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Examinando a Língua - Gesson Magalhães 1

APRESENTAÇÃO

Bem-vindo à faculdade.
Você acaba de ingressar num mundo novo e gostaria de informá-
lo sobre os perigos e os benefícios deste mundo, para que você tire o
máximo proveito de sua estada aqui.
Alguma coisa mudou em comparação com seu curso fundamental
e médio. Ali você tinha de estar na sala de aula no horário, sob pena de
perder ao menos um tempo, quando não todas as aulas. Na faculdade,
você é mais livre. Embora a chamada seja feita e você receba faltas,
geralmente os professores não se importam se você chegar atrasado.
Agora você é adulto e responde pelos seus atos. Essa liberdade exige
responsabilidade, porque mesmo sendo livre para chegar atrasado ou não
vir à aula, há um número máximo de faltas que, se ultrapassado, você
estará automaticamente reprovado
No colégio, você recebia ordens de diretores e professores
quanto aos trabalhos e deveres que deveriam ser apresentados. Na
faculdade, você recebe orientação e prazos e é livre para cumprir ou não
essas orientações. Como você é considerado responsável pelos seus atos,
as conseqüências também virão e você será o único responsável por
sua aprovação ou reprovação.
Você vai perceber que muita coisa mudou em relação ao seu
tempo de estudante adolescente e que agora, na faculdade, você também
precisa mudar. Você, talvez, trabalhe e estude e o tempo deverá ser
aproveitado ao máximo para que você dê conta do recado e não fique em
dificuldade ao fim do semestre.
Uma das coisas que você possivelmente não tenha aprendido no
curso médio é estudar. Embora tenha estudado tanto, talvez até sendo
um dos primeiros alunos da classe, muitas vezes você não aprendeu a
estudar. Isso é muito importante agora. Adotar métodos de estudo, para
aproveitar o tempo, é por demais importante. Por isso, vamos dar
algumas sugestões para você aprender a aprender.
1.- O Tempo:
Aquele que trabalha e estuda vive numa constante corrida contra
o tempo. Os ponteiros do relógio tornam-se agora seus inimigos, a ponto
de desejar que o dia tenha pelo menos umas oito horas a mais.
Entretanto, como isso é impossível, você deve aprender a aproveitar as
24 horas de que dispõe, utilizando o tempo com parcimônia e inteligência.
Agora você vai entender o provérbio inglês: Time is money.
Então, reorganize sua vida de tal maneira que haja espaços para
todas as atividades, principalmente para os estudos. Não se admite que o
acadêmico pense que não precise estudar. Isso é impossível. Se você tem
muitas atividades, que tomem todo o seu tempo, agora é necessário
dispensar algumas delas para dedicar tempo ao estudo. Eu sei que é
difícil, pois sempre trabalhei e estudei, mas consegui aproveitar meu
tempo de tal forma que consegui estudar. Faça isso. É importante.
Faça um horário para ser seguido, levando em conta todas as
suas atividades e siga-o. Marque horário para levantar, para higiene
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pessoal, transporte, trabalho, refeição, estudo e lazer. Somente você


poderá realizar esse trabalho. Não adianta aqui darmos um horário,
porque cada um de vocês está em situação diferente. Faça você mesmo
seu horário, mas faça. Planeje, Programe!
2.- Estudando:
Nossa mente é muito interessante. Adapta-se a situações as mais
diversas, mas capta tudo o que se passa ao redor. Se não
conscientemente, pelo menos o subconsciente registra tudo. Por isso,
você deve ter um local próprio para seus estudos, e somente ali você deve
estudar, para que sua mente fique o menos possível, exposta a
distrações. Tenha um local sossegado, com o mínimo de barulho possível,
sem outras coisas que possam distraí-lo. Nunca estude deitado ou em
frente à televisão, ou com o som ligado. Embora alguns alunos aleguem
que aprendem melhor assim, isso é utopia. A mente, ou está ligada ao
estudo ou à música. Conciliar as duas coisas é impossível. Tenha um local
com uma mesa e uma cadeira e utilize sempre o mesmo local.
Não tente decorar nada. Leia a matéria duas, três ou mais vezes,
até conseguir assimilar, compreender. Depois de compreender o texto,
você não vai esquecê-lo facilmente. Tente analisar as situações que o
texto apresente. Se você analisar, a compreensão vai surgir como num
passe de mágica. Se tiver dificuldade para entender alguma palavra,
anote-a, e depois procure no dicionário, anotando o significado. Na
segunda leitura, essa palavra já não será mais problema. Qualquer
dúvida que se apresente em sua análise, anote e pergunte ao professor.
Ele terá prazer em ajudá-lo.
3.- Grupos de Estudos:
Uma prática muito comum na faculdade é o trabalho em grupo.
Quando você pertencer a um grupo, procure colaborar em tudo. Sempre,
em um grupo de estudos, há aqueles que carregam piano e outros que
tocam flauta. Não seja um tocador de flauta. Seus colegas não
colaborarão com você se você não colaborar com eles. Desenvolva um
espírito de equipe e não seja tão centralizador que sua equipe vire uma
euquipe, onde você faz tudo sozinho. Se nada fazer é um mal, querer
fazer tudo sozinho é pior.
De acordo com o trabalho a ser desenvolvido, às vezes o grupo
distribui tarefas. Faça a sua com eficiência e exija que seus colegas
também o façam. Depois, procure estudar com afinco tudo o que seu
colega descobriu, discuta com o grupo e cheguem à melhor conclusão.
4.- Aprenda a Ler:
Uma das grandes dificuldades dos alunos é que não sabem ler.
Você deve estar pensando que eu estou brincando, mas não estou. Hoje,
a grande maioria dos alunos não sabe ler. Aprender a ler é como aprender
a nadar. Só se aprende a nadar, nadando. Só se aprende a ler, lendo.
Verifique um grupo de pessoas lendo. Alguns lêem mexendo os
lábios, ou seja pronunciando para si mesmo cada palavra. Esse não sabe
ler. Enquanto você pronuncia a palavra, sua atenção é desviada para a
forma da palavra e você não entende a frase. Mesmo entre aqueles que
lêem somente com os olhos, há alguns que não entendem o que lê
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porque, enquanto os olhos estão lendo, a mente está em outro lugar. Para
entender o que se lê, é necessário estar muito concentrado. Mergulhe na
leitura de tal maneira que nada em volta o distraia. Há alguns exercícios
para aqueles que têm dificuldade de concentração. Fiz alguns desses
exercícios e, hoje, quando estou lendo, mesmo que falem mal de mim, eu
não escuto. Tente fazer alguns desses exercícios e você vai ver sua leitura
e sua compreensão melhorar.
5.-Aproveite a aula:
Agora você está na faculdade. Ou você ou seu pai está pagando
caro por isso. Aproveite seu tempo em sala, evitando conversas,
brincadeiras, ou qualquer outra coisa que distraia sua turma. Colabore.
As conversas paralelas, mesmo a respeito do assunto da aula, atrapalham
seus colegas e, principalmente, o professor. Se for uma aula de pesquisa
em grupo, participe ativamente do grupo, aproveitando todo o tempo que,
geralmente, é pequeno. Não perca tempo em conversas. Se for uma aula
expositiva, ouça o que o professor está falando, se tiver dúvida, interfira,
pergunte. Não faça perguntas capciosas, para desviar o assunto da aula,
porque o professor sabe disso. Ele tem experiência com outras turmas.
Não tente enganá-lo.
6.- Fazendo prova:
Há um costume deletério que se espalhou por todas as escolas,
desde o fundamental até a faculdade. Chama-se COLA. Dizem alguns que
quem não cola, não sai da escola. Só que sai sem saber nada, e ainda
com fama de ladrão. Sim, porque o aluno que cola está roubando o
conhecimento do outro, ou do autor do livro, conhecimento que não é seu.
Se você pega algo que não é seu, não deixa de ser roubo.
Outro problema que há com a cola é que, às vezes, você não
sabe responder a uma pergunta e pensa que seu vizinho sabe. Cola dele e
erra. Já vi isso muitas vezes. Alunos que marcaram a resposta certa,
apagaram e colaram errado do vizinho. Não seja bobo! Siga seu instinto,
ou melhor, aprenda a matéria. SIGA ESTAS ORIENTAÇÕES E ALCANCE
O SUCESSO!
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CONTEÚDO PROGRAMÁTICO

Para sua orientação, damos abaixo o conteúdo programático que


serviu de base para este trabalho.
UNIDADE I:
1.- Ortografia
1.1 – Grafia e Fonética
1.1.1 – Som /s/ com c, ç, s, ss, sc, xc, x.
1.1.2 - Som /ks/ com cc,cç, x.
1.1.3 - Som /∫/ com x, ch.
1.1.4 - Som /z/ com s, x, z.
1.1.4 - Som /з/ com g, j.
1.2 – Grafia dos nomes próprios.
1.3 – Grafias que confundem.
afim/ a fim de, há/a (na indicação de tempo), houve/ouve,
mal/mau, mas/más/mais, onde/aonde/donde, se não/senão,
sessão/seção/cessão, trás/traz/atrás.
UNIDADE II:
1.- Acentuação Tônica e Gráfica
1.1 – Sílaba
1.2 – Tonicidade
1.2.1 – Monossílabo, Dissílabo, trissílabo, polissílabo
1.2.2 – Átono e tônico, oxítona, paroxítona, proparoxítona
1.3 – Acentuação Gráfica
1.3.1 – Os acentos
1.3.2 – Acentuação gráfica do monossílabo tônico, das oxítonas,
paroxítonas e proparoxítonas.
UNIDADE III
1.- Pronomes Pessoais
1.1 – Caso Reto e Oblíquo
1.2 – Pronomes de Tratamento
1.3 – Colocação Pronominal
2.- Concordância
2.1 – Verbal
2.2 – Nominal
2.3 – Silepse
3.- Regência
3.1 – Verbal
3.2 - Nominal
4.- Crase
4.1 – Os quatro aa
4.2 – Use a crase
4.3 – Não use a crase
5.- Pontuação Gráfica
5.1 – vírgula, ponto e vírgula,
5.2 – O uso do hífen.
UNIDADE IV:
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1.- Noções de Comunicação


1.1 – Elementos, funções, alvos, sentido e expressão.
1.2 – Texto e Contexto
1.3 – Problemas da Comunicação; barreiras.

2.- Língua e Linguagem


2.1 – Funções
2.2 – Níveis
2.3 – Homonímia e paronímia.
UNIDADE V:
1.- Coerência e coesão textuais
2.- Argumentação
2.1 – Argumentação de Autoridade
2.2 – Argumentação de Consenso
2.3 – Argumentação com provas
2.4 – Lógica.
3.- Defeitos de Argumentação
3.1 – Noções confusas
3.2 – Noções de totalidade indeterminada
3.3 – Noçlões semiformalizadas
3.4 – de exemplo, de ilustração e de modelo.
4.- As várias possibilidades de leitura de um texto.
UNIDADE VI:
1.- O Parágrafo
1.1 – Conceito
1.2 – Divisão
1.2.1 – Tópico Frasal
1.2.2 – Desenvolvimento
1.2.3 – Conclusão
1.1.4 - Elemento Relacionador.
2.- Tipologia Textual
2.1 – Descrição
2.1.1 – Objetiva
2.1.2 – Subjetiva
2.2 – Narração
2.2.1 – Elementos
Quem? O quê? Quando? Onde? Como? Por quê?
2.2.2 – Resultado
Previsível e Imprevisível.
2.3 – Dissertação
2.3.1 – Conceito
2.3.2 – Tipos
2.3.3 – Estrutura
2.3.4 – Técnicas de Elaboração
UNIDADE VII:
1.- Redação Técnica
1.1 – Vocabulário
1.1.1 – Palavras Técnicas
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1.1.2 – Palavras abstratas


1.2 – Economia Verbal
1.2.1 – Texto prolixo
1.2.2 – Texto lacônico
1.2.3 – Texto conciso
1.3 – Cartas Comerciais
1.4 – Outras correspondências
Aviso, Bilhete , Circular, Convocação. Memorando, Ofício,
Telegrama.
1.5 – Outros documentos

Ata, Atestado, Contrato, Edital, Estatuto, Letra de Câmbio,


Nota Promissória, Ordem de Serviço. Procuração, Requerimento,
Protocolo, Recibo. Relatório.
Objetivos Gerais:
O aluno, ao fim do curso, deverá ser capaz de produzir e interpretar
textos, escrever corretamente a língua pátria e redigir textos com
propriedade.
Metodologia:
1.- Pesquisa em grupo, sob orientação do professor.
2.- Os grupos se dividem, formando outros grupos com um membro
de cada um dos grupos anteriores, para que cada membro de um grupo
passe para os outros o que pesquisou junto com seu grupo.
3.- Aula expositiva, pelo professor, com a finalidade de tirar dúvidas
por acaso encontradas durante as discussões em grupo.
4.- Trabalhos individuais e em grupo, em sala de aula e fora dela.
5.- Concursos internos sobre as matérias dadas.
Avaliação:
A avaliação será constante, tanto dos trabalhos feitos em classe,
como fora dela.
Prova bimestral, nos moldes do provão, com questões objetivas de
múltipla escolha e discursivas.
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UNIDADE I
1.- Ortografia:
do grego – orthos = correto e graphein = grafia;
significa grafia correta.

Introdução:

Para que, em todas as línguas, o estrangeiro possa saber a


pronúncia correta de uma palavra, foi criada uma tabela de símbolos que
representam os fonemas, ou seja, o som de uma letra na palavra.
Reproduzimos essa tabela abaixo, para você se familiarizar com os sons
que estudaremos neste trabalho:

TABELA INTERNACIONAL DE SÍMBOLOS FONÉTICOS

Alfabeto Símbolo Exemplos


fonético
A a /a/ casa, face, cara,
sapato.
B b /b/ botija, barriga,
beleza.
C c /k/ café, casa,
/s/ conferência.
Ch ch /∫/ cebola, centro, caça.
chá, chave, cheiro.
D d /d/ drama, delito, dever.
E e /e/ elefante, eleitor,
// cesto.
café, cético, idéia.
F f /f/ folga, feitiço,
fronteira.
G g /g/ guerra, garra, grito.
/З/ agir, viagem, agiota.
H h - homem, hélice,
hímen.
I i /i/ identidade, imenso,
falido.
J j /З/ joelho, anjo, janela.
L l /l/ lábio, líbero, loção.
M m /m/ mamão, mármore,
morte.
N n /n/ navio, novela,
nuvem.
Oo /o/ bonde, coice, loira.
/∂/ cipó, bode, copa.
P p /p/ prêmio, pálido,
porção.
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Q q /k/ quilo, queixo, queijo.


Rr /r/ baralho, fera, quero.
S s /s/ sapato, sino,
/z/ assessor.
casamento, coisa,
asilo.
T t /t/ toalha, tipo, tapera.
U u /u/ Ubirajara, urubu,
caju.
V v /v/ vela, varíola, véu.
X x /∫/ caixa, feixe, xarope.
/ks/ fixo, reflexo, tóxico.
Z z /z/ zebra, zabumba,
/ts/ zangão.
pizza.

As dificuldades mais comuns na grafia dos vocábulos da língua


portuguesa são as seguintes:

Palavras com o som /s/ escritas com C, Ç, S, SS, SC, XC, X

1.- Palavras de origem tupi, africana e árabe, grafam-se com C ou Ç:


a) – Tupi: açaí, Araci, Juçara, paçoca, piracema, Piracicaba,
voçoroca.
b) - Africana: cacimba, caçula, miçanga, Moçambique.
c) – Árabe: alçapão, Alcione, alcáçar, alcaçuz.
2.- Após ditongo, grafa-se com C ou Ç:
beicinho, beiço, bouçar, caiçara, foice, calabouço, louça,
precaução, traição traiçoeiro.
3 – Substantivos derivados de verbos terminados em NDER/NDIR,
grafam-se com S:
ascender Ascensão ascensorista
expandir Expansão expansivo
pretender Pretensão pretensioso
tender Tenso tensão

(*) CUIDADO: interceder, intercessão (diferente. de interseção,


de interseccionar).
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4.- Substantivos derivados de verbos terminados em EDER/EDIR,


grafam-se com SS:

Proceder processo
Ceder cessão
Progredir progresso
Transgredir transgressão

5.- Por motivos etimológicos, grafam-se algumas palavras com SC ou XC,


geralmente entre vogais:
acrescentar, disciplina, excêntrico, exceto, adolescente,
excelência, miscelânea, exceção.
6.- Também por motivos etimológicos, grafam-se algumas palavras com
X:
aproximar, auxiliar, expirar, explícito, máximo, sintaxe, texto,
trouxe.

Palavras com som /ks/ escritas com CC, CÇ, X

1.- Quando o primeiro C do grupo CC ou CÇ é pronunciado, escreve-se


com CC ou CÇ:
seccionar, infecção, inspecção, secção, convicção, confecção,
facção, fricção, sucção, cóccix, occipital.

Notas:
a.- Há palavras cujo C é pronunciado em Portugal e não o é no Brasil :
facto, factura etc.
b.- Algumas palavras admitem variantes:
inspeção, seção.

2.- Por motivos etimológicos, alguns vocábulos são escritos com X e


pronunciados com o som /ks/:
anexo, asfixia, axila, axioma, clímax, conexão, convexo, intoxicar,
léxico, oxidar, paradoxo, prolixo, reflexão, sexo, tóxico.

Palavras com som /∫/ escritas com X, CH,

1.-Após ditongo, grafa-se com X:


baixo, eixo, caixa, deixar, faixa, feixe, frouxo, gueixa, peixe,
queixada, seixo.
Exceção: caucho.
2.- Após a sílaba en, grafa-se com X:
enxada, enxame, enxaqueca, enxergar, enxerido, enxertar,
enxoval, enxovalhar, enxergar, enxurrada.
Exceções: encher (vem de cheio); encharcar (vem de charco),
enchouriçar (vem de chouriço)
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3.- Após a sílaba ME, grafa-se com X:


mexer, mexilhão, mexericar, mexerica, mexicano.
Exceção: mecha e seus derivados.

4.- Por razões etimológicas, algumas palavras são grafadas com CH:
archote, chuchu, flecha, chucha, machucar, mochila, pechincha,
salsicha, tacha (prego ou mancha).

Obs.: O nome a apresentadora Xuxa é escrito erradamente com X,


por ser mais próprio para efeito de publicidade. Segundo informações
não confirmadas, a palavra é formada pela última sílaba dos nomes de
dois deuses do Umbanda: EXU e ORIXÁ.

Palavras com o som /z/ escritas com S, X, Z .

1.- Após ditongo, grafa-se com S:


aplauso, causa, coisa, faisão, lousa, maisena, mausoléu, Moisés,
náusea, Neusa, paisagem, pouso, Sousa.

GRAFIA DOS NOMES PRÓPRIOS

Infelizmente, no Brasil de antigamente, os cartórios de registro civil


eram comprados, sem concurso. Por esse motivo, muitos semi-
analfabetos ricos compravam cartórios e passavam para os filhos ou para
outros parentes, que também eram analfabetos. Assim, muitos nomes
foram registrados com a grafia equivocada. Temos por aí, muito Luiz,
Neuza, Souza, com “z”, quando o correto é escrever esses nomes com “s”.

Outro problema é dos pais que queriam dar aos filhos nomes
estrangeiros e não sabiam pronunciá-los direito e, como os cartorários
também eram analfabetos, saíram nomes como Irso, em lugar de Wilson,
Uóston, em lugar de Washington, Uilian, em lugar de William e outros
mais.

Eu mesmo fui vítima disso. Meu pai foi me registrar com o nome de
Gérson, mas o cartorário, que naquele tempo escrevia à mão, colocou
meu nome com dois “ss”. Hoje, ao invés de Gérson, como era a vontade
de meu pai, eu me chamo Gesson (sem acento), ficando,
gramaticalmente, um nome oxítono, quando devia ser paroxítono.
Conheço uma poetisa aqui de Porto Velho, cujo nome é “Deuta”, quando
os pais queriam que fosse Delta, letra grega e também a foz de um rio.

Há ainda o problema da ortografia. A ortografia da língua


portuguesa já sofreu diversas modificações. Alguns nomes, registrados há
muito tempo, o foram na ortografia antiga. Hoje, temos por aí muito
Assumpção, Baptista, Christina, Mello, Anna e outros. Essas pessoas, em
documentos, devem escrever o nome como está em seus documentos
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pessoais, mas em situações informais, podem escrever como determina a


ortografia moderna: Batista, Assunção, Cristina, Melo, Ana.

No Brasil, há o costume de se escrever os nomes próprios, enquanto


as pessoas estão vivas, como está nos documentos, mas depois da morte,
escreve-se de acordo com a ortografia atual. O nome da cantora baiana,
deve ser escrito Maria Bethania, mas o do grande poeta que, enquanto
vivo era Vinicius de Moraes, deve ser escrito Vinícius de Morais.
2.- Adjetivos e gentílicos grafam-se com S:

Inglês inglesa ingleses


Francês francesa franceses
Escocês escocesa escoceses
Marquês marquesa marqueses
Burguês burguesa burgueses
Cortês cortesão cortesia

3.- Os sufixos esa, isa, osa, oso, grafam-se com S:

Chuva Chuvoso
Bom Bondoso
Prazer Prazeroso
Gosto Gostoso
Poder Poderoso
Ânsia Ansioso
Princesa Poetisa Pesquisa

4.- As formas dos verbos pôr e querer, grafam-se com S:


pus, pusesse, pôs, quis, quiseste, quisera, quisesse.

5.- Conserva-se o S etimológico:


freguês, freguesia, querosene, coser (costurar), revés, brasão,
através, artesão, ilhós, cós, maisena.
Obs.: misto, misturar, misturado.

6.- Quando os sufixos INHO ou AR for acrescentado às formas que já


tenham S ou Z, conservam-se estes::

análise analisar visão visível


aviso avisar improviso improvisado
base basear lápis lapisinho
casal casar nariz narizinho
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catálise catalisar baliza balizar


friso frisar lambuza lambuzar
liso alisar país paisinho
paralisia paralisar vaso extravasar
pesquisa pesquisar atrás atrasar
preso presidiário
Exceções:

catequese catequizar cristianismo cristianizar


batismo batizar traumatismo traumatizar

7.- Os sufixos ZINHO e IZAR grafam-se com Z:


Substantiv Verbos/
os/Adjetivos Substantivos
ameno amenizar profeta profetizar
concreto concretizar radical radicalizar
hospital hospitalizar mãe mãezinha
inferno infernizar papel papelzinho
ironia ironizar pai paizinho
consciência conscientizar

Obs: Observe a relação existente entre T/Z/C:

Produto produzir produção


Conduto conduzir condução
Cantar cancioneiro canção
Atenção! discutir – discussão

8.- As palavras iniciadas por E ou antes de vogal, grafam-se com X:


exatidão, exemplo, exímio, existência, existir, êxodo, exorcizar,
exumação inexorável.
Exceções: esôfago, Ezequiel, esoterismo.
Palavras com o som /З/ escritas com G, J
1.- As palavras de origem tupi, grafam-se com J:
beiju, caju, maracujá, pajé, Ubirajara, jatobá, jenipapo, jerimum,
Jiparaná.
Exceções: Mogi – Sergipe (consagradas pelo uso).
2.- Palavras formadas pelos sufixos AGEM, IGEM, UGEM, grafam-se com
G:
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homenagem, imagem, vertigem, penugem, ferrugem, viagem


(substantivo)
Exceções: lambujem, pajem.
Atenção: viagem (substantivo) com G.
viajem (verbo) com J.
ALGUMAS EXPRESSÕES QUE CONFUNDEM

Algumas pessoas têm a tendência de escrever algumas palavras de


modo diferente do correto, porque há outras parecidas, como: afim/a
fim de, ah/há/a, aja/haja/haja vista, mal/mau, mas/más/mais,
onde/aonde/donde, ouve/houve, porque, porquê, por que, por
quê, se não/senão, sessão/seção/cessão/exceção,
traz/trás/atrás. Vamos ver as diferenças entre elas para você nunca
mais errar? Vamos lá.
AFIM/A FIM DE

Afim dá idéia de afinidade, de relação. É um adjetivo, portanto, pode


ser flexionado para o plural. Química e Física são disciplinas afins;
cunhados são parentes afins.

A fim de dá idéia de objetivo, vontade. É uma locução prepositiva, não


podendo flexionar-se. Não estou a fim de sair; não estou a fim de
trabalhar hoje.

AJA/HAJA/HAJA VISTA

Aja é do verbo agir. Aja com honestidade e você será bem sucedido.

Haja é do verbo haver. Espero que haja muitas pessoas em minha


formatura. Note que, no sentido de existir, ele é impessoal, isto é,
continua no singular mesmo em expressões plurais.

Haja vista equivale a veja e é invariável no português atual. O


professor foi justo nas notas haja vista os critérios que usou na
avaliação. Houve tempo em que essa expressão era variável, hoje não.

MAL/MAU
Mal é advérbio e pode ser substituído por bem. Sua presença me faz
mal; não vou comer porque vai fazer mal; você foi muito mal na prova.

Mau é adjetivo e pode ser substituído por bom. Marcos é um menino


muito mau; você foi muito mau para mim.
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MAS/MÁS/MAIS
Mas é uma conjunção coordenativa adversativa e liga duas orações
contrárias. Pode ser substituída por porém. Vou com você, mas não
ficarei lá; Sua redação está boa, mas tem muitos erros ortográficos.

Más é plural de má e pode ser substituída por boas. As sogras não são
tão más; algumas noras é que não são boas para com elas; aquelas
alunas são muito más.

Mais é advérbio (ou pronome adjetivo) e pode ser substituída por


menos. Sara é mais nova do que Levi; Alfredo é o mais calmo da
família.

Note: Você deve dizer: mais amor e menos confiança. A expressão


menas não existe, pois se trata de advérbio, que é invariável.

ONDE/AONDE/DONDE
Onde é estático, ou seja, indica permanência em um lugar. Pode ser
substituída por em que, no qual. onde você colocou meu livro? não sei
onde ela se escondeu.

Aonde é dinâmico, ou seja, indica movimento daqui para lá. Pode ser
substituído por para onde. Aonde você pensa que vai? não vi aonde ela
foi.

Donde também é dinâmico, ou seja, indica movimento de lá para cá.


Pode ser substituído por de onde. Donde surgiu este fantasma? donde
ele veio?(desusado. Hoje, usamos de onde).

OUVE/HOUVE
Ouve é do verbo ouvir. Pode ser substituído por escuta. Falo, falo e
ninguém me ouve. Por que você não ouve os conselhos de sua mãe?
“fala, Senhor que Teu servo ouve!” (Samuel).

Houve é do verbo haver. Quando tem o sentido de existiu/existiram


é impessoal, isto é, não flexiona. Houve muita gente que não ouviu a
notícia; no dia das mães, houve muitas pessoas chorando de saudade.
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SENÃO/SE NÃO
Senão é uma conjunção e pode significar:
a) – de outra forma, de outro modo, ao contrário. Fale, senão
apanha; pára, senão atiro.
b) – mas sim. Minha crítica não foi para atrapalhar, senão para
ajudar.
c) – a não ser, mais do que. Ele não fará a prova, senão forçado;
nada há neste lugar, senão lixo.

Se não são duas palavras separadas, de classes diferentes. O se é


uma conjunção e pode ser substituída por outra conjunção; o não é um
advérbio de negação Se não me esperar, vou ficar triste. Posso substituir
o se por outra conjunção: Caso você não me espere, vou ficar triste.

SESSÃO/SEÇÃO/CESSÃO/EXCEÇÃO
Embora as palavras tenham pronúncia parecida, o significado é muito
diferente:
a) – Sessão significa reunião, encontro de duas ou mais pessoas. Você
não compareceu à sessão de fisioterapia; Não gosto de assistir à sessão
da tarde.

b) – Seção significa repartição, uma parte de um todo. Não esqueça a


seção de cobrança aberta; Na seção de tintas, há lugar.

c) – Cessão – É um substantivo derivado do verbo ceder. Quem faz


uma cessão (ou concessão) cede algo para alguém. O banco fez a cessão
de diversas mesas para a creche;

d) – Exceção – Esta palavra é escrita equivocadamente de diversas


maneiras. Entretanto, somente esta é a maneira correta de escrever e
significa exclusão da regra geral, privilégio. Todos, sem exceção, foram
bem na prova; Deus não faz exceção de pessoas. Note: NA PALAVRA
EXCEÇÃO NÃO TEM “S”.

TRAZ/TRÁS/ATRÁS
Traz é do verbo trazer. Quando vieres, traz os livros que deixei aí.
(Paulo).
Examinando a Língua - Gesson Magalhães 16

Trás é uma preposição, cujo sentido era, originalmente, além de. Daí a
região de Portugal, denominada Trás-os-montes, ou seja, além dos
montes. Hoje, é substituída por atrás de, depois de ou usada no sentido
de localzação posterior. Ela chegou por trás de mim e me deu um
susto.

Atrás significa localização posterior, às costas. Não fique correndo


atrás de mim; eu vou à frente, você vem atrás.

CUIDADO com a grafia das seguintes expressões:


a partir de (não existe apartir): As aulas serão dadas a partir de
agosto.
de repente (não existe derrepente): O céu escureceu de repente.
em fim (final) : O tráfego fica confuso em fim de tarde.
enfim (finalmente) : Toda turma foi aprovada enfim. Em fim, sós!

POR QUE, POR QUÊ, PORQUE, PORQUÊ


Há quatro maneiras de escrever esta expressão, de acordo com o
sentido que se quer dar a ela. Vejamos:

1. Você deverá escrever por que, quando significar pelo qual, por que
motivo. É utilizado no início das frases interrogativas diretas ou dentro da
frase interrogativa indireta. Por que você não compareceu ao encontro?
não sei por que ela me deixou sozinho.

2.- Você escreverá por quê, quando significar por que motivo, mas
somente no fim da frase. Você não compareceu ao encontro, por quê?
ela me deixou sozinho, não sei por quê.

3.- Porque, você vai escrever quando significar porquanto, quando


estiver explicando ou dando uma causa. Não compareci ao encontro
porque meu carro quebrou; ela o deixou sozinho porque não o quer
mais.

4.- Porquê, você só vai escrever quando estiver precedido do artigo o,


isto é, quando for substantivo. Nunca saberei o porquê de você não
haver comparecido ao encontro; Ela não me quer mais; eis o porquê de
haver me deixado sozinho.
HOMONÍMIA E PARONÍMIA
De acordo com a forma com que são escritas e pronunciadas, as
palavras podem dividir-se em:
Examinando a Língua - Gesson Magalhães 17

Homônimas, que compreendem:


Homônimas Homógrafas: Aquelas que têm a mesma grafia, ou seja,
são escritas da mesma maneira, e pronúncia diferente:
Exemplos:
cáqui [á] – caqui [i]. porém [em]- porem [ô]
colher [é] - colher [ê] provém [é]–provem [ó]
doído [í] – doido [oi] próvido [ó]– provido [i]
fervido [é] – fervido [i] revólver [ó]–revolver [ê].
fósseis [ó]- fosseis [ô] sede [ê] – sede [é]
molho [ô] – molho [ó] selo [ê] – selo [é]
móveis [ó]– moveis [ê] válido [á] – valido [i]

Homônimas Homófonas: Aquelas que têm grafia diferente e a


mesma pronúncia.
Exemplos:
acender – ascender cocho – coxo
broxa - brocha conserto – concerto
buxo – bucho espiar – expiar
cessão – seção - sessão incipiente – insipiente
caçar – cassar laço = lasso
cegar – segar massa – maça
censo – senso ruço – russo
cesto – sexto taxa – tacha

Homófonas Homógrafas ou Homônimas perfeitas : Aquelas que


têm escrita igual, pronúncia igual e só muda o significado.

Exemplos:
calo – calo fui – fui
canto – canto – canto pio – pio
colo – colo rio – rio
caminho – caminho são – são – são
caminha – caminha vão – vão – vão
como – como vela – vela
Examinando a Língua - Gesson Magalhães 18

Parônimas : São palavras de grafia e pronúncia aproximada (não são


iguais), com significado diferente:
Exemplos:
Emigrar – imigrar eminente – iminente
Acidente – incidente emissão - imissão
Amoral – imoral estada – estadia
Arrear – arriar estádio - estágio
Arredio – erradio flagrante – fragrante
Assoar – assuar fluir – fruir
Cadafalso – catafalco glosa – grosa
Cardeal - cardial infligir – infringir
Comprido – cumprido intemerato - intimorato
Conjetura – conjuntura lustre – lustro
Deferir – diferir peão – pião
Degradar – degredar preeminente– proeminente
Desapercebido– despercebido prescrever – proscrever
Descrição – discrição ratificar – retificar
Descriminar – discriminar recreação – recriação
Despensa – dispensa relevar – revelar
Destinto – distinto retalhado – retaliado
Devagar – divagar subida – súbita
Drama – trama tensão – tição
Emenda – ementa tráfego – tráfico
Emergir – imergir vultoso – vultuoso

Exercício: Com a ajuda do dicionário, faça um vocabulário com o


significado das palavras homônimas e parônimas citadas acima.

UNIDADE II

1.- ACENTUAÇÃO TÔNICA E GRÁFICA:

Para você aprender a acentuar corretamente as palavras, vamos


recapitular algumas coisinhas que você já estudou:
1.- Separação de sílabas:
Examinando a Língua - Gesson Magalhães 19

Separamos as sílabas pela soletração: ca-dei-ra, en-xa-güei, co-o-


pe-rar, gui-tar-ra, bra-ço, subs-tan-ti-vo.
2.- Ditongo:
Duas vogais que estão na mesma sílaba: ca-dei-ra.
O ditongo pode ser:
Crescente, quando é formado por uma semivogal seguida de vogal.
á-gua, in-dia.
Decrescente, quando é formado por uma vogal seguida de semivogal.
cai-xa, ca-dei-ra, foi-ce
3.- Tritongo:
Três vogais que estão na mesma sílaba: pa-ra-guai, en-xa-güei.
4.- Hiato:
Duas vogais que estão juntas na palavra, mas em sílabas separadas.
ca–a-tin-ga, ca-in-do, re-a-ção, co-o-pe-rar, ba-ú .
5.- Dígrafos:
Duas ou mais letras que estão juntas numa palavra, formando um só
fonema. Divide-se em dois tipos:
a) – Inseparáveis: gui-tar-ra.
b) – Separáveis: gui-tar-ra.
2.- Tonicidade:
A sílaba tônica é a que é pronunciada com mais força. Ca-dei-ra. Ela
pode estar, na palavra em três lugares: na última, na penúltima e na
antepenúltima sílaba: sa-bi-á, sa-bi-a, sá-bi-a.
Oxítonas sa bi á
ja bu ti
Paroxítonas sa bi a
ca va lo
Proparoxíto Sá bi a
nas ár vo re

Agora, podemos estudar a respeito da acentuação gráfica:


1.- Monossílabos tônicos e palavras oxítonas: Você somente deverá
acentuar as sílabas com a, e, o. Pá, pé, pó, cajá, pajé, socó.
Também se acentuam as oxítonas terminadas em em e ens: porém,
parabéns.
Examinando a Língua - Gesson Magalhães 20

Obs. As oxítonas terminadas com i, u, somente levarão acento se


formarem um hiato. Tatuí, baú.
2.- Paroxítonas: Acentuam-se as palavras terminadas em: r, x, n, l, is,
us, um, ã, ão. âmbar, tórax, hífen, dócil, lápis, bônus, álbum, órfã,
bênção. As palavras oxítonas com essas terminações não levam acento.
“Dica:” Para lembrar as consoantes r, x, n, l, usa a palavra RouXiNoL.
Devem também ser acentuadas as paroxítonas terminadas em
ditongo crescente. Crânio, história. sábia.
Obs. Você viu que colocamos a palavra sábia como proparoxítona e
agora como paroxítona. Acontece que alguns gramáticos consideram as
palavras terminadas com ditongo crescente, como as três acima, como
proparoxítonas. Por isso é que elas são sempre acentuadas.
3. Proparoxítonas: Todas devem ser acentuadas. Câ-mara, árvore.
4.- Os ditongos abertos terminados em éu, éi, ói, serão acentuados:
tabaréu, coronéis, herói.
Obs.
a) - O i e o u tônicos somente serão acentuados se formarem hiato.
Saída, viúva.
b) – Mesmo sendo tônicos, o i e o u não serão acentuados se formarem
sílaba com l, m, n, r, z, ou forem seguidos de nh. Raul, ruim, ainda,
cair, raiz, rainha.
c) – A primeira vogal tônica dos hiatos com vogais iguais também será
acentuada. Crêem, vôo.
5.- Há palavras iguais que são acentuadas apenas para destacar a
diferença uma da outra. São chamados acentos diferenciais. São eles:

pôr (verbo) por (preposição)


pêra (subst.) pera (contração arcaica. da
preposição per + a)
pólo (subst.) polo (contração arcaica da
prep. por + o)
Pôde (pretérito perfeito do pode (presente do indicativo
indicativo do verbo poder) do verbo poder).
pára (verbo parar) para (preposição)
pêlo pélo (verbo pelo (contração da
(substantivo) pelar) preposição per + a)

UNIDADE III
1.- Pronomes Pessoais
Examinando a Língua - Gesson Magalhães 21

Pronome, como o próprio nome indica, é a palavra que substitui o


nome. Para nosso estudo, vamos considerar apenas os pronomes
pessoais, que são aqueles que substituem nomes de pessoas
(gramaticais).
Temos, gramaticalmente falando, três pessoas:
1ª Pessoa – Aquela que fala. (eu), ou aquelas que falam (nós).
2ª Pessoa – Aquela com quem se fala. (tu), ou aquelas com que se fala
(vós)
3ª Pessoa – Aquela de quem se fala. (ele/ela), ou aquelas de quem se
fala (eles/elas).
1.1 – Caso Reto e Caso Oblíquo
De acordo com a função que exerce na frase, os pronomes dividem-se
em dois casos: Os pronomes do caso reto , que exercem a função de
sujeito e pronomes do caso oblíquo que exercem a função de
complemento do verbo. Veja o quadro abaixo:

Númer Pesso Caso Caso Oblíquo Caso Oblíquo


o a Reto (átonos) (tônicos)
1ª Eu Me Mim, comigo
Singula 2ª Tu Te Ti, contigo
r 3ª Ele/Ela Se, o, a, lhe Si, consigo, ele, ela
1ª Nós Nos Nós, conosco
Plural 2ª Vós Vos Vós, convosco
3ª Eles/Elas Se, os, as, lhes. Si, consigo, eles,
elas.

Exemplos: 1.- Joana bateu o carro, onde Joana é sujeito e carro é


complemento do verbo. Vamos substituir pelos pronomes: Ela bateu-
o, onde Ela substitui Joana e o substitui carro.
2.- Ela emprestou o livro para mim. Ela me emprestou o
livro.
Obs.- No exercício 2, temos duas frases. Você vai notar que o
pronome oblíquo tônico utiliza preposição e o átono não utiliza.

1.2 – Pronomes de Tratamento


Pronome de tratamento é o pronome com o qual tratamos
determinadas pessoas, geralmente indicando respeito ou cortesia.
Embora, às vezes, sejam dirigidas à pessoa com quem se
fala, dando a impressão de pertencerem à segunda pessoa, os
pronomes de tratamento pertencem à terceira pessoa. Veja a
relação dos principais pronomes de tratamento, no quadro abaixo:

Pronomes de Abreviatura Emprego:


Tratamento Sing Plural
ular
Senhor Sr. Srs. Tratamento respeitoso
Senhora Srª. Sras. Tratamento respeitoso.
Senhorita Srta. Srtas. Tratamento respeitoso a mulher
Examinando a Língua - Gesson Magalhães 22

solteira.
Você V. - Familiaridade.
Vossa Alteza V.A. VV.AA. Príncipes e Princesas.
Vossa Eminência V.Em V.Emas. Cardeais.
a.
Vossa Excelência V.Exª V.Exas. Autoridades superiores.
(detentores de cargos eletivos,
generais. (também utilizado para
juízes).
Vossa V. V.Magas. reitores.
Magnificência Magª
Vossa Majestade V.M. VV.MM. reis e rainhas.
Vossa Meritíssima por extenso juízes.
Vossa V.Rev V.Revma sacerdotes, bispos.
Reverendíssima . s.
Vossa Santidade V.S. - papa.
Vossa Senhoria V.Sª V.Sas. tratamento respeitoso em
correspondências comerciais e
também para pessoas que
ocupem cargos importantes.

Obs. O pronome de tratamento você é, atualmente,


utilizado em lugar de tu, pela maioria dos brasileiros. No Sul e no
extremo Norte, o tu é utilizado, mas geralmente de maneira
equivocada, como terceira pessoa. Tu falou, tu não veio, quando o
correto seria tu falaste, tu não vieste.
Embora você seja utilizado em lugar de tu, continua na
terceira pessoa, porque é um pronome de tratamento, que teve a
seguinte evolução, na boca do povo:

Vossa Mercê
Vosmecê
Você
Grande parte do povo brasileiro, hoje, nem fala mais Você,
mas Cê.

1.3 – Colocação Pronominal

Os pronomes oblíquos podem ser colocados em três


posições em relação ao verbo: Antes, No meio e Depois do verbo.

1.3.1.- Antes do Verbo: Quando o pronome oblíquo é colocado


antes do verbo, dizemos que há uma próclise ou que o pronome é
proclítico.
A próclise somente é utilizada quando existe, antes do verbo uma
partícula atrativa, ou seja, uma palavra que atrai o pronome oblíquo
para perto de si. São elas:
a) Advérbio
Examinando a Língua - Gesson Magalhães 23

b) Conectivo
c) Pronome Substantivo
d) Forma verbal proparoxítona
e) Preposição em + verbo no gerúndio
f) Oração exclamativa
g) Oração optativa (que expressa desejo)
h) Oração interrogativa.

Vamos dar pelo menos um exemplo de cada um dos casos:

a) Não me diga!
b) Eu perdôo a pessoa que me ofende.
c) Tudo se aproveita.
d) Nós o amávamos.
e) Em se plantando, tudo dá.
f) Não gosto que me corrijam.
g) Deus lhe dê em dobro tudo o que me desejas!
h) Você me quer bem?

1.3.2 – No Meio do Verbo. Quando o pronome oblíquo é


colocado no meio do verbo, dizemos que há uma mesóclise ou que o
pronome é mesoclítico.
Isso acontece somente quando o verbo estiver no futuro. (do
presente ou do pretérito). Vamos aos exemplos:
a- Verbo no futuro do presente: Vê-lo-ei amanhã.
b- Verbo no futuro do pretérito: Ajudá-lo-ia se pudesse.
No exemplos acima, os verbos ver e ajudar estão no futuro do
presente e do pretérito: verei e ajudaria. O que fizemos foi colocar o
pronome no meio do verbo. Note que eliminamos o r, colocamos um
acento e acrescentamos um l junto ao pronome oblíquo o. Esse l
chama-se vogal eufônica, está aí somente para evitar o hiato, ou seja, a
repetição da vogal, melhorando o som. Sem o l ficaria vê-o-ei, ou ajudá-
o-ia, que não soa bem.
1.3.3.- Após o Verbo. Quando o pronome oblíquo é colocado
após o verbo, dizemos que há uma ênclise ou que o pronome é
enclítico.
A ênclise é utilizada nos seguintes casos:
a) No infinitivo impessoal: Ex.: Esperar-te é uma tortura!
b) No imperativo afirmativo: Ex.: Espere-me aqui!
c) No gerúndio: Ex.: Amando-nos, viveremos sempre juntos.
d) No início da frase: Ex.: Ouçam-me, por favor!
e) Em orações que vêm após vírgula: Ex.: Ao tentar
responder, atrapalhou-se todo.

Há três casos em que se deve ter cuidado ao utilizar o pronome


oblíquo: São eles:
Examinando a Língua - Gesson Magalhães 24

a) Pronome oblíquo iniciando frase: Ex.: Me dê uma carona!


Fica melhor a ênclise: Dê-me uma carona!
b) Utilizar a ênclise com o verbo no futuro: Ex.: Farei-lhe
uma proposta; ou faria-lhe uma proposta. Nesses casos, fica
melhor a mesóclise: Ex.: Far-lhe-ei uma proposta; ou far-
lhe-ia uma proposta.
c) Utilizar a ênclise com o verbo no particípio: Ex.: Ele não
havia respondido-me. Nesse caso, fica melhor a próclise:
Ex.: Ele não havia me respondido, ou Ele não me havia
respondido.

2.- Concordância
2.1 – Verbal
2.2 – Nominal
2.3 – Silepse
3.- Regência
3.1 – Verbal
3.2 - Nominal
4.- Crase
4.1 – Os quatro aa
4.2 – Use a crase
4.3 – Não use a crase
5.- Pontuação Gráfica
5.1 – vírgula, ponto e vírgula,
5.2 – O uso do hífen.

UNIDADE IV:
1.- Noções de Comunicação
1.1 – Elementos, funções, alvos, sentido e expressão.
A Comunicação:
Todos os seres, de uma forma ou de outra, comunicam-se.
Desde a pequenina formiga até os grandes paquidermes, todos têm sua
maneira peculiar de comunicação. Cada qual tem sua linguagem própria.
É de causar admiração como as abelhas, por meio de danças, comunicam
às outras da colméia, o local exato onde encontrou alimento ou néctar.

O ser humano, dotado de raciocínio, sempre está inventando


novos meios e novas linguagens para se comunicarem uns com os outros.
Desde tempos remotos, os homens comunicam-se entre si. Temos na
Bíblia a história da torre de Babel, quando, para evitar que os homens se
aglomerassem em um só lugar, indo contra o plano de Deus de que a
terra fosse habitada, a língua, que era única, foi confundida, resultando
diversas línguas, ocasião em que a comunicação tornou-se mais difícil,
fazendo com que grupos que se entendiam, emigrassem para outras
partes, formando novos núcleos, habitando assim a terra.

Note o gráfico abaixo:


Examinando a Língua - Gesson Magalhães 25

ELEMENTOS FUNÇÃO ALVO SENTIDO EXPRESSÃO

Emissor Expressiva
1ª Pessoa Expressão
Mensagem Exclamação
Arte
interjeição Conotação
(Poética-
artística)
Recebedor Conativa
(Coação +/- Impressão (Estilística)
Canal sutil)
Fática
Contexto Referencial
Informação
Informação
Experiência Metalingüística Denotação Ciência

Código

Vamos comentar cada um dos itens do gráfico, para melhor


entendimento:

ELEMENTOS

São elementos da comunicação, o Emissor, a Mensagem, o


Recebedor ou Receptor, o Canal, o Contexto e o Código. Todos esses
elementos entram, de algum modo, na comunicação. A ausência de
qualquer um deles pode constituir uma barreira.

Emissor: é o elemento origem da comunicação. É quem fala,


quem tenta convencer. Dele parte a mensagem a ser transmitida
para o Receptor. Para isso, deve esquematizar seus
pensamentos, despir-se dos preconceitos, exprimir-se com
clareza.

Receptor: (ou Recebedor) é o elemento a quem se destina a


mensagem. Pode ser individual ou coletivo. A mensagem pode
destinar-se a uma só pessoa ou a muitas pessoas ao mesmo
tempo.

O Receptor deve estar sincronizado e sintonizado com o Emissor.


(Devem falar a mesma linguagem e possuir interesse mútuo).
Em resumo:
EMISSOR E RECEPTOR
Examinando a Língua - Gesson Magalhães 26

Fatores: inter-relacionamento, cultura equiparada, mesma


linguagem e interesse mútuo.

Mensagem: é a forma física da comunicação. Nela está o conteúdo a


ser transmitido. A mensagem não é o conteúdo; este está na mensagem,
mas não é a própria mensagem, que é a parte fundamental da
comunicação, o veículo que atravessa a ponte (código) e vai até o
receptor.

Ex: Um sinal de trânsito. A mensagem é o desenho. O conteúdo é o


que você entendeu da mensagem.

MENSAGEM

IDEACIONAL: Mera informação. Ex.: “Vai chover”.


AFETIVA: Mensagem com sentimento.
Ex.: “Vivi faleceu”.
VITAL: (Informação + Sentimento) Ex.: “Chefe, vou faltar
hoje, porque Vivi faleceu.”

A COMUNICAÇÃO DEPENDE DA MENSAGEM. SEM


MENSAGEM NÃO EXISTE COMUNICAÇÃO

Código: É a forma utilizada para cifrar a mensagem, de forma a ser


decifrada pelo Receptor. Se este não tiver conhecimento do código, não
poderá decifrá-lo e a comunicação fica prejudicada. Pode ser Verbal e
Não-Verbal. O verbal é a língua, que utiliza a palavra falada ou escrita.
(Português, inglês, francês, etc.) e o não-verbal, que podem ser gestos,
sinais, expressão facial, e muitos outros.

Há três tipos de código:

SUBJACENTE:
É inato, instintivo; o indivíduo já nasce com ele.
Ex.: mímica, sorriso, choro.
Examinando a Língua - Gesson Magalhães 27

Em todos os lugares são conhecidos os gestos de aproximar e de


afastar; o sorriso é sempre sinal de agrado, o choro, de
desagrado.

PRIMITIVO:
É um tipo de código previamente convencionado. É transmitido
de indivíduo a indivíduo, partindo da família e estendendo-se a
outras. Ex.: A linguagem, a pintura, a música, a dança, a
escultura.

DERIVADO:
Procede de um primitivo e é adquirido com esforço consciente.
Dificilmente o indivíduo consegue dominá-lo completamente. Ex.:
A grafia (música, linguagem, pintura) e a leitura.

Canal: É o conduto pelo qual a mensagem chega ao receptor. São


de três tipos:

1.- Canal sensorial ou natural. Cada um dos cinco sentidos:


audição, visão, tato, paladar, olfato. Conforme o código utilizado, o canal
utilizado pelo receptor pode ser um dos cinco sentidos individualmente,
mais de um ou todos ao mesmo tempo.

Exemplo:
CÓDIGO CANAL SENSORIAL
Telefonema Auditivo
Desenho Visual
Escrita Braille Táctil
Salva de Auditivo, visual
Palmas Auditivo, olfativo,
Abraço visual e táctil
Auditivo, visual, táctil,
Beijo gustativa, olfativa

2.- Canal tecnológico: Como o próprio nome indica, são os


canais utilizados pela tecnologia, para levar a mensagem ao receptor. TV,
telefone, fax, rádio, Internet, e muitos outros.

3.- Canal temporal: São os que conservam a mensagem


por tempo indeterminado, podendo ser consultados sempre. Livros,
fotografias, mapas, videocassetes, DVD e outros.

Contexto ou Repertório: É o conhecimento que o receptor possui a


respeito do referencial da mensagem. Ele pode conhecer o código, mas se
não possuir experiência suficiente para decodificar a mensagem, não
haverá a comunicação, tendo em vista que a mensagem é cifrada em uma
linguagem acima da capacidade de compreensão do receptor.
Examinando a Língua - Gesson Magalhães 28

Exemplos: Falar a alunos da 3ª Série, em português, a


respeito da conjuntura econômica do país. Eles entendem o código,
conhecem as palavras, mas nada sabem a respeito de economia, para
entenderem a mensagem.

Patrão para o empregado:


— Por que você chegou atrasado?
— É que tive que distrair um dente. (extrair).
Amigo para outro:
— Gostou do apartamento?
— Gostei muito. Tem até independência para empregada.
(dependência).

— Mandei instalar em minha casa uma antena paranóica.


(parabólica)

— Você viajou para a Europa?


— Viajei.
— De que cidade você mais gostou?
— De Antenas. (Atenas)

FUNÇÃO

A comunicação tem diversas funções, utilizadas mais por um dos


elementos do que por outro. São elas: Expressiva, Conativa, Fática,
Referencial.

Expressiva: Mais utilizada pelo emissor, consiste na emissão de


mensagens vindas de dentro do próprio ser, expressando sentimentos de
alegria, tristeza, medo, ódio. Utiliza a 1ª pessoa, é geralmente
exclamativa e utiliza interjeições. Como exemplo, podemos citar a função
poética, que o emissor utiliza para expressar seus sentimentos.

Conativa: É utilizada com o objetivo de coagir o receptor, mas de


maneira sutil, indireta, suave.
Exemplo: Certas propagandas de produtos alimentares, que
visem a atingir principalmente o público infantil.

Fática: Também objetiva coagir o receptor, porém de modo direto,


autoritário se bem que, às vezes, involuntário. Ex.: A repetição, numa
aula, ou em conversa, de uma pergunta maçante, parecendo querer
impingir a mensagem no receptor ou, no mínimo, desconfiando de sua
capacidade de entendimento, como: certo? entendeu? né? concorda
comigo? e outras.
Examinando a Língua - Gesson Magalhães 29

Outro exemplo da função fática é o dicionário. Ele traz um verbete e


dá seu significado, sem admitir contestação. É aquilo e pronto. O
significado fornecido pelo dicionário é um fato consumado, O receptor não
pode entender outra coisa.

Referencial - É o objeto da mensagem, o assunto sobre o qual o


emissor discorre.

ALVO

São três os alvos da comunicação.


I -Expressão: É a mensagem vinda de dentro do emissor, com
função expressiva ou simplesmente referencial, conforme queira causar no
receptor impressão ou apenas prestar-lhe uma informação.

A Expressão pode ser de três tipos:


1.- A Expressão do Emissor, pura e simples, sem que ele tenha
interesse na reação do receptor. Exemplo: Um poema, um quadro que
expresse apenas o sentimento do artista.
2.- A Expressão do Emissor, com o objetivo de atingir o Receptor,
causando-lhe uma Impressão, boa ou ruim.
3.- A Expressão do Emissor, com o objetivo puro e simples de prestar
uma Informação ao Receptor, sem o objetivo de causar Impressão
II - Impressão: É o impacto causado no receptor pela mensagem.
Pode ser ela mais ou menos intensa, dependendo do grau de afetividade
entre o receptor e o emissor, ou entre o receptor e a própria mensagem.

III - Informação: É uma mensagem simplesmente informativa, que


não tem por objetivo atingir os sentimentos do receptor, mas apenas
fazê-lo conhecedor das possíveis variações do referencial.

SENTIDO
O sentido da mensagem pode ser conotativo ou denotativo.

Conotação: O sentido que a mensagem possui, capaz de produzir,


no receptor, as mais variadas interpretações. Cada receptor entende a
mensagem à sua maneira.
Exemplos: A palavra gato. Um receptor pode formar na
mente a imagem de um animal, outra, a imagem de um rapaz.
Um quadro, um poema, uma reportagem, diante dos quais,
cada pessoa pode ter reação diversa e interpretar diferentemente.
Denotação: O sentido que a mensagem possui, capaz de produzir no
receptor, uma só interpretação. Todos os receptores entendem a
mensagem da mesma maneira.
Exemplo: H2SO4. Todos chegam à mesma conclusão:
Ácido sulfúrico.
2+5+3. O resultado é igual para todos: 10.
Examinando a Língua - Gesson Magalhães 30

EXPRESSÃO (Resultado)
A conotação tem como resultado a ARTE, cujo objetivo é provocar no
receptor as mais variadas interpretações.
A denotação tem como resultado a CIÊNCIA, cujo objetivo é que
todos os receptores cheguem ao mesmo resultado.

1.2 – Problemas da Comunicação; barreiras.

BARREIRAS
Física ruído, gagueira, surdez
Cultural diferença de padrão
cultural
Hierárquic aluno-professor
a soldado-general

Ideológica católico-protestante
comunista-facista

2.- Língua e Linguagem

Como vimos, a comunicação depende inteiramente da mensagem. Se


a mensagem é estruturada num código desconhecido do receptor, se este
não possui contexto, podem surgir barreiras as mais diversas e a
comunicação será prejudicada.
A linguagem é o conjunto de sinais utilizados para elaboração da
mensagem. Podem ser:

Linguagem Não-Verbal: É a linguagem articulada por outros meios


que não a palavra escrita ou falada. É constituída por mímica, cores,
desenhos, expressões corporais ou fisionômicas e outros.

Linguagem Verbal:

O ser humano comunica-se quase que exclusivamente pela


linguagem. Dela depende a troca de idéias, de informações. O Professor
J. Mattoso Câmara Jr., em seu livro Manual de Expressão Oral e Escrita,
diz o seguinte: “... é assim que, nas crianças, a partir do momento em
que, rigorosamente, adquirem o manejo da língua dos adultos e deixam
Examinando a Língua - Gesson Magalhães 31

para trás o balbucio e a expressão fragmentada e difusa, surge um novo e


repentino vigor de raciocínio, que não só decorre do desenvolvimento do
cérebro, mas também da circunstância de que o indivíduo dispõe agora da
língua materna, a serviço de todo o seu trabalho de atividade mental. Se
se inicia e desenvolve o estudo metódico dos caracteres e aplicações
desse novo e preciso instrumento, vai, concomitantemente,
aperfeiçoando-se a capacidade de pensar, da mesma sorte que se
aperfeiçoa o operário com o domínio e o conhecimento seguro das
ferramentas da sua profissão. E é este, e não o outro, antes de tudo, o
essencial proveito de tal ensino.” (op.cit.pág. 11.)

Pelo texto acima, vemos que a criança vai se familiarizando com os


signos verbais que ouve dos circunstantes, terminando por adotá-los
como seus próprios, pelo restante da vida.

A linguagem verbal, portanto, é o conjunto de palavras de


uma língua, que podem ser transmitidos por via oral ou escrita.

2.1 – Níveis

Níveis de Linguagem e variedade lingüística:

Diante disso, quanto melhor for a linguagem verbal, mais perfeita


será a comunicação. Podemos, por exemplo, colocar em nosso
estabelecimento comercial, um letreiro assim:

COMERSIAL CILVA TEMO MUINTAS BORÇA


ÇAPATO E SINTO PA VENDER.

Ficaria melhor, entretanto, se o letreiro estivesse numa linguagem


mais de acordo com o padrão culto da língua:

COMERCIAL SILVA
BOLSAS, SAPATOS E CINTOS

Podemos utilizar duas formas: a forma coloquial e a forma


adloquial.

A forma coloquial é a linguagem com que nos comunicamos no dia-


a-dia, com a família, com os amigos, sem nenhuma preocupação com a
correção total. (Ex.: Cê vai lá? Então me dá uma carona). Não há
preocupação com a colocação dos pronomes, e até abreviamos algumas
palavras. É a linguagem informal. corriqueira. Entretanto, mesmo essa, à
medida que estudamos, vai melhorando e chegando mais perto da
linguagem adloquial.
Examinando a Língua - Gesson Magalhães 32

A forma adloquial é a linguagem escorreita, de padrão culto,


elaborada, que é utilizada nas comunicações formais, nos discursos, na
literatura, na correspondência. Nosso estudo tem por objetivo aproximar-
nos o mais possível dessa linguagem. (Ex: Se vais para lá, podes levar-me
contigo?).

Qualidades do texto:

No texto, devemos utilizar a linguagem adloquial. Entretanto, além da


correção, temos outras qualidades que devemos cultivar na elaboração de
qualquer texto. Dentre eles, destacamos:

Certo conhecimento gramatical: Toda língua tem um padrão


culto, que todo estudante pretende atingir. Esse padrão é que deve ser
utilizado na escrita. Um texto onde faltam acentos, a pontuação está
equivocada, palavras mal grafadas, uso de gírias, mau uso da crase e
outros erros comuns, pode até ser interpretado diferentemente daquilo
que o escritor teve a intenção de dizer.

Clareza: Escrever frases bem compreensíveis, expressando as idéias


de maneira clara e de fácil entendimento, evitando a ambigüidade e as
frases obscuras.
Veja o texto seguinte:
“Hoje, quando no meio de uma família numerosa, há um jovem que,
por falta de certa vivacidade de espírito e de outros predicados naturais,
ou dos que se adquirem pelo esforço e pelo trabalho, não pode granjear
os meios de subsistência, e menos ainda de obter qualquer colocação
saliente, ou um ancião, vencido na vida, para quem a fortuna foi
descartável madrasta nas profissões que tentou, sem disposição alguma
para o exercício de qualquer mister conhecido e lícito; dá-se não raro uma
espontânea conspiração entre os conjuntos por parentescos de um ou de
outro, os políticos militantes e os detentores do poder, para elevar o
inclassificável às várias posições políticas, então , com mais bem-
aventurado júbilo dos chefes das agremiações assim enriquecidos, esse
vai ser o legislador, esse vai ser o estadista.”
(Apud A. Passos, Arte de Pontuar, pág. 110).

Entendeu?
Claríssimo,
não???

Concisão: Evitar o uso exagerado de frases, dizer o estritamente


necessário, evitando assim a prolixidade, procurando expressar o maior
número de idéias com o menor número possível de palavras.

Diálogo: Infelizmente, a escola tradicional tem por objetivo principal


do ensino, fazer com que o aluno aprenda a LER, ESCREVER e CONTAR.
Examinando a Língua - Gesson Magalhães 33

Entretanto, melhor seria se os alunos fossem incentivados, além dos


itens acima, a FALAR e OUVIR. Ao contrário do que seria ideal, os
professores, desde o início da carreira estudantil do aluno, obriga-o a
permanecer na sala de aula estático, quieto, escrevendo o que o professor
dita ou escreve no quadro. Falar somente é permitido na hora da leitura.
Há algumas escolas que até dão nota de comportamento, o que vale dizer
que o aluno deve ficar comportado. O que são comportas? São barreiras
que se colocam num curso de água para impedi-lo de fluir. Assim, o
aluno, colocado dentro de comportas, não pode fazer fluir seu potencial
criativo.

Seria muito melhor que os alunos fossem incentivados a dialogar em


classe. Que aprendessem a ouvir e a falar. É claro que não se pode deixar
que todos falem ao mesmo tempo, porque assim ninguém iria ouvir e é
tão importante ouvir como falar. Ler e escrever viriam em conseqüência
de um dialogo bem orientado, porque pelo diálogo o aluno pode adquirir
muitas idéias que lhe serão úteis na hora de produzir um texto

.
AULA DE PORTUGUÊS

A enfrentar a análise sintática,


Sem entender, sem opinião, sem vez,
Empanturra-se o aluno de
“gramática”,
E imagina que estuda Português.

Se o não prendessem nessa língua


estática,
Falar deixá-lo, como sempre fez,
Desenvolvendo sua língua prática,
Sem ter que estudar “gramatiquês”.

Ler o que gosta, não o que é imposto,


Escrever o que vem de dentro d’alma,
“Falar e ouvir”, mais que “ler e
escrever”.

Haveria um sorriso em cada rosto,


Toda a escola voltaria à calma,
E estudar língua seria um prazer.

Gesson Magalhães
(Alguma Cousa, pág. 28)

Experiência: A vida traz para cada um de nós, alguma experiência.


Se você fizer um exame retrospectivo de sua vida, irá encontrar, sem
dúvida, assunto para muitas páginas. É bem melhor escrever sobre aquilo
Examinando a Língua - Gesson Magalhães 34

que conhecemos, nossa experiência pessoal, a experiência daqueles com


quem temos permanente contato, pois estaremos adentrando um assunto
com pleno conhecimento. Use a experiência que a vida lhe deu e use em
seus textos.

Fluência: Há muitas pessoas que têm um medo enorme de


escrever. Entretanto, falam como se tivessem um rádio dentro de si.
Depois de pensar sobre o assunto a ser escrito, organizar suas idéias,
escreva sem medo. Não se importe inicialmente com possíveis erros.
Escreva fluentemente, como se estivesse falando. Depois de tudo escrito,
faça uma revisão tirando uma palavra aqui, acrescentando outra ali,
corrigindo os acentos e a pontuação e você verá como é fácil escrever.

Leitura: A leitura é um dos mais importantes meios de se adquirir a


prática da escrita. A pessoa que lê aumenta seu vocabulário e assimila,
pela percepção das frases que lê, as formas a serem utilizadas em sua
própria escrita. Além disso, a leitura aumenta o potencial imaginativo que
todos nós possuímos. Quem lê, geralmente escreve bem.

Observação: Para se produzir bons textos, nada melhor do que os


assuntos que se nos deparam no dia-a-dia. Se você for observador, irá
encontrar muito assunto sobre o qual escrever. Afinal, toda a literatura,
mesmo a fictícia, para ser verossímil, deve conter um pouco da realidade.
Muitos escritores se utilizam daquilo que observam em seus escritos.

Organização do texto: Todo texto deve ter uma seqüência lógica.


Como dizia alguém, deve ter começo, meio e fim. Há textos tão
desorganizados que, ao terminarmos a leitura, não sabemos o que o
escritor quis realmente dizer. Para que seu texto fique bem organizado,
antes de começar a escrever, coordene em sua mente ou faça por escrito
um roteiro, para que seu texto fique devidamente organizado.

Originalidade: Evitar os lugares comuns, as repetições e os clichês,


procurando escrever de molde a não cair no trivial.

2.3 – Homonímia e paronímia.

UNIDADE V:
1.- Coerência e coesão textuais
2.- Argumentação
2.1 – Argumentação de Autoridade
2.2 – Argumentação de Consenso
2.3 – Argumentação com provas
2.4 – Lógica.
3.- Defeitos de Argumentação
3.1 – Noções confusas
3.2 – Noções de totalidade indeterminada
3.3 – Noçlões semiformalizadas
Examinando a Língua - Gesson Magalhães 35

3.4 – de exemplo, de ilustração e de modelo.


4.- As várias possibilidades de leitura de um texto.

UNIDADE VI:
1.- O Parágrafo
1.1 – Conceito
1.2 – Divisão
1.2.1 – Tópico Frasal
1.2.2 – Desenvolvimento
1.2.3 – Conclusão
1.1.4 - Elemento Relacionador.
2.- Tipologia Textual
2.1 – Descrição
2.1.1 – Objetiva
2.1.2 – Subjetiva
2.2 – Narração
2.2.1 – Elementos
Quem? O quê? Quando? Onde? Como? Por quê?
2.2.2 – Resultado
Previsível e Imprevisível.
2.3 – Dissertação
2.3.1 – Conceito
2.3.2 – Tipos
2.3.3 – Estrutura
2.3.4 – Técnicas de Elaboração

UNIDADE VII:
1.- Redação Técnica
1.1 – Vocabulário
1.1.1 – Palavras Técnicas
1.1.2 – Palavras abstratas
1.2 – Economia Verbal
1.2.1 – Texto prolixo
1.2.2 – Texto lacônico
1.2.3 – Texto conciso
1.3 – Cartas Comerciais
1.4 – Outras correspondências
Aviso, Bilhete , Circular, Convocação. Memorando, Ofício,
Telegrama.
1.5 – Outros documentos
Ata, Atestado, Contrato, Edital, Estatuto, Letra de Câmbio,
Nota Promissória, Ordem de Serviço. Procuração, Requerimento,
Protocolo, Recibo. Relatório.
Examinando a Língua - Gesson Magalhães 36

2.- COMUNICAÇÃO E LINGUAGEM

COMUNICAÇÃO E LINGUAGEM
A Comunicação:
Todos os seres, de uma forma ou de outra, comunicam-se.
Desde a pequenina formiga até os grandes paquidermes, todos têm sua
maneira peculiar de comunicação. Cada qual tem sua linguagem própria.
É de causar admiração como as abelhas, por meio de danças, comunicam
às outras da colméia, o local exato onde encontrou alimento ou néctar.

O ser humano, dotado de raciocínio, sempre está inventando


novos meios e novas linguagens para se comunicarem uns com os outros.
Desde tempos remotos, os homens comunicam-se entre si. Temos na
Bíblia a história da torre de Babel, quando, para evitar que os homens se
aglomerassem em um só lugar, indo contra o plano de Deus de que a
terra fosse habitada, a língua, que era única, foi confundida, resultando
diversas línguas, ocasião em que a comunicação tornou-se mais difícil,
fazendo com que grupos que se entendiam, emigrassem para outras
partes, formando novos núcleos, habitando assim a terra.

Note o gráfico abaixo:

ELEMENTOS FUNÇÃO ALVO SENTIDO EXPRESSÃ


O

Emissor Expressiva
1ª Expressão
Mensagem Pessoa
Exclamação Arte
Conotação
interjeição
(Poética-
artística)
Recebedor Conativa
(Coação +/- Impressão (Estilística)
Canal sutil)
Fática
Contexto Referencial
Informação
Informaçã Ciência
Experiência Metalingüíst o Denotação
ica
Código
Examinando a Língua - Gesson Magalhães 37

Vamos comentar cada um dos itens do gráfico, para melhor


entendimento:

ELEMENTOS

São elementos da comunicação, o Emissor, a Mensagem, o


Recebedor ou Receptor, o Canal, o Contexto e o Código. Todos esses
elementos entram, de algum modo, na comunicação. A ausência de
qualquer um deles pode constituir uma barreira.

Emissor: é o elemento origem da comunicação. É quem fala,


quem tenta convencer. Dele parte a mensagem a ser transmitida
para o Receptor. Para isso, deve esquematizar seus
pensamentos, despir-se dos preconceitos, exprimir-se com
clareza.

Receptor: (ou Recebedor) é o elemento a quem se destina a


mensagem. Pode ser individual ou coletivo. A mensagem pode
destinar-se a uma só pessoa ou a muitas pessoas ao mesmo
tempo.

O Receptor deve estar sincronizado e sintonizado com o Emissor.


(Devem falar a mesma linguagem e possuir interesse mútuo).
Em resumo:
EMISSOR E RECEPTOR
Fatores: inter-relacionamento, cultura equiparada, mesma
linguagem e interesse mútuo.

Mensagem: é a forma física da comunicação. Nela está o conteúdo a


ser transmitido. A mensagem não é o conteúdo; este está na mensagem,
mas não é a própria mensagem, que é a parte fundamental da
comunicação, o veículo que atravessa a ponte (código) e vai até o
receptor.

Ex: Um sinal de trânsito. A mensagem é o desenho. O conteúdo é o


que você entendeu da mensagem.

MENSAGEM
Examinando a Língua - Gesson Magalhães 38

IDEACIONAL: Mera informação. Ex.: “Vai chover”.


AFETIVA: Mensagem com sentimento.
Ex.: “Vivi faleceu”.
VITAL: (Informação + Sentimento) Ex.: “Chefe, vou faltar
hoje, porque Vivi faleceu.”

A COMUNICAÇÃO DEPENDE DA MENSAGEM. SEM


MENSAGEM NÃO EXISTE COMUNICAÇÃO

Código: É a forma utilizada para cifrar a mensagem, de forma a ser


decifrada pelo Receptor. Se este não tiver conhecimento do código, não
poderá decifrá-lo e a comunicação fica prejudicada. Pode ser Verbal e
Não-Verbal. O verbal é a língua, que utiliza a palavra falada ou escrita.
(Português, inglês, francês, etc.) e o não-verbal, que podem ser gestos,
sinais, expressão facial, e muitos outros.

Há três tipos de código:

SUBJACENTE:
É inato, instintivo; o indivíduo já nasce com ele.
Ex.: mímica, sorriso, choro.
Em todos os lugares são conhecidos os gestos de aproximar e de
afastar; o sorriso é sempre sinal de agrado, o choro, de
desagrado.

PRIMITIVO:
É um tipo de código previamente convencionado. É transmitido
de indivíduo a indivíduo, partindo da família e estendendo-se a
outras. Ex.: A linguagem, a pintura, a música, a dança, a
escultura.

DERIVADO:
Procede de um primitivo e é adquirido com esforço consciente.
Dificilmente o indivíduo consegue dominá-lo completamente. Ex.:
A grafia (música, linguagem, pintura) e a leitura.

Canal: É o conduto pelo qual a mensagem chega ao receptor. São


de três tipos:

1.- Canal sensorial ou natural. Cada um dos cinco sentidos:


audição, visão, tato, paladar, olfato. Conforme o código utilizado, o canal
utilizado pelo receptor pode ser um dos cinco sentidos individualmente,
mais de um ou todos ao mesmo tempo.

Exemplo:
Examinando a Língua - Gesson Magalhães 39

CÓDIGO CANAL SENSORIAL


Telefonema Auditivo
Desenho Visual
Escrita Braille Táctil
Salva de Auditivo, visual
Palmas Auditivo, olfativo,
Abraço visual e táctil
Auditivo, visual, táctil,
Beijo gustativa, olfativa

2.- Canal tecnológico: Como o próprio nome indica, são os


canais utilizados pela tecnologia, para levar a mensagem ao receptor. TV,
telefone, fax, rádio, Internet, e muitos outros.

3.- Canal temporal: São os que conservam a mensagem


por tempo indeterminado, podendo ser consultados sempre. Livros,
fotografias, mapas, videocassetes, DVD e outros.

Contexto ou Repertório: É o conhecimento que o receptor possui a


respeito do referencial da mensagem. Ele pode conhecer o código, mas se
não possuir experiência suficiente para decodificar a mensagem, não
haverá a comunicação, tendo em vista que a mensagem é cifrada em uma
linguagem acima da capacidade de compreensão do receptor.

Exemplos: Falar a alunos da 3ª Série, em português, a


respeito da conjuntura econômica do país. Eles entendem o código,
conhecem as palavras, mas nada sabem a respeito de economia, para
entenderem a mensagem.

Patrão para o empregado:


— Por que você chegou atrasado?
— É que tive que distrair um dente. (extrair).
Amigo para outro:
— Gostou do apartamento?
— Gostei muito. Tem até independência para empregada.
(dependência).

— Mandei instalar em minha casa uma antena paranóica.


(parabólica)

— Você viajou para a Europa?


— Viajei.
— De que cidade você mais gostou?
— De Antenas. (Atenas)
Examinando a Língua - Gesson Magalhães 40

FUNÇÃO

A comunicação tem diversas funções, utilizadas mais por um dos


elementos do que por outro. São elas: Expressiva, Conativa, Fática,
Referencial.

Expressiva: Mais utilizada pelo emissor, consiste na emissão de


mensagens vindas de dentro do próprio ser, expressando sentimentos de
alegria, tristeza, medo, ódio. Utiliza a 1ª pessoa, é geralmente
exclamativa e utiliza interjeições. Como exemplo, podemos citar a função
poética, que o emissor utiliza para expressar seus sentimentos.

Conativa: É utilizada com o objetivo de coagir o receptor, mas de


maneira sutil, indireta, suave.
Exemplo: Certas propagandas de produtos alimentares, que
visem a atingir principalmente o público infantil.

Fática: Também objetiva coagir o receptor, porém de modo direto,


autoritário se bem que, às vezes, involuntário. Ex.: A repetição, numa
aula, ou em conversa, de uma pergunta maçante, parecendo querer
impingir a mensagem no receptor ou, no mínimo, desconfiando de sua
capacidade de entendimento, como: certo? entendeu? né? concorda
comigo? e outras.

Outro exemplo da função fática é o dicionário. Ele traz um verbete e


dá seu significado, sem admitir contestação. É aquilo e pronto. O
significado fornecido pelo dicionário é um fato consumado, O receptor não
pode entender outra coisa.

Referencial - É o objeto da mensagem, o assunto sobre o qual o


emissor discorre.

ALVO

São três os alvos da comunicação.


I -Expressão: É a mensagem vinda de dentro do emissor, com
função expressiva ou simplesmente referencial, conforme queira causar no
receptor impressão ou apenas prestar-lhe uma informação.

A Expressão pode ser de três tipos:


1.- A Expressão do Emissor, pura e simples, sem que ele tenha
interesse na reação do receptor. Exemplo: Um poema, um quadro que
expresse apenas o sentimento do artista.
2.- A Expressão do Emissor, com o objetivo de atingir o Receptor,
causando-lhe uma Impressão, boa ou ruim.
3.- A Expressão do Emissor, com o objetivo puro e simples de prestar
uma Informação ao Receptor, sem o objetivo de causar Impressão
Examinando a Língua - Gesson Magalhães 41

II - Impressão: É o impacto causado no receptor pela mensagem.


Pode ser ela mais ou menos intensa, dependendo do grau de afetividade
entre o receptor e o emissor, ou entre o receptor e a própria mensagem.

III - Informação: É uma mensagem simplesmente informativa, que


não tem por objetivo atingir os sentimentos do receptor, mas apenas
fazê-lo conhecedor das possíveis variações do referencial.

SENTIDO
O sentido da mensagem pode ser conotativo ou denotativo.

Conotação: O sentido que a mensagem possui, capaz de produzir,


no receptor, as mais variadas interpretações. Cada receptor entende a
mensagem à sua maneira.
Exemplos: A palavra gato. Um receptor pode formar na
mente a imagem de um animal, outra, a imagem de um rapaz.
Um quadro, um poema, uma reportagem, diante dos quais,
cada pessoa pode ter reação diversa e interpretar diferentemente.
Denotação: O sentido que a mensagem possui, capaz de produzir no
receptor, uma só interpretação. Todos os receptores entendem a
mensagem da mesma maneira.
Exemplo: H2SO4. Todos chegam à mesma conclusão:
Ácido sulfúrico.
2+5+3. O resultado é igual para todos: 10.

EXPRESSÃO (Resultado)
A conotação tem como resultado a ARTE, cujo objetivo é provocar no
receptor as mais variadas interpretações.
A denotação tem como resultado a CIÊNCIA, cujo objetivo é que
todos os receptores cheguem ao mesmo resultado.

BARREIRAS
Física ruído, gagueira, surdez
Cultural diferença de padrão
cultural
Hierárquic aluno-professor
a soldado-general

Ideológica católico-protestante
comunista-facista

LINGUAGEM

Como vimos, a comunicação depende inteiramente da mensagem. Se


a mensagem é estruturada num código desconhecido do receptor, se este
Examinando a Língua - Gesson Magalhães 42

não possui contexto, podem surgir barreiras as mais diversas e a


comunicação será prejudicada.
A linguagem é o conjunto de sinais utilizados para elaboração da
mensagem. Podem ser:

Linguagem Não-Verbal:
É a linguagem articulada por outros meios que não a palavra escrita
ou falada. É constituída por mímica, cores, desenhos, expressões
corporais ou fisionômicas e outros.

Linguagem Verbal:

O ser humano comunica-se quase que exclusivamente pela


linguagem. Dela depende a troca de idéias, de informações. O Professor
J. Mattoso Câmara Jr., em seu livro Manual de Expressão Oral e Escrita,
diz o seguinte: “... é assim que, nas crianças, a partir do momento em
que, rigorosamente, adquirem o manejo da língua dos adultos e deixam
para trás o balbucio e a expressão fragmentada e difusa, surge um novo e
repentino vigor de raciocínio, que não só decorre do desenvolvimento do
cérebro, mas também da circunstância de que o indivíduo dispõe agora da
língua materna, a serviço de todo o seu trabalho de atividade mental. Se
se inicia e desenvolve o estudo metódico dos caracteres e aplicações
desse novo e preciso instrumento, vai, concomitantemente,
aperfeiçoando-se a capacidade de pensar, da mesma sorte que se
aperfeiçoa o operário com o domínio e o conhecimento seguro das
ferramentas da sua profissão. E é este, e não o outro, antes de tudo, o
essencial proveito de tal ensino.” (op.cit.pág. 11.)

Pelo texto acima, vemos que a criança vai se familiarizando com os


signos verbais que ouve dos circunstantes, terminando por adotá-los
como seus próprios, pelo restante da vida.

A linguagem verbal, portanto, é o conjunto de palavras de


uma língua, que podem ser transmitidos por via oral ou escrita.

Níveis de Linguagem e variedade lingüística:

Diante disso, quanto melhor for a linguagem verbal, mais perfeita


será a comunicação. Podemos, por exemplo, colocar em nosso
estabelecimento comercial, um letreiro assim:
Examinando a Língua - Gesson Magalhães 43

COMERSIAL CILVA TEMO MUINTAS BORÇA


ÇAPATO E SINTO PA VENDER.

Ficaria melhor, entretanto, se o letreiro estivesse numa linguagem


mais de acordo com o padrão culto da língua:

COMERCIAL SILVA
BOLSAS, SAPATOS E CINTOS

Podemos utilizar duas formas: a forma coloquial e a forma


adloquial.

A forma coloquial é a linguagem com que nos comunicamos no dia-


a-dia, com a família, com os amigos, sem nenhuma preocupação com a
correção total. (Ex.: Cê vai lá? Então me dá uma carona). Não há
preocupação com a colocação dos pronomes, e até abreviamos algumas
palavras. É a linguagem informal. corriqueira. Entretanto, mesmo essa, à
medida que estudamos, vai melhorando e chegando mais perto da
linguagem adloquial.

A forma adloquial é a linguagem escorreita, de padrão culto,


elaborada, que é utilizada nas comunicações formais, nos discursos, na
literatura, na correspondência. Nosso estudo tem por objetivo aproximar-
nos o mais possível dessa linguagem. (Ex: Se vais para lá, podes levar-me
contigo?).

Qualidades do texto:

No texto, devemos utilizar a linguagem adloquial. Entretanto, além da


correção, temos outras qualidades que devemos cultivar na elaboração de
qualquer texto. Dentre eles, destacamos:

Certo conhecimento gramatical: Toda língua tem um padrão


culto, que todo estudante pretende atingir. Esse padrão é que deve ser
utilizado na escrita. Um texto onde faltam acentos, a pontuação está
equivocada, palavras mal grafadas, uso de gírias, mau uso da crase e
outros erros comuns, pode até ser interpretado diferentemente daquilo
que o escritor teve a intenção de dizer.

Clareza: Escrever frases bem compreensíveis, expressando as idéias


de maneira clara e de fácil entendimento, evitando a ambigüidade e as
frases obscuras.
Veja o texto seguinte:
“Hoje, quando no meio de uma família numerosa, há um jovem que,
por falta de certa vivacidade de espírito e de outros predicados naturais,
Examinando a Língua - Gesson Magalhães 44

ou dos que se adquirem pelo esforço e pelo trabalho, não pode granjear
os meios de subsistência, e menos ainda de obter qualquer colocação
saliente, ou um ancião, vencido na vida, para quem a fortuna foi
descartável madrasta nas profissões que tentou, sem disposição alguma
para o exercício de qualquer mister conhecido e lícito; dá-se não raro uma
espontânea conspiração entre os conjuntos por parentescos de um ou de
outro, os políticos militantes e os detentores do poder, para elevar o
inclassificável às várias posições políticas, então , com mais bem-
aventurado júbilo dos chefes das agremiações assim enriquecidos, esse
vai ser o legislador, esse vai ser o estadista.”
(Apud A. Passos, Arte de Pontuar, pág. 110).

Entendeu?
Claríssimo,
não???

Concisão: Evitar o uso exagerado de frases, dizer o estritamente


necessário, evitando assim a prolixidade, procurando expressar o maior
número de idéias com o menor número possível de palavras.

Diálogo: Infelizmente, a escola tradicional tem por objetivo principal


do ensino, fazer com que o aluno aprenda a LER, ESCREVER e CONTAR.
Entretanto, melhor seria se os alunos fossem incentivados, além dos
itens acima, a FALAR e OUVIR. Ao contrário do que seria ideal, os
professores, desde o início da carreira estudantil do aluno, obriga-o a
permanecer na sala de aula estático, quieto, escrevendo o que o professor
dita ou escreve no quadro. Falar somente é permitido na hora da leitura.
Há algumas escolas que até dão nota de comportamento, o que vale dizer
que o aluno deve ficar comportado. O que são comportas? São barreiras
que se colocam num curso de água para impedi-lo de fluir. Assim, o
aluno, colocado dentro de comportas, não pode fazer fluir seu potencial
criativo.

Seria muito melhor que os alunos fossem incentivados a dialogar em


classe. Que aprendessem a ouvir e a falar. É claro que não se pode deixar
que todos falem ao mesmo tempo, porque assim ninguém iria ouvir e é
tão importante ouvir como falar. Ler e escrever viriam em conseqüência
de um dialogo bem orientado, porque pelo diálogo o aluno pode adquirir
muitas idéias que lhe serão úteis na hora de produzir um texto

.
AULA DE PORTUGUÊS

A enfrentar a análise sintática,


Sem entender, sem opinião, sem vez,
Empanturra-se o aluno de
“gramática”,
E imagina que estuda Português.
Examinando a Língua - Gesson Magalhães 45

Se o não prendessem nessa língua


estática,
Falar deixá-lo, como sempre fez,
Desenvolvendo sua língua prática,
Sem ter que estudar “gramatiquês”.

Ler o que gosta, não o que é imposto,


Escrever o que vem de dentro d’alma,
“Falar e ouvir”, mais que “ler e
escrever”.

Haveria um sorriso em cada rosto,


Toda a escola voltaria à calma,
E estudar língua seria um prazer.

Gesson Magalhães
(Alguma Cousa, pág. 28)
Experiência: A vida traz para cada um de nós, alguma experiência.
Se você fizer um exame retrospectivo de sua vida, irá encontrar, sem
dúvida, assunto para muitas páginas. É bem melhor escrever sobre aquilo
que conhecemos, nossa experiência pessoal, a experiência daqueles com
quem temos permanente contato, pois estaremos adentrando um assunto
com pleno conhecimento. Use a experiência que a vida lhe deu e use em
seus textos.

Fluência: Há muitas pessoas que têm um medo enorme de


escrever. Entretanto, falam como se tivessem um rádio dentro de si.
Depois de pensar sobre o assunto a ser escrito, organizar suas idéias,
escreva sem medo. Não se importe inicialmente com possíveis erros.
Escreva fluentemente, como se estivesse falando. Depois de tudo escrito,
faça uma revisão tirando uma palavra aqui, acrescentando outra ali,
corrigindo os acentos e a pontuação e você verá como é fácil escrever.

Leitura: A leitura é um dos mais importantes meios de se adquirir a


prática da escrita. A pessoa que lê aumenta seu vocabulário e assimila,
pela percepção das frases que lê, as formas a serem utilizadas em sua
própria escrita. Além disso, a leitura aumenta o potencial imaginativo que
todos nós possuímos. Quem lê, geralmente escreve bem.

Observação: Para se produzir bons textos, nada melhor do que os


assuntos que se nos deparam no dia-a-dia. Se você for observador, irá
encontrar muito assunto sobre o qual escrever. Afinal, toda a literatura,
mesmo a fictícia, para ser verossímil, deve conter um pouco da realidade.
Muitos escritores se utilizam daquilo que observam em seus escritos.

Organização do texto: Todo texto deve ter uma seqüência lógica.


Como dizia alguém, deve ter começo, meio e fim. Há textos tão
Examinando a Língua - Gesson Magalhães 46

desorganizados que, ao terminarmos a leitura, não sabemos o que o


escritor quis realmente dizer. Para que seu texto fique bem organizado,
antes de começar a escrever, coordene em sua mente ou faça por escrito
um roteiro, para que seu texto fique devidamente organizado.

Originalidade: Evitar os lugares comuns, as repetições e os clichês,


procurando escrever de molde a não cair no trivial.

2.- A CRASE

Os quatro “a”
Para entrarmos no estudo da crase, é muito necessário, até
imprescindível, que você consiga diferenciar, sem qualquer dúvida,
quando o “a” é pronome (oblíquo ou demonstrativo), artigo definido, ou
preposição. Vamos dar algumas “dicas”:
1.- O “a” artigo definido está sempre antes de um substantivo
feminino. Assim, se houver um “a” antes de um substantivo masculino,
ou antes de um verbo, ou antes de qualquer outra palavra que não seja
substantivo feminino, com certeza não é artigo.
Observe: Às vezes, entre o artigo e o substantivo feminino existe um
adjetivo ou um advérbio, que não deve atrapalhar você, porque, na
realidade, se você tirar essa palavra, ela não vai fazer falta, porque o
artigo está definindo o substantivo.
Vamos exemplificar:
a) A melhor aluna da classe é Maria.
b) A velha casa caiu.
Ora, as palavras melhor e velha são adjetivos que estão falando de
uma característica da aluna ou da casa. Se você tirá-las, fica: A aluna da
classe é Maria e A casa caiu. Viu só? não fizeram falta.
Assim você poderá fazer com qualquer palavra que estiver entre o
artigo e o substantivo que é definido por ele.
2.- O “a” pronome está sempre substituindo um nome feminino.
Quando ele é oblíquo, poderá estar antes ou depois de um verbo. Quando
está antes, você deve analisar se ele está substituindo algum nome;
quando está depois, sempre está ligado ao verbo por um hífen. Quando é
pronome demonstrativo, geralmente pode ser substituído por “aquela”.
Exemplos:
a.- Pronome oblíquo antes do verbo: Encontrei Joelma, mas não a
quero levar ao passeio
b.- Pronome oblíquo depois do verbo: Encontrei Joelma e convidei-
a para o passeio.
Examinando a Língua - Gesson Magalhães 47

Viu? o “a” está no lugar do nome Joelma. Sem o pronome “a”, a


frase ficaria assim: a)-Encontrei Joelma, mas não quero levar Joelma ao
passeio. b)- Encontrei Joelma e convidei Joelma para o passeio. Fica claro
que o “a” é pronome oblíquo.
c.- Pronome demonstrativo: A menina que vi hoje, não é a que
esperava encontrar. Se você substituir por aquela, não muda o sentido: A
menina que vi hoje, não é aquela que esperava encontrar.
Obs.: O artigo “a” também pode ser substituído por aquela, mas
não existe confusão porque o pronome demonstrativo está substituindo
nome e o artigo não.
Veja no exemplo dado: A (aquela) menina que vi hoje, não é a
(aquela) que esperava encontrar.
O primeiro A está definindo a palavra menina, não substituindo. É,
portanto, artigo.
O segundo a está substituindo a palavra menina. É, portanto,
pronome demonstrativo.
3.- O “a” preposição é fácil de distinguir também. Enquanto os
outros “aa” estão sempre se referindo a uma palavra feminina, o “a”
preposição pode estar também relacionado a outras classes de palavras
como substantivo masculino, verbo, numeral, pronome, etc. ou palavra
no plural. Isto acontece porque preposição é palavra invariável, quer
dizer, nunca muda, nunca flexiona. Você pode, às vezes, substituir por
outra preposição.
Exemplos:
a) não ofereci a José o livro que queria vender (junto de substantivo
masculino);
b) a partir de amanhã, as aulas serão suspensas (junto de verbo);
c) de hoje a quinze dias, as aulas recomeçarão (junto de numeral);
d) refiro-me a este rapaz (junto de pronome demonstrativo);
e) falo apenas a alunas e a alunos interessados. (junto de palavra
no plural).
Fazendo substituições:
a) Na frase: A partir de amanhã, as aulas vão ser à tarde. Se
você substituir a expressão a partir pelo gerúndio do verbo partir,
temos: partindo de amanhã. . .
b) Não ofereci a José o livro que queria vender. Se você substituir o
a por para, temos a mesma compreensão. Não ofereci para José
o livro que queria vender. Como para é uma preposição, o a
também é.
c) de hoje a quinze dias, as aulas recomeçarão. Aí você poderá
substituir o a por até, que também é preposição. De hoje até
quinze dias...
Examinando a Língua - Gesson Magalhães 48

d) E assim por diante. . .


Exercícios: Classifique os “aa” existentes no texto abaixo.
1.- A cada dia que passa, a situação do ensino no Brasil necessita de
que a máquina governamental e a iniciativa privada pensem mais na
Educação e a adotem como prioridade. A Educação atual não é a que
esperávamos que fosse, embora a nós, professores e estudantes, caiba a
responsabilidade de exigir que a cúpula do Governo esteja sempre a
cuidar mais e melhor do assunto. A continuar da maneira atual,
estaremos sempre a presenciar a derrocada da nação, a quem devemos
proteger. Somente a Educação a poderá salvar, para que se torne a que
nós idealizamos.
2.- A não ser que a pessoa estude, a vida será muito mais difícil. A
vida sem o estudo pode ser menos complicada, mas não a podemos
chamar de boa vida, pois a que serve mesmo a todo propósito é a que é
recheada de informações. A pessoa que não estuda tem a vida vazia, não
pode confiar a alguém suas preocupações, pois sempre pensa que a
pessoa “estudada” a pode enganar facilmente.

3.- A menina corria pela rua e a atravessou sem olhar. A bicicleta


vinha em alta velocidade . O ciclista não a viu, atingindo-a em cheio. A
multidão que se formou em torno não a deixava respirar, até que a polícia
chegou e dispersou os curiosos, levando a acidentada para o hospital. A
médica que a atendeu ficou feliz, pois a menina havia sofrido somente
algumas escoriações. A bicicleta, porém, ficou toda retorcida, mas
ninguém, a não ser o ciclista importou-se com ela.

Obs.: Você pode exercitar ao ler qualquer texto, procurando


classificar todos os “aa” que encontrar nele. Depois peça ao professor
para ver quantos você acertou.
Nota: Além dos “aa” acima, temos também outros três, que são: ah!
(interjeição), há (verbo) e a (preposição com sentido de tempo futuro
ou distância):
AH/HÁ/A

Ah! É uma interjeição e é utilizada em expressões de admiração. Ah!


agora sim! Ah!, não! você não vai embora!

Há é do verbo haver e é empregado, principalmente quando se


referir ao passado. Estou esperando você há duas horas; há muito
tempo que não vejo Carolina.

A, neste caso é uma preposição e será empregada quando se


referir ao futuro ou quando indicar distância. Vou visitá-la só daqui a
cinco dias, porque ela mora a vinte quilômetros daqui.
Examinando a Língua - Gesson Magalhães 49

Estudando a crase:
Usar a crase não é tão difícil como alguns dizem. Se você souber bem
diferenciar os quatro “a” de que falamos acima, não vai haver dificuldade
alguma.
Primeiro, ponha na cabeça que crase, significa fusão de dois “aa”.
Antigamente, no português arcaico, escrevia-se assim: Vou a a África.
O primeiro “a” é uma preposição e o segundo um artigo. Note como o
primeiro “a” pode ser substituído por outra preposição: Vou para a
África. O segundo “a” é claramente um artigo definido feminino, pois está
definindo a palavra África. Mais tarde, ainda no português arcaico, os dois
“aa” se juntaram e eles escreviam assim: Vou aa África.
Posteriormente, é que se resolveu fazer a crase, ou seja a fusão dos dois
“aa” e, para isso, convencionaram substituir um deles por um acento
grave. Assim, hoje escrevemos assim: Vou à África. Viu só? Todas as
vezes que você encontrar uma crase, você já sabe: Ali está um “a”
preposição fundido com outro “a”, que pode ser:
a) – artigo feminino a;
b) – pronome demonstrativo a;
c) – pronome relativo a qual, as quais;
d) – o “a” inicial de aquele (s), aquela (s) e aquilo.
Então, grave uma coisa:
Você somente poderá usar crase antes de palavra feminina
definida pelo artigo “a”.
Vamos, agora, dar um exemplo de cada um dos itens acima:
a) – Gosto de ir à aula; (para a) –preposição + artigo feminino.
b) – Falando em aula, prefiro à da Professora Tânia; (a aquela aula)
preposição + pronome demonstrativo.
Observação: O verbo preferir rege sempre a preposição a.
Quem prefere, prefere uma coisa a outra. Nunca use prefiro do que ,
pois está errado.
c) – A aula à qual me refiro, é a da Professora Tânia;
d)– Refiro-me àquela aula de ontem, quando a professora voltou
àquele exercício e nos disse para sempre nos dedicar àquilo.
Observação: O verbo referir e dedicar, quando acompanhados
de pronome reflexivo, regem a preposição a. Quem se refere ou quem se
dedica, refere-se ou dedica-se a alguma coisa ou a alguém.
Viu como é fácil? não há segredo. É só assimilar bem a diferença
entre os “aa”, e fundir o “a” preposição com qualquer um dos
mencionados acima.
Vamos dar mais algumas “dicas”:
Examinando a Língua - Gesson Magalhães 50

Não creio que você tenha qualquer dúvida, mas se ainda tiver, use o
seguinte raciocínio:
a) Mude o verbo empregado. Se aparecer da, que é igual a de + a
(preposição + artigo), ou na, que é igual a em + a (preposição + artigo),
é necessário o uso da crase:
Assim: Vou a missa – voltei da (de + a) missa;
Fui a cidade - voltei da (de + a) cidade;
Vou a Bahia – Estou na (em + a) Bahia.
Logo: Vou à missa; fui à cidade; vou à Bahia.
b) Passe o substantivo para o masculino. Se o resultado for o, não
haverá crase, porque é somente artigo, mas se aparecer ao (a + o)
então o uso da crase é necessário.
Assim: Ganhei a casa – Ganhei o livro.
Vou à missa - Vou ao (a + o) culto.
Vamos dar, a seguir, algumas explicações que vão ajudar você a
entender algumas regras que as gramáticas trazem a respeito da crase.
Você sabe o que é locução? Pois é; precisa saber, para entender a
primeira regrinha que as gramáticas trazem.
Locução é uma expressão que exerce a função de uma palavra.
Assim, ao invés de dizer: apressadamente, você diz às pressas.
Apressadamente é um advérbio de modo. Às pressas é uma locução
adverbial de modo. Viu? a diferença é que a locução tem mais de uma
palavra.
Podemos ter locução prepositiva, que é uma expressão que exerce
a função de preposição, locução adverbial, que é uma expressão que
exerce a função de advérbio e locução conjuntiva, que é uma expressão
que exerce a função de conjunção.
Pois bem: há uma regrinha que diz: As locuções femininas exigem
a crase. às pressas, à maneira de; à medida que.
Só que as locuções adverbiais não têm obrigatoriamente a crase. Esta
somente é utilizada para evitar ambigüidade, ou seja, que a frase tenha
outro sentido.
Exemplo: Pegar a mão. Se não colocar a crase, a gente fica sem
saber se vamos pegar a mão de alguém ou se vamos pegar alguma coisa
com a mão. Assim, usamos a crase só para evitar o duplo sentido.
Escrevemos, portanto: Pegar à mão.
Aí você pode argumentar: “É, mas se colocar outra preposição, para
ver se há um artigo, temos: Pegar com a mão. Ora, se exigiu o artigo, é
claro que existem aí dois "a”, logo há a crase.
Você tem razão. Nesse caso, houve uma coincidência. Mas nesta
frase: Chegou a tarde. Não sabemos se foi a tarde que chegou ou alguém
Examinando a Língua - Gesson Magalhães 51

chegou no período da tarde. Por isso, usamos a crase, para evitar a


ambigüidade. Agora, se você colocar outra preposição para ver se existe
o artigo, vamos ter: Chegou de tarde. Viu? Não há dois “aa”, logo não
há necessidade de crase. Ela é colocada, para evitar a ambigüidade. Por
outro lado, se você disser: Chegou pela tarde, temos outra vez a
preposição e o artigo. Viu só? É só prestar atenção.
Há, nas gramáticas, diversas regras para o uso da crase. Todas elas,
porém, se analisadas, levam à mesma conclusão:
CRASE É A FUSÃO DE DOIS “AA”.
(à = aa)
Vamos repetir essas regras, não para você decorá-las, mas apenas
para demonstrar que todas elas nos levam à conclusão do quadro acima.
1 – Usa-se a crase:
Primeira Regra:- Diante das locuções femininas: à noite, às vezes
(adv.); à razão de, à custa de (prep); à medida que, à proporção que
(conj). Já vimos acima, que a crase somente é utilizada para evitar
ambigüidade.
Segunda Regra:- Diante dos pronomes demonstrativos aquele,
aquela, aquilo, quando precedidos de verbos que regem a preposição a.
Não vou àquele bar. (não vou a aquele bar)
Refiro-me àquela mulher. (Refiro-me a aquela mulher).
Você não deve assistir àquilo. (Você não deve assistir a aquilo).
Observação: O verbo assistir tem 3 predicações:
- No sentido de estar presente é transitivo indireto e rege a
preposição a.
Ex.: Hoje vou assistir a um filme de terror.
- No sentido de ajudar, prestar assistência, é transitivo direto e não
rege preposição.
Ex.: Tenho que assistir minha mãe, que está sozinha.
- No sentido de morar, residir, é intransitivo.
Ex.: Durante um ano, assisti em São Paulo.
Terceira Regra:- Diante de palavras masculinas, quando as
expressões à moda de, à maneira de estiverem em elipse.
Ex:- Fui a uma festa à caipira (à moda de caipira).
Quarta Regra:- Diante de nomes de lugares que admitam artigo.
Vou à Bahia. (para a Bahia)
Quinta Regra:- Diante de numerais, somente quando se referir a
horas.
Chegou às duas horas. (pelas duas horas)
Examinando a Língua - Gesson Magalhães 52

2 – Não se usa a crase:


Sexta Regra:- Diante de verbo
A aula começa a partir das duas horas. (Não há artigo antes de
verbo)
Sétima Regra:- Diante de palavras masculinas

Sempre cheguei a tempo aos compromissos. (O substantivo


masculino exige o artigo o e não a)
Oitava Regra:- Diante de artigo indefinido, mesmo feminino:
Isso nos conduzirá a uma situação trágica. (para uma). Só
existe um a, que é preposição.
Dediquei minha vida a um propósito. (para um) – Mesmo
comentário acima.
Nona Regra:- Diante de pronomes que não aceitam artigo:
E agora, a quem vamos nos dirigir?
Décima Regra:- Diante de nomes próprios que não admitem artigo:
Vou a Brasília amanhã.
Décima Primeira:- Diante de locuções formadas por palavras
repetidas:
Ando sempre passo a passo.
Tomei o remédio gota a gota.

Alguns “ganchos” que pegam:


1 – A palavra CASA:
Muito cuidado com essa palavrinha porque, em alguns casos, a crase
é obrigatória, em outros, não.
Quando você estiver se referindo a sua própria casa, você não usa
artigo, logo, não vai usar a crase. Você diz: Estou em casa, isto é,
usa só a preposição em. Assim, quando você mudar para o verbo ir,
também não usa artigo, logo deve dizer: Vou a casa. (Vou para casa).
Agora, quando você estiver se referindo à casa de outra pessoa, o
artigo é obrigatório, logo se usa a crase. Você diz: Estou na casa de
minha irmã, isto é, usou a preposição em + o artigo a (em + a = na).
Logo, quando você estiver se referindo à casa de outra pessoa deve usar
a crase: Vou à casa de minha irmã. (Vou para a casa de minha irmã)

2 – A palavra TERRA:
Quando a palavra terra for utilizada como antônimo de bordo, não
se usa a crase, porque não admite o artigo. Você diz: Quando viajo de
Examinando a Língua - Gesson Magalhães 53

avião, só tenho sossego quando estou em terra., isto é, só usou a


preposição em, sem artigo. Assim, você deve dizer: O marinheiro
desceu a terra.
Quando a palavra terra estiver determinada, aí, sim, você usa a
crase, porque admite o artigo. Você diz: Estou na terra de meus pais,
isto é, usou em + a = na. Assim, você deve escrever: Vou à terra de
meus pais. (Vou para a terra de meus pais).

A crase facultativa:
.Há algumas expressões que diferem de acordo com a região do
Brasil. No Nordeste, por exemplo, não se costuma usar o artigo antes de
nome próprio, nem antes de pronome possessivo. Ali, geralmente se diz:
Maria é esposa de José; – Este livro é de minha mãe. Já no Sul,
usa-se o artigo antes de nome próprio e antes de possessivo. A mesma
frase no Sul, é dita assim: A Maria é esposa do José; - Este livro é da
minha mãe.

Ora, para evitar uma guerra filológica entre o Nordeste e o Sul, a


utilização do artigo antes de nome próprio e antes de possessivo é livre;
conseqüentemente, o uso da crase também o é. Assim, se você usar ou
não a crase antes de nome próprio feminino e antes de pronome
possessivo feminino, sempre estará correto. O uso da crase é
facultativo.

Você não deve contar isso a Dulce. (para Dulce)


Você não deve contar isso à Dulce. (para a Dulce).
Vou entregar o livro a minha colega.(para minha colega)
Vou entregar o livro à minha colega. (para a minha colega).
Observação:
Algumas gramáticas trazem também como facultativo, o uso da crase
após a palavra até. Até a meia-noite/até à meia-noite.

3.- DENOTAÇÃO E CONOTAÇÃO

Já vimos, no estudo da Comunicação, que a mensagem pode ser


denotativa ou conotativa. Vamos ver agora, um pouco mais
pormenorizadamente,

A mesma palavra pode ser utilizada no sentido denotativo e no


sentido conotativo.

Veja as frases seguintes:


1.- Estou com muita dor na cabeça.
Examinando a Língua - Gesson Magalhães 54

2.- Ele entrou de cabeça no casamento.


Note que na frase n 1, a palavra cabeça significa a parte do corpo
que está doendo. Na frase nº 2, cabeça pode significar o corpo todo, a
vontade, as intenções, todo o ser. Assim, na frase nº 1, a palavra cabeça
tem um só significado, um significado real, denotativo. Na frase nº 2, a
palavra cabeça tem diversos significados, que podem ser interpretados
diferentemente pela pessoa que lê ou ouve a frase. Tem sentido
conotativo.

Definindo:

Denotação é, portanto, o uso da palavra em seu sentido próprio,


real, que não admite outra interpretação.

Conotação, ao contrário, é o uso da palavra em sentido figurado,


com possibilidade de ser interpretada de maneiras diferentes.

Exercícios:

“1.- Entre as palavras destacadas, identifique, pelo contexto da frase,


aquelas que foram empregadas em sentido conotativo”:

a.- O incêndio do prédio começou no porão.


b.- Eu acho coisas e no meu sonho
No rico porão dos sonhos... (Adélia Prado)
c.- Um grito de café fresco surgia na cozinha (Clarice Lispector).
d.- Ouviu-se um grito apavorante.
e.- Gatos lambem o próprio corpo.
f.- A luz lambe as folhas (Arnaldo Antunes).
(in Faraco & Moura-Português – ed. Ática)

UNIDADE III

1.- Coerência e Coesão Textuais

De acordo com Aurélio, Coerência é ligação, nexo, lógica.


Geralmente encontramos pessoas, cujo discurso é um e as atitudes são
outras. Falam uma coisa e praticam outra. Há até uma frase que ilustra
bem isso: Faça o que mando, mas não faça o que faço. Se um pai
proíbe o filho de fumar, mas ele próprio fuma, está sendo incoerente.
Examinando a Língua - Gesson Magalhães 55

Também na escrita deve haver coerência. O autor não deve escrever


uma coisa em uma parte do texto e fazer com que os acontecimentos
sejam contrários àquilo que escreveu.

Exemplo: “Havia um menino muito magro que vendia amendoins


numa esquina de uma das avenidas de São Paulo. Ele era tão fraquinho
que mal podia carregar a cesta em que estavam os pacotinhos de
amendoim. Um dia, na esquina em que ficava, um motorista que vinha
em alta velocidade, perdeu a direção. O carro capotou e ficou de rodas
para o ar. O menino não pensou duas vezes. Correu para o carro e tirou
de lá o motorista, que era um homem corpulento. Carregou-o até a
calçada, parou um carro e levou o homem para o hospital. Assim, salvou-
lhe a vida.” (Platão & Fiorin – Para Entender o Texto, pág. 261).

Se o menino era tão fraquinho, que mal conseguia carregar a cesta


de amendoins, como poderia carregar um homem corpulento até a
calçada? Eis a incoerência do texto.

Podemos analisar três níveis para observação da coerência textual:

a.- Coerência Narrativa:

Texto: Florentino vivia com a esposa, Madalena, na cidade de


Rolim de Moura. Eram ambos paulistas, vindos, ele de Campinas e ela de
Piracicaba. Como havia muito tempo que não visitavam a família,
resolveram pegar suas economias e fazer um passeio. Para economizar,
fizeram a viagem de ônibus. Quando se aproximavam de Ariquemes, o
ônibus quebrou, obrigando-os a esperar várias horas para poder continuar
a viagem. Chegando a Piracicaba, de surpresa, procuraram encontrar o
endereço de seus familiares. Florentino, ao abraçar seu pai, sentiu um nó
na garganta e só não chorou porque estava acostumado com a idéia de
que homem não chora. Ficaram ali alguns dias e depois foram a
Campinas, onde encontraram primeiramente a irmã mais nova de
Madalena, que estava morando na casa que fora dos pais, os quais
haviam se mudado para outro bairro. Também de surpresa, chegaram à
nova casa, onde o sogro de Madalena os esperava no portão, radiante de
alegria.

Como se pode notar, há no texto, várias incoerências narrativas.


Ora, se o casal morava em Rolim de Moura e viajava em direção ao
Estado de São Paulo, como o ônibus foi quebrar em Ariquemes, que fica
do lado contrário? Outra incoerência: Indo ao Estado de São Paulo,
primeiro passariam em Campinas onde deveriam morar os pais de
Florentino, já que ele é de lá e depois em Piracicaba, que fica além de
Campinas. Os pais de Madalena moram em Piracicaba e não em
Campinas. Se os pais de Madalena haviam se mudado para outra casa,
Examinando a Língua - Gesson Magalhães 56

como é que o sogro é que estava no portão esperando? Assim, o texto


está cheio de incoerências narrativas.

Ao narrar, o autor deve ter o cuidado de verificar todas essas


situações, para que o texto fique coerente.

b.- Coerência Figurativa:

Texto: O homem caminhava sozinho, sob um calor sufocante, por


uma estrada poeirenta, sombreada por uma carreira de mangueiras que
margeava a estrada. Seus pensamentos estavam em sua lavoura,
estragada pela seca prolongada e matutava em como iria pagar o banco
que financiara as sementes e o preparo da terra. De repente, encontrou-
se com o vizinho do sítio ao lado, elegante em seu casaco de pele de urso,
tendo em sua mão, aberto, um guarda-chuva colorido de verde e amarelo.
Cumprimentaram-se, e nosso herói perguntou-lhe se sua lavoura também
estava perdida, ao que ele respondeu que, depois da última geada, a
chuva estragara o restante que havia sobrado.

Notaram? a figura de uma estrada poeirenta e uma seca


prolongada não combina com alguém com casaco de pele e guarda-chuva.
Muito menos com geada e chuva.

O texto deve manter uma articulação harmônica entre as várias


figuras utilizadas. Não se pode defender determinada situação,
apresentando elementos figurativos contrários ao que se defende.

c.- Coerência Argumentativa:

Texto: O homem é um ser gregário e, como tal, necessita de


companhia. Disse Deus, na história da Criação: “Não é com que o homem
esteja só”. Uma vara sozinha quebra-se facilmente, mas se tentarmos
quebrar um feixe de varas, vai ser muito mais difícil. Isso quer dizer que
devemos sempre procurar a união, o amor, a amizade, para que
tenhamos forças para enfrentar as vicissitudes da vida. Como podemos
fazer isso, se ninguém é hoje confiável? O melhor mesmo é o isolamento
total, pois “é melhor sozinho do que mal acompanhado”. O ermitão é que
é feliz, pois não tem que dar satisfação a quem quer que seja.

O autor do texto acima começa defendendo a união, a amizade


entre as pessoas e termina por proclamar o isolamento. Seus argumentos
são incoerentes pois, se partiu da premissa de que o homem é ser
gregário e necessita de companhia, não poderia, de repente, mudar de
lado e defender o isolamento. Esse tipo de incoerência é que chamamos
de incoerência argumentativa.
Examinando a Língua - Gesson Magalhães 57

2.- O Parágrafo

Chamamos de parágrafo a uma unidade do texto. É a divisão do texto


em partes menores, levando-se em conta os diversos enfoques que se dá
ao assunto.

Ao mudar de parágrafo, não se muda necessariamente de assunto.


Aliás, em uma redação, o assunto deve ser preservado do começo ao fim.
Não se pode, em uma redação, tratar de tantos assuntos, que o leitor
tenha dificuldade de saber de que assunto tratou o autor.

Entretanto, a abordagem do assunto muda no decorrer do texto. O


parágrafo serve exatamente para essa mudança de abordagem.

Podemos estudar o parágrafo sob dois aspectos: Formal e


Funcional.

Aspecto Formal: É a indicação do parágrafo pela mudança de linha e


o afastamento do início um pouco para a direita.

Aspecto Funcional: Para que se compreenda bem o texto,


necessário se faz compreender a estrutura do parágrafo. Ao ler um texto,
se os parágrafos foram bem divididos, o leitor entenderá o texto com
maior facilidade do que se os parágrafos forem longos e abordarem o
assunto em diversos aspectos.

3.- Divisão do Parágrafo: Introdução, Desenvolvimento e


Conclusão

O texto deve ter pelo menos três partes: Introdução,


Desenvolvimento e Conclusão.

Introdução: Também denominada de tópico frasal, a introdução


deve ser curta, um ou dois períodos, onde o autor expressa, de maneira
sucinta, o que pretende, a idéia central do texto.

Desenvolvimento: É o texto propriamente dito, a explanação do


assunto abordado pelo autor, No desenvolvimento, o tópico frasal, isto
é, a idéia central do texto é recheada de informações, às vezes até
mesmo acrescentando outras idéias.

Conclusão: É o fecho do texto, onde o autor expressa as conclusões


a que chegou depois das argumentações feitas no desenvolvimento. Nem
sempre esta parte é encontrada nos textos.

Ao escrever, o autor não precisa destacar as palavras introdução,


desenvolvimento e conclusão no texto, mas elas devem saltar aos olhos
do leitor, uma vez que, ao iniciar o texto, o autor deve dar a idéia central
Examinando a Língua - Gesson Magalhães 58

do texto. A introdução é uma generalização, onde o autor expressa uma


opinião pessoal, um juízo, ou declara algo a respeito do assunto do texto;
seu desenvolvimento é a mensagem que ele quer transmitir; a
conclusão é seu fecho.

Outro elemento que se deve citar, embora não seja obrigatório, é o


elemento relacionador, que estabelece uma corrente lógica das idéias
expostas no texto e relaciona o parágrafo anterior ao que o segue.

4.-Tipologia textual: narração, descrição, dissertação.

a.- Narração:

A narração consiste em reproduzir, em palavras, um


acontecimento presenciado ou imaginado pelo autor.

Ao contar um fato, o autor deve responder a algumas das


seguintes perguntas: Quem? O quê? Quando? Onde? Como? Por
quê?, ou seja, deve citar as personagens, o fato, o tempo, o local, a
maneira e os motivos pelos quais aconteceu o fato narrado.

Quem? As personagens são aqueles que participam do fato,


que agem, que fazem a história.. Na participação das personagens,
podemos distinguir se a narração está utilizando o Discurso Direto ou o
Discurso Indireto.

Discurso Direto: É quando as personagens falam, estabelecem


diálogo entre si, o que é representado pelas falas após travessão.

Exemplo:
—Você vai à escola hoje?
—Não, estou muito cansada.
—Então, quer ficar estudando comigo?
—Você quer estudar mesmo, ou. . .?

Discurso Indireto: É quando o autor conta toda a história na


terceira pessoa, como espectador dos fatos.

Exemplo:
Juvenal procurou Marta e perguntou-lhe se ela iria à escola.
Como Marta respondeu que não iria, Juvenal propôs que estudassem
juntos. Maria, desconfiada, perguntou se Juvenal pretendia estudar
mesmo, ou. . .

O Quê? Os fatos são os acontecimentos de que as personagens


participam. Desses fatos depende a classificação do gênero de narração
que se está fazendo: Crônica, conto, romance, e outros.
Examinando a Língua - Gesson Magalhães 59

Quando? O Tempo em que os acontecimentos ocorrem, que


deve ser informado ao leitor, para que ele se localize. Nem sempre esse
tempo significa data definida, mas o período que duraram os fatos
narrados.

Onde? O Espaço pode ser em um determinado local ou em


diversos locais. A narração precisa conter essas informações, reais ou
fictícias. Se foram reais, o autor deve pesquisar para que as pessoas que
porventura conheçam esses locais possam situar-se, fazendo com que a
narração, mesmo fictícia, seja verossímil.

Como? O Enredo é muito importante, pois constitui o conjunto


dos fatos narrados. É aí que se deve primar pela coerência textual, para
não acontecer de o enredo tornar-se tão confuso e cheio de incoerências,
que o leitor se veja atrapalhado para entender os fatos.

Por quê? Os motivos que levaram aos fatos nem sempre são
importantes, a não ser que a falta deles deixe a narração obscura.
Geralmente, o porquê dos fatos é narrado quando se trata de reportagem,
ou quando o autor deseja que o leitor conheça os motivos do
acontecimento narrados.

b.- Descrição:

A Descrição transmite ao leitor informações a respeito de lugares


ou de pessoas, de maneira que o leitor possa criar, em sua mente, a
imagem do objeto descrito. Assim, a descrição deve ser tão fiel, que a
imagem criada seja o mais próxima possível da realidade, se o objeto
descrito for real, ou daquela que o autor imaginou, se for fictícia.

Para isso, requer-se que o escritor seja observador, para que o


que vai ser descrito seja um modelo inconfundível. Descrever não é
somente enumerar uma série de características, mas transmitir uma
impressão autêntica do objeto ou pessoa descrita.

A descrição pode ser Objetiva (denotativa) ou Subjetiva


(Conotativa).

Descrição Objetiva:

É a descrição que se faz sem preocupação de destacar a beleza


do objeto, sem o uso de muitos adjetivos, mas tendo como objetivo, a
eficácia e a exatidão. Não busca a emoção estética, preocupando-se mais
com a função referencial, ou seja com o objeto descrito. Tem como
objetivo principal, informar, esclarecer, comunicar, convencendo pelos
fatos que estampa.
Examinando a Língua - Gesson Magalhães 60

Exemplo: O aparelho que você acaba de adquirir é um Multi


Processador Arno. É simples, seguro e de fácil manuseio, podendo ser
rapidamente montado para uso.
A tampa, com abas na extremidade inferior, para fixação da
tigela à base do motor, é dotada de uma cúpula transparente, que
permite a visualização do alimento sendo processado. A lâminas, do tipo
cimitarra, giram em alta velocidade para processar os alimentos sem
esmagá-los, conservando o aroma e as substâncias naturais. Tem uma
tigela resistente a choques ou impactos durante a operação e dispositivo
de segurança, acionado pelo encaixe da tampa, que impede o
funcionamento em condições anormais de uso.
Manual de Instrução.
Descrição Subjetiva:

É a descrição que trabalha a linguagem, com o emprego de


palavras ricas de sentido, figuras de linguagem, enriquecimento do texto
com muitos adjetivos e verbos de estado, que dê margem a mais de uma
interpretação, de forma que o leitor crie na mente uma imagem do objeto
descrito. É claro que cada mente criará uma imagem diferente, tendo em
vista que a descrição subjetiva, como o próprio nome indica. O leitor
“verá” o objeto descrito de forma subjetiva, de acordo com a imagem que
sua mente criou. .

Exemplo: O aposento esclarecido formava uma pequena


recâmara forrada com rás simples e ornada no gosto o mais apurado da
época. A um lado estava o leito de madeira embutida com relevos de
metal; em volta esfraldavam-se as cortinas de seda azul, suspensas do
esparável dourado; aos pés, um tapete da Índia; junto da cabeceira,
contra a parede, o escabelo, traste característico dos tempos de fé sã e
robusta.
Do lado oposto, no estrado baixo que estão fazia as vezes dos
sofás e conversadeiras de moderna invenção, estava Elvira sentada; tinha
o corpo escaído em frouxa atitude, os braços distendidos, as mãos
cruzadas sobre os joelhos, a cabeça reclinada um tanto, os olhos fitos no
relógio d’água colocado em cima do tremó, sobre o qual ardia uma vela de
cera, eschamejando-se na face lisa e polida do espelho.
Os cabelos, desatados pelas espáduas nuas ensombravam o
perfil, amortecendo-lhe a cor; mas deixavam imergidas na claridade as
evolutas suaves do colo soberbo, e dos seios que moldava o linho
transparente. Traçando a curva graciosa de uma perna admirável, a roupa
roçagante de fina beatilha frangia na orla, por onde escapava o pezinho
nu, aninhado em um pantufo de veludo roxo.
José de Alencar – As Minas de Prata.
Vocabulário:
Rás – Restos de moldura no teto de casas antigas.
Esparável - Cobertura do leito. Cortinado.
Tremó – Móvel de espelho alto, colocado no espaço dentre duas janelas.
Evoluta – Curva, espiral.
Examinando a Língua - Gesson Magalhães 61

Beatilha – Renda.

c.- Dissertação:

“É o texto no qual o autor discute, expõe ou interpreta idéias”.

Neste tipo de redação, mais do que nos outros, o tópico frasal, o


desenvolvimento e a conclusão são mais patentes, mais visíveis.
Geralmente o autor inicia expondo a idéia central do texto. Depois
apresenta as idéias, os argumentos, os exemplos, podendo apresentar
razões, comparar fatos e idéias, definições, dados estatísticos, enfim, tudo
o que pode ajuda-lo na exposição do assunto e, finalmente, conclui
pesando os argumentos positivos e negativos, concluindo o assunto, às
vezes com opinião própria ou geral sobre o texto.

Na dissertação é importante que se faça um plano, um roteiro,


que iniciará com a idéia central a ser discutida e conterá os pontos
principais a serem discutidos. Isso ajudará o autor no desenvolvimento
das idéias.

Exemplo: Para os europeus, as relações de parentesco nas


comunidades indígenas eram pouco rígidas, já que o tio poderia desposar
a sobrinha. Entretanto, os casamentos entre filho e mãe, irmão e irmã e
pai e filha eram proibidos. os enlaces matrimoniais seguiam uma regra
muito simples, segundo Lévy. Desejando se unir, os varões se dirigiam a
uma mulher, viúva ou donzela, e perguntavam sobre sua vontade de
casar. Se o interesse fosse recíproco, pediam a permissão do pai ou do
parente mais próximo. Depois de obtida a permissão dos parentes, os
noivos consideravam-se casados. Não havia cerimônias, nem promessa
recíproca de indissolubilidade ou perpetuidade da relação. O marido
poderia expulsar a mulher e vice-versa. Se ficassem fartos do convívio, a
união estaria desfeita. Ambos poderiam, então, procurar outros parceiros,
sem maiores constrangimentos.Entre os “selvagens” era costume, quando
o esposo se enfadava da companheira, presentear outro homem com sua
mulher. A maioria dos índios tinha somente uma mulher. a poligamia,
porém, era amplamente difundida entre os grandes guerreiros e caciques.
Os chefes podiam viver com catorze mulheres sem causar estranhamento.
Ronald Raminelli e Eva Tupinambá-História das Mulheres no
Brasil.

Note que o texto acima não tem como objetivo emitir opinião,
mas apenas reunir informações a respeito do casamento entre os
indígenas.

UNIDADE IV
Examinando a Língua - Gesson Magalhães 62

1.- Redação Técnica:

Há diferença entre a redação literária e a redação técnica.


Enquanto a primeira prima pelo uso de adjetivos, de figuras de linguagem,
de expressões rebuscadas, a outra é mais objetiva, enxuta, procurando
dizer apenas o que tem de ser dito, sem preocupações com beleza
literária, embora tenha que preservar a beleza estética. A redação técnica
pode ser dividida em oficial e comercial, esta trocada entre empresas
particulares e aquela originária do serviço público.

Alguns dos documentos seguintes são comuns aos dois tipos,


enquanto outras são exclusivas de um ou de outro segmento.

Agora, vamos iniciar o estudo de alguns documentos com que vocês


trabalham no dia-a-dia e alguns outros que, às vezes, alguém pede que
você redija.
Vamos explicar o que é cada um deles, em ordem alfabética, e, no
fim deste trabalho, daremos exemplos de todos eles, para que você possa
ter um modelo para seguir.

Ata.- É o registro dos fatos e deliberações de uma reunião,


assembléia, ou sessão. Esse registro pode ser completo ou
resumido, dependendo do tipo de reunião.
Geralmente, a ata é registrada em livro próprio, encadernado e
numerado tipograficamente, no qual se coloca um termo de abertura e um
de encerramento, não podendo haver qualquer tipo de rasura, acréscimos,
entrelinhas, parágrafos, linhas em branco, abreviaturas ou algarismos. Os
números devem ser escritos por extenso. Atualmente, já se admite a ata
digitada em computador, mas esta deve ter todas as folhas rubricadas
pelas pessoas que assinam a ata, ao final. Após um determinado período,
essas folhas devem ser encadernadas.
No caso da ata escrita à mão, como não pode haver rasura, em caso
de erro, o secretário deve, se notar o erro no ato da escrita, colocar após
a palavra errada, a expressão digo, e escrever a palavra correta. Se o erro
for constatado apenas ao final da ata, o secretário deve colocar uma
anotação dizendo: Em tempo: Onde se lê..., leia-se...
Quando o secretário oficial ou seu substituto legal não estiver
presente, o presidente poderá convocar qualquer membro para secretariar
a reunião. Esse secretário provisório é chamado de secretário ad hoc.
(Expressão latina que significa “para isso”, “para este caso”).
Examinando a Língua - Gesson Magalhães 63

Atestado.- É uma declaração que se faz em favor de alguém, a


respeito de determinado estado transitório de saúde ou outro
fato qualquer.
Carta.- É uma correspondência trocada entre pessoas, empresas
públicas e privadas e podem ser:
a) – Cartas Familiares
b) – Cartas Comerciais
As cartas comerciais não seguem um padrão rígido, podendo ser
elaboradas de acordo com a empresa e o sistema de que dispõe, bem
como pode ser adaptada ao assunto a ser tratado.
Ao final, daremos alguns modelos mais comuns.
Com o advento da Internet, as cartas comerciais passaram a ser
enviadas via correio eletrônico, tornando mais fácil e imediata sua
comunicação.
Certidão.- É um documento fornecido pelas repartições públicas,
mediante requerimento da parte interessada, como prova de
fatos permanentes. As mais comuns são: Certidão Negativa de
Débitos, fornecida pelos cartórios e Certidão de Tempo de
Serviço, fornecida para os funcionários públicos.
Circular.- É uma correspondência na qual a pessoa dirige-se a
diversos destinatários ao mesmo tempo, tratando de um
assunto de interesse comum a todos. Não consta no documento
o destinatário, pois são vários, indo o endereçamento no
envelope.
Contrato.- É um documento firmado por duas ou mais pessoas
físicas ou jurídicas, no qual os contratantes se comprometem a cumprir
determinadas funções, expostas em cláusulas, estabelecendo entre eles
uma relação de direito.
Curriculum Vitae.- Expressão latina que significa “Carreira da vida”
e constitui um documento no qual alguém expõe suas principais
características e o histórico de sua vida acadêmica ou profissional e serve
para demonstrar aptidão a um cargo ou a um curso a que a pessoa se
candidate.
Declaração.- É um documento que se assemelha ao atestado, mas
que não é emitido por repartições públicas, mas por pessoas físicas ou
jurídicas de caráter privado.
Edital.- É um documento de notificação, para conhecimento público,
que pode ser publicado em órgãos de divulgação públicos ou privados, ou
simplesmente afixado em murais a que tenha acesso as pessoas
interessadas.
Examinando a Língua - Gesson Magalhães 64

Exposição de Motivos.- É um documento expedido por empresas


públicas ou privadas, no qual se explica algum acontecimento
ou ação. Para que melhor seja entendido, a exposição de
motivos deve conter itens numerados, nos quais se explica cada
fase do documento ou do fato que necessita ser explicado. Se
houver embasamento legal, deve-se relacionar alínea, inciso,
parágrafo e artigo do Ato Legal que se deseja citar.
Ficha de Registro de Reunião.- É um ficha de anotações utilizada
pelo secretário de uma reunião, para anotar os assuntos e as pessoas que
usaram a palavra durante ela, a fim de ser depois elaborada a ata. Em
alguns casos, que não possuam valor jurídico, a própria ficha de anotação
pode servir de referência aos assuntos tratados e às decisões tomadas.
Deve-se, porém, levar em conta que essa ficha não tem valor jurídico.
Memorando.- Também chamado de Comunicação Interna (CI)
por algumas empresas, é um tipo de correspondência interna trocada
entre seções da mesma empresa ou repartição pública. Hoje, algumas
empresas e repartições públicas utilizam também o memorando como
correspondência externa. Nesse caso, assemelha-se à carta ou ao ofício.
Somente que o memorando, geralmente é feito em papel meio ofício.
Ofício.- Como o próprio nome indica, é uma correspondência oficial
externa e deve ter sua origem apenas nas repartições públicas, embora,
hoje, muitas empresas e pessoas físicas o utilizem para dirigir-se a uma
repartição pública.
Parecer.- É a análise que se faz de um documento ou processo e
que, ao final, aponta uma solução favorável ou contrária, com
justificativas e embasamento legal para a conclusão. Dependendo do
assunto, o parecer pode ser administrativo, científico, técnico ou jurídico.
Portaria.- É um ato administrativo, pelo qual o administrador de um
órgão estabelece situações funcionais, nomeia auxiliares ou dá instruções.
Procuração.- É um documento onde uma pessoa física ou jurídica dá
poderes a outro para, em seu nome, realizar determinados atos,
específicos ou gerais. Pode ser pública ou particular, sendo que a pública é
passada em cartório enquanto a particular dispensa o registro.
A procuração ad juditia (pronuncia-se ad judícia) é passada a um
advogado para, perante a Justiça, representar o cliente.
Relatório.- É um documento que registra o resultado de
atividades desenvolvidas por determinada pessoa ou grupo.
Requerimento.- É uma solicitação que se faz a uma autoridade para
solicitar um direito que a pessoa física ou jurídica supõe ter, em virtude de
um ato legal.
Obs.: Embora este trabalho esteja sendo feito em papel
tamanho A5, com exceção do memorando e do Atestado, nos
outros deve-se utilizar o tamanho A4 ou ofício.
Examinando a Língua - Gesson Magalhães 65

A seguir, os exemplos dos documentos citados :

ACADEMIA DE LETRAS DE RONDÔNIA


Fundada em 10 de junho de 1986
Av. Farquar, esq. com Pinheiro Machado –
Porto Velho - RO

Ata
Ata da Reunião da Academia de Letras de Rondônia – ACLER,
realizada no dia 7 de agosto de 2001.
Aos sete dias do mês de agosto do ano dois mil e um, às dezesseis horas,
na sala de reuniões, reuniram-se os membros da Academia de Letras de
Rondônia – ACLER, com a presença dos seguintes acadêmicos: Abnael
Machado de Lima, Vice-Presidente, Eunice Bueno, Yêdda Maria Pinheiro
Borzacov, Pedro Albino de Aguiar, Dimas Ribeiro da Fonseca, Dante
Ribeiro da Fonseca, Marco Antônio Domingues Teixeira e Gesson Álvares
de Magalhães – Secretário-Geral. Na ausência do Presidente, Acadêmico
Aparício Carvalho de Moraes, que recebeu um chamado médico de
urgência, assumiu a presidência o Vice-Presidente, Acadêmico Abnael
Machado de Lima, que declarou aberta a sessão e comunicou que a ata da
reunião anterior fora lida e aprovada na mesma sessão. Em seguida,
distribuiu a pauta do dia, solicitando do Secretário-Geral a leitura da
correspondência recebida. Não havendo correspondência, o Presidente
passou a palavra à acadêmica Eunice Bueno, para falar sobre as
atividades programadas para a Academia. A acadêmica informou que
convidara o acadêmico Átila Ibañez e estava aguardando sua resposta. A
seguir, o presidente passou a palavra ao acadêmico Pedro Albino, para
falar sobre o lançamento do Informativo da Academia. O acadêmico
distribuiu o número experimental do informativo, tendo recebido diversas
sugestões dos outros membros, que foram anotadas, sendo que o
informativo apresentado deverá ser reformulado, antes de distribuído
oficialmente aos acadêmicos e a outras congêneres no país. Dentre as
sugestões, decidiu-se que devam ser retirados os nomes dos acadêmicos
ausentes à reunião, tendo em vista que não diz o motivo da falta, que
pode ser justa, como o caso do próprio Secretário-Geral, que estava
viajando por motivo de saúde. Sugeriu-se também a inclusão do logotipo
da Academia, sendo que o exemplar apresentado deveria ser recolhido e
apresentado o novo modelo. O Presidente sugeriu que se enviasse
correspondência em nome da Academia, à Academia Brasileira de Letras,
à Academia de Letras da Bahia e à escritora Zélia Gattai, apresentando
condolências pela morte do escritor Jorge Amado, ocorrida no dia anterior.
A acadêmica Ieda Borzacov informou que há uma verba federal para
reforma do prédio da Biblioteca Pontes Pinto, que será destinado para
sede da Academia, inclusive para mobiliário, fruto de emenda parlamentar
ao orçamento deste ano e que está em fase de liberação pelo Ministério
da Cultura. O acadêmico Dimas Fonseca informou que entrou em contato
com o Procurador-Geral do Estado, o qual informou haver um parecer
Examinando a Língua - Gesson Magalhães 66

contrário à cessão do prédio para a Academia, mas que houve solicitação


da Casa Civil, para que se reexamine o assunto. A acadêmica Ieda
informou que o parecer contrário que existe foi da Secretaria de
Educação, a quem foi enviado o pedido da Academia, por pensarem que o
prédio pertencesse à Educação. Acontece, entretanto, que o prédio
pertence à área cultural do Estado e não à área educacional, ficando,
segundo seu entendimento, sem efeito o parecer em questão. O
acadêmico Dimas Fonseca declarou que vai voltar a falar com o
Procurador-Geral para discutir o assunto, sugerindo convidá-lo para vir à
próxima reunião da Academia. Em seguida a acadêmica Ieda Borzacov
informou que entrou em contato com o reitor da Universidade de Brasília,
o qual lhe disse que a Universidade possui muitos livros a serem doados
para entidades e que ela solicitou fossem doados para a Academia,
estando o problema apenas no transporte desses livros de Brasília para
Porto Velho, problema que vai tentar resolver junto ao Governo do
Estado. Informou também que haverá um curso que será ministrado pela
Biblioteca Nacional, nos dias 13 a 17 do corrente, no auditório do SESC,
convidando os acadêmicos que se interessassem para participar. Solicitou
que a Academia faça projetos no sentido de participar nas atividades
promovidas por entidades culturais, em convênio com a SECEL. O
acadêmico Pedro Albino comunicou que está no prelo seu novo livro
intitulado “Setenta Poemas”, devendo ser lançado até dezembro, pedindo
a colaboração da Academia na organização do lançamento, numa noite de
autógrafos. O acadêmico Marcos Teixeira comunicou que também tem um
livro sobre arte e arquitetura no prelo, devendo também ser lançado até o
mês de dezembro. O acadêmico Gesson Magalhães falou da necessidade
de a Academia adotar uma medalha individualizada, sugerindo que os
acadêmicos tragam na próxima reunião, sugestões de um “slogan” a ser
adotado, que deverá ser em latim ou em tupi-guarani, como era o desejo
dos membros fundadores. Informou que essas sugestões poderiam ser
apresentadas em português e que ele providenciaria a versão para a
língua que os acadêmicos decidissem adotar. Solicitou também que
trouxessem sugestões do desenho da medalha, para ser confeccionada. A
acadêmica Eunice Bueno sugeriu que, no programa de atividades, fosse
incluído um ciclo de palestras, no qual, cada mês, fosse convidado um
conferencista, acadêmico ou não, para pronunciar conferência sobre
assuntos culturais relevantes e que, na mesma reunião, um acadêmico
fosse designado para falar sobre a vida e a obra do patrono de sua
cadeira. Nada mais havendo a tratar, o Presidente encerrou a reunião, da
qual eu, Gesson Álvares de Magalhães, Secretário-Geral, lavrei a presente
ata que, depois de aprovada, será assinada por mim, pelo Presidente em
exercício e pelos acadêmicos presentes.

Gesson A. Magalhães-Secretário-Geral

Abnael M.Lima-Pres. em exercício.

Dimas Fonseca Dante Ribeiro


Examinando a Língua - Gesson Magalhães 67

Eunice Bueno Marco Teixeira

Pedro Albino Yedda Borzacov.

GOVERNO FEDERAL
MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO

ATESTADO MÉDICO
Atesto que o Servidor ____________________
___________________________ portador da Carteira Profissional nº
___________ Série______, necessita de ______(_______________)
dias de afastamento do trabalho, a partir desta data, por motivo de
doença.
__________________________
Localidade e data

____________________________
Assinatura do médico

CID________________

Este atestado é válido para as finalidades previstas no artigo 86


do RGPS, aprovado pelo Decreto nº 60.501, de 14/2/67 e será
expedido para justificativa de 1 a 15 dias de afastamento do
trabalho.
Carta Comercial Simples:
ÓTICA VEJA BEM
Aros importados – Lentes modernas
Atendimento personalizado
Carta nº 325/2003
Porto Velho, 10 de setembro de 2003.

Ilmo. Sr.
José dos Anzóis Parafuso
Examinando a Língua - Gesson Magalhães 68

Rua Castro Alves, 546 – Armando Mendes


Manaus - AM
69089-063

Prezado Senhor:

Informamos Vossa Senhoria que a remessa de aros italianos


ainda não nos chegou às mãos, o que nos leva a pensar em algum
extravio pela transportadora responsável.
Como Vossa Senhoria informou-nos que dita remessa foi
despachada no dia 25 do mês passado, solicitamos-lhe a fineza de
consultar a empresa responsável a fim de localizar o produto.
Diante disso, solicitamos a prorrogação do prazo de pagamento
da duplicata referente à nota em questão, para mais 30 dias.

Atenciosamente,

Antônio Alves da Silva


Gerente Geral

-Carta Comercial epigrafada:


ÓTICA VEJA BEM
Aros importados – Lentes modernas
Atendimento personalizado
Carta nº 326/2003
Porto Velho, 10 de setembro de 2003.

Ilmo. Sr.
José dos Anzóis Parafuso
Rua Castro Alves, 546 – Armando Mendes
Manaus - AM
69089-063

Ref. Remessa de Aros Italianos

Prezado Senhor:

Com respeito ao assinto epigrafado, informamos Vossa Senhoria


que a remessa ainda não nos chegou às mãos, o que nos leva a pensar
em algum extravio pela transportadora responsável.
Como Vossa Senhoria informou-nos de que dita remessa foi
despachada no dia 25 do mês passado, solicitamos-lhe a fineza de
consultar a empresa responsável a fim de localizar o produto.
Diante disso, solicitamos a prorrogação do prazo de pagamento
da duplicata referente à nota em questão, para mais 30 dias.
Examinando a Língua - Gesson Magalhães 69

Atenciosamente,

Antônio Alves da Silva


Gerente Geral
Carta Comercial com tópicos:
ÓTICA VEJA BEM
Aros importados – Lentes modernas
Atendimento personalizado
Carta nº 327/2003
Porto Velho, 10 de setembro de 2003.

Ilmo. Sr.
José dos Anzóis Parafuso
Rua Castro Alves, 546 – Armando Mendes
Manaus - AM
69089-063

Prezado Senhor:

Vimos à presença de Vossa Senhoria, a fim de expor o seguinte:


1.- Os aros italianos objeto de nosso pedido nº 415 ainda não
nos chegou às mãos.
2.- Como Vossa Senhoria informou-nos de que dita remessa foi
despachada no dia 25 do mês passado, solicitamos-lhe a fineza de
consultar a empresa responsável a fim de localizar o produto.
3.- Sugerimos gestões de Vossa Senhoria junto à transportadora,
a fim de localizar a mercadoria.
4.- Diante do ocorrido, solicitamos a prorrogação do prazo de
pagamento da duplicata referente à nota em questão, para mais 30 dias.

Atenciosamente,

Antônio Alves da Silva


Gerente Geral
Veja agora as mesmas cartas, com outra estética:
ÓTICA VEJA BEM
Aros importados – Lentes modernas
Atendimento personalizado
Carta nº 326/2003
Porto Velho, 10 de setembro de 2003.

Ilmo. Sr.
José dos Anzóis Parafuso
Rua Castro Alves, 546 – Armando Mendes
Manaus - AM
69089-063
Examinando a Língua - Gesson Magalhães 70

Prezado Senhor:

Informamos Vossa Senhoria que a remessa de aros italianos ainda não


nos chegou às mãos, o que nos leva a pensar em algum extravio pela
transportadora responsável.
Como Vossa Senhoria informou-nos de que dita remessa foi despachada
no dia 25 do mês passado, solicitamos-lhe a fineza de consultar a
empresa responsável a fim de localizar o produto.
Diante disso, solicitamos a prorrogação do prazo de pagamento da
duplicata referente à nota em questão, para mais 30 dias.

Atenciosamente,

Antônio Alves da Silva


Gerente Geral

ÓTICA VEJA BEM


Aros importados – Lentes modernas
Atendimento personalizado
Carta nº 326/2003
Porto Velho, 10 de setembro de 2003.

Ilmo. Sr.
José dos Anzóis Parafuso
Rua Castro Alves, 546 – Armando Mendes
Manaus - AM
69089-063

Ref. Remessa de Aros Italianos

Prezado Senhor:

Com respeito ao assinto epigrafado, informamos Vossa Senhoria que a


remessa ainda não nos chegou às mãos, o que nos leva a pensar em
algum extravio pela transportadora responsável.
Como Vossa Senhoria informou-nos que dita remessa foi despachada no
dia 25 do mês passado, solicitamos-lhe a fineza de consultar a empresa
responsável a fim de localizar o produto.
Diante disso, solicitamos a prorrogação do prazo de pagamento da
duplicata referente à nota em questão, para mais 30 dias.

Atenciosamente,

Antônio Alves da Silva


Gerente Geral
Examinando a Língua - Gesson Magalhães 71

ÓTICA VEJA BEM


Aros importados – Lentes modernas
Atendimento personalizado
Carta nº 326/2003
Porto Velho, 10 de setembro de 2003.

Ilmo. Sr.
José dos Anzóis Parafuso
Rua Castro Alves, 546 – Armando Mendes
Manaus - AM
69089-063

Prezado Senhor:

Vimos à presença de Vossa Senhoria, a fim de expor o seguinte:


1. - Os aros italianos objeto de nosso pedido nº 415 ainda não nos chegou
às mãos.
2. - Como Vossa Senhoria informou-nos que dita remessa foi despachada
no dia 25 do mês passado, solicitamos-lhe a fineza de consultar a
empresa responsável a fim de localizar o produto.
3. - Solicitamos a interveniência de Vossa Senhoria junto à
transportadora, a fim de localizar a mercadoria.
4. - Diante do ocorrido, solicitamos a prorrogação do prazo de pagamento
da duplicata referente à nota em questão, para mais 30 dias.

Atenciosamente,

Antônio Alves da Silva


Gerente Geral
Certidão

MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO

CERTIDÃO

Certificamos que, revendo os arquivos deste Ministério,


verificamos que JOÃO DA SILVA PARANHOS exerceu, de 1986 até a
Examinando a Língua - Gesson Magalhães 72

presente data, a função de Professor do Ensino Superior na Universidade


Federal de Minas Gerais.

Brasília, 10 de setembro de 2003.

JOSÉ ANTÕNIO PÁDUA


Secretário de Ensino Superior/MEC

Circular
Quando uma correspondência (memorando, ofício, carta) for
dirigida, ao mesmo tempo, para diversos órgãos, empresas ou
pessoas chama-se memorando circular, ofício circular ou carta
circular. Sendo assim, os modelos dados dos documentos citados
servem de exemplo, somente que deve tratar-se de assunto de
interesse comum aos destinatários.
Examinando a Língua - Gesson Magalhães 73

Contrato.
CONTRATO DE CESSÃO DE IMÓVEL

Por este instrumento de contrato de cessão de imóvel, de um lado, como


CEDENTE, Gesson Álvares de Magalhães, brasileiro, casado, professor,
portador da Carteira de Identidade nº 214.243, expedida pela Secretaria
de Segurança Pública do Estado de Rondônia, e do CPF nº 118.823.369-
68, residente e domiciliado nesta Capital de Porto Velho, Estado de
Rondônia, legítimo proprietário do imóvel sito na Av. Campos Sales, nº
1641, bairro Areal, e de outro lado, como CESSIONÁRIO, Henrique
Obermeier, brasileiro, casado, bancário, portador da Carteira de
Identidade nº 325.469, expedida pela Secretaria de Segurança Pública do
Estado de Rondônia e do CPF nº 328.609.789-68, residente e domiciliado
nesta Capital de Porto Velho, Estado de Rondônia, têm entre si, justo e
contratado o seguinte:
Cláusula I - O CEDENDE cede o imóvel localizado na Av. Campos Sales,
1641, bairro Areal, em Porto Velho, capital do Estado de Rondônia, ao
CESSIONÁRIO, para sua residência e de sua família.
Cláusula II – O período da cedência inicia-se no dia 25 de abril e termina
no dia 31 de dezembro de 2000, quando o imóvel deverá ser devolvido,
livre de qualquer embaraço de qualquer tipo.
Cláusula III – O imóvel é cedido a título de cortesia, sem qualquer ônus
por parte do CESSIONÁRIO, que se compromete a conservá-lo em
perfeito estado de conservação.

Cláusula IV – Durante o período da cessão, o CEDENTE poderá, a qualquer


tempo, colocar pessoas para trabalhar no imóvel a fim de completar a
reforma iniciada.
Cláusula V – O CESSIONÁRIO compromete-se a devolver o imóvel ao fim
do período de que trata a cláusula II sem, para isso, utilizar qualquer tipo
de subterfúgio para continuar na posse do imóvel.
Cláusula VI – A critério do CEDENTE, este contrato poderá ser renovado,
em outros termos, a partir do primeiro dia subseqüente da data final de
que trata a cláusula II.
E por estarem assim justos e contratados, assinam o
presente termo em duas vias de igual teor e forma, comprometendo-se
por si e por seus descendentes, a cumpri-lo em todos os seus termos.

Porto Velho, 25 de abril de 2000

_______________________
Gesson Álvares de Magalhães
Cedente

______________________
Henrique Obermeier
Examinando a Língua - Gesson Magalhães 74

Cessionário

Curriculum Vitae
CURRICULUM VITAE

Gesson Álvares de Magalhães

IDENTIFICAÇÃO:
Nome:Gesson Álvares de Magalhães
Filiação:Propércio Álvares Pereira
Francisca Flora de Magalhães
Nascimento: (Data)12 de outubro de 1934
Local: Santana dos Brejos – Bahia
Cônjuge: Ivete Gomes de Magalhães
Profissão: Professor
Religião: Adventista do Sétimo Dia
Residência: BR 364, km. 9
Telefones: (69) 221-3758, 223-2334

DOCUMENTAÇÃO:
Carteira de Identidade (RG): 214.243/SSP-RO
C.P.F.: 118.823.369-68
Título Eleitoral: 14.675.923-68; 6ª ZE/RO
PASEP 1.701.727.103-1
Carteira de Trabalho: 11.362
Certificado de Reservista: 16.720 – 7ª CR

REGISTROS PROFISSIONAIS:
Professor de Língua Portuguesa, Literatura Portuguesa e Brasileira
102.551-L/MEC
Professor de Contabilidade 6.923-DEMEC

FORMAÇÃO ACADÊMICA:
Ensino Fundamental: Ginásio Adventista Campineiro
Ensino Médio (Contabilidade): Escola Técnica Doze de Outubro –S.Paulo
Ensino Superior: Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras de Jandaia do
Sul – PR – (Letras Anglo-Portuguesas)
Pós-Graduação:Universidade Federal de Rondônia(Metodologia do Ensino
Superior)
Pontifícia Universidade Católica de Minsa Gerais – (Especialização em
Língua Portuguesa)
Outros Cursos:
Administração Financeira e Contábil de Cooperativas
Aperfeiçoamento e Formação de Professores do Ensino Comercial
Examinando a Língua - Gesson Magalhães 75

Psicologia da Aprendizagem
Aperfeiçoamento em Comunicação em Língua Nacional
Extensão em Teologia
Regência de Coral

EXPERIÊNCIA PROFISSIONAL:

Cargo Atual: Professor de Língua Portuguesa na FATEC


Cargos Ocupados Anteriormente
1955 e 1956 Professor primário – Araguari – MG
1967 a 1968 Professor de Língua Portuguesa em Goioerê – PR
1968 e 1969 Professor de Língua Portuguesa em Mariluz – PR
1980 Professor de Língua Portuguesa em Moreira
Salles-PR
1981 Diretor da Escola Carmela Dutra – Porto
Velho RO
1982 Professor de Língua Portuguesa no Núcleo da
Universidade do Pará e na Fundacentro – Porto Velho – RO
1983 Professor de Língua Portuguesa na Escola
Estudo e Trabalho e Assessor Parlamentar na Assmbléia Legislativa de
Rondônia.
1984 Professor de Língua Latina e Literatura
Portuguesa na Fundação Universidade Federal de Rondônia –
1985 Chefe de Gabinete do Presidente da
Assembléia Legislativa de Rondônia
1986 Diretor Geral da Assembléia Legislativa de
Rondônia
1987 Assessor Especial das Comissões da
Assembléia Legislativa de Rondônia
1988 Idem
1989 Coordenador da Comissão de Sistematização
da Assembléia Constituinte de Rondônia;
1990 Assessor Especial da Assembléia Legislativa
junto às Câmaras Constituintes dos municípios de Porto Velho,
Cerejeiras, Guajará-Mirim, Pimenta Bueno, Presidente Médici e Nova
Brasilândia do Oeste, para elaboração da Lei Orgânica do Município.
1991 Chefe do Grupo de Redação da SEDUC/RO
até 1994.
1992 Conselheiro Representante da SEDUC junto
ao Conselho Estadual de Educação.
1993 Vice-Presidente do Conselho Estadual de
Educação de Rondônia, até dezembro de 1994.
1994 Chefe de Gabinete da SEDUC/RO.
1995 Presidente do Conselho Estadual de
Educação de Rondônia.
2000 Redator do Gabinete do Governador
de Rondônia
Examinando a Língua - Gesson Magalhães 76

Declaração.
ACADEMIA DE LETRAS DE RONDÔNIA
Fundada em 10 de junho de 1986
Av. Farquar, esq. com Pinheiro Machado – Porto Velho - RO

DECLARAÇÃO

Declaramos, para os devidos fins, que Gesson Álvares de


Magalhães é membro fundador desta Academia, onde exerce a função de
Secretário-Geral.

Porto Velho, 10 de setembro de 2003.

Ac Aparício Carvalho de Moraes


Presidente

Edital
ACADEMIA DE LETRAS DE RONDÔNIA
Fundada em 10 de junho de 1986
Av. Farquar, esq. com Pinheiro Machado – Porto Velho - RO

EDITAL DE CONVOCAÇÃO

De acordo com o que determina o artigo 6º dos Estatutos


Sociais, convoco todos os acadêmicos em dia com suas obrigações
estatutárias, para a eleição da diretoria para o biênio 2004-2005, a se
realizar no dia 25 de maio de 2004.
Examinando a Língua - Gesson Magalhães 77

Os acadêmicos que desejarem registrar chapas para as eleições,


deverão fazê-lo até o dia 15 do mês de maio de 2004.
A eleição será realizada com a presença de 2/3 dos acadêmicos,
em primeira convocação e, após duas horas, com qualquer número de
acadêmicos presentes.

Porto Velho, 15 de abril de 2004.

Ac. Aparício Carvalho de Moraes


Presidente

Exposição de Motivos

Senhor Secretário:

De acordo com a portaria nº 35/98, de 20 de maio de


1998, a prestação do adiantamento por suprimento de fundos
deverá ser apresentada até 30 (trinta) dias após o término do
prazo de sua aplicação.
Ocorre, Senhor Secretário, que estou apresentando a
prestação de contas com atraso de 10 (dez) dias, pelos motivos
que passo a expor:
1.- A liberação da verba determinada no projeto de
aplicação do referido suprimento de fundos foi liberada com atraso
de 20 (vinte) dias, de acordo com a Nota Financeira, cuja cópia
anexamos.
2.- Os serviços efetuados de acordo com o projeto de
aplicação sofreram um atraso considerável, em virtude das chuvas
que se abateram sobre a cidade na semana em que estavam sendo
feitos.
3.- Ao serem concluídos os trabalhos, o que aconteceu
apenas na sexta-feira passada, imediatamente providenciamos a
prestação de contas, que somente pôde ser apresentada nesta
data.
Diante do exposto, Senhor Secretário, solicitamos de
Vossa Excelência a aceitação das contas mesmo fora do prazo.

Porto Velho, 17 de fevereiro de 2003.

José da Silva Vieira


Diretor de Serviços Gerais
Memorando.
Examinando a Língua - Gesson Magalhães 78

ESTADO DE RONDÔNIA
SECRETARIA DE ESTADO DA
EDUCAÇÃO
Departamento de Ensino
MEMORANDO
Nº 45/95

Em 30 de abril de 1995.

Ao Diretor de Recursos Humanos:


Assunto: Devolução de Funcionário

Senhor Diretor:

Pelo presente, encaminho a esse Departamento, o servidor JOSÉ DA


SILVA, tendo em vista que o trabalho que ele desenvolvia conosco foi
desativado temporariamente.

Atenciosamente,

Margarida de Abreu
Diretora

ÓTICA VEJA BEM


Aros importados – Lentes modernas
Atendimento personalizado

COMUNICAÇÃO INTERNA Nº 35
Em 16 de maio de 2002.
Examinando a Língua - Gesson Magalhães 79

De: Chefe do Setor de Contas a Receber


Para: Chefe do Setor de Expedição

Senhor Chefe:

A mercadoria referente ao pedido nº 42627, destinada à


empresa Ótica Preciosa Ltda. de Cuiabá, deve ainda permanecer nesse
setor, sem ser expedida, até segunda ordem, pois está dependendo ainda
de acertos da empresa destinatária com este setor.

Atenciosamente,

Expedito Antunes
Chefe do SECOR

ESTADO DE RONDÔNIA
Gabinete do Governador

Of. 087/GG
Porto Velho, 20 de outubro de 1983.

Excelentíssimo Senhor Presidente:

No momento em que, de maneira sábia, é indicado o nome do


Dr. JOSÉ DA SILVA para assumir uma cadeira de Ministro do Supremo
Tribunal Federal, quero solidarizar-me com Vossa Excelência pela
inteligente iniciativa, tanto pelo merecimento do indicado como também
pela importância do ato no âmbito da Justiça Brasileira, que passa a
contar com o trabalho de um dos maiores juristas deste país.
Examinando a Língua - Gesson Magalhães 80

Respeitosamente,

JORGE TEIXEIRA DE OLIVEIRA


Governador

A Sua Excelência o Senhor


JOÃO BAPTISTA DE FIGUEIREDO
Presidente da República Federativa do Brasil
Palácio do Planalto
Brasília – DF
70150-900
GM

ESTADO DE RONDÔNIA
Gabinete do Governador

Of.nº 088/GG
Porto Velho, 20 de outubro de 1983.

Senhor Ministro:

Sabedor de sua indicação para Ministro do Supremo Tribunal


Federal, quero parabenizá-lo pela importante e merecida conquista.
Auguro a Vossa Excelência pleno sucesso em seu novo
empreendimento, com a certeza de que o Brasil também está de
parabéns, uma vez que ganhou, em sua Corte Maior, o concurso de um
jurista que já demonstrou possuir amplas condições para o cargo.

Atenciosamente,

JORGE TEIXEIRA DE OLIVEIRA


Governador

A Sua Excelência o Senhor


AFRÂNIO FONSECA
Ministro do Supremo Tribunal Federal
Praça dos Três Poderes – Anexo II
Brasília – DF
70175-900
GM
Examinando a Língua - Gesson Magalhães 81

MINISTÉRIO DO EXÉRCITO
COMANDO DA TERCEIRA REGIÃO
17ª BRIGADA DE INFANTARIA DE
SELVA

Of.nº 088-17ª B.I.S.


Porto Velho, 20 de outubro de 1983.

Do: Comandante da 17ª B.I.S.


Para: Comandante do 5º B.E.C.
Comunicação (faz):

Senhor Comandante:

Comunico-lhe que, no dia 5 do próximo mês de novembro, “Dia


da Cultura”, as bandas de música militares desta Capital estarão se
apresentando na praça da Estrada de Ferro Madeira-Mamoré, a partir das
10 horas.
A banda desse batalhão deverá apresentar três peças musicais
cívicas e três populares, de acordo com o programa anexo. O regente
deverá apresentar-se ao Major Celso, às 9h30 min. para os ajustes finais.

Atenciosamente,

Gen. Bda. URBANO DE ALENCAR


Comandante

ESTADO DE RONDÔNIA
CONSELHO ESTADUAL DE EDUCAÇÃO
Conselheiro: Gesson Álvares de Magalhães

Parecer Técnico
Projeto de Lei nº 304/93-Deputado Wilson Stecca

HISTÓRICO:
Capeado pelo ofício nº 016/CCJR/93, de 5 de outubro de 1993, a
nobre deputada Marlene Gorayeb, Presidenta da Comissão de Constituição
e Justiça da Assembléia Legislativa do Estado de Rondônia, enviou-nos o
Projeto de Lei nº 304/93, de autoria do nobre deputado Wilson Stecca,
solicitando subsídios para o parecer da nobre deputada Elisabeth Badocha,
relatora naquela Comissão. O citado Projeto de Lei “autoriza a criação e
Examinando a Língua - Gesson Magalhães 82

implantação do Curso Profissionalizante de Agente de Defesa Sanitária


Vegetal e dá outras providências...”
ANÁLISE:
Antes de entrarmos no mérito do projeto que se pretende subsidiar,
permita-nos “data maxima venia”, tecer alguns comentários, por
necessários, a respeito da promulgação da lei nº 472/93, de 12 de abril de
1993, vetada pelo Senhor Governador, veto que foi derrubado por essa
augusta casa, culminando com a promulgação da lei.
Apesar dos comentários judiciosos exarados na mensagem que
acompanhou o veto, mostrando aos Senhores Parlamentares que a
competência para a instituição de disciplina nos currículos escolares é do
Conselho Federal de Educação, dos Conselhos Estaduais de Educação e
das escolas, portanto de órgãos do Poder Executivo, essa Assembléia
decidiu incluir, por lei de iniciativa do Poder Legislativo, a disciplina
“Ciência Política” nas escolas públicas e particulares de 1º e 2º graus, de
maneira obrigatória, ferindo assim o princípio da autonomia das escolas,
além de abrir um precedente perigoso, como passamos a demonstrar.
Houve-se sabiamente o legislador federal, ao instituir a competência
aos Conselhos Federal e Estaduais de Educação, de aprovar disciplinas a
serem introduzidas na grade curricular e PELAS ESCOLAS, aquelas não
contempladas pelos Conselhos (e não pelo Poder Legislativo).
Se examinarmos qualquer grade curricular de 5ª a 8ª séries do
ensino fundamental e de 1ª a 3ª séries do ensino médio, vamos notar que
os alunos do ensino fundamental são obrigados a assistir de 25 a 27 aulas
semanais, para darem conta das disciplinas obrigatórias do núcleo
comum, instituídas nacionalmente pelo Conselho Federal de Educação e
daquelas eleitas pelo Conselho Estadual de Educação, o que os obriga a
assistirem a 5 aulas diárias, que é o máximo recomendável para que o
aluno possa assimilar o aprendizado.
Imaginemos, por hipótese que, seguindo o exemplo e apoiados no
precedente aberto pela promulgação da lei nº 472/93, cada um dos
senhores deputados resolvesse introduzir, de maneira obrigatória, uma
disciplina nos currículos do ensino fundamental e no ensino médio e
continuassem nessa prática. Iria chegar a época em que os alunos teriam
que ficar 24 horas em sala de aula, uma vez que, como não cabe ao
Legislativo controlar o número de aulas obrigatórias na escola, não
conhece ele esses limites.
Daí porque, como dissemos anteriormente, o legislador federal foi
sábio ao atribuir essa competência à própria escola e aos Conselhos
Federal e Estaduais de Educação, porque a escola conhece as disciplinas
necessárias a suas peculiaridades e os Conselhos Estaduais examinam as
grades, à luz da legislação de ensino, tendo, portanto, condições de
controlar os limites impostos pela lei.
Gostaríamos de sugerir aos nobres parlamentares a leitura atenta das
lei federais 4.024/61, 5692/71 e 7044/82, que atribuiu exclusivamente
Examinando a Língua - Gesson Magalhães 83

aos Conselhos Federal e Estaduais de Educação, a competência de


autorizar a inclusão de disciplinas nos currículos escolares e aos
estabelecimentos de ensino, sua inclusão na grade curricular, respeitando
assim a autonomia da escola, o que não foi feito pela lei nº 472/93.

PARECER
Depois dessas considerações preliminares, vamos ao parecer técnico
solicitado pela nobre Presidenta da Comissão de Constituição, Justiça e
Redação da Assembléia Legislativa, sobre o projeto de lei de autoria do
nobre deputado Wilson Stecca:
Projeto de Lei nº 304/93:
O projeto de lei peca por ilegalidade, contradições e erros
terminológicos. Faremos o comentário artigo por artigo:
Art. 1º - O projeto é autorizativo e, como tal, não implica
obrigatoriedade. Entretanto, o parágrafo único desse artigo e o artigo 4º
determinam, de maneira obrigatória, que o curso seja implantado.
Além de incorrer no erro de determinar o que será feito, num projeto
autorizativo, o parágrafo único fere frontalmente a alínea “f”, do art. 5º da
lei 5692/71, alterada pela lei 7044/82, que diz in verbis:
“f) para atender às peculiaridades regionais, os estabelecimentos de
ensino poderão oferecer outras habilitações profissionais...”
Como se vê, o parágrafo único cerceia a autonomia do
estabelecimento de ensino e não leva em conta as peculiaridades
regionais, ao obrigar a inclusão do curso em todos os municípios do
Estado.
Art. 2º - Este artigo inclui nove disciplinas, pretendendo estruturar
um curso profissionalizante, competência exclusiva do Conselho Federal
de Educação, como determina o art. 5º parágrafo único, alínea “e” da lei
5692/71, alterada pela lei 7044/82.
Art. 3º - Determina que os Engenheiros Agrônomos ministrem as
disciplinas do curso, o que fere o art. 4º da Lei 5692/71, que reza:
“Art.4º - Será condição para o exercício do magistério ou
especialidade pedagógica o registro profissional em órgão do Ministério da
Educação e Cultura (hoje dos Desportos), dos titulares sujeitos a
formação de grau superior.”
Assim, os Engenheiros Agrônomos não estão habilitados a ministrar
aulas. Seria a mesma coisa de se querer autorizar o professor a clinicar ou
o médico a advogar.
O desrespeito ao professor chega às raias do absurdo, quando se
pretende que qualquer profissional possa invadir sua profissão, enquanto
as outras profissões não admitem qualquer interferência em sua área de
autuação. Já é tempo de se respeitar o professor como profissional e cabe
aos professores que detém mandatos eletivos, que são parlamentares,
Examinando a Língua - Gesson Magalhães 84

entrarem em defesa da classe, não permitindo essa invasão absurda


pretendida pelo art. 3º do projeto em discussão.
Além disso, o art. 3º atribui ao Conselho Regional de Engenharia,
Arquitetura e Agronomia -CREA, a incumbência de participar do curso e
fiscalizá-lo. Mais uma interferência em seara alheia. A competência de
avaliar o ensino em qualquer curso ou estabelecimento de ensino é do
Conselho Estadual de Educação, como determina o art. 196 da
Constituição Estadual.
Art. 4º - O autor revela, nesse artigo, total desconhecimento da
matéria em teve a infelicidade de adentrar. Não se pode introduzir um
curso em uma grade curricular, porque grade curricular é o elenco das
disciplinas que compõem o curso com suas respectivas cargas horárias.
Pode-se elaborar uma grade curricular para um curso, nunca o contrário.
Assim, esse artigo, se aprovado, servirá de chacota nos meios
educacionais e não poderá ser cumprido em virtude de sua
impossibilidade e impropriedade técnica.
Art. 5º A delegar à Secretaria de Estado da Educação a incumbência
de adotar as medidas necessárias ao fiel cumprimento da lei, o autor
cometeu outra impropriedade, porque qualquer curso deverá ser
autorizado pelo Conselho Estadual de Educação.
Finalmente, o projeto é inconstitucional porque a estruturação de um
curso implica aumento de despesa, sem indicar-lhe a fonte de receita
correspondente.
O Art. 196 da Constituição Estadual reza:
“Art. 196 – Compete ao Conselho Estadual de Educação, sem prejuízo
de outras atribuições que lhe sejam conferidas em lei, observadas as
diretrizes e bases estabelecidas pela União:
I – baixar normas disciplinadoras dos sistemas estadual e municipal
de ensino;
II – interpretar a legislação de ensino;
III- autorizar o funcionamento dos estabelecimentos de ensino e
avaliar-lhes a qualidade;
IV – desconcentrar suas atribuições por meio de comissões de âmbito
municipal;
V – aprovar os planos estaduais de educação.”
Como o projeto de lei em tela está disciplinando um curso a ser
introduzido no sistema estadual de ensino, o nobre deputado autor está
interferindo na competência constitucional atribuída ao Conselho Estadual
de Educação.
Salvo melhor juízo,
É o parecer.
Examinando a Língua - Gesson Magalhães 85

ESTADO DE RONDÔNIA
CONSELHO ESTADUAL DE EDUCAÇÃO
Gabinete do Presidente

Portaria nº 010/CEE

O Presidente do Conselho Estadual de Educação de Rondônia, no


uso de suas atribuições legais e, tendo em vista o disposto no art. 3º do
Regimento Interno do CEE/RO,

RESOLVE:

1.- Designar, de conformidade com o disposto no § 1º do art. 11


do Regimento Interno do CRR/RO, o Suplente de Conselheiro de Educação
Gesson Álvares de Magalhães para substituir o Conselheiro Francisco
Ansiliero, licenciado por este Conselho.

2.- O Suplente de Conselheiro convocado integrará a Câmara de


Planejamento, Legislação e Normas.
Examinando a Língua - Gesson Magalhães 86

Dê-se Ciência.
Cumpra-se.

Porto Velho, 2 de abril de 1987.

Hilton Gomes Pereira


Presidente
Procuração

Por este instrumento particular de procuração bastante, GESSON


ÁLVARES DE MAGALHÃES, brasileiro, casado, professor, portador da
Carteira de Identidade nº RG 214.243, expedida pela Secretaria de
Segurança Pública do Estado de Rondônia e do CPF Nº 118.823.369.68,
residente e domiciliado nesta Capital, outorga a ALVACIM DIAS
FERREIRA, brasileiro, casado, economista, portador da Carteira de
Identidade nº RG 1.234.458-32, expedida pelo Instituto de Identificação
do Estado de São Paulo, e do CPF. 328.609.789-68, residente e
domiciliado na Rua Artur Alvim, 325, no bairro Morumbi, na Capital do
Estado de São Paulo, com o fim especial de, em nome do outorgante,
acompanhar, junto à Secretaria de Estado da Educação do Estado de São
Paulo, o processo de contagem de tempo de serviço junto àquela
Secretaria, para fins de aposentadoria, podendo para tal fim, assinar
documentos, contestar, constituir advogado, transigir, receber
numerários, passar recibos, enfim, praticar todos os atos necessários ao
bom e fiel desempenho do presente mandado.
Porto Velho, 30 de julho de 1999.

Gesson Álvares de Magalhães


Outorgante

Relatório

Deixamos de apresentar modelo de relatório, uma vez que, cada


repartição pública ou empresa utiliza modelo próprio, dependendo da
finalidade do referido documento.

Assim, a elaborar um relatório, o interessado deve utilizar-se do


modelo apresentado, fazendo as devidas adaptações, se for o caso.
Examinando a Língua - Gesson Magalhães 87

EXCELENTÍSSIMO SENHOR DIRETOR DO HOSPITAL DE BASE ARI


PINHEIRO

MARIA DA SILVA PARANHOS, brasileira, casada, técnica de


enfermagem, residente e domiciliada na Rua José de Alencar, 345, Centro,
nesta Capital, portadora da Carteira de Identidade nº 216.468, expedida
pela Secretaria de Segurança Pública do Estado de Rondônia, inscrita no
Cadastro de Pessoa Física do Ministério da Fazenda sob nº 145.367.452-
71, tendo concluído o curso de técnica de enfermagem e necessitando
continuar na prática da habilitação, vem, mui respeitosamente, requerer
de Vossa Excelência permitir o trabalho voluntário aos sábados e
domingos, em horário a ser estipulado pela Chefia de enfermagem desse
nosocômio.

Nestes Termos
Pede Deferimento

Porto Velho, 20 de julho de 1999.

Maria da Silva Paranhos

BIBLIOGRAFIA

ALENCAR, José de, As Minas de Prata, Tomo I, São Paulo,Edigraf.


Examinando a Língua - Gesson Magalhães 88

ALMEIDA, Napoleão Mendes de, Gramática Metódica da Língua


Portuguesa, São Paulo, Saraiva, 1995.
ANDRADE, Maria Margarida de, E. HENRIQUE, Antônio, Língua
Portuguesa; noções básicas para cursos superiores, São Paulo.
Atlas, 1997.
CINTRA, Anna Maria Marques e outros – Português Instrumental.
São Paulo, Atlas, 1995.
FARACO, Carlos Emília e MOURA, Francisco Marto, Português–
Faraco & Moura, Ática, São Paulo
FIORIN, José Luiz, SAVIOLI, Francisco Platão, Para Entender o
Texto, São Paulo, Ática, 2000.
GARCIA Othon M., Comunicação em Prosa Moderna,Fundação
Getúlio Vargas, Rio de Janeiro, 1983.
HOLANDA FERREIRA, Aurélio Buarque de, Novo Dicionário da
Língua Portuguesa, Rio de Janeiro, Nova Fronteira, 1986,
MARTINS, Dileta Silveira e ZILBERKNOP, Lúbia Sciliar, Português
Instrumental, Porto Alegre, Sagra, 22ª edição, 2001.
MARTOS, Cloder Rivas, MESQUITA, Roberto Melo, Técnicas &
Criatividade de Redação, São Paulo, Saraiva, 1988.
MATTOSO CÂMARA Jr J., Manual de Expressão Oral e
Escrita,Petrópolis, 1981.
MEDEIROS, João Bosco, Redação Empresarial,São Paulo, Atlas,
1998.
MESQUITA, Roberto Melo, Gramática da Língua Portuguesa, São
Paulo, Saraiva, 1999.
TERRA, Ernane, Curso Prático de Gramática,São Paulo, Scipione,
1997.
TERRA, Ernane, NICOLA, José de, CAVALLETE, Floriana Toscano,
Português para o Ensino Médio, São Paulo, Scipione, 2002.

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