Você está na página 1de 32

Plano de Gerenciamento de Resíduos Sólidos – PGRS

Indústria e Comércio de Calçados Impacto Ltda

- PLANO DE GERENCIAMENTO DE
RESÍDUOS SÓLIDOS -
- PGRS -
Plano de Gerenciamento de Resíduos Sólidos – PGRS
Indústria e Comércio de Calçados Impacto Ltda

APRESENTAÇÃO

Apresenta-se a seguir o Plano de Gerenciamento de Resíduos Sólidos Industriais do


empreendimento Indústria e Comércio de Calçados Impacto Ltda, localizada no município de
Nova Serrana/MG. O mesmo foi desenvolvido para cumprimento das obrigações ambientais em
relação a legislação estadual.
Para tal, atende se a lei 12.305/2010 artigo 21, que institui a Política Nacional de
Resíduos Sólidos e também a Norma Técnica NBR 10.004 da ABNT que fornece a identificação,
caracterização, classificação e disposição transitória final, bem como os procedimentos
operacionais necessários ao efetivo controle ambiental no manejo e disposição adequados dos
resíduos sólidos gerados pelas atividades industriais.
Plano de Gerenciamento de Resíduos Sólidos – PGRS
Indústria e Comércio de Calçados Impacto Ltda

INTRODUÇÃO

Pode-se entender por resíduos sólidos no presente trabalho, os rejeitos em estado sólido
que resultam das atividades industriais do empreendimento.
Este trabalho contempla além dos resíduos de origem industrial gerados na unidade
fabril, que se apresentam no estado sólido, certos materiais no estado líquido cujas
particularidades tornam inviável o seu lançamento nas redes ou em quaisquer coleções hídricas,
sem que exijam para isso, soluções técnicas e economicamente inviáveis face à melhor
tecnologia disponível.
O desenvolvimento sustentável das atividades produtivas torna necessário na indústria a
operação do fluxo racional de produtos e resíduos através de um plano de gerenciamento em que
seja considerada a dificuldade de disposição ou transformação desses rejeitos sem o risco de
alterações negativas na conservação dos recursos naturais e equilíbrio do meio ambiente.
Plano de Gerenciamento de Resíduos Sólidos – PGRS
Indústria e Comércio de Calçados Impacto Ltda

1. DESCRIÇÃO DO EMPREENDIMENTO

Indústria e Comércio de Calçados Impacto Ltda é uma sociedade empresarial limitada que
tem por objetivo produzir, comercializar e importar calçados, sendo administrada e gerenciada
por seus sócios: Glauciane Ferreira Santos e Glaender José Santos, ambos com larga experiência
no ramo estando no mercado desde 2010.

1.1. Razão Social : Indústria e Comércio de Calçados Impacto Ltda


1.2. CNPJ: 12.485.237/0001-99
1.3 Insc. Estadual: 001655984.00-26
1.4 Endereço: Rua D, nº 368, Galpão 01 - Terreo, Bairro Jardim Padre Liberio
1.5 Município: Nova Serrana
1.6 CEP: 35.523-180
1.7 Telefone: (37) 3225-1684

2. DESCRIÇÃO DA ATIVIDADE

O empreendimento possui como atividade principal a fabricação de calçados em geral


(exceto em couro), sendo uma atividade não listada na Deliberação Normativa COPAM nº
217/2017, portanto não passível de Licenciamento Ambiental pelo Conselho Estadual de Política
Ambiental – COPAM, porém ainda de acordo com a DN 74 possui uma AAF sob n° PA
01448/2017/001/2017. A empesa desenvolve também a atividade de serigrafia, sendo esta uma
atividade listada na Deliberação Normativa COPAM nº 217/2017, sob o código F-06-03-3, com
fator locacional 0 e área construída menor que 0,02 ha, assim enquadrando como não passível de
Licenciamento Ambiental, onde atualmente possui Dispensa Ambiental.
Os produtos finais não possuem quaisquer características físicas ou químicas que mereçam
destaque do ponto de vista toxicológico ou quem impliquem algum tipo de periculosidade na sua
armazenagem, transporte, uso ou disposição final.
Plano de Gerenciamento de Resíduos Sólidos – PGRS
Indústria e Comércio de Calçados Impacto Ltda

3. INFORMAÇÕES CADASTRAIS DA RESPONSABILIDADE TÉCNICA

CECILHA CAMPOS E SILVA

• Graduação em Engenharia Ambiental e Sanitária pela Universidade Presidente Antônio


Carlos - UNIPAC - Bom Despacho/MG
• Pós Graduação em Engenharia de Segurança do Trabalho pela Universidade de Itaúna –
UIT – Itaúna/MG
• Contato: (37) 3226-9150
• Email: engenharia.omegaconsultoria@gmail.com

Nova Serrana, 17 de novembro de 2020

Cecilha Campos e Silva


Engenheira Ambiental e Engenheira de Segurança do Trabalho
CREA MG 144.401/D
Plano de Gerenciamento de Resíduos Sólidos – PGRS
Indústria e Comércio de Calçados Impacto Ltda

4. DIAGNÓSTICO DOS RESÍDUOS SÓLIDOS GERADOS NO EMPREENDIMENTO

O processo produtivo utilizado na unidade industrial consiste em produção de calçados.


Inicialmente as matérias primas e insumos adquiridos são estocados em área específica
(almoxarifado) e devidamente acondicionados por classe à espera da utilização. Após o processo
de produção há geração de resíduos dos setores: Administrativo, sanitários, refeitório e da
produção propriamente dita.
Em atendimento as exigências da Deliberação Normativa COPAM 07/81, os resíduos
gerados em cada etapa do processo foram diagnosticados na tabela abaixo, classificados e
relacionados quanto à origem, volume e caracterização, sendo estabelecido um volume de
geração conforme média gerada partindo dos dados de coleta mensal.
Os resíduos gerados são encaminhados para receber destinação final a uma empresa
licenciada para este fim. Antes de receber destinação final os mesmos ficam armazenados no
empreendimento, onde deve ser construído o depósito de resíduos com as devidas adequações.
A empresa responsável pela coleta dos resíduos no empreendimento é denominada: Mega
Soluções Ambientais Ltda, estabelecida a Rua Lavínia Queiroz, nº 1445, Galpão, Município de
Nova Serrana, cuja Licença de transporte e armazenamento de resíduos está sob n°
44317742/2019.

4.1 CARACTERIZAÇÃO DOS RESÍDUOS SÓLIDOS

Para a caracterização dos resíduos gerados no empreendimento observaram-se todos os


setores e atividades realizadas. No Quadro 1 encontram-se listados todos os resíduos, assim
como mencionado anteriormente, a identificação e quantificação dos mesmos, sendo
estabelecido um volume de geração conforme média gerada partindo dos dados de coleta mensal.
Também foram consideradas as orientações técnicas contidas na Norma Técnica NBR-
10.004/2004 da Associação Brasileira de Normas Técnicas quanto à classificação dos resíduos.
Plano de Gerenciamento de Resíduos Sólidos – PGRS
Indústria e Comércio de Calçados Impacto Ltda

Classe TAXA DE
DENOMINAÇÃO
ITEM ORIGEM (NBR GERAÇÃO /
DOS RESÍDUOS
10.004) MÊS
Resíduos provenientes do descarte
01 de embalagens de insumos II – A Papelão 82,79 kg/mês
utilizados no processo industrial.

Resíduos provenientes do descarte


02 de embalagens de insumos II – A Plásticos 36,14 kg/mês
utilizados no processo industrial.

Resíduos provenientes das


03 II – A Alumínio 1,52 kg/mês
instalações industriais.

Resíduos provenientes do processo


04 II – A Couraça 7,37 kg/mês
de corte.

Resíduos provenientes do processo


05 II – A Caçamba 0,18 kg/mês
de produção.

Resíduos provenientes do processo


06 II – A Tambor 2,18 kg/mês
de produção.

Resíduos provenientes do processo


07 II – A Curvim 700,87 kg/mês
de corte.

Resíduos provenientes do processo


08 II – A Espuma 28,76 kg/mês
de corte.

Resíduos provenientes do processo


09 II – A Nylon reciclável 38,5 kg/mês
de corte.

Resíduos provenientes do processo


10 II – A Carretel 3,02 kg/mês
de produção.

Resíduos proveniente do processo


11 II – A PP 17,38 kg/mês
de frequência.

Resíduos provenientes do processo


12 II - B EVA 529,04 kg/mês
de corte.

Resíduos provenientes do processo


13 II - B Geral II 11,33 kg/mês
de corte e da produção em geral.
Plano de Gerenciamento de Resíduos Sólidos – PGRS
Indústria e Comércio de Calçados Impacto Ltda

Resíduos provenientes do processo


14 II - B Entretela 12,29 kg/mês
de corte.

Resíduos provenientes do processo Nylon não


15 II - B 27 kg/mês
de corte. reciclável

Resíduos provenientes do processo


16 II - B Tênis com defeito 0,74 kg/mês
de produção.

Resíduos provenientes do processo


17 II - B Tubox 10,94 kg/mês
de corte.

Resíduos provenientes do processo


18 II - B Lona 14,84 kg/mês
de corte.

Resíduos provenientes do processo


19 I Galão contaminado 0,64 kg/mês
de produção.

Resíduos provenientes do processo


20 I Estopa contaminada 4,56 kg/mês
de produção.

Resíduos provenientes do processo Lata de


21 I 33,99 kg/mês
de produção. contaminada

Obs: Levantamento realizado no período de janeiro/2020 a outubro/2020.

5. RESPONSÁVEIS POR CADA ETAPA DO GERENCIAMENTO DOS RESÍDUOS


SÓLIDOS

Conforme informado no item 4, todos os resíduos gerados pelo empreendimento são


comercializados para a empresa licenciada Mega Soluções Ambientais Ltda, estabelecida a Rua
Lavínia Queiroz, nº 1445, Galpão, Município de Nova Serrana.
Todos os resíduos seguem para receberem tratamento final junto a empresas
devidamente licenciadas para este fim conforme descrito na tabela abaixo:
Plano de Gerenciamento de Resíduos Sólidos – PGRS
Indústria e Comércio de Calçados Impacto Ltda

RESPONSAVÉIS
DENOMINAÇÃO DOS DISPOSIÇÃO EMPRESA PELA
ITEM
RESÍDUOS
FINAL RECEPTORA DESTINAÇÃO
FINAL
Mega Soluções Mega Soluções
01 Papelão Reciclagem Ambientais Ltda Ambientais Ltda

Mega Soluções Mega Soluções


02 Plásticos Reciclagem Ambientais Ltda Ambientais Ltda

Mega Soluções Mega Soluções


03 Alumínio Reciclagem Ambientais Ltda Ambientais Ltda

Mega Soluções Mega Soluções


04 Couraça Reciclagem Ambientais Ltda Ambientais Ltda

Mega Soluções Mega Soluções


05 Caçamba Reciclagem Ambientais Ltda Ambientais Ltda

Mega Soluções Mega Soluções


06 Tambor Reciclagem Ambientais Ltda Ambientais Ltda

Mega Soluções Mega Soluções


07 Curvim Reciclagem Ambientais Ltda Ambientais Ltda

Mega Soluções Mega Soluções


08 Espuma Reciclagem
Ambientais Ltda Ambientais Ltda

Mega Soluções Mega Soluções


09 Nylon reciclável Reciclagem
Ambientais Ltda Ambientais Ltda

Mega Soluções Mega Soluções


10 Carretel Reciclagem
Ambientais Ltda Ambientais Ltda

Mega Soluções Mega Soluções


11 PP Coprocessamento Ambientais Ltda Ambientais Ltda

Essencis MG
Mega Soluções
12 EVA Coprocessamento Soluções
Ambientais Ltda
Ambientais S/A
13 Geral II Coprocessamento Essencis MG
Mega Soluções
Soluções Ambientais
Plano de Gerenciamento de Resíduos Sólidos – PGRS
Indústria e Comércio de Calçados Impacto Ltda

Ambientais Ltda S/A

Essencis MG
Mega Soluções
14 Entretela Coprocessamento Soluções Ambientais
Ambientais Ltda
S/A

Essencis MG
Mega Soluções
15 Nylon não reciclável Coprocessamento Soluções Ambientais
Ambientais Ltda
S/A

Essencis MG
Mega Soluções
16 Tênis com defeito Coprocessamento Soluções Ambientais
Ambientais Ltda
S/A

Essencis MG
Mega Soluções
17 Tubox Coprocessamento Soluções Ambientais
Ambientais Ltda
S/A

Essencis MG
Mega Soluções
18 Lona Coprocessamento Soluções Ambientais
Ambientais Ltda
S/A

Essencis MG
Mega Soluções
19 Galão contaminado Coprocessamento Soluções Ambientais
Ambientais Ltda
S/A

Essencis MG
Mega Soluções
20 Estopa contaminada Coprocessamento Soluções Ambientais
Ambientais Ltda
S/A

Essencis MG
Mega Soluções
21 Lata de contaminada Coprocessamento Soluções Ambientais
Ambientais Ltda
S/A

6. PROCEDIMENTOS OPERACIONAIS RELATIVOS AS ETAPAS DO


GERENCIAMENTO DE RESÍDUOS SÓLIDOS

A maior parte dos resíduos sólidos industriais são frequentemente tratados ou dispostos
em locais distantes do seu ponto de geração. O envio de um resíduo do ponto de geração até o
seu destino final envolve geralmente a coleta, o acondicionamento, o transporte e
armazenamento dentro da própria indústria e a coleta e transporte até o local de tratamento ou
Plano de Gerenciamento de Resíduos Sólidos – PGRS
Indústria e Comércio de Calçados Impacto Ltda

disposição final. A fase interna é de responsabilidade exclusiva do empreendedor, enquanto que


a fase externa é de responsabilidade da empresa contratada especializadas no setor, tornando
então, através da legislação vigente, o empreendedor corresponsável por qualquer acidente de
contaminação, que porventura venha a ocorrer.
A seguir, serão apresentados os aspectos operacionais mais importantes a serem
considerados nas etapas de gerenciamento resíduos sólidos industriais.

6.1 Segregação

A segregação dos resíduos dentro da indústria e nos locais de tratamento ou disposição é


extremamente importante para o gerenciamento dos mesmos; e tem como objetivos: evitar a
mistura de resíduos incompatíveis, contribuir para que os resíduos que possam ser recuperados
ou reciclados tenham sua qualidade preservada e diminuir o volume de resíduos perigosos ou
especiais a serem tratados ou dispostos.
Em um processo industrial, de forma geral, existem resíduos que poderiam ser
recuperados ou reciclados. Na medida em que possam retornar ao próprio processo industrial ou,
então servir como matérias- primas para outras indústrias, isso se tornará uma fonte adicional de
renda ao empreendedor, porque se de um lado ele economiza na aquisição de matéria-prima, de
outro recebe pela venda de um resíduo sem despender recursos para seu transporte e disposição.
Para que um resíduo possa ser reutilizado ou reciclado ele precisa estar isento de
impurezas, sendo importante dedicar atenção especial à coleta e ao armazenamento, isto é, não
deverá ser misturado a qualquer outro.
A mistura indiscriminada de resíduos gerará, ainda, um maior volume a ser transportado,
tratado ou disposto, ocasionando aumento de custos em todo sistema.
Propõe-se que os resíduos gerados no empreendimento sejam segregados no local de
origem ou seja em cada setor do processo produtivo e acondicionados em recipientes adequados
para que possam ser posteriormente encaminhados ao destino final. Essa ação poderá ser
considerada como o primeiro passo para implantação de um programa de coleta seletiva na
empresa.

6.2 Classificação
Plano de Gerenciamento de Resíduos Sólidos – PGRS
Indústria e Comércio de Calçados Impacto Ltda

São considerados resíduos sólidos industriais aqueles que se encontram em estado sólido
e semi-sólido que resultam da atividade industrial, incluindo-se aqueles que são gerados em
equipamentos de controle de poluição, bem como determinados líquidos cujas particularidades
tornem inviável o seu lançamento na rede pública de esgotos ou corpos d’água, ou exijam para
isto, soluções economicamente inviáveis, em face da melhor tecnologia disponível.
As decisões técnicas e econômicas tomadas em todas as fases do trato dos resíduos
sólidos industriais (manuseio, acondicionamento, armazenagem, coleta, transporte e disposição
final) deverão estar fundamentadas na classificação dos mesmos.
Com base nesta classificação serão definidas medidas especiais de proteção necessárias
em todas as fases, bem como os custos envolvidos.
A norma NBR 10.004/2004 – “Resíduos Sólidos – Classificação”, classifica os resíduos
quanto aos seus riscos potenciais ao meio ambiente e à saúde pública, indicando quais resíduos
devem ter manuseio e destinação mais rigidamente controlados.
A classificação proposta baseia-se fundamentalmente nas características dos resíduos
reconhecidamente perigosos e em listagens de padrões de concentração de poluentes.
Genericamente, segundo a NBR 10.004/2004, os resíduos são agrupados em três classes:
- Resíduos Classe I – perigosos;
- Resíduos Classe II A – não inertes;
- Resíduos Classe II B – inertes.
A norma NBR 11.174 e NBR 12.235, apresenta os parâmetros necessários para
construção de um abrigo de resíduos com a instalação de áreas de armazenagem distintas, sendo
protegidas contra chuva, solo impermeabilizado, ventilação natural e, no caso da área que
abrigará os resíduos perigosos, recomenda-se o isolamento com porta e adesivos informativos.
Após a identificação de todos os resíduos gerados no empreendimento os mesmos foram
classificados de acordo com a NBR 10.004/2004, para que então possam ser acondicionados de
maneira adequada e em local adequado, que ainda deve ser construído para armazenamento até a
coleta a ser realizada pela empresa contratada.

6.3 Acondicionamento
Plano de Gerenciamento de Resíduos Sólidos – PGRS
Indústria e Comércio de Calçados Impacto Ltda

No acondicionamento dos resíduos sólidos os recipientes a serem utilizados deverão ser


constituídos de material compatível com os resíduos armazenados, serem estanques (ter
capacidade de conter os resíduos no seu interior), apresentar resistência física a pequenos
choques, durabilidade e compatibilidade com o equipamento de transporte, em termos de forma,
volume e peso.
A escolha do tipo de recipiente mais adequado dependerá, basicamente, das
características do resíduo, das quantidades geradas, do tipo de transporte a ser utilizado, da
necessidade ou não de tratamento da forma de disposição a ser adotada.
Propõe-se a utilização de dois tipos de recipientes: um menor colocado ao lado dos
pontos de geração do processo industrial e um maior instalado na área de armazenagem
(Depósito Temporário) da indústria. Na prática, os recipientes menores geralmente devem ser
tambores de 200 L, inteiros ou cortados ao meio, recipientes plásticos, tipo bombonas, sacos
plásticos ou de papel.
O recipiente deverá ainda possuir bordas arredondadas e alças que permitam o seu
manuseio. A adoção de um sistema de contenção e armazenamento deverá levar em conta
também o tipo de equipamento de transporte e o modo de seu carregamento.
Para melhor visualização apresenta-se a seguir um quadro com a forma de
acondicionamento dos resíduos na indústria.

ITEM RESÍDUO ACONDICIONAMENTO NA INDÚSTRIA


Deverão ser acondicionados em recipientes
01 Papelão
plásticos/metálicos próximo ao setor de geração.
Deverão ser acondicionados em recipientes
02 Plásticos
plásticos/metálicos próximo ao setor de geração.
Deverão ser acondicionados diretamente no depósito
03 Alumínio
classe II A.
Deverão ser acondicionados em sacos plásticos
04 Couraça
próximo ao local da geração.
Deverão ser acondicionados diretamente no depósito
05 Caçamba
classe II A.
Plano de Gerenciamento de Resíduos Sólidos – PGRS
Indústria e Comércio de Calçados Impacto Ltda

Deverão ser acondicionados diretamente no depósito


06 Tambor
classe II A.
Deverão ser acondicionados em sacos plásticos
07 Curvim
próximo ao local da geração.
Deverão ser acondicionados em sacos plásticos
08 Espuma
próximo ao local da geração.
Deverão ser acondicionados em sacos plásticos
09 Nylon reciclável
próximo ao local da geração.
Deverão ser acondicionados em sacos plásticos
10 Carretel
próximo ao local da geração.
Deverão ser acondicionados em sacos plásticos
11 PP
próximo ao local da geração.
Deverão ser acondicionados diretamente no depósito de
12 EVA
resíduos Classe I.
Deverão ser acondicionados em sacos plásticos
13 Geral II
próximo ao local da geração.
Deverão ser acondicionados em sacos plásticos
14 Entretela
próximo ao local da geração.
Deverão ser acondicionados em sacos plásticos
15 Nylon não reciclável
próximo ao local da geração.
Deverão ser acondicionados em sacos plásticos
16 Tênis com defeito
próximo ao local da geração.
Deverão ser acondicionados em sacos plásticos
17 Tubox
próximo ao local da geração.
Deverão ser acondicionados em sacos plásticos
18 Lona
próximo ao local da geração.
Deverão ser acondicionados diretamente no depósito de
19 Galão contaminado
resíduos Classe I.
Deverão ser acondicionados em lixeiras com sacos
20 Estopa contaminada
plásticos próximo ao local da geração.
Plano de Gerenciamento de Resíduos Sólidos – PGRS
Indústria e Comércio de Calçados Impacto Ltda

Deverão ser acondicionados diretamente no depósito de


21 Lata de contaminada
resíduos Classe I.

6.4 Armazenamento

O armazenamento de resíduos pode ser definido como a contenção temporária de


resíduos à espera de reciclagem/recuperação, tratamento ou disposição final adequada, desde que
atenda às condições básicas de segurança.
Devem ser observados critérios mínimos para a escolha do local de armazenamento de
resíduos, bem como as seguintes condições de segurança: isolamento, sinalização e controle de
operação.
No que se refere aos critérios a serem adotados para a escolha e a seleção de local para
implantação da área de armazenamento devem ser ressaltados os seguintes aspectos:
• O impacto ambiental dever ser minimizado ao máximo, de maneira a não acarretar danos
ao meio ambiente e à saúde pública;
• A aceitação pela vizinhança do projeto e sua implantação, quando for o caso, deve ser
obtida para garantir que não ocorram problemas durante o seu funcionamento;
• Os locais com alto risco de incidência de acidentes, umidade excessiva e tráfego intenso.
Em relação à proteção ambiental, deve se verificar a necessidade de adoção de medidas
tais como: impermeabilização inferior da área, colocação de cobertura, instalação de sistemas de
drenagem de águas pluviais e de líquidos percolados, derramamentos acidentais e construção de
bacias de contenção.
A área de armazenamento deve possuir, ainda por questões de segurança, um sistema de
isolamento ao acesso de estranhos e sinalização para alertá-los quanto aos perigos do local, bem
como acessos internos e externos mantidos em boas condições.

6.5 Estruturas de Estocagem Temporária dos Resíduos

Os resíduos gerados pelo empreendimento são classificados pela norma NBR


10.004/2004, como classe I, II A e II e B, ou seja, resíduos perigosos, para os quais se devem
adotar procedimentos particulares e, também, resíduos não inertes e inertes, respectivamente.
Plano de Gerenciamento de Resíduos Sólidos – PGRS
Indústria e Comércio de Calçados Impacto Ltda

O armazenamento temporário dos resíduos, no empreendimento, atualmente é realizado


dentro do imóvel na área interna do galpão, onde ainda deve ser construído o depósito com as
devidas adequações legais.

ITEM RESÍDUO ARMAZENAMENTO NA INDÚSTRIA


Sacos plásticos ou avulso no depósito.
01 Papelão
Baia 2 A
Sacos plásticos.
02 Plásticos
Baia 2 A
Sacos plásticos.
03 Alumínio
Baia 2 A
Sacos plásticos.
04 Couraça
Baia 2 A
Avulso no depósito de resíduos
05 Caçamba
Baia 2 A
Avulso no depósito de resíduos
06 Tambor
Baia 2 A
Sacos plásticos.
07 Curvim
Baia 2 A
Sacos plásticos.
08 Espuma
Baia 2 A
Sacos plásticos.
09 Nylon reciclável
Baia 2 A
Sacos plásticos.
10 Carretel
Baia 2 A
Sacos plásticos.
11 PP
Baia 2 A
Sacos plásticos.
12 EVA
Baia 2 B
13 Geral II Sacos plásticos.
Plano de Gerenciamento de Resíduos Sólidos – PGRS
Indústria e Comércio de Calçados Impacto Ltda

Baia 2 B
Sacos plásticos.
14 Entretela
Baia 2 B
Sacos plásticos.
15 Nylon não reciclável
Baia 2 B
Sacos plásticos.
16 Tênis com defeito
Baia 2 B
Sacos plásticos.
17 Tubox
Baia 2 B
Sacos plásticos.
18 Lona
Baia 2 B
Avulso no depósito de resíduos
19 Galão contaminado
Baia 1
Sacos plásticos.
20 Estopa contaminada
Baia 1
Avulso no depósito de resíduos
21 Lata de contaminada
Baia 1

6.6 Diques de Contenção dos Resíduos Sólidos Perigosos

O armazenamento de resíduos pode ser definido como a contenção temporária de


resíduos à espera de reciclagem/recuperação, tratamento ou disposição final adequada, desde que
atenda às condições básicas de segurança. O local de armazenamento temporário dos resíduos
sólidos industriais deve possuir, por questões de segurança, um sistema de isolamento ao acesso
de estranhos e de sinalização para alertá-los quanto a existência de resíduos Classe I - Perigosos
(resíduos de óleos lubrificantes, solventes e latas contaminadas) no local, bem como acessos
internos e externos mantidos em boas condições.
Em relação à proteção ambiental, devem ser construídos diques em alvenaria formando
bacias de contenção, como medida de prevenção de vazamentos no sistema de armazenamento
destes resíduos sólidos perigosos, evitando assim contaminações e acidentes.
Plano de Gerenciamento de Resíduos Sólidos – PGRS
Indústria e Comércio de Calçados Impacto Ltda

6.7 Coleta/Transporte Interno dos Resíduos

Os resíduos provenientes das atividades desenvolvidas pelo empreendimento, como


citado anteriormente, são armazenados em locais estrategicamente posicionados de maneira que
os riscos quanto às contaminações sejam reduzidos.
O posicionamento das estruturas de armazenamento dos resíduos próximas aos locais de
geração dos mesmos reduz a frequência de movimentação dos resíduos, sendo o transporte
interno destes reduzido somente à remoção para a destinação final.
Conforme mencionado anteriormente a empresa contratada para realizar a coleta dos
resíduos e transportá-los até a destinação final foi Mega Soluções Ambientais Ltda.

6.8 Coleta/Transporte Externo dos Resíduos

O meio de transporte predominante no Brasil é o rodoviário. A adoção desse transporte e


a escolha de um determinado equipamento devem considerar pelo menos:
- A habilidade e o nível de treinamento dos motoristas;
- A adequação do equipamento ao peso da carga, à sua forma e estado físico;
- O estado de conservação do veículo e do compartimento de carga;
- A compatibilidade do resíduo com o compartimento de carga.
Dentre os equipamentos utilizados, três tipos de veículos foram considerados os mais
apropriados para o transporte dos resíduos industriais: os caminhões tipo “BRUCK” (transporte
de caçambas), caminhões tipo basculante e caminhões tanque (usados para o transporte de
resíduos líquidos ou pastosos bastante fluídos – ex: descarte de óleos lubrificantes).
Independentemente do tipo de veículo, o treinamento dos motoristas e de seus ajudantes é
fundamental para o bom desempenho do sistema. Esse treinamento assegurará aos operários
conhecer a operação adequada do veículo e de todos os seus equipamentos e, além disso, saber
também como agir correta e rapidamente em casos de acidentes ou avaria do equipamento.
Basicamente eles devem receber informações sobre: o que está sendo transportado, qual o risco
Plano de Gerenciamento de Resíduos Sólidos – PGRS
Indústria e Comércio de Calçados Impacto Ltda

da carga, qual a rota a ser seguida, o que fazer em caso de acidentes e onde obter as informações
adicionais a quem contatar e/ou acionar se necessário.
Os acidentes podem ocorrer a qualquer momento e em qualquer ponto da rota, por isso é
necessário que os veículos transportadores de resíduos sólidos, possuam em seu interior, em
local pré-determinado e de fácil acesso, informações referentes à carga, instruções para casos de
emergência e telefones de órgãos como Polícia, Corpo de Bombeiros, entidade de proteção
ambiental, além da unidade industrial geradora do resíduo.
Tais informações servirão tanto para o motorista como para equipes de socorro. Além
disso, deve ser fixado em local visível adesivo contendo informações sobre a identificação do
resíduo e qualquer outro dado relevante.
É importante ressaltar o fato do veículo da empresa contratada ser devidamente
licenciado para transporte de resíduos/produtos perigosos e o motorista possuir curso especifico
para tal, constando em sua habilitação as especificações do curso e treinamento em caso de
acidentes.
As ações preventivas a serem executadas em situações de emergência serão abordadas
adiante.

6.9 Remoção dos Resíduos

Classe Remoção
Resíduo Transportador
NBR 10004 Frequência Horário

II – A 3 vezes na Mega Soluções


Papelão semana Diurno Ambientais Ltda

II – A 3 vezes na Mega Soluções


Plásticos Diurno
semana Ambientais Ltda

II – A 3 vezes na Mega Soluções


Alumínio Diurno
semana Ambientais Ltda

II - A 3 vezes na Mega Soluções


Couraça Diurno
semana Ambientais Ltda

Caçamba II - A Diurno
3 vezes na Mega Soluções
Plano de Gerenciamento de Resíduos Sólidos – PGRS
Indústria e Comércio de Calçados Impacto Ltda

semana Ambientais Ltda

II - A 3 vezes na Mega Soluções


Tambor Diurno
semana Ambientais Ltda

II - A 3 vezes na Mega Soluções


Curvim Diurno
semana Ambientais Ltda

II - A 3 vezes na Mega Soluções


Espuma Diurno
semana Ambientais Ltda

II - A 3 vezes na Mega Soluções


Nylon reciclável Diurno
semana Ambientais Ltda

II - A 3 vezes na Mega Soluções


Carretel Diurno
semana Ambientais Ltda

II - A 3 vezes na Mega Soluções


PP Diurno
semana Ambientais Ltda

II - B 3 vezes na Mega Soluções


EVA Diurno
semana Ambientais Ltda

II - B 3 vezes na Mega Soluções


Geral II Diurno
semana Ambientais Ltda

II - B 3 vezes na Mega Soluções


Entretela Diurno
semana Ambientais Ltda

II - B 3 vezes na Mega Soluções


Nylon não reciclável Diurno
semana Ambientais Ltda

II - B 3 vezes na Mega Soluções


Tênis com defeito Diurno
semana Ambientais Ltda

II - B 3 vezes na Mega Soluções


Tubox Diurno
semana Ambientais Ltda

II - B 3 vezes na Mega Soluções


Lona Diurno
semana Ambientais Ltda

I 3 vezes na Mega Soluções


Galão contaminado Diurno
semana Ambientais Ltda
Plano de Gerenciamento de Resíduos Sólidos – PGRS
Indústria e Comércio de Calçados Impacto Ltda

I 3 vezes na Mega Soluções


Estopa contaminada Diurno
semana Ambientais Ltda

I 3 vezes na Mega Soluções


Lata de contaminada Diurno
semana Ambientais Ltda

6.10 Pré-Tratamento

Na escolha de um método de tratamento é absolutamente necessário conhecer em


detalhes as características do resíduo, sua origem, seus constituintes e a faixa de variação desses
constituintes. Os processos de tratamento têm como objetivo submeter o resíduo a reações
físicas, químicas ou biológicas para fazer com que o mesmo perca suas características de
periculosidade, promover uma redução de volume ou mudança de alguma propriedade física ou
química.
No item 4 citamos os responsáveis pelas etapas de gerenciamento, no qual incluem a
comercialização com empresas de reciclagem. Os resíduos papelão, plástico, alumínio, couraça,
caçamba, tambor, curvim, espuma, nylon reciclável, carretel e PP, são comercializados com
empresas terceirizadas de reciclagem e destinação adequada. Os EVA, geral II, entretela, nylon
não reciclável, tênis com defeito, tubox, lona, galão, estopa e lata contaminada são encaminhados
para o processo de cooprocessamento.

6.11 Logística de movimentação de resíduos

O armazenamento dos resíduos gerados dentro da área do empreendimento deverá seguir


as disposições da Deliberação Normativa 07/81 do COPAM, bem como a norma técnica NBR
11.174 – Armazenamento de Resíduos Classe II – não inertes e inertes.

6.12 Registro de Operação e Armazenamento

A instalação deverá possuir um registro de sua operação, que deve ser mantido até o fim
de sua vida útil, incluindo o período de encerramento das atividades. As formas de Relatório de
Plano de Gerenciamento de Resíduos Sólidos – PGRS
Indústria e Comércio de Calçados Impacto Ltda

Movimentação de Resíduos e de Registro de Armazenamento deverão seguir os modelos das


tabelas em anexo, de acordo com as disposições da NBR 12.235 da ABNT.

Registro de Movimentação de Resíduos

1. Registro de Movimentação de Resíduos 2. Folha___________


3. Empresa 4. Endereço
8. Entrada 9. Saída
5. Data 6. Resíduo 7. Setor 10.Observação
Qde. Destino Qde Destino

11.Responsável__________________________
Nome__________________ Visto________

Registro de Armazenamento de Resíduos

1. Registro de Armazenamento 2. Período________________ 3. Folha_______

4. Empresa 5. Endereço

8.Quantidade 9.Local
6. Resíduo 7. Setor 10.Observ.
entrada saída estoque Armazenagem

11.Responsável________________________
Nome__________________ Visto________

Em caráter específico, para o armazenamento dentro da área do empreendimento dos


resíduos Classe I, deverão ser observados:
- Devem ser utilizados tambores metálicos cilíndricos com capacidade para 200 L, devendo os
recipientes estarem em boas condições de uso, sem ferrugem acentuada nem defeitos estruturais
aparentes que impossibilitem a vedação;
Plano de Gerenciamento de Resíduos Sólidos – PGRS
Indústria e Comércio de Calçados Impacto Ltda

- Os recipientes devem ser dispostos na área de armazenamento, de forma a facilitar a inspeção


visual periódica;
- As operações de transferência, armazenamento, adição, retirada, abertura e fechamento dos
recipientes deve ser realizada com pessoal dotado de Equipamento de Proteção Individual (EPI)
adequado;
-Os tambores deverão possuir rótulo, de modo a permitir a rápida identificação dos resíduos
armazenados;
Para o armazenamento dos resíduos Classe II, dentro da área do empreendimento,
deverão ser observadas as condições específicas:
- O local de armazenamento deverá ser isolado, tal que impeça o acesso de pessoas estranhas;
- O local deverá possuir sinalização de segurança e de identificação dos resíduos armazenados;
- Os acessos deverão ser protegidos, de modo a permitir sua utilização sob quaisquer condições
climáticas;
- O local deverá possuir um sistema de impermeabilização, cobertura dos resíduos e proteção
contra a infiltração de águas pluviais;
- O dimensionamento do local de armazenamento deve ser feito de acordo com a
periodicidade da coleta;
- O piso deve ser revestido de material liso, lavável e de fácil higienização. O ambiente deve
possuir ventilação, com tela de proteção contra insetos. Sua porta deve ser provida de tela de
proteção contra roedores e vetores. Deverá possuir pontos de iluminação, tomada elétrica,
canaletas de escoamento de água.
- Os registros de operação, armazenamento e os procedimentos para encerramento de atividades
deverão seguir os mesmos requisitos de procedimento das tabelas dispostas em anexo, bem como
das orientações especificadas para os resíduos sólidos classe I.

7. AÇÕES PREVENTIVAS E CORRETIVAS A SEREM EXECUTADAS EM


SITUAÇÕES DE GERENCIAMENTO INCORRETO OU ACIDENTES

A mudança de atitudes não é tarefa fácil, pois estamos condicionados a um sistema de


vida automático, onde o mais prático se tornou fator indispensável na vida de cada pessoa,
devido a correria da vida cotidiana e também por influência da globalização.
Plano de Gerenciamento de Resíduos Sólidos – PGRS
Indústria e Comércio de Calçados Impacto Ltda

A maior preocupação do gerenciamento de resíduos sólidos é o destino dos mesmos para


garantir que ao sair da fonte eles não poluam outros lugares.
Os locais de estocagem de resíduos, assim como outras áreas específicas do
empreendimento, estão sujeitos a acidentes de várias espécies e diferentes intensidades. A
existência desses riscos potenciais faz com que as empresas tenham necessidade de desenvolver
um sistema de prevenção e controle de acidentes que leve em consideração qualquer um desses
eventos, estes descritos no Programa de Prevenção de Riscos Ambientais.
Os objetivos básicos desse sistema são a minimização das consequências e a proteção da
integridade física dos funcionários, dos equipamentos e das instalações da indústria, bem como a
proteção do meio ambiente.
Os operários que lidam com os resíduos na fonte geradora e no local de disposição
temporária devem ser informados dos riscos inerentes ao trato dos resíduos, treinados na
execução de tarefas de coleta, transporte e armazenamento para as quais forem designados.
Devem ser treinados quanto à utilização dos equipamentos de proteção individual (EPIs)
colocados a sua disposição, e, principalmente, treinados quanto aos procedimentos de
emergência em caso de acidentes.
Quanto aos riscos relativos aos acidentes de trabalho na área industrial seguem-se os
requisitos exigidos pela NR - 6 - "Equipamentos de Proteção Individual – EPI’s”. Para os fins de
aplicação desta Norma Regulamentadora, considera-se Equipamento de Proteção Individual -
EPI, todo dispositivo de uso individual de fabricação nacional ou estrangeira destinado a
proteger a saúde e a integridade física do trabalhador.
Atendidas as peculiaridades de cada atividade profissional em seu setor específico, o
empregador deverá fornecer aos trabalhadores, de maneira geral, os seguintes EPIs: protetores
para a cabeça (protetores faciais, óculos de segurança, capacetes, etc.); protetores para os
membros superiores (luvas e/ou mangas de proteção e/ou cremes protetores); protetores para os
membros inferiores (calçados e/ou perneiras de proteção); protetores auriculares; protetores para
o tronco (aventais, jaquetas, capas e outras vestimentas especiais de proteção). Além disso, o
empregador deve treinar o trabalhador sobre o uso adequado dos EPIs, tornando-os obrigatórios
no ambiente de trabalho.
Dos resíduos sólidos gerados no empreendimento devem-se tomar medidas corretivas
caso haja contato com os resíduos definidos como Classe I (Residuos perigosos).
Plano de Gerenciamento de Resíduos Sólidos – PGRS
Indústria e Comércio de Calçados Impacto Ltda

Caso haja contato com embalagens que contenham resíduos oleosos e/ou contaminantes
os procedimentos a serem tomados, nos casos abaixo especificados, são:
- Inalação: em caso de náuseas ou tonteiras, levar o acidentado para onde haja ar fresco. Se o
efeito persistir procurar atendimento médico;
- Contato com a pele: remover roupas e calçados molhados pelo produto. Lavar a região afetada
com água e sabão abundantes. Se a irritação persistir, procurar socorro médico. Em caso de
injeção a alta pressão, procurar socorro médico imediatamente;
- Contato com os olhos: manter as pálpebras abertas e lavar os olhos com água limpa. Se a
irritação persistir, procurar socorro médico;
- Ingestão: não induzir o vômito, lavar a parte externa da boca com água e enviar o acidentado
imediatamente para o hospital.
O monitoramento e orientação aos funcionários deverá ser constante, tanto no sentido da
utilização dos equipamentos necessários quanto no manuseio dos resíduos. Vistorias frequentes
também deverão ser realizadas do local de depósito temporário para verificação de rachaduras
e/ou vazamentos eventuais.

8. METAS E PROCEDIMENTOS PARA MINIMIZAÇÃO DA GERAÇÃO DE


RESÍDUOS

As possibilidades de minimização ou reaproveitamento de resíduos para as atividades


desenvolvidas na empresa podem relacionar-se tanto as melhores prática operacionais
(housekeeping), quanto a alterações tecnológicas dos processos produtivos.
A atividade de fabricação de calçados pode ser considerada como uma atividade que
ainda requer equipamentos e sistemas para ser otimizada, embora nos últimos anos tenha
avançado e muito nesta linha.
As práticas de minimização de resíduos têm se mostrado economicamente vantajosas já
que oferecem a possibilidade de redução dos custos de destinação, está associada à alteração das
características qualitativas e quantitativas dos resíduos. Cita-se, também, a obtenção de receita
pela comercialização dos produtos obtidos no tratamento e/ou separação dos resíduos.
Dentre as praticas sugeridas pela literatura ou verificadas a partir do diagnóstico realizado
na empresa, podemos citar:
Plano de Gerenciamento de Resíduos Sólidos – PGRS
Indústria e Comércio de Calçados Impacto Ltda

- Otimização dos processos de corte com o uso de sistemas avançados e desenvolvimento de


facas com modelos que minimizem a perda de material;
- Compra de insumos químicos (cola, solvente e halogênio) em maiores volumes para reduzir
resíduos de embalagem;
- Prática dos três R’s: redução na fonte, reutilização e reciclagem. Uma vez que os dois primeiros
fatores relacionam-se intimamente com o desenvolvimento da educação ambiental nos
funcionários envolvidos no processo produtivo e isto se dá a médio e longo prazo, observa-se a
reciclagem como medida imediatista, cujo resultado apresenta-se mais significativo.
Além disso, considera-se importante o desenvolvimento de palestras de sensibilização e a
execução de um treinamento para a equipe de funcionários de modo que os mesmos se
familiarizem com os aspectos ambientais do empreendimento e possam colaborar na
implementação das diversas ações necessárias para a completa adequação ambiental do
empreendimento.
Outras medidas poderão ser acrescentadas como:
• Reutilização: Reutilizar um determinado produto significa reaproveitá-lo sem qualquer
alteração física, modificando ou não seu estado original.
Podem ser citados como exemplos de reutilização:
- Utilizar embalagens não descartáveis, após lavagem e esterilização, para acondicionar o
mesmo produto;
- Aproveitar embalagens plásticas ou metálicas não contaminadas para acondicionar outros
produtos.
Em geral a reutilização é executada de três formas distintas: uso direto ou reutilização do
produto dentro do processo, recuperação de um material secundário para um determinado uso
final e remoção das impurezas do resíduo para obtenção de uma substância, relativamente pura e
passível de reutilização.
O correto transporte, tratamento e disposição final de um resíduo apresentam um custo
que, em alguns casos, pode ser bastante elevado. Assim, se o empreendedor encontrar uma forma
de reaproveitar ou vender esses resíduos, ele estará criando uma maneira bastante atraente de
resolver o problema e ainda conseguir uma fonte de renda adicional.
Plano de Gerenciamento de Resíduos Sólidos – PGRS
Indústria e Comércio de Calçados Impacto Ltda

Do ponto de vista ambiental, essa prática é muito conveniente, pois diminui a quantidade
de resíduos dispostos no meio ambiente, além de contribuir para a conservação dos recursos
naturais não renováveis.
• Reciclagem: A reciclagem é o resultado de uma série de atividades através da quais
materiais que se tornariam lixo, ou estão no lixo, são desviados, sendo coletados, separados e
processados para serem usados como matéria-prima na manufatura de bens, feitos anteriormente
apenas com matéria-prima virgem.
A reciclagem pode ser do tipo artesanal ou industrial. Artesanal quando se utilizam
processos de transformação não muito sofisticados, e industrial quando estes processos são
mecanizados e capazes de fabricar novos produtos em larga escala.
Infelizmente, ainda não são todos os tipos de materiais fabricados pelo homem que são
possíveis de serem reciclados. Isto devido ao fato de não apresentarem condições favoráveis,
como a existência de mercado local ou viabilidade técnica.
Em muitos países uma série de resíduos deve ser obrigatoriamente recuperada. No Brasil,
até o momento, esta obrigatoriedade existe apenas para os resíduos de óleos lubrificantes e
agrotóxicos.
Em termos práticos, a reciclagem por recuperação de um resíduo depende dos seguintes
fatores:
- Proximidade da instalação de reprocessamento;
- Custos de transporte dos resíduos;
- Volume de resíduos disponíveis para o reprocessamento;
- Custos de estocagem do resíduo no ponto de geração ou fora do local de origem.
A reciclagem promove-se de maneira mais eficiente quando as técnicas de descarte dos
resíduos são bem desenvolvidas. Dessa forma a Coleta Seletiva apresenta-se como prática capaz
de promover a melhor realização do processo de reciclagem gerando impactos positivos, assim
como exposto abaixo:
- Melhoria da qualidade dos materiais, evitando-se a mistura de componentes diferentes no lixo,
que podem tornar inúteis muitos materiais potencialmente recicláveis;
- Facilita o controle de impactos ambientais;
- Menor geração de rejeitos;
- Menor área de instalação das usinas;
Plano de Gerenciamento de Resíduos Sólidos – PGRS
Indústria e Comércio de Calçados Impacto Ltda

- Menos gastos com esta instalação e com os equipamentos de separação, lavagem e secagem.
A distribuição dos recipientes deve acontecer observando-se as possíveis fontes geradoras
de cada tipo de resíduo, estando passível de alterações que se julgarem necessárias pelo
empreendedor para a melhor eficiência do sistema de coleta seletiva.
O aproveitamento dos resíduos gerados pode trazer benefícios interessantes, tanto do
ponto de vista ambiental como também: Do ponto de vista econômico, essas soluções são
atrativas tanto na redução de custos de transporte e da disposição legal do aterro, quanto na
redução dos custos globais das matérias-primas. A escolha dos métodos de tratamento e
disposição final deve considerar fatores técnicos, legais e financeiros.

9. MEDIDAS SANEADORAS DOS PASSIVOS AMBIENTAIS

O conceito de passivo ambiental está inserido num ramo específico da contabilidade


chamado Contabilidade Ambiental. De acordo com Ferreira (2009, p. 59) “o desenvolvimento da
Contabilidade Ambiental é resultado da necessidade de oferecer informações adequadas às
características de uma gestão ambiental”. Tinoco e Kraemer (2011, p. 46) acrescenta que “essa
contabilidade é mais ambiciosa que a contabilidade tradicional, visto buscar conhecer as
externalidades negativas e registrar, mensurar, avaliar e divulgar todos os eventos ambientais”.
Inicialmente torna-se necessário conceituar o que é passivo. Conforme definição da NBC
T 1 (Estrutura Conceitual), passivo é uma obrigação presente da entidade, derivada de eventos já
ocorridos, cuja liquidação se espera que resulte em saída de recursos capazes de gerar benefícios
econômicos Portanto, passivos são exigibilidades, incluindo-se os passivos contingentes
(MACHADO, 2002).
De forma mais simplificada, passivos ambientais são as obrigações (financeiras,
econômicas, sociais, etc.) necessárias para preservar, recuperar e proteger o meio ambiente. A
identificação do passivo ambiental diz respeito não só à sanção a ser aplicada por um dano já
realizado ao meio ambiente, mas também a medidas de prevenção de danos ambientais que têm
reflexos econômico-financeiros.
Para a ONU (Ribeiro, 2006, p. 77-78) há três tipos de obrigações provenientes dos
passivos ambientais:
Plano de Gerenciamento de Resíduos Sólidos – PGRS
Indústria e Comércio de Calçados Impacto Ltda

• Legais: provenientes de instrumentos com força legal (legislações, penalidades


impostas por lei etc.);
• Justas: refletem as obrigações que a empresa se vê obrigada a cumprir por fatores éticos
e morais, independentemente de lei;
• Construtivas: a empresa se propõe espontaneamente a cumpri-las, extrapolando as
exigências legais.
Ainda, segundo a ONU (Ribeiro, 2006, p. 77-78), o passivo ambiental passa a existir
quando:
a) houver uma obrigação de a entidade prevenir, reduzir ou retificar um dano ambiental,
sob a premissa de que a entidade não possui condições para evitar tal obrigação. Esta ausência de
condições é definida pelas seguintes situações: i. existência de uma obrigação legal ou
contratual; ii. política ou intenções da administração, prática do ramo de atividade, ou
expectativas públicas; ou iii. divulgação, por parte da administração, interna ou externamente, de
sua decisão de prevenir, reduzir ou retificar o dano ambiental de sua responsabilidade.
b) o valor da exigibilidade pode ser razoavelmente estimado.
Com a publicação da Política, deve-se observar o atendimento do art. 9º da PNRS da
seguinte ordem de prioridade na gestão e gerenciamento de resíduos sólidos: não geração,
redução, reutilização, reciclagem, tratamento dos resíduos sólidos e disposição final
ambientalmente adequada dos rejeitos.
Esta hierarquia encontra-se assim caracterizada:
• Não Geração de Resíduos e Redução: através da implementação de educação ambiental
em todos os setores da sociedade e programas de eficiência de produção das empresas;
• Reutilização: vem tomando cada vez mais espaço em todos os países. Exemplos clássicos
são as grades e garrafas de cervejas e refrigerantes, mas também isqueiros, pilhas e
baterias recarregáveis, etc.;
• Reciclagem: é o processo de transformação do resíduos em matéria prima secundária para
a fabricação de novos produtos;
• Tratamento: implica na transformação de resíduos em um determinado produto através de
tratamentos podem ser mecânicos, bioquímicos, térmicos, etc.;
Plano de Gerenciamento de Resíduos Sólidos – PGRS
Indústria e Comércio de Calçados Impacto Ltda

• Disposição Final: ambientalmente adequada se dá quando conseguimos neutralizar


completamente as interações dos rejeitos com o meio ambiente. O exemplo clássico desse
método é o Aterro Sanitário e o processo de coprocessamento.
Abaixo citamos o cronograma de medidas adotado pela empresa para mitigar os passivos
gerados pelo processo produtivo:

ATIVIDADE IMPLANTAÇÃO

Reuniões de planejamento e orientação aos funcionários Em andamento

Definição e contratação da empresa responsável pela coleta, transporte e


Implantado
destinação final dos resíduos.

Início das atividades do gerenciamento Implantado

Construção do depósito de resíduos com as devidas adequações 90 dias

Instalação das placas no depósito de resíduos 90 dias

Construção da contenção na baia classe I 90 dias

10. PERIODICIDADE DE REVISÃO

Conforme Politica Nacional de Resíduos Sólidos Lei 12.305/2010, o plano de


gerenciamento de resíduos sólidos atenderá ao disposto na lei e sua periodicidade de revisão.
Plano de Gerenciamento de Resíduos Sólidos – PGRS
Indústria e Comércio de Calçados Impacto Ltda

11. CONSIDERAÇÕES FINAIS

Qualquer atividade humana é por natureza geradora de resíduos. As atividades industriais, por
suas características, são grandes geradoras de resíduos, os quais devem ser gerenciados
corretamente visando à minimização de custos e redução do potencial de geração de impactos
ambientais.

Os Resíduos Sólidos, em função de sua natureza, podem gerar impactos, à atmosfera, solo,
lençol freático e ecossistema, durante todo seu ciclo de vida, seja nas dependências da empresa e,
principalmente, em sua etapa de destinação final, a qual normalmente é externa a empresa.

De acordo com as Leis 6.938/81, que institui a Política Nacional do Meio Ambiente, e a
9.605/98, que trata dos crimes ambientais, a responsabilidade pela reparação de qualquer dano
ambiental é de responsabilidade da empresa, o que significa que independente do fato gerador, a
empresa será chamada para remediar qualquer passivo gerado devido à má gestão de resíduos e
que a responsabilidade da empresa não cessa quando os resíduos deixam suas instalações,
perdurando durante o período que ele representar risco ambiental, incluindo sua destinação final.

Um adequado Plano de Gerenciamento de Resíduos Sólidos (PGRS), para atender plenamente às


diretrizes atuais de proteção ambiental e responsabilidade social, deve ter por objetivo, em ordem
decrescente de prioridade, a eliminação, minimização, reuso ou reciclagem dos resíduos. Esse
nível de qualidade, embora possa parecer utópico para muitos, é perfeitamente possível de ser
alcançado desde que um PGRS objetivamente voltado para tal seja elaborado e implementado,
principalmente quando efetuado desde o início, junto com o projeto do empreendimento.
Plano de Gerenciamento de Resíduos Sólidos – PGRS
Indústria e Comércio de Calçados Impacto Ltda

12. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

- Diretrizes Básicas para Elaboração do Plano de Gerenciamento de Resíduos Sólidos Especiais -


PGRSE. Secretaria Municipal de Limpeza Urbana Gerência de Licenciamento e controle -
Atualização agosto/2003.

- Fundação Estadual do Meio Ambiente – FEAM – Educação Ambiental: conceitos e princípios


1º Edição, Setembro de 2002.

- Normas Técnicas Brasileiras - NBR 10.004, NBR 10.005, NBR 10.006, NBR 10.007, NBR
11.174 e NBR 12.235. Associação Brasileira de Normas Técnicas.

- PORTO, Maria de Fátima Melo Maia – Educação Ambiental: conceitos básicos e instrumentos
de ação – FEAM, DESA/UFMG, 1996, 160 p.

- ROCCA, Alfredo Carlos C. et. al. Resíduos Sólidos Industriais. 2ª edição revisada e ampliada -
São Paulo - CETESB, 1993.

- Revista Ação Ambiental – Número 1 – Agosto/Setembro 1998 – UFV.

Você também pode gostar