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Dtafarel João Guia

Ian Joel Gonçalves

Lúbio Luís Matimbe

Simbologias em Plantas Arquitetônicas, Cortes e Alçados

Licenciatura em construção de Engenharia Civil

Universidade Save

Maxixe

2024
Dtafarel João Guia

Ian Joel Gonçalves

Lúbio Luís Matimbe

Simbologias em Plantas Arquitetônicas, Cortes e Alçados

Trabalho de pesquisa de carácter


avaliativo por ser entregue na
cadeira de Praticas Tecnico
Profissional

Docente: Eng. Gerson F. Guiruta

Universidade Save

Maxixe

2024
Índice
1. Introdução: ................................................................................................................... 4
1.1. Objetivos .................................................................................................................. 4
Geral .................................................................................................................................... 4
1.1.1. Especifico ............................................................................................................. 4
1.2. Metodologia ............................................................................................................. 4
1.3. Normalizações ......................................................................................................... 5
2. Estrutura de Crescimento da Madeira: ........................................................................ 5
3. Madeiras mas Usadas em Moçambique ...................................................................... 6
3.1. Características Mecânicas, Aplicações e Classificações dos Tipos de Madeira ..... 7
4. Propriedades Técnicas da Madeira: ........................................................................... 12
5. Tipos de Madeiras Usadas na Construção Civil: ....................................................... 14
6. Instrumentos e Ferramentas Usadas em Oficinas de Carpintaria: ............................. 15
7. Conclusão: ................................................................................................................. 20
8. Referencias Bibliográficas ......................................................................................... 21
1. Introdução:
A madeira é um dos materiais mais antigos e amplamente utilizados na construção civil devido
às suas propriedades naturais, disponibilidade e facilidade de processamento.

Este trabalho científico investiga os tipos de madeiras comumente em Mocambique empregados


na construção civil, destacando sua estrutura de crescimento, propriedades físicas , sua
características, técnicas e as ferramentas utilizadas em oficinas de carpintaria.

Abordamos as características distintas de diversas espécies de madeira encontradas no nosso pais,


sua organização celular e padrões de crescimento. Além disso, exploramos as propriedades
mecânicas, térmicas e de durabilidade da madeira, fundamentais para sua aplicação na
construção. Por fim, descrevemos os principais instrumentos e ferramentas usados por
carpinteiros para moldar e trabalhar a madeira.

Este trabalho visa fornecer uma compreensão abrangente dos tipos de madeiras usadas na
construção.

1.1. Objetivos

Geral
 Explorar a utilização da Madeira na construção Civil em Mocambique

1.1.1. Especifico
 Abordar sobre a estrutura de crescimento da Madeira e a caracterização das mas usadas
em Moçambique;
 Identificar os tipos de madeiras usadas na construção Civil
 Descrever os instrumentos e ferramentas usadas em Oficina de Carpintaria

1.2. Metodologia

Pesquisa Bibliográfica: Realizamos uma revisão bibliográfica para explorar estudos e pesquisas
existentes sobre o uso da madeira na construção civil em Moçambique. Isso envolveu a busca em
bases de dados acadêmicas, como a Universidade Eduardo Mondlane, bem como a consulta de
livros, artigos científicos e teses relevantes.

Anteriormente conduzimos entrevistas no trabalho de Tema Transversal com profissionais


experientes no campo da construção civil e da indústria da madeira. Esses especialistas
compartilharam suas perspectivas sobre práticas locais, desafios e oportunidades relacionadas ao
uso da madeira. Essa abordagem nos permitiu obter informações qualitativas valiosas.(fig.1)

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Visitamos uma fábrica de processamento de madeira e outras instalações relevantes em
Moçambique. Durante essas visitas, observamos o uso real da madeira, coletamos dados
empíricos, como a funcionalidade de cada instrumento usado no local e documentamos as
técnicas de uso.

Fig.1: Observamos os Membros do grupo juntamente com um Profissional da Carpintaria


Maguiguane.

1.3.Normalizações
Essas normas técnicas servem para garantir a qualidade e a padronização da produção e
utilização adequada da madeira:

79 040 Madeira, troncos por serrar e madeira serrada


NM 68: 2008 -Ed. 1 -44p. -Poste de eucalipto, cruzetas, travessas de distribuição de energia e
sistemas telefónicos
NM 176: 2010 -Ed. 1 -48p. -Classificação da madeira serrada
NM 241: 2010 -Ed. 1 -20p. -Madeira serrada – Terminologia
NM 502: 2013 -Ed. 1 -08p. -Madeira serrada de coníferas – Dimensões nominais

2. Estrutura de Crescimento da Madeira:


Uma arvore é composta pela raiz, pelo caule e pela copa, onde a raiz fixa a arvore ao solo e dele
retira agua contendo minerais dissolvidos, isto é, a seiva bruta, necessária ao desenvolvimento do
vegetal. O tronco ou caule, sustenta a copa com as ramificações e conduz, por capilaridade, tanto
a seiva bruta, desde a raiz ate as folhas da copa, como a seiva elaborada, das folhas para o lenho
em crescimento.

Considerando o tronco como a parti útil para a produção de peças de madeira natural para
material de construção, examinemos a sua constituição:

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Fig.2: secção transversal do tronco.(estrutura II)

CASCA é a camada protetora dos tecidos da árvore


LÍBER é a camada geradora da casca e nela circula a seixa elaborada
CÂMBIO VASCULAR é oque dá origem à madeira
BORNE é de cor clara, permite a circulação da seiva e é a camada mais jovem que se transforma
em cerne
CERNE é o tecido lenhoso com uma Cor escura e é a parte usada na construção;
MEDULA é o centro do tronco tem uma forma cilíndrica e é mais macia do que a madeira
envolvente.

Anéis de crescimento:
Registam a idade da arvore, anualmente temos dois tipos de anéis, o da primavera que apresenta-
se mais claro, com células largas de paredes finas, e outra a de aparência mas escura e de paredes
mas grossas são chamadas de anéis de outono.

De acordo com a germinação e crescimento:

ENDÓGENAS – desenvolvimento de dentro para fora – não servem para estruturas


Ex.: Palmeiras; Bambus...
EXÓGENAS – desenvolvimento de fora para dentro – servem para produção estrutural
Ex.: Ipê; Peroba; Pinho do Pará...

Variações na estrutura de crescimento:


RAIOS LENHOSOS – são um conjunto de células transversais radias cuja função principal e o
transporte e armazenamento de nutrientes. Nas Lâminas radias mortas no cerne e vivas no borne ;
Favorecendo o fendilhamento da madeira

3. Madeiras mas Usadas em Moçambique


Em Moçambique existem muitos e muitos tipos de madeira. Dentre eles os mais destacados e
utilizados em Moçambique são os seguintes: Pau-Preto; Pau- Rosa e pau-ferro; Chacate
Preto; andalo; Jambire; Chanfuta; Umbila; Mecrusse; Monzo; Afrormosia;

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3.1. Características Mecânicas, Aplicações e Classificações dos Tipos de Madeira

PAU-PRETO
Nome cientifico: Dalbergia melanoxylon.
Familia: Leguminosae (legume).
Outros nomes: Mozambique Ebony, Ebene, Mpingo, Mufunjo,
Banbanus, Mukelete.
Região de Origem: África Oriental e África Ocidental.
A madeira: A madeira tem uma cor uma cor negra. É extremamente
dura pois tem uma massa volúmica de cerca de 1250Kg/m3 com uma
humidade de 12%.
Secagem: Esta madeira seca lentamente e existe o risco de criar
bastantes fendas durante a secagem.
Corte da madeira: Esta madeira, apesar de bastante dura, é bastante simples de trabalhar.
Utilizações: Esta madeira é bastante utilizada em instrumentos musicais, artesanato e outro tipo
de aplicações diversas tais como cachimbos, tabuleiros de xadrez, cabos de facas e outros.

PAU- ROSA
Nome cientifico: Swartizia Madagascariensis Familia: Leguminosae
(legume)
Outros nomes: Cimbe, Nacuata, Boto, Oken, Kisasamba, Pau Rosa
(Tanzânia)
Região de Origem: Moçambique, África do Sul, Zaire, Congo, Gabão,
Costa do Marfim

A madeira: A madeira tem uma cor avermelhada com um forte tom de


castanho. Tem uma massa volúmica de 1010 Kg/m3 com 12 % de humidade o que torna esta
madeira extremamente dura
Secagem: Esta madeira seca lentamente com um risco de deformação mínimo.
Corte da madeira : O corte da madeira é bastante complicado devido à dureza da madeira.
Utilizações: Esta madeira é bastante utilizada em soalho e mobiliário.

CHACATE

Nome cientifico: Guibourtia conjugata

Familia: Leguminosae (legume)

Outros nomes: chacate Preto

Região de Origem: Moçambique e África do Sul

A madeira: A madeira é bastante escura possuindo estreitos fios

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longitudinais de cor castanho claro

Secagem: Esta madeira seca lentamente apesar da sua elevada densidade

Corte da madeira: Esta madeira é fácil de trabalhar podendo ser serrada facilmente.

Utilizações: O chacate é uma madeira bastante utilizada para mobiliário

SANDALO

Nome cientifico: Spirostachys africana

Familia : Euphorbiaceae

Outros nomes: Tomboti, Zunvorre

Região de Origem: África Oriental

A madeira : A madeira caracteriza-se pelo seu perfume agradável que


é inigualavel. A madeira tem uma cor negra. É extremamente dura pois
tem uma massa volúmica de cerca de 1041Kg/m3 com uma humidade de 12%.

Secagem: Esta madeira seca rapidamente sem o risco de fendas ou deformação

Corte da madeira: Esta madeira, apesar de bastante dura, é bastante simples de trabalhar

Utilizações: Esta madeira é bastante rara pelo que é utilizada apenas no fabrico de objectos de
luxo

JAMBIRE

Nome cientifico: Millettia Stuhlmannii

Familia: Leguminosae (legume)

Outros nomes: Panga-Panga, Jambire, Messara, Mpande, Awoung

Região de Origem: África Oriental

A madeira: A madeira é bastante escura podendo ir de uma cor negra

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até a um castanho bastante escuro. A madeira tem uma massa volúmica de 800-870 kg/m3 a 12%
de humidade.

Secagem: Esta madeira seca lentamente com um risco de deformação mínimo.

Corte da madeira: Esta madeira é extremamente dura pelo que exige ferramentas de corte de
elevada qualidade.

Utilizações: Esta madeira é bastante utilizada em mobiliário e soalhos.

CHANFUTA

Nome cientifico: Afzelia Quanzensis

Familia: Leguminosae (legume)

Outros nomes: Pod-Mahogany, Mahogany Bean, Chanfuta,


Peulmanhonia, Mkehli, Uvala, Papao, Pauconta, Lingue, Kpendei,
Bolengu

Região de Origem: África Central, Oriental e Ocidental

A madeira: A madeira é clara quando ainda verde após ser serrada. No entanto, a exposição ao
ar torna a madeira num vermelho acastanhado de grande beleza natural. A madeira tem uma
massa volúmica a 12% de 753-801 kg/m3

Secagem: Esta madeira seca lentamente com um risco de deformação mínimo.

Corte da madeira : Esta madeira é extremamente dura pelo que exige ferramentas de corte de
elevada qualidade cujos ângulos de corte terão de ser perfeitamente ajustados.

Utilizações : Esta madeira é muito utilizada na indústria naval pela sua grande durabilidade e
resistência. Outro segmento de aplicações são o mobiliário, portas, janelas, parquets e escadas de
elevada qualidade.

Disponibilidade comercial: Disponível em diversas qualidades e dimensôes na maioria das


províncias madeireiras do país. Exportada em barrotes, pranchas e parquete para diversos
mercados.

UMBILA

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Nome cientifico: Pterocarpus Angolensis

Familia : Leguminosae (legume)

Outros nomes: Imbila, Umbila, Mebila, Muninga

Região de Origem: Tanzânia, Zambia, Moçambique, Zimbabwe e


África do Sul.

A madeira: A madeira tem uma cor clara que progride para uma cor
amarelada com tons de castanho

Secagem: Esta madeira seca rapidamente com um risco de deformação mínimo.

Corte da madeira: O corte da madeira é bastante simples tanto à mão como utilizando
ferramentas

Utilizações: Esta madeira é bastante utilizada em mobiliário, indústria naval e construção em


geral

Disponibilidade comercial: vastamente comercializada tanto no mercado interno como externo.


Presentemente exportada em tábuas para CEE, mercado asiático (china), RSA e USA. Pode ser
adquirida na maioria das províncias madeireiras.

MECRUSSE

Nome cientifico: Androstachys johnsonii

Familia: Leguminosae (legume)

Outros nomes: Lebombo, IronWood, Mezimbite, Nsimbitsi Região


de Origem: África Oriental

A madeira: A madeira tem uma cor amarelada que progride para um


castanho aclarado à medida que se converge para o interior do tronco.
Tem uma massa volúmica de 920 Kg/m3 com 12 % de humidade o
que torna esta madeira extremamente dura

Secagem: Esta madeira seca lentamente com um risco de deformação mínimo.

Corte da madeira: O corte da madeira é bastante complicado devido à dureza da madeira.

Utilizações: Esta madeira é bastante utilizada essencialmente em soalhos. É também utilizada na


indústria naval e mobiliário.

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Conservação: Muito resistente ao ataque de fungos e insetos incluindo térmites, porém a árvore
em pé é atacada por um tipo de fungo que desorganiza o seu lenho. Difícil de secar mostrando
tendência à abertura de fendas superficiais. Extremamente difícil de impregnar emprofundidade

MONZO

Nome cientifico: Combretum Imberbe

Familia: Leguminosae (legume)

Outros nomes: Leadwood

Região de Origem: Sudeste de África

A madeira: É uma madeira escura que pesa cerca de 1200 Kg com


uma humidade de 12%.

Secagem: Esta madeira seca bastante bem e rapidamente, sem que se verifiquem deformações.

Corte da madeira : Por ser bastante dura, esta madeira oferece alguma resistência durante o
corte.

Utilizações: Esta madeira é utilizada na produção de mobiliário e parquets.

AFRORMOSIA

Nome cientifico: Pericopsis Angolensis

Familia: Leguminosae Papilionatae

Outros nomes: Ayin, Egbi, Assembla

Região de Origem: Moçambique, Costa do Marfim, Nigéria, Gana

A madeira: A madeira tem um tom amarelado escuro, semelhante ao


da Teca.

Secagem: Esta madeira seca lentamente com baixo nível de deformação.

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Corte da madeira: Esta madeira é relativamente simples de trabalhar, tanto mais que o
acabamento da colagem é fácil.

Utilizações: Esta madeira é utilizada na produção de parquets e mobiliário.

4. Propriedades Técnicas da Madeira:


Propriedades Organoléticas

As propriedades organoléticas da madeira são aquelas que impressionam os órgãos sensitivos,


sendo elas: cor, grã, textura e desenho que se apresentam no material, bem como odor e sabor,
e são diretamente ligadas ao seu valor decorativo e ornamental, e aos usos onde o cheiro e gosto
de produtos armazenados/embalados com a madeira possam ser alterados.

Anisotropia - diz-se de um corpo fisicamente homogêneo, mas cujos valores de certas


propriedades físicas e químicas variam com a direção: longitudinal, radial e transversal.

Fig.: Representações dos cortes Longitudinal, transversal e radial.

O corte longitudinal envolve cortar a madeira ao longo das fibras, seguindo o sentido do
comprimento da peça.
Existem duas principais superfícies resultantes desse corte:
Superfície tangencial: É o plano de corte longitudinal, perpendicular aos raios e tangencial às
camadas de crescimento da árvore.
Superfície radial: É o plano de corte longitudinal que passa pelo centro do tronco,
paralelamente aos raios e perpendicularmente às camadas de crescimento.

Aplicações e Observações: O corte longitudinal é usado para produzir tábuas, pranchas, vigas e
outros componentes de madeira. Ao observar um corte longitudinal em um tronco de árvore,
podemos ver os anéis circulares concêntricos, que representam o crescimento anual da árvore.
Essa seção também revela detalhes como o cerne (parte mais antiga), o alburno (parte mais
recente) e os raios da madeira.

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Serra Circular para Corte Longitudinal: Nas marcenarias, uma das serras mais utilizadas para
o corte longitudinal é a serra circular. Ela permite realizar cortes precisos ao longo das fibras da
madeira, seguindo o sentido mais longo da peça.
Essa serra possui variações em termos de número de dentes e diâmetros, adaptando-se a
diferentes necessidades de corte.

Propriedades Físicas e Mecânicas

Umidade
Água de Constituição é a parte integrante da matéria lenhosa
Água de Impregnação ou Adesão - retida pelas membranas ou paredes de matéria lenhosa
Água Livre - enche as fibras lenhosas, desaparece depois do derrube ou corte da árvore
Dureza
Depende de fatores como: Quanto mais velha – maior será a dureza;
A madeira do cerne é mais dura do que a do borne;
A madeira de árvores de crescimento lento é mais dura do que as de crescimento rápido
Dilatação Térmica
A dilatação térmica é minorada pela retração, que age no sentido contrário, devido a perda de
umidade que acompanha o aumento de temperatura. O coeficiente de dilatação na direção
transversal é 8x maior do que na direção longitudinal.
Retração e inchamento
É a propriedade de alterar suas dimensões e volume quando o teor de umidade varia até 30% de
umidade. Abaixo de 30% de umidade o inchamento e a retração são proporcionais ao teor de
umidade.

Fig.: fendas da retração

O esforço que uma peça de madeira pode suportar é afetado de forma expressiva pela direção da
carga aplicada em relação à direção das fibras ou traqueóides, à duração da carga, massa
específica, teor de umidade e temperatura da madeira.

Elasticidade é a propriedade da madeira sólida que a possibilita retomar à sua forma original,
após a remoção da carga aplicada que causou certa deformação. As propriedades elásticas
(reversíveis) são características de corpos sólidos, observadas quando a deformação causada pela
carga aplicada se situa abaixo do limite proporcional de elasticidade; quando a carga se situa
cima deste limite, ocorrerão também deformações plásticas (irreversíveis), seguidas pela ruptura
do material.

Propriedades térmicas

A madeira possui quatro propriedades térmicas de importância, sendo elas:


a) Condutividade térmica: representa a medida da taxa de fluxo de calor através da madeira
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submetida a um gradiente de temperatura, expressa em Kcal/m.h.oC;
b) Calor específico: representa a quantidade de energia térmica necessária para causar a troca de
uma unidade de temperatura em uma unidade de massa do material, expressa em kcal/ kg .oC;
c) Transmissão térmica: representa a medida do quão rápido um material pode absorver
temperatura de suas imediações, expressa em m2/h; e
d) Coeficiente de expansão térmica: representa a medida da troca de dimensão causada pela
troca de temperatura, expressa em mm/ oC.

Propriedades acústicas

Isolamento do som: Para conseguirmos adequado isolamento do som, devemos diferenciar os


dois casos supracitados, ou seja: Propagação do som pelo ar e propagação do som por
materiais sólidos, levando-se em conta as seguintes considerações:
a) Propagação sonora no ar: a acústica de recintos depende da relação entre o som
refletido e/ou absorvido pelos seus diferentes materiais de construção.
b) Propagação do som de um ambiente para outro pelas paredes: O choque de ondas
sonoras que se propagam no ar, incidentes sobre uma parede, faz com que a parede entre
em vibração e as propague do outro lado da parede.
c) Propagação sonora por material sólido: Este tipo de som normalmente é produzido
pelo ato de pisar sobre pisos e recintos em andares superiores, ou por queda de objetos,
batidas, vibrações ou outras formas similares, propagando-se por intermédio do material
de construção.

5. Tipos de Madeiras Usadas na Construção Civil:


Na construção civil, a madeira é utilizada de diversas formas em usos temporários, como: fôrmas
para concreto, andaimes e escoramentos. De forma definitiva, é utilizada nas estruturas de
cobertura, nas esquadrias (portas e janelas), nos forros e pisos.

Os produtos de madeiras utilizados na construção variam desde peças com pouco ou nenhum
processamento – madeira roliça – até peças com vários graus de beneficiamento, como:
madeira serrada e beneficiada, lâminas, painéis de madeira e madeira tratada com
produtos preservativos.

Construção civil pesada interna - Engloba as peças de madeira serrada na forma de vigas,
caibros, pranchas e tábuas utilizadas em estruturas de cobertura.

Construção civil leve externa e leve interna estrutural - Reúne as peças de madeira serrada na
forma de tábuas e pontaletes empregados em usos temporários (andaimes, escoramento e fôrmas
para concreto) e as ripas e caibros utilizadas em partes secundárias de estruturas de cobertura.

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Construção civil leve interna decorativa - Abrange as peças de madeira serrada e beneficiada,
como forros, painéis, lambris e guarnições, onde a madeira apresenta cor e desenhos
considerados decorativos.

Construção civil leve interna de utilidade geral - São os mesmos usos descritos acima, porém
para madeiras não decorativas.

Construção civil leve, em esquadrias - Abrange as peças de madeira serrada e beneficiada,


como portas, venezianas, caixilhos. A referência é a madeira de pinho-do-paraná (Araucaria
angustifolia).

Construção civil assoalhos domésticos - Compreende os diversos tipos de peças de madeira


serrada e beneficiada (tábuas corridas, tacos, tacões e parquetes)

Madeiras Maciças

Madeira bruta – usada em forma de troncos para postes, escoramentos, estacas, etc.
Madeira falquejada – seção quadrada ou retangular, utilizada em postes de madeira, cortinas
cravadas, estacas.
Madeira serrada – mais utilizada. Os troncos são desdobrados nas serrarias em dimensões
“padronizadas”.

Industrializadas

Madeira laminada e colada – usada largamente na Europa. A madeira é cortada em lâminas e


coladas sob pressão com adesivo à prova de água.
Madeira compensada – as lâminas são coladas com as fibras em sentido alternado.
Madeira reconstituída – as fibras são unidas por pressão com ou sem adição de ligante.
Madeira aglomerada – formada por lâminas impregnadas de material ligante. Sem fim estrutural.

6. Instrumentos e Ferramentas Usadas em Oficinas de Carpintaria:


Ferramentas manuais:

Serrote: ferramenta utilizada para cortar madeira em diferentes ângulos e tamanhos. Martelo:
utilizado para pregar pregos e fixar peças de madeira.

Fig.: serrote (diafer-2021)

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Formão: ferramenta utilizada para fazer encaixes e entalhes em peças de madeira.

Fig.: formao (dreamstime-2018)

Plaina: serve para nivelar e alisar superfícies de madeira, deixando-as mais uniformes e lisas.

Fig.: Plaina (dreamstime-2018)

Ferramentas elétricas:

Traçadeira - Serve para proporcionar produtividade, corte preciso e de qualidade com apenas
um único operador. Oferecendo uma baixa necessidade de mão-de-obra especializada.

Fig.: Traçadeira de Maguiguane (font: dos autores - 2023)

Serrote de Fita - Destacam-se pela sua versatilidade. Funcionam através da movimentação


constante de uma fita de metal, podem fazer todos os tipos de cortes em praticamente todo o tipo
de material, o que torna elas ferramentas essenciais para quem precisa de cortes de variados tipos
e tamanhos.

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Fig.: Serrote de Fita de Maguiguane (font: dos autores - 2023)

Tupia - Ferramenta que permite fazer entalhos, ranhuras e detalhes minuciosos assim como
furos ovais.

Fig.: Tupia de Maguiguane (font: dos autores - 2023)

Garlopa Automática - Ferramenta que serve para alisar e limpar a madeira de forma fácil e
rápida

Fig.: Garlopa Automática de Maguiguane (font: dos autores - 2023)

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Respigadeira - Maquina essencial para peças de madeira maciça, pois não e possível fazer
espigas com resistência satisfatória. A operação realizada nestas maquinas e a confecção de
espigas que servem para encaixe entre as pecas.

Fig.: Respigadeira de Maguiguane (font: dos autores - 2023)

Desengrossadeira - Maquina que serve para corrigir a espessura da madeira

Fig.: Desengrossadeira de Maguiguane (font: dos autores - 2023)

Lixadeira - Maquina projetata para serviços de lixamento pesado e possui calcador, mecanismo
próprio para lixamentos em determinados pontos da peça.

Fig.: Lixadeira de Maguiguane (font: dos autores - 2023)

Equipamentos de segurança:

Abafadores de Ruido- São protectores auriculares e tampões que servem de protecção contra
ruídos.

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Fig.: abafador de ruido ( contanet - EPIs )

Mascara Respiratórias - São aparelhos filtrantes próprios contra cada tipo de contaminante do
ar.

Fig.: mascara respiratória ( contanet - EPIs )

Óculos de protecção ou Viseiras- São usadas como medida de protecção contra pequenas
partículas nocivas a visão encontradas no local do trabalho.

Fig.: Óculos de Segurança (Frionel COD: 160555)

Luvas- São feitas em diversos materiais e tamanhos conforme os riscos contra os quais se quer
proteger: mecânicos, químicos, biológicos, térmicos ou eléctricos.

Fig.: Luvas usadas (dreamstime-2018)

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7. Conclusão:
Na elaboração do seguinte trabalho concluiu-se que a madeira continua a desempenhar um papel
vital na construção civil em Moçambique devido à sua versatilidade, durabilidade e estética.
Moçambique é um pais em via de desenvolvimento, a compreensão da estrutura da Madeira do
seu crescimento, das suas propriedades técnicas e as ferramentas necessárias para trabalhá-la é
essencial para o sucesso de projetos de carpintaria e construção em Moçambique. A construção
civil e outras áreas da construção no nosso pais são dependentes dos matérias produzidos pela
Madeira.

Este trabalho fornece uma base sólida para profissionais e entusiastas que desejam explorar o
potencial da madeira na construção civil em Mocambique.

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8. Referencias Bibliográficas
ANGYALOSSY-ALFONSO, V. Caracterização anatômica do lenho e da casca das
principais espécies de Eucalyptus L´Herit. cultivadas no Brasil. São Paulo : USP/IB, 1987.
(Tese de doutorado)

BERNI, C. A.; BOLZA, E.; CHRISTENSEN, F.J. South American Timbers – The
Caracteristics, Properties and Uses of 190 Species. CSIRO, 1979.

INSTITUTO DE PESQUISAS TECNOLÓGICAS DO ESTADO DE SÃO PAULO - IPT Fichas


de Características das Madeiras Brasileiras. 2a ed. São Paulo: IPT, 1989a. 418p. (publicação
IPT No 1791).

JANKOWSKY, I. P. (Coord.) Madeiras Brasileiras. Caxias do Sul: Spectrum, 1990. vol. 1.


172p.

JESUS, M. A.; MORAIS, J. W.; ABREU, R. L. S.; CARDIAS, M. F. C. Durabilidade natural de


46 espécies de madeira amazônica em contato com o solo em ambiente florestal. Scientia
Forestalis, n. 54, p. 81-92, 1998.

LOPEZ, G. A. C. Resistência natural de madeiras nacionais a xilófagos marinhos. In: I


ENCONTRO BRASILEIRO DE PRESERVAÇÃO DE MADEIRAS, 1982. Anais. p. 167-175.

ROCHA, F. T.; LOPEZ, G. A. C.; SPEGEORIN, L.; YOKOMIZO, N. K. S.; MONTAGNA, R.


G.; FLÖRSHEIM, S. M. B. Durabilidade natural de madeiras em contato com o solo: V -
Avaliação Final. Revista do Instituto Florestal, n. 12, p. 59-66, 2000.

SILVA, J. C. Preservação: Durabilidade natural e preservação - Resistência natural d madeira ao


ataque de cupins. Revista da Madeira, p. 82-84, 2001. Número especial.

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