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SOCIOLINGUÍSTICA

INTERACIONAL

POR: LENILZA MENDES


AFINAL, O QUE É SOCIOLINGUÍSTICA
INTERACIONAL?

• Essa corrente guarda semelhanças com a disciplina que


evoluiu da análise contextual e da Etnografia e foi
denominada microetnografia, a qual se ocupa da “ecologia
local e situada que ocorre entre participantes engajados em
interações face a face, constituindo experiência social e
histórica” (Garcez, 1997: 187).
•Tanto John Gumperz quanto Erving Goffman
enfatizaram a natureza sistemática e normatizada
das interações face a face.

•Para Goffman (2002/1964), um encontro social


constitui-se de um sistema de ações mutuamente
ratificadas, que preveem a distribuição dos
turnos da fala e a estabilidade do foco de
atenção. Esse autor também asseverou que a fala
é socialmente organizada não apenas em termos
de quem fala para quem em que língua, mas
também como um pequeno sistema.
A IMPORTÂNCIA DOS PAPEIS SOCIAIS,
SEGUNDO GUMPERZ

Apoia-se no pressuposto de que a interação


humana é constitutiva da realidade social.
Segundo esse pensador, a ordem a estrutura
etc. não são pré-determinadas, mas
constituem-se na própria interação, baseadas
em um conjunto complexo de fatores
materiais, experenciais e psicológicos (cf.
Figueroa, 1994: 113 ss.). A interação
humana é, portanto, constitutiva dos papeis
sociais, considerados como um conjunto de
prerrogativas e de deveres em um
determinado domínio social.
FOOTING (MUDANÇA NO
ALINHAMENTO)

O alinhamento, conforme explicam Garcez e


Ostermann (2002), pode ser físico, quando se leva
em conta a posição do corpo do falante em relação a
seu interlocutor, ou contextual, considerando-se a
ratificação que os interagentes fazem uns dos outros.
ESTRATÉGIAS UTILIZADAS NA
CONTEXTUALIZAÇÃO DA MENSAGEM

• A Sociolinguística interacional rejeita a separação entre


língua e contexto social e focaliza diretamente as
estratégias que governam o uso lexical, gramatical,
sociolinguístico e aquele decorrente de outros
conhecimentos, na produção e contextualização das
mensagens.
PISTAS DE CONTEXTUALIZAÇÃO SEGUNDO PEDRO
GARCEZ E ANA CRISTINA OSTERMANN (2002: 263)

São os traços que contribuem para a sinalização de


pressuposições contextuais que podem ter várias
manifestações linguísticas, dependendo do repertório,
historicamente determinado, de cada participante, incluindo
mudanças de código, dialeto e estilo, fenômenos prosódicos e
escolha entre opções lexicais e sintáticas, expressões pré-
formuladas e padrões de sequenciamento.
PRINCÍPIO DA COOPERAÇÃO PAUL
GRICE

• 4 máximas:
• A primeira dessas máximas, denominada máxima de quantidade,
prevê que toda contribuição verbal seja tão informativa quanto for
exigido para os propósitos interativos, nem mais nem menos. A
segunda, de qualidade, prescreve que só seja dito o que o falante
acreditar que seja verdadeiro; a terceira, de relação, recomenda que o
falante seja relevante; e a última, que ele seja claro, evitando
obscuridade, ambiguidades e prolixidade.
Sinal fechado (Paulinho da viola)

- Olá! Como vai?


- Eu vou indo. E você, tudo bem?
-Tudo bem! Eu vou indo, correndo pegar meu lugar no futuro... E
você?
[••.]
- Quanto tempo!
- Pois é, quanto tempo!
- Me perdoe a pressa, é a alma dos nossos negócios!
- Qual, não tem de quê! Eu também só ando a cem!
- Quando é que você telefona? Precisamos nos ver por aí!
- Pra semana, prometo, talvez nos vejamos... Quem sabe?

— O sinal...
— Eu procuro você...
— Vai abrir, vai abrir...
- Eu prometo, não esqueço, não esqueço...
- Por favor, não esqueça, não esqueça...
- Adeus!
— Adeus!
- Adeus!
METODOLOGIA DE ANÁLISE DA
SOCIOLINGUÍSTICA INTERACIONAL (BORTONI-
RICARDO)

• Bortoni-Ricardo (2014) propõe uma metodologia


para a análise de estratégias de comunicação,
organizando-as em cinco grupos de categorias.
METODOLOGIA PARA ANÁLISE DE
ESTRATÉGIAS DE COMUNICAÇÃO

• 1. Características estruturais e comunicativas do evento


• 2. Processo interpretativo
• 3. Uso da língua ou práticas verbais
• 4. Regras dialógicas
• 5. Linguagem não verbal
REFERÊNCIAS

• BORTONI-RICARDO, S. M. Manual de Sociolinguística. São Paulo:


Contexto, 2014.

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