressar suas
opiniões, tanto na forma oral quanto na escrita, realizando mais do que foi proposto:
além da produção dos recados, alguns desses alunos fizeram redações. Por outro
lado, outros alunos não participaram efetivamente das discussões, seja por falta de
interesse, por timidez ou por dificuldade de expressão em público. Esses alunos
também demonstraram dificuldades na produção dos recados, mostrando deficiência
ortográfica.
Essa percepção só se torna clara quando trazemos para a prática aquilo
que estudamos nas salas da universidade. Nesse sentido, podemos refletir sobre
abordagens mais eficientes que possam suprir essa carência de nivelamento.
É evidente que em três visitas não é possível diagnosticar por completo
as necessidades de uma turma, mas o que se tira de proveito dessa intervenção é
que, apesar das dificuldades, a diretora, a professora e os alunos se mostraram bem
receptivos e agradecidos. Foi uma experiência rica e benéfica, não só para a escola,
mas para nós também.
DEEM SUGESTÕES PARA OUTROS TRABALHOS COM ESSE
ENFOQUE...

REFERÊNCIAS

BAKHTIN, M. Os gêneros do discurso. In.: BAKHTIN, M. Estética da criação


verbal. São Paulo: Martins Fontes, 2003.

BRASIL, Parâmetros Curriculares Nacionais: Meio Ambiente e Saúde/Temas


Transversais. Secretaria de Educação Fundamental. Brasília: MEC/SEF, v. 9, 1997.

_____. Língua Portuguesa/Temas Transversais. Secretaria de Educação


Fundamental. Brasília: MEC/SEF, v. 2, 1997.

CARDOZO, M. J. P. B. Política e planejamento educacional. /Maria José Pires


Barros Cardozo; Werlang Cutrim Gomes. – São Luís: UFMA/NEaD, 2010.

CAVALCANTE, M. M. Os sentidos do texto. – São Paulo: Contexto, 2013.


17
GALLO, Sílvio. Transversalidade e educação: pensando uma educação não-
disciplinar. In.: ALVES, N.; GARCIA, R. L. O sentido da escola. – 3. ed. – Rio de
Janeiro: DP&A, 2002.

MARCUSCHI, L. A. Gêneros textuais: definição e funcionalidade. In.: DIONÍSIO, A.


P.; MACHADO, A. R.; BEZERRA, M. A. (orgs.). Gêneros textuais e ensino. – Rio de
Janeiro: Lucerna, 2003.

PEIXOTO, Thaís Soares; LÊDO, Amanda Cavalcante. Gêneros digitais:


possibilidades de interação no ORKUT. Ao Pé da Letra, [S.i], v. 11, n. 2, p.11-30,
out. 2009. Disponível em:
<https://periodicos.ufpe.br/revistas/pedaletra/article/view/231744>. Acesso em: 24
abr. 2019.

SOARES, Magda. Alfabetização e letramento. 5.ed. - São Paulo: Contexto, 2007.

18
ANEXOS

Imagens utilizadas na apresentação em PowerPoint

Figura 02
Figura 01

Fonte:https://
Fonte:https://alunosonline.uol.com.br/quimica/ www.recantodasletras.com.br/haikais/
composicao-ar.html Acesso em 30 de maio de 5323295 Acesso em 30 de maio de 2019. Font
2019. me
Figura 04
Figura 03 conse

Fonte:https://www.shutterstock.com/pt/
Fonte:https://platinumbrasil.com/importancia-do-
search/green+area Acesso em 30 de maio de
ar-puro-para-uma-vida-saudavel/ Acesso em 30
2019.
de maio de 2019.

Figura 05
APÊNDICES

Fotos da atividade

Figura 01

Fonte:https://observatorio3setor.org.br/
noticias/inpe-aponta-indice-recorde-de-
queimadas-no-brasil/Acesso em 30 de
maio de 2019.

19 pessoal.
Fonte: arquivo

Figura 02

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