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A retirada dos subsídios aos combustíveis: Uma medida necessária?

Recentemente, o governo de Angola anunciou a retirada dos subsídios aos combustíveis,


uma medida que gerou controvérsias e levantou questionamentos sobre seus impactos na
economia do país. Essa decisão foi tomada em meio a um acordo de financiamento com o
Fundo Monetário Internacional (FMI), que vem trazendo uma série de reformas econômicas
ao país.

Os subsídios aos combustíveis eram uma prática comum em Angola, visando manter os
preços baixos para a população e estimular o crescimento econômico. No entanto, essa
política resultava em altos custos para o governo, que precisava arcar com os prejuízos
causados pela diferença entre o preço internacional dos combustíveis e o valor cobrado dos
consumidores.

Com a retirada dos subsídios, os preços dos combustíveis no mercado interno aumentaram
significativamente, o que causou uma forte reação por parte da população, que se viu
obrigada a arcar com os novos custos. Esse aumento de preços também teve impactos
directos na inflação, aumentando o custo de vida e afectando principalmente as classes
mais vulneráveis da sociedade.

Por outro lado, a retirada dos subsídios é uma das medidas exigidas pelo FMI como parte
do acordo de financiamento com o país. Muitos países que estabeleceram acordo de
financiamento com o FMI, tiveram uma crise social muito latente. O que faz com que nos
questionemos sobre a eficácia de um acordo com o FMI. O FMI leva o “diabo” às economias
que financia? Deixo para que analisem. O Fundo Monetário Internacional tem como objetivo
promover a estabilidade econômica e o desenvolvimento sustentável, e para isso, exige
uma série de reformas estruturais nos países que solicitam seu auxílio financeiro. Por outras
palavras, eles querem o reembolso do seu capital a tempo e hora e a qualquer custo.

Apesar dos desafios enfrentados pela população angolana com a retirada dos subsídios aos
combustíveis, a medida é vista como necessária para garantir a saúde financeira do país no
longo prazo. Com a redução dos gastos com subsídios, o governo terá mais recursos
disponíveis para investir em áreas prioritárias, como saúde, educação e infraestrutura. É
isso que se espera para Angola.

A parceria com o FMI traz benefícios visíveis, como o acesso a financiamentos a taxas mais
favoráveis e o estímulo ao crescimento econômico sustentável. No entanto, é importante
que o governo de Angola implemente políticas sociais e econômicas que possam mitigar os
efeitos negativos da retirada dos subsídios, garantindo que a curto prazo a população mais
vulnerável não seja prejudicada, como já tem acontecido, pois, os impactos negativos dessa
retirada são vistos a olho nu. A subida no preço dos táxis, a inflação que cresce dia após dia
e o poder de compra da população que cai vertiginosamente, levam o país a <<falência
histórica>>.

Será que a promessa do governo manifestada no OGE de 2024 de reduzir a inflação para
os 15 pontos percentuais será concretizada? Haver vamos. É necessário que se sente com
todos para resolver tamanho “dikulo”. Pois com a retirada dos subsídios aos combustíveis,
prevê-se que a inflação continue a atingir números históricos.
Em resumo, a retirada dos subsídios aos combustíveis em Angola é um tema complexo e
que gera debates acalorados. É essencial que o governo angolano adote medidas políticas
e sociais para garantir que essa transição seja feita de forma justa e equitativa, visando o
bem-estar da população e o desenvolvimento sustentável de Angola.

Autor: Fernando Massiala

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