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DIREITO

ADMINISTRATIVO
Intervenção do Estado na Propriedade
Privada

Livro Eletrônico
Direito Administrativo
Intervenção do Estado na Propriedade Privada
Diogo Surdi

Sumário
Apresentação......................................................................................................................................................................4
Intervenção do Estado na Propriedade Privada.............................................................................................5
1. Fundamento da Intervenção do Poder Público...........................................................................................5
2. Competência para Intervir......................................................................................................................................6
3. Modalidades de Intervenção. . ...............................................................................................................................7
4. Servidão Administrativa. . ........................................................................................................................................8
4.1. Formas de Instituição.. ...........................................................................................................................................9
4.2. Indenização.............................................................................................................................................................. 10
4.3. Extinção.......................................................................................................................................................................11
4.4. Características.........................................................................................................................................................11
5. Limitações Administrativas.. ...............................................................................................................................12
5.1. Área “Non Aedificandi”.......................................................................................................................................14
5.2. Diferenças entre a Servidão e as Limitações Administrações....................................................15
6. Ocupação Temporária. . ............................................................................................................................................16
6.1. Características e Possibilidade de Indenização...................................................................................16
6.2. Instituição e Extinção.. ........................................................................................................................................17
7. Requisição Administrativa. . .................................................................................................................................17
7.1. Hipóteses de Requisição. . ..................................................................................................................................17
7.2. Instituição..................................................................................................................................................................18
8. Tombamento.................................................................................................................................................................19
8.1. Fundamento...............................................................................................................................................................19
8.2. Bens Objeto de Tombamento..........................................................................................................................19
8.3. Competência.............................................................................................................................................................21
8.4. Espécies de Tombamento................................................................................................................................ 22
8.5. Procedimento (Instituição, Indenização e Extinção).......................................................................23
8.6. Efeitos do Tombamento....................................................................................................................................25
9. Desapropriação. . ........................................................................................................................................................26

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9.1. Competência.............................................................................................................................................................26
9.2 Hipóteses.................................................................................................................................................................... 28
9.3. Desapropriação Indireta ou Apossamento Administrativo.........................................................36
9.4. Desapropriação por Zonas..............................................................................................................................37
9.5. Bens Desapropriáveis........................................................................................................................................38
9.6. Direito de Extensão.............................................................................................................................................39
9.7. Retrocessão. . ...........................................................................................................................................................40
9.8. Tredestinação..........................................................................................................................................................41
Resumo................................................................................................................................................................................42
Mapa Mental.....................................................................................................................................................................45
Questões de Concurso................................................................................................................................................47
Gabarito...............................................................................................................................................................................65
Gabarito Comentado....................................................................................................................................................66

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Apresentação
Olá, pessoal, tudo bem? Espero que sim!
Na aula de hoje, estudaremos a Intervenção do Estado na Propriedade Privada, um dos
assuntos mais interessantes do Direito Administrativo e decorrência direta do princípio da
Supremacia do Interesse Público.
Grande Abraço a todos e boa aula!
Diogo

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INTERVENÇÃO DO ESTADO NA PROPRIEDADE


PRIVADA

1. Fundamento da Intervenção do Poder Público


A finalidade maior do Poder Público é satisfazer os interesses da coletividade. Para que
isso seja possível, dispõe o Estado de uma série de mecanismos e prerrogativas que lhe as-
seguram uma posição de superioridade na relação com os particulares.
O fundamento para tal peculiaridade, como já mencionado, é o dever que o Estado possui
de garantir certos direitos para toda a população.
No entanto, nem sempre o Estado consegue garantir todos estes direitos apenas com
a realização de ações diretas. Por ações diretas podemos entender todas as prestações de
serviços públicos que são ofertados à população.
Neste caso, como forma de conseguir realizar o seu objetivo maior (satisfação do povo e
bem-estar coletivo) é que nosso ordenamento estabelece a possibilidade do Estado intervir na
propriedade privada, seja limitando o seu uso ou, em situações mais específicas, suprimindo
um bem de terceiros e incorporando ao seu próprio patrimônio.
José dos Santos Carvalho Filho apresenta uma importante definição sobre a possibilidade
de intervenção do Poder Público na propriedade privada:

De forma sintética, podemos considerar intervenção do Estado na propriedade toda e qualquer


atividade estatal que, amparada em lei, tenha por fim ajustá-la aos inúmeros fatores exigidos pela
função social a que está condicionada. Extrai-se dessa noção que qualquer ataque à propriedade,
que não tenha esse objetivo, estará contaminado de irretorquível ilegalidade. Trata-se, pois, de
pressuposto constitucional do qual não pode afastar-se a Administração.

Dessa forma, temos que o fundamento para a intervenção na propriedade particular está
estabelecido em diversos pontos da Constituição Federal, dentre os quais merece destaque
os seguintes incisos do artigo 5º:

Art. 5º, XXII - é garantido o direito de propriedade;


XXIII – a propriedade atenderá a sua função social;
XXIV – a lei estabelecerá o procedimento para desapropriação por necessidade ou utilidade públi-
ca, ou por interesse social, mediante justa e prévia indenização em dinheiro, ressalvados os casos
previstos nesta Constituição;
XXV – no caso de iminente perigo público, a autoridade competente poderá usar de propriedade
particular, assegurada ao proprietário indenização ulterior, se houver dano;

Com base nos incisos apresentados, percebe-se que a propriedade, enquanto direito do
cidadão, não se trata de um direito absoluto, mas sim de um direito relativo, condicionado ao
atendimento do bem-estar coletivo.

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EXEMPLO
João Carlos, após conseguir a aprovação no concurso que era o seu sonho, adquiriu um imóvel
localizado no centro da cidade. Um mês após a aquisição, o Corpo de Bombeiros é chamado
para controlar um incêndio que ocorrera em um imóvel vizinho ao de João.
Lá chegando, percebe a autoridade que é necessário utilizar o imóvel de João para facilitar a
passagem dos equipamentos necessários à rápida contenção do fogo.
Nesta situação, não poderá João criar obstáculo à atuação do Corpo de Bombeiros, uma vez
que o direito à propriedade, conforme mencionado, é relativo. E isso ocorre porque o que está
em jogo, neste caso, não é o seu direito, mas sim o interesse de toda a população, que poderia
ser lesada caso o incêndio não fosse combatido rapidamente.

Assim, pode-se afirmar que a intervenção estatal possui dois fundamentos de validade: o
princípio da supremacia do interesse público e a função social da propriedade.

Supremacia do Interesse Público


Fundamentos da
Intervenção da
Propriedade Privada
Função Social da Propriedade

2. Competência para Intervir


No que se refere à competência para a intervenção na propriedade particular, temos que
fazer uma diferenciação entre a capacidade de legislar e a capacidade de editar atos que
impliquem em supressão ou restrição do direito da propriedade.
A competência para legislar, neste sentido, pode ser entendida como a capacidade de es-
tabelecer as diretrizes a serem observadas quando da realização de qualquer uma das formas
de intervenção. Tal competência, em nosso ordenamento, é privativa da União, conforme se
observa do artigo 22, II e III da Constituição Federal:

Art. 22, Compete privativamente à união legislar sobre:


II – desapropriação;
III – requisições civis e militares, em caso de iminente perigo e em tempo de guerra;

Tal competência, no entanto, não quer dizer que apenas a União é que poderá realizar os
diversos atos de intervenção na propriedade particular. Se assim o fosse, estariam os demais
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entes federativos impossibilitados de realizar, por exemplo, o tombamento de um bem histórico,


ou então de requisitar a utilização de uma propriedade particular em situações de emergência.
Assim, ainda que a União seja o único ente que possa legislar sobre as diversas formas de
intervenção, todos os entes federativos (União, Estados, Distrito Federal e Municípios) podem
praticar atos necessários à realização da intervenção.
Em outras palavras, temos que todos os entes federativos possuem a competência admi-
nistrativa para intervir na propriedade.

EXEMPLO
Uma lei que estabeleça as normas observáveis acerca da desapropriação, obrigatoriamente
deve ser editada pela União. (Competência Legislativa)
Dentro das hipóteses previstas na norma, todos os entes federativos poderão realizar a desa-
propriação, praticando, para isso, diversos atos necessários à realização do procedimento, tais
como a declaração de utilidade pública e a ação expropriatória. (Competência Administrativa).

Dessa forma, podemos memorizar as competências da seguinte forma:

Competência para Competência para


legislar sobre executar os atos de
intervenção: intervenção: União,
União Estados, DF e Municípios

3. Modalidades de Intervenção
No que se refere às modalidades de Intervenção, nossa doutrina tem identificado duas
situações:
a) Intervenção restritiva: Como o próprio nome sugere, são situações em que o Poder
Público apenas restringe o direito de propriedade, sem retirá-la do âmbito particular.
Como exemplo, podemos citar as situações de servidão, requisição, tombamento, ocupa-
ção temporária e limitações administrativas. Em todas elas, o particular não perde o direito
de propriedade, que continua sendo sua, devendo apenas suportar uma situação determinada
pela administração.

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b) Intervenção supressiva: Neste caso, o Poder Público transfere a propriedade particular


para o seu patrimônio. Com isso, a propriedade deixa de pertencer ao particular, que recebe,
como regra, um valor a título de indenização. Como exemplo de intervenção supressiva temos
a desapropriação.

Intervenção Intervenção
Restritiva Supressiva

Servidão
Administrativa Desapropriação
Ocupação Temporária
Requisição
Administrativa
Limitações
Administrativas
Tombamento

4. Servidão Administrativa
A Servidão Administrativa pode ser conceituada como um ônus real incidente sobre um
bem particular com a finalidade de permitir que tal propriedade possua utilização pública.
Por estarmos diante de um ônus real (e não pessoal), não teremos a extinção da inter-
venção com o falecimento do proprietário ou com a alienação do bem objeto da restrição,
situações que ocorreriam caso a servidão fosse um ônus de caráter pessoal.

EXEMPLO
Uma situação clássica de servidão administrativa ocorre quando uma casa, estrategicamente
localizada na esquina entre duas importantes avenidas de uma cidade, é utilizada pelo Poder
Público para a fixação de uma placa, em sua parte externa, com o nome das duas avenidas.
Em tal situação, toda a coletividade foi beneficiada (uma vez que passou a dispor de uma melhor
forma de localização), ao passo que a propriedade não deixou de pertencer ao particular, que
apenas teve que suportar a fixação das placas.

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4.1. Formas de Instituição


A servidão administrativa pode ser instituída por três formas distintas, a saber:
a) por lei;
b) por acordo entre as partes (particular e Poder Público);
c) por decisão judicial, quando não houver acordo entre as partes;
Importante salientar que parte da doutrina, dentre os quais se inclui José dos Santos
Carvalho Filho, entende que a servidão não pode ser constituída por lei, uma vez que esta,
enquanto norma abstrata e capaz de inovar no ordenamento jurídico, abrange usuários in-
determinados, que são todos aqueles que se encontram dentro do seu campo de atuação.
Assim, entendem tais autores que se fosse admitido que a servidão administrativa pudesse
ser instituída por lei, estaríamos diante de uma situação em que propriedades indeterminadas
seriam abrangidas pelo ônus, descaracterizando a servidão, que, como veremos, possui dentre
as suas principais características o fato de recair sobre um bem imóvel específico.
Não obstante tais entendimentos, o certo é que diversas são as leis que instituem servi-
dões administrativas, motivo pelo qual devemos considerar que as leis podem perfeitamente
constituir tais restrições.
Como a servidão administrativa se caracteriza pela utilização de um bem particular como
forma de prestação de um serviço público à população, não há que se falar em coercibilida-
de. Dessa forma, a administração tenta, em um primeiro momento, firmar um acordo com o
particular. Caso este se revele impossível, a questão será decidida pela via judicial.
Em ambas as situações (por acordo entre as partes ou por decisão judicial) faz-se neces-
sário a edição prévia de um ato que declare o bem como de utilidade pública. Na servidão
constituída por meio de lei, e considerando que a publicidade desta tem a finalidade de tornar
público à medida que está sendo adotada, não há a necessidade de declaração prévia.

EXEMPLO
A administração municipal deseja constituir uma servidão administrativa na propriedade de Elias,
uma vez que tal imóvel está localizado em uma área estratégica para a passagem de linhas de
transmissão de energia elétrica.
Duas são as possibilidades para o Poder Público:
- Editar uma lei instituindo a servidão administrativa e fundamentando tal ação com base na
necessidade de utilizar a propriedade de Elias;
- Editar um ato declarando que a propriedade de Elias é estratégica para a passagem das linhas
de transmissão de energia elétrica e, posteriormente, propor um acordo com Elias, oportunidade
em que estabelecerá todas as condições da futura servidão;
Nesta última hipótese, caso Elias aceite o acordo, a servidão é instituída. Caso, porém, não haja
acordo com Elias, teremos uma decisão judicial como forma de sanar o impasse.

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Entretanto, podemos ter a situação em que o Poder Público passa a utilizar o bem parti-
cular de forma ilegítima, ou seja, sem a observância dos procedimentos legais. Tomando por
base a situação acima descrita, um exemplo de atuação ilegítima da administração seria a
utilização do bem, com a passagem das linhas de transmissão, sem a constituição de servidão
administrativa ou sem a edição do ato que declarasse a propriedade como de utilidade pública.
Nestas situações, pode o particular recorrer ao Poder Judiciário como forma de sanar a
irregularidade.
Nas hipóteses em que a servidão for constituída por meio de acordo ou mediante decisão
judicial, torna-se necessário a inscrição da servidão administrativa no Cartório de Registro de
Imóveis, oportunidade em que a restrição passa a ter efeitos erga omnes e ser do conheci-
mento de todos. Quando a servidão for instituída por lei, no entanto, não há necessidade de
registro, uma vez que a publicação da norma no meio oficial faz como que esta chegue ao
conhecimento de toda a população.
Podemos sintetizar as hipóteses de constituição de servidão administrativa, bem como
os seus efeitos, por meio do quadro abaixo:

Instituição por decisão


Instituição por lei Instituição por acordo
judicial
Não há necessidade de edição
Deve haver a edição de ato Deve haver a edição de ato
de ato declaratório de utilidade
declaratório de utilidade pública declaratório de utilidade pública
pública
Para a produção de efeitos, Para a produção de efeitos,
Para a produção de efeitos, basta a
necessita da inscrição no Registro necessita da inscrição no Registro
publicação da lei no meio oficial
de Imóveis de Imóveis

4.2. Indenização
Em regra, a Servidão Administrativa não gera o direito à indenização do particular, uma
vez que se trata de uma restrição que não acarreta danos à propriedade. Apenas nos casos
em que a atuação do Poder Público der ensejo a prejuízos reconhecidamente comprovados
é que a indenização será devida, e, ainda assim, caberá ao particular provar que os danos
ocorridos foram resultado da atuação estatal.
Neste sentido, merece destaque a Súmula 56 do STJ, editada com a finalidade de garantir
o direito à indenização do particular nas situações em que a atuação do Poder Público, tra-
vestida de servidão administrativa, ficar caracterizada como desapropriação.
Em tais situações, o Poder Público alega estar fazendo uso do instituto da servidão. No
entanto, o que se verifica na prática é a supressão da propriedade, de forma que o bem passa
a ser da administração pública e a causar prejuízos ao particular. Vejamos o teor da mencio-
nada súmula:

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JURISPRUDÊNCIA
Súmula 56 – STJ: Na desapropriação para instituir servidão administrativa são devidos
os juros compensatórios pela limitação de uso da propriedade.

4.3. Extinção
Uma vez que a servidão não acarreta, como regra, prejuízos à propriedade do particular
(não gerando, por isso mesmo, direito à indenização), a sua constituição é revestida do caráter
de perpetuidade, de forma a não haver um prazo estipulado para o seu término.
As causas que podem dar ensejo à extinção da servidão, de acordo com a doutrina ma-
joritária, são as seguintes:
a) Desaparecimento do bem gravado;
b) Transformação do bem em algo que o torne incompatível com o seu destino;
c) Incorporação do bem ao patrimônio público;

4.4. Características
Podemos relacionar as características atribuídas as servidões administrativas por meio
do quadro abaixo:

Trata-se de um
ônus REAL

Intituída por lei, Em regra, não gera


por acordo ou por
SERVIDÃO
direito a
decisão judicial ADMINISTRATIVA Indenização

Caráter de
Perpetuidade

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001. (FGV/PROC (PAULÍNIA)/PREF PAULÍNIA/2016) Com objetivo de desenvolver e expandir


o fornecimento de energia elétrica em determinado município, a Administração Pública veri-
fica ser necessária a passagem de fios de eletricidade por determinada propriedade privada,
impondo ao particular o dever de suportar a conduta de instalação e utilização de parte de
seu bem imóvel.
Sobre a hipótese, assinale a opção que indica a modalidade correta de intervenção do Estado
na propriedade privada.
a) Desapropriação
b) Tombamento
c) Limitação administrativa
d) Ocupação temporária
e) Servidão administrativa

A servidão administrativa pode ser conceituada como um ônus real incidente sobre um
bem particular com a finalidade de permitir que tal propriedade passe a ter utilização pública.
No caso apresentado, observe que o particular tem o dever de suportar a conduta de
instalação e utilização de parte de seu bem imóvel. Via de regra, a servidão não enseja o pa-
gamento de indenização, exceto se houver comprovado prejuízo ao particular.
Letra e.

5. Limitações Administrativas
As limitações administrativas podem ser conceituadas como determinações de caráter
geral, unilaterais e gratuitas. Por meio delas, o Estado impõe a adoção de um determinado
comportamento (que pode ser o de fazer ou de deixar de fazer), com a finalidade de assegurar
que a propriedade atenda sua função social e que a coletividade seja beneficiada.

EXEMPLO
Como exemplo, podemos citar a obrigação que as propriedades possuem de observar alguns
metros de distância de recuo (destinado às calçadas públicas) quando da realização da constru-
ção, ou então a proibição de que os edifícios sejam construídos acima de determinado número
de andares.

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Ao contrário do que ocorre com a servidão administrativa, as limitações possuem o caráter


da generalidade, incidindo sobre todas as propriedades. Se tomarmos como base o exemplo
anteriormente apresentado, veremos que todas as construções devem observar o limite má-
ximo de andares definido pelo Poder Público, bem como que todas as propriedades devem
manter o recuo destinado às calçadas.

Nas limitações administrativas, estamos diante de uma restrição particular em prol de todo o
interesse coletivo, conceito que nos remete a outro importante ponto do Direito Administrativo: o
poder de polícia. Assim, podemos afirmar que as limitações administrativas são manifestações
diretas do poder de polícia.

Como as limitações administrativas são decorrentes do poder de polícia, e considerando


que tal poder é inerente à atividade da administração pública, não há que se falar em indeni-
zação ao particular, uma vez que o que ocorre em tal instituto é uma restrição de um direito
individual em prol do bem-estar da população.
Em situações excepcionais, quando a limitação resultar no dano ao particular, deve o Poder
Público proceder à devida indenização, oportunidade em que os princípios da razoabilidade
e da proporcionalidade devem ser levados em conta.

EXEMPLO
Caso a administração determine que as construções de prédios particulares não poderão exce-
der ao número de quinze andares, estaremos diante de uma limitação administrativa negativa
(não fazer) que não gera direito à indenização.
Caso, no entanto, o Poder Público determine a demolição de uma propriedade construída ante-
riormente à edição da norma que determinou o limite de andares (limitação positiva, de fazer),
e considerando que com a demolição o particular sofreu prejuízos, deverá este ser indenizado
dos prejuízos causados.

Da mesma forma, as limitações administrativas podem recair sobre bens móveis, imóveis
ou até mesmo sobre a prestação de um serviço, consistindo em uma obrigação positiva (fazer
algo) ou negativa (deixar de fazer algo).
Diferentemente do que acontece com as servidões administrativas, as limitações podem
ser constituídas por lei ou por meio de atos administrativos, uma vez que são manifestações
do poder de polícia da administração pública.

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5.1. Área “Non Aedificandi”


As áreas “non aedificandi”, podem ser conceituadas como a faixa ao lado das rodovias
e ferrovias onde os proprietários estão impedidos de construir. Dessa forma, eles devem
observar um recuo mínimo, estabelecido em lei, dentro do qual nenhuma construção poderá
ser edificada.
Trata-se de uma espécie de limitação administrativa de caráter negativo, uma vez que
implica na impossibilidade do particular construir em determinado local.
Nestas situações, temos que ter muito cuidado no que se refere à possibilidade de indeni-
zação. Durante muito tempo, o entendimento jurisprudencial era de que a área “non aedificandi”
não gerava direito a nenhuma espécie de indenização ao particular, de tal forma que se che-
gou a ser editada, pelo extinto Tribunal Federal de Recursos, a Súmula 142, de seguinte teor:

JURISPRUDÊNCIA
Súmula 142: A limitação administrativa “non aedificandi” imposta aos terrenos margi-
nais das estradas de rodagem, em zona rural, não afeta o domínio do proprietário, nem
obriga a qualquer indenização.

Nos dias atuais, o entendimento do STF é no sentido de que apenas não irá gerar direito
à indenização as áreas “non aedificandi” que se encontrem localizadas em zonas rurais.
Caso a mesma esteja localizada em zona urbana, deve-se analisar se a rodovia já existia
ou não, dentro do perímetro urbano, quando da construção pelo particular. Em caso posi-
tivo, não há qualquer direito à indenização, tratando-se da regra no âmbito das limitações
administrativas.
Entretanto, quando o particular adquirir a propriedade antes da rodovia ser declarada
como “non aedificandi” (impossível de construção), estamos diante de um fato posterior à
aquisição, de forma que o entendimento majoritário é de que deve haver indenização, que
poderá ser parcial (caso haja a restrição da propriedade e o seu dono possa continuar com
o bem) ou total (quando a propriedade sair das mãos do particular e ingressar no patrimônio
do Poder Público).

DICA
As limitações administrativas continuam a seguir a regra da não
indenização aos seus proprietários! Apenas na rara situação
acima apresentada (área non aedificandi posterior à propriedade
do particular) é que será devida a indenização.

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Área adquirida
antes da declaração
da impossibilidade
de construir:
Indenização
Localizada em Zona
Urbana
Área adquirida após
a declaração da
impossibilidade de
Área "non contruir: Sem
aedificandi" Indenização

Localizada em Zona Direito à


Rural Indenização

Ainda com relação à possibilidade de indenização, o STJ possui entendimento sedimen-


tado no sentido de que tal direito, em razão da limitação administrativa ao direito de edificar
e advinda da criação de área non aedificandi, somente é devido se a indenização for imposta
sobre imóvel urbano e desde que fique demonstrado o prejuízo causado ao proprietário da área.

JURISPRUDÊNCIA
A indenização pela limitação administrativa ao direito de edificar, advinda da criação de
área non aedificandi, somente é devida se imposta sobre imóvel urbano e desde que fique
demonstrado o prejuízo causado ao proprietário da área. (AgRg no REsp 1113343/SC)

Ainda que o entendimento do STJ pareça conflitar com as decisões do STF, é bastante
comum as provas de concurso público exigirem a literalidade destes julgados. Sendo assim,
caso a questão mencione o entendimento do STJ, devemos seguir o referido julgado.

5.2. Diferenças entre a Servidão e as Limitações Administrações


Vejamos as diferenças entre as duas formas de intervenção (servidão e limitações
administrativas):

Servidão Administrativa Limitações Administrativas


Instituída por lei, por acordo ou por decisão judicial Instituída por lei ou por atos administrativos
Recai sobre bens imóveis Recai sobre bens imóveis, móveis e serviços
Trata-se de um ônus real Determinações decorrentes do poder de polícia
Em regra, não geram direito à indenização Em regra, não geram direito à indenização

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6. Ocupação Temporária
6.1. Características e Possibilidade de Indenização
A ocupação temporária consiste na forma de intervenção por meio do qual o estado uti-
liza, em caráter temporário, a propriedade privada com a finalidade de auxiliar na execução
de uma obra ou de um serviço público.

EXEMPLO
Como exemplo, pensemos em uma construção efetuada pelo Poder Público em uma localidade
distante do local onde a administração guarda seus equipamentos.
Dessa forma, não seria nada viável a administração retornar, ao final de cada dia, com a finali-
dade de guardar equipamentos e máquinas, não é mesmo?
Assim, ela utiliza uma propriedade particular que esteja localizada em um local próximo ao que
a obra está sendo construída, em plena consonância com os princípios da economicidade e
da eficiência.

Esta é a hipóteses de Ocupação Temporária prevista no Decreto 3.365, que, em seu artigo
36, assim estabelece:
“Art. 36. É permitida a ocupação temporária, que será indenizada, afinal, por ação própria,
de terrenos não edificados, vizinhos às obras e necessários à sua realização.”
Tal hipótese de ocupação gera o direito ao recebimento de indenização pelo particular,
uma vez que quem está sendo beneficiada é a administração pública como um todo.
Além dessa, deve-se ressaltar a hipótese de ocupação temporária decorrente da necessida-
de de escavações e pesquisas arqueológicas ou da utilização da propriedade particular para a
realização de um múnus público essencial à manutenção do bem-estar coletivo, tal como ocorre,
por exemplo, com a locação de uma escola para a realização de eleições ou com a realização
de campanhas de vacinação em uma propriedade particular estrategicamente localizada.
Nestas hipóteses, o particular, em regra, não fará jus à indenização do Poder Público. No
entanto, caso haja danos comprovados como resultado da utilização da propriedade pelo
Poder Público (ou até mesmo pelos particulares, quando do exercício de algum encargo pú-
blico), deve haver a correspondente indenização.

EXEMPLO
Exemplo prático destas últimas situações pode ser visualizado na locação de uma propriedade
particular com a finalidade de realizar campanha de vacinação.
Em regra, não haverá indenização ao particular, uma vez que a restrição de seu direito de pro-
priedade está fundamentado no interesse de toda a coletividade (que sofreria caso houvesse
uma epidemia).

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No entanto, caso haja uma discussão entre dois ou mais moradores e, como consequência, a
dilapidação do imóvel (quebra de vidros), deverá o particular ser indenizado de todos os prejuí-
zos comprovadamente causados.

Destinada ao
Indenização do
auxílio de obras ou
particular
serviços públicos

Em regra, não dá
Ocupação direito a
Temporária Destinada à indenização
pesquisas
arqueológicas ou
à realização de Se houver dano
um múnus comprovado na
público propriedade, deve
ocorrer a
indenização

6.2. Instituição e Extinção


Uma vez que estamos diante de uma propriedade específica, o ato de instituição da ocu-
pação temporária deverá ser feito mediante ato administrativo, sem a necessidade de prévia
apreciação do Poder Judiciário.
A extinção da ocupação, por sua vez, se dará com a conclusão da obra ou do serviço pú-
blico prestado, momento este em que a propriedade será devolvida ao particular.

7. Requisição Administrativa
A requisição administrativa é forma de intervenção na propriedade prevista no artigo 5º,
XXV, da Constituição Federal, sendo utilizada nas situações de iminente perigo público:
“Art. 5º, XXV - No caso de iminente perigo público, a autoridade competente poderá usar
de propriedade particular, assegurada ao proprietário indenização ulterior, se houver dano.”

7.1. Hipóteses de Requisição


De acordo com a doutrina, dois são os tipos de requisições administrativas: A requisição
militar, que possui o objetivo de resguardar a segurança interna em situações de guerra ou
de perturbação da ordem, e a requisição civil, que deve ser utilizada nas situações em que o
Poder Público deseje evitar a propagação de algum tipo de dano à coletividade (como nos
casos de epidemia, desastres naturais e incêndios).
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Requisição Civil Requisição Militar


Intervenção com a Intervenção com a
finalidade de evitar a finalidade de resguardar
propagação de danos à a Segurança Interna do
coletividade país

7.2. Instituição
A requisição administrativa, dada a urgência da maioria das situações que podem dar
ensejo à intervenção estatal, é instituída por ato administrativo, que, em plena consonância
com o atributo da autoexecutoriedade, não precisa de prévia apreciação do Poder Judiciário
para a sua instituição.
Afirmar o contrário seria colocar em risco a segurança da população. Pensem na situação
em que um incêndio é informado pelo Poder Público. Até este conseguir a “ordem judicial”
para utilização de diversas propriedades, os danos poderiam ser irreparáveis. Assim, a auto-
ridade competente utiliza as propriedades que se revelarem necessárias para a contenção do
incêndio e, em caso de danos decorrentes desta atividade, indeniza o particular.
Dessa situação conseguimos chegar a uma das mais importantes premissas da requisição
administrativa: a de que a indenização apenas poderá ocorrer posteriormente à atuação estatal.
Nas requisições administrativas, o Poder Público poderá fazer uso não apenas dos bens
imóveis particulares, mas sim também dos bens móveis que se revelem imprescindíveis à
resolução da situação.

EXEMPLO
Após fortes chuvas, diversas casas são destruídas, de forma que os seus moradores ficam
sem moradia.
Como é dever do Estado garantir o direito social à moradia, pode o Poder Público, em caráter de
emergência, requisitar administrativamente a propriedade particular (bem imóvel) bem como
alimentos necessários à subsistência da população (bens móveis).
Por óbvio que os alimentos serão pagos pelo Poder Público, sob pena de restar caracterizado
enriquecimento sem causa do Estado. Mas o direito à indenização particular apenas ocorrerá,
em caráter posterior, quando comprovados danos a sua propriedade.

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8. Tombamento
O tombamento pode ser conceituado como a forma de intervenção através da qual o poder
público objetiva garantir a preservação do patrimônio histórico e cultural nacional.
Ainda que parte da doutrina afirme o contrário, o entendimento que deve ser levado para
as provas de concurso é o de que o tombamento configura uma hipótese autônoma de inter-
venção estatal na propriedade particular.
O fundamento, em todas as situações de tombamento, é a preservação dos bens (conceito
utilizado em sentido amplo) que possuam valor artístico, histórico, arqueológico ou cultural.

8.1. Fundamento
A previsão para a utilização do tombamento está prevista na Constituição Federal (artigo
216, § 1º):

Art. 216, §1º, O Poder Público, com a colaboração da comunidade, promoverá e protegerá o patrimô-
nio cultural brasileiro, por meio de inventários, registros, vigilância, tombamento e desapropriação,
e de outras formas de acautelamento e preservação.

As diversas disposições acerca do tombamento estão previstas no Decreto-lei 25, de 1937.

8.2. Bens Objeto de Tombamento


Para garantir a preservação de tais bens, o tombamento poderá recair em bens móveis
e imóveis e até mesmo em bairros ou cidades. Da mesma forma, poderão ser tombados os
bens materiais e imateriais, públicos ou privados.
Importante esclarecer que o patrimônio cultural brasileiro pode ser entendido como o
conjunto de bens (independente de serem materiais ou imateriais) que sejam portadores de
referência aos diversos grupos formadores da sociedade, conforme expressão do artigo 216
da Constituição Federal:

Art. 216. Constituem patrimônio cultural brasileiro os bens de natureza material e imaterial, toma-
dos individualmente ou em conjunto, portadores de referência à identidade, à ação, à memória dos
diferentes grupos formadores da sociedade brasileira, nos quais se incluem:
I – as formas de expressão;
II – os modos de criar, fazer e viver;
III – as criações científicas, artísticas e tecnológicas;
IV – as obras, objetos, documentos, edificações e demais espaços destinados às manifestações
artístico-culturais;
V – os conjuntos urbanos e sítios de valor histórico, paisagístico, artístico, arqueológico, paleon-
tológico, ecológico e científico.

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Tal como ocorre com os bens móveis e imóveis nacionais, as obras de origem estran-
geira podem ser objeto de tombamento, desde que atendam a característica da relevância
para a preservação do patrimônio público nacional. Como exceção, temos alguns tipos de
bens estrangeiros que são insuscetíveis de tombamento, conforme previsão do artigo 3º do
Decreto-lei 25:

Art. 3º Excluem-se do patrimônio histórico e artístico nacional as obras de origem estrangeira:


1) que pertençam às representações diplomáticas ou consulares acreditadas no país;
2) que adornem quaisquer veículos pertencentes a empresas estrangeiras, que façam carreira no país;
3) que se incluam entre os bens referidos no art. 10 da Introdução do Código Civil, e que continuam
sujeitas à lei pessoal do proprietário;
4) que pertençam a casas de comércio de objetos históricos ou artísticos;
5) que sejam trazidas para exposições comemorativas, educativas ou comerciais:
6) que sejam importadas por empresas estrangeiras expressamente para adorno dos respectivos
estabelecimentos.

A possibilidade de tombamento pode recair, ainda, sobre bairros ou cidades declarados


históricos e necessários à preservação do patrimônio público. Tais situações ocorrem, nor-
malmente, quando os bairros ou cidades foram relevantes nos processos de transformação
do país, objetivando a preservação de expressões próprias de cada período histórico.

EXEMPLO
Caso o Poder Público entenda que uma propriedade particular foi importante para o processo
de emancipação municipal, poderá realizar o tombamento do imóvel.
Da mesma forma, caso julgue que uma cidade brasileira merece ser preservada, uma vez que
foi vital para a realização de algum movimento social, poderá realizar o tombamento.

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Materiais (uma casa, uma


igreja)

Imateriais (as formas de


expressão)

Públicos (bairros, cidades,


florestas)
Bens que podem ser
tombados

Particulares (casas, fazendas,


veículos)

Nacionais (bens localizados no


território brasileiro)

Estrangeiros, ressalvados os
casos previstos em lei

8.3. Competência
A competência relativa ao tombamento pode ser dividida em legislativa e administrativa.
No âmbito da competência legislativa, a União, os Estados e o Distrito Federal possuem
competência para legislar sobre assuntos pertinentes ao tombamento, conforme previsão
constitucional (art. 24, VII). Assim, ainda que os Municípios não estejam relacionados entre
os entes com competência legislativa para o procedimento de tombamento, podem eles,
ainda de acordo com a Constituição Federal, suplementar as demais legislações (federal e
estadual) naquilo que for necessário.
Para a realização do tombamento (competência administrativa ou material), todos os
entes federativos são competentes. Dessa forma, como regra, os bens municipais serão
tombados pelos Municípios, os bens estaduais pelos Estados ou Distrito Federal e os bens
federais pela União, em plena consonância com a autonomia existente em nossa federação.
Parte da doutrina, no entanto, entende que os entes federativos maiores são competentes
para tombar os bens localizados nos entes menores. Segundo tal corrente, defendida, entre
outros, por José dos Santos Carvalho Filho, a União poderia tombar bens localizados nos
Estados ou nos Municípios. Aos Estados, caberia apenas o tombamento de bens localizados

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nos Municípios de seu território, e aos Municípios, por sua vez, não caberia o tombamento
de bens dos demais entes.
Nos dias atuais, tal teoria representa o entendimento minoritário, de forma que diversos
julgados dos tribunais superiores têm entendido que até mesmo os entes menores podem
desapropriar bens dos entes superiores, como se observa, a título de exemplo, da decisão do
STJ no julgamento do RMS 18.952/RJ:

JURISPRUDÊNCIA
ADMINISTRATIVO – TOMBAMENTO – COMPETÊNCIA MUNICIPAL.
1. A Constituição Federal de 88 outorga a todas as pessoas jurídicas de Direito Público
a competência para o tombamento de bens de valor histórico e artístico nacional.
2. Tombar significa preservar, acautelar, preservar, sem que importe o ato em transfe-
rência da propriedade, como ocorre na desapropriação.
3. O Município, por competência constitucional comum – art. 23, III –, deve proteger os
documentos, as obras e outros bens de valor histórico, artístico e cultural, os monumen-
tos, as paisagens naturais notáveis e os sítios arqueológicos.
4. Como o tombamento não implica em transferência da propriedade, inexiste a limita-
ção constante no art. 1º, § 2º, do DL 3.365/1941, que proíbe o Município de desapropriar
bem do Estado.

Deste importante julgado, conseguimos extrair duas informações de extrema valia:


a) Os entes federativos menores podem perfeitamente tombar bens públicos dos entes
maiores (tal como um Município tombando um bem de um Estado ou da União);
b) Um mesmo bem pode perfeitamente ser tombado por dois ou mais entes federativos
(situação que ocorre, por exemplo, com o tombamento de um imóvel público pelo Estado e
pelo Município);

8.4. Espécies de Tombamento


Três são as espécies ou critérios em que o procedimento de tombamento comumente é
classificado: Quanto à forma de constituição, quando à eficácia e quanto aos seus destinatários.

8.4.1. Quanto à Forma de Constituição

No que se refere à forma de constituição, o procedimento de tombamento pode ocorrer


de ofício, de forma voluntária ou de forma compulsória.
O tombamento de ofício é aquele que incide sobre um bem público, que, como já analisado,
independe do ente federativo para a sua efetivação.

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O tombamento voluntário, que incide sempre sobre bens particulares, é aquele em que o
proprietário toma a iniciativa para a adoção da medida ou, quando notificado do interesse do
Poder Público no tombamento, concorda com a inscrição do bem.
O tombamento compulsório, por fim, também é aquele que recai sobre bens particulares,
mas com a particularidade que, neste caso, o particular não concorda com o tombamento do
bem. Nesta situação, vigora o princípio da supremacia do interesse público sobre o privado,
ou seja, uma limitação de um direito individual (ainda que contra a vontade do particular) em
prol do interesse coletivo.
Em tal situação, deve ser observado o direito do contraditório e da ampla defesa ao particular.

8.4.2. Quanto à Eficácia

Quanto à eficácia, o tombamento pode ser classificado em provisório ou definitivo.


O tombamento provisório é aquele efetuado no curso do processo administrativo de tom-
bamento, como medida preventiva, e tendo por finalidade assegurar à população que o bem
está em processo de tombamento.
O tombamento definitivo, por outro lado, é aquele que teve o processo concluído, resul-
tando na inscrição no Livro Tombo.

8.4.3. Quanto aos Destinatários

Quantos aos destinatários, o tombamento é classificado em geral ou individual.


Teremos o tombamento geral quando a limitação incidir sobre a totalidade de bens de
um bairro ou de uma idade.
Em sentido oposto, temos o tombamento individual quando o procedimento recair sobre
um bem determinado, independentemente deste ser público ou privado.

Quanto à forma Quanto à Quanto aos


de constituição eficácia destinatários
• Ofício • Provisório • Geral
• Voluntário • Definitivo • Individual
• Compulsório

8.5. Procedimento (Instituição, Indenização e Extinção)


O tombamento tem início com a publicação de ato administrativo unilateral, sem a ne-
cessidade de concordância do particular proprietário do bem. E isso ocorre por um motivo

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bastante simples: no tombamento, a restrição da propriedade possui caráter parcial, de forma


que o bem continua sendo de propriedade do particular.
O que ocorre nesta forma de intervenção estatal é a limitação de alguns direitos de uso
e de disposição (tais como a possibilidade de reforma ou ampliação sem a concordância do
Poder Público) bem como o estabelecimento de algumas obrigações (tal como a de conservar
o bem em seu estado atual).
Para estabelecer o tombamento, o Poder Público não precisa recorrer ao Judiciário, bas-
tando que observe os procedimentos previstos em lei e que assegure ao proprietário o direito
ao contraditório e à ampla defesa. No caso, o proprietário pode alegar que o bem que está
sendo tombado não possui nenhuma relação com a proteção do patrimônio cultural.
Importante frisar que, ainda que a regra seja a instituição do tombamento por meio de
ato administrativo, temos, como exceção, uma hipótese de tombamento prevista diretamente
na Constituição Federal (art. 216, § 5º), sem a necessidade da edição de ato administrativo:
“Art. 216, §5º. Ficam tombados todos os documentos e os sítios detentores de reminis-
cências históricas dos antigos quilombos.”
Basicamente, o processo de tombamento se desenvolve nas seguintes fases:
1º) Após a identificação do bem, o Poder Público determina que o órgão técnico competente
se manifeste sobre o valor do bem que irá ser tombado;
2º) De posso do valor, a administração notifica o proprietário para que se manifeste, no prazo
de 15 dias, sobre o valor de avaliação do bem. Em caso de concordância, tem-se o tombamento
voluntário, de forma que o bem é inscrito no Livro Tombo. Caso o particular discorde do valor,
deverá oferecer impugnação no prazo em questão;
3º) Uma vez apresentada a impugnação, deverá ser dada vista ao órgão técnico responsável
pela avaliação, que deverá se manifestar no prazo de 15 dias;
4º) Com a manifestação do órgão técnico, o processo será encaminhado ao IPHAN, que,
no prazo de 60 dias, decidirá a respeito.
5º) Caso a decisão seja favorável ao particular, o processo será arquivado. Caso seja favorável
ao Poder Público, deverá ocorrer a inscrição no Livro Tombo. Concluída a fase procedimental,
o Poder Público procede ao registro no Cartório de Registro de Imóveis, momento a partir do
qual o bem é considerado tombado.
Por se tratar de uma forma de intervenção em que o bem permanece de posse do particular,
como regra não há que se falar em indenização. Apenas em situações extremas, quando o
tombamento resultar em desvalorização econômica do bem, é que deverá haver a competente
indenização.
Raras são as situações, da mesma forma, que acarretam a extinção do tombamento,
instituto que a doutrina conceitua como destombamento, ou seja, a passagem de um bem
anteriormente tombado para a situação de desincumbido da restrição estatal.
Em tais hipóteses, deverá haver o cancelamento da inscrição do bem no Livro Tombo e
no Cartório de Registro de Imóveis.

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8.6. Efeitos do Tombamento


A partir deste momento (tombamento do bem), uma série de efeitos são gerados (limitações
e obrigações). Todos eles possuem o mesmo objetivo, que é a proteção do patrimônio público.
Assim, com o Tombamento:
• É vedado ao proprietário, ou à pessoa que estiver fazendo uso do bem, destruir, demolir
ou realizar qualquer tipo de reforma sem a devida autorização do Poder Público.
• A conservação do bem tombado passa a ser uma obrigação do proprietário. Caso este
não possua condições financeiras para tal, deve comunicar o fato ao Poder Público, que
tomará as devidas providências e mandará restaurar o bem com seus próprios recursos.
Isso não impede, todavia, que o Poder Público, verificando que o bem necessita de con-
servação, e mesmo que não tenha sido informado pelo particular, tome às providências,
de ofício, para a conservação do bem tombado. Tal prerrogativa decorre da preservação
do patrimônio público, interesse de toda a coletividade.
• Caso o particular resolva alienar o bem (o Tombamento não impede que isso ocorra), o
Poder Público possui direito de preferência na sua aquisição. Uma vez notificado, o Poder
Público possui o prazo de 30 dias para exercer seu direito de preferência. Caso o direito
de preferência não tenha sido respeitado, pode o Poder Público, dentre outras medidas,
sequestra o bem (considerando que este foi alienado para outra pessoa) e aplicar ao
proprietário e ao adquirente multa de até 20% do valor da compra.
• Da mesma forma, o bem tombado pode ser gravado com cláusulas de penhor, anticre-
se ou hipoteca. Em outras palavras, significa que o bem pode ser dado em garantia em
contratos de financiamento.

Tais efeitos podem ser visualizados por meio do quadro sinótico abaixo:

O proprietário fica impedido de Em caso de alienação, o Poder


destruir, demolir ou realizar qualquer Público possui direito de preferência,
tipo de reforma sem a devida que deve ser exercido no prazo de 30
autorização do Poder Público. dias.

Tombamento

O proprietário possui a obrigação de


conservar o bem. Caso não possua O bem pode perfeitamente ser
gravado com Penhor, Anticrese e
condições, deverá informar ao Poder Hipoteca.
Público.

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9. Desapropriação
A desapropriação pode ser entendida como o procedimento regido pelo direito público
através do qual o poder público transfere para si a propriedade que até então pertencia a
terceiros, sejam eles particulares ou até mesmo entes federativos.
Celso Antônio Bandeira de Mello apresenta o seguinte conceito de Desapropriação:

Procedimento através do qual o Poder Público, fundado em necessidade pública, utilidade pública
ou interesse social, compulsoriamente despoja alguém de um bem certo, normalmente adquirindo-o
para si, em caráter originário, mediante indenização prévia, justa e pagável em dinheiro, salvo no
caso de certos imóveis urbanos ou rurais, em que, por estarem em desacordo com a função social
legalmente caracterizada para eles, a indenização far-se-á em títulos da dívida pública, resgatáveis
em parcelas anuais e sucessivas, preservado seu valor real.

Com a desapropriação (ao contrário do que ocorre com as demais formas de intervenção,
que se limitam a condicionar a propriedade), o Poder Público adquire o bem particular para
si. Importante salientar que se trata de uma forma de aquisição originária, uma vez que não
é proveniente de nenhum título anterior e que todos os ônus ficam sub-rogados no preço
pago pelo bem.

9.1. Competência
Assim como ocorre em diversas outras formas de intervenção já estudadas, a competência,
no âmbito da desapropriação, pode ser dividida em diversas formas de atuação. De acordo
com a doutrina majoritária, temos as competências legislativa, declaratória e executória.
A competência legislativa, conforme previsão do artigo 22, II, da Constituição Federal,
é privativa da União, de forma que apenas este ente federativo, como regra, poderá editar
normas traçando as diretrizes a serem observadas quando da realização do procedimento.
Salienta-se, no entanto, que o parágrafo único do mencionado artigo 22 estabelece a pos-
sibilidade da União, através da edição de lei complementar editada pelo Congresso Nacional,
autorizar os Estados a legislar sobre questões específicas da desapropriação.

Art. 22. Compete privativamente à União legislar sobre:


II – desapropriação;
Parágrafo único. Lei complementar poderá autorizar os Estados a legislar sobre questões especí-
ficas das matérias relacionadas neste artigo.

Salienta-se que a possibilidade de autorização aos Estados ainda não foi utilizada pelo
Congresso Nacional, motivo pelo qual a competência continua privativa da União.

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A competência declaratória opera-se no âmbito do procedimento de desapropriação.


Como veremos adiante, a desapropriação se divide, basicamente, em duas fases, sendo elas
a declaratório e a executória. Na fase declaratória, o Poder Público, por meio de decreto, de-
clara o bem a ser desapropriado como de utilidade pública ou de interesse social. Trata-se,
assim, de uma fase preliminar ao próprio ato de desapropriação.
Por conta disso, e considerando que a desapropriação pode ser feita por todos os entes
federativos, a competência declaratória é atribuída, como regra, ao Poder Público de todos
os entes federativos, tratando-se, por isso mesmo, de uma competência comum.
Por fim, temos a competência executória, que pode ser entendida como a que possibilita
que o ente federativo adote todas as medidas necessárias à efetivação da desapropriação.
Importante salientar que tal competência (a de executar atos com a finalidade de de-
sapropriar) pode ser exercida, além dos entes federativos (União, Estados, Distrito Federal
e Municípios), pelas entidades da Administração Indireta (autarquias, empresas públicas,
fundações e sociedades de economia mista) e pelas delegatárias de serviços públicos (con-
cessionárias, autorizatárias e permissionárias).
No que se refere aos entes federativos, a competência executória é tida como incondi-
cionada, ou seja, sem a necessidade de qualquer tipo de autorização para o seu exercício.
Quanto às demais pessoas jurídicas (entidades da Administração Indireta e delegatárias
de serviço público), deve haver autorização para o exercício da competência executória, que
poderá ocorrer mediante lei ou por meio de contrato.

• Competência para legislar sobre desapropriação


Competência • Privativa da União
Legislativa

• Competência para declarar o bem a ser desapropriado


como de utilidade pública ou interesse social
Competência • Exercida por todos os entes federativos
Declaratória

• Competência para executar os atos necessários à


desapropriação do bem
• Pode ser exercida pelos entes federativos
(incondicionada) ou pelas entidades da Administração
Competência Indireta e pelas delegatárias de serviços públicos
Executória (condicionada)

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9.2 Hipóteses
As hipóteses de desapropriação estão previstas na Constituição Federal, podendo ser
divididas em cinco grandes categorias.

Necessidade ou Utilidade
Pública

Interesse Social

DESAPROPRIAÇÃO Reforma Agrária

Reforma Urbana

Confiscatória

9.2.1. Desapropriação por Interesse Social, por Necessidade Pública e por Utili-
dade Pública

Estabelece a Constituição Federal, em seu artigo 5º, XXIV, a possibilidade de desapropria-


ção por necessidade ou utilidade pública, ou, ainda, por interesse social:

Art. 5º, XXIV - A lei estabelecerá o procedimento para desapropriação por necessidade ou utilidade
pública, ou por interesse social, mediante justa e prévia indenização em dinheiro, ressalvados os
casos previstos nesta Constituição;

Inicialmente, vamos diferenciar as três situações apresentadas pelo dispositivo constitucional:


A necessidade pública revela uma situação de urgência, onde a melhor alternativa, por
isso mesmo, é a transferência da propriedade para o poder público.
A utilidade pública apresenta situações em que a transferência do bem revela-se conve-
niente para o poder público. Em tal situação, não temos o caráter de urgência, tal como ocorre
com a necessidade pública.
O interesse social, por sua vez, são situações em que se busca melhorar a vida da cole-
tividade mediante a redução das desigualdades sociais.

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As situações de desapropriação por interesse social estão previstas na Lei 4.132, de 1962,
que apresenta, logo em seu artigo 2º, uma série de situações que são consideradas como de
interesse social:

Art. 2º, Considera-se de interesse social:


I – o aproveitamento de todo bem improdutivo ou explorado sem correspondência com as neces-
sidades de habitação, trabalho e consumo dos centros de população a que deve ou possa suprir
por seu destino econômico;
II – a instalação ou a intensificação das culturas nas áreas em cuja exploração não se obedeça a
plano de zoneamento agrícola;
III – o estabelecimento e a manutenção de colônias ou cooperativas de povoamento e trabalho
agrícola;
IV – a manutenção de posseiros em terrenos urbanos onde, com a tolerância expressa ou tácita
do proprietário, tenham construído sua habilitação, formando núcleos residenciais de mais de 10
(dez) famílias;
V – a construção de casa populares;
VI – as terras e águas suscetíveis de valorização extraordinária, pela conclusão de obras e serviços
públicos, notadamente de saneamento, portos, transporte, eletrificação armazenamento de água
e irrigação, no caso em que não sejam ditas áreas socialmente aproveitadas;
VII – a proteção do solo e a preservação de cursos e mananciais de água e de reservas florestais.
VIII – a utilização de áreas, locais ou bens que, por suas características, sejam apropriados ao
desenvolvimento de atividades turísticas.

Todas as hipóteses acima apresentadas são situações que fundamentam a realização


da desapropriação por interesse social. Importante salientar que tais hipóteses, conforme
entendimento doutrinário, constam como uma lista taxativa.
A desapropriação por utilidade pública ou necessidade pública está regulamentada no
Decreto 3.365/1941, que divide o procedimento em duas fases: declaratória e executória. A
norma, ainda que afirme tratar-se dos casos de utilidade pública, fundiu as duas possibilidades.
Na fase declaratória, ocorre a declaração de utilidade pública do bem a ser expropriado.
Tal procedimento é formalizado por meio de decreto ou Lei expedida pelo Chefe do Poder
Executivo competente.
Destaca-se que esta declaração, por si só, não possui o condão de transferir a posse do
bem ao Poder Público. A transferência só ocorre no momento em que é paga a competente
indenização.
De igual forma, a declaração, por si só, não priva o proprietário de seu direito de uso, gozo
e disposição do bem.
Com a entrada em vigor da Lei 13.867/2019, o procedimento de desapropriação por utili-
dade pública foi objeto de inúmeras inovações. Com base na nova legislação, deverá o Poder
Público notificar o proprietário e apresentar-lhe oferta de indenização.
No documento de notificação deverão constar as seguintes informações:
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• Cópia do ato de declaração de utilidade pública;


• Planta ou descrição dos bens e suas confrontações;
• Valor da oferta;
• Informação de que o prazo para aceitar ou rejeitar a oferta é de 15 dias e de que o silêncio
será considerado rejeição;

Para fins de prova, temos que memorizar que o prazo para que o particular aceite ou rejeite a
oferta de indenização é de 15 dias. Em caso de omissão no mencionado prazo, o silêncio será
entendido como rejeição.

Aceita a oferta e realizado o pagamento, será lavrado acordo, o qual será título hábil para
a transcrição no registro de imóveis. Nesta situação, temos aquilo que a doutrina denomina
de desapropriação amigável.
Rejeitada a oferta, ou transcorrido o prazo de 15 dias sem manifestação, terá início a fase
executória.
Outra importante alteração promovida pela Lei 13.867/2019 trata-se da possibilidade de
o particular solicitar que o valor da indenização seja resolvido com base na arbitragem ou na
mediação, conforme previsão do artigo 10-B:

Art. 10-B. Feita a opção pela mediação ou pela via arbitral, o particular indicará um dos órgãos
ou instituições especializados em mediação ou arbitragem previamente cadastrados pelo órgão
responsável pela desapropriação.
§ 1º A mediação seguirá as normas da Lei n. 13.140, de 26 de junho de 2015, e, subsidiariamente,
os regulamentos do órgão ou instituição responsável.
§ 2º Poderá ser eleita câmara de mediação criada pelo poder público, nos termos do art. 32 da Lei
n. 13.140, de 26 de junho de 2015.
§ 4º A arbitragem seguirá as normas da Lei n. 9.307, de 23 de setembro de 1996, e, subsidiaria-
mente, os regulamentos do órgão ou instituição responsável.

Assim, caso seja feita a opção pela arbitragem ou pela mediação, deverá o particular in-
dicar um dos órgãos ou instituições especializados que sejam previamente cadastrados pelo
órgão responsável pela desapropriação. A mediação e a arbitragem, por sua vez, seguem o
tramite estabelecido na legislação específica.
Na fase executória, ocorrem os procedimentos necessários para transferir o bem para o
patrimônio do Poder Público. Tais procedimentos poderão ser feitos em caráter administrativo
(quando houver acordo entre as partes quanto ao valor da Indenização) ou judicial (quando
não houver acordo entre as partes).

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Em caso de urgência, poderá ainda o Poder Público solicitar a imissão provisória na posse.
Para tal, deverá depositar, previamente, uma quantia estabelecida de acordo com o artigo 15
do Decreto 3365/1941, que assim dispõe:

Art. 15, A imissão provisória poderá ser feita, independente da citação do réu, mediante o depósito:
a) do preço oferecido, se este for superior a 20 (vinte) vezes o valor locativo, caso o imóvel esteja
sujeito ao imposto predial
b) da quantia correspondente a 20 (vinte) vezes o valor locativo, estando o imóvel sujeito ao imposto
predial e sendo menor o preço oferecido;
c) do valor cadastral do imóvel, para fins de lançamento do imposto territorial, urbano ou rural, caso
o referido valor tenha sido atualizado no ano fiscal imediatamente anterior
d) não tendo havido a atualização a que se refere o inciso c, o juiz fixará independente de avaliação,
a importância do depósito, tendo em vista a época em que houver sido fixado originalmente o valor
cadastral e a valorização ou desvalorização posterior do imóvel.

Nota-se, no entanto, que se trata de uma imissão provisória. A transferência do bem,


conforme já mencionado, apenas ocorre em momento futuro, com o pagamento, pelo Poder
Público, da indenização devida ao particular.
Caso não tenha ocorrido acordo entre o Poder Público e o particular com relação ao va-
lor atribuído a título de indenização, teremos o início da fase judicial, com o ajuizamento da
competente ação de desapropriação.
Neste caso, deve-se ressaltar que são devidos dois tipos de juros: os moratórios e os
compensatórios.
Os juros moratórios são aqueles que se destinam a recompor a perda decorrente do atraso
no pagamento da indenização fixada na decisão de mérito. Neste sentido é o teor do artigo
15-B do Decreto 3.365/1941:

Art. 15-B, Nas ações a que se refere o art. 15-A, os juros moratórios destinam-se a recompor a
perda decorrente do atraso no efetivo pagamento da indenização fixada na decisão final de mérito,
e somente serão devidos à razão de até seis por cento ao ano, a partir de 1º de janeiro do exercício
seguinte àquele em que o pagamento deveria ser feito, nos termos do art. 100 da Constituição.

Os juros compensatórios, por sua vez, são devidos desde a imissão provisória na posse
do bem, podendo ser recebido acumuladamente com os juros moratórios. Neste sentido é o
teor da Súmula 164 do STF e da Súmula 12 do STJ, que assim, respectivamente, expressam:

JURISPRUDÊNCIA
Súmula 164 – STF: No processo de desapropriação, são devidos juros compensatórios
desde a antecipada imissão de posse, ordenada pelo juiz, por motivo de urgência.
JURISPRUDÊNCIA
Súmula 12 – STJ: Em desapropriação, são cumuláveis juros compensatórios e moratórios.
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9.2.2. Desapropriação para Fins de Reforma Urbana

A possibilidade de desapropriação para fins de reforma urbana está prevista no artigo


183, § 2º a 4º, da Constituição Federal, que assim dispõe:

Art. 183, §2º, A propriedade urbana cumpre sua função social quando atende às exigências fun-
damentais de ordenação da cidade expressas no plano diretor.
§3º, As desapropriações de imóveis urbanos serão feitas com prévia e justa indenização em dinheiro.
§4º, É facultado ao Poder Público municipal, mediante lei específica para área incluída no plano
diretor, exigir, nos termos da lei federal, do proprietário do solo urbano não edificado, subutilizado
ou não utilizado, que promova seu adequado aproveitamento, sob pena, sucessivamente, de (...)
III – desapropriação com pagamento mediante títulos da dívida pública de emissão previamente
aprovada pelo Senado Federal, com prazo de resgate de até dez anos, em parcelas anuais, iguais
e sucessivas, assegurados o valor real da indenização e os juros legais.

Temos aqui uma situação onde o imóvel urbano não atende as exigências expressas no
plano diretor do município. Neste caso, o Poder Público possui a faculdade de promover a
desapropriação. Antes disso, no entanto, deverá tomar uma série de providências, de forma
que a desapropriação apenas será utilizada quando todas as demais possibilidades não al-
cançarem o objetivo proposto.
Inicialmente, o Poder Público promove o parcelamento ou edificação compulsórios. Não
havendo êxito, parte-se para a cobrança do imposto sobre a propriedade predial e territorial
urbana (IPTU) progressivo no tempo. Quando as duas medidas se revelarem insuficientes,
parte-se, aí sim, para a desapropriação.
Nesta hipótese, o proprietário será indenizado com títulos da dívida pública de competên-
cia municipal, resgatáveis no prazo de 10 anos.

002. (FGV/ATCE (TCE-AM)/TCE-AM/MINISTÉRIO PÚBLICO DE CONTAS/2021) Em matéria


de intervenção do Estado na propriedade, a chamada desapropriação especial urbana se dá
por interesse social para a política urbana.
A desapropriação especial urbana é de competência:
a) concorrente dos estados, municípios e Distrito Federal, tem função sancionatória, uma vez
que recai sobre imóveis urbanos que desatendam a sua função social, e há necessidade de
pagamento de prévia e justa indenização;
b) concorrente da União, estados, municípios e Distrito Federal, tem função pedagógica, uma
vez que recai sobre imóveis urbanos subutilizados, e há necessidade de pagamento de ulterior
e justa indenização;

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c) concorrente dos estados, municípios e Distrito Federal, tem função pedagógica, uma vez que
recai sobre imóveis urbanos subutilizados, e há necessidade de pagamento de ulterior e justa
indenização;
d) exclusiva dos municípios, tem função sancionatória, uma vez que recai sobre imóveis urba-
nos que desatendam a sua função social, e há necessidade de pagamento de prévia e justa
indenização;
e) exclusiva dos municípios que possuem plano diretor, tem função sancionatória, uma vez que
recai sobre imóveis urbanos que desatendam a sua função social, e a indenização será feita com
pagamento em títulos da dívida pública de emissão previamente aprovada pelo Senado Federal.

De acordo com a Constituição Federal, a desapropriação especial urbana trata-se de compe-


tência exclusiva dos municípios. Tal modalidade de desapropriação possui a função sanciona-
tória, recaindo sobre imóveis urbanos que deixem de atender à função social. Em tal situação,
a indenização será feita com pagamento em títulos da dívida pública de emissão previamente
aprovada pelo Senado Federal.

Art. 182. A política de desenvolvimento urbano, executada pelo Poder Público municipal, confor-
me diretrizes gerais fixadas em lei, tem por objetivo ordenar o pleno desenvolvimento das funções
sociais da cidade e garantir o bem- estar de seus habitantes.
§ 1º O plano diretor, aprovado pela Câmara Municipal, obrigatório para cidades com mais de vinte
mil habitantes, é o instrumento básico da política de desenvolvimento e de expansão urbana.
§ 2º A propriedade urbana cumpre sua função social quando atende às exigências fundamentais
de ordenação da cidade expressas no plano diretor.
§ 3º As desapropriações de imóveis urbanos serão feitas com prévia e justa indenização em dinheiro.
§ 4º É facultado ao Poder Público municipal, mediante lei específica para área incluída no plano
diretor, exigir, nos termos da lei federal, do proprietário do solo urbano não edificado, subutilizado
ou não utilizado, que promova seu adequado aproveitamento, sob pena, sucessivamente, de:
I – parcelamento ou edificação compulsórios;
II – imposto sobre a propriedade predial e territorial urbana progressivo no tempo;
III – desapropriação com pagamento mediante títulos da dívida pública de emissão previamente
aprovada pelo Senado Federal, com prazo de resgate de até dez anos, em parcelas anuais, iguais
e sucessivas, assegurados o valor real da indenização e os juros legais.

Letra e.

9.2.3. Desapropriação para Fins de Reforma Agrária

Trata-se a desapropriação para fins de reforma agrária de situação bastante semelhante


à anteriormente prevista (destinada à reforma urbana), encontrando fundamento no artigo
184 da Constituição Federal:

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Art. 184, Compete à União desapropriar por interesse social, para fins de reforma agrária, o imóvel
rural que não esteja cumprindo sua função social, mediante prévia e justa indenização em títulos
da dívida agrária, com cláusula de preservação do valor real, resgatáveis no prazo de até vinte anos,
a partir do segundo ano de sua emissão, e cuja utilização será definida em lei.

Neste caso, estamos diante de uma desapropriação de competência da União, que,


sempre que verificar que o imóvel rural não está atendendo a sua função social, promove a
desapropriação mediante a indenização de títulos da dívida agrária, com prazo de resgate de
até 20 anos.
Como trata-se de um procedimento que apenas será feito quando a propriedade não aten-
der sua função social, cuidou a Constituição Federal de estabelecer os critérios que devem
ser observados pela propriedade, simultaneamente, para que a função social seja conside-
rada cumprida.
Neste sentido é o teor do artigo 186 da Constituição Federal, que assim dispõe:

Art. 186, A função social é cumprida quando a propriedade rural atende, simultaneamente, segundo
critérios e graus de exigência estabelecidos em lei, aos seguintes requisitos:
I – aproveitamento racional e adequado;
II – utilização adequada dos recursos naturais disponíveis e preservação do meio ambiente;
III – observância das disposições que regulam as relações de trabalho;
IV – exploração que favoreça o bem-estar dos proprietários e dos trabalhadores.

No entanto, nem todas as propriedades rurais são desapropriáveis, ainda que não obe-
deçam aos requisitos previstos na Constituição. Isso porque o artigo 185 da CF estabelece
duas situações onde os imóveis são insuscetíveis de desapropriação:

Art. 185, São insuscetíveis de desapropriação para fins de reforma agrária:


I – a pequena e média propriedade rural, assim definida em lei, desde que seu proprietário não
possua outra;
II – a propriedade produtiva.

Na desapropriação para fins de reforma agrária, o entendimento do STJ é no sentido de


serem admitidos juros compensatórios na ação de desapropriação, ainda que o imóvel seja
improdutivo.

JURISPRUDÊNCIA
Resp. 1.001.455 - Os juros compensatórios são devidos independentemente de se tratar
de imóvel improdutivo, pela perda da posse antes da justa indenização (...).

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Neste mesmo sentido é a Súmula 618 do STF, que estabelece que “Na desapropriação,
direta ou indireta, a taxa dos juros compensatórios é de 12% (doze por cento) ao ano”.

9.2.4. Desapropriação com Efeito de Confisco

Ao contrário do que ocorre com as demais modalidades de desapropriação, na desapropria-


ção com efeito de confisco (ou desapropriação confiscatória), dada a relevância e gravidade
da conduta praticada pelo particular, não teremos a indenização paga pelo Poder Público.
Com a entrada em vigor da Emenda Constitucional n. 81, ocorrida em 2014, passamos
a contar com duas situações que dão ensejo à aplicação da desapropriação confiscatória,
as quais estão previstas no artigo 243 e respectivo parágrafo único da Constituição Federal:

Art. 243. As propriedades rurais e urbanas de qualquer região do País onde forem localizadas
culturas ilegais de plantas psicotrópicas ou a exploração de trabalho escravo na forma da lei serão
expropriadas e destinadas à reforma agrária e a programas de habitação popular, sem qualquer
indenização ao proprietário e sem prejuízo de outras sanções previstas em lei, observado, no que
couber, o disposto no art. 5º.
Parágrafo único. Todo e qualquer bem de valor econômico apreendido em decorrência do tráfico
ilícito de entorpecentes e drogas afins e da exploração de trabalho escravo será confiscado e re-
verterá a fundo especial com destinação específica, na forma da lei.

Situações que dão ensejo à desapropriação confiscatória:

Propriedades rurais e Propriedades rurais e


urbanas de qualquer urbanas de qualquer
região do País onde forem região do País onde forem
localizadas culturas ilegais localizadas a exploração
de plantas psicotrópicas de trabalho escravo

Em ambas as situações, nenhuma indenização será devida ao proprietário, de forma que


as propriedades serão destinadas à reforma agrária e a programas de habitação popular.
Importante salientar que o entendimento do STF (RE 544.393 BA) é no sentido de que,
em caso de desapropriação confiscatória, a mesma deve recair sobre a totalidade da área do
imóvel, ainda que a cultura ilegal ocupe apenas parte da respectiva área.

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EXEMPLO
Caso o Poder Público, ao identificar que apenas uma pequena parte de uma propriedade par-
ticular possui o cultivo de plantas psicotrópicas, deverá, dentre outras medidas, desapropriar
toda a propriedade.
Posteriormente, a propriedade em questão será destinada à reforma agrária e a programas de
habitação popular.

9.3. Desapropriação Indireta ou Apossamento Administrativo


Todas as hipóteses que acabamos de mencionar são situações em que a desapropriação
ocorreu de forma direta, ou seja, respeitando todas as fases do procedimento para a aquisição,
pelo Poder Público, dos bens particulares.
Nas desapropriações indiretas, ao contrário, ocorre a situação em que o Poder Público
apropria-se de um bem particular sem a adoção do procedimento competente. Tal forma de
aquisição encontra fundamento no artigo 35 do Decreto 3.365/1941, de seguinte teor:

Art. 35, Os Bens Expropriados, uma vez incorporados à Fazenda Pública, não podem ser objeto
de reivindicação, ainda que fundada em nulidade do processo de desapropriação. Qualquer ação,
julgada procedente, resolver-se-á em perdas e danos.

Dessa forma, a desapropriação indireta configura um fato administrativo onde o Poder


Público apropria-se de um bem particular sem realizar a declaração expropriatória ou sem
o pagamento da indenização. Não há dúvida de que tais situações configuram um verdadeiro
esbulho possessório, uma vez que o Poder Público age com abuso de poder e sem garantir
o direito ao contraditório e à ampla defesa do processo administrativo de desapropriação.
Mesmo assim, considerando que a finalidade dada ao bem particular é essencial à cole-
tividade (possui afetação), não há que se falar em direito ao retorno do bem à propriedade
particular. Em tais situações, a questão, conforme mencionado pelo Decreto, se resolverá
com indenização por perdas e danos.

EXEMPLO
Temos um exemplo de desapropriação indireta quando o Poder Público constrói uma escola
pública e, posteriormente, verifica-se que o terreno utilizado pertencia a um particular.
Ainda que não tenha sido respeitado o procedimento de desapropriação, deve ser levado em
conta que o bem público encontra-se afetado à uma atividade imprescindível à coletividade
(educação).
Logo, não deve o bem retornar para o particular, que terá direito, por isso mesmo, a uma inde-
nização compensatória.

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Grande controvérsia reside no prazo prescricional para o ajuizamento da ação de indeniza-
ção, pelo particular, ante a realização da desapropriação indireta por parte do Poder Público.
Conforme entendimento sumulado do STJ (Súmula 119), o prazo de prescrição da ação
de desapropriação indireta prescreve em 20 anos. Tal súmula, entretanto, foi editada à luz
do Código Civil de 1916, tendo como objetivo aplicar, por analogia, o mesmo prazo utilizado
para a configuração de usucapião.
Com a entrada em vigor do novo Código Civil, ocorrida em 2002, tivemos a fixação do
prazo de 15 dias para a configuração de usucapião, motivo pelo qual, de acordo com o enten-
dimento majoritário, o prazo prescricional para o ajuizamento das ações de desapropriação
é de 15 anos.

9.4. Desapropriação por Zonas


A desapropriação por zonas, também conhecida como desapropriação extensiva, é aquela
que ocorre nas situações em que o processo de desapropriação deve se estender além do
imóvel anteriormente declarado como de utilidade pública. Por isso mesmo, a doutrina cos-
tuma conceituar a desapropriação por zonas como uma das espécies de desapropriação de
interesse social.
De acordo com o artigo 4º do Decreto 3.365/1941, duas são as situações que ensejam a
desapropriação por zonas: quando o Poder Público necessitar de uma área contígua (situada
ao lado) imprescindível para a realização da obra ou quando as áreas particulares vizinhas,
em virtude da desapropriação, tenham uma excessiva valorização.

Art. 4º A desapropriação poderá abranger a área contígua necessária ao desenvolvimento da obra


a que se destina, e as zonas que se valorizarem extraordinariamente, em consequência da rea-
lização do serviço. Em qualquer caso, a declaração de utilidade pública deverá compreendê-las,
mencionando-se quais as indispensáveis à continuação da obra e as que se destinam à revenda.

EXEMPLO
A administração municipal desapropria um terreno particular com a finalidade de construir casas
populares. Verifica-se, no entanto, que será necessária, para o alcance do objetivo (realização
da obra pública) a utilização de terrenos vizinhos em caráter permanente.
Nesta hipótese, o Poder Público, no momento da edição do decreto que declara o bem como
de utilidade pública, deve mencionar que tais áreas vizinhas são indispensáveis para a cons-
trução das casas populares, oportunidade em que o processo de desapropriação recairá sobre
a totalidade dos imóveis.
Situação semelhante ocorre quando o Poder Público desapropria um bem para a construção de
um hospital público. Com a realização da obra, os terrenos vizinhos passam a ser mais valori-
zados, o que pode resultar em enriquecimento sem causa dos particulares.

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Para evitar que isso ocorra, a administração declara tais bens como de utilidade pública, inde-
niza o particular e realiza a desapropriação. Posteriormente, pode revender tais bens tomando
por base o valor atualizado do imóvel.

9.5. Bens Desapropriáveis


Analisando todas as hipóteses de Desapropriação, consegue-se perceber que a regra é
a de que todos os bens podem vir a ser desapropriados. Neste sentido, merece destaque o
artigo 2º do Decreto 3.365/1941:

Art. 2º Mediante declaração de utilidade pública, todos os bens poderão ser desapropriados pela
União, pelos Estados, Municípios, Distrito Federal e Territórios.
§ 1º A desapropriação do espaço aéreo ou do subsolo só se tornará necessária, quando de sua
utilização resultar prejuízo patrimonial do proprietário do solo.
§ 2º Os bens do domínio dos Estados, Municípios, Distrito Federal e Territórios poderão ser desa-
propriados pela União, e os dos Municípios pelos Estados, mas, em qualquer caso, ao ato deverá
preceder autorização legislativa.

Importantes definições podem ser retiradas deste dispositivo. Como mencionado, todos
os bens, como regra, podem ser desapropriados, e deste conceito fazem parte, quando ne-
cessário, o espaço aéreo e o respectivo subsolo.
Da mesma forma, pode haver a desapropriação de bens públicos. Para isso, a União pode
desapropriar bens dos Estados e Municípios, ao passo que os Estados apenas poderão de-
sapropriar bens de municípios a eles pertencentes.
Ainda que o decreto apresente uma regra onde apenas “o maior pode desapropriar bens
do menor”, o STJ possui entendimento no sentido de ser possível a desapropriação, por Mu-
nicípio, de bem pertencente à União, bastando para tal a autorização por meio de decreto do
Presidente da República (RE 1.188.700-MG):

JURISPRUDÊNCIA
1. Não ocorre ofensa ao art. 535 do CPC, se o Tribunal de origem decide, fundamenta-
damente, as questões essenciais ao julgamento da lide.
2. É inadmissível o recurso especial se a análise da pretensão da parte recorrente
demanda o reexame de provas.
3. É vedado ao Município desapropriar bens de propriedade da União ou de suas autar-
quias e fundações, sem prévia autorização, por decreto, do Presidente da República.
Precedentes.

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Pelo princípio da simetria, temos que a mesma lógica deve ser utilizada quando da pos-
sibilidade de desapropriação de bem pertencente ao Estado por Município, ou seja, basta a
edição de decreto pelo Governador autorizando tal providência.

União (pode
desapropriar bens dos
Estados e dos
Municípios)

Desapropriação de Estados (podem


bens públicos (regras desapropriar bens dos
do Decreto Municípios nele
3.365/1941) localizados)

Municípios (não podem


desapropriar bens dos
demais entes
federativos)

Como exceção à regra da desapropriação, temos alguns bens não podem ser desapro-
priados, sendo eles:
• Os direitos personalíssimos, tais como o direito à vida, o direito ao alimento, o direito ao
corpo, o direito à liberdade intelectual, o direito à liberdade de invenção, o direito à liber-
dade civil, o direito à honra, o direito à imagem, dentre outros.
• A moeda e o dinheiro em circulação, uma vez que é através dela que se paga o direito à
indenização, com a ressalva de que as moedas raras podem ser desapropriadas.
• De acordo com a Súmula 479 do STF: “As margens dos rios navegáveis são domínio
público, insuscetíveis de expropriação e, por isso mesmo, excluídas de indenização.”
• As próprias pessoas jurídicas, uma vez que estas são sujeitos de direito, e não objeto. O
que se desapropria são os bens pertencentes às pessoas jurídicas, e não estas.

9.6. Direito de Extensão


O direito de extensão consiste na possibilidade do particular que está tendo um bem
desapropriado exigir do Poder Público que o ato de desapropriação alcance a totalidade da
propriedade. Tal pedido será viável nas hipóteses em que a área remanescente se revelar
sem valor econômico.

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Dessa forma, se estivermos diante de uma desapropriação parcial (que abrange apenas
parte da propriedade), pode ocorrer da área remanescente (aquela que não foi desapropriada
e que, por isso mesmo, permanecerá com o antigo proprietário) não ser passível de utilização
ou perder significativamente o valor inicial como decorrência da ação do Poder Estatal.
Neste caso, importante salientar que o pedido do direito de extensão deve ser protoco-
lado pelo particular na fase administrativa ou judicial, sendo incabível após o término da
desapropriação.

003. (FGV/OAB UNI NAC/OAB/2013) O Município de Barra Alta realizou a desapropriação


de grande parcela do imóvel de Manoel Silva e deixou uma parcela inaproveitável para o
proprietário.
No caso descrito, o proprietário obterá êxito se pleitear
a) a reintegração de posse de todo o imóvel em função da má-fé do Município.
b) o direito de extensão da desapropriação em relação à área inaproveitável.
c) a anulação da desapropriação em relação à parcela do imóvel suficiente para tornar a área
restante economicamente aproveitável.
d) a anulação integral da desapropriação, pois a mesma foi ilegal.

Na situação descrita pela questão, o proprietário obterá êxito se pleitear o direito de extensão
da desapropriação em relação à área inaproveitável. Em breve síntese, o direito de extensão
consiste na possibilidade do particular que está tendo um bem desapropriado exigir do Poder
Público que o ato de desapropriação alcance a totalidade da propriedade. Tal pedido será viável
nas hipóteses em que a área remanescente se revelar sem valor econômico.
Letra b.

9.7. Retrocessão
A retrocessão consiste na obrigação imposta ao expropriante (Poder Público que realizou
a desapropriação) de oferecer o bem ao proprietário anterior, mediante a devolução do valor
recebido por este a título de indenização, sempre que não seja dada a devida destinação ao bem.

EXEMPLO
Inicialmente, o Estado X desapropria uma propriedade particular com a finalidade de construção
de um Hospital Público. No entanto, o Poder Público opta, após a realização do procedimento,
em não construir o mencionado Hospital.

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Neste caso, deve o Poder Público oferece o bem ao antigo proprietário, que pode ou não reaver
a propriedade. Caso deseje reaver o bem, deverá devolver, da mesma forma, os valores recebi-
dos do Poder Público a título de indenização.

A possibilidade de Retrocessão está prevista no artigo 519 do Código Civil, que assim dispõe:

Art. 519, Se a coisa expropriada para fins de necessidade ou utilidade pública, ou por interesse
social, não tiver o destino para que se desapropriou, ou não for utilizada em obras ou serviços
públicos, caberá ao expropriado direito de preferência, pelo preço atual da coisa.

9.8. Tredestinação
Basicamente, a tredestinação consiste na utilização do bem, após a sua incorporação
pelo Poder Público (resultante da desapropriação), em finalidade diversa daquela inicialmente
prevista no ato declaratório.
De acordo com a doutrina, tal situação pode dar ensejo à tredestinação lícita ou ilícita.
Teremos tredestinação lícita quando o bem, ainda que não tenha sido destinado para o fim
inicialmente previsto, tenha sido utilizado para outro projeto que também esteja relacionado
com as necessidades da coletividade.

EXEMPLO
Como exemplo, pode-se citar uma desapropriação realizada com a finalidade de construção de
um hospital, mas que, por interesses supervenientes, é destinada à construção de uma escola
pública.
Neste caso, ainda que tenha havido a mudança no objeto a ser construído, nota-se que o bem-
-estar da coletividade continuará sendo o fundamento da segunda construção.
Dessa forma, como manteve-se a finalidade da administração, não terá o expropriado direito a
receber indenização a título de perdas e danos, tampouco de ser reintegrado ao bem em questão.

Situação oposta ocorre com a tredestinação ilícita, que ocorre quando o Poder Público
não dá a destinação devida ao bem expropriado, de forma que a destinação posterior não
guarda nenhuma relação com o interesse público.

EXEMPLO
Como exemplo, temos a situação em que houve a desapropriação de um terreno com a finalidade
de construção de uma escola. Posteriormente, o terreno é utilizado para atividades particulares
dos funcionários municipais.
Neste caso, a desapropriação é considerada nula, devendo o Poder Público proceder à devo-
lução do bem expropriado ao particular, e este, devolver ao Poder Público o valor recebido a
título de indenização.

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RESUMO

O fundamento para a intervenção do Estado na propriedade privada é a garantia do bem-


-estar da população. Assim, em determinadas situações, temos uma limitação ou supressão
de um direito individual em prol do bem-estar da coletividade.
A competência para a intervenção pode ser dividida em legislativa e administrativa.
A competência legislativa, que é privativa da União, é a de editar normas gerais a serem
observadas quando da utilização das diversas formas de intervenção.
A competência administrativa, que é comum a todos os entes federativos, é a capacidade
de praticar atos necessários à realização da intervenção.
As formas de intervenção da propriedade podem ser divididas em restritiva (aquelas que
causam apenas a restrição da propriedade particular) e supressiva (em que o Poder Público
transfere a propriedade para si).

Intervenção Restritiva Intervenção Supressiva

Servidão Administrativa
Ocupação Temporária
Requisição Administrativa Desapropriação
Limitações Administrativas
Tombamento

As diversas formas de intervenção na propriedade particular possuem, a depender da


modalidade, certas peculiaridades, conforme se observa por meio do quadro abaixo:

- Pode ser conceituada como um ônus real incidente sobre um bem particular com a finalidade de
permitir que tal propriedade possua utilização pública.
Administrativa

- Pode ser instituída por lei, por acordo entre as partes e por decisão judicial.
Servidão

- Em regra, não gera direito à indenização, que apenas ocorrerá nas hipóteses de prejuízo comprovado
pelo particular.
- Possuem o caráter de perpetuidade.
- Como exemplo de servidão, temos a fixação de placas indicativas de ruas e avenidas nos imóveis
particulares.

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- São conceituadas como determinações de caráter geral, unilaterais e gratuitas. Por meio delas,
o Estado impõe a adoção de um determinado comportamento (que pode ser o de fazer ou de
deixar de fazer), com a finalidade de assegurar que a propriedade atenda sua função social e que a
Administrativas
Limitações

coletividade seja beneficiada.


- Em regra, não dão direito à indenização.
- Diferem da servidão por terem a característica da generalidade, de forma que são limitações que
atingem todos os particulares que se encontrem nas situações previstas na norma legal.
- Como exemplo de limitações, temos a obrigação do particular respeitar um limite máximo de
andares, ou então a de observar um recuo mínimo entre a propriedade e as calçadas públicas.

- Encontra fundamento no artigo 5º, XXV, da Constituição Federal: “No caso de iminente perigo
público, a autoridade competente poderá usar de propriedade particular, assegurada ao proprietário
indenização ulterior, se houver dano.”
Administrativa
Requisição

- Em tais situações, considerada a urgência da necessidade de atuação do Poder Público, a


intervenção é instituída por meio de ato administrativo.
- Em caso de dano ao particular, caberá indenização, que será sempre paga em momento posterior à
ocupação.
- Exemplo de requisição é a feita pelo Poder Público sobre propriedade privada estratégica para a
contenção de incêndio ou para o abrigo de pessoas vítimas de desastres naturais.

- Consiste na forma de intervenção por meio do qual o estado utiliza, em caráter temporário, a
Temporária
Ocupação

propriedade privada com a finalidade de auxiliar na execução de uma obra ou de um serviço


público.
- É instituída por meio de ato administrativo.
- Apenas dará direito à indenização quando houver prejuízo comprovado ao particular.

- Trata-se de forma de intervenção através da qual o poder público objetiva garantir a preservação do
patrimônio histórico e cultural nacional.
- O tombamento poderá recair em bens móveis e imóveis e até mesmo em bairros ou cidades. Da
mesma forma, poderão ser tombados os bens materiais e imateriais, públicos ou privados.
Tombamento

- Como o tombamento não retira a propriedade do particular, não há que se falar, em regra, de direito
à indenização, que apenas será paga quando houver esvaziamento econômico do bem.
- Com o tombamento, o particular passa a ter uma série de obrigações, que podem ser de fazer
(positivas) ou de não fazer (negativas).
- Como exemplo de obrigações positivas, temos a obrigação da conservação do bem tombado.
Como exemplo de obrigação negativa, a de não destruir ou realizar qualquer tipo de reforma sem a
autorização do Poder Público.

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- A desapropriação pode ser entendida como o procedimento através do qual o poder público
transfere para si a propriedade que até então pertencia a terceiros, sejam eles particulares ou até
mesmo entes federativos.
- Três são as espécies de competências no âmbito da desapropriação: legislativa, declaratória e
executória.
- A competência legislativa, privativa da União, é a de editar normas gerais sobre o processo de
desapropriação.
- A competência declaratória, comum a todos os entes federativos, é a de expedir decreto declarando
o bem como de utilidade pública.
- A competência executória, que é a de executar os atos necessários à realização da desapropriação,
pode ser exercida por todos os entes federativos, pelas entidades da administração indireta e pelas
delegatárias de serviço público.
- São hipóteses de desapropriação: por necessidade pública, por utilidade pública, por interesse
social, para fins de reforma urbana, para fins de reforma agrária e confiscatória.
- Em todas as hipóteses, com exceção da desapropriação confiscatória, deve haver a indenização do
particular.
- Em todas as hipóteses acima, a desapropriação deve seguir uma série de atos pertencentes a um
procedimento administrativo, de forma que o particular tem o direito às garantias do contraditório e
Desapropriação

da ampla defesa.
- Na desapropriação indireta, em sentido contrário, temos um fato administrativo que acarreta a
posse, pelo Poder Público, de propriedade particular sem a observância do procedimento legal (sem
pagar a indenização ou sem expedir a declaração expropriatória).
- Em tal situação, o particular apenas tem direito de propor uma ação judicial pleiteando a
indenização devida.
- De acordo com o entendimento majoritário, o prazo prescricional para o ajuizamento da ação é de
15 anos.
- O direito de extensão consiste na possibilidade do particular que está tendo um bem desapropriado
exigir do Poder Público que o ato de desapropriação alcance a totalidade da propriedade.
- A retrocessão consiste na obrigação imposta ao expropriante (Poder Público que realizou a
desapropriação) de oferecer o bem ao proprietário anterior, mediante a devolução do valor recebido
por este a título de indenização, sempre que não seja dada a devida destinação ao bem.
- A tredestinação consiste na utilização do bem, após a sua incorporação pelo Poder Público
(resultante da desapropriação), em finalidade diversa daquela inicialmente prevista no ato
declaratório.
- De acordo com a doutrina, tal situação pode dar ensejo à tredestinação lícita ou ilícita.
- Teremos tredestinação lícita quando o bem, ainda que não tenha sido destinado para o fim
inicialmente previsto, tenha sido utilizado para outro projeto que também esteja relacionado com as
necessidades da coletividade.
- Teremos a tredestinação ilícita quando o Poder Público não dá a destinação devida ao bem
expropriado, de forma que a destinação posterior não guarda nenhuma relação com o interesse
público.

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MAPA MENTAL

Tem como
fundamento o
princípio da
Supremacia do
Interesse Público
Para legislar sobre
Privativa da União
intervenção

Competências
Todos os entes
Para executar os atos (União, Estados,
Intervenção do Estado de intervenção Distrito Federal e
na Propriedade Municípios)
Privada

Servidão Administrativa
Ocupação Temporária
Requisição
Apenas restringem o
Restritiva Administrativa
direito à propriedade
Limitações
Administrativas
Formas de Tombamento
Intervenção

Propriedade é
transferida do
Supressiva Desapropriação
particular para o
Poder Público

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Ônus real incidente sobre um bem
Poder ser instituída por lei, por
particular com a finalidade de
Servidão Administrativa decisão judicial ou por acordo
permitir que tal propriedade possua
entre as partes
utilização pública.

Imposição de um
Limitações Determinações de caráter geral,
comportamento para o
Administrativas unilaterais e gratuitas
particular

Utilização da propriedade, em caráter


temporário, com a finalidade de Instituída por meio de
Ocupação Temporária
auxiliar na execução de uma obra ou ato administrativo
de um serviço público

Espécies de Intervenção Em caso de dano, é


Possibilidade de utilização da
Requisição assegurado ao
propriedade particular no caso de
Administrativa proprietário uma
iminente perigo público
indenização

Pode recair em bens móveis e


Tem como objetivo garantir a
imóveis, materiais e imateriais,
Tombamento preservação do patrimônio histórico e
públicos ou privados e até mesmo
cultural nacional
em bairros ou cidades

Pode ocorrer por necessidade pública,


Transferência da propriedade por utilidade pública, por interesse
privada para o Poder Público social, para fins de reforma urbana, para
fins de reforma agrária e confiscatória
Desapropriação
Na desapropriação
Como regra, gera o direito do
confiscatória, não há
particular receber uma
direito ao recebimento de
indenização
indenização

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QUESTÕES DE CONCURSO

001. (FGV/AJ TRT16/TRT 16/JUDICIÁRIA/GRADUAÇÃO EM DIREITO/2022) O Município


Alfa, para fins de instalação de poste para viabilizar o serviço de iluminação pública, utilizou,
com base no poder de polícia, uma parcela do terreno privado de propriedade de Marcelo.
No caso em tela, o poder público municipal fez uso da intervenção do Estado na propriedade
denominada
a) requisição administrativa.
b) servidão administrativa.
c) limitação administrativa.
d) desapropriação indireta.
e) tombamento.

002. (FGV/OAB UNI NAC/OAB/2022) Em determinado hospital municipal ocorreu grave


incêndio, iniciado por pane elétrica no sistema de refrigeração. Todos os pacientes foram
imediatamente retirados do hospital e, diante do iminente perigo público, a autoridade com-
petente determinou que, até que fosse providenciada a remoção dos pacientes para outras
unidades de saúde, os enfermos fossem abrigados no pátio de uma grande escola particular
situada em frente ao nosocômio.
Buscando obter informações sobre seu eventual direito à indenização, o proprietário da escola
particular procurou você, como advogado(a), para obter a orientação jurídica correta.
Segundo sua orientação, no caso em tela, o agente público fez uso da
a) ocupação administrativa temporária, e o proprietário da escola particular não faz jus à inde-
nização, em razão da supremacia do interese público.
b) limitação administrativa, que assegura ao proprietário da escola particular o direito à indeni-
zação imediata e ao poder público o direito de preempção.
c) servidão administrativa, que assegura ao proprietário da escola particular o direito à prévia
indenização, em razão do uso temporário de seu bem imóvel.
d) requisição administrativa, que assegura ao proprietário da escola particular o direito à inde-
nização ulterior, caso haja dano.

003. (FGV/JE TJMG/TJ MG/2022) Com relação à requisição administrativa de leitos, medi-
camentos e insumos, feita pelo Poder Público, em razão de pandemia por COVID-19, assinale
a afirmativa correta.
a) Constitui limitação constitucional à propriedade privada, através de ato de império do Poder
Público, bastando a demonstração da necessidade e do perigo público iminente.
b) Na requisição administrativa será garantida a indenização prévia do dano ao particular.

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c) Além do aspecto legal, o Poder Judiciário pode acrescentar outras medidas políticas que
entende cabíveis, a serem adotadas na requisição, além daquelas estabelecidas pelo Executivo.
d) Não cabe ao Poder Judiciário a fixação do valor da indenização, que deve ser estabelecida
posteriormente ao ato de intervenção na propriedade privada.

004. (FGV/OAB UNI NAC/OAB/2022) A administração do Município Alfa está construindo


uma ponte para facilitar o acesso dos produtores rurais ao seu centro urbano. Para a realiza-
ção da construção, o ente necessita utilizar a propriedade privada de Fernando, um terreno
não edificado, vizinho à obra, enquanto perdurar a atividade de interesse público, para a qual
não há perigo iminente.
Considerando as modalidades de intervenção do Estado na propriedade, a administração do
Município Alfa deve
a) realizar o tombamento do bem de Fernando, mediante prévia e justa indenização em dinheiro,
diante da relevância da obra a ser realizada.
b) determinar a requisição administrativa do bem de Fernando, mediante indenização ulterior,
em caso de dano.
c) efetuar a ocupação temporária do bem de Fernando, passível de indenização pela utilização
do terreno em ação própria.
d) implementar uma servidão administrativa no bem de Fernando, mediante prévia e justa in-
denização em dinheiro, pelo sacrifício da propriedade.

005. (FGV/JE TJMG/TJ MG/2022) Analise as afirmativas a seguir.


I – O conjunto dos bens móveis e imóveis existentes no país e cuja conservação seja de inte-
resse público, por sua vinculação a fatos memoráveis da História do Brasil constitui patrimônio
histórico.
II – As coisas tombadas não poderão sair do país, exceto em caso de intercâmbio cultural.
III – O tombamento de bens pertencentes aos Municípios se fará de ofício, mas deverá ser
notificada a entidade a quem pertencer.
Está correto o que se afirma em
a) I, somente.
b) I e II, somente.
c) I, II e III.
d) II e III, somente.

006. (FGV/JE TJMG/TJ MG/2022) O poder público necessitando, com urgência, construir um
anel viário ingressou em imóvel alheio vazio e passou a praticar a terraplanagem do terreno.
Assinale a opção que indica a ação adequada que o proprietário do imóvel pode mover em face
do poder público.

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a) Ação de reintegração de posse, pois o esbulho equivale à própria perda da posse sobre o bem.
b) Ação de manutenção de posse, porque a turbação por atos da administração pública equivale
à perda total da posse.
c) Ação de desapropriação indireta, pois o poder público já ingressou no imóvel e pratica atos
de dono da área.
d) Ação de desapropriação, porque o proprietário, no futuro, poderá perder o título de propriedade
do imóvel, sem indenização.

007. (FGV/CONS TE (SEFAZ ES)/SEFAZ ES/CIÊNCIAS ECONÔMICAS/2022) O Governador


do Estado Delta publicou, em janeiro de 2015, decreto declarando a utilidade pública, para fins
de desapropriação, de imóvel de propriedade de Maria. Ocorre que, após o referido decreto, o
Estado Delta não adotou qualquer medida para dar início à fase executória da desapropriação.
No caso em tela, de acordo com as normas de regência,
a) ocorreu a caducidade do ato declaratório de desapropriação, pois já se passaram mais de
cinco anos, contados da data da expedição do respectivo decreto.
b) ocorreu a prescrição do ato declaratório de desapropriação, pois já se passaram mais de três
anos, contados da data da expedição do respectivo decreto.
c) ocorreu a decadência do ato declaratório de desapropriação, pois já se passou mais de um
ano, contado da data da expedição do respectivo decreto.
d) não ocorreu a extinção tácita do ato declaratório de desapropriação, pois ainda não transcor-
reu o prazo legal de quinze anos, contados da data da expedição do respectivo decreto.
e) não ocorreu a extinção tácita do ato declaratório de desapropriação, pois ainda não transcor-
reu o prazo legal de dez anos, contados da data da expedição do respectivo decreto.

008. (FGV/AJ (TJ MS)/TJ MS/FIM/BACHAREL EM DIREITO/2022) Sabe-se que, na desapro-


priação, o ente público determina a retirada do bem de seu proprietário, a fim de que passe
a fazer parte de seu patrimônio público, na forma e mediante as condições e procedimento
previstos no ordenamento jurídico, com base nas necessidades coletivas, mediante o paga-
mento de indenização, de forma justa ao proprietário.
Nesse contexto, de acordo com a doutrina de Direito Administrativo e a legislação de regência,
é regra que a desapropriação pode incidir sobre:
a) a moeda corrente do Brasil;
b) as margens dos rios navegáveis;
c) as pessoas físicas, especificamente em relação aos direitos personalíssimos;
d) os bens públicos, desde que feita do ente mais abrangente para o menos abrangente;
e) as pessoas jurídicas, desde que precedida de desconsideração da personalidade jurídica.

009. (FGV/OAB UNI NAC/OAB/2022) José é proprietário de imóvel rural de enorme dimen-
são, mas totalmente improdutivo, que vem sendo objeto de constantes desmatamentos à

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revelia da legislação ambiental. O imóvel está localizado no Município Alfa do Estado Gama,
sendo certo que os órgãos ambientais de ambos os entes federativos já vêm atuando em
razão da supressão vegetal ilegal. Em seu imóvel, José não promove a utilização adequada
dos recursos naturais disponíveis e a preservação do meio ambiente, nem mesmo realiza seu
aproveitamento racional e adequado.
Por estar descumprindo sua função social, nos termos da CRFB/88, o imóvel de José pode ser
objeto de desapropriação
a) por interesse social, para fins de reforma agrária, mediante prévia e justa indenização em
títulos da dívida agrária, cuja competência é da União.
b) sanção, que consiste em punição ao particular por sua conduta imobiliária inconstitucional,
mediante justa e prévia indenização, cuja competência é do Estado Gama.
c) confisco, que consiste na retirada do bem do patrimônio do particular com sua incorporação
ao patrimônio público, mediante justa e ulterior indenização, cuja competência é da União.
d) por utilidade social e com caráter sancionador, mediante ulterior e justa indenização a ser
paga por meio de precatório, cuja competência é do Município Alfa.

010. (FGV/AT (TCE TO)/TCE TO/DIREITO/2022) Ademar é proprietário de um imóvel na


cidade de Palmas/TO situado em área abrangida por projeto de construção de uma rodovia
estadual. O referido imóvel, então, foi declarado de utilidade pública por decreto do governa-
dor do Estado.
Nessa situação, pretendendo o poder público desapropriar o imóvel, é correto afirmar que:
a) Ademar e o Estado poderão submeter a controvérsia à mediação, desde que eleita uma câ-
mara de mediação criada pelo poder público, sendo vedada a arbitragem;
b) Ademar e o Estado poderão submeter a controvérsia à mediação ou à via arbitral, devendo
Ademar indicar um dos órgãos ou instituições especializados em mediação ou arbitragem
previamente cadastrados pelo órgão responsável pela desapropriação;
c) antes de ajuizar a ação de desapropriação, o Estado tem o dever de notificar Ademar e apre-
sentar-lhe oferta de indenização, depositando desde logo em seu favor o valor da oferta;
d) Ademar e o Estado poderão submeter a controvérsia à mediação, devendo Ademar indicar um
dos órgãos ou instituições especializados em mediação previamente cadastrados pelo órgão
responsável pela desapropriação, sendo vedada a arbitragem;
e) é obrigatório o ajuizamento da ação de desapropriação, sendo vedada a utilização dos meios
alternativos de resolução de controvérsias em vista da indisponibilidade do interesse público.

011. (FGV/TSJ (DPE RJ)/DPE RJ/2014) Um Município foi atingido por extraordinárias e
fortes chuvas no mês de janeiro de 2014, que deixaram centenas de desabrigados. Em razão
do iminente perigo público, inclusive diante da necessidade de remoção de diversas famí-
lias que moravam em área de risco, a administração pública municipal, após a lotação dos
prédios públicos disponíveis, viu-se obrigada a utilizar o prédio de uma escola particular. Por

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não concordar com a medida, João, o proprietário da escola particular, buscou orientação
jurídica, sendo informado de que se tratava de estado de calamidade pública, reconhecido
por decreto municipal, que autorizava a intervenção do Estado na propriedade particular, com
vistas à satisfação do interesse público. O instituto em tela se chama
a) servidão administrativa, tendo o particular direito à posterior indenização, se houver dano.
b) requisição, tendo o particular direito à indenização ulterior, se houver dano.
c) ocupação temporária, tendo o particular direito à posterior indenização, se houver dano.
d) ocupação temporária, tendo o particular direito à prévia indenização, independentemente da
comprovação do dano.
e) limitação administrativa, tendo o particular direito à indenização ulterior, independentemente
da comprovação do dano.

012. (FGV/AAAJ (DP DF)/DP DF/JUDICIÁRIA/2014) O poder público estadual resolveu


realizar obras necessárias para reforma e manutenção de uma rodovia. Para tal, fez-se neces-
sária a utilização transitória de alguns imóveis privados contíguos à via pública, como meio
à execução das obras, especialmente para serem alocadas as máquinas, equipamentos e
barracões de operários. Todos os proprietários dos terrenos a serem utilizados concordaram
com a providência, exceto o Senhor Antônio, que alegou que a Constituição da República lhe
assegura o direito de propriedade. Ao buscar orientação jurídica, Antônio foi informado de
que a propriedade deve atender à sua função social e, por força da prevalência do interesse
público sobre o privado, a utilização de seu imóvel pelo Estado é obrigatória, inclusive com
indenização ao final, no caso de comprovado prejuízo. A modalidade de intervenção do Estado
na propriedade no caso em tela é chamada de:
a) poder de polícia.
b) servidão administrativa.
c) requisição temporária.
d) ocupação temporária.
e) desapropriação temporária.

013. (FGV/ANA (IBGE)/IBGE/PROCESSOS ADMINISTRATIVOS DISCIPLINARES/2016) A


Constituição da República garante o direito de propriedade, mas o condiciona ao atendimento
de sua função social. Nesse contexto de intervenção do Estado na propriedade privada, é caso
de modalidade de intervenção restritiva chamada de servidão administrativa a hipótese de:
a) requisição de uma escola particular para abrigar pessoas desalojadas por fortes chuvas,
com iminente perigo público;
b) obrigação positiva aos proprietários de imóveis rurais que impõe a limpeza de seus terrenos;
c) instalação de redes elétricas em áreas privadas para a execução de serviços públicos;
d) tombamento de um imóvel contendo prédio histórico como patrimônio cultural brasileiro
e) desapropriação de um imóvel privado no centro da cidade para construção de um hospi-
tal público.

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014. (FGV/AL (CM CARUARU)/CM CARUARU/DIREITO/2015) O proprietário deve tolerar


a ação administrativa e, para tanto, permite o ingresso, em seus domínios, de agentes para
fins de vigilância sanitária.
A hipótese acima apresenta um exemplo de
a) servidão administrativa.
b) tombamento.
c) limitação administrativa.
d) ocupação temporária.
e) intervenção cautelar.

015. (FGV/OAB UNI NAC/OAB/EXAME ANUAL 2/2019) Virgílio é proprietário de um imóvel


cuja fachada foi tombada pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional – IPHAN,
autarquia federal, após o devido processo administrativo, diante de seu relevante valor his-
tórico e cultural.
O logradouro em que o imóvel está localizado foi assolado por fortes chuvas, que comprome-
teram a estrutura da edificação, a qual passou a apresentar riscos de desabamento. Em razão
disso, Virgílio notificou o Poder Público e comprovou não ter condições financeiras para arcar
com os custos da respectiva obra de recuperação.
Certo de que a comunicação foi recebida pela autoridade competente, que atestou a efetiva
necessidade da realização de obras emergenciais, Virgílio procurou você, como advogado(a),
para, mediante orientação jurídica adequada, evitar a imposição de sanção pelo Poder Público.
Sobre a hipótese apresentada, assinale a opção que apresenta a orientação correta.
a) Virgílio poderá demolir o imóvel.
b) A autoridade competente deve mandar executar a recuperação da fachada tombada, às
expensas da União.
c) Somente Virgílio é obrigado a arcar com os custos de recuperação do imóvel.
d) As obras necessárias deverão ser realizadas por Virgílio, independentemente de autorização
especial da autoridade competente.

016. (FGV/ANA (MPE RJ)/MPE RJ/ADMINISTRATIVA/2019) Para melhor proteger o pa-


trimônio histórico do Município Alfa, que contava com construção ornada com pinturas de
importante pintor nascido na localidade, o Prefeito foi informado de que a medida mais ade-
quada seria o tombamento. Um assessor próximo ao Chefe do Executivo, porém, afirmou que
a medida seria inadequada, pois (a) tem vigência temporária, (b) precisa ser renovada a cada
alienação do imóvel, (c) sempre exige prévia indenização e (d) pode ser cancelada.
À luz da ordem jurídica vigente, o assessor somente está certo em relação à(s) observação(ões):
a) (c);
b) (d);
c) (a) e (c);

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d) (b) e (c);
e) (a), (b) e (d).

017. (FGV/TNS (ALBA)/ALBA/ASSESSORIA LEGISLATIVA/2014/ADAPTADA) O tomba-


mento exerce importante papel na tutela do meio ambiente cultural. A esse respeito, é correto
afirmar que o tombamento somente recai sobre bens particulares, uma vez que a tutela dos
bens públicos se dá por meio do registro.

018. (FGV/TNS (ALBA)/ALBA/ASSESSORIA LEGISLATIVA/2014/ADAPTADA) O tombamento


exerce importante papel na tutela do meio ambiente cultural. A esse respeito, é correto afirmar
que o tombamento somente pode ser instituído por um único ente da federação, qual seja,
aquele que detém a dominialidade do bem.

019. (FGV/TNS (ALBA)/ALBA/ASSESSORIA LEGISLATIVA/2014/ADAPTADA) O tomba-


mento exerce importante papel na tutela do meio ambiente cultural. A esse respeito, é correto
afirmar que o tombamento é uma modalidade de desapropriação, uma vez que limita o uso,
o gozo e a disposição do bem.

020. (FGV/TNS (ALBA)/ALBA/ASSESSORIA LEGISLATIVA/2014/ADAPTADA) O tombamento


exerce importante papel na tutela do meio ambiente cultural. A esse respeito, é correto afirmar
que somente se dá o tombamento voluntário quando recai sobre bens públicos, quando não
há conflito de interesses.

021. (FGV/OAB UNI NAC/OAB/EXAME ANUAL 1/2019) Determinado Município fez publi-
car decreto de desapropriação por utilidade pública de determinada área, com o objetivo de
construir um hospital, o que incluiu o imóvel de Ana. A proprietária aceitou o valor oferecido
pelo ente federativo, de modo que a desapropriação se consumou na via administrativa.
Após o início das obras, foi constatada a necessidade, de maior urgência, da instalação de uma
creche na mesma localidade, de modo que o Município alterou a destinação a ser conferida à
edificação que estava sendo erigida. Ana se arrependeu do acordo firmado com o poder público.
Diante dessa situação hipotética, na qualidade de advogado(a) de Ana, assinale a afirmati-
va correta.
a) Ana deverá ajuizar ação de retrocessão do imóvel, considerando que o Município não possui
competência para atuar na educação infantil, de modo que não poderia alterar a destinação do
bem expropriado para esta finalidade.
b) Cabe a Ana buscar a anulação do acordo firmado com o Município, que deveria ter ajuizado a
indispensável ação de desapropriação para consumar tal modalidade de intervenção do estado
na propriedade.

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c) O ordenamento jurídico não autoriza que Ana impugne a desapropriação amigável acordada
com o Município, porque a nova destinação conferida ao imóvel atende ao interesse público, a
caracterizar a chamada tredestinação lícita.
d) Ana deverá ajuizar ação indenizatória em face do ente federativo, com base na desapropria-
ção indireta, considerando que o Município não pode conferir finalidade diversa da constante
no decreto expropriatório.

022. (FGV/OAB UNI NAC/OAB/EXAME ANUAL 2/2019) O poder público, com fundamento
na Lei n. 8.987/1995, pretende conceder à iniciativa privada uma rodovia que liga dois gran-
des centros urbanos. O edital, publicado em maio de 2018, previu a duplicação das pistas e a
obrigação de o futuro concessionário desapropriar os terrenos necessários à ampliação. Por
se tratar de projeto antigo, o poder concedente já havia declarado, em janeiro de 2011, a utili-
dade pública das áreas a serem desapropriadas no âmbito do futuro contrato de concessão.
Com base na hipótese apresentada, assinale a afirmativa correta.
a) O ônus das desapropriações necessárias à duplicação da rodovia não pode ser do futuro
concessionário, mas sim do poder concedente.
b) O poder concedente e o concessionário só poderão adentrar os terrenos necessários à am-
pliação da rodovia após a conclusão do processo de desapropriação.
c) O decreto que reconheceu a utilidade pública dos terrenos caducou, sendo necessária a
expedição de nova declaração.
d) A declaração de utilidade pública pode ser emitida tanto pelo poder concedente quanto pelo
concessionário.

023. (FGV/OAB UNI NAC/OAB/EXAME ANUAL 2/2017) O Estado “X” pretende fazer uma
reforma administrativa para cortar gastos. Com esse intuito, espera concentrar diversas secre-
tarias estaduais em um mesmo prédio, mas não dispõe de um imóvel com a área necessária.
Após várias reuniões com a equipe de governo, o governador decidiu desapropriar, por utili-
dade pública, um enorme terreno de propriedade da União para construir o edifício desejado.
Sobre a questão apresentada, assinale a afirmativa correta.
a) A União pode desapropriar imóveis dos Estados, atendidos os requisitos previstos em lei,
mas os Estados não podem desapropriar imóveis da União.
b) Para que haja a desapropriação pelo Estado “X”, é imprescindível que este ente federado
demonstre, em ação judicial, estar presente o interesse público.
c) A desapropriação é possível, mas deve ser precedida de autorização legislativa dada pela
Assembleia Legislativa.
d) A desapropriação é possível, mas deve ser precedida de autorização legislativa dada pelo
Congresso Nacional.

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024. (FGV/OAB UNI NAC/OAB/EXAME ANUAL 2/2016) O Estado Beta pretende estabelecer
ligação viária entre dois municípios contíguos em seu território. Para tanto, mostra-se neces-
sária a desapropriação, por utilidade pública, de bem de propriedade de um dos municípios
beneficiários da obra.
Quanto à competência do Estado Beta para desapropriar bem público, assinale a afirmativa correta.
a) O Estado Beta não tem competência para desapropriar, por utilidade pública, bem municipal.
b) O Estado Beta não tem competência para desapropriar bens públicos.
c) O Estado Beta poderá desapropriar sem qualquer providência preliminar.
d) O Estado Beta poderá desapropriar mediante a respectiva autorização legislativa.

025. (FGV/EST FOR (MPE RJ)/MPE RJ/2016) O procedimento de direito público pelo qual
o Poder Público transfere para si a propriedade de terceiro, por razões de utilidade pública
ou de interesse social, normalmente mediante o pagamento de indenização, é chamado pelo
ordenamento jurídico de:
a) concessão;
b) desapropriação;
c) permissão;
d) cassação;
e) tombamento.

026. (FGV/OAB UNI NAC/OAB/EXAME ANUAL 2/2015) O Município W, durante a construção


de avenida importante, ligando a região residencial ao centro comercial da cidade, verifica
a necessidade de ampliação da área a ser construída, mediante a incorporação de terrenos
contíguos à área já desapropriada, a fim de permitir o prosseguimento das obras. Assim, ex-
pede novo decreto de desapropriação, declarando a utilidade pública dos imóveis indicados,
adjacentes ao plano da pista.
Diante deste caso, assinale a opção correta.
a) É válida a desapropriação, pelo Município W, de imóveis a serem demolidos para a construção
da obra pública, mas não a dos terrenos contíguos à obra.
b) Não é válida a desapropriação, durante a realização da obra, pelo Município W, de novos
imóveis, qualquer que seja a finalidade.
c) É válida, no curso da obra, a desapropriação, pelo Município W, de novos imóveis em área
contígua necessária ao desenvolvimento da obra.
d) Em relação às áreas contíguas à obra, a única forma de intervenção estatal da qual pode se
valer o Município W é a ocupação temporária.

027. (FGV/AAAJ (DP DF)/DP DF/JUDICIÁRIA/2014) O desvio de finalidade na desapro-


priação, ou seja, o uso do bem desapropriado para fim diverso daquele mencionado no ato
expropriatório denomina-se:

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a) retrocessão.
b) desdestinação.
c) adestinação.
d) desapropriação indireta.
e) tredestinação.

028. (FGV/OAB UNI NAC/OAB/EXAME ANUAL 1/2020) Diante da necessidade de constru-


ção de uma barragem no Município Alfa, a ser efetuada em terreno rural de propriedade de
certa sociedade de economia mista federal, o Poder Legislativo local fez editar uma lei para
declarar a desapropriação por utilidade pública, após a autorização por decreto do Presidente
da República, sendo certo que, diante do sucesso das tratativas entre os chefes do Executivo
dos entes federativos em questão, foi realizado acordo na via administrativa para ultimar tal
intervenção do Estado na propriedade.
Diante dessa situação hipotética, assinale a afirmativa correta.
a) A autorização por decreto não pode viabilizar a desapropriação do bem em questão pelo
Município Alfa, porque os bens federais não são expropriáveis.
b) A iniciativa do Poder Legislativo do Município Alfa para declarar a desapropriação é válida,
cumprindo ao respectivo Executivo praticar os atos necessários para sua efetivação.
c) A intervenção na propriedade em tela não pode ser ultimada na via administrativa, mediante
acordo entre os entes federativos envolvidos.
d) O Município Alfa não tem competência para declarar a desapropriação por utilidade pública
de propriedades rurais.

029. (FGV/AUD EST (CGE RJ)/CGE RJ/2011) O Prefeito do Município de Florestal está inte-
ressado em construir um hospital público e, devido à sua localização conveniente, pretende
fazê-lo em um terreno desocupado de propriedade do Estado em que localizado o Município.
Entretanto, em razão de divergências políticas, o Governador do Estado se recusa a ceder o
imóvel para a Prefeitura.
Considerando a situação hipotética narrada, indaga-se: é juridicamente possível ao Município
desapropriar o imóvel de propriedade do Estado?
a) Sim, pois o terreno público em questão encontra-se desafetado e, por isso, é passível de
desapropriação.
b) Sim, desde que mediante autorização legislativa e prévia indenização em dinheiro.
c) Sim, pois deve prevalecer, nesse caso, o interesse público municipal a justificar transferência
compulsória do bem para a construção do hospital.
d) Não, pois os bens públicos são imprescritíveis e, portanto, não são passíveis de desapropriação.
e) Não, pois a desapropriação de bens públicos submete-se a restrições, não sendo possível
ao Município desapropriar bens de propriedade dos Estados ou da União.

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030. (FGV/AL (CM CARUARU)/CM CARUARU/DIREITO/2015) A instalação de uma rede


elétrica para a execução de serviços públicos em uma área privada é exemplo de intervenção
do Estado na propriedade na modalidade de
a) servidão administrativa.
b) requisição.
c) ocupação temporária.
d) limitação administrativa.
e) desapropriação.

031. (FGV/FISC POST (NITERÓI)/PREF NITERÓI/2015) No caso da intervenção do Estado


na propriedade, o poder público age de forma vertical, criando imposições que, de alguma
forma, restringem o seu uso pelo seu dominus, com fundamento na supremacia do interesse
público sobre o privado e na função social da propriedade. Nesse contexto, é hipótese de
intervenção do Estado na propriedade, na modalidade servidão administrativa:
a) a utilização de uma escola privada para abrigar temporariamente desalojados em situação
de perigo público iminente;
b) a utilização temporária de terrenos particulares contíguos a estradas, para a alocação tran-
sitória de máquinas;
c) o uso de escolas, clubes e outros estabelecimentos privados por ocasião das eleições;
d) a obrigação positiva aos proprietários de promover a limpeza de terrenos ou o parcelamento
ou a edificação compulsória;
e) a instalação de redes elétricas em áreas privadas para a execução de serviços públicos.

032. (FGV/AJ (TJ RJ)/TJ RJ/EXECUÇÃO DE MANDADOS/2014) Autoridade competente


declarou de utilidade pública, por meio de decreto, determinada faixa de terras de imóveis
particulares, a fim de viabilizar a instalação de um empreendimento que executará serviços
públicos utilizando gasodutos. Após acordo entre os proprietários dos imóveis situados na
rota do gasoduto e o Poder Público, com indenização em valor equivalente ao prejuízo que os
particulares irão suportar, houve a regular implantação dos gasodutos nas áreas privadas. O
caso em tela descreve a forma de intervenção do Estado na propriedade caracterizada como
direito real público que autoriza o Poder Público a usar a propriedade imóvel para permitir a
execução de obras e serviços de interesse coletivo. Trata-se da:
a) requisição;
b) ocupação temporária;
c) limitação administrativa;
d) servidão administrativa;
e) desapropriação.

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033. (FGV/ANA (MPE RJ)/MPE RJ/PROCESSUAL/2019) O Prefeito do Município Alfa editou


decreto no qual informava que o Poder Público utilizaria, por seis meses, os serviços e as
instalações do único hospital privado da região. A decisão decorreu do fato de o nosocômio
ter informado que cessaria o atendimento dos pacientes do Sistema Único de Saúde, o que
comprometeria o serviço de saúde no Município.
À luz da sistemática legal, a situação narrada caracteriza:
a) requisição administrativa, que não exige autorização do Poder Judiciário e acarreta o dever
de indenização posterior;
b) ocupação temporária, que exige prévia autorização do Poder Judiciário e não demanda
indenização;
c) desapropriação, devendo ser antecedida de prévia e justa indenização;
d) servidão administrativa ao direito de propriedade, que exige autorização do Poder Judiciário
e reembolso dos gastos;
e) ilegalidade, pois é típica situação de intervenção no domínio econômico, caracterizando
desapropriação indireta.

034. (FGV/OAB UNI NAC/OAB/EXAME ANUAL 1/2017) O Município Beta foi assolado por
chuvas que provocaram o desabamento de várias encostas, que abalaram a estrutura de di-
versos imóveis, os quais ameaçam ruir, especialmente se não houver imediata limpeza dos
terrenos comprometidos.
Diante do iminente perigo público a residências e à vida de pessoas, o Poder Público deve,
prontamente, utilizar maquinário, que não consta de seu patrimônio, para realizar as medidas
de contenção pertinentes.
Assinale a opção que indica a adequada modalidade de intervenção na propriedade privada
para a utilização do maquinário necessário.
a) Requisição administrativa.
b) Tombamento.
c) Desapropriação.
d) Servidão administrativa.

035. (FGV/CONT (PREF NITERÓI)/PREF NITERÓI/2015) O art. 5º, XXV, da Constituição da


República dispõe que “no caso de iminente perigo público, a autoridade competente poderá
usar de propriedade particular, assegurada ao proprietário indenização ulterior, se houver
dano”. Trata-se da modalidade de intervenção do Estado na propriedade por meio da qual
o poder público utiliza bens móveis, imóveis e serviços particulares em situação de perigo
público iminente, conhecida como:
a) servidão administrativa;
b) requisição administrativa;
c) ocupação transitória;

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d) limitação administrativa;
e) desapropriação temporária.

036. (FGV/AJ (TJ BA)/TJ BA/JUDICIÁRIA/DIREITO/2015) A Constituição da República


estabelece no Art. 5º, XX, que “no caso de iminente perigo público, a autoridade competente
poderá usar de propriedade particular, assegurada ao proprietário indenização ulterior, se houver
dano”. Com base em tal norma, diante de uma situação de iminente calamidade pública em
cidade do interior do Estado, o Poder Público municipal usou do imóvel, dos equipamentos e
dos serviços médicos de determinado hospital privado. Trata-se da modalidade de intervenção
do Estado na propriedade da:
a) servidão administrativa;
b) requisição administrativa;
c) ocupação temporária;
d) limitação administrativa;
e) desapropriação intermediária.

037. (FGV/ANA PROC (PGE RO)/PGE RO/PROCESSUAL/2015) Intervenção do Estado na


propriedade é toda e qualquer atividade estatal que, amparada em lei, tenha por fim ajustá-la
aos inúmeros fatores exigidos pela função social a que está condicionada. De acordo com
o texto constitucional, a modalidade de intervenção restritiva conhecida como requisição
administrativa é o direito:
a) real público que autoriza o Poder Público a usar a propriedade imóvel para permitir a execu-
ção de obras e serviços de interesse coletivo, como o caso de instalação de redes elétricas e a
implantação de gasodutos e oleodutos em áreas privadas para a execução de serviços públicos,
mediante prévia e justa indenização;
b) pessoal da Administração Pública de, no caso de iminente perigo público, usar da propriedade
particular (bens móveis, imóveis e serviços particulares) assegurada ao proprietário indenização
ulterior, se houver dano, como a hipótese do uso do imóvel, dos equipamentos e dos serviços
médicos de determinado hospital privado em situação de alagamento de toda a cidade em
estado de calamidade pública reconhecido oficialmente, por decreto do Executivo;
c) real da Administração Pública de usar transitoriamente imóveis privados, como meio de apoio
à execução de obras e serviços públicos ordinários, como a hipótese de utilização de terrenos
particulares contíguos a estradas (em construção ou em reforma), para a alocação transitória
de máquinas de asfalto, equipamentos de serviços e pequenas barracas de operários, mediante
prévia e justa indenização;
d) pessoal da Administração Pública de expedir determinações de caráter geral, através das
quais o Poder Público impõe a proprietários indeterminados obrigações positivas, negativas
ou permissivas, para o fim de condicionar as propriedades ao atendimento da função social,

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como o caso de permissão de vistorias em elevadores de edifícios e ingresso de agentes para


fins de vigilância sanitária, não havendo prévia indenização;
e) real da Administração Pública de expedir requisições para proteção do patrimônio cultural
brasileiro, com vistas à preservação da memória nacional, da identidade social e de aspectos
históricos de bens de interesse coletivo, por meio de inventários, registros, vigilância, tomba-
mento e de outras formas de acautelamento e preservação, como a hipótese de tombamento
de igreja centenária ou de ruínas com relevante interesse arqueológico.

038. (FGV/AJ (TJ AM)/TJ AM/QUALQUER ÁREA DE FORMAÇÃO/2013) A imposição de


limitação de construir acima de determinado número de andares, para garantir a visibilidade
de bem tombado, é denominada
a) limitação administrativa.
b) desapropriação indireta.
c) servidão administrativa.
d) requisição administrativa.
e) tombamento indireto.

039. (FGV/AJ (TJ RO)/TJ RO/OFICIAL DE JUSTIÇA/2021) Em razão das fortes chuvas do
último mês de junho, determinada região do Município Alfa ficou totalmente alagada e muitas
famílias ficaram desabrigadas. Diante do iminente perigo público, o prefeito municipal usou
a propriedade privada de João, consistente em um amplo galpão que estava inutilizado, para
assentar as famílias atingidas por uma semana até a solução definitiva dada ao caso.
Na hipótese narrada, o prefeito se valeu da intervenção do Estado na propriedade chamada:
a) ocupação temporária, mediante prévia e justa indenização a João;
b) requisição administrativa, assegurada a João indenização ulterior, se houver dano;
c) desapropriação temporária, mediante imediata e justa indenização a João;
d) limitação administrativa, assegurada a João indenização ulterior, se houver dano;
e) servidão administrativa, assegurada a João indenização justa e posterior.

040. (FGV/ADV (PREF PAULÍNIA)/PREF PAULÍNIA/CREAS/2021) No Município Gama ocorreu


grave enchente que fez com que muitas famílias ficassem desabrigadas. O Prefeito municipal,
diante do iminente perigo público, determinou a imediata utilização de um galpão abandonado,
de propriedade de João, para assentar as famílias atingidas, até a solução definitiva. No caso
narrado, ocorreu a intervenção do Estado na propriedade chamada
a) servidão administrativa, assegurada a João prévia e justa indenização;
b) ocupação temporária, assegurada a João prévia e justa indenização;
c) limitação administrativa, assegurada a João indenização ulterior, se houver dano;
d) requisição administrativa, assegurada a João indenização ulterior, se houver dano;
e) desapropriação temporária, assegurada a João indenização ulterior.

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041. (FGV/DEL POL (PC RN)/PC RN/2021) Ao cumprir mandados de busca e apreensão e
de prisão preventiva, a autoridade policial constatou que o endereço diligenciado se tratava
de propriedade urbana onde foram localizadas culturas ilegais de plantas psicotrópicas.
Em matéria de intervenção do Estado na propriedade, de acordo com a Constituição da Repú-
blica de 1988, o fato narrado poderá ensejar a:
a) desapropriação especial urbana, em que o imóvel será desapropriado, mediante pagamento
com títulos da dívida pública de emissão previamente aprovada pelo Senado Federal, com prazo
de resgate de até dez anos;
b) desapropriação confisco, em que o imóvel será expropriado e destinado à reforma agrária
e a programas de habitação popular, sem qualquer indenização ao proprietário e sem prejuízo
de outras sanções previstas em lei;
c) desapropriação por interesse social, em que o imóvel será desapropriado, mediante paga-
mento com títulos da dívida pública, com prazo de resgate de até dez anos, em parcelas anuais,
iguais e sucessivas;
d) expropriação sanção, em que o imóvel será desapropriado, e metade de todo e qualquer bem
de valor econômico apreendido em decorrência do tráfico ilícito de entorpecentes e drogas
afins será confiscado e reverterá a fundo especial com destinação específica, na forma da lei;
e) expropriação sanção, em que o imóvel será desapropriado com ulterior indenização, e todo
e qualquer bem de valor econômico apreendido em decorrência do tráfico ilícito de entorpe-
centes e drogas afins será confiscado e reverterá a fundo especial com destinação específica,
na forma da lei.

042. (FGV/OAB UNI NAC/OAB/2021) Luciano, proprietário de um terreno localizado no


Município Ômega, viajou para o exterior, pelo período de 8 meses, para realizar curso de es-
pecialização profissional.
Quando retornou de viagem, verificou que o Município, sem expedir qualquer notificação, de forma
irregular e ilícita, invadiu sua propriedade e construiu uma escola, em verdadeiro apossamento
administrativo. As aulas na nova escola municipal já se iniciaram há dois meses e verifica-se
a evidente impossibilidade de se reverter a situação sem ensejar prejuízos aos interesses da
coletividade.
Ao buscar assistência jurídica junto a conhecido escritório de advocacia, foi manejada em favor
de Luciano ação de
a) indenização por retrocessão, por abuso de poder da municipalidade, que gera direito à justa
e imediata indenização, exigível quando do trânsito em julgado da ação.
b) indenização por desapropriação indireta, que visa à justa e posterior indenização, a ser paga
por meio de precatório.
c) reintegração de posse por tredestinação ilícita, por desvio de finalidade, que visa à justa e
posterior indenização, a ser paga por meio de precatório.
d) interdito proibitório por desvio de finalidade, que gera direito à justa e imediata indenização,
exigível quando do trânsito em julgado da ação.

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043. (FGV/OAB UNI NAC/OAB/2020) Diante da necessidade de construção de uma barra-


gem no Município Alfa, a ser efetuada em terreno rural de propriedade de certa sociedade
de economia mista federal, o Poder Legislativo local fez editar uma lei para declarar a desa-
propriação por utilidade pública, após a autorização por decreto do Presidente da República,
sendo certo que, diante do sucesso das tratativas entre os chefes do Executivo dos entes
federativos em questão, foi realizado acordo na via administrativa para ultimar tal intervenção
do Estado na propriedade.
Diante dessa situação hipotética, assinale a afirmativa correta.
a) A autorização por decreto não pode viabilizar a desapropriação do bem em questão pelo
Município Alfa, porque os bens federais não são expropriáveis.
b) A iniciativa do Poder Legislativo do Município Alfa para declarar a desapropriação é válida,
cumprindo ao respectivo Executivo praticar os atos necessários para sua efetivação.
c) A intervenção na propriedade em tela não pode ser ultimada na via administrativa, mediante
acordo entre os entes federativos envolvidos.
d) O Município Alfa não tem competência para declarar a desapropriação por utilidade pública
de propriedades rurais.

044. (FGV/JE TJAM/TJ AM/2013) A única cidade‐sede da Copa do Mundo de 2014 na Região
Norte, Manaus (AM), também deve enfrentar casos de desapropriação para dar passagem
às obras da Copa. Estima‐se que mais de 100 imóveis devem ser afetados pelas obras ne-
cessárias à construção do monotrilho e do BRT (Bus Rapid Transit) que criarão corredores
exclusivos para ônibus, no intuito de desafogar o tráfego. No entanto, o Poder Público também
verificou que, com a construção do referido monotrilho, alguns imóveis, desnecessários ao
desenvolvimento da obra, iriam sofrer uma valorização extraordinária em razão da infraes-
trutura criada no entorno daquela área. Em razão de tal fato, decidiu incluí‐los no decreto de
declaração de utilidade pública da referida área, com expressa menção de que tais imóveis
seriam destinados à revenda.
Sobre a inclusão dos imóveis que irão sofrer uma valorização extraordinária no decreto expro-
priatório, assinale a afirmativa correta.
a) Trata‐se de hipótese de desapropriação por zona, autorizada por lei, e que consiste na inclusão
no decreto expropriatório de áreas que, embora não sejam necessárias à obra, se valorizarem
extraordinariamente, em consequência da realização do serviço.
b) Trata‐se de hipótese de desapropriação indireta, isto é, de apossamento administrativo sem
o devido processo legal que, contudo, não autoriza o particular a reivindicar o bem, mas tão
somente o pagamento de indenização.
c) Trata‐se de hipótese de tredestinação ilícita, na qual o Poder Público atua em desconformi-
dade com o plano inicialmente previsto no decreto expropriatório e transfere o bem à terceiro,
em claro desvio de finalidade.

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d) Trata‐se de hipótese de tredestinação lícita, pois nada obstante tenha se dado ao bem de-
sapropriado destino diverso daquele inicialmente planejado, manteve‐se o atendimento do
interesse público.
e) Os proprietários dos imóveis poderão exigir a aplicação do direito de extensão, isto é, que a
desapropriação inclua a área remanescente do bem, provando que sua utilização é despida de
qualquer valor econômico.

045. (FGV/AJ (TJ AM)/TJ AM/QUALQUER ÁREA DE FORMAÇÃO/2013) A intervenção do


Estado na propriedade dar-se-á de modo a atender o interesse público. Essa intervenção
também pode ocorrer para viabilizar a prestação de serviços públicos.
Nesse sentido, assinale a afirmativa correta.
a) Promover, sempre diretamente, a desapropriação dos bens necessários à execução dos
serviços públicos.
b) Delegar poderes à concessionária para que esta declare o bem de utilidade pública e promova
a desapropriação do mesmo e realize as suas expensas o pagamento da indenização.
c) Declarar de utilidade pública os bens necessários a execução dos serviços, podendo delegar
a concessionária poderes para a promoção da desapropriação, sendo o pagamento da indeni-
zação incumbência do poder concedente.
d) Declarar de utilidade pública os bens necessários a execução dos serviços, podendo delegar
a concessionária poderes para a promoção da desapropriação, sendo o pagamento da indeni-
zação nesse caso incumbência da concessionária.
e) A desapropriação de bens para a prestação do serviço, sempre que for necessária, deverá
ser feita pelo poder concedente à custa da concessionária.

046. (FGV/AJ (TJ AM)/TJ AM/QUALQUER ÁREA DE FORMAÇÃO/2013) A Constituição de


1988 trouxe, em seu texto, várias modalidades de desapropriação. Dentre essas modalidades,
nem todas são indenizáveis previamente em espécie.
Assinale a alternativa que indica apenas hipóteses de indenização prévia em dinheiro.
a) Necessidade pública e utilidade pública.
b) Necessidade pública e descumprimento das exigências do plano diretor.
c) Utilidade pública e desapropriação da propriedade improdutiva para fins de reforma agrária.
d) Desapropriação para fins de reforma agrária da propriedade improdutiva e desapropriação
para atender o plano diretor.
e) Utilidade pública e exigências do plano diretor.

047. (FGV/ANA PA (CONDER)/CONDER (BA)/ADMINISTRATIVA/ADVOGADO/2013) No


que tange à intervenção do Estado na propriedade privada, a mais drástica dessas medidas
é a desapropriação.
Com relação a essa modalidade de intervenção é correto afirmar que

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a) os bens gravados com inalienabilidade não poderão ser desapropriados.


b) a desapropriação do imóvel urbano por descumprimento de sua função social será indenizada
previamente e em dinheiro.
c) a desapropriação do imóvel rural por descumprimento de sua função social será indenizada
previamente e em dinheiro.
d) uma vez consolidada a desapropriação indireta, o proprietário não poderá reaver o imóvel
restando‐lhe apenas buscar sua indenização.
e) somente a administração direta poderá mover a ação de desapropriação.

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GABARITO
1. b 17. E 33. a
2. d 18. E 34. a
3. a 19. E 35. b
4. c 20. E 36. b
5. c 21. c 37. b
6. c 22. c 38. c
7. a 23. a 39. b
8. d 24. d 40. d
9. a 25. b 41. b
10. b 26. c 42. b
11. b 27. e 43. b
12. d 28. b 44. a
13. c 29. e 45. d
14. c 30. a 46. a
15. b 31. e 47. d
16. b 32. d

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GABARITO COMENTADO

001. (FGV/AJ TRT16/TRT 16/JUDICIÁRIA/GRADUAÇÃO EM DIREITO/2022) O Município


Alfa, para fins de instalação de poste para viabilizar o serviço de iluminação pública, utilizou,
com base no poder de polícia, uma parcela do terreno privado de propriedade de Marcelo.
No caso em tela, o poder público municipal fez uso da intervenção do Estado na propriedade
denominada
a) requisição administrativa.
b) servidão administrativa.
c) limitação administrativa.
d) desapropriação indireta.
e) tombamento.

Na situação narrada, o Poder Público fez uso da forma de intervenção denominada servidão
administrativa, que, em breve síntese, consiste em um ônus real incidente sobre um bem parti-
cular com a finalidade de permitir que tal propriedade possua utilização pública.
Letra b.

002. (FGV/OAB UNI NAC/OAB/2022) Em determinado hospital municipal ocorreu grave


incêndio, iniciado por pane elétrica no sistema de refrigeração. Todos os pacientes foram
imediatamente retirados do hospital e, diante do iminente perigo público, a autoridade com-
petente determinou que, até que fosse providenciada a remoção dos pacientes para outras
unidades de saúde, os enfermos fossem abrigados no pátio de uma grande escola particular
situada em frente ao nosocômio.
Buscando obter informações sobre seu eventual direito à indenização, o proprietário da escola
particular procurou você, como advogado(a), para obter a orientação jurídica correta.
Segundo sua orientação, no caso em tela, o agente público fez uso da
a) ocupação administrativa temporária, e o proprietário da escola particular não faz jus à inde-
nização, em razão da supremacia do interese público.
b) limitação administrativa, que assegura ao proprietário da escola particular o direito à indeni-
zação imediata e ao poder público o direito de preempção.
c) servidão administrativa, que assegura ao proprietário da escola particular o direito à prévia
indenização, em razão do uso temporário de seu bem imóvel.
d) requisição administrativa, que assegura ao proprietário da escola particular o direito à inde-
nização ulterior, caso haja dano.

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A remoção dos pacientes em razão do iminente perigo público ocorreu com base na requisição
administrativa, cujo fundamento consta no texto da Constituição Federal.

Art. 5º, XXV - No caso de iminente perigo público, a autoridade competente poderá usar de proprie-
dade particular, assegurada ao proprietário indenização ulterior, se houver dano.

Como regra geral, a requisição administrativa não gera o direito ao recebimento de indenização.
Contudo, em caso de dano, o proprietário terá direito ao recebimento de indenização ulterior.
Letra d.

003. (FGV/JE TJMG/TJ MG/2022) Com relação à requisição administrativa de leitos, medi-
camentos e insumos, feita pelo Poder Público, em razão de pandemia por COVID-19, assinale
a afirmativa correta.
a) Constitui limitação constitucional à propriedade privada, através de ato de império do Poder
Público, bastando a demonstração da necessidade e do perigo público iminente.
b) Na requisição administrativa será garantida a indenização prévia do dano ao particular.
c) Além do aspecto legal, o Poder Judiciário pode acrescentar outras medidas políticas que
entende cabíveis, a serem adotadas na requisição, além daquelas estabelecidas pelo Executivo.
d) Não cabe ao Poder Judiciário a fixação do valor da indenização, que deve ser estabelecida
posteriormente ao ato de intervenção na propriedade privada.

a) Certa. A requisição ocorre por meio de ato unilateral e autoexecutório. Logo, por implicar na
restrição temporária de um direito individual (o direito de propriedade), estamos diante de um
ato pautado no poder de império. O fundamento para o ato é a demonstração da necessidade
e do perigo público iminente.
b) Errada. A requisição administrativa apenas gera indenização em caso de dano, e, ainda assim,
de forma ulterior.
c) Errada. O Poder Judiciário não pode acrescentar outras medidas políticas que entende
cabíveis, medida que, se possível, implicaria no mérito administrativo, que é prerrogativa da
Administração Pública.
d) Errada. Na requisição, eventual indenização ocorre em momento posterior, e não de ma-
neira prévia.
Letra a.

004. (FGV/OAB UNI NAC/OAB/2022) A administração do Município Alfa está construindo uma
ponte para facilitar o acesso dos produtores rurais ao seu centro urbano. Para a realização da

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construção, o ente necessita utilizar a propriedade privada de Fernando, um terreno não edi-
ficado, vizinho à obra, enquanto perdurar a atividade de interesse público, para a qual não há
perigo iminente.
Considerando as modalidades de intervenção do Estado na propriedade, a administração do
Município Alfa deve
a) realizar o tombamento do bem de Fernando, mediante prévia e justa indenização em dinheiro,
diante da relevância da obra a ser realizada.
b) determinar a requisição administrativa do bem de Fernando, mediante indenização ulterior,
em caso de dano.
c) efetuar a ocupação temporária do bem de Fernando, passível de indenização pela utilização
do terreno em ação própria.
d) implementar uma servidão administrativa no bem de Fernando, mediante prévia e justa in-
denização em dinheiro, pelo sacrifício da propriedade.

No caso apresentado, o Poder Público necessita utilizar, para a realização da construção, a


propriedade privada de Fernando, um terreno não edificado, vizinho à obra, enquanto perdurar
a atividade de interesse público. Sendo assim, é correto afirmar que estamos, na situação men-
cionada, diante da forma de intervenção denominada ocupação temporária.
Na ocupação temporária, o particular tem direito ao recebimento de indenização, uma vez que
quem está sendo beneficiada com a medida é a Administração Pública como um todo.
Letra c.

005. (FGV/JE TJMG/TJ MG/2022) Analise as afirmativas a seguir.


I – O conjunto dos bens móveis e imóveis existentes no país e cuja conservação seja de inte-
resse público, por sua vinculação a fatos memoráveis da História do Brasil constitui patrimônio
histórico.
II – As coisas tombadas não poderão sair do país, exceto em caso de intercâmbio cultural.
III – O tombamento de bens pertencentes aos Municípios se fará de ofício, mas deverá ser
notificada a entidade a quem pertencer.
Está correto o que se afirma em
a) I, somente.
b) I e II, somente.
c) I, II e III.
d) II e III, somente.

Item I: Correto. O artigo 1º do Decreto-Lei 25/1937 determina que

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Constitui o patrimônio histórico e artístico nacional o conjunto dos bens móveis e imóveis existentes
no país e cuja conservação seja de interesse público, quer por sua vinculação a fatos memoráveis
da história do Brasil, quer por seu excepcional valor arqueológico ou etnográfico, bibliográfico ou
artístico.

Item II: Correto. De acordo com o artigo 14 da mencionada norma jurídica, consta a previsão de que

A coisa tombada não poderá sair do país, senão por curto prazo, sem transferência de domínio e
para fim de intercâmbio cultural, a juízo do Conselho Consultivo do Serviço do Patrimônio Histórico
e Artístico Nacional.

Item III: Correto. O item está de acordo com as disposições do artigo 5º da norma responsável
por estabelecer as regras relacionadas com o tombamento.

Art. 5º O tombamento dos bens pertencentes à União, aos Estados e aos Municípios se fará de
ofício, por ordem do diretor do Serviço do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional, mas deverá
ser notificado à entidade a quem pertencer, ou sob cuja guarda estiver a coisa tombada, afim de
produzir os necessários efeitos.

Letra c.

006. (FGV/JE TJMG/TJ MG/2022) O poder público necessitando, com urgência, construir um
anel viário ingressou em imóvel alheio vazio e passou a praticar a terraplanagem do terreno.
Assinale a opção que indica a ação adequada que o proprietário do imóvel pode mover em face
do poder público.
a) Ação de reintegração de posse, pois o esbulho equivale à própria perda da posse sobre o bem.
b) Ação de manutenção de posse, porque a turbação por atos da administração pública equivale
à perda total da posse.
c) Ação de desapropriação indireta, pois o poder público já ingressou no imóvel e pratica atos
de dono da área.
d) Ação de desapropriação, porque o proprietário, no futuro, poderá perder o título de propriedade
do imóvel, sem indenização.

A desapropriação indireta configura um fato administrativo onde o Poder Público apropria-se de


um bem particular sem realizar a declaração expropriatória ou sem o pagamento da indenização.
Na situação mencionada pelo enunciado, deverá o particular ingressar com a ação de desapro-
priação indireta, uma vez que o Poder Público já ingressou no imóvel e pratica atos de dono da
área. No caso, estaremos diante de uma ação condenatória, que terá por objetivo a indenização
por perdas e danos.
Letra c.

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007. (FGV/CONS TE (SEFAZ ES)/SEFAZ ES/CIÊNCIAS ECONÔMICAS/2022) O Governador


do Estado Delta publicou, em janeiro de 2015, decreto declarando a utilidade pública, para fins
de desapropriação, de imóvel de propriedade de Maria. Ocorre que, após o referido decreto, o
Estado Delta não adotou qualquer medida para dar início à fase executória da desapropriação.
No caso em tela, de acordo com as normas de regência,
a) ocorreu a caducidade do ato declaratório de desapropriação, pois já se passaram mais de
cinco anos, contados da data da expedição do respectivo decreto.
b) ocorreu a prescrição do ato declaratório de desapropriação, pois já se passaram mais de três
anos, contados da data da expedição do respectivo decreto.
c) ocorreu a decadência do ato declaratório de desapropriação, pois já se passou mais de um
ano, contado da data da expedição do respectivo decreto.
d) não ocorreu a extinção tácita do ato declaratório de desapropriação, pois ainda não transcor-
reu o prazo legal de quinze anos, contados da data da expedição do respectivo decreto.
e) não ocorreu a extinção tácita do ato declaratório de desapropriação, pois ainda não transcor-
reu o prazo legal de dez anos, contados da data da expedição do respectivo decreto.

O artigo 10 do Decreto 3.365/1941 estabelece que

A desapropriação deverá efetivar-se mediante acordo ou intentar-se judicialmente, dentro de cinco


anos, contados da data da expedição do respectivo decreto e findos os quais este caducará.

Na situação narrada, o Estado Delta, mesmo após ter editado decreto declarando o bem como
de utilidade pública, não adotou qualquer medida para dar início à fase executória da desapro-
priação. Logo, vencido o prazo de 5 anos, contados da data da expedição do respectivo decreto,
teremos a caducidade do ato declaratório de desapropriação.
Letra a.

008. (FGV/AJ (TJ MS)/TJ MS/FIM/BACHAREL EM DIREITO/2022) Sabe-se que, na desapro-


priação, o ente público determina a retirada do bem de seu proprietário, a fim de que passe
a fazer parte de seu patrimônio público, na forma e mediante as condições e procedimento
previstos no ordenamento jurídico, com base nas necessidades coletivas, mediante o paga-
mento de indenização, de forma justa ao proprietário.
Nesse contexto, de acordo com a doutrina de Direito Administrativo e a legislação de regência,
é regra que a desapropriação pode incidir sobre:
a) a moeda corrente do Brasil;
b) as margens dos rios navegáveis;
c) as pessoas físicas, especificamente em relação aos direitos personalíssimos;
d) os bens públicos, desde que feita do ente mais abrangente para o menos abrangente;
e) as pessoas jurídicas, desde que precedida de desconsideração da personalidade jurídica.

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Mediante declaração de utilidade pública, todos os bens poderão ser desapropriados pela União,
pelos Estados, Municípios e Distrito Federal. A doutrina identifica, contudo, alguns exemplos de
bens que não podem ser desapropriados, tais como a moeda corrente do Brasil, as margens
dos rios navegáveis, as pessoas físicas e as pessoas jurídicas.
Em relação aos bens públicos, há sim a possibilidade de desapropriação, mas desde que a
medida ocorra do ente maior em relação ao bem do ente menor. Neste sentido, inclusive, é a
redação do §2º do artigo 2º do Decreto 3.365/1941.

Art. 2º, § 2º Os bens do domínio dos Estados, Municípios, Distrito Federal e Territórios poderão
ser desapropriados pela União, e os dos Municípios pelos Estados, mas, em qualquer caso, ao ato
deverá preceder autorização legislativa.

Letra d.

009. (FGV/OAB UNI NAC/OAB/2022) José é proprietário de imóvel rural de enorme dimen-
são, mas totalmente improdutivo, que vem sendo objeto de constantes desmatamentos à
revelia da legislação ambiental. O imóvel está localizado no Município Alfa do Estado Gama,
sendo certo que os órgãos ambientais de ambos os entes federativos já vêm atuando em
razão da supressão vegetal ilegal. Em seu imóvel, José não promove a utilização adequada
dos recursos naturais disponíveis e a preservação do meio ambiente, nem mesmo realiza seu
aproveitamento racional e adequado.
Por estar descumprindo sua função social, nos termos da CRFB/88, o imóvel de José pode ser
objeto de desapropriação
a) por interesse social, para fins de reforma agrária, mediante prévia e justa indenização em
títulos da dívida agrária, cuja competência é da União.
b) sanção, que consiste em punição ao particular por sua conduta imobiliária inconstitucional,
mediante justa e prévia indenização, cuja competência é do Estado Gama.
c) confisco, que consiste na retirada do bem do patrimônio do particular com sua incorporação
ao patrimônio público, mediante justa e ulterior indenização, cuja competência é da União.
d) por utilidade social e com caráter sancionador, mediante ulterior e justa indenização a ser
paga por meio de precatório, cuja competência é do Município Alfa.

Na situação descrita, o imóvel de José pode ser objeto de desapropriação por interesse social,
para fins de reforma agrária, mediante prévia e justa indenização em títulos da dívida agrária,
cuja competência é da União.

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O fundamento para esta modalidade de desapropriação é o artigo 184 da Constituição Federal,


de seguinte redação:

Art. 184. Compete à União desapropriar por interesse social, para fins de reforma agrária, o imóvel
rural que não esteja cumprindo sua função social, mediante prévia e justa indenização em títulos
da dívida agrária, com cláusula de preservação do valor real, resgatáveis no prazo de até vinte anos,
a partir do segundo ano de sua emissão, e cuja utilização será definida em lei.

Letra a.

010. (FGV/AT (TCE TO)/TCE TO/DIREITO/2022) Ademar é proprietário de um imóvel na


cidade de Palmas/TO situado em área abrangida por projeto de construção de uma rodovia
estadual. O referido imóvel, então, foi declarado de utilidade pública por decreto do governa-
dor do Estado.
Nessa situação, pretendendo o poder público desapropriar o imóvel, é correto afirmar que:
a) Ademar e o Estado poderão submeter a controvérsia à mediação, desde que eleita uma câ-
mara de mediação criada pelo poder público, sendo vedada a arbitragem;
b) Ademar e o Estado poderão submeter a controvérsia à mediação ou à via arbitral, devendo
Ademar indicar um dos órgãos ou instituições especializados em mediação ou arbitragem
previamente cadastrados pelo órgão responsável pela desapropriação;
c) antes de ajuizar a ação de desapropriação, o Estado tem o dever de notificar Ademar e apre-
sentar-lhe oferta de indenização, depositando desde logo em seu favor o valor da oferta;
d) Ademar e o Estado poderão submeter a controvérsia à mediação, devendo Ademar indicar um
dos órgãos ou instituições especializados em mediação previamente cadastrados pelo órgão
responsável pela desapropriação, sendo vedada a arbitragem;
e) é obrigatório o ajuizamento da ação de desapropriação, sendo vedada a utilização dos meios
alternativos de resolução de controvérsias em vista da indisponibilidade do interesse público.

a) Errada. Diferente do que afirmado, a arbitragem é possível no curso do processo de


desapropriação.

Art. 10-B. Feita a opção pela mediação ou pela via arbitral, o particular indicará um dos órgãos
ou instituições especializados em mediação ou arbitragem previamente cadastrados pelo órgão
responsável pela desapropriação.

b) Certa. Nos termos do artigo citado, Ademar e o Estado poderão submeter a controvérsia à
mediação ou à via arbitral. Neste caso, deverá Ademar indicar um dos órgãos ou instituições
especializados em mediação ou arbitragem previamente cadastrados pelo órgão responsável
pela desapropriação

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c) Errada. O Estado realmente deve de notificar Ademar e apresentar-lhe oferta de indenização.


Contudo, o depósito não será feito desde logo, conforme afirmado pela alternativa, mas sim
apenas após o particular aceitar os valores oferecidos.
d) Errada. Conforme já destacado, a arbitragem é possível no processo de desapropriação.
e) Errada. A ação de desapropriação apenas irá ocorrer caso o particular o Poder Público não
chegue a um acordo em relação aos valores oferecidos a título de indenização.
Letra b.

011. (FGV/TSJ (DPE RJ)/DPE RJ/2014) Um Município foi atingido por extraordinárias e
fortes chuvas no mês de janeiro de 2014, que deixaram centenas de desabrigados. Em razão
do iminente perigo público, inclusive diante da necessidade de remoção de diversas famí-
lias que moravam em área de risco, a administração pública municipal, após a lotação dos
prédios públicos disponíveis, viu-se obrigada a utilizar o prédio de uma escola particular. Por
não concordar com a medida, João, o proprietário da escola particular, buscou orientação
jurídica, sendo informado de que se tratava de estado de calamidade pública, reconhecido
por decreto municipal, que autorizava a intervenção do Estado na propriedade particular, com
vistas à satisfação do interesse público. O instituto em tela se chama
a) servidão administrativa, tendo o particular direito à posterior indenização, se houver dano.
b) requisição, tendo o particular direito à indenização ulterior, se houver dano.
c) ocupação temporária, tendo o particular direito à posterior indenização, se houver dano.
d) ocupação temporária, tendo o particular direito à prévia indenização, independentemente da
comprovação do dano.
e) limitação administrativa, tendo o particular direito à indenização ulterior, independentemente
da comprovação do dano.

Ainda que João não concorde com a medida, poderá o Poder Público, em razão da calamidade
mencionada pela questão, requisitar administrativamente o prédio de uma escola particular.
Posteriormente, em caso de dano, será devido a João o pagamento de uma indenização.
Letra b.

012. (FGV/AAAJ (DP DF)/DP DF/JUDICIÁRIA/2014) O poder público estadual resolveu


realizar obras necessárias para reforma e manutenção de uma rodovia. Para tal, fez-se neces-
sária a utilização transitória de alguns imóveis privados contíguos à via pública, como meio
à execução das obras, especialmente para serem alocadas as máquinas, equipamentos e
barracões de operários. Todos os proprietários dos terrenos a serem utilizados concordaram
com a providência, exceto o Senhor Antônio, que alegou que a Constituição da República lhe

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assegura o direito de propriedade. Ao buscar orientação jurídica, Antônio foi informado de


que a propriedade deve atender à sua função social e, por força da prevalência do interesse
público sobre o privado, a utilização de seu imóvel pelo Estado é obrigatória, inclusive com
indenização ao final, no caso de comprovado prejuízo. A modalidade de intervenção do Estado
na propriedade no caso em tela é chamada de:
a) poder de polícia.
b) servidão administrativa.
c) requisição temporária.
d) ocupação temporária.
e) desapropriação temporária.

Na situação mencionada, o Poder Público necessita, temporariamente, fazer uso da propriedade


particular de Antônio como forma de realizar obras necessárias para reforma e manutenção
de uma rodovia.
A situação descrita é um típico caso de ocupação temporária, que, em linhas gerais, consiste na
forma de intervenção por meio do qual o Poder Público utiliza, em caráter temporário, a proprie-
dade privada com a finalidade de auxiliar na execução de uma obra ou de um serviço público.
Salienta-se que, em caso de comprovado prejuízo à propriedade particular, será devido a Antônio
o pagamento de uma indenização.
Letra d.

013. (FGV/ANA (IBGE)/IBGE/PROCESSOS ADMINISTRATIVOS DISCIPLINARES/2016) A


Constituição da República garante o direito de propriedade, mas o condiciona ao atendimento
de sua função social. Nesse contexto de intervenção do Estado na propriedade privada, é caso
de modalidade de intervenção restritiva chamada de servidão administrativa a hipótese de:
a) requisição de uma escola particular para abrigar pessoas desalojadas por fortes chuvas,
com iminente perigo público;
b) obrigação positiva aos proprietários de imóveis rurais que impõe a limpeza de seus terrenos;
c) instalação de redes elétricas em áreas privadas para a execução de serviços públicos;
d) tombamento de um imóvel contendo prédio histórico como patrimônio cultural brasileiro
e) desapropriação de um imóvel privado no centro da cidade para construção de um hospi-
tal público.

Na servidão administrativa, estamos diante de um ônus real incidente sobre a propriedade do


particular. Analisando as alternativas apresentadas, apenas a Letra C (instalação de redes elétri-
cas em áreas privadas para a execução de serviços públicos) está de acordo com tal definição.

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a) Errada. Estamos diante da requisição administrativa.


b) Errada. Estamos diante das limitações administrativas.
d) Errada. Estamos diante do tombamento.
e) Errada. Estamos diante da desapropriação.
Letra c.

014. (FGV/AL (CM CARUARU)/CM CARUARU/DIREITO/2015) O proprietário deve tolerar


a ação administrativa e, para tanto, permite o ingresso, em seus domínios, de agentes para
fins de vigilância sanitária.
A hipótese acima apresenta um exemplo de
a) servidão administrativa.
b) tombamento.
c) limitação administrativa.
d) ocupação temporária.
e) intervenção cautelar.

Na situação apresentada, estamos diante da forma de intervenção denominada limitação ad-


ministrativa, haja vista que o proprietário deve tolerar a ação administrativa.
Em linhas gerais, as limitações são conceituadas como determinações de caráter geral, unilate-
rais e gratuitas. Por meio delas, o Estado impõe a adoção de um determinado comportamento
(que pode ser o de fazer ou de deixar de fazer), com a finalidade de assegurar que a propriedade
atenda sua função social e que a coletividade seja beneficiada.
Letra c.

015. (FGV/OAB UNI NAC/OAB/EXAME ANUAL 2/2019) Virgílio é proprietário de um imóvel


cuja fachada foi tombada pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional – IPHAN,
autarquia federal, após o devido processo administrativo, diante de seu relevante valor his-
tórico e cultural.
O logradouro em que o imóvel está localizado foi assolado por fortes chuvas, que comprome-
teram a estrutura da edificação, a qual passou a apresentar riscos de desabamento. Em razão
disso, Virgílio notificou o Poder Público e comprovou não ter condições financeiras para arcar
com os custos da respectiva obra de recuperação.
Certo de que a comunicação foi recebida pela autoridade competente, que atestou a efetiva
necessidade da realização de obras emergenciais, Virgílio procurou você, como advogado(a),
para, mediante orientação jurídica adequada, evitar a imposição de sanção pelo Poder Público.
Sobre a hipótese apresentada, assinale a opção que apresenta a orientação correta.

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a) Virgílio poderá demolir o imóvel.


b) A autoridade competente deve mandar executar a recuperação da fachada tombada, às
expensas da União.
c) Somente Virgílio é obrigado a arcar com os custos de recuperação do imóvel.
d) As obras necessárias deverão ser realizadas por Virgílio, independentemente de autorização
especial da autoridade competente.

No caso, estamos diante de um imóvel objeto de tombamento. A partir da medida, uma série
de obrigações passam a ser necessárias por parte do particular e do Poder Público.
a) Errada. Virgílio não poderá demolir o imóvel, que, conforme mencionado, encontra-se tombado.
b) Certa. Considerando que Virgílio comprovou não ter condições financeiras para arcar com os
custos da respectiva obra de recuperação, deverá a autoridade competente mandar executar a
recuperação da fachada tombada, às expensas da União.
c) Errada. Caso o particular não disponha de recursos para o pagamento dos custos da recu-
peração, a medida deve ser realizada pelo Poder Público.
d) Errada. Virgílio até pode realizar as obras necessárias, mas deve, antes disso, solicitar auto-
rização à autoridade competente.
Letra b.

016. (FGV/ANA (MPE RJ)/MPE RJ/ADMINISTRATIVA/2019) Para melhor proteger o pa-


trimônio histórico do Município Alfa, que contava com construção ornada com pinturas de
importante pintor nascido na localidade, o Prefeito foi informado de que a medida mais ade-
quada seria o tombamento. Um assessor próximo ao Chefe do Executivo, porém, afirmou que
a medida seria inadequada, pois (a) tem vigência temporária, (b) precisa ser renovada a cada
alienação do imóvel, (c) sempre exige prévia indenização e (d) pode ser cancelada.
À luz da ordem jurídica vigente, o assessor somente está certo em relação à(s) observação(ões):
a) (c);
b) (d);
c) (a) e (c);
d) (b) e (c);
e) (a), (b) e (d).

O tombamento não tem vigência temporária, de forma que o bem tombado permanece com
esta característica, via de regra, até que ocorra eventual cancelamento.
Também não há necessidade de renovação do tombamento a cada alienação do imóvel. Ainda
que a alienação ocorra, o bem continua inscrito no Livro Tombo.

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No tombamento, não há necessidade de prévia indenização, uma vez que o particular continua
fazendo uso do bem em questão.
Importante salientar que o tombamento pode perfeitamente ser cancelado, conforme previsão
do Decreto-Lei 3.866/1941:

Artigo único. O Presidente da República, atendendo a motivos de interesse público, poderá determi-
nar, de ofício ou em grau de recurso, interposto pôr qualquer legítimo interessado, seja cancelado o
tombamento de bens pertencentes à União, aos Estados, aos municípios ou a pessoas naturais ou
jurídicas de direito privado, feito no Serviço do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional, de acordo
com o decreto-lei n. 25, de 30 de novembro de 1937.

Com base em tudo o que foi exposto, observa-se que a Letra B é o gabarito da questão.
Letra b.

017. (FGV/TNS (ALBA)/ALBA/ASSESSORIA LEGISLATIVA/2014/ADAPTADA) O tomba-


mento exerce importante papel na tutela do meio ambiente cultural. A esse respeito, é correto
afirmar que o tombamento somente recai sobre bens particulares, uma vez que a tutela dos
bens públicos se dá por meio do registro.

O tombamento pode recair tanto sobre bens particulares quanto sobre bens públicos.
Errado.

018. (FGV/TNS (ALBA)/ALBA/ASSESSORIA LEGISLATIVA/2014/ADAPTADA) O tombamento


exerce importante papel na tutela do meio ambiente cultural. A esse respeito, é correto afirmar
que o tombamento somente pode ser instituído por um único ente da federação, qual seja,
aquele que detém a dominialidade do bem.

Um mesmo bem pode ser tombado, por exemplo, por mais de um ente federativo. Logo, até
mesmo o ente que não detém a dominialidade do bem pode realizar o tombamento.
Errado.

019. (FGV/TNS (ALBA)/ALBA/ASSESSORIA LEGISLATIVA/2014/ADAPTADA) O tomba-


mento exerce importante papel na tutela do meio ambiente cultural. A esse respeito, é correto
afirmar que o tombamento é uma modalidade de desapropriação, uma vez que limita o uso,
o gozo e a disposição do bem.

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O tombamento é uma modalidade de intervenção, e não de desapropriação.


Errado.

020. (FGV/TNS (ALBA)/ALBA/ASSESSORIA LEGISLATIVA/2014/ADAPTADA) O tombamento


exerce importante papel na tutela do meio ambiente cultural. A esse respeito, é correto afirmar
que somente se dá o tombamento voluntário quando recai sobre bens públicos, quando não
há conflito de interesses.

O tombamento voluntário pode ocorrer, também, em relação aos bens particulares.


Errado.

021. (FGV/OAB UNI NAC/OAB/EXAME ANUAL 1/2019) Determinado Município fez publi-
car decreto de desapropriação por utilidade pública de determinada área, com o objetivo de
construir um hospital, o que incluiu o imóvel de Ana. A proprietária aceitou o valor oferecido
pelo ente federativo, de modo que a desapropriação se consumou na via administrativa.
Após o início das obras, foi constatada a necessidade, de maior urgência, da instalação de uma
creche na mesma localidade, de modo que o Município alterou a destinação a ser conferida à
edificação que estava sendo erigida. Ana se arrependeu do acordo firmado com o poder público.
Diante dessa situação hipotética, na qualidade de advogado(a) de Ana, assinale a afirmati-
va correta.
a) Ana deverá ajuizar ação de retrocessão do imóvel, considerando que o Município não possui
competência para atuar na educação infantil, de modo que não poderia alterar a destinação do
bem expropriado para esta finalidade.
b) Cabe a Ana buscar a anulação do acordo firmado com o Município, que deveria ter ajuizado a
indispensável ação de desapropriação para consumar tal modalidade de intervenção do estado
na propriedade.
c) O ordenamento jurídico não autoriza que Ana impugne a desapropriação amigável acordada
com o Município, porque a nova destinação conferida ao imóvel atende ao interesse público, a
caracterizar a chamada tredestinação lícita.
d) Ana deverá ajuizar ação indenizatória em face do ente federativo, com base na desapropria-
ção indireta, considerando que o Município não pode conferir finalidade diversa da constante
no decreto expropriatório.

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a) Errada. A situação mencionada é caso de tredestinação lítica, haja vista que o Município, ain-
da que tenha modificado o objeto (construção de um hospital por construção de uma creche),
assim o fez em razão do interesse coletivo. E como a tredestinação é lícita, não há que se falar
em retrocessão.
b) Errada. A ação de desapropriação não é obrigatória, sendo que o processo pode perfeitamente
ser resolvido na órbita administrativa.
c) Certa. No caso, Ana não poderá impugnar a desapropriação acordada com o Poder Público,
uma vez que, por razões de ordem coletiva, o ente federativo optou por dar outra destinação ao
bem, fazendo uso do instituto da tredestinação lícita.
d) Errada. O Município pode conferir finalidade diversa da constante no decreto expropriatório,
desde que leve em conta, para isso, o interesse da coletividade. Trata-se da intitulada tredesti-
nação lícita.
Letra c.

022. (FGV/OAB UNI NAC/OAB/EXAME ANUAL 2/2019) O poder público, com fundamento
na Lei n. 8.987/1995, pretende conceder à iniciativa privada uma rodovia que liga dois gran-
des centros urbanos. O edital, publicado em maio de 2018, previu a duplicação das pistas e a
obrigação de o futuro concessionário desapropriar os terrenos necessários à ampliação. Por
se tratar de projeto antigo, o poder concedente já havia declarado, em janeiro de 2011, a utili-
dade pública das áreas a serem desapropriadas no âmbito do futuro contrato de concessão.
Com base na hipótese apresentada, assinale a afirmativa correta.
a) O ônus das desapropriações necessárias à duplicação da rodovia não pode ser do futuro
concessionário, mas sim do poder concedente.
b) O poder concedente e o concessionário só poderão adentrar os terrenos necessários à am-
pliação da rodovia após a conclusão do processo de desapropriação.
c) O decreto que reconheceu a utilidade pública dos terrenos caducou, sendo necessária a
expedição de nova declaração.
d) A declaração de utilidade pública pode ser emitida tanto pelo poder concedente quanto pelo
concessionário.

a) Errada. O ônus das desapropriações necessárias à duplicação da rodovia pode perfeitamente


ser do concessionário. Tanto é que o edital publicado previu expressamente esta possibilidade.
b) Errada. Considerando que a concessionária precisa iniciar os serviços, pode ela, diferente
do que afirmado, adentrar os terrenos necessários à ampliação da rodovia antes da conclusão

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do processo de desapropriação. Um dos institutos que autoriza esta possibilidade é a imissão


provisória na posse.
c) Certa. Considerando que a declaração inicial foi expedida em 2011, em 2018 ela já encontra-
va-se caducada, conforme previsão do Decreto 3.365/1941:

Art. 10. A desapropriação deverá efetivar-se mediante acordo ou intentar-se judicialmente, dentro de
cinco anos, contados da data da expedição do respectivo decreto e findos os quais este caducará.
Neste caso, somente decorrido um ano, poderá ser o mesmo bem objeto de nova declaração.

d) Errada. A declaração de utilidade pública apenas pode ser emitida pelo poder concedente
(Poder Público), e não pelo concessionário.
Letra c.

023. (FGV/OAB UNI NAC/OAB/EXAME ANUAL 2/2017) O Estado “X” pretende fazer uma
reforma administrativa para cortar gastos. Com esse intuito, espera concentrar diversas secre-
tarias estaduais em um mesmo prédio, mas não dispõe de um imóvel com a área necessária.
Após várias reuniões com a equipe de governo, o governador decidiu desapropriar, por utili-
dade pública, um enorme terreno de propriedade da União para construir o edifício desejado.
Sobre a questão apresentada, assinale a afirmativa correta.
a) A União pode desapropriar imóveis dos Estados, atendidos os requisitos previstos em lei,
mas os Estados não podem desapropriar imóveis da União.
b) Para que haja a desapropriação pelo Estado “X”, é imprescindível que este ente federado
demonstre, em ação judicial, estar presente o interesse público.
c) A desapropriação é possível, mas deve ser precedida de autorização legislativa dada pela
Assembleia Legislativa.
d) A desapropriação é possível, mas deve ser precedida de autorização legislativa dada pelo
Congresso Nacional.

A regra geral é de que apenas o ente federativo de maior hierarquia pode desapropriar os bens
dos entes menores. Desta forma, a União pode desapropriar bens dos Estados, ao passo que
estes não podem desapropriar bens da União.

Art. 2º, § 2º Os bens do domínio dos Estados, Municípios, Distrito Federal e Territórios poderão
ser desapropriados pela União, e os dos Municípios pelos Estados, mas, em qualquer caso, ao ato
deverá preceder autorização legislativa.

Letra a.

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024. (FGV/OAB UNI NAC/OAB/EXAME ANUAL 2/2016) O Estado Beta pretende estabelecer
ligação viária entre dois municípios contíguos em seu território. Para tanto, mostra-se neces-
sária a desapropriação, por utilidade pública, de bem de propriedade de um dos municípios
beneficiários da obra.
Quanto à competência do Estado Beta para desapropriar bem público, assinale a afirmativa correta.
a) O Estado Beta não tem competência para desapropriar, por utilidade pública, bem municipal.
b) O Estado Beta não tem competência para desapropriar bens públicos.
c) O Estado Beta poderá desapropriar sem qualquer providência preliminar.
d) O Estado Beta poderá desapropriar mediante a respectiva autorização legislativa.

Na situação apresentada, o Estado poderá desapropriar o bem do Município, devendo, contudo,


ser expedida a competente e prévia autorização legislativa.

Art. 2º, § 2º Os bens do domínio dos Estados, Municípios, Distrito Federal e Territórios poderão
ser desapropriados pela União, e os dos Municípios pelos Estados, mas, em qualquer caso, ao ato
deverá preceder autorização legislativa.

Letra d.

025. (FGV/EST FOR (MPE RJ)/MPE RJ/2016) O procedimento de direito público pelo qual
o Poder Público transfere para si a propriedade de terceiro, por razões de utilidade pública
ou de interesse social, normalmente mediante o pagamento de indenização, é chamado pelo
ordenamento jurídico de:
a) concessão;
b) desapropriação;
c) permissão;
d) cassação;
e) tombamento.

Dentre as formas de intervenção, a desapropriação é a que implica na transferência da pro-


priedade particular para o Poder Público. Dentre outras modalidades, a desapropriação poderá
ocorrer por razões de utilidade pública ou de interesse social, cabendo, como regra geral, o
pagamento de indenização.
Letra b.

026. (FGV/OAB UNI NAC/OAB/EXAME ANUAL 2/2015) O Município W, durante a construção


de avenida importante, ligando a região residencial ao centro comercial da cidade, verifica

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a necessidade de ampliação da área a ser construída, mediante a incorporação de terrenos


contíguos à área já desapropriada, a fim de permitir o prosseguimento das obras. Assim, ex-
pede novo decreto de desapropriação, declarando a utilidade pública dos imóveis indicados,
adjacentes ao plano da pista.
Diante deste caso, assinale a opção correta.
a) É válida a desapropriação, pelo Município W, de imóveis a serem demolidos para a construção
da obra pública, mas não a dos terrenos contíguos à obra.
b) Não é válida a desapropriação, durante a realização da obra, pelo Município W, de novos
imóveis, qualquer que seja a finalidade.
c) É válida, no curso da obra, a desapropriação, pelo Município W, de novos imóveis em área
contígua necessária ao desenvolvimento da obra.
d) Em relação às áreas contíguas à obra, a única forma de intervenção estatal da qual pode se
valer o Município W é a ocupação temporária.

Na medida em que o Município verificou a necessidade de ampliação da área a ser construída,


mediante a incorporação de terrenos contíguos à área já desapropriada, nada impede que ocorra
a desapropriação de novos imóveis em área contígua necessária ao desenvolvimento da obra.
Letra c.

027. (FGV/AAAJ (DP DF)/DP DF/JUDICIÁRIA/2014) O desvio de finalidade na desapro-


priação, ou seja, o uso do bem desapropriado para fim diverso daquele mencionado no ato
expropriatório denomina-se:
a) retrocessão.
b) desdestinação.
c) adestinação.
d) desapropriação indireta.
e) tredestinação.

Basicamente, a tredestinação consiste na utilização do bem, após a sua incorporação pelo Poder
Público (resultante da desapropriação), em finalidade diversa daquela inicialmente prevista no
ato declaratório.
De acordo com a doutrina, tal situação pode dar ensejo à tredestinação lícita ou ilícita.
Teremos tredestinação lícita quando o bem, ainda que não tenha sido destinado para o fim
inicialmente previsto, tenha sido utilizado para outro projeto que também esteja relacionado
com as necessidades da coletividade.

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Situação oposta ocorre com a tredestinação ilícita, que ocorre quando o Poder Público não
dá a destinação devida ao bem expropriado, de forma que a destinação posterior não guarda
nenhuma relação com o interesse público.
Letra e.

028. (FGV/OAB UNI NAC/OAB/EXAME ANUAL 1/2020) Diante da necessidade de constru-


ção de uma barragem no Município Alfa, a ser efetuada em terreno rural de propriedade de
certa sociedade de economia mista federal, o Poder Legislativo local fez editar uma lei para
declarar a desapropriação por utilidade pública, após a autorização por decreto do Presidente
da República, sendo certo que, diante do sucesso das tratativas entre os chefes do Executivo
dos entes federativos em questão, foi realizado acordo na via administrativa para ultimar tal
intervenção do Estado na propriedade.
Diante dessa situação hipotética, assinale a afirmativa correta.
a) A autorização por decreto não pode viabilizar a desapropriação do bem em questão pelo
Município Alfa, porque os bens federais não são expropriáveis.
b) A iniciativa do Poder Legislativo do Município Alfa para declarar a desapropriação é válida,
cumprindo ao respectivo Executivo praticar os atos necessários para sua efetivação.
c) A intervenção na propriedade em tela não pode ser ultimada na via administrativa, mediante
acordo entre os entes federativos envolvidos.
d) O Município Alfa não tem competência para declarar a desapropriação por utilidade pública
de propriedades rurais.

No caso apresentado, estamos diante da necessidade de desapropriação de um bem público


federal (terreno rural de propriedade de certa sociedade de economia mista) por parte de um
Município.
Fazendo uso das disposições do artigo 2º, §3º, do Decreto 3.365/1941, encontramos a seguin-
te previsão:

Art. 2º, § 3º É vedada a desapropriação, pelos Estados, Distrito Federal, Territórios e Municípios de
ações, cotas e direitos representativos do capital de instituições e empresas cujo funcionamento
dependa de autorização do Governo Federal e se subordine à sua fiscalização, salvo mediante
prévia autorização, por decreto do Presidente da República.

Desta forma, a regra geral é a impossibilidade de desapropriação, pelos entes federativos “me-
nores”, de bens públicos da União. Em caráter de exceção, contudo, a desapropriação poderá
ocorrer mediante prévia autorização, por decreto, do Presidente da República, que é justamente
o que ocorre na questão.

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Sendo assim, a iniciativa do Poder Legislativo do Município Alfa para declarar a desapropriação
é válida, cumprindo ao respectivo Executivo praticar os atos necessários para sua efetivação.
Letra b.

029. (FGV/AUD EST (CGE RJ)/CGE RJ/2011) O Prefeito do Município de Florestal está inte-
ressado em construir um hospital público e, devido à sua localização conveniente, pretende
fazê-lo em um terreno desocupado de propriedade do Estado em que localizado o Município.
Entretanto, em razão de divergências políticas, o Governador do Estado se recusa a ceder o
imóvel para a Prefeitura.
Considerando a situação hipotética narrada, indaga-se: é juridicamente possível ao Município
desapropriar o imóvel de propriedade do Estado?
a) Sim, pois o terreno público em questão encontra-se desafetado e, por isso, é passível de
desapropriação.
b) Sim, desde que mediante autorização legislativa e prévia indenização em dinheiro.
c) Sim, pois deve prevalecer, nesse caso, o interesse público municipal a justificar transferência
compulsória do bem para a construção do hospital.
d) Não, pois os bens públicos são imprescritíveis e, portanto, não são passíveis de desapropriação.
e) Não, pois a desapropriação de bens públicos submete-se a restrições, não sendo possível
ao Município desapropriar bens de propriedade dos Estados ou da União.

A questão fez uso da regra geral, segundo a qual os entes de menor abrangência não podem
desapropriar bens dos entes maiores. De acordo com este entendimento, o Município, no caso
apresentado, não poderá desapropriar bem do Estado.

Art. 2º, § 2º Os bens do domínio dos Estados, Municípios, Distrito Federal e Territórios poderão
ser desapropriados pela União, e os dos Municípios pelos Estados, mas, em qualquer caso, ao ato
deverá preceder autorização legislativa.

É importante destacar, contudo, que o Decreto 3.365/1941 autoriza, mediante edição de decreto
do Presidente da República, a desapropriação, pelo Município, de bens da União.

Art. 2º, § 3º É vedada a desapropriação, pelos Estados, Distrito Federal, Territórios e Municípios de
ações, cotas e direitos representativos do capital de instituições e empresas cujo funcionamento
dependa de autorização do Governo Federal e se subordine à sua fiscalização, salvo mediante
prévia autorização, por decreto do Presidente da República.

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030. (FGV/AL (CM CARUARU)/CM CARUARU/DIREITO/2015) A instalação de uma rede


elétrica para a execução de serviços públicos em uma área privada é exemplo de intervenção
do Estado na propriedade na modalidade de
a) servidão administrativa.
b) requisição.
c) ocupação temporária.
d) limitação administrativa.
e) desapropriação.

A instalação de uma rede elétrica para a execução de serviços públicos em uma área privada
é típico caso de servidão administrativa. Nesta forma de intervenção, o particular suporta um
ônus real em prol do interesse e da finalidade pública.
Letra a.

031. (FGV/FISC POST (NITERÓI)/PREF NITERÓI/2015) No caso da intervenção do Estado


na propriedade, o poder público age de forma vertical, criando imposições que, de alguma
forma, restringem o seu uso pelo seu dominus, com fundamento na supremacia do interesse
público sobre o privado e na função social da propriedade. Nesse contexto, é hipótese de
intervenção do Estado na propriedade, na modalidade servidão administrativa:
a) a utilização de uma escola privada para abrigar temporariamente desalojados em situação
de perigo público iminente;
b) a utilização temporária de terrenos particulares contíguos a estradas, para a alocação tran-
sitória de máquinas;
c) o uso de escolas, clubes e outros estabelecimentos privados por ocasião das eleições;
d) a obrigação positiva aos proprietários de promover a limpeza de terrenos ou o parcelamento
ou a edificação compulsória;
e) a instalação de redes elétricas em áreas privadas para a execução de serviços públicos.

Apenas a Letra E retrata uma hipótese de servidão administrativa, ou seja, uma situação em
que o particular suporta um ônus real (a instalação de redes elétricas na sua propriedade) para
a execução de serviços públicos.
a) Errada. Estamos diante da requisição, medida interventiva utilizada com o objetivo de suprir
alguma demanda urgente do Poder Público.
b) e c) Erradas. As hipóteses são de ocupação temporária, ou seja, a utilização transitória de
bens particulares pelo Poder Público.

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d) Errada. A definição é de limitação administrativa, ou seja, determinações de caráter geral,


unilaterais e gratuitas. Por meio delas, o Estado impõe a adoção de um determinado compor-
tamento para os particulares.
Letra e.

032. (FGV/AJ (TJ RJ)/TJ RJ/EXECUÇÃO DE MANDADOS/2014) Autoridade competente


declarou de utilidade pública, por meio de decreto, determinada faixa de terras de imóveis
particulares, a fim de viabilizar a instalação de um empreendimento que executará serviços
públicos utilizando gasodutos. Após acordo entre os proprietários dos imóveis situados na
rota do gasoduto e o Poder Público, com indenização em valor equivalente ao prejuízo que os
particulares irão suportar, houve a regular implantação dos gasodutos nas áreas privadas. O
caso em tela descreve a forma de intervenção do Estado na propriedade caracterizada como
direito real público que autoriza o Poder Público a usar a propriedade imóvel para permitir a
execução de obras e serviços de interesse coletivo. Trata-se da:
a) requisição;
b) ocupação temporária;
c) limitação administrativa;
d) servidão administrativa;
e) desapropriação.

A resposta para a questão está na parte do enunciado que afirma que

O caso em tela descreve a forma de intervenção do Estado na propriedade caracterizada como


direito real público que autoriza o Poder Público a usar a propriedade imóvel para permitir a exe-
cução de obras e serviços de interesse coletivo.

E quando falamos em ônus real suportado pelo particular, a definição é a de servidão administrativa.
Letra d.

033. (FGV/ANA (MPE RJ)/MPE RJ/PROCESSUAL/2019) O Prefeito do Município Alfa editou


decreto no qual informava que o Poder Público utilizaria, por seis meses, os serviços e as
instalações do único hospital privado da região. A decisão decorreu do fato de o nosocômio
ter informado que cessaria o atendimento dos pacientes do Sistema Único de Saúde, o que
comprometeria o serviço de saúde no Município.
À luz da sistemática legal, a situação narrada caracteriza:
a) requisição administrativa, que não exige autorização do Poder Judiciário e acarreta o dever
de indenização posterior;
b) ocupação temporária, que exige prévia autorização do Poder Judiciário e não demanda
indenização;

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c) desapropriação, devendo ser antecedida de prévia e justa indenização;


d) servidão administrativa ao direito de propriedade, que exige autorização do Poder Judiciário
e reembolso dos gastos;
e) ilegalidade, pois é típica situação de intervenção no domínio econômico, caracterizando
desapropriação indireta.

Considerando que o Prefeito do Município Alfa editou decreto no qual informava que o Poder
Público utilizaria, por seis meses, os serviços e as instalações do único hospital privado da
região, estamos diante de uma hipótese de requisição administrativa.
A requisição administrativa é forma de intervenção na propriedade prevista no artigo 5º, XXV,
da Constituição Federal, sendo utilizada nas situações de iminente perigo público:

No caso de iminente perigo público, a autoridade competente poderá usar de propriedade particular,
assegurada ao proprietário indenização ulterior, se houver dano.

Importante destacar que a requisição não exige autorização do Poder Judiciário e acarreta o
dever de indenização posterior ao particular em caso de dano.
Letra a.

034. (FGV/OAB UNI NAC/OAB/EXAME ANUAL 1/2017) O Município Beta foi assolado por
chuvas que provocaram o desabamento de várias encostas, que abalaram a estrutura de di-
versos imóveis, os quais ameaçam ruir, especialmente se não houver imediata limpeza dos
terrenos comprometidos.
Diante do iminente perigo público a residências e à vida de pessoas, o Poder Público deve,
prontamente, utilizar maquinário, que não consta de seu patrimônio, para realizar as medidas
de contenção pertinentes.
Assinale a opção que indica a adequada modalidade de intervenção na propriedade privada
para a utilização do maquinário necessário.
a) Requisição administrativa.
b) Tombamento.
c) Desapropriação.
d) Servidão administrativa.

No caso, o Poder Público deve requisitar administrativamente o maquinário necessário para a


imediata limpeza dos terrenos comprometidos. Em caso de dano, ao particular será devido o
direito de recebimento de uma indenização ulterior.
Letra a.

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035. (FGV/CONT (PREF NITERÓI)/PREF NITERÓI/2015) O art. 5º, XXV, da Constituição da


República dispõe que “no caso de iminente perigo público, a autoridade competente poderá
usar de propriedade particular, assegurada ao proprietário indenização ulterior, se houver
dano”. Trata-se da modalidade de intervenção do Estado na propriedade por meio da qual
o poder público utiliza bens móveis, imóveis e serviços particulares em situação de perigo
público iminente, conhecida como:
a) servidão administrativa;
b) requisição administrativa;
c) ocupação transitória;
d) limitação administrativa;
e) desapropriação temporária.

A definição apresentada pelo texto da Constituição Federal (e reproduzida no enunciado da


questão) é a da requisição administrativa.
Letra b.

036. (FGV/AJ (TJ BA)/TJ BA/JUDICIÁRIA/DIREITO/2015) A Constituição da República


estabelece no Art. 5º, XX, que “no caso de iminente perigo público, a autoridade competente
poderá usar de propriedade particular, assegurada ao proprietário indenização ulterior, se houver
dano”. Com base em tal norma, diante de uma situação de iminente calamidade pública em
cidade do interior do Estado, o Poder Público municipal usou do imóvel, dos equipamentos e
dos serviços médicos de determinado hospital privado. Trata-se da modalidade de intervenção
do Estado na propriedade da:
a) servidão administrativa;
b) requisição administrativa;
c) ocupação temporária;
d) limitação administrativa;
e) desapropriação intermediária.

O conceito reproduzido no enunciado da questão é o da requisição administrativa.


E observe que esta modalidade de intervenção compreende bem a situação narrada pela ques-
tão, em que o Poder Público está diante de uma situação de iminente calamidade pública em
cidade do interior do Estado e fez uso do imóvel, dos equipamentos e dos serviços médicos de
determinado hospital privado.
Letra b.

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037. (FGV/ANA PROC (PGE RO)/PGE RO/PROCESSUAL/2015) Intervenção do Estado na


propriedade é toda e qualquer atividade estatal que, amparada em lei, tenha por fim ajustá-la
aos inúmeros fatores exigidos pela função social a que está condicionada. De acordo com
o texto constitucional, a modalidade de intervenção restritiva conhecida como requisição
administrativa é o direito:
a) real público que autoriza o Poder Público a usar a propriedade imóvel para permitir a execu-
ção de obras e serviços de interesse coletivo, como o caso de instalação de redes elétricas e a
implantação de gasodutos e oleodutos em áreas privadas para a execução de serviços públicos,
mediante prévia e justa indenização;
b) pessoal da Administração Pública de, no caso de iminente perigo público, usar da propriedade
particular (bens móveis, imóveis e serviços particulares) assegurada ao proprietário indenização
ulterior, se houver dano, como a hipótese do uso do imóvel, dos equipamentos e dos serviços
médicos de determinado hospital privado em situação de alagamento de toda a cidade em
estado de calamidade pública reconhecido oficialmente, por decreto do Executivo;
c) real da Administração Pública de usar transitoriamente imóveis privados, como meio de apoio
à execução de obras e serviços públicos ordinários, como a hipótese de utilização de terrenos
particulares contíguos a estradas (em construção ou em reforma), para a alocação transitória
de máquinas de asfalto, equipamentos de serviços e pequenas barracas de operários, mediante
prévia e justa indenização;
d) pessoal da Administração Pública de expedir determinações de caráter geral, através das
quais o Poder Público impõe a proprietários indeterminados obrigações positivas, negativas
ou permissivas, para o fim de condicionar as propriedades ao atendimento da função social,
como o caso de permissão de vistorias em elevadores de edifícios e ingresso de agentes para
fins de vigilância sanitária, não havendo prévia indenização;
e) real da Administração Pública de expedir requisições para proteção do patrimônio cultural
brasileiro, com vistas à preservação da memória nacional, da identidade social e de aspectos
históricos de bens de interesse coletivo, por meio de inventários, registros, vigilância, tomba-
mento e de outras formas de acautelamento e preservação, como a hipótese de tombamento
de igreja centenária ou de ruínas com relevante interesse arqueológico.

A requisição administrativa é forma de intervenção na propriedade prevista no artigo 5º, XXV,


da Constituição Federal, sendo utilizada nas situações de iminente perigo público:

No caso de iminente perigo público, a autoridade competente poderá usar de propriedade particular,
assegurada ao proprietário indenização ulterior, se houver dano.

A requisição é um direito de caráter pessoal, diferente, por exemplo, da servidão administrativa,


que se caracteriza por ser um ônus real. Na requisição, o particular terá direito, em caso de dano,
ao recebimento de uma indenização ulterior.

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Uma hipótese de requisição, como retratado na Letra B, é a de utilização de imóvel, dos equipa-
mentos e dos serviços médicos de determinado hospital privado em situação de alagamento
de toda a cidade em estado de calamidade pública reconhecido oficialmente, por decreto do
Executivo.
Letra b.

038. (FGV/AJ (TJ AM)/TJ AM/QUALQUER ÁREA DE FORMAÇÃO/2013) A imposição de


limitação de construir acima de determinado número de andares, para garantir a visibilidade
de bem tombado, é denominada
a) limitação administrativa.
b) desapropriação indireta.
c) servidão administrativa.
d) requisição administrativa.
e) tombamento indireto.

A imposição de limitação de construir acima de determinado número de andares, para garantir


a visibilidade de bem tombado, decorre da servidão administrativa.
Mas observe que apenas estaremos diante da servidão na medida em que a finalidade é garantir
a visibilidade de bem tombado, de forma que os demais prédios ficam em servidão em relação
ao imóvel tombado. Caso não estivéssemos diante desta peculiaridade, a forma de intervenção
utilizada seria a limitação administrativa.
Letra c.

039. (FGV/AJ (TJ RO)/TJ RO/OFICIAL DE JUSTIÇA/2021) Em razão das fortes chuvas do
último mês de junho, determinada região do Município Alfa ficou totalmente alagada e muitas
famílias ficaram desabrigadas. Diante do iminente perigo público, o prefeito municipal usou
a propriedade privada de João, consistente em um amplo galpão que estava inutilizado, para
assentar as famílias atingidas por uma semana até a solução definitiva dada ao caso.
Na hipótese narrada, o prefeito se valeu da intervenção do Estado na propriedade chamada:
a) ocupação temporária, mediante prévia e justa indenização a João;
b) requisição administrativa, assegurada a João indenização ulterior, se houver dano;
c) desapropriação temporária, mediante imediata e justa indenização a João;
d) limitação administrativa, assegurada a João indenização ulterior, se houver dano;
e) servidão administrativa, assegurada a João indenização justa e posterior.

Ao utilizar a propriedade privada de João, consistente em um amplo galpão que estava inutilizado,
o prefeito se valeu da intervenção do Estado na propriedade chamada requisição administrativa.
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Intervenção do Estado na Propriedade Privada
Diogo Surdi

Nesta forma de intervenção, o particular apenas terá direito a receber a indenização, de caráter
ulterior, em caso de dano.

Art. 5º, XXV - no caso de iminente perigo público, a autoridade competente poderá usar de proprie-
dade particular, assegurada ao proprietário indenização ulterior, se houver dano;

Letra b.

040. (FGV/ADV (PREF PAULÍNIA)/PREF PAULÍNIA/CREAS/2021) No Município Gama ocorreu


grave enchente que fez com que muitas famílias ficassem desabrigadas. O Prefeito municipal,
diante do iminente perigo público, determinou a imediata utilização de um galpão abandonado,
de propriedade de João, para assentar as famílias atingidas, até a solução definitiva. No caso
narrado, ocorreu a intervenção do Estado na propriedade chamada
a) servidão administrativa, assegurada a João prévia e justa indenização;
b) ocupação temporária, assegurada a João prévia e justa indenização;
c) limitação administrativa, assegurada a João indenização ulterior, se houver dano;
d) requisição administrativa, assegurada a João indenização ulterior, se houver dano;
e) desapropriação temporária, assegurada a João indenização ulterior.

Na situação descrita, o Prefeito municipal, diante do iminente perigo público, determinou a imediata
utilização de um galpão abandonado, de propriedade de João, para assentar as famílias atingi-
das. Logo, fez uso o Chefe do Poder Executivo da forma de intervenção denominada requisição
administrativa, segundo a qual será assegurada a João indenização ulterior, se houver dano.

Art. 5º, XXV - no caso de iminente perigo público, a autoridade competente poderá usar de proprie-
dade particular, assegurada ao proprietário indenização ulterior, se houver dano;

Letra d.

041. (FGV/DEL POL (PC RN)/PC RN/2021) Ao cumprir mandados de busca e apreensão e
de prisão preventiva, a autoridade policial constatou que o endereço diligenciado se tratava
de propriedade urbana onde foram localizadas culturas ilegais de plantas psicotrópicas.
Em matéria de intervenção do Estado na propriedade, de acordo com a Constituição da Repú-
blica de 1988, o fato narrado poderá ensejar a:
a) desapropriação especial urbana, em que o imóvel será desapropriado, mediante pagamento
com títulos da dívida pública de emissão previamente aprovada pelo Senado Federal, com prazo
de resgate de até dez anos;
b) desapropriação confisco, em que o imóvel será expropriado e destinado à reforma agrária
e a programas de habitação popular, sem qualquer indenização ao proprietário e sem prejuízo
de outras sanções previstas em lei;

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c) desapropriação por interesse social, em que o imóvel será desapropriado, mediante paga-
mento com títulos da dívida pública, com prazo de resgate de até dez anos, em parcelas anuais,
iguais e sucessivas;
d) expropriação sanção, em que o imóvel será desapropriado, e metade de todo e qualquer bem
de valor econômico apreendido em decorrência do tráfico ilícito de entorpecentes e drogas
afins será confiscado e reverterá a fundo especial com destinação específica, na forma da lei;
e) expropriação sanção, em que o imóvel será desapropriado com ulterior indenização, e todo
e qualquer bem de valor econômico apreendido em decorrência do tráfico ilícito de entorpe-
centes e drogas afins será confiscado e reverterá a fundo especial com destinação específica,
na forma da lei.

Ao constatar que que o endereço diligenciado se tratava de propriedade urbana onde foram loca-
lizadas culturas ilegais de plantas psicotrópicas, o fato poderá ensejar a desapropriação confisco.
Nesta modalidade de desapropriação, o imóvel será expropriado e destinado à reforma agrária
e a programas de habitação popular, sem qualquer indenização ao proprietário e sem prejuízo
de outras sanções previstas em lei, nos termos da Constituição Federal.

Art. 243. As propriedades rurais e urbanas de qualquer região do País onde forem localizadas
culturas ilegais de plantas psicotrópicas ou a exploração de trabalho escravo na forma da lei serão
expropriadas e destinadas à reforma agrária e a programas de habitação popular, sem qualquer
indenização ao proprietário e sem prejuízo de outras sanções previstas em lei, observado, no que
couber, o disposto no art. 5º.

Letra b.

042. (FGV/OAB UNI NAC/OAB/2021) Luciano, proprietário de um terreno localizado no


Município Ômega, viajou para o exterior, pelo período de 8 meses, para realizar curso de es-
pecialização profissional.
Quando retornou de viagem, verificou que o Município, sem expedir qualquer notificação, de forma
irregular e ilícita, invadiu sua propriedade e construiu uma escola, em verdadeiro apossamento
administrativo. As aulas na nova escola municipal já se iniciaram há dois meses e verifica-se
a evidente impossibilidade de se reverter a situação sem ensejar prejuízos aos interesses da
coletividade.
Ao buscar assistência jurídica junto a conhecido escritório de advocacia, foi manejada em favor
de Luciano ação de
a) indenização por retrocessão, por abuso de poder da municipalidade, que gera direito à justa
e imediata indenização, exigível quando do trânsito em julgado da ação.
b) indenização por desapropriação indireta, que visa à justa e posterior indenização, a ser paga
por meio de precatório.
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c) reintegração de posse por tredestinação ilícita, por desvio de finalidade, que visa à justa e
posterior indenização, a ser paga por meio de precatório.
d) interdito proibitório por desvio de finalidade, que gera direito à justa e imediata indenização,
exigível quando do trânsito em julgado da ação.

É inegável, com base na situação narrada, que houve desapropriação indireta por parte da Po-
der Público. A desapropriação indireta configura um fato administrativo onde o Poder Público
apropria-se de um bem particular sem realizar a declaração expropriatória ou sem o pagamento
da indenização.
Neste caso, deverá o particular ajuizar uma ação de indenização por desapropriação indireta,
que terá como finalidade a justa e posterior indenização. Isso ocorre na medida em que os bens
desapropriados, quando já tiverem sido incorporados à Fazenda Pública, não podem ser objeto
de reivindicação.

Art. 35. Os bens expropriados, uma vez incorporados à Fazenda Pública, não podem ser objeto de
reivindicação, ainda que fundada em nulidade do processo de desapropriação e qualquer ação,
julgada procedente, resolver-se-á em perdas e danos.

Assim, a ação ajuizada por Luciano terá por finalidade a justa e posterior indenização. E como
estamos diante da Fazenda Pública, os valores serão pagos, após a decisão judicial transitar
em julgado, de acordo com a sistemática dos precatórios.
Letra b.

043. (FGV/OAB UNI NAC/OAB/2020) Diante da necessidade de construção de uma barra-


gem no Município Alfa, a ser efetuada em terreno rural de propriedade de certa sociedade
de economia mista federal, o Poder Legislativo local fez editar uma lei para declarar a desa-
propriação por utilidade pública, após a autorização por decreto do Presidente da República,
sendo certo que, diante do sucesso das tratativas entre os chefes do Executivo dos entes
federativos em questão, foi realizado acordo na via administrativa para ultimar tal intervenção
do Estado na propriedade.
Diante dessa situação hipotética, assinale a afirmativa correta.
a) A autorização por decreto não pode viabilizar a desapropriação do bem em questão pelo
Município Alfa, porque os bens federais não são expropriáveis.
b) A iniciativa do Poder Legislativo do Município Alfa para declarar a desapropriação é válida,
cumprindo ao respectivo Executivo praticar os atos necessários para sua efetivação.
c) A intervenção na propriedade em tela não pode ser ultimada na via administrativa, mediante
acordo entre os entes federativos envolvidos.
d) O Município Alfa não tem competência para declarar a desapropriação por utilidade pública
de propriedades rurais.
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Em nosso ordenamento jurídico, os entes federativos de maior abrangência podem desapropriar


os bens públicos dos entes menores, sendo o contrário, como regra geral, vedado, nos termos
do artigo 2º, §2º, do Decreto 3.365/1941:

Art. 2º, § 2º Os bens do domínio dos Estados, Municípios, Distrito Federal e Territórios poderão
ser desapropriados pela União, e os dos Municípios pelos Estados, mas, em qualquer caso, ao ato
deverá preceder autorização legislativa.

Contudo, quando estivermos diante de decreto autorizativo do Chefe do Poder Executivo Federal,
assim como afirmado pela questão, a desapropriação se torna possível.

Art. 2º, § 3º É vedada a desapropriação, pelos Estados, Distrito Federal, Territórios e Municípios de
ações, cotas e direitos representativos do capital de instituições e empresas cujo funcionamento
dependa de autorização do Governo Federal e se subordine à sua fiscalização, salvo mediante
prévia autorização, por decreto do Presidente da República.

Neste contexto, e tomando por base as informações do enunciado da questão, é correto afirmar
que a iniciativa do Poder Legislativo do Município Alfa para declarar a desapropriação é válida,
devendo o Poder Executivo praticar os atos necessários para a respectiva efetivação.
Letra b.

044. (FGV/JE TJAM/TJ AM/2013) A única cidade‐sede da Copa do Mundo de 2014 na Região
Norte, Manaus (AM), também deve enfrentar casos de desapropriação para dar passagem
às obras da Copa. Estima‐se que mais de 100 imóveis devem ser afetados pelas obras ne-
cessárias à construção do monotrilho e do BRT (Bus Rapid Transit) que criarão corredores
exclusivos para ônibus, no intuito de desafogar o tráfego. No entanto, o Poder Público também
verificou que, com a construção do referido monotrilho, alguns imóveis, desnecessários ao
desenvolvimento da obra, iriam sofrer uma valorização extraordinária em razão da infraes-
trutura criada no entorno daquela área. Em razão de tal fato, decidiu incluí‐los no decreto de
declaração de utilidade pública da referida área, com expressa menção de que tais imóveis
seriam destinados à revenda.
Sobre a inclusão dos imóveis que irão sofrer uma valorização extraordinária no decreto expro-
priatório, assinale a afirmativa correta.
a) Trata‐se de hipótese de desapropriação por zona, autorizada por lei, e que consiste na inclusão
no decreto expropriatório de áreas que, embora não sejam necessárias à obra, se valorizarem
extraordinariamente, em consequência da realização do serviço.
b) Trata‐se de hipótese de desapropriação indireta, isto é, de apossamento administrativo sem
o devido processo legal que, contudo, não autoriza o particular a reivindicar o bem, mas tão
somente o pagamento de indenização.
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c) Trata‐se de hipótese de tredestinação ilícita, na qual o Poder Público atua em desconformi-


dade com o plano inicialmente previsto no decreto expropriatório e transfere o bem à terceiro,
em claro desvio de finalidade.
d) Trata‐se de hipótese de tredestinação lícita, pois nada obstante tenha se dado ao bem de-
sapropriado destino diverso daquele inicialmente planejado, manteve‐se o atendimento do
interesse público.
e) Os proprietários dos imóveis poderão exigir a aplicação do direito de extensão, isto é, que a
desapropriação inclua a área remanescente do bem, provando que sua utilização é despida de
qualquer valor econômico.

A desapropriação por zonas, também conhecida como desapropriação extensiva, é aquela que
ocorre nas situações em que o processo de desapropriação deve se estender além do imóvel
anteriormente declarado como de utilidade pública. Por isso mesmo, a doutrina costuma concei-
tuar a desapropriação por zonas como uma das espécies de desapropriação de interesse social.
No caso apresentado, o Poder Público verificou que alguns imóveis, desnecessários ao desen-
volvimento da obra, iriam sofrer uma valorização extraordinária em razão da infraestrutura criada
no entorno daquela área. Em razão de tal fato, decidiu incluí‐los no decreto de declaração de
utilidade pública da referida área, com expressa menção de que tais imóveis seriam destinados
à revenda.
Logo, estamos, no caso mencionado, diante da hipótese de desapropriação por zona, autori-
zada por lei, e que consiste na inclusão, no decreto expropriatório, de áreas que, embora não
sejam necessárias à obra, se valorizarem extraordinariamente em consequência da realização
do serviço.
Letra a.

045. (FGV/AJ (TJ AM)/TJ AM/QUALQUER ÁREA DE FORMAÇÃO/2013) A intervenção do


Estado na propriedade dar-se-á de modo a atender o interesse público. Essa intervenção
também pode ocorrer para viabilizar a prestação de serviços públicos.
Nesse sentido, assinale a afirmativa correta.
a) Promover, sempre diretamente, a desapropriação dos bens necessários à execução dos
serviços públicos.
b) Delegar poderes à concessionária para que esta declare o bem de utilidade pública e promova
a desapropriação do mesmo e realize as suas expensas o pagamento da indenização.
c) Declarar de utilidade pública os bens necessários a execução dos serviços, podendo delegar
a concessionária poderes para a promoção da desapropriação, sendo o pagamento da indeni-
zação incumbência do poder concedente.

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d) Declarar de utilidade pública os bens necessários a execução dos serviços, podendo delegar
a concessionária poderes para a promoção da desapropriação, sendo o pagamento da indeni-
zação nesse caso incumbência da concessionária.
e) A desapropriação de bens para a prestação do serviço, sempre que for necessária, deverá
ser feita pelo poder concedente à custa da concessionária.

A questão exige o conhecimento das regras relacionadas com a desapropriação para fins de servi-
ços públicos. Neste sentido, de acordo com o artigo 29 da Lei 8.987/1995, temos a seguinte previsão:

Art. 29. Incumbe ao poder concedente:


VIII – declarar de utilidade pública os bens necessários à execução do serviço ou obra pública,
promovendo as desapropriações, diretamente ou mediante outorga de poderes à concessionária,
caso em que será desta a responsabilidade pelas indenizações cabíveis;

Letra d.

046. (FGV/AJ (TJ AM)/TJ AM/QUALQUER ÁREA DE FORMAÇÃO/2013) A Constituição de


1988 trouxe, em seu texto, várias modalidades de desapropriação. Dentre essas modalidades,
nem todas são indenizáveis previamente em espécie.
Assinale a alternativa que indica apenas hipóteses de indenização prévia em dinheiro.
a) Necessidade pública e utilidade pública.
b) Necessidade pública e descumprimento das exigências do plano diretor.
c) Utilidade pública e desapropriação da propriedade improdutiva para fins de reforma agrária.
d) Desapropriação para fins de reforma agrária da propriedade improdutiva e desapropriação
para atender o plano diretor.
e) Utilidade pública e exigências do plano diretor.

Dentre as alternativas apresentadas, as desapropriações por necessidade e utilidade pública


são aquelas em que, ao lado das desapropriações por interesse social, ensejam a indenização
prévia e em dinheiro.

Art. 5º, XXIV - a lei estabelecerá o procedimento para desapropriação por necessidade ou utilidade
pública, ou por interesse social, mediante justa e prévia indenização em dinheiro, ressalvados os
casos previstos nesta Constituição;

Letra a.

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047. (FGV/ANA PA (CONDER)/CONDER (BA)/ADMINISTRATIVA/ADVOGADO/2013) No


que tange à intervenção do Estado na propriedade privada, a mais drástica dessas medidas
é a desapropriação.
Com relação a essa modalidade de intervenção é correto afirmar que
a) os bens gravados com inalienabilidade não poderão ser desapropriados.
b) a desapropriação do imóvel urbano por descumprimento de sua função social será indenizada
previamente e em dinheiro.
c) a desapropriação do imóvel rural por descumprimento de sua função social será indenizada
previamente e em dinheiro.
d) uma vez consolidada a desapropriação indireta, o proprietário não poderá reaver o imóvel
restando‐lhe apenas buscar sua indenização.
e) somente a administração direta poderá mover a ação de desapropriação.

a) Errada. Diferente do que afirmado, os bens gravados com inalienabilidade poderão perfeita-
mente ser desapropriados.
b) Errada. Neste caso, a indenização será feita mediante títulos da dívida pública de emissão
previamente aprovada pelo Senado Federal, com prazo de resgate de até dez anos.

Art. 182, § 4º É facultado ao Poder Público municipal, mediante lei específica para área incluída no
plano diretor, exigir, nos termos da lei federal, do proprietário do solo urbano não edificado, subutili-
zado ou não utilizado, que promova seu adequado aproveitamento, sob pena, sucessivamente, de:
III – desapropriação com pagamento mediante títulos da dívida pública de emissão previamente
aprovada pelo Senado Federal, com prazo de resgate de até dez anos, em parcelas anuais, iguais
e sucessivas, assegurados o valor real da indenização e os juros legais.

c) Errada. A desapropriação para fins de reforma agrária será feita mediante prévia e justa in-
denização em títulos da dívida agrária.

Art. 184. Compete à União desapropriar por interesse social, para fins de reforma agrária, o imóvel
rural que não esteja cumprindo sua função social, mediante prévia e justa indenização em títulos
da dívida agrária, com cláusula de preservação do valor real, resgatáveis no prazo de até vinte anos,
a partir do segundo ano de sua emissão, e cuja utilização será definida em lei.

d) Certa. A alternativa está de acordo com o artigo 35 do Decreto 3.365/1941, que estabelece que

Os bens expropriados, uma vez incorporados à Fazenda Pública, não podem ser objeto de reivin-
dicação, ainda que fundada em nulidade do processo de desapropriação. Qualquer ação, julgada
procedente, resolver-se-á em perdas e danos.

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Direito Administrativo
Intervenção do Estado na Propriedade Privada
Diogo Surdi

e) Errada. A ação de desapropriação está inserida na fase executória do procedimento. Nes-


ta etapa, tanto a Administração Direta quanto a Administração Indireta podem fazer uso da
competência executória. Além disso, podem efetuar desapropriações, quando autorizadas, as
concessionárias de serviços públicos.
Letra d.

Diogo Surdi
Diogo Surdi é formado em Administração Pública e é professor de Direito Administrativo em concursos
públicos, tendo sido aprovado para vários cargos, dentre os quais se destacam: Auditor-Fiscal da Receita
Federal do Brasil (2014), Analista Judiciário do TRT-SC (2013), Analista Tributário da Receita Federal do
Brasil (2012) e Técnico Judiciário dos seguintes órgãos: TRT-SC, TRT-RS, TRE-SC, TRE-RS, TRT-MS e MPU.

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