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FRANCIANNY CRISTINA JESUS ALMEIDA

HELDER RODRIGUES EVANGELISTA


KELEN APARECIDA SOBREIRA DA SILVA
LEONARDO DE SOUZA RAMOS
LORENA PAULA DE MOURA
LUIZ GUSTAVO JESUS TEODORO
VITOR ARAÚJO DE FARIA

MAIS VALIA: EXAMINANDO A ATUALIDADE DO PENSAMENTO ECONOMICO


DE MARX – GRUPO 2

BARBACENA– MG
2024
FRANCIANNY CRISTINA JESUS ALMEIDA
HELDER RODRIGUES EVANGELISTA
KELEN APARECIDA SOBREIRA DA SILVA
LEONARDO DE SOUZA RAMOS
LORENA PAULA DE MOURA
LUIZ GUSTAVO JESUS TEODORO
VITOR ARAÚJO DE FARIA

MAIS VALIA: EXAMINANDO A ATUALIDADE DO PENSAMENTO ECONOMICO DE


MARX

Trabalho de seminário apresentado ao Curso de Teoria


Geral da Administração do Instituto Federal do Sudeste de
Minas Gerais – Campus Barbacena, como requisito parcial
para obtenção do título de Bacharel em Administração.
Orientador: Salvador Quintão Barbosa Junior

BARBACENA– MG
2024
INTRODUÇÃO

“Valor e Mais-Valia: Examinando a Atualidade do Pensamento Econômico de Marx” é


um estudo que discute a relevância contemporânea dos conceitos econômicos de Karl Marx,
particularmente os conceitos de valor e mais-valia. Marx argumentou que a mais-valia, que é
a diferença entre o valor produzido pelo trabalho e o valor pago em salários, é a fonte dos
lucros capitalistas. No entanto, este estudo sugere que esses conceitos se tornaram menos
relevantes devido às profundas transformações no capitalismo desde a publicação de “O
Capital” por Marx.
Hoje, a produtividade e o tempo de trabalho cederam espaço para a inovação e a
tecnologia incorporada ao produto como fatores determinantes do valor. Além disso, o papel
central do sistema financeiro na economia atual torna a teoria marxista ineficiente para
entender a complexidade dos fenômenos econômicos de nossos tempos. No entanto, é
importante notar que, apesar dessas críticas, o pensamento econômico de Marx continua a ter
uma influência duradoura e a ser um ponto de referência importante para muitos economistas
e filósofos.
Refletiremos criticamente sobre o pensamento econômico de Marx, sobretudo os
conceitos de valor e mais valia, buscando compreender as razões de sua influencia e
pesquisando sobre a atualidade. Sobre Marx, o pensador francês Raymond Aron ressaltou
uma curiosa peculiaridade sobre o Marxismo, que consiste em “[...] poder ser fielmente
explicada em cinco minutos, em cinco horas, em cinco anos ou em meio século. Ela se presta,
de fato, à simplificação do resumo em meia hora, e isso permite eventualmente àquele que
nada conhece da história do marxismo ouvir com ironia quem dedicou a vida a estudá-lo,
porque já sabe de antemão o que é preciso saber.” (ARON, 2005, p. 13).
Neste trecho, Aron destaca a complexidade e a profundidade do marxismo, sugerindo
que ele pode ser explicado em diferentes níveis de detalhe, dependendo do tempo disponível e
do conhecimento prévio do ouvinte. No entanto, o autor também aponta para o perigo da
simplificação excessiva, que pode levar à compreensão superficial ou distorcida do marxismo.
Ele enfatiza que, embora o marxismo possa ser resumido em meia hora, essa simplificação
não substitui o estudo aprofundado e a compreensão completa da teoria. Isso serve como um
lembrete importante de que, ao estudar qualquer teoria complexa, devemos nos esforçar para
ir além das simplificações e buscar uma compreensão mais profunda e concreta.
“maneira de se apropriar do concreto, de o reproduzir como concreto espiritual”, sem se
arrogar a qualidade de “processo da gênese do próprio concreto.” (Marx, 2003, p. 248).
Neste trecho de Marx fala sobre a relação entre o concreto (a realidade material) e o
“concreto espiritual” (a representação mental ou conceitual dessa realidade). Marx argumenta
que é possível se apropriar do concreto e reproduzi-lo como concreto espiritual, ou seja, é
possível entender e representar a realidade material em nossas mentes. No entanto, ele adverte
contra a arrogância de considerar esse processo de reprodução mental como o processo de
gênese do próprio concreto. Em outras palavras, embora possamos entender e representar a
realidade, não devemos confundir essa representação com a criação da própria realidade.
Isso reflete a visão materialista de Marx, onde a realidade material (o concreto) tem primazia
sobre as ideias e conceitos (o concreto espiritual). As ideias e conceitos são vistos como
reflexos ou representações da realidade material, e não o contrário. Isso é fundamental para a
teoria marxista da base e superestrutura, onde a base material da sociedade determina a
superestrutura ideológica. Então sobre a luz da teoria de Karl Marx, contextualizando em
nossa atual realidade iremos abordar sobre o valor e a mais valia.
O Marxismo difundiu-se como uma doutrina filosófica, e como um projeto político,
portanto a popularidade do conceito de mais valia é a ideia fundamental para a justificativa de
suas pretensões revolucionárias. Para Marx, a mais valia é a forma de exploração
característica do capitalismo, em que consiste na diferença entre o valor do produto e o valor
do capital gasto no processo de produção. Existem duas espécies de capital envolvidas na
produção, o constante e o variável. O capital constante, consiste no valor dos meios de
produção e é transferido em sua totalidade para o produto. O capital variável é utilizado na
compra da força de trabalho, necessária na produção, apresenta um quantitativo aumento, uma
variação, do início ao fim do processo de produção, esse valor acrescido que é apropriado
pelo capitalista.
A chave do conceito de mais valia está na dinâmica do capital variável. Para Marx, é
apenas o trabalho que produz valor, enquanto no capitalismo, os trabalhadores não são
proprietários dos meios de produção, a única forma de que se dispõem para trabalhar (criar
valor), é se empregar a serviço de um capitalista. Impossibilitados de vender o produto de seu
trabalho, são obrigados a vender a sua força de trabalho (capacidade de trabalhar e criar
valor).
A força de trabalho, assim como as matérias primas, também é consumida no processo
produtivo, sendo uma mercadoria colocada a venda no mercado. Porem possui uma
peculiaridade que a diferencia das demais que é o próprio trabalho e este possui a propriedade
de adicionar valor. A atividade cerebral e muscular que ocorre no processo produtivo ocasiona
um desgaste biológico no trabalhador, portanto para que o trabalho possa perdurar no tempo, é
necessário que este receba um valor suficiente para repor suas forças. O valor da força de
trabalho é justamente o valor necessário para repor a capacidade produtiva do trabalhador.
O processo produtivo gera um excedente, que é apropriado pelo capitalista, pois a ele
pertence o produto resultante (mercadoria que será colocada à venda). O que interessa ao
capitalista é a diferença entre o valor adicionado ao produto pelo trabalho e o valor da força
de trabalho consumida pela produção. Marx diria que o trabalho socialmente necessário para a
produção de uma mercadoria é superior ao trabalho socialmente necessário para a reprodução
da força de trabalho. O trabalho socialmente necessário é o trabalho considerado em suas
condições normais, de acordo com graus medianos de habilidade e intensidade.
O trabalho socialmente necessário é medido em unidades de tempo, por exemplo, um
trabalhador possui uma jornada de trabalho de oito horas diárias, essa jornada é incorporada
em forma de valor ao produto final, o qual por meio da venda, será convertido em dinheiro
nas mãos do capitalista. Enquanto o trabalhador recebera um salário referente a três de suas
oito horas de jornada diária, pois o valor necessário para a aquisição de bens, suficientes á
reprodução de sua força de trabalho, é produzido em apenas três horas. O valor produzido
pelas cinco horas excedentes, também conhecido como a MAIS-VALIA, pertence ao
capitalista.
A compreensão desse processo de apropriação do excedente é crucial para
compreender o revolucionário projeto de Karl Marx. A crítica moral condena o sistema
capitalista, que separa dos meios de produção, os trabalhadores, obrigando-os a vender sua
força de trabalho aos capitalistas. Portanto somente a regulação das relações de trabalho, não
seria o suficiente, então seria necessário pôr um fim ao sistema. Raymond Aron destaca que a
força sugestiva no conceito de mais-valia é embasar em teoria a possibilidade “que os
trabalhadores recuperem quantidades enormes de valor, monopolizadas pelos detentores dos
meios de produção.”(ARON,2005, p.14).
Primeiramente devemos entender com clareza os tipos de mais-valia presentes na
economia capitalista. Para isso vamos analisar um trecho da obra O Capital:
“A produção da mais-valia absoluta se realiza com o prolongamento da jornada de trabalho
além do ponto em que o trabalhador produz apenas um equivalente ao valor de sua força de
trabalho e com a apropriação pelo capital desse trabalho excedente. [...] [A mais-valia
relativa] pressupõe que a jornada de trabalho já esteja dividida em duas partes: trabalho
necessário e trabalho excedente. Para prolongar o trabalho excedente, encurta-se o trabalho
necessário com métodos que permitem produzir-se em menos tempo o equivalente ao salário.
A produção da mais-valia absoluta gira exclusivamente em torno da duração da jornada de
trabalho; a produção da mais-valia relativa revoluciona totalmente os processos técnicos de
trabalho e as combinações sociais”. (MARX, 2006b, p. 578 – meu grifo).
Nota-se então que existem dois tipos de mais-valia, a absoluta e a relativa. Na mais
valia-absoluta, o valor que é produzido pelo trabalhador aumenta sem que o tempo de trabalho
socialmente necessário seja alterado. Já na relativa, o tempo de trabalho é um valor que é
alterado, principalmente ocasionado pela introdução de novas tecnologias no processo
produtivo. Então notamos que Marx identificou no modelo do capitalismo uma tendência
decrescente da taxa de lucro, então diante da resistência social ao aumento da jornada de
trabalho, o capitalista recorre a investimentos em maquinários modernos e tecnológicos
substituindo assim o trabalho humano, e isso ocasiona um aumento na mais-valia relativa.

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