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SUMÁRIO

Emprego do artigo .......... 5


Emprego do adjetivo ...... 10
Emprego do numeral ...... 11
Emprego do pronome ......13
17 17. EMPREGO DAS PALAVRAS
17. EMPREGO DAS PALAVRAS

Você vai perceber que já estudamos o emprego das palavras, juntamente


com a sua classificação, mas faremos uma apostila só com o emprego delas para
fins didáticos. Por isso, reuni neste livro todo o conteúdo sobre o assunto já visto
anteriormente.

EMPREGO DO ARTIGO

Conforme a Lei nº 9.610/98, é expressamente proibida a reprodução de parte ou totalidade deste material
O emprego do artigo é obrigatório entre o numeral ambos e o
substantivo a que esse numeral se refere.
Ex.:

O policial pediu a carteira de ambos os amigos.

A decisão do juiz tranquilizou ambas as partes.

Não se usa o artigo depois do pronome relativo cujo e suas flexões.


Ex.:

Aquele é o aluno cuja mochila desapareceu. (forma correta)

Aquele é o aluno cuja a mochila desapareceu. (forma errada)

Este é o pintor cujos quadros eu comprei. (forma correta)

Este é o pintor cujos os quadros eu comprei. (forma errada)

Não se usa artigo diante da palavra casa, com sentido de lar ou


moradia, nem diante da palavra terra, com sentido de chão firme.

Exemplo com a palavra ‘casa’

Ninguém estava em casa naquele dia.

Observação: caso a palavra ‘casa’ esteja determinada, haverá presença do


artigo.

Ex.: Ninguém estava na casa de Maria naquele dia.

Exemplo com a palavra ‘terra’

Os marinheiros permaneceram em terra.

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17. EMPREGO DAS PALAVRAS

Observação: caso a palavra ‘terra’ esteja determinada, haverá presença


do artigo.
Ex.: Os marinheiros permaneceram na terra dos dragões.

Alguns nomes de lugares admitem a anteposição do artigo, outros,


porém, não admitem.

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Ex.:

Tiveram bons momentos em Porto Alegre. (Porto Alegre não admite artigo)
Maria veio da Bahia. (Bahia admite artigo)

Observação: caso o nome do lugar que não admite artigo venha


especificado, o uso do artigo é obrigatório.

Ex.:

A bela Ceará tem praias lindas.

Viajaremos para a velha Salvador.

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Veja abaixo lista de lugares no Brasil e no mundo que admitem ou não


o artigo.

Estados que admitem artigo Estados que não admitem artigo


Acre Roraima
Amazonas Pernambuco

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Pará Alagoas
Amapá Sergipe
Maranhão Minas Gerais
Piauí São Paulo
Ceará Santa Catarina
Rio Grande do Norte Goiás
Paraíba Rondônia
Bahia Mato Grosso
Espírito Santo Mato Grosso do Sul
Rio de Janeiro
Paraná
Rio Grande do Sul
Distrito Federal
Tocantins

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Países que admitem artigo Países que não admitem artigo


Brasil Portugal

Estados Unidos Marrocos

Egito Timor Leste

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Peru Moçambique

Iraque Madagáscar

Espanha Cuba

França

Roménia

Venezuela

Colômbia

Alemanha

Itália

China

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17. EMPREGO DAS PALAVRAS

Não se usa artigo antes dos pronomes de tratamento.

Ex.:
Vossa Excelência recomendou os serviços de Sua Senhoria. (forma correta

A Vossa Excelência recomendou os serviços da Sua Senhoria. (forma

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errada)

Observação: Antes dos pronomes de tratamento senhor(a), senhorita e


dona, pode-se usar o artigo.

Ex.:

A senhorita quer a nota?

A dona Maria está feliz.

O senhor vai se sentar?

Diante de pronomes possessivos (meu, minha, teu, tua, seu, sua), o


uso do artigo é facultativo.

Ex.:
Estão corretas, portanto, as duas formas abaixo:

(com ou sem artigo)

Não convidei sua amiga.

Não convidei a sua amiga.

Em geral, com nomes de pessoas, não se usa artigo, mas


em alguns casos é permitido que se use. Pode-se dizer que o uso é
facultativo, pois é frequente, na linguagem coloquial, colocar o artigo
antes de nomes de pessoas, para indicar afetividade ou familiaridade.

Ex.:

Maria não apareceu na festa.

A Maria é uma boa pessoa.

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Não se une à preposição o artigo que faz parte do nome de revistas,


jornais, obras literárias...

Ex.:

Fizeram uma reportagem minha em O Estado de S. Paulo. (forma correta)

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Fizeram uma reportagem minha no Estado de S. Paulo. (forma errada)

Emprega-se o artigo, depois da palavra TODO quando ela apresenta


conceito de inteiro.

Ex.:

Bebi todo o suco. (o suco inteiro).

Li todo o livro. (o livro inteiro).

Observação: A palavra ‘todo’ pode ter sentido de ‘qualquer’, nesse caso,


aparecerá sozinha, sem o artigo.

Ex.:

Todo suco é gostoso (qualquer suco)

Todo livro ensina algo (qualquer livro)

Veja a diferença semântica abaixo:

“Todo o livro faz como todo livro, ensina do início ao fim.”

Significa “O livro inteiro faz como qualquer livro, ensina do início ao fim”.

EMPREGO DO ADJETIVO

1. dependendo da posição do adjetivo, se anteposto ou posposto ao


substantivo, há mudança no significado das palavras.

Ex.:

Adjetivo antes do substantivo:

O pobre homem perdeu o emprego. (um homem infeliz)

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Adjetivo depois do substantivo:

O homem pobre vive pedindo esmolas. (um homem sem condições


financeiras)

2. o adjetivo pode aparecer no masculino singular como advérbio.

Ex.:

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Precisamos falar sério (sério significa seriamente) com nosso filho. (sério tem
valor de advérbio)

Ele é um homem sério. (um = artigo + homem = substantivo + sério =


adjetivo)

EMPREGO DO NUMERAL

1. o numeral pode aparecer como palavra adjetiva ou palavra substantiva.

Exemplos:

- Numeral adjetivo (acompanha o substantivo)

Os dois pilotos não conseguiram treinar. (numeral funcionando como adjetivo)

- Numeral substantivo (fica no lugar do substantivo)

O três é meu número da sorte. (numeral no lugar do substantivo)

2. Na designação de séculos, papas e reis, em que na escrita aparecem os


números romanos, de 1 a 10, usamos os ordinais (1º, 2º ...), e, de 11 em diante, os
cardinais (1, 2...)

Ex.:

Século V (quinto)

João Paulo II (segundo)

Henrique VIII (oitavo)

Na designação de séculos, papas e reis, em que na escrita aparecem os


números romanos, de 1 a 10, usamos os ordinais (1º, 2º ...), e, de 11 em diante, os
cardinais (1, 2...)

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Ex.:

Século XXI (vinte e um), Bento XVI (dezesseis)

Observação: se o numeral estiver anteposto ao substantivo, lemos sempre


como ordinal.

Ex.:

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A empresa participou do XI Congresso de Informática. (décimo primeiro)

Na designação de séculos, papas e reis, em que na escrita aparecem os


números romanos, de 1 a 10, usamos os ordinais (1º, 2º ...), e, de 11 em diante, os
cardinais (1, 2...)

Ex.:

Dom João VI = Dom João ‘sexto’ (ordinal)

Luís VX = Luís quinze (cardinal)

3. Na indicação de portarias, decretos, leis, artigos e outros textos oficiais,


empregam-se os ordinais até nono e os cardinais a partir de dez.

Na linguagem jurídica empregamos o ordinal até o nono. A partir do dez, o


cardinal.

Ex.:

artigo 3º (terceiro) Até 9 = ordinal

artigo 10 (dez) A partir de 10 = cardinal

parágrafo 9º (nono)

parágrafo 15 (quinze)

4. Na indicação do primeiro dia de cada mês, usamos o ordinal, e não o


cardinal.

Ex.:

Hoje é primeiro de fevereiro. ordinal (certo)

Hoje é um de fevereiro. cardinal (errado)

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Para os outros dias, usamos os cardinais:

Ex.:

Hoje é dois/três/quatro de fevereiro.

EMPREGO DO PRONOME

Conforme a Lei nº 9.610/98, é expressamente proibida a reprodução de parte ou totalidade deste material
Emprego dos pronomes pessoais

1. Os pronomes pessoais retos desempenham, normalmente, função de


sujeito; enquanto os oblíquos, geralmente, de complemento.

Ex.:

Eu jogo bola no olímpico. (eu = sujeito)

Maria disse para mim fazer a troca. (errado: ‘mim’ é pronome oblíquo e não
pode ser sujeito da oração).

Maria disse para eu fazer a troca. (correto: ‘eu’, neste caso, desempenha
função de sujeito da oração).

Maria entregou o presente para mim. (correto: ‘mim’, neste caso, é pronome
oblíquo).

2. Os pronomes oblíquos tônicos (mim, ti, ele, ela, si, nós, vós) devem vir
regidos de preposição.

Ex.:

Deram uma oportunidade a mim.

Sempre confio em ti.

ATENÇÃO!

Em comigo, contigo, consigo, conosco e convosco, a preposição com já é


parte integrante do pronome.

Ex.:

Vieram conosco. (conosco = com + nós).

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Pensou consigo. (consigo = com + se.

Ele saiu contigo. (contigo = com + te).

3. Os pronomes oblíquos tônicos (mim, ti, ele, ela, si, nós, vós) exercem a
função sintática de objeto indireto (sempre precedidos de preposição).

Ex.:

Deram uma oportunidade a mim. (‘a mim’ = objeto indireto)

Conforme a Lei nº 9.610/98, é expressamente proibida a reprodução de parte ou totalidade deste material
Sempre confio em ti. (‘em ti’ = objeto indireto)

Deu o livro a ele. (‘a ele’ = objeto indireto)

4. Os pronomes oblíquos átonos (me, te, se, o, a, lhe, nos, vos, os, as, lhes)
são empregados sem preposição.

Ex.:

Deram-me uma nova chance.

Não te enxergas?

Ele apresentou-se.

Não o ajudou.

Perguntei-lhe se estava certo.

Abraçou-nos fortemente.

5. Os pronomes pessoais oblíquos ‘o’ e ‘a’ servem para substituir o nome


do objeto e completam verbos transitivos diretos, funcionando sempre como objeto
direto.

Ex.:

Eu entreguei o dinheiro. (‘o dinheiro’ = objeto direto)

Substituição: Eu o entreguei. (‘o’ = pronome = o dinheiro = objeto direto)

. Os pronomes pessoais oblíquos átonos ‘lhe’ e ‘lhes’ complementam verbos


transitivos indiretos e funcionam como objeto indireto.

Ex.:

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Agradeci o presente a ele. (‘a ele’ = objeto indireto)

Agradeci-lhe o presente. (‘lhe’ = pronome = a ele = objeto indireto)

7. Os pronomes ‘o’, ‘a’, ‘os’, ‘as’ transformam-se em ‘lo’, ‘la’, ‘los’ e ‘las’ após
verbos terminados em ‘r’, ‘s’ e ‘z’

Ex.:

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Verbo terminado em ‘r’ (ar, er e ir). Tira-se o ‘r’ do verbo e acrescenta-se um
‘lo’ ou ‘la’ para substituir o objeto.

Vou visitar o Paulo.

Transcrição correta: Vou visitá-lo.

Não se pode transcrever a oração escrevendo ‘Vou visitar-o’.

O mesmo acontece com verbos terminados em ‘er’ e ‘ir’.

Ex.:

Vou fazer a comida. = Vou fazê-la.

Vou dividir o almoço. = Vou dividi-lo.

Verbo terminado em ‘s’. Tira-se o ‘s’ do verbo e acrescenta-se um ‘lo’ ou ‘la’


para substituir o objeto.

ATENÇÃO! É uma estrutura pouco usada, tanto na linguagem coloquial,


como na formal.

Ex.:

Nós olhamos o espetáculo. = Nós olhamo-lo.

Verbos terminado em ‘z’. Tira-se o ‘z’ do verbo e acrescenta-se um ‘lo’ ou ‘la’


para substituir o objeto.

ATENÇÃO! É uma estrutura pouco usada, tanto na linguagem coloquial,


como na formal.

Ex.:

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17. EMPREGO DAS PALAVRAS

Maria fez a comida. = Maria fê-la.

8. Quando o verbo principal acaba em ‘m’, o pronome toma forma de ‘na’ ou


‘no’

Ex.:

fizeram a festa. = Eles fizeram-na.

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9. Valor reflexivo dos pronomes pessoais

Os pronomes ‘me’ e ‘te’ podem ter valor reflexivo (indicam que a ação do
sujeito se volta para ele mesmo, é uma ação que se reflete nele próprio).

Ex.:

Tu te prejudicas. / Eu me machuquei.

pronomes ‘se’, ‘si’ e ‘consigo’ são exclusivamente reflexivos.

Ex.:

Ele se considera bom aluno. / Pensou consigo. / Ficou fora de si.

Os pronomes ‘nos’, ‘vos’ e ‘se’ podem ser reflexivos recíprocos (um pratica
a ação no outro).

Eles se cumprimentaram. / Nós nos cumprimentamos.

Emprego dos pronomes de tratamento

O pronome ‘você’

‘Você’ é pronome pessoal de tratamento e forma abreviada de Vossa Mercê.

É pronome usado para se referir à segunda pessoa - pessoa com quem


se fala (Tu), mas, dentro da oração, faz concordância com a terceira pessoa
(ele).

Ex.:

Você entendeu o que aconteceu?

Observe que o verbo ‘entender’ está na terceira pessoa do singular (ele


entendeu), mas o pronome utilizado é o ‘você’, que substitui a 2ª pessoa (tu).

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Embora se trate de pronome para se referir à segunda pessoa (com quem


se fala), leva o verbo e os outros pronomes da oração para a terceira pessoa.

Ex.:

Forma correta: Você vai vender a sua casa? (‘sua’ é pronome de terceira
pessoa)

Conforme a Lei nº 9.610/98, é expressamente proibida a reprodução de parte ou totalidade deste material
Forma correta: Tu vais vender a tua casa? (‘tua’ é pronome de segunda
pessoa)

Forma errada: Você vai vender a tua casa? (‘tua’ é pronome de segunda
pessoa, mas o pronome utilizado anteriormente é ‘você’, que deve fazer
concordância com a terceira pessoa.

Emprego dos pronomes demonstrativos

Os pronomes ‘este’, ‘esse’ e ‘aquele’ podem fazer referência a espaço,


tempo e dentro do texto.

Os pronomes ‘este’, ‘esse’ e ‘aquele’ fazendo referência a espaço (lugar).

O pronome ‘este’ é usado para indicar o lugar onde o falante está.

Ex.:

Esta caneta é minha. (Perto de quem fala = 1ª pessoa)

O pronome ‘esse’ é usado para indicar o lugar onde o ouvinte está.

Ex.:

Essa caneta é minha. (Perto de com quem se fala = 2ª pessoa)

O pronome ‘aquele’ é usado para indicar um lugar distante do falante e do


ouvinte.

Ex.:

Aquela caneta é minha. (longe dos dois = 3ª pessoa)

Os pronomes ‘este’, ‘esse’ e ‘aquele’ fazendo referência a tempo.

O pronome ‘este’ é usado para fazer referência a um presente e um futuro


muito próximos.

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17. EMPREGO DAS PALAVRAS

Ex.:

Este ano eu vou tirar férias em dezembro. (mesmo ano)

Esta noite vou ao cinema. (mesmo dia)

O pronome ‘esse’ é usado para fazer referência a um passado e um futuro


não tão próximos.

Conforme a Lei nº 9.610/98, é expressamente proibida a reprodução de parte ou totalidade deste material
Ex.:

O ano passado me trouxe muitas alegrias. Nesse ano, eu conheci meu


amor. (passado não tão próximo)

Ano que vem, pretendo ir a Portugal, nesse ano, receberei a herança da


minha tia. (futuro próximo)

O pronome ‘aquele’ é usado para fazer referência e um passado muito


distante.

Ex.:

Na década de 40, houve uma grande guerra. Naquele tempo, o país vivia
dias difíceis.

Os pronomes ‘este/esta/isto’, ‘esse/essa/isso’ e ‘aquele/aquela/aquilo’


fazendo referência dentro do texto.

Os pronomes ‘este/isto/esta’ são usados para o que eu ainda vou citar, ou


seja, para o que ainda vai ser mencionado no texto.

Ex.:

É isto que eu digo sempre: cultura é fundamental.

Meu irmão vive repetindo este provérbio: “Casa de ferreiro, espeto de


pau”.

Os pronomes ‘esse/essa/isso’ são usados para o que eu já citei no texto,


ou seja, para o que se mencionou antes.

“Casa de ferreiro, espeto de pau.” Meu irmão vive repetindo esse


provérbio.

O fumo é prejudicial à saúde; isso já foi comprovado cientificamente.

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Emprego dos pronomes possessivos

1. O emprego dos possessivos de terceira pessoa ‘seu’, ‘sua’, ‘seus’ e


‘suas’ pode dar duplo sentido à frase (ambiguidade).

Ex.:

João disse que Maria vendeu sua casa.

Conforme a Lei nº 9.610/98, é expressamente proibida a reprodução de parte ou totalidade deste material
De quem é a casa vendida? De Maria ou de João?

Nesse caso, usamos as formas ‘dele’ ou ‘dela’ para tirar a ambiguidade:

João disse que Maria vendeu a casa dela. No caso de a casa ser de Maria.

João disse que Maria vendeu a casa dele. No caso de a casa ser de João.

2. É facultativo o uso de artigo diante dos possessivos.

Estão corretas, portanto, as duas formas abaixo:

Ele é seu amigo? (sem artigo)

Ele é o seu amigo? (com artigo)

3. Em alguns casos, o pronome possesivo não dá ideia de posse. Indica


apenas aproximação, afeto ou respeito.

Ex.:

Maria já deve ter seus trinta anos. (aproximação)

Meu caro amigo, não vá embora. (afeto)

Minha Senhora, seja breve, por favor! (respeito)

4. A palavra ‘seu’, que antecede nomes de pessoas, não é pronome


possessivo, mas corruptela de senhor.

Ex.:

Seu João, o senhor sabe onde eu moro?

5. A presença da crase antes dos possessivos também é facultativa.

Estão corretas, portanto, as duas formas abaixo:

Maria foi a sua casa. (sem crase)

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Maria foi à sua casa. (com crase)

6. A preposição ‘de’, quando se junta ao pronome oblíquo tônico ‘ele’, tem


valor de posse.

de + ele = dele(s)

de + ela = dela(s)

Ex.:

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Não sabemos nada sobre o caso dele. = (de + ele = posse)

Importante ressaltar que ‘dele’ não é pronome possessivo! É apenas a


junção da preposição ‘de’ com o pronome pessoal ‘ele’, que juntos, dão ideia
de posse.

Emprego dos pronomes indefinidos

1. O pronome indefinido ‘algum’, quando anteposto ao substantivo, assume


sentido positivo; quando posposto, porém, assume sentido negativo.

Ex.:

Algum dinheiro será liberado. (sentido positivo)

Dinheiro algum (= nenhum) será liberado. (sentido negativo)

2. O pronome indefinido ‘cada’ deve ser usado juntamente com a palavra


‘um’.

Ex.:

Receberam cinco reais cada um. (certo)

Receberam cinco reais cada. (errado)

3. A palavra ‘certo’, quando aparece antes de substantivo, é pronome


indefinido; quando aparece depois do substantivo, é adjetivo.

Não entendo certos amigos. (pronome indefinido)

Você procurou os amigos certos. (adjetivo)

4. O plural do pronome indefinido ‘qualquer’ é ‘quaisquer’.

Ex.:

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Qualquer que seja o problema, será resolvido. (singular)

Vieram pessoas de quaisquer origens. (plural)

5. As palavras ‘todo’ e ‘toda’ (singular), quando desacompanhados de


artigo, significam qualquer.

Ex.:

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Todo homem é mortal. (qualquer homem é mortal)

Quando acompanhados de artigo, dão ideia de totalidade.

Ele leu todo o livro. (ele leu o livro inteiro)

6. Quando temos um grupo de palavras que equivalem a um pronome


indefinido, chamamos de locução pronominal indefinida.

Algumas locuções pronominais indefinidas:

cada um, cada qual, alguma coisa, qualquer um, quem quer, quem quer
que, o que quer que, todo aquele que, seja quem for, seja qual for, …

Ex.:

Cada qual deve fazer a sua parte para ajudar.

Quem quer que venha será bem recebido.

Seja quem for vai pagar pelo que fez.

Qualquer um sabe disso.

Pronomes Interrogativos

São os mesmos pronomes indefinidos, mas que apresentam função de


interrogação dentro da oração, essa interrogação pode ser direta ou indireta. Os
mais utilizados são que, quem, qual, quanto e flexões.

Ex.:

Quem está aí?

Qual deles não veio?

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17. EMPREGO DAS PALAVRAS

Emprego dos pronomes relativos

1. O pronome relativo ‘que’

- É o mais usado. Chamado de relativo universal, pode ser empregado com


referência a pessoas ou coisas.

Ex.:

Conforme a Lei nº 9.610/98, é expressamente proibida a reprodução de parte ou totalidade deste material
Conheço bem a moça que saiu daqui. (moça = pessoa)

Eu gostei do vestido que comprei para você. (vestido = coisa)

- Pode ser empregado com preposição, por uma questão de regência.

Ex.:
Eis os instrumentos de que necessitamos. (quem necessita, necessita de.)

- Pode ter por antecedente os demonstrativos o (a, os, as), que equivalem a
‘aquilo’ e flexões.

Ex.:

Sei o que digo. (o = aquilo que digo)

Essa é a que te falei. (a = aquela que te falei)

Os adultos são os que mais mentem. (os = aqueles que mais mentem)

2. O pronome relativo ‘quem’

- Refere-se à pessoa ou coisa personificada.

Ex.:

Não conheço o professor de quem você falou. (professor = pessoa)

O anjo, a quem pediste ajuda, apareceu. (anjo = coisa personificada)

- Pode aparecer sem antecedente claro, neste caso, é classificado como


pronome relativo indefinido.

Ex.:

Quem faltou foi advertido. (quem = relativo indefinido)

- Quando possuir antecedente, o pronome relativo ‘quem’ virá precedido de


preposição.

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17. EMPREGO DAS PALAVRAS
Ex.:

Marcelo era o homem a quem ela amava.

ATENÇÃO!

Quando precedido de preposição monossilábica, emprega-se o pronome


relativo que.

Ex.:

Conforme a Lei nº 9.610/98, é expressamente proibida a reprodução de parte ou totalidade deste material
Aquele é o machado com que trabalho. (a preposição ‘com’ tem apenas
uma sílaba).

Com preposições de mais de uma sílaba, usa-se o relativo o qual (e


flexões).

Ex.:

Aquele é o empresário para o qual trabalho. (a preposição ‘para’ tem mais


de uma sílaba).

3. O pronome relativo ‘cujo’

- ‘Cujo’ (e flexões) é relativo possessivo. Deve concordar com a coisa


possuída.

Ex.:

Cortaram as árvores cujos troncos estavam podres. (os troncos pertencem


às árvores)

Este é o médico cuja especialização é pediatria. (a especialização é do


médico)

4. O pronome relativo ‘quanto’

- O pronome relativo ‘quanto’ (e flexões) são pronomes relativos quando


seguem os pronomes indefinidos tudo, todos ou todas.

Ex.:

Recolheu tudo quanto quis.

Pergunte tanto quanto for preciso.

5. O pronome relativo ‘onde’

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17. EMPREGO DAS PALAVRAS

- O relativo ‘onde’ deve ser usado para indicar lugar e tem sentido
aproximado de ‘em que’ ou ‘no qual’.

Ex.:

Esta é a terra onde (=em que) habito.

- ‘Onde’ é empregado com verbos que NÃO dão ideia de movimento. Pode
ser usado sem antecedente.

Conforme a Lei nº 9.610/98, é expressamente proibida a reprodução de parte ou totalidade deste material
Ex.:

Nunca mais morei na cidade onde nasci. (o verbo morar não dá ideia de
movimento, mas de lugar estático)

ATENÇÃO!

‘Aonde’ é empregado com verbos que dão ideia de movimento e equivale a


‘para onde’, sendo resultado da combinação da preposição ’a’ + ‘onde’.

As crianças estavam perdidas, sem saber aonde ir. (o verbo ‘ir’ dá ideia de
movimento).

6. Pronomes relativos e a regência

- Quando o verbo assim exigir, a regência deve ser obedecida. Vejamos


exemplos com os verbos ‘opor-se’, ‘concordar’, ‘precisar’ e ‘atrapalhar’.

Aquelas eram as regras a que nos opúnhamos. (opor-se a)

Aquelas eram as regras com que não concordava. (concordar com)

Aquelas eram as regras de que precisávamos. (precisar de)

Aquelas eram as regras que nos atrapalhavam. (atrapalhar = VTD, não


pede preposição. Não é necessário, portanto, colocar a preposição antes do
pronome relativo).

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17. EMPREGO DAS PALAVRAS

ATENÇÃO!

Conforme os termos da Lei nº 9.610/98, é expressamente proibida a reprodução

Conforme a Lei nº 9.610/98, é expressamente proibida a reprodução de parte ou totalidade deste material
de parte ou da totalidade deste conteúdo, mediante qualquer forma ou meio,
sem prévia e formal autorização do autor.

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