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ADMINISTRATIVO
Intervenção do Estado na Propriedade
Privada
Livro Eletrônico
Direito Administrativo
Intervenção do Estado na Propriedade Privada
Diogo Surdi
Sumário
Apresentação......................................................................................................................................................................4
Intervenção do Estado na Propriedade Privada.............................................................................................5
1. Fundamento da Intervenção do Poder Público...........................................................................................5
2. Competência para Intervir......................................................................................................................................6
3. Modalidades de Intervenção. . ...............................................................................................................................7
4. Servidão Administrativa. . ........................................................................................................................................8
4.1. Formas de Instituição.. ...........................................................................................................................................9
4.2. Indenização.............................................................................................................................................................. 10
4.3. Extinção.......................................................................................................................................................................11
4.4. Características.........................................................................................................................................................11
5. Limitações Administrativas.. ...............................................................................................................................12
5.1. Área “Non Aedificandi”.......................................................................................................................................14
5.2. Diferenças entre a Servidão e as Limitações Administrações....................................................15
6. Ocupação Temporária. . ............................................................................................................................................16
6.1. Características e Possibilidade de Indenização...................................................................................16
6.2. Instituição e Extinção.. ........................................................................................................................................17
7. Requisição Administrativa. . .................................................................................................................................17
7.1. Hipóteses de Requisição. . ..................................................................................................................................17
7.2. Instituição..................................................................................................................................................................18
8. Tombamento.................................................................................................................................................................19
8.1. Fundamento...............................................................................................................................................................19
8.2. Bens Objeto de Tombamento..........................................................................................................................19
8.3. Competência.............................................................................................................................................................21
8.4. Espécies de Tombamento................................................................................................................................ 22
8.5. Procedimento (Instituição, Indenização e Extinção).......................................................................23
8.6. Efeitos do Tombamento....................................................................................................................................25
9. Desapropriação. . ........................................................................................................................................................26
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Diogo Surdi
9.1. Competência.............................................................................................................................................................26
9.2 Hipóteses.................................................................................................................................................................... 28
9.3. Desapropriação Indireta ou Apossamento Administrativo.........................................................36
9.4. Desapropriação por Zonas..............................................................................................................................37
9.5. Bens Desapropriáveis........................................................................................................................................38
9.6. Direito de Extensão.............................................................................................................................................39
9.7. Retrocessão. . ...........................................................................................................................................................40
9.8. Tredestinação..........................................................................................................................................................41
Resumo................................................................................................................................................................................42
Mapa Mental.....................................................................................................................................................................45
Questões de Concurso................................................................................................................................................47
Gabarito...............................................................................................................................................................................65
Gabarito Comentado....................................................................................................................................................66
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Intervenção do Estado na Propriedade Privada
Diogo Surdi
Apresentação
Olá, pessoal, tudo bem? Espero que sim!
Na aula de hoje, estudaremos a Intervenção do Estado na Propriedade Privada, um dos
assuntos mais interessantes do Direito Administrativo e decorrência direta do princípio da
Supremacia do Interesse Público.
Grande Abraço a todos e boa aula!
Diogo
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Dessa forma, temos que o fundamento para a intervenção na propriedade particular está
estabelecido em diversos pontos da Constituição Federal, dentre os quais merece destaque
os seguintes incisos do artigo 5º:
Com base nos incisos apresentados, percebe-se que a propriedade, enquanto direito do
cidadão, não se trata de um direito absoluto, mas sim de um direito relativo, condicionado ao
atendimento do bem-estar coletivo.
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EXEMPLO
João Carlos, após conseguir a aprovação no concurso que era o seu sonho, adquiriu um imóvel
localizado no centro da cidade. Um mês após a aquisição, o Corpo de Bombeiros é chamado
para controlar um incêndio que ocorrera em um imóvel vizinho ao de João.
Lá chegando, percebe a autoridade que é necessário utilizar o imóvel de João para facilitar a
passagem dos equipamentos necessários à rápida contenção do fogo.
Nesta situação, não poderá João criar obstáculo à atuação do Corpo de Bombeiros, uma vez
que o direito à propriedade, conforme mencionado, é relativo. E isso ocorre porque o que está
em jogo, neste caso, não é o seu direito, mas sim o interesse de toda a população, que poderia
ser lesada caso o incêndio não fosse combatido rapidamente.
Assim, pode-se afirmar que a intervenção estatal possui dois fundamentos de validade: o
princípio da supremacia do interesse público e a função social da propriedade.
Tal competência, no entanto, não quer dizer que apenas a União é que poderá realizar os
diversos atos de intervenção na propriedade particular. Se assim o fosse, estariam os demais
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EXEMPLO
Uma lei que estabeleça as normas observáveis acerca da desapropriação, obrigatoriamente
deve ser editada pela União. (Competência Legislativa)
Dentro das hipóteses previstas na norma, todos os entes federativos poderão realizar a desa-
propriação, praticando, para isso, diversos atos necessários à realização do procedimento, tais
como a declaração de utilidade pública e a ação expropriatória. (Competência Administrativa).
3. Modalidades de Intervenção
No que se refere às modalidades de Intervenção, nossa doutrina tem identificado duas
situações:
a) Intervenção restritiva: Como o próprio nome sugere, são situações em que o Poder
Público apenas restringe o direito de propriedade, sem retirá-la do âmbito particular.
Como exemplo, podemos citar as situações de servidão, requisição, tombamento, ocupa-
ção temporária e limitações administrativas. Em todas elas, o particular não perde o direito
de propriedade, que continua sendo sua, devendo apenas suportar uma situação determinada
pela administração.
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Intervenção Intervenção
Restritiva Supressiva
Servidão
Administrativa Desapropriação
Ocupação Temporária
Requisição
Administrativa
Limitações
Administrativas
Tombamento
4. Servidão Administrativa
A Servidão Administrativa pode ser conceituada como um ônus real incidente sobre um
bem particular com a finalidade de permitir que tal propriedade possua utilização pública.
Por estarmos diante de um ônus real (e não pessoal), não teremos a extinção da inter-
venção com o falecimento do proprietário ou com a alienação do bem objeto da restrição,
situações que ocorreriam caso a servidão fosse um ônus de caráter pessoal.
EXEMPLO
Uma situação clássica de servidão administrativa ocorre quando uma casa, estrategicamente
localizada na esquina entre duas importantes avenidas de uma cidade, é utilizada pelo Poder
Público para a fixação de uma placa, em sua parte externa, com o nome das duas avenidas.
Em tal situação, toda a coletividade foi beneficiada (uma vez que passou a dispor de uma melhor
forma de localização), ao passo que a propriedade não deixou de pertencer ao particular, que
apenas teve que suportar a fixação das placas.
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EXEMPLO
A administração municipal deseja constituir uma servidão administrativa na propriedade de Elias,
uma vez que tal imóvel está localizado em uma área estratégica para a passagem de linhas de
transmissão de energia elétrica.
Duas são as possibilidades para o Poder Público:
- Editar uma lei instituindo a servidão administrativa e fundamentando tal ação com base na
necessidade de utilizar a propriedade de Elias;
- Editar um ato declarando que a propriedade de Elias é estratégica para a passagem das linhas
de transmissão de energia elétrica e, posteriormente, propor um acordo com Elias, oportunidade
em que estabelecerá todas as condições da futura servidão;
Nesta última hipótese, caso Elias aceite o acordo, a servidão é instituída. Caso, porém, não haja
acordo com Elias, teremos uma decisão judicial como forma de sanar o impasse.
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Entretanto, podemos ter a situação em que o Poder Público passa a utilizar o bem parti-
cular de forma ilegítima, ou seja, sem a observância dos procedimentos legais. Tomando por
base a situação acima descrita, um exemplo de atuação ilegítima da administração seria a
utilização do bem, com a passagem das linhas de transmissão, sem a constituição de servidão
administrativa ou sem a edição do ato que declarasse a propriedade como de utilidade pública.
Nestas situações, pode o particular recorrer ao Poder Judiciário como forma de sanar a
irregularidade.
Nas hipóteses em que a servidão for constituída por meio de acordo ou mediante decisão
judicial, torna-se necessário a inscrição da servidão administrativa no Cartório de Registro de
Imóveis, oportunidade em que a restrição passa a ter efeitos erga omnes e ser do conheci-
mento de todos. Quando a servidão for instituída por lei, no entanto, não há necessidade de
registro, uma vez que a publicação da norma no meio oficial faz como que esta chegue ao
conhecimento de toda a população.
Podemos sintetizar as hipóteses de constituição de servidão administrativa, bem como
os seus efeitos, por meio do quadro abaixo:
4.2. Indenização
Em regra, a Servidão Administrativa não gera o direito à indenização do particular, uma
vez que se trata de uma restrição que não acarreta danos à propriedade. Apenas nos casos
em que a atuação do Poder Público der ensejo a prejuízos reconhecidamente comprovados
é que a indenização será devida, e, ainda assim, caberá ao particular provar que os danos
ocorridos foram resultado da atuação estatal.
Neste sentido, merece destaque a Súmula 56 do STJ, editada com a finalidade de garantir
o direito à indenização do particular nas situações em que a atuação do Poder Público, tra-
vestida de servidão administrativa, ficar caracterizada como desapropriação.
Em tais situações, o Poder Público alega estar fazendo uso do instituto da servidão. No
entanto, o que se verifica na prática é a supressão da propriedade, de forma que o bem passa
a ser da administração pública e a causar prejuízos ao particular. Vejamos o teor da mencio-
nada súmula:
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JURISPRUDÊNCIA
Súmula 56 – STJ: Na desapropriação para instituir servidão administrativa são devidos
os juros compensatórios pela limitação de uso da propriedade.
4.3. Extinção
Uma vez que a servidão não acarreta, como regra, prejuízos à propriedade do particular
(não gerando, por isso mesmo, direito à indenização), a sua constituição é revestida do caráter
de perpetuidade, de forma a não haver um prazo estipulado para o seu término.
As causas que podem dar ensejo à extinção da servidão, de acordo com a doutrina ma-
joritária, são as seguintes:
a) Desaparecimento do bem gravado;
b) Transformação do bem em algo que o torne incompatível com o seu destino;
c) Incorporação do bem ao patrimônio público;
4.4. Características
Podemos relacionar as características atribuídas as servidões administrativas por meio
do quadro abaixo:
Trata-se de um
ônus REAL
Caráter de
Perpetuidade
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A servidão administrativa pode ser conceituada como um ônus real incidente sobre um
bem particular com a finalidade de permitir que tal propriedade passe a ter utilização pública.
No caso apresentado, observe que o particular tem o dever de suportar a conduta de
instalação e utilização de parte de seu bem imóvel. Via de regra, a servidão não enseja o pa-
gamento de indenização, exceto se houver comprovado prejuízo ao particular.
Letra e.
5. Limitações Administrativas
As limitações administrativas podem ser conceituadas como determinações de caráter
geral, unilaterais e gratuitas. Por meio delas, o Estado impõe a adoção de um determinado
comportamento (que pode ser o de fazer ou de deixar de fazer), com a finalidade de assegurar
que a propriedade atenda sua função social e que a coletividade seja beneficiada.
EXEMPLO
Como exemplo, podemos citar a obrigação que as propriedades possuem de observar alguns
metros de distância de recuo (destinado às calçadas públicas) quando da realização da constru-
ção, ou então a proibição de que os edifícios sejam construídos acima de determinado número
de andares.
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Nas limitações administrativas, estamos diante de uma restrição particular em prol de todo o
interesse coletivo, conceito que nos remete a outro importante ponto do Direito Administrativo: o
poder de polícia. Assim, podemos afirmar que as limitações administrativas são manifestações
diretas do poder de polícia.
EXEMPLO
Caso a administração determine que as construções de prédios particulares não poderão exce-
der ao número de quinze andares, estaremos diante de uma limitação administrativa negativa
(não fazer) que não gera direito à indenização.
Caso, no entanto, o Poder Público determine a demolição de uma propriedade construída ante-
riormente à edição da norma que determinou o limite de andares (limitação positiva, de fazer),
e considerando que com a demolição o particular sofreu prejuízos, deverá este ser indenizado
dos prejuízos causados.
Da mesma forma, as limitações administrativas podem recair sobre bens móveis, imóveis
ou até mesmo sobre a prestação de um serviço, consistindo em uma obrigação positiva (fazer
algo) ou negativa (deixar de fazer algo).
Diferentemente do que acontece com as servidões administrativas, as limitações podem
ser constituídas por lei ou por meio de atos administrativos, uma vez que são manifestações
do poder de polícia da administração pública.
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JURISPRUDÊNCIA
Súmula 142: A limitação administrativa “non aedificandi” imposta aos terrenos margi-
nais das estradas de rodagem, em zona rural, não afeta o domínio do proprietário, nem
obriga a qualquer indenização.
Nos dias atuais, o entendimento do STF é no sentido de que apenas não irá gerar direito
à indenização as áreas “non aedificandi” que se encontrem localizadas em zonas rurais.
Caso a mesma esteja localizada em zona urbana, deve-se analisar se a rodovia já existia
ou não, dentro do perímetro urbano, quando da construção pelo particular. Em caso posi-
tivo, não há qualquer direito à indenização, tratando-se da regra no âmbito das limitações
administrativas.
Entretanto, quando o particular adquirir a propriedade antes da rodovia ser declarada
como “non aedificandi” (impossível de construção), estamos diante de um fato posterior à
aquisição, de forma que o entendimento majoritário é de que deve haver indenização, que
poderá ser parcial (caso haja a restrição da propriedade e o seu dono possa continuar com
o bem) ou total (quando a propriedade sair das mãos do particular e ingressar no patrimônio
do Poder Público).
DICA
As limitações administrativas continuam a seguir a regra da não
indenização aos seus proprietários! Apenas na rara situação
acima apresentada (área non aedificandi posterior à propriedade
do particular) é que será devida a indenização.
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Área adquirida
antes da declaração
da impossibilidade
de construir:
Indenização
Localizada em Zona
Urbana
Área adquirida após
a declaração da
impossibilidade de
Área "non contruir: Sem
aedificandi" Indenização
JURISPRUDÊNCIA
A indenização pela limitação administrativa ao direito de edificar, advinda da criação de
área non aedificandi, somente é devida se imposta sobre imóvel urbano e desde que fique
demonstrado o prejuízo causado ao proprietário da área. (AgRg no REsp 1113343/SC)
Ainda que o entendimento do STJ pareça conflitar com as decisões do STF, é bastante
comum as provas de concurso público exigirem a literalidade destes julgados. Sendo assim,
caso a questão mencione o entendimento do STJ, devemos seguir o referido julgado.
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6. Ocupação Temporária
6.1. Características e Possibilidade de Indenização
A ocupação temporária consiste na forma de intervenção por meio do qual o estado uti-
liza, em caráter temporário, a propriedade privada com a finalidade de auxiliar na execução
de uma obra ou de um serviço público.
EXEMPLO
Como exemplo, pensemos em uma construção efetuada pelo Poder Público em uma localidade
distante do local onde a administração guarda seus equipamentos.
Dessa forma, não seria nada viável a administração retornar, ao final de cada dia, com a finali-
dade de guardar equipamentos e máquinas, não é mesmo?
Assim, ela utiliza uma propriedade particular que esteja localizada em um local próximo ao que
a obra está sendo construída, em plena consonância com os princípios da economicidade e
da eficiência.
Esta é a hipóteses de Ocupação Temporária prevista no Decreto 3.365, que, em seu artigo
36, assim estabelece:
“Art. 36. É permitida a ocupação temporária, que será indenizada, afinal, por ação própria,
de terrenos não edificados, vizinhos às obras e necessários à sua realização.”
Tal hipótese de ocupação gera o direito ao recebimento de indenização pelo particular,
uma vez que quem está sendo beneficiada é a administração pública como um todo.
Além dessa, deve-se ressaltar a hipótese de ocupação temporária decorrente da necessida-
de de escavações e pesquisas arqueológicas ou da utilização da propriedade particular para a
realização de um múnus público essencial à manutenção do bem-estar coletivo, tal como ocorre,
por exemplo, com a locação de uma escola para a realização de eleições ou com a realização
de campanhas de vacinação em uma propriedade particular estrategicamente localizada.
Nestas hipóteses, o particular, em regra, não fará jus à indenização do Poder Público. No
entanto, caso haja danos comprovados como resultado da utilização da propriedade pelo
Poder Público (ou até mesmo pelos particulares, quando do exercício de algum encargo pú-
blico), deve haver a correspondente indenização.
EXEMPLO
Exemplo prático destas últimas situações pode ser visualizado na locação de uma propriedade
particular com a finalidade de realizar campanha de vacinação.
Em regra, não haverá indenização ao particular, uma vez que a restrição de seu direito de pro-
priedade está fundamentado no interesse de toda a coletividade (que sofreria caso houvesse
uma epidemia).
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No entanto, caso haja uma discussão entre dois ou mais moradores e, como consequência, a
dilapidação do imóvel (quebra de vidros), deverá o particular ser indenizado de todos os prejuí-
zos comprovadamente causados.
Destinada ao
Indenização do
auxílio de obras ou
particular
serviços públicos
Em regra, não dá
Ocupação direito a
Temporária Destinada à indenização
pesquisas
arqueológicas ou
à realização de Se houver dano
um múnus comprovado na
público propriedade, deve
ocorrer a
indenização
7. Requisição Administrativa
A requisição administrativa é forma de intervenção na propriedade prevista no artigo 5º,
XXV, da Constituição Federal, sendo utilizada nas situações de iminente perigo público:
“Art. 5º, XXV - No caso de iminente perigo público, a autoridade competente poderá usar
de propriedade particular, assegurada ao proprietário indenização ulterior, se houver dano.”
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7.2. Instituição
A requisição administrativa, dada a urgência da maioria das situações que podem dar
ensejo à intervenção estatal, é instituída por ato administrativo, que, em plena consonância
com o atributo da autoexecutoriedade, não precisa de prévia apreciação do Poder Judiciário
para a sua instituição.
Afirmar o contrário seria colocar em risco a segurança da população. Pensem na situação
em que um incêndio é informado pelo Poder Público. Até este conseguir a “ordem judicial”
para utilização de diversas propriedades, os danos poderiam ser irreparáveis. Assim, a auto-
ridade competente utiliza as propriedades que se revelarem necessárias para a contenção do
incêndio e, em caso de danos decorrentes desta atividade, indeniza o particular.
Dessa situação conseguimos chegar a uma das mais importantes premissas da requisição
administrativa: a de que a indenização apenas poderá ocorrer posteriormente à atuação estatal.
Nas requisições administrativas, o Poder Público poderá fazer uso não apenas dos bens
imóveis particulares, mas sim também dos bens móveis que se revelem imprescindíveis à
resolução da situação.
EXEMPLO
Após fortes chuvas, diversas casas são destruídas, de forma que os seus moradores ficam
sem moradia.
Como é dever do Estado garantir o direito social à moradia, pode o Poder Público, em caráter de
emergência, requisitar administrativamente a propriedade particular (bem imóvel) bem como
alimentos necessários à subsistência da população (bens móveis).
Por óbvio que os alimentos serão pagos pelo Poder Público, sob pena de restar caracterizado
enriquecimento sem causa do Estado. Mas o direito à indenização particular apenas ocorrerá,
em caráter posterior, quando comprovados danos a sua propriedade.
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8. Tombamento
O tombamento pode ser conceituado como a forma de intervenção através da qual o poder
público objetiva garantir a preservação do patrimônio histórico e cultural nacional.
Ainda que parte da doutrina afirme o contrário, o entendimento que deve ser levado para
as provas de concurso é o de que o tombamento configura uma hipótese autônoma de inter-
venção estatal na propriedade particular.
O fundamento, em todas as situações de tombamento, é a preservação dos bens (conceito
utilizado em sentido amplo) que possuam valor artístico, histórico, arqueológico ou cultural.
8.1. Fundamento
A previsão para a utilização do tombamento está prevista na Constituição Federal (artigo
216, § 1º):
Art. 216, §1º, O Poder Público, com a colaboração da comunidade, promoverá e protegerá o patrimô-
nio cultural brasileiro, por meio de inventários, registros, vigilância, tombamento e desapropriação,
e de outras formas de acautelamento e preservação.
Art. 216. Constituem patrimônio cultural brasileiro os bens de natureza material e imaterial, toma-
dos individualmente ou em conjunto, portadores de referência à identidade, à ação, à memória dos
diferentes grupos formadores da sociedade brasileira, nos quais se incluem:
I – as formas de expressão;
II – os modos de criar, fazer e viver;
III – as criações científicas, artísticas e tecnológicas;
IV – as obras, objetos, documentos, edificações e demais espaços destinados às manifestações
artístico-culturais;
V – os conjuntos urbanos e sítios de valor histórico, paisagístico, artístico, arqueológico, paleon-
tológico, ecológico e científico.
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Tal como ocorre com os bens móveis e imóveis nacionais, as obras de origem estran-
geira podem ser objeto de tombamento, desde que atendam a característica da relevância
para a preservação do patrimônio público nacional. Como exceção, temos alguns tipos de
bens estrangeiros que são insuscetíveis de tombamento, conforme previsão do artigo 3º do
Decreto-lei 25:
EXEMPLO
Caso o Poder Público entenda que uma propriedade particular foi importante para o processo
de emancipação municipal, poderá realizar o tombamento do imóvel.
Da mesma forma, caso julgue que uma cidade brasileira merece ser preservada, uma vez que
foi vital para a realização de algum movimento social, poderá realizar o tombamento.
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Estrangeiros, ressalvados os
casos previstos em lei
8.3. Competência
A competência relativa ao tombamento pode ser dividida em legislativa e administrativa.
No âmbito da competência legislativa, a União, os Estados e o Distrito Federal possuem
competência para legislar sobre assuntos pertinentes ao tombamento, conforme previsão
constitucional (art. 24, VII). Assim, ainda que os Municípios não estejam relacionados entre
os entes com competência legislativa para o procedimento de tombamento, podem eles,
ainda de acordo com a Constituição Federal, suplementar as demais legislações (federal e
estadual) naquilo que for necessário.
Para a realização do tombamento (competência administrativa ou material), todos os
entes federativos são competentes. Dessa forma, como regra, os bens municipais serão
tombados pelos Municípios, os bens estaduais pelos Estados ou Distrito Federal e os bens
federais pela União, em plena consonância com a autonomia existente em nossa federação.
Parte da doutrina, no entanto, entende que os entes federativos maiores são competentes
para tombar os bens localizados nos entes menores. Segundo tal corrente, defendida, entre
outros, por José dos Santos Carvalho Filho, a União poderia tombar bens localizados nos
Estados ou nos Municípios. Aos Estados, caberia apenas o tombamento de bens localizados
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nos Municípios de seu território, e aos Municípios, por sua vez, não caberia o tombamento
de bens dos demais entes.
Nos dias atuais, tal teoria representa o entendimento minoritário, de forma que diversos
julgados dos tribunais superiores têm entendido que até mesmo os entes menores podem
desapropriar bens dos entes superiores, como se observa, a título de exemplo, da decisão do
STJ no julgamento do RMS 18.952/RJ:
JURISPRUDÊNCIA
ADMINISTRATIVO – TOMBAMENTO – COMPETÊNCIA MUNICIPAL.
1. A Constituição Federal de 88 outorga a todas as pessoas jurídicas de Direito Público
a competência para o tombamento de bens de valor histórico e artístico nacional.
2. Tombar significa preservar, acautelar, preservar, sem que importe o ato em transfe-
rência da propriedade, como ocorre na desapropriação.
3. O Município, por competência constitucional comum – art. 23, III –, deve proteger os
documentos, as obras e outros bens de valor histórico, artístico e cultural, os monumen-
tos, as paisagens naturais notáveis e os sítios arqueológicos.
4. Como o tombamento não implica em transferência da propriedade, inexiste a limita-
ção constante no art. 1º, § 2º, do DL 3.365/1941, que proíbe o Município de desapropriar
bem do Estado.
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O tombamento voluntário, que incide sempre sobre bens particulares, é aquele em que o
proprietário toma a iniciativa para a adoção da medida ou, quando notificado do interesse do
Poder Público no tombamento, concorda com a inscrição do bem.
O tombamento compulsório, por fim, também é aquele que recai sobre bens particulares,
mas com a particularidade que, neste caso, o particular não concorda com o tombamento do
bem. Nesta situação, vigora o princípio da supremacia do interesse público sobre o privado,
ou seja, uma limitação de um direito individual (ainda que contra a vontade do particular) em
prol do interesse coletivo.
Em tal situação, deve ser observado o direito do contraditório e da ampla defesa ao particular.
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Tais efeitos podem ser visualizados por meio do quadro sinótico abaixo:
Tombamento
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9. Desapropriação
A desapropriação pode ser entendida como o procedimento regido pelo direito público
através do qual o poder público transfere para si a propriedade que até então pertencia a
terceiros, sejam eles particulares ou até mesmo entes federativos.
Celso Antônio Bandeira de Mello apresenta o seguinte conceito de Desapropriação:
Procedimento através do qual o Poder Público, fundado em necessidade pública, utilidade pública
ou interesse social, compulsoriamente despoja alguém de um bem certo, normalmente adquirindo-o
para si, em caráter originário, mediante indenização prévia, justa e pagável em dinheiro, salvo no
caso de certos imóveis urbanos ou rurais, em que, por estarem em desacordo com a função social
legalmente caracterizada para eles, a indenização far-se-á em títulos da dívida pública, resgatáveis
em parcelas anuais e sucessivas, preservado seu valor real.
Com a desapropriação (ao contrário do que ocorre com as demais formas de intervenção,
que se limitam a condicionar a propriedade), o Poder Público adquire o bem particular para
si. Importante salientar que se trata de uma forma de aquisição originária, uma vez que não
é proveniente de nenhum título anterior e que todos os ônus ficam sub-rogados no preço
pago pelo bem.
9.1. Competência
Assim como ocorre em diversas outras formas de intervenção já estudadas, a competência,
no âmbito da desapropriação, pode ser dividida em diversas formas de atuação. De acordo
com a doutrina majoritária, temos as competências legislativa, declaratória e executória.
A competência legislativa, conforme previsão do artigo 22, II, da Constituição Federal,
é privativa da União, de forma que apenas este ente federativo, como regra, poderá editar
normas traçando as diretrizes a serem observadas quando da realização do procedimento.
Salienta-se, no entanto, que o parágrafo único do mencionado artigo 22 estabelece a pos-
sibilidade da União, através da edição de lei complementar editada pelo Congresso Nacional,
autorizar os Estados a legislar sobre questões específicas da desapropriação.
Salienta-se que a possibilidade de autorização aos Estados ainda não foi utilizada pelo
Congresso Nacional, motivo pelo qual a competência continua privativa da União.
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9.2 Hipóteses
As hipóteses de desapropriação estão previstas na Constituição Federal, podendo ser
divididas em cinco grandes categorias.
Necessidade ou Utilidade
Pública
Interesse Social
Reforma Urbana
Confiscatória
9.2.1. Desapropriação por Interesse Social, por Necessidade Pública e por Utili-
dade Pública
Art. 5º, XXIV - A lei estabelecerá o procedimento para desapropriação por necessidade ou utilidade
pública, ou por interesse social, mediante justa e prévia indenização em dinheiro, ressalvados os
casos previstos nesta Constituição;
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As situações de desapropriação por interesse social estão previstas na Lei 4.132, de 1962,
que apresenta, logo em seu artigo 2º, uma série de situações que são consideradas como de
interesse social:
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Para fins de prova, temos que memorizar que o prazo para que o particular aceite ou rejeite a
oferta de indenização é de 15 dias. Em caso de omissão no mencionado prazo, o silêncio será
entendido como rejeição.
Aceita a oferta e realizado o pagamento, será lavrado acordo, o qual será título hábil para
a transcrição no registro de imóveis. Nesta situação, temos aquilo que a doutrina denomina
de desapropriação amigável.
Rejeitada a oferta, ou transcorrido o prazo de 15 dias sem manifestação, terá início a fase
executória.
Outra importante alteração promovida pela Lei 13.867/2019 trata-se da possibilidade de
o particular solicitar que o valor da indenização seja resolvido com base na arbitragem ou na
mediação, conforme previsão do artigo 10-B:
Art. 10-B. Feita a opção pela mediação ou pela via arbitral, o particular indicará um dos órgãos
ou instituições especializados em mediação ou arbitragem previamente cadastrados pelo órgão
responsável pela desapropriação.
§ 1º A mediação seguirá as normas da Lei n. 13.140, de 26 de junho de 2015, e, subsidiariamente,
os regulamentos do órgão ou instituição responsável.
§ 2º Poderá ser eleita câmara de mediação criada pelo poder público, nos termos do art. 32 da Lei
n. 13.140, de 26 de junho de 2015.
§ 4º A arbitragem seguirá as normas da Lei n. 9.307, de 23 de setembro de 1996, e, subsidiaria-
mente, os regulamentos do órgão ou instituição responsável.
Assim, caso seja feita a opção pela arbitragem ou pela mediação, deverá o particular in-
dicar um dos órgãos ou instituições especializados que sejam previamente cadastrados pelo
órgão responsável pela desapropriação. A mediação e a arbitragem, por sua vez, seguem o
tramite estabelecido na legislação específica.
Na fase executória, ocorrem os procedimentos necessários para transferir o bem para o
patrimônio do Poder Público. Tais procedimentos poderão ser feitos em caráter administrativo
(quando houver acordo entre as partes quanto ao valor da Indenização) ou judicial (quando
não houver acordo entre as partes).
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Em caso de urgência, poderá ainda o Poder Público solicitar a imissão provisória na posse.
Para tal, deverá depositar, previamente, uma quantia estabelecida de acordo com o artigo 15
do Decreto 3365/1941, que assim dispõe:
Art. 15, A imissão provisória poderá ser feita, independente da citação do réu, mediante o depósito:
a) do preço oferecido, se este for superior a 20 (vinte) vezes o valor locativo, caso o imóvel esteja
sujeito ao imposto predial
b) da quantia correspondente a 20 (vinte) vezes o valor locativo, estando o imóvel sujeito ao imposto
predial e sendo menor o preço oferecido;
c) do valor cadastral do imóvel, para fins de lançamento do imposto territorial, urbano ou rural, caso
o referido valor tenha sido atualizado no ano fiscal imediatamente anterior
d) não tendo havido a atualização a que se refere o inciso c, o juiz fixará independente de avaliação,
a importância do depósito, tendo em vista a época em que houver sido fixado originalmente o valor
cadastral e a valorização ou desvalorização posterior do imóvel.
Art. 15-B, Nas ações a que se refere o art. 15-A, os juros moratórios destinam-se a recompor a
perda decorrente do atraso no efetivo pagamento da indenização fixada na decisão final de mérito,
e somente serão devidos à razão de até seis por cento ao ano, a partir de 1º de janeiro do exercício
seguinte àquele em que o pagamento deveria ser feito, nos termos do art. 100 da Constituição.
Os juros compensatórios, por sua vez, são devidos desde a imissão provisória na posse
do bem, podendo ser recebido acumuladamente com os juros moratórios. Neste sentido é o
teor da Súmula 164 do STF e da Súmula 12 do STJ, que assim, respectivamente, expressam:
JURISPRUDÊNCIA
Súmula 164 – STF: No processo de desapropriação, são devidos juros compensatórios
desde a antecipada imissão de posse, ordenada pelo juiz, por motivo de urgência.
JURISPRUDÊNCIA
Súmula 12 – STJ: Em desapropriação, são cumuláveis juros compensatórios e moratórios.
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Art. 183, §2º, A propriedade urbana cumpre sua função social quando atende às exigências fun-
damentais de ordenação da cidade expressas no plano diretor.
§3º, As desapropriações de imóveis urbanos serão feitas com prévia e justa indenização em dinheiro.
§4º, É facultado ao Poder Público municipal, mediante lei específica para área incluída no plano
diretor, exigir, nos termos da lei federal, do proprietário do solo urbano não edificado, subutilizado
ou não utilizado, que promova seu adequado aproveitamento, sob pena, sucessivamente, de (...)
III – desapropriação com pagamento mediante títulos da dívida pública de emissão previamente
aprovada pelo Senado Federal, com prazo de resgate de até dez anos, em parcelas anuais, iguais
e sucessivas, assegurados o valor real da indenização e os juros legais.
Temos aqui uma situação onde o imóvel urbano não atende as exigências expressas no
plano diretor do município. Neste caso, o Poder Público possui a faculdade de promover a
desapropriação. Antes disso, no entanto, deverá tomar uma série de providências, de forma
que a desapropriação apenas será utilizada quando todas as demais possibilidades não al-
cançarem o objetivo proposto.
Inicialmente, o Poder Público promove o parcelamento ou edificação compulsórios. Não
havendo êxito, parte-se para a cobrança do imposto sobre a propriedade predial e territorial
urbana (IPTU) progressivo no tempo. Quando as duas medidas se revelarem insuficientes,
parte-se, aí sim, para a desapropriação.
Nesta hipótese, o proprietário será indenizado com títulos da dívida pública de competên-
cia municipal, resgatáveis no prazo de 10 anos.
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c) concorrente dos estados, municípios e Distrito Federal, tem função pedagógica, uma vez que
recai sobre imóveis urbanos subutilizados, e há necessidade de pagamento de ulterior e justa
indenização;
d) exclusiva dos municípios, tem função sancionatória, uma vez que recai sobre imóveis urba-
nos que desatendam a sua função social, e há necessidade de pagamento de prévia e justa
indenização;
e) exclusiva dos municípios que possuem plano diretor, tem função sancionatória, uma vez que
recai sobre imóveis urbanos que desatendam a sua função social, e a indenização será feita com
pagamento em títulos da dívida pública de emissão previamente aprovada pelo Senado Federal.
Art. 182. A política de desenvolvimento urbano, executada pelo Poder Público municipal, confor-
me diretrizes gerais fixadas em lei, tem por objetivo ordenar o pleno desenvolvimento das funções
sociais da cidade e garantir o bem- estar de seus habitantes.
§ 1º O plano diretor, aprovado pela Câmara Municipal, obrigatório para cidades com mais de vinte
mil habitantes, é o instrumento básico da política de desenvolvimento e de expansão urbana.
§ 2º A propriedade urbana cumpre sua função social quando atende às exigências fundamentais
de ordenação da cidade expressas no plano diretor.
§ 3º As desapropriações de imóveis urbanos serão feitas com prévia e justa indenização em dinheiro.
§ 4º É facultado ao Poder Público municipal, mediante lei específica para área incluída no plano
diretor, exigir, nos termos da lei federal, do proprietário do solo urbano não edificado, subutilizado
ou não utilizado, que promova seu adequado aproveitamento, sob pena, sucessivamente, de:
I – parcelamento ou edificação compulsórios;
II – imposto sobre a propriedade predial e territorial urbana progressivo no tempo;
III – desapropriação com pagamento mediante títulos da dívida pública de emissão previamente
aprovada pelo Senado Federal, com prazo de resgate de até dez anos, em parcelas anuais, iguais
e sucessivas, assegurados o valor real da indenização e os juros legais.
Letra e.
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Art. 184, Compete à União desapropriar por interesse social, para fins de reforma agrária, o imóvel
rural que não esteja cumprindo sua função social, mediante prévia e justa indenização em títulos
da dívida agrária, com cláusula de preservação do valor real, resgatáveis no prazo de até vinte anos,
a partir do segundo ano de sua emissão, e cuja utilização será definida em lei.
Art. 186, A função social é cumprida quando a propriedade rural atende, simultaneamente, segundo
critérios e graus de exigência estabelecidos em lei, aos seguintes requisitos:
I – aproveitamento racional e adequado;
II – utilização adequada dos recursos naturais disponíveis e preservação do meio ambiente;
III – observância das disposições que regulam as relações de trabalho;
IV – exploração que favoreça o bem-estar dos proprietários e dos trabalhadores.
No entanto, nem todas as propriedades rurais são desapropriáveis, ainda que não obe-
deçam aos requisitos previstos na Constituição. Isso porque o artigo 185 da CF estabelece
duas situações onde os imóveis são insuscetíveis de desapropriação:
JURISPRUDÊNCIA
Resp. 1.001.455 - Os juros compensatórios são devidos independentemente de se tratar
de imóvel improdutivo, pela perda da posse antes da justa indenização (...).
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Neste mesmo sentido é a Súmula 618 do STF, que estabelece que “Na desapropriação,
direta ou indireta, a taxa dos juros compensatórios é de 12% (doze por cento) ao ano”.
Art. 243. As propriedades rurais e urbanas de qualquer região do País onde forem localizadas
culturas ilegais de plantas psicotrópicas ou a exploração de trabalho escravo na forma da lei serão
expropriadas e destinadas à reforma agrária e a programas de habitação popular, sem qualquer
indenização ao proprietário e sem prejuízo de outras sanções previstas em lei, observado, no que
couber, o disposto no art. 5º.
Parágrafo único. Todo e qualquer bem de valor econômico apreendido em decorrência do tráfico
ilícito de entorpecentes e drogas afins e da exploração de trabalho escravo será confiscado e re-
verterá a fundo especial com destinação específica, na forma da lei.
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EXEMPLO
Caso o Poder Público, ao identificar que apenas uma pequena parte de uma propriedade par-
ticular possui o cultivo de plantas psicotrópicas, deverá, dentre outras medidas, desapropriar
toda a propriedade.
Posteriormente, a propriedade em questão será destinada à reforma agrária e a programas de
habitação popular.
Art. 35, Os Bens Expropriados, uma vez incorporados à Fazenda Pública, não podem ser objeto
de reivindicação, ainda que fundada em nulidade do processo de desapropriação. Qualquer ação,
julgada procedente, resolver-se-á em perdas e danos.
EXEMPLO
Temos um exemplo de desapropriação indireta quando o Poder Público constrói uma escola
pública e, posteriormente, verifica-se que o terreno utilizado pertencia a um particular.
Ainda que não tenha sido respeitado o procedimento de desapropriação, deve ser levado em
conta que o bem público encontra-se afetado à uma atividade imprescindível à coletividade
(educação).
Logo, não deve o bem retornar para o particular, que terá direito, por isso mesmo, a uma inde-
nização compensatória.
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Grande controvérsia reside no prazo prescricional para o ajuizamento da ação de indeniza-
ção, pelo particular, ante a realização da desapropriação indireta por parte do Poder Público.
Conforme entendimento sumulado do STJ (Súmula 119), o prazo de prescrição da ação
de desapropriação indireta prescreve em 20 anos. Tal súmula, entretanto, foi editada à luz
do Código Civil de 1916, tendo como objetivo aplicar, por analogia, o mesmo prazo utilizado
para a configuração de usucapião.
Com a entrada em vigor do novo Código Civil, ocorrida em 2002, tivemos a fixação do
prazo de 15 dias para a configuração de usucapião, motivo pelo qual, de acordo com o enten-
dimento majoritário, o prazo prescricional para o ajuizamento das ações de desapropriação
é de 15 anos.
EXEMPLO
A administração municipal desapropria um terreno particular com a finalidade de construir casas
populares. Verifica-se, no entanto, que será necessária, para o alcance do objetivo (realização
da obra pública) a utilização de terrenos vizinhos em caráter permanente.
Nesta hipótese, o Poder Público, no momento da edição do decreto que declara o bem como
de utilidade pública, deve mencionar que tais áreas vizinhas são indispensáveis para a cons-
trução das casas populares, oportunidade em que o processo de desapropriação recairá sobre
a totalidade dos imóveis.
Situação semelhante ocorre quando o Poder Público desapropria um bem para a construção de
um hospital público. Com a realização da obra, os terrenos vizinhos passam a ser mais valori-
zados, o que pode resultar em enriquecimento sem causa dos particulares.
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Para evitar que isso ocorra, a administração declara tais bens como de utilidade pública, inde-
niza o particular e realiza a desapropriação. Posteriormente, pode revender tais bens tomando
por base o valor atualizado do imóvel.
Art. 2º Mediante declaração de utilidade pública, todos os bens poderão ser desapropriados pela
União, pelos Estados, Municípios, Distrito Federal e Territórios.
§ 1º A desapropriação do espaço aéreo ou do subsolo só se tornará necessária, quando de sua
utilização resultar prejuízo patrimonial do proprietário do solo.
§ 2º Os bens do domínio dos Estados, Municípios, Distrito Federal e Territórios poderão ser desa-
propriados pela União, e os dos Municípios pelos Estados, mas, em qualquer caso, ao ato deverá
preceder autorização legislativa.
Importantes definições podem ser retiradas deste dispositivo. Como mencionado, todos
os bens, como regra, podem ser desapropriados, e deste conceito fazem parte, quando ne-
cessário, o espaço aéreo e o respectivo subsolo.
Da mesma forma, pode haver a desapropriação de bens públicos. Para isso, a União pode
desapropriar bens dos Estados e Municípios, ao passo que os Estados apenas poderão de-
sapropriar bens de municípios a eles pertencentes.
Ainda que o decreto apresente uma regra onde apenas “o maior pode desapropriar bens
do menor”, o STJ possui entendimento no sentido de ser possível a desapropriação, por Mu-
nicípio, de bem pertencente à União, bastando para tal a autorização por meio de decreto do
Presidente da República (RE 1.188.700-MG):
JURISPRUDÊNCIA
1. Não ocorre ofensa ao art. 535 do CPC, se o Tribunal de origem decide, fundamenta-
damente, as questões essenciais ao julgamento da lide.
2. É inadmissível o recurso especial se a análise da pretensão da parte recorrente
demanda o reexame de provas.
3. É vedado ao Município desapropriar bens de propriedade da União ou de suas autar-
quias e fundações, sem prévia autorização, por decreto, do Presidente da República.
Precedentes.
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Pelo princípio da simetria, temos que a mesma lógica deve ser utilizada quando da pos-
sibilidade de desapropriação de bem pertencente ao Estado por Município, ou seja, basta a
edição de decreto pelo Governador autorizando tal providência.
União (pode
desapropriar bens dos
Estados e dos
Municípios)
Como exceção à regra da desapropriação, temos alguns bens não podem ser desapro-
priados, sendo eles:
• Os direitos personalíssimos, tais como o direito à vida, o direito ao alimento, o direito ao
corpo, o direito à liberdade intelectual, o direito à liberdade de invenção, o direito à liber-
dade civil, o direito à honra, o direito à imagem, dentre outros.
• A moeda e o dinheiro em circulação, uma vez que é através dela que se paga o direito à
indenização, com a ressalva de que as moedas raras podem ser desapropriadas.
• De acordo com a Súmula 479 do STF: “As margens dos rios navegáveis são domínio
público, insuscetíveis de expropriação e, por isso mesmo, excluídas de indenização.”
• As próprias pessoas jurídicas, uma vez que estas são sujeitos de direito, e não objeto. O
que se desapropria são os bens pertencentes às pessoas jurídicas, e não estas.
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Dessa forma, se estivermos diante de uma desapropriação parcial (que abrange apenas
parte da propriedade), pode ocorrer da área remanescente (aquela que não foi desapropriada
e que, por isso mesmo, permanecerá com o antigo proprietário) não ser passível de utilização
ou perder significativamente o valor inicial como decorrência da ação do Poder Estatal.
Neste caso, importante salientar que o pedido do direito de extensão deve ser protoco-
lado pelo particular na fase administrativa ou judicial, sendo incabível após o término da
desapropriação.
Na situação descrita pela questão, o proprietário obterá êxito se pleitear o direito de extensão
da desapropriação em relação à área inaproveitável. Em breve síntese, o direito de extensão
consiste na possibilidade do particular que está tendo um bem desapropriado exigir do Poder
Público que o ato de desapropriação alcance a totalidade da propriedade. Tal pedido será viável
nas hipóteses em que a área remanescente se revelar sem valor econômico.
Letra b.
9.7. Retrocessão
A retrocessão consiste na obrigação imposta ao expropriante (Poder Público que realizou
a desapropriação) de oferecer o bem ao proprietário anterior, mediante a devolução do valor
recebido por este a título de indenização, sempre que não seja dada a devida destinação ao bem.
EXEMPLO
Inicialmente, o Estado X desapropria uma propriedade particular com a finalidade de construção
de um Hospital Público. No entanto, o Poder Público opta, após a realização do procedimento,
em não construir o mencionado Hospital.
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Neste caso, deve o Poder Público oferece o bem ao antigo proprietário, que pode ou não reaver
a propriedade. Caso deseje reaver o bem, deverá devolver, da mesma forma, os valores recebi-
dos do Poder Público a título de indenização.
A possibilidade de Retrocessão está prevista no artigo 519 do Código Civil, que assim dispõe:
Art. 519, Se a coisa expropriada para fins de necessidade ou utilidade pública, ou por interesse
social, não tiver o destino para que se desapropriou, ou não for utilizada em obras ou serviços
públicos, caberá ao expropriado direito de preferência, pelo preço atual da coisa.
9.8. Tredestinação
Basicamente, a tredestinação consiste na utilização do bem, após a sua incorporação
pelo Poder Público (resultante da desapropriação), em finalidade diversa daquela inicialmente
prevista no ato declaratório.
De acordo com a doutrina, tal situação pode dar ensejo à tredestinação lícita ou ilícita.
Teremos tredestinação lícita quando o bem, ainda que não tenha sido destinado para o fim
inicialmente previsto, tenha sido utilizado para outro projeto que também esteja relacionado
com as necessidades da coletividade.
EXEMPLO
Como exemplo, pode-se citar uma desapropriação realizada com a finalidade de construção de
um hospital, mas que, por interesses supervenientes, é destinada à construção de uma escola
pública.
Neste caso, ainda que tenha havido a mudança no objeto a ser construído, nota-se que o bem-
-estar da coletividade continuará sendo o fundamento da segunda construção.
Dessa forma, como manteve-se a finalidade da administração, não terá o expropriado direito a
receber indenização a título de perdas e danos, tampouco de ser reintegrado ao bem em questão.
Situação oposta ocorre com a tredestinação ilícita, que ocorre quando o Poder Público
não dá a destinação devida ao bem expropriado, de forma que a destinação posterior não
guarda nenhuma relação com o interesse público.
EXEMPLO
Como exemplo, temos a situação em que houve a desapropriação de um terreno com a finalidade
de construção de uma escola. Posteriormente, o terreno é utilizado para atividades particulares
dos funcionários municipais.
Neste caso, a desapropriação é considerada nula, devendo o Poder Público proceder à devo-
lução do bem expropriado ao particular, e este, devolver ao Poder Público o valor recebido a
título de indenização.
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Intervenção do Estado na Propriedade Privada
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RESUMO
Servidão Administrativa
Ocupação Temporária
Requisição Administrativa Desapropriação
Limitações Administrativas
Tombamento
- Pode ser conceituada como um ônus real incidente sobre um bem particular com a finalidade de
permitir que tal propriedade possua utilização pública.
Administrativa
- Pode ser instituída por lei, por acordo entre as partes e por decisão judicial.
Servidão
- Em regra, não gera direito à indenização, que apenas ocorrerá nas hipóteses de prejuízo comprovado
pelo particular.
- Possuem o caráter de perpetuidade.
- Como exemplo de servidão, temos a fixação de placas indicativas de ruas e avenidas nos imóveis
particulares.
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- São conceituadas como determinações de caráter geral, unilaterais e gratuitas. Por meio delas,
o Estado impõe a adoção de um determinado comportamento (que pode ser o de fazer ou de
deixar de fazer), com a finalidade de assegurar que a propriedade atenda sua função social e que a
Administrativas
Limitações
- Encontra fundamento no artigo 5º, XXV, da Constituição Federal: “No caso de iminente perigo
público, a autoridade competente poderá usar de propriedade particular, assegurada ao proprietário
indenização ulterior, se houver dano.”
Administrativa
Requisição
- Consiste na forma de intervenção por meio do qual o estado utiliza, em caráter temporário, a
Temporária
Ocupação
- Trata-se de forma de intervenção através da qual o poder público objetiva garantir a preservação do
patrimônio histórico e cultural nacional.
- O tombamento poderá recair em bens móveis e imóveis e até mesmo em bairros ou cidades. Da
mesma forma, poderão ser tombados os bens materiais e imateriais, públicos ou privados.
Tombamento
- Como o tombamento não retira a propriedade do particular, não há que se falar, em regra, de direito
à indenização, que apenas será paga quando houver esvaziamento econômico do bem.
- Com o tombamento, o particular passa a ter uma série de obrigações, que podem ser de fazer
(positivas) ou de não fazer (negativas).
- Como exemplo de obrigações positivas, temos a obrigação da conservação do bem tombado.
Como exemplo de obrigação negativa, a de não destruir ou realizar qualquer tipo de reforma sem a
autorização do Poder Público.
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Direito Administrativo
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- A desapropriação pode ser entendida como o procedimento através do qual o poder público
transfere para si a propriedade que até então pertencia a terceiros, sejam eles particulares ou até
mesmo entes federativos.
- Três são as espécies de competências no âmbito da desapropriação: legislativa, declaratória e
executória.
- A competência legislativa, privativa da União, é a de editar normas gerais sobre o processo de
desapropriação.
- A competência declaratória, comum a todos os entes federativos, é a de expedir decreto declarando
o bem como de utilidade pública.
- A competência executória, que é a de executar os atos necessários à realização da desapropriação,
pode ser exercida por todos os entes federativos, pelas entidades da administração indireta e pelas
delegatárias de serviço público.
- São hipóteses de desapropriação: por necessidade pública, por utilidade pública, por interesse
social, para fins de reforma urbana, para fins de reforma agrária e confiscatória.
- Em todas as hipóteses, com exceção da desapropriação confiscatória, deve haver a indenização do
particular.
- Em todas as hipóteses acima, a desapropriação deve seguir uma série de atos pertencentes a um
procedimento administrativo, de forma que o particular tem o direito às garantias do contraditório e
Desapropriação
da ampla defesa.
- Na desapropriação indireta, em sentido contrário, temos um fato administrativo que acarreta a
posse, pelo Poder Público, de propriedade particular sem a observância do procedimento legal (sem
pagar a indenização ou sem expedir a declaração expropriatória).
- Em tal situação, o particular apenas tem direito de propor uma ação judicial pleiteando a
indenização devida.
- De acordo com o entendimento majoritário, o prazo prescricional para o ajuizamento da ação é de
15 anos.
- O direito de extensão consiste na possibilidade do particular que está tendo um bem desapropriado
exigir do Poder Público que o ato de desapropriação alcance a totalidade da propriedade.
- A retrocessão consiste na obrigação imposta ao expropriante (Poder Público que realizou a
desapropriação) de oferecer o bem ao proprietário anterior, mediante a devolução do valor recebido
por este a título de indenização, sempre que não seja dada a devida destinação ao bem.
- A tredestinação consiste na utilização do bem, após a sua incorporação pelo Poder Público
(resultante da desapropriação), em finalidade diversa daquela inicialmente prevista no ato
declaratório.
- De acordo com a doutrina, tal situação pode dar ensejo à tredestinação lícita ou ilícita.
- Teremos tredestinação lícita quando o bem, ainda que não tenha sido destinado para o fim
inicialmente previsto, tenha sido utilizado para outro projeto que também esteja relacionado com as
necessidades da coletividade.
- Teremos a tredestinação ilícita quando o Poder Público não dá a destinação devida ao bem
expropriado, de forma que a destinação posterior não guarda nenhuma relação com o interesse
público.
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MAPA MENTAL
Tem como
fundamento o
princípio da
Supremacia do
Interesse Público
Para legislar sobre
Privativa da União
intervenção
Competências
Todos os entes
Para executar os atos (União, Estados,
Intervenção do Estado de intervenção Distrito Federal e
na Propriedade Municípios)
Privada
Servidão Administrativa
Ocupação Temporária
Requisição
Apenas restringem o
Restritiva Administrativa
direito à propriedade
Limitações
Administrativas
Formas de Tombamento
Intervenção
Propriedade é
transferida do
Supressiva Desapropriação
particular para o
Poder Público
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Ônus real incidente sobre um bem
Poder ser instituída por lei, por
particular com a finalidade de
Servidão Administrativa decisão judicial ou por acordo
permitir que tal propriedade possua
entre as partes
utilização pública.
Imposição de um
Limitações Determinações de caráter geral,
comportamento para o
Administrativas unilaterais e gratuitas
particular
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QUESTÕES DE CONCURSO
003. (FGV/JE TJMG/TJ MG/2022) Com relação à requisição administrativa de leitos, medi-
camentos e insumos, feita pelo Poder Público, em razão de pandemia por COVID-19, assinale
a afirmativa correta.
a) Constitui limitação constitucional à propriedade privada, através de ato de império do Poder
Público, bastando a demonstração da necessidade e do perigo público iminente.
b) Na requisição administrativa será garantida a indenização prévia do dano ao particular.
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c) Além do aspecto legal, o Poder Judiciário pode acrescentar outras medidas políticas que
entende cabíveis, a serem adotadas na requisição, além daquelas estabelecidas pelo Executivo.
d) Não cabe ao Poder Judiciário a fixação do valor da indenização, que deve ser estabelecida
posteriormente ao ato de intervenção na propriedade privada.
006. (FGV/JE TJMG/TJ MG/2022) O poder público necessitando, com urgência, construir um
anel viário ingressou em imóvel alheio vazio e passou a praticar a terraplanagem do terreno.
Assinale a opção que indica a ação adequada que o proprietário do imóvel pode mover em face
do poder público.
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a) Ação de reintegração de posse, pois o esbulho equivale à própria perda da posse sobre o bem.
b) Ação de manutenção de posse, porque a turbação por atos da administração pública equivale
à perda total da posse.
c) Ação de desapropriação indireta, pois o poder público já ingressou no imóvel e pratica atos
de dono da área.
d) Ação de desapropriação, porque o proprietário, no futuro, poderá perder o título de propriedade
do imóvel, sem indenização.
009. (FGV/OAB UNI NAC/OAB/2022) José é proprietário de imóvel rural de enorme dimen-
são, mas totalmente improdutivo, que vem sendo objeto de constantes desmatamentos à
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revelia da legislação ambiental. O imóvel está localizado no Município Alfa do Estado Gama,
sendo certo que os órgãos ambientais de ambos os entes federativos já vêm atuando em
razão da supressão vegetal ilegal. Em seu imóvel, José não promove a utilização adequada
dos recursos naturais disponíveis e a preservação do meio ambiente, nem mesmo realiza seu
aproveitamento racional e adequado.
Por estar descumprindo sua função social, nos termos da CRFB/88, o imóvel de José pode ser
objeto de desapropriação
a) por interesse social, para fins de reforma agrária, mediante prévia e justa indenização em
títulos da dívida agrária, cuja competência é da União.
b) sanção, que consiste em punição ao particular por sua conduta imobiliária inconstitucional,
mediante justa e prévia indenização, cuja competência é do Estado Gama.
c) confisco, que consiste na retirada do bem do patrimônio do particular com sua incorporação
ao patrimônio público, mediante justa e ulterior indenização, cuja competência é da União.
d) por utilidade social e com caráter sancionador, mediante ulterior e justa indenização a ser
paga por meio de precatório, cuja competência é do Município Alfa.
011. (FGV/TSJ (DPE RJ)/DPE RJ/2014) Um Município foi atingido por extraordinárias e
fortes chuvas no mês de janeiro de 2014, que deixaram centenas de desabrigados. Em razão
do iminente perigo público, inclusive diante da necessidade de remoção de diversas famí-
lias que moravam em área de risco, a administração pública municipal, após a lotação dos
prédios públicos disponíveis, viu-se obrigada a utilizar o prédio de uma escola particular. Por
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não concordar com a medida, João, o proprietário da escola particular, buscou orientação
jurídica, sendo informado de que se tratava de estado de calamidade pública, reconhecido
por decreto municipal, que autorizava a intervenção do Estado na propriedade particular, com
vistas à satisfação do interesse público. O instituto em tela se chama
a) servidão administrativa, tendo o particular direito à posterior indenização, se houver dano.
b) requisição, tendo o particular direito à indenização ulterior, se houver dano.
c) ocupação temporária, tendo o particular direito à posterior indenização, se houver dano.
d) ocupação temporária, tendo o particular direito à prévia indenização, independentemente da
comprovação do dano.
e) limitação administrativa, tendo o particular direito à indenização ulterior, independentemente
da comprovação do dano.
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d) (b) e (c);
e) (a), (b) e (d).
021. (FGV/OAB UNI NAC/OAB/EXAME ANUAL 1/2019) Determinado Município fez publi-
car decreto de desapropriação por utilidade pública de determinada área, com o objetivo de
construir um hospital, o que incluiu o imóvel de Ana. A proprietária aceitou o valor oferecido
pelo ente federativo, de modo que a desapropriação se consumou na via administrativa.
Após o início das obras, foi constatada a necessidade, de maior urgência, da instalação de uma
creche na mesma localidade, de modo que o Município alterou a destinação a ser conferida à
edificação que estava sendo erigida. Ana se arrependeu do acordo firmado com o poder público.
Diante dessa situação hipotética, na qualidade de advogado(a) de Ana, assinale a afirmati-
va correta.
a) Ana deverá ajuizar ação de retrocessão do imóvel, considerando que o Município não possui
competência para atuar na educação infantil, de modo que não poderia alterar a destinação do
bem expropriado para esta finalidade.
b) Cabe a Ana buscar a anulação do acordo firmado com o Município, que deveria ter ajuizado a
indispensável ação de desapropriação para consumar tal modalidade de intervenção do estado
na propriedade.
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c) O ordenamento jurídico não autoriza que Ana impugne a desapropriação amigável acordada
com o Município, porque a nova destinação conferida ao imóvel atende ao interesse público, a
caracterizar a chamada tredestinação lícita.
d) Ana deverá ajuizar ação indenizatória em face do ente federativo, com base na desapropria-
ção indireta, considerando que o Município não pode conferir finalidade diversa da constante
no decreto expropriatório.
022. (FGV/OAB UNI NAC/OAB/EXAME ANUAL 2/2019) O poder público, com fundamento
na Lei n. 8.987/1995, pretende conceder à iniciativa privada uma rodovia que liga dois gran-
des centros urbanos. O edital, publicado em maio de 2018, previu a duplicação das pistas e a
obrigação de o futuro concessionário desapropriar os terrenos necessários à ampliação. Por
se tratar de projeto antigo, o poder concedente já havia declarado, em janeiro de 2011, a utili-
dade pública das áreas a serem desapropriadas no âmbito do futuro contrato de concessão.
Com base na hipótese apresentada, assinale a afirmativa correta.
a) O ônus das desapropriações necessárias à duplicação da rodovia não pode ser do futuro
concessionário, mas sim do poder concedente.
b) O poder concedente e o concessionário só poderão adentrar os terrenos necessários à am-
pliação da rodovia após a conclusão do processo de desapropriação.
c) O decreto que reconheceu a utilidade pública dos terrenos caducou, sendo necessária a
expedição de nova declaração.
d) A declaração de utilidade pública pode ser emitida tanto pelo poder concedente quanto pelo
concessionário.
023. (FGV/OAB UNI NAC/OAB/EXAME ANUAL 2/2017) O Estado “X” pretende fazer uma
reforma administrativa para cortar gastos. Com esse intuito, espera concentrar diversas secre-
tarias estaduais em um mesmo prédio, mas não dispõe de um imóvel com a área necessária.
Após várias reuniões com a equipe de governo, o governador decidiu desapropriar, por utili-
dade pública, um enorme terreno de propriedade da União para construir o edifício desejado.
Sobre a questão apresentada, assinale a afirmativa correta.
a) A União pode desapropriar imóveis dos Estados, atendidos os requisitos previstos em lei,
mas os Estados não podem desapropriar imóveis da União.
b) Para que haja a desapropriação pelo Estado “X”, é imprescindível que este ente federado
demonstre, em ação judicial, estar presente o interesse público.
c) A desapropriação é possível, mas deve ser precedida de autorização legislativa dada pela
Assembleia Legislativa.
d) A desapropriação é possível, mas deve ser precedida de autorização legislativa dada pelo
Congresso Nacional.
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024. (FGV/OAB UNI NAC/OAB/EXAME ANUAL 2/2016) O Estado Beta pretende estabelecer
ligação viária entre dois municípios contíguos em seu território. Para tanto, mostra-se neces-
sária a desapropriação, por utilidade pública, de bem de propriedade de um dos municípios
beneficiários da obra.
Quanto à competência do Estado Beta para desapropriar bem público, assinale a afirmativa correta.
a) O Estado Beta não tem competência para desapropriar, por utilidade pública, bem municipal.
b) O Estado Beta não tem competência para desapropriar bens públicos.
c) O Estado Beta poderá desapropriar sem qualquer providência preliminar.
d) O Estado Beta poderá desapropriar mediante a respectiva autorização legislativa.
025. (FGV/EST FOR (MPE RJ)/MPE RJ/2016) O procedimento de direito público pelo qual
o Poder Público transfere para si a propriedade de terceiro, por razões de utilidade pública
ou de interesse social, normalmente mediante o pagamento de indenização, é chamado pelo
ordenamento jurídico de:
a) concessão;
b) desapropriação;
c) permissão;
d) cassação;
e) tombamento.
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a) retrocessão.
b) desdestinação.
c) adestinação.
d) desapropriação indireta.
e) tredestinação.
029. (FGV/AUD EST (CGE RJ)/CGE RJ/2011) O Prefeito do Município de Florestal está inte-
ressado em construir um hospital público e, devido à sua localização conveniente, pretende
fazê-lo em um terreno desocupado de propriedade do Estado em que localizado o Município.
Entretanto, em razão de divergências políticas, o Governador do Estado se recusa a ceder o
imóvel para a Prefeitura.
Considerando a situação hipotética narrada, indaga-se: é juridicamente possível ao Município
desapropriar o imóvel de propriedade do Estado?
a) Sim, pois o terreno público em questão encontra-se desafetado e, por isso, é passível de
desapropriação.
b) Sim, desde que mediante autorização legislativa e prévia indenização em dinheiro.
c) Sim, pois deve prevalecer, nesse caso, o interesse público municipal a justificar transferência
compulsória do bem para a construção do hospital.
d) Não, pois os bens públicos são imprescritíveis e, portanto, não são passíveis de desapropriação.
e) Não, pois a desapropriação de bens públicos submete-se a restrições, não sendo possível
ao Município desapropriar bens de propriedade dos Estados ou da União.
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034. (FGV/OAB UNI NAC/OAB/EXAME ANUAL 1/2017) O Município Beta foi assolado por
chuvas que provocaram o desabamento de várias encostas, que abalaram a estrutura de di-
versos imóveis, os quais ameaçam ruir, especialmente se não houver imediata limpeza dos
terrenos comprometidos.
Diante do iminente perigo público a residências e à vida de pessoas, o Poder Público deve,
prontamente, utilizar maquinário, que não consta de seu patrimônio, para realizar as medidas
de contenção pertinentes.
Assinale a opção que indica a adequada modalidade de intervenção na propriedade privada
para a utilização do maquinário necessário.
a) Requisição administrativa.
b) Tombamento.
c) Desapropriação.
d) Servidão administrativa.
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d) limitação administrativa;
e) desapropriação temporária.
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039. (FGV/AJ (TJ RO)/TJ RO/OFICIAL DE JUSTIÇA/2021) Em razão das fortes chuvas do
último mês de junho, determinada região do Município Alfa ficou totalmente alagada e muitas
famílias ficaram desabrigadas. Diante do iminente perigo público, o prefeito municipal usou
a propriedade privada de João, consistente em um amplo galpão que estava inutilizado, para
assentar as famílias atingidas por uma semana até a solução definitiva dada ao caso.
Na hipótese narrada, o prefeito se valeu da intervenção do Estado na propriedade chamada:
a) ocupação temporária, mediante prévia e justa indenização a João;
b) requisição administrativa, assegurada a João indenização ulterior, se houver dano;
c) desapropriação temporária, mediante imediata e justa indenização a João;
d) limitação administrativa, assegurada a João indenização ulterior, se houver dano;
e) servidão administrativa, assegurada a João indenização justa e posterior.
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041. (FGV/DEL POL (PC RN)/PC RN/2021) Ao cumprir mandados de busca e apreensão e
de prisão preventiva, a autoridade policial constatou que o endereço diligenciado se tratava
de propriedade urbana onde foram localizadas culturas ilegais de plantas psicotrópicas.
Em matéria de intervenção do Estado na propriedade, de acordo com a Constituição da Repú-
blica de 1988, o fato narrado poderá ensejar a:
a) desapropriação especial urbana, em que o imóvel será desapropriado, mediante pagamento
com títulos da dívida pública de emissão previamente aprovada pelo Senado Federal, com prazo
de resgate de até dez anos;
b) desapropriação confisco, em que o imóvel será expropriado e destinado à reforma agrária
e a programas de habitação popular, sem qualquer indenização ao proprietário e sem prejuízo
de outras sanções previstas em lei;
c) desapropriação por interesse social, em que o imóvel será desapropriado, mediante paga-
mento com títulos da dívida pública, com prazo de resgate de até dez anos, em parcelas anuais,
iguais e sucessivas;
d) expropriação sanção, em que o imóvel será desapropriado, e metade de todo e qualquer bem
de valor econômico apreendido em decorrência do tráfico ilícito de entorpecentes e drogas
afins será confiscado e reverterá a fundo especial com destinação específica, na forma da lei;
e) expropriação sanção, em que o imóvel será desapropriado com ulterior indenização, e todo
e qualquer bem de valor econômico apreendido em decorrência do tráfico ilícito de entorpe-
centes e drogas afins será confiscado e reverterá a fundo especial com destinação específica,
na forma da lei.
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044. (FGV/JE TJAM/TJ AM/2013) A única cidade‐sede da Copa do Mundo de 2014 na Região
Norte, Manaus (AM), também deve enfrentar casos de desapropriação para dar passagem
às obras da Copa. Estima‐se que mais de 100 imóveis devem ser afetados pelas obras ne-
cessárias à construção do monotrilho e do BRT (Bus Rapid Transit) que criarão corredores
exclusivos para ônibus, no intuito de desafogar o tráfego. No entanto, o Poder Público também
verificou que, com a construção do referido monotrilho, alguns imóveis, desnecessários ao
desenvolvimento da obra, iriam sofrer uma valorização extraordinária em razão da infraes-
trutura criada no entorno daquela área. Em razão de tal fato, decidiu incluí‐los no decreto de
declaração de utilidade pública da referida área, com expressa menção de que tais imóveis
seriam destinados à revenda.
Sobre a inclusão dos imóveis que irão sofrer uma valorização extraordinária no decreto expro-
priatório, assinale a afirmativa correta.
a) Trata‐se de hipótese de desapropriação por zona, autorizada por lei, e que consiste na inclusão
no decreto expropriatório de áreas que, embora não sejam necessárias à obra, se valorizarem
extraordinariamente, em consequência da realização do serviço.
b) Trata‐se de hipótese de desapropriação indireta, isto é, de apossamento administrativo sem
o devido processo legal que, contudo, não autoriza o particular a reivindicar o bem, mas tão
somente o pagamento de indenização.
c) Trata‐se de hipótese de tredestinação ilícita, na qual o Poder Público atua em desconformi-
dade com o plano inicialmente previsto no decreto expropriatório e transfere o bem à terceiro,
em claro desvio de finalidade.
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d) Trata‐se de hipótese de tredestinação lícita, pois nada obstante tenha se dado ao bem de-
sapropriado destino diverso daquele inicialmente planejado, manteve‐se o atendimento do
interesse público.
e) Os proprietários dos imóveis poderão exigir a aplicação do direito de extensão, isto é, que a
desapropriação inclua a área remanescente do bem, provando que sua utilização é despida de
qualquer valor econômico.
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GABARITO
1. b 17. E 33. a
2. d 18. E 34. a
3. a 19. E 35. b
4. c 20. E 36. b
5. c 21. c 37. b
6. c 22. c 38. c
7. a 23. a 39. b
8. d 24. d 40. d
9. a 25. b 41. b
10. b 26. c 42. b
11. b 27. e 43. b
12. d 28. b 44. a
13. c 29. e 45. d
14. c 30. a 46. a
15. b 31. e 47. d
16. b 32. d
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GABARITO COMENTADO
Na situação narrada, o Poder Público fez uso da forma de intervenção denominada servidão
administrativa, que, em breve síntese, consiste em um ônus real incidente sobre um bem parti-
cular com a finalidade de permitir que tal propriedade possua utilização pública.
Letra b.
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A remoção dos pacientes em razão do iminente perigo público ocorreu com base na requisição
administrativa, cujo fundamento consta no texto da Constituição Federal.
Art. 5º, XXV - No caso de iminente perigo público, a autoridade competente poderá usar de proprie-
dade particular, assegurada ao proprietário indenização ulterior, se houver dano.
Como regra geral, a requisição administrativa não gera o direito ao recebimento de indenização.
Contudo, em caso de dano, o proprietário terá direito ao recebimento de indenização ulterior.
Letra d.
003. (FGV/JE TJMG/TJ MG/2022) Com relação à requisição administrativa de leitos, medi-
camentos e insumos, feita pelo Poder Público, em razão de pandemia por COVID-19, assinale
a afirmativa correta.
a) Constitui limitação constitucional à propriedade privada, através de ato de império do Poder
Público, bastando a demonstração da necessidade e do perigo público iminente.
b) Na requisição administrativa será garantida a indenização prévia do dano ao particular.
c) Além do aspecto legal, o Poder Judiciário pode acrescentar outras medidas políticas que
entende cabíveis, a serem adotadas na requisição, além daquelas estabelecidas pelo Executivo.
d) Não cabe ao Poder Judiciário a fixação do valor da indenização, que deve ser estabelecida
posteriormente ao ato de intervenção na propriedade privada.
a) Certa. A requisição ocorre por meio de ato unilateral e autoexecutório. Logo, por implicar na
restrição temporária de um direito individual (o direito de propriedade), estamos diante de um
ato pautado no poder de império. O fundamento para o ato é a demonstração da necessidade
e do perigo público iminente.
b) Errada. A requisição administrativa apenas gera indenização em caso de dano, e, ainda assim,
de forma ulterior.
c) Errada. O Poder Judiciário não pode acrescentar outras medidas políticas que entende
cabíveis, medida que, se possível, implicaria no mérito administrativo, que é prerrogativa da
Administração Pública.
d) Errada. Na requisição, eventual indenização ocorre em momento posterior, e não de ma-
neira prévia.
Letra a.
004. (FGV/OAB UNI NAC/OAB/2022) A administração do Município Alfa está construindo uma
ponte para facilitar o acesso dos produtores rurais ao seu centro urbano. Para a realização da
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construção, o ente necessita utilizar a propriedade privada de Fernando, um terreno não edi-
ficado, vizinho à obra, enquanto perdurar a atividade de interesse público, para a qual não há
perigo iminente.
Considerando as modalidades de intervenção do Estado na propriedade, a administração do
Município Alfa deve
a) realizar o tombamento do bem de Fernando, mediante prévia e justa indenização em dinheiro,
diante da relevância da obra a ser realizada.
b) determinar a requisição administrativa do bem de Fernando, mediante indenização ulterior,
em caso de dano.
c) efetuar a ocupação temporária do bem de Fernando, passível de indenização pela utilização
do terreno em ação própria.
d) implementar uma servidão administrativa no bem de Fernando, mediante prévia e justa in-
denização em dinheiro, pelo sacrifício da propriedade.
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Constitui o patrimônio histórico e artístico nacional o conjunto dos bens móveis e imóveis existentes
no país e cuja conservação seja de interesse público, quer por sua vinculação a fatos memoráveis
da história do Brasil, quer por seu excepcional valor arqueológico ou etnográfico, bibliográfico ou
artístico.
Item II: Correto. De acordo com o artigo 14 da mencionada norma jurídica, consta a previsão de que
A coisa tombada não poderá sair do país, senão por curto prazo, sem transferência de domínio e
para fim de intercâmbio cultural, a juízo do Conselho Consultivo do Serviço do Patrimônio Histórico
e Artístico Nacional.
Item III: Correto. O item está de acordo com as disposições do artigo 5º da norma responsável
por estabelecer as regras relacionadas com o tombamento.
Art. 5º O tombamento dos bens pertencentes à União, aos Estados e aos Municípios se fará de
ofício, por ordem do diretor do Serviço do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional, mas deverá
ser notificado à entidade a quem pertencer, ou sob cuja guarda estiver a coisa tombada, afim de
produzir os necessários efeitos.
Letra c.
006. (FGV/JE TJMG/TJ MG/2022) O poder público necessitando, com urgência, construir um
anel viário ingressou em imóvel alheio vazio e passou a praticar a terraplanagem do terreno.
Assinale a opção que indica a ação adequada que o proprietário do imóvel pode mover em face
do poder público.
a) Ação de reintegração de posse, pois o esbulho equivale à própria perda da posse sobre o bem.
b) Ação de manutenção de posse, porque a turbação por atos da administração pública equivale
à perda total da posse.
c) Ação de desapropriação indireta, pois o poder público já ingressou no imóvel e pratica atos
de dono da área.
d) Ação de desapropriação, porque o proprietário, no futuro, poderá perder o título de propriedade
do imóvel, sem indenização.
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Na situação narrada, o Estado Delta, mesmo após ter editado decreto declarando o bem como
de utilidade pública, não adotou qualquer medida para dar início à fase executória da desapro-
priação. Logo, vencido o prazo de 5 anos, contados da data da expedição do respectivo decreto,
teremos a caducidade do ato declaratório de desapropriação.
Letra a.
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Mediante declaração de utilidade pública, todos os bens poderão ser desapropriados pela União,
pelos Estados, Municípios e Distrito Federal. A doutrina identifica, contudo, alguns exemplos de
bens que não podem ser desapropriados, tais como a moeda corrente do Brasil, as margens
dos rios navegáveis, as pessoas físicas e as pessoas jurídicas.
Em relação aos bens públicos, há sim a possibilidade de desapropriação, mas desde que a
medida ocorra do ente maior em relação ao bem do ente menor. Neste sentido, inclusive, é a
redação do §2º do artigo 2º do Decreto 3.365/1941.
Art. 2º, § 2º Os bens do domínio dos Estados, Municípios, Distrito Federal e Territórios poderão
ser desapropriados pela União, e os dos Municípios pelos Estados, mas, em qualquer caso, ao ato
deverá preceder autorização legislativa.
Letra d.
009. (FGV/OAB UNI NAC/OAB/2022) José é proprietário de imóvel rural de enorme dimen-
são, mas totalmente improdutivo, que vem sendo objeto de constantes desmatamentos à
revelia da legislação ambiental. O imóvel está localizado no Município Alfa do Estado Gama,
sendo certo que os órgãos ambientais de ambos os entes federativos já vêm atuando em
razão da supressão vegetal ilegal. Em seu imóvel, José não promove a utilização adequada
dos recursos naturais disponíveis e a preservação do meio ambiente, nem mesmo realiza seu
aproveitamento racional e adequado.
Por estar descumprindo sua função social, nos termos da CRFB/88, o imóvel de José pode ser
objeto de desapropriação
a) por interesse social, para fins de reforma agrária, mediante prévia e justa indenização em
títulos da dívida agrária, cuja competência é da União.
b) sanção, que consiste em punição ao particular por sua conduta imobiliária inconstitucional,
mediante justa e prévia indenização, cuja competência é do Estado Gama.
c) confisco, que consiste na retirada do bem do patrimônio do particular com sua incorporação
ao patrimônio público, mediante justa e ulterior indenização, cuja competência é da União.
d) por utilidade social e com caráter sancionador, mediante ulterior e justa indenização a ser
paga por meio de precatório, cuja competência é do Município Alfa.
Na situação descrita, o imóvel de José pode ser objeto de desapropriação por interesse social,
para fins de reforma agrária, mediante prévia e justa indenização em títulos da dívida agrária,
cuja competência é da União.
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Art. 184. Compete à União desapropriar por interesse social, para fins de reforma agrária, o imóvel
rural que não esteja cumprindo sua função social, mediante prévia e justa indenização em títulos
da dívida agrária, com cláusula de preservação do valor real, resgatáveis no prazo de até vinte anos,
a partir do segundo ano de sua emissão, e cuja utilização será definida em lei.
Letra a.
Art. 10-B. Feita a opção pela mediação ou pela via arbitral, o particular indicará um dos órgãos
ou instituições especializados em mediação ou arbitragem previamente cadastrados pelo órgão
responsável pela desapropriação.
b) Certa. Nos termos do artigo citado, Ademar e o Estado poderão submeter a controvérsia à
mediação ou à via arbitral. Neste caso, deverá Ademar indicar um dos órgãos ou instituições
especializados em mediação ou arbitragem previamente cadastrados pelo órgão responsável
pela desapropriação
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011. (FGV/TSJ (DPE RJ)/DPE RJ/2014) Um Município foi atingido por extraordinárias e
fortes chuvas no mês de janeiro de 2014, que deixaram centenas de desabrigados. Em razão
do iminente perigo público, inclusive diante da necessidade de remoção de diversas famí-
lias que moravam em área de risco, a administração pública municipal, após a lotação dos
prédios públicos disponíveis, viu-se obrigada a utilizar o prédio de uma escola particular. Por
não concordar com a medida, João, o proprietário da escola particular, buscou orientação
jurídica, sendo informado de que se tratava de estado de calamidade pública, reconhecido
por decreto municipal, que autorizava a intervenção do Estado na propriedade particular, com
vistas à satisfação do interesse público. O instituto em tela se chama
a) servidão administrativa, tendo o particular direito à posterior indenização, se houver dano.
b) requisição, tendo o particular direito à indenização ulterior, se houver dano.
c) ocupação temporária, tendo o particular direito à posterior indenização, se houver dano.
d) ocupação temporária, tendo o particular direito à prévia indenização, independentemente da
comprovação do dano.
e) limitação administrativa, tendo o particular direito à indenização ulterior, independentemente
da comprovação do dano.
Ainda que João não concorde com a medida, poderá o Poder Público, em razão da calamidade
mencionada pela questão, requisitar administrativamente o prédio de uma escola particular.
Posteriormente, em caso de dano, será devido a João o pagamento de uma indenização.
Letra b.
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No caso, estamos diante de um imóvel objeto de tombamento. A partir da medida, uma série
de obrigações passam a ser necessárias por parte do particular e do Poder Público.
a) Errada. Virgílio não poderá demolir o imóvel, que, conforme mencionado, encontra-se tombado.
b) Certa. Considerando que Virgílio comprovou não ter condições financeiras para arcar com os
custos da respectiva obra de recuperação, deverá a autoridade competente mandar executar a
recuperação da fachada tombada, às expensas da União.
c) Errada. Caso o particular não disponha de recursos para o pagamento dos custos da recu-
peração, a medida deve ser realizada pelo Poder Público.
d) Errada. Virgílio até pode realizar as obras necessárias, mas deve, antes disso, solicitar auto-
rização à autoridade competente.
Letra b.
O tombamento não tem vigência temporária, de forma que o bem tombado permanece com
esta característica, via de regra, até que ocorra eventual cancelamento.
Também não há necessidade de renovação do tombamento a cada alienação do imóvel. Ainda
que a alienação ocorra, o bem continua inscrito no Livro Tombo.
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No tombamento, não há necessidade de prévia indenização, uma vez que o particular continua
fazendo uso do bem em questão.
Importante salientar que o tombamento pode perfeitamente ser cancelado, conforme previsão
do Decreto-Lei 3.866/1941:
Artigo único. O Presidente da República, atendendo a motivos de interesse público, poderá determi-
nar, de ofício ou em grau de recurso, interposto pôr qualquer legítimo interessado, seja cancelado o
tombamento de bens pertencentes à União, aos Estados, aos municípios ou a pessoas naturais ou
jurídicas de direito privado, feito no Serviço do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional, de acordo
com o decreto-lei n. 25, de 30 de novembro de 1937.
Com base em tudo o que foi exposto, observa-se que a Letra B é o gabarito da questão.
Letra b.
O tombamento pode recair tanto sobre bens particulares quanto sobre bens públicos.
Errado.
Um mesmo bem pode ser tombado, por exemplo, por mais de um ente federativo. Logo, até
mesmo o ente que não detém a dominialidade do bem pode realizar o tombamento.
Errado.
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021. (FGV/OAB UNI NAC/OAB/EXAME ANUAL 1/2019) Determinado Município fez publi-
car decreto de desapropriação por utilidade pública de determinada área, com o objetivo de
construir um hospital, o que incluiu o imóvel de Ana. A proprietária aceitou o valor oferecido
pelo ente federativo, de modo que a desapropriação se consumou na via administrativa.
Após o início das obras, foi constatada a necessidade, de maior urgência, da instalação de uma
creche na mesma localidade, de modo que o Município alterou a destinação a ser conferida à
edificação que estava sendo erigida. Ana se arrependeu do acordo firmado com o poder público.
Diante dessa situação hipotética, na qualidade de advogado(a) de Ana, assinale a afirmati-
va correta.
a) Ana deverá ajuizar ação de retrocessão do imóvel, considerando que o Município não possui
competência para atuar na educação infantil, de modo que não poderia alterar a destinação do
bem expropriado para esta finalidade.
b) Cabe a Ana buscar a anulação do acordo firmado com o Município, que deveria ter ajuizado a
indispensável ação de desapropriação para consumar tal modalidade de intervenção do estado
na propriedade.
c) O ordenamento jurídico não autoriza que Ana impugne a desapropriação amigável acordada
com o Município, porque a nova destinação conferida ao imóvel atende ao interesse público, a
caracterizar a chamada tredestinação lícita.
d) Ana deverá ajuizar ação indenizatória em face do ente federativo, com base na desapropria-
ção indireta, considerando que o Município não pode conferir finalidade diversa da constante
no decreto expropriatório.
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a) Errada. A situação mencionada é caso de tredestinação lítica, haja vista que o Município, ain-
da que tenha modificado o objeto (construção de um hospital por construção de uma creche),
assim o fez em razão do interesse coletivo. E como a tredestinação é lícita, não há que se falar
em retrocessão.
b) Errada. A ação de desapropriação não é obrigatória, sendo que o processo pode perfeitamente
ser resolvido na órbita administrativa.
c) Certa. No caso, Ana não poderá impugnar a desapropriação acordada com o Poder Público,
uma vez que, por razões de ordem coletiva, o ente federativo optou por dar outra destinação ao
bem, fazendo uso do instituto da tredestinação lícita.
d) Errada. O Município pode conferir finalidade diversa da constante no decreto expropriatório,
desde que leve em conta, para isso, o interesse da coletividade. Trata-se da intitulada tredesti-
nação lícita.
Letra c.
022. (FGV/OAB UNI NAC/OAB/EXAME ANUAL 2/2019) O poder público, com fundamento
na Lei n. 8.987/1995, pretende conceder à iniciativa privada uma rodovia que liga dois gran-
des centros urbanos. O edital, publicado em maio de 2018, previu a duplicação das pistas e a
obrigação de o futuro concessionário desapropriar os terrenos necessários à ampliação. Por
se tratar de projeto antigo, o poder concedente já havia declarado, em janeiro de 2011, a utili-
dade pública das áreas a serem desapropriadas no âmbito do futuro contrato de concessão.
Com base na hipótese apresentada, assinale a afirmativa correta.
a) O ônus das desapropriações necessárias à duplicação da rodovia não pode ser do futuro
concessionário, mas sim do poder concedente.
b) O poder concedente e o concessionário só poderão adentrar os terrenos necessários à am-
pliação da rodovia após a conclusão do processo de desapropriação.
c) O decreto que reconheceu a utilidade pública dos terrenos caducou, sendo necessária a
expedição de nova declaração.
d) A declaração de utilidade pública pode ser emitida tanto pelo poder concedente quanto pelo
concessionário.
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Art. 10. A desapropriação deverá efetivar-se mediante acordo ou intentar-se judicialmente, dentro de
cinco anos, contados da data da expedição do respectivo decreto e findos os quais este caducará.
Neste caso, somente decorrido um ano, poderá ser o mesmo bem objeto de nova declaração.
d) Errada. A declaração de utilidade pública apenas pode ser emitida pelo poder concedente
(Poder Público), e não pelo concessionário.
Letra c.
023. (FGV/OAB UNI NAC/OAB/EXAME ANUAL 2/2017) O Estado “X” pretende fazer uma
reforma administrativa para cortar gastos. Com esse intuito, espera concentrar diversas secre-
tarias estaduais em um mesmo prédio, mas não dispõe de um imóvel com a área necessária.
Após várias reuniões com a equipe de governo, o governador decidiu desapropriar, por utili-
dade pública, um enorme terreno de propriedade da União para construir o edifício desejado.
Sobre a questão apresentada, assinale a afirmativa correta.
a) A União pode desapropriar imóveis dos Estados, atendidos os requisitos previstos em lei,
mas os Estados não podem desapropriar imóveis da União.
b) Para que haja a desapropriação pelo Estado “X”, é imprescindível que este ente federado
demonstre, em ação judicial, estar presente o interesse público.
c) A desapropriação é possível, mas deve ser precedida de autorização legislativa dada pela
Assembleia Legislativa.
d) A desapropriação é possível, mas deve ser precedida de autorização legislativa dada pelo
Congresso Nacional.
A regra geral é de que apenas o ente federativo de maior hierarquia pode desapropriar os bens
dos entes menores. Desta forma, a União pode desapropriar bens dos Estados, ao passo que
estes não podem desapropriar bens da União.
Art. 2º, § 2º Os bens do domínio dos Estados, Municípios, Distrito Federal e Territórios poderão
ser desapropriados pela União, e os dos Municípios pelos Estados, mas, em qualquer caso, ao ato
deverá preceder autorização legislativa.
Letra a.
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024. (FGV/OAB UNI NAC/OAB/EXAME ANUAL 2/2016) O Estado Beta pretende estabelecer
ligação viária entre dois municípios contíguos em seu território. Para tanto, mostra-se neces-
sária a desapropriação, por utilidade pública, de bem de propriedade de um dos municípios
beneficiários da obra.
Quanto à competência do Estado Beta para desapropriar bem público, assinale a afirmativa correta.
a) O Estado Beta não tem competência para desapropriar, por utilidade pública, bem municipal.
b) O Estado Beta não tem competência para desapropriar bens públicos.
c) O Estado Beta poderá desapropriar sem qualquer providência preliminar.
d) O Estado Beta poderá desapropriar mediante a respectiva autorização legislativa.
Art. 2º, § 2º Os bens do domínio dos Estados, Municípios, Distrito Federal e Territórios poderão
ser desapropriados pela União, e os dos Municípios pelos Estados, mas, em qualquer caso, ao ato
deverá preceder autorização legislativa.
Letra d.
025. (FGV/EST FOR (MPE RJ)/MPE RJ/2016) O procedimento de direito público pelo qual
o Poder Público transfere para si a propriedade de terceiro, por razões de utilidade pública
ou de interesse social, normalmente mediante o pagamento de indenização, é chamado pelo
ordenamento jurídico de:
a) concessão;
b) desapropriação;
c) permissão;
d) cassação;
e) tombamento.
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Basicamente, a tredestinação consiste na utilização do bem, após a sua incorporação pelo Poder
Público (resultante da desapropriação), em finalidade diversa daquela inicialmente prevista no
ato declaratório.
De acordo com a doutrina, tal situação pode dar ensejo à tredestinação lícita ou ilícita.
Teremos tredestinação lícita quando o bem, ainda que não tenha sido destinado para o fim
inicialmente previsto, tenha sido utilizado para outro projeto que também esteja relacionado
com as necessidades da coletividade.
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Situação oposta ocorre com a tredestinação ilícita, que ocorre quando o Poder Público não
dá a destinação devida ao bem expropriado, de forma que a destinação posterior não guarda
nenhuma relação com o interesse público.
Letra e.
Art. 2º, § 3º É vedada a desapropriação, pelos Estados, Distrito Federal, Territórios e Municípios de
ações, cotas e direitos representativos do capital de instituições e empresas cujo funcionamento
dependa de autorização do Governo Federal e se subordine à sua fiscalização, salvo mediante
prévia autorização, por decreto do Presidente da República.
Desta forma, a regra geral é a impossibilidade de desapropriação, pelos entes federativos “me-
nores”, de bens públicos da União. Em caráter de exceção, contudo, a desapropriação poderá
ocorrer mediante prévia autorização, por decreto, do Presidente da República, que é justamente
o que ocorre na questão.
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Sendo assim, a iniciativa do Poder Legislativo do Município Alfa para declarar a desapropriação
é válida, cumprindo ao respectivo Executivo praticar os atos necessários para sua efetivação.
Letra b.
029. (FGV/AUD EST (CGE RJ)/CGE RJ/2011) O Prefeito do Município de Florestal está inte-
ressado em construir um hospital público e, devido à sua localização conveniente, pretende
fazê-lo em um terreno desocupado de propriedade do Estado em que localizado o Município.
Entretanto, em razão de divergências políticas, o Governador do Estado se recusa a ceder o
imóvel para a Prefeitura.
Considerando a situação hipotética narrada, indaga-se: é juridicamente possível ao Município
desapropriar o imóvel de propriedade do Estado?
a) Sim, pois o terreno público em questão encontra-se desafetado e, por isso, é passível de
desapropriação.
b) Sim, desde que mediante autorização legislativa e prévia indenização em dinheiro.
c) Sim, pois deve prevalecer, nesse caso, o interesse público municipal a justificar transferência
compulsória do bem para a construção do hospital.
d) Não, pois os bens públicos são imprescritíveis e, portanto, não são passíveis de desapropriação.
e) Não, pois a desapropriação de bens públicos submete-se a restrições, não sendo possível
ao Município desapropriar bens de propriedade dos Estados ou da União.
A questão fez uso da regra geral, segundo a qual os entes de menor abrangência não podem
desapropriar bens dos entes maiores. De acordo com este entendimento, o Município, no caso
apresentado, não poderá desapropriar bem do Estado.
Art. 2º, § 2º Os bens do domínio dos Estados, Municípios, Distrito Federal e Territórios poderão
ser desapropriados pela União, e os dos Municípios pelos Estados, mas, em qualquer caso, ao ato
deverá preceder autorização legislativa.
É importante destacar, contudo, que o Decreto 3.365/1941 autoriza, mediante edição de decreto
do Presidente da República, a desapropriação, pelo Município, de bens da União.
Art. 2º, § 3º É vedada a desapropriação, pelos Estados, Distrito Federal, Territórios e Municípios de
ações, cotas e direitos representativos do capital de instituições e empresas cujo funcionamento
dependa de autorização do Governo Federal e se subordine à sua fiscalização, salvo mediante
prévia autorização, por decreto do Presidente da República.
Letra e.
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A instalação de uma rede elétrica para a execução de serviços públicos em uma área privada
é típico caso de servidão administrativa. Nesta forma de intervenção, o particular suporta um
ônus real em prol do interesse e da finalidade pública.
Letra a.
Apenas a Letra E retrata uma hipótese de servidão administrativa, ou seja, uma situação em
que o particular suporta um ônus real (a instalação de redes elétricas na sua propriedade) para
a execução de serviços públicos.
a) Errada. Estamos diante da requisição, medida interventiva utilizada com o objetivo de suprir
alguma demanda urgente do Poder Público.
b) e c) Erradas. As hipóteses são de ocupação temporária, ou seja, a utilização transitória de
bens particulares pelo Poder Público.
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E quando falamos em ônus real suportado pelo particular, a definição é a de servidão administrativa.
Letra d.
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Considerando que o Prefeito do Município Alfa editou decreto no qual informava que o Poder
Público utilizaria, por seis meses, os serviços e as instalações do único hospital privado da
região, estamos diante de uma hipótese de requisição administrativa.
A requisição administrativa é forma de intervenção na propriedade prevista no artigo 5º, XXV,
da Constituição Federal, sendo utilizada nas situações de iminente perigo público:
No caso de iminente perigo público, a autoridade competente poderá usar de propriedade particular,
assegurada ao proprietário indenização ulterior, se houver dano.
Importante destacar que a requisição não exige autorização do Poder Judiciário e acarreta o
dever de indenização posterior ao particular em caso de dano.
Letra a.
034. (FGV/OAB UNI NAC/OAB/EXAME ANUAL 1/2017) O Município Beta foi assolado por
chuvas que provocaram o desabamento de várias encostas, que abalaram a estrutura de di-
versos imóveis, os quais ameaçam ruir, especialmente se não houver imediata limpeza dos
terrenos comprometidos.
Diante do iminente perigo público a residências e à vida de pessoas, o Poder Público deve,
prontamente, utilizar maquinário, que não consta de seu patrimônio, para realizar as medidas
de contenção pertinentes.
Assinale a opção que indica a adequada modalidade de intervenção na propriedade privada
para a utilização do maquinário necessário.
a) Requisição administrativa.
b) Tombamento.
c) Desapropriação.
d) Servidão administrativa.
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No caso de iminente perigo público, a autoridade competente poderá usar de propriedade particular,
assegurada ao proprietário indenização ulterior, se houver dano.
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Uma hipótese de requisição, como retratado na Letra B, é a de utilização de imóvel, dos equipa-
mentos e dos serviços médicos de determinado hospital privado em situação de alagamento
de toda a cidade em estado de calamidade pública reconhecido oficialmente, por decreto do
Executivo.
Letra b.
039. (FGV/AJ (TJ RO)/TJ RO/OFICIAL DE JUSTIÇA/2021) Em razão das fortes chuvas do
último mês de junho, determinada região do Município Alfa ficou totalmente alagada e muitas
famílias ficaram desabrigadas. Diante do iminente perigo público, o prefeito municipal usou
a propriedade privada de João, consistente em um amplo galpão que estava inutilizado, para
assentar as famílias atingidas por uma semana até a solução definitiva dada ao caso.
Na hipótese narrada, o prefeito se valeu da intervenção do Estado na propriedade chamada:
a) ocupação temporária, mediante prévia e justa indenização a João;
b) requisição administrativa, assegurada a João indenização ulterior, se houver dano;
c) desapropriação temporária, mediante imediata e justa indenização a João;
d) limitação administrativa, assegurada a João indenização ulterior, se houver dano;
e) servidão administrativa, assegurada a João indenização justa e posterior.
Ao utilizar a propriedade privada de João, consistente em um amplo galpão que estava inutilizado,
o prefeito se valeu da intervenção do Estado na propriedade chamada requisição administrativa.
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Nesta forma de intervenção, o particular apenas terá direito a receber a indenização, de caráter
ulterior, em caso de dano.
Art. 5º, XXV - no caso de iminente perigo público, a autoridade competente poderá usar de proprie-
dade particular, assegurada ao proprietário indenização ulterior, se houver dano;
Letra b.
Na situação descrita, o Prefeito municipal, diante do iminente perigo público, determinou a imediata
utilização de um galpão abandonado, de propriedade de João, para assentar as famílias atingi-
das. Logo, fez uso o Chefe do Poder Executivo da forma de intervenção denominada requisição
administrativa, segundo a qual será assegurada a João indenização ulterior, se houver dano.
Art. 5º, XXV - no caso de iminente perigo público, a autoridade competente poderá usar de proprie-
dade particular, assegurada ao proprietário indenização ulterior, se houver dano;
Letra d.
041. (FGV/DEL POL (PC RN)/PC RN/2021) Ao cumprir mandados de busca e apreensão e
de prisão preventiva, a autoridade policial constatou que o endereço diligenciado se tratava
de propriedade urbana onde foram localizadas culturas ilegais de plantas psicotrópicas.
Em matéria de intervenção do Estado na propriedade, de acordo com a Constituição da Repú-
blica de 1988, o fato narrado poderá ensejar a:
a) desapropriação especial urbana, em que o imóvel será desapropriado, mediante pagamento
com títulos da dívida pública de emissão previamente aprovada pelo Senado Federal, com prazo
de resgate de até dez anos;
b) desapropriação confisco, em que o imóvel será expropriado e destinado à reforma agrária
e a programas de habitação popular, sem qualquer indenização ao proprietário e sem prejuízo
de outras sanções previstas em lei;
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c) desapropriação por interesse social, em que o imóvel será desapropriado, mediante paga-
mento com títulos da dívida pública, com prazo de resgate de até dez anos, em parcelas anuais,
iguais e sucessivas;
d) expropriação sanção, em que o imóvel será desapropriado, e metade de todo e qualquer bem
de valor econômico apreendido em decorrência do tráfico ilícito de entorpecentes e drogas
afins será confiscado e reverterá a fundo especial com destinação específica, na forma da lei;
e) expropriação sanção, em que o imóvel será desapropriado com ulterior indenização, e todo
e qualquer bem de valor econômico apreendido em decorrência do tráfico ilícito de entorpe-
centes e drogas afins será confiscado e reverterá a fundo especial com destinação específica,
na forma da lei.
Ao constatar que que o endereço diligenciado se tratava de propriedade urbana onde foram loca-
lizadas culturas ilegais de plantas psicotrópicas, o fato poderá ensejar a desapropriação confisco.
Nesta modalidade de desapropriação, o imóvel será expropriado e destinado à reforma agrária
e a programas de habitação popular, sem qualquer indenização ao proprietário e sem prejuízo
de outras sanções previstas em lei, nos termos da Constituição Federal.
Art. 243. As propriedades rurais e urbanas de qualquer região do País onde forem localizadas
culturas ilegais de plantas psicotrópicas ou a exploração de trabalho escravo na forma da lei serão
expropriadas e destinadas à reforma agrária e a programas de habitação popular, sem qualquer
indenização ao proprietário e sem prejuízo de outras sanções previstas em lei, observado, no que
couber, o disposto no art. 5º.
Letra b.
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c) reintegração de posse por tredestinação ilícita, por desvio de finalidade, que visa à justa e
posterior indenização, a ser paga por meio de precatório.
d) interdito proibitório por desvio de finalidade, que gera direito à justa e imediata indenização,
exigível quando do trânsito em julgado da ação.
É inegável, com base na situação narrada, que houve desapropriação indireta por parte da Po-
der Público. A desapropriação indireta configura um fato administrativo onde o Poder Público
apropria-se de um bem particular sem realizar a declaração expropriatória ou sem o pagamento
da indenização.
Neste caso, deverá o particular ajuizar uma ação de indenização por desapropriação indireta,
que terá como finalidade a justa e posterior indenização. Isso ocorre na medida em que os bens
desapropriados, quando já tiverem sido incorporados à Fazenda Pública, não podem ser objeto
de reivindicação.
Art. 35. Os bens expropriados, uma vez incorporados à Fazenda Pública, não podem ser objeto de
reivindicação, ainda que fundada em nulidade do processo de desapropriação e qualquer ação,
julgada procedente, resolver-se-á em perdas e danos.
Assim, a ação ajuizada por Luciano terá por finalidade a justa e posterior indenização. E como
estamos diante da Fazenda Pública, os valores serão pagos, após a decisão judicial transitar
em julgado, de acordo com a sistemática dos precatórios.
Letra b.
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Art. 2º, § 2º Os bens do domínio dos Estados, Municípios, Distrito Federal e Territórios poderão
ser desapropriados pela União, e os dos Municípios pelos Estados, mas, em qualquer caso, ao ato
deverá preceder autorização legislativa.
Contudo, quando estivermos diante de decreto autorizativo do Chefe do Poder Executivo Federal,
assim como afirmado pela questão, a desapropriação se torna possível.
Art. 2º, § 3º É vedada a desapropriação, pelos Estados, Distrito Federal, Territórios e Municípios de
ações, cotas e direitos representativos do capital de instituições e empresas cujo funcionamento
dependa de autorização do Governo Federal e se subordine à sua fiscalização, salvo mediante
prévia autorização, por decreto do Presidente da República.
Neste contexto, e tomando por base as informações do enunciado da questão, é correto afirmar
que a iniciativa do Poder Legislativo do Município Alfa para declarar a desapropriação é válida,
devendo o Poder Executivo praticar os atos necessários para a respectiva efetivação.
Letra b.
044. (FGV/JE TJAM/TJ AM/2013) A única cidade‐sede da Copa do Mundo de 2014 na Região
Norte, Manaus (AM), também deve enfrentar casos de desapropriação para dar passagem
às obras da Copa. Estima‐se que mais de 100 imóveis devem ser afetados pelas obras ne-
cessárias à construção do monotrilho e do BRT (Bus Rapid Transit) que criarão corredores
exclusivos para ônibus, no intuito de desafogar o tráfego. No entanto, o Poder Público também
verificou que, com a construção do referido monotrilho, alguns imóveis, desnecessários ao
desenvolvimento da obra, iriam sofrer uma valorização extraordinária em razão da infraes-
trutura criada no entorno daquela área. Em razão de tal fato, decidiu incluí‐los no decreto de
declaração de utilidade pública da referida área, com expressa menção de que tais imóveis
seriam destinados à revenda.
Sobre a inclusão dos imóveis que irão sofrer uma valorização extraordinária no decreto expro-
priatório, assinale a afirmativa correta.
a) Trata‐se de hipótese de desapropriação por zona, autorizada por lei, e que consiste na inclusão
no decreto expropriatório de áreas que, embora não sejam necessárias à obra, se valorizarem
extraordinariamente, em consequência da realização do serviço.
b) Trata‐se de hipótese de desapropriação indireta, isto é, de apossamento administrativo sem
o devido processo legal que, contudo, não autoriza o particular a reivindicar o bem, mas tão
somente o pagamento de indenização.
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A desapropriação por zonas, também conhecida como desapropriação extensiva, é aquela que
ocorre nas situações em que o processo de desapropriação deve se estender além do imóvel
anteriormente declarado como de utilidade pública. Por isso mesmo, a doutrina costuma concei-
tuar a desapropriação por zonas como uma das espécies de desapropriação de interesse social.
No caso apresentado, o Poder Público verificou que alguns imóveis, desnecessários ao desen-
volvimento da obra, iriam sofrer uma valorização extraordinária em razão da infraestrutura criada
no entorno daquela área. Em razão de tal fato, decidiu incluí‐los no decreto de declaração de
utilidade pública da referida área, com expressa menção de que tais imóveis seriam destinados
à revenda.
Logo, estamos, no caso mencionado, diante da hipótese de desapropriação por zona, autori-
zada por lei, e que consiste na inclusão, no decreto expropriatório, de áreas que, embora não
sejam necessárias à obra, se valorizarem extraordinariamente em consequência da realização
do serviço.
Letra a.
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d) Declarar de utilidade pública os bens necessários a execução dos serviços, podendo delegar
a concessionária poderes para a promoção da desapropriação, sendo o pagamento da indeni-
zação nesse caso incumbência da concessionária.
e) A desapropriação de bens para a prestação do serviço, sempre que for necessária, deverá
ser feita pelo poder concedente à custa da concessionária.
A questão exige o conhecimento das regras relacionadas com a desapropriação para fins de servi-
ços públicos. Neste sentido, de acordo com o artigo 29 da Lei 8.987/1995, temos a seguinte previsão:
Letra d.
Art. 5º, XXIV - a lei estabelecerá o procedimento para desapropriação por necessidade ou utilidade
pública, ou por interesse social, mediante justa e prévia indenização em dinheiro, ressalvados os
casos previstos nesta Constituição;
Letra a.
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a) Errada. Diferente do que afirmado, os bens gravados com inalienabilidade poderão perfeita-
mente ser desapropriados.
b) Errada. Neste caso, a indenização será feita mediante títulos da dívida pública de emissão
previamente aprovada pelo Senado Federal, com prazo de resgate de até dez anos.
Art. 182, § 4º É facultado ao Poder Público municipal, mediante lei específica para área incluída no
plano diretor, exigir, nos termos da lei federal, do proprietário do solo urbano não edificado, subutili-
zado ou não utilizado, que promova seu adequado aproveitamento, sob pena, sucessivamente, de:
III – desapropriação com pagamento mediante títulos da dívida pública de emissão previamente
aprovada pelo Senado Federal, com prazo de resgate de até dez anos, em parcelas anuais, iguais
e sucessivas, assegurados o valor real da indenização e os juros legais.
c) Errada. A desapropriação para fins de reforma agrária será feita mediante prévia e justa in-
denização em títulos da dívida agrária.
Art. 184. Compete à União desapropriar por interesse social, para fins de reforma agrária, o imóvel
rural que não esteja cumprindo sua função social, mediante prévia e justa indenização em títulos
da dívida agrária, com cláusula de preservação do valor real, resgatáveis no prazo de até vinte anos,
a partir do segundo ano de sua emissão, e cuja utilização será definida em lei.
d) Certa. A alternativa está de acordo com o artigo 35 do Decreto 3.365/1941, que estabelece que
Os bens expropriados, uma vez incorporados à Fazenda Pública, não podem ser objeto de reivin-
dicação, ainda que fundada em nulidade do processo de desapropriação. Qualquer ação, julgada
procedente, resolver-se-á em perdas e danos.
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Diogo Surdi é formado em Administração Pública e é professor de Direito Administrativo em concursos
públicos, tendo sido aprovado para vários cargos, dentre os quais se destacam: Auditor-Fiscal da Receita
Federal do Brasil (2014), Analista Judiciário do TRT-SC (2013), Analista Tributário da Receita Federal do
Brasil (2012) e Técnico Judiciário dos seguintes órgãos: TRT-SC, TRT-RS, TRE-SC, TRE-RS, TRT-MS e MPU.
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