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A S o c io lin g u ís t ic a In t e ra c io n a l

Este capítulo introduz os fundam entos da Sociolinguística


interacional e apresenta alguns dados analisados conform e esse
paradigma. Com o já vimos no capítulo “A M icro e a M acrossocio-
linguística”, a par dos aspectos de natureza macrossociais, existe na
Sociolinguística um a vertente voltada para a organização da interação
com unicativa, para a qual m uito contribuíram os estudos de Erving
Goffm an [1922-1982] e de John G um perz [1922-2013]. Trata-se de
vertente mais tardia que a Sociolinguística variacionista, ou mesmo
que a Etnografia da com unicação, e que veio a se denom inar Socio­
linguística interacional.
Essa corrente guarda semelhanças com a disciplina que evoluiu da
análise contextual e da Etnografia e foi denom inada microetnografia,
a qual se ocupa da “ecologia local e situada que ocorre entre partici­
pantes engajados em interações face a face, constituindo experiência
social e histórica” (Garcez, 1997: 187).
T anto Jo h n G um perz quanto Erving G offm an enfatizaram
a natureza sistem ática e norm atizada das interações face a face.
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Para G offm an (20 0 2/1 9 6 4 ), um encontro social constitui-se de


um sistem a de ações m u tuam en te ratificadas, que preveem a dis­
tribuição dos turnos da fala e a estabilidade do foco de atenção
(ver capítulo “A M icro e a M acrossociolinguística”). Esse autor
tam bém asseverou que a fala é socialm ente organizada não apenas
em term os de quem fala para quem em que língua, mas tam bém
com o um pequeno sistema.
U m conceito seminal avançado por Goffm an e desenvolvido
em pesquisas sociolinguísticas é o de fo o tin g , que ele define como
um a m udança em nosso enquadre de eventos; ou um a m udança no
alinham ento que assumimos para nós mesmos e para com os outros
presentes (cf. em Tannen e Wallat, in Ribeiro e Garcez, 2002). O
alinham ento, conforme explicam Garcez e O sterm ann (2002), pode
ser físico, quando se leva em conta a posição do corpo do falante em
relação a seu interlocutor, ou contextual, considerando-se a ratificação
que os interagentes fazem uns dos outros.
G um perz (1982) enfatiza igualmente a organização estrutural
da interação. Postulou, além disso, um a m etodologia microanalítica
que pudesse captar a dimensão dinâm ica no processo interacional.
De acordo com Figueroa (1994), a Sociolinguística in te ­
racional é um cam po in terd iscip lin ar caudatário de m últiplos
avanços dos estudos sociolinguísticos, e que m antém laços com
a Linguística suprassegm ental e com a prosódia, em pregadas na
tradição dos estudos de coerência discursiva. John G um perz a via
dissociada da Etnografia da com unicação de D ell Hym es, a que
ele aderiu em seus trabalhos iniciais, com o o que já foi descrito
no capítulo anterior, e da Sociolinguística laboviana que, para
ele, não se detinham no com portam ento individual, na co m u n i­
cação face a face. A principal distinção que G um perz faz entre a
Sociolinguística interacional e a Sociolinguística laboviana é que
a prim eira apoia-se no pressuposto de que a interação h u m an a é
constitutiva da realidade social. Segundo esse pensador, a ordem ,
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a estrutura etc. não são pré-determ inadas, mas constituem -se na


própria interação, baseadas em um conjunto com plexo de fatores
m ateriais, experenciais e psicológicos (cf. Figueroa, 1994: 113 ss.).
A interação h u m an a é, p o rtan to , constitutiva dos papéis sociais,
considerados com o um co njunto de prerrogativas e de deveres em
um determ inado dom ínio social.
Sobre a especificidade da Sociolinguística interacional, John
Gumperz, em 1996, estabeleceu um a fértil dicotomia entre “teóricos da
ação ou conflito” e “teóricos da ordem”. O autor se filia aos primeiros,
para quem a interação é constitutiva da ordem social. N a segunda cate­
goria, Gumperz inclui a Sociolinguística variacionista, segundo a qual
as normas e categorias sociais preexistem e constituem parâmetros que
influenciam os usos linguísticos. A teoria proposta por John Gumperz
foi tratada também no capítulo anterior, “A herança da Antropologia
cultural 2: redes sociais e identidade”.
Ademais, a Sociolinguística interacional rejeita a separação
entre língua e contexto social e focaliza diretam ente as estratégias
que governam o uso lexical, gramatical, sociolinguístico e aquele
decorrente de outros conhecim entos, na produção e contextuali-
zação das mensagens. Para dar conta dessas estratégias, G um perz
(1982) cunhou o term o pistas de contextualização, definidas como
qualquer traço presente no discurso que contribui para sinalizar as
pressuposições contextuais, indicando aos participantes, no m o ­
m ento da interação, e posteriorm ente ao analista, se a comunicação
desenvolve-se tranquilam ente e se a intencionalidade está sendo bem
transm itida e devidam ente interpretada.
E instrutivo a esta altura conferirm os a definição que Pedro
Garcez e A na C ristina O sterm ann (2002: 263) fornecem para o
conceito pistas de contextualização, associando-as tam bém às con­
venções de contextualização.
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Traços ou constelações de traços presentes na estrutura das


mensagens mediante os quais os falantes sinalizam e os
ouvintes interpretam, entre outros, qual a atividade que
está sendo ocorrendo, como o conteúdo semântico deve
ser entendido e como cada elocução se relaciona ao que
a precede ou sucede. São os traços que contribuem para a
sinalização de pressuposições contextuais que podem ter
várias manifestações linguísticas, dependendo do repertório,
historicamente determinado, de cada participante, incluindo
mudanças de código, dialeto e estilo, fenômenos prosódicos
e escolha entre opções lexicais e sintáticas, expressões pré-
formuladas e padrões de sequenciamento.

Estamos vendo, pois, que as propriedades dialógicas, segundo


Gumperz, são negociadas pelos participantes, que realizam julgam en­
tos quanto aos propósitos do interlocutor, que podem ser confirmados
ou alterados, à medida que a interação evolui.
A teoria sociolinguística interacional procura dar conta das
normas que presidem ao processo interacional, dem onstrando que
qualquer conversa que ocorre efetivamente na interação hum ana não
se constitui de frases desconexas - pelo contrário, obedece a princí­
pios de coerência interna. U m a influência im portante na teoria foi o
Princípio de Cooperação, proposto pelo filósofo da linguagem, Paul
Grice [1913-1988] e organizado em quatro máximas, baseadas na
filosofia de Kant (cf. Bortoni-Ricardo, 2005: 165 ss.).
A prim eira dessas máximas, denom inada m áxim a de quantida­
de, prevê que to d a contribuição verbal seja tão inform ativa quanto
for exigido para os propósitos interativos, nem mais nem m enos.
A segunda, de qualidade, prescreve que só seja dito o que o falante
acreditar que seja verdadeiro; a terceira, de relação, recom enda que
o falante seja relevante; e a últim a, que ele seja claro, evitando obs­
curidade, am biguidades e prolixidade. N a teoria de Grice (1975),
tais máximas teriam caráter universal, mas sua aplicação ao discurso
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está, naturalm ente, sujeita a norm as socioculturais. Além disso, o


próprio Grice reconhecia que outras máximas, estéticas ou de polidez,
poderiam ser acrescentadas àquelas quatro básicas que im plem entam
o Princípio de Cooperação. Podemos ver que as máximas griceanas
guardam semelhança com o conceito de aceitabilidade proposto por
G oodenough e já discutido neste livro em capítulos anteriores.
No diálogo que compõe a música de Paulinho da Viola, a se­
guir, podemos ver claramente como as propriedades dialógicas a que
Gum perz se referia, bem como as máximas postuladas por Paul Grice
governam as interações:

Sinal fechado

- Olá! Como vai?


- E u vou indo. E você, tudo bem?
-Tudo bem! Eu vou indo, correndo pegar meu lugar no futuro... E
você?
[••.]

- Quanto tempo!
- Pois é, quanto tempo!
- Me perdoe a pressa, é a alma dos nossos negócios!
- Qual, não tem de quê! Eu também só ando a cem!
- Quando é que você telefona? Precisamos nos ver por aí!
- Pra semana, prometo, talvez nos vejamos... Quem sabe?

—O sinal...
—Eu procuro você...
—Vai abrir, vai abrir...
- Eu prometo, não esqueço, não esqueço...
- Por favor, não esqueça, não esqueça...
- Adeus!
—Adeus!
- Adeus!
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O diálogo, que se passa entre os condutores de dois carros pa­


rados no semáforo, inicia-se com um a saudação. O turno de fala de
um a saudação suscita outra saudação, com o resposta, um a e outra
previstas na cultura dos interagentes. Os dois turnos em sequência
form am um par adjacente, term o usado na literatura técnica da
Sociolinguística interacional. O turno “Q uanto tem po!” é inter­
pretado com o “H á quanto tem po não nos vemos” e o interlocutor
o reitera: “Pois é, quanto tem po!”. Em seguida, o outro interagente
se vale de um adágio popular: “M e perdoe a pressa, é a alm a dos
nossos negócios!”, querendo já deixar consignado que a conversa
seria breve. Vemos aí a dicotom ia que Grice estabelece entre o que
se diz e o que se quer dizer.
Com o o turno se estruturou em torno da forma verbal “per­
doe”, o ouvinte declara indiretam ente que nada há a perdoar, pois
ele tam bém anda “a cem”, expressão idiom ática que significa “cem
quilômetros por hora”. C ontinuam a trocar turnos polidos, próprios
de um encontro casual de velhos amigos, até que um diz: “Vai abrir,
vai abrir...”. Esse turno é dêitico porque remete ao contexto, e perm ite
aos interagentes entender que o sinal de trânsito, que estava fechado,
vai abrir. Trata-se novamente de um ato de fala indireto, cuja força
ilocucionária é: “Temos de nos apressar”. Novam ente vemos a dico­
tom ia entre o dizer e o querer dizer. O diálogo se fecha com um par
adjacente de despedida, e um terceiro turno em que um dos partici­
pantes reitera o adeus.
Os turnos trocados são m uito rápidos, nem poderia ser dife­
rente naquelas circunstâncias, mas há perfeita compreensão de parte
a parte porque os amigos partilham das mesmas normas culturais e
desenvolvem processos de inferenciação, à m edida que se saúdam,
criando o que G um perz denom inou de envolvimento. Observe-se
tam bém no diálogo o ritm o e a sincronia conversacional. A sincro­
nia, para Gum perz, resulta do com partilham ento de normas sociais.
Por isso, na conversa entre duas pessoas com antecedentes culturais
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m uito diferentes, como no caso de dois estrangeiros, a sincronia pode


ser dificultada, resultando tam bém em dificuldades na construção de
inferências e na compreensão m útua.
N a teoria de John Gum perz, as inferências criadas a partir do
que é dito podem ter caráter geral, global, ou podem ser locais. A
referência ao sinal de trânsito no diálogo que vimos caracteriza um a
inferência local. Vejamos um exemplo de um a inferência global na
conversa de dois adultos:

—A s eleições este ano poderão ser difíceis p ara o governo.


- E a situação da economia!

Aparentem ente não há relação entre os dois turnos, no entanto


os interagentes interpretam a resposta como: —O governo poderá ter
problemas em eleger os seus candidatos porque a economia não vai
bem, realizando um a inferência de natureza global, pois não dependeu
de apoio contextual.
Bortoni-Ricardo (2005, cap. 14) propõe um a metodologia para
a análise de estratégias de comunicação, organizando-as em cinco
grupos de categorias, que foram revistas para a presente publicação:

1. Características estruturais e comunicativas do evento


1.1 Gêneros discursivos
1.2 Papéis sociais
1.3 Exercício e a negociação do poder
2. Processo interpretativo
2.1 Pressuposições contextuais
2.2 Informação básica ou de b a c k g r o u n d
2.3 Inferências ou m ecanism os usados para negociar a
interpretação
2.4 Avaliação ou m odo como os participantes se dirigem
reflexivamente à atividade que está sendo constituída
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3. Uso da língua ou práticas verbais


3.1 Organização do raciocínio lógico
3.2 Recursos de metalinguagem
3.3 Tarefas comunicativas ou tipos discursivos: narração,
justificação, enfatização, argumentação, descrição etc.
3.4 Recursos suprassegmentais: entoação, ritmo, intensidade
4. Regras dialógicas
4.1 A tom ada do turno
4.2 Início, sobreposição, conclusão
4.3 Recursos fáticos: atenuação ou mitigação
4.4 Regras de polidez
4.3 Conflito
5. Linguagem não verbal
5.1 Proxêmica
5.2 Postura
5.3 Decoração facial
5.4 Gesticulação

Para ampliarmos nossas informações sobre Sociolinguística in-


teracional, vejamos mais um exemplo de um episódio comunicativo,
gravado em um a sala de aula, por Iveuta Lopes, em um a quinta série
de escola pública em Brasília, em 1990 (Bortoni e Lopes, 1991). Mas
não vamos proceder a um a microanálise, contudo. Procuramos apenas
exemplificar algumas das categorias que acabamos de revisar.
Análise interacional em sala de aula, 5a série, escola pública, DF:

A Professora (P) dependurou um mapa-múndi sobre o quadro


negro, distribuiu um texto mimeografado e anunciou que iam
ler sobre as “Invasões holandesas”. Em seguida dividiu a classe
em dois grupos, que se aproximaram sucessivamente do mapa
para identificar ali os Países Baixos. Depois se acomodaram
nas carteiras.
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1. P. Pera aí, só u m m inutinho. Presta atenção. Isso a qu i é m uito


im portante. O lha aqui. Q u a l era a participação dos comerciantes
holandeses (xxx)
(U m a a lu n a boceja)
2. A. (Aluno) [o transporte]
3. P. O que eles fin a n ciava m ? A empresa açucareira
4. [transporte]
5. As [transporte]
6. P. Pera aí, não, vamos devagarinho. O que eles fin a n c ia v a m
a q ui no Brasil? Dessa produção açucareira. O que elesfinanciavam ?
7. [ o transporte]
8. P. Não, o transporte (xxx) tá?
9. A. terra.
10. P. (xxx) tá. Não.
11. A. madeira.
12. A. Pessoas p ra trabalhar.
13. As Cana de açúcar.
14. A. M ã o de obra.
15- P. Pra ter a terra. Pra ter a cana de açúcar. Precisa de ter o quê?
16. [mão de obra].
17. P. Pra ter a terra. Pra ter a cana de açúcar. Precisa de ter o quê?
(Alguém abre a p o rta eperm anece ali)
18. AsM ã o de obra.
19. P. Pra ter a m ão de obra. Tam bém precisa ter o quê?
20. A. Pessoas p ra trabalhar.
21. As (xxx)
22. P. Sim , pes so.aspara trabalhar, a mesma coisa de mão de obra.
23. A. Q u a l a pergunta mesmo, professora?
Estamos diante de um exemplar de gênero discursivo oral, um a
aula em que a professora está apresentando um conteúdo novo de
história do Brasil a um a classe de alunos do quinto ano do ensino
fundam ental, e interagindo oralmente com eles. Com o o clima dis­
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ciplinar é bastante ruim (xxx indicam barulho de vozes sobrepostas),


ela tem m uita dificuldade de ratificar-se como falante primária, não
obstante estar investida de um papel social, o de professora, que lhe
deveria assegurar algumas prerrogativas, como a de introduzir os tó ­
picos, iniciando-os e concluindo-os, conduzir a discussão, distribuir
turnos e definir a duração dos episódios interacionais.
N o esforço para conseguir comunicar-se, transm itindo as infor­
mações que se propôs a transmitir, atingindo assim os objetivos de
sua tarefa comunicativa, a professora lança mão de m uitos recursos,
conduzindo um processo penoso de negociação de poder, conforme
veremos a seguir.
O tem a a ser apresentado é novo para os estudantes, ou seja,
os conhecimentos de b a c k g ro u n d de que eles se podem valer são tão
somente os referentes à sua competência em língua portuguesa e seu
traquejo na cultura local, pois aparentem ente não conseguem aduzir
nenhum conhecim ento de história do Brasil que lhes facilitasse a in­
terpretação das mensagens e a elaboração de inferências.
Já no turno (1), a professora usa dois recursos, em linguagem
coloquial, para solicitar o turno (“Pera aí um m inutinho”, “O lha
aqui”), e em seguida avalia a informação como m uito im portante.
Só então apresenta a pergunta. Nesse m om ento, um a aluna boceja, o
que é um a evidência não verbal da dificuldade que a professora tem
de ser ratificada.
No turno (3), refaz a pergunta, com outras palavras, acrescentan­
do mais informação (“a empresa açucareira”). Vemos aí um mecanismo
para negociar a interpretação. As respostas que obtém nos dois turnos
seguintes, contudo, não atendem à sua expectativa. Em (4), um aluno
experimenta um a resposta, que é ecoada pelos demais em (3).
Em (6), ela insiste, mitiga a sua fala, usando um dim inutivo
(“Vamos devagarinho”). Seguem-se oito turnos em que o diálogo não
avança na direção esperada pela professora. As condições do contexto
não favorecem a sincronia conversacional; o ritmo é todo interrompido
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e disfluente. Em vez de sincronia, o que se observa é a instauração do


conflito, em vários m omentos, com vozes sobrepostas (indicadas pelos
colchetes [ ] ) ou algazarra (indicada pelos xxx).
Em (15), ela faz um a nova tentativa, sem m elhor resultado. Em
nenhum a sequência, observa-se um par adjacente (pergunta-resposta)
coerente, que seria uma evidência de que o grupo estaria desenvolvendo
um raciocínio lógico.
Nos turnos seguintes, a professora usa vários recursos, no esforço
para obter êxito: recursos não verbais, pois se aproxima dos alunos,
caminha, procura compensar a baixa estatura esticando o pescoço,
gesticula, faz contato de olhos com um ou outro aluno a quem se dirige
(como se pôde ver no vídeo da aula); recursos suprassegmentais, pois
sobe o tom de voz ou repete palavras, escandindo as sílabas; recursos
de metalinguagem e de polidez, quando ratifica as respostas (“Sim,
pes.so.as para trabalhar, a mesma coisa de mão de obra”).
Finalmente, em 23, ela tem a confirmação de que a comunicação
pretendida não se efetivou.
Este capítulo foi dedicado à Sociolinguística interacional.
Exam inei a contribuição de dois pesquisadores a essa área: John
G um perz e Erving G offm an e do filósofo da linguagem , Paul Grice.
As categorias por eles postuladas foram em pregadas na análise de
um diálogo contido em um a m úsica do com positor Paulinho da
Viola. Tam bém apliquei categorias próprias da Sociolinguística
interacional à análise de um episódio de sala de aula. E m bora
esses não tenham sido exemplares de m icroanálise, foram usados
para ilustrar as categorias propostas pelos autores m encionados,
pioneiros na im plantação do paradigm a.
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E x e rc íc io s

Q u e stã o 01

Escreva um texto de aproximadamente duas páginas sobre os fun­


dam entos históricos da Sociolinguística interacional, apoiando-se
nas informações deste capítulo. Faça pesquisas suplementares sobre
os autores mencionados. Vá tam bém a Ribeiro e Garcez (2002) e a
Pereira et al. (2009).

Q u e stã o 02

Grave um a conversa face a face entre duas pessoas, transcreva-a e


analise-a usando categorias descritas neste capítulo.

Q u e stã o 03

Faça o mesmo previsto na questão anterior com um corpus gravado


em sala de aula ou em outro contexto em que haja interação entre
falantes que assumem o piso de fala e um a audiência formada por
vários interlocutores.

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