Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
abordagem multidimensional
1
Fundamentos teóricos sobre o aprendizado da leitura
Santos e Navas, 2002; Nation et al, 2004; Catts, Adlof, Weismer, 2006; Pennington e
Bishop, 2009; Snowling e Hulmes, 2011). Esses déficits podem ser explícitos e
2
e armazenadas de forma organizada e categorizada a partir do código do idioma ao
define o modo como palavras e partes delas são combinadas para comunicar
adequado.
3
da linguagem que fornecerá, à sua vez, as bases para o aprendizado da escrita e da
leitura.
armazenados para futuras recuperações, quer por meio de palavras, quer por
processamento cognitivo pode ser mediado pela linguagem, que acaba por
(Gerber, 1996).
1986) mostra que diferentes habilidades da linguagem oral compõem os pilares para
4
leitura congrega habilidades que levarão à decodificação da palavra: a consciência
e Petrides, 2007; Cain, 2010; Oakhill e Cain, 2012) - bem como fatores psicoafetivos
como a motivação (Paris, Cross e Lipson, 1984; Oakhill e Petrides, 2007; Miller e
compreensão leitora.
5
sistema de escrita. Comprovando esta ligação, estudos têm apontado que a
2012).
6
QUADRO 1
Fonte: Adaptado de Gough P.B. & Tunmer W.E. (1986). Decoding, reading and reading disability. Remedial and special
education, vol. 7, pp. 6-10; Hoover W.A. & Gough P.B. (1990). The simple view of reading. Reading and writing, Vol. 2, pp. 127-
60 e Cain K. (2010). Reading development and difficulties. Padstow: BPS
Além das associações entre linguagem oral, leitura e escrita, as pesquisas têm
leitura e a escrita (Crawford e Dewey, 2008, Colon, Sanders e Wright, 2009). Assim,
pontuais da leitura ou da escrita, mas devem ser vistos como sinais de fragilidade de
7
deve-se considerar que o desempenho observado na avaliação dos prejuízos da
demandas de avaliação.
A intervenção terapêutica
8
da Fala e da Linguagem, o Distúrbio do Processamento Auditivo, o Transtorno do
preciso de palavras (Hatcher et al. , 2006; Hayward, Das, Janzen, 2007; Salgado e
Capellini, 2008, Capellini et al., 2010). No Brasil, alguns, desses programas são
et al., 2010).
9
que lê, por uma extensa gama de motivos que vão desde alguns ligados ao sistema
e coerência.
2007) pode ser grande o número de escolares que não responde da forma esperada
10
escolares iniciais. O mesmo conceito deve guiar o raciocínio terapêutico
11
déficits mistos, este programa foi concebido como prova terapêutica que ao mesmo
diferentes sessões de uma hora (mudam-se os estímulos), que acontecem uma vez
resultados, sem deixar que o tratamento se estenda por muito tempo e sem controle.
12
O programa é precedido e sucedido por avaliação (Carrol et al., 2011), com a
identificáveis.
objetivo pode ser alcançado. Entretanto, somente um estudo controlado, que ora se
13
QUADRO 2
Universidade Federal de São Paulo -‐ Escola Paulista de Medicina
Disciplina dos Distúrbios da Comunicação Humana
Departamento de Fonoaudiologia
NEAPEL ʹ Núcleo de Ensino, Assistência e Pesquisa em Escrita e Leitura
HABILIDADES
Tempo RESULTADOS
Cognitivo / Estímulo Linguístico
Motor / Psicomotor Leitura / Escrita
Metacognitivo
Equilíbrio e
1. Responder questões sobre antônimos, e dias da semana ou meses do ano;
Coordenação:
1. Andar sobre uma 2. a) Pular com poesia,
Consciência Fonológica,
linha -‐ fita crepe
b) Pular sozinho 10 vezes, e falar 03 nomes de animais ou 03 palavras que começam com /p/ ou
ϭϬ͛ (apanhar bolinhas). Evocação de palavra,
pseudopalavras);
2. Pular corda; Memória Fonológica de
3. Marcha cruzada; Curto Prazo (pseudopalavra) 3. Perna direita: substantivo feminino; Perna esquerda: verbo (no infinitivo);
4. Jogar bolinhas de 4. Segmentação de frases (ouvidas) em palavras (sílaba tônica).
borracha no chão
Jogar bolinhas de
Por pista semântica (animais de grande porte), fonológica (/p/), sintática (substantivos
ϯ͛ borracha, trocando de Evocação (fluência verbal)
masculinos).
mão (seguimento visual)
Auditivo: Ordenar letras e números em ordem alfabética e crescente (Memória 1.documento)
Memória
3
Operacional e de curto prazo
Visual: Memorizar número de bolinhas verdes (Memória 1.ppt)
14
ϱϬ͟ Nomeação rápida Nomear 50 figuras apresentadas em slides (NR1 ʹ 2 segundos e NR1 ʹ 1 segundo)
Identificação da sílaba inicial, identificação da sílaba final, identificação da sílaba medial (CF1)
ϳ͛ Consciência Fonológica
Identificação do fonema inicial, identificação do fonema final, identificação do fonema medial
(CF1)
Texto narrativo (O vendedor de sapatos ʹ CO1): desenhar, trocar desenhos, o outro conta o que
Compreensão oral /
Ϯ͛ vê, o autor explica e reconta.
Produção
-‐ Vocábulo de baixa frequência: candidatos
Apresentação de letras e sons 1. Vogais e sons correspondentes
ϱ͛ Consciência fonoarticulatória e 2. Oponência fonológica (com pista fonoarticulatória , auditiva e fonológica > /p/,/b/,/v/,/l/ -‐
fonológica. Foco: /p/
Construção da prancha
5' Letras P, B, V + vogais > até palavras (Estrutura: CVCV)
ortográfica
Estimulação da associação Leitura de 20 palavras (apresentadas em sequência de letras), correspondentes à nomeação
Ϯ͛
fonema-‐ grafema anterior (FG1)
ϯ͛ Leitura flash Leitura de 50 Palavras mais frequentes ʹ Condemarin e Blomquist (1989)(LF1)
1. Ouvir texto narrativo enquanto lê (A causa da chuva ʹ CL1): 1o. Thinking-‐aloud, 2o. Perguntar
1.Compreensão leitora sobre cada proposição, 3o. recontar (quando em grupo,cada criança é tutora da outra)
ϲ͕ϱ͛
2. Produção escrita 2. Entregar a mesma história que leu digitada já com um final diferente começado > a criança
termina. (PE1)
15
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
Diversos Transtornos de Aprendizagem. In: Capellini SA, Sampaio MN, Oliveira AM.
Tópicos em Transtornos de Aprendizagem - Parte II. São José dos Campos: Pulso,
2012, pp.
Berninger VW, Abbott RD, Abbott SP, Grahan S, Richards T. Writing and reading:
connections between language by hand and language by eye. J Learn Disabil. 2002;
Cain K. The skilled comprehender. In: Cain K. (2010). Reading development and
Capellini SA, Germano GD, Cardoso ACV. Relação entre habilidades auditivas e
253.
Capellini SA, Sampaio MN, Kawata KHS, Padula NAMR, Santos LCA, Lorencetti
escolares com dislexia do desenvolvimento. Rev. CEFAC. 2010, 12(1): pp. 27-39.
16
Carroll JB. Human cognitive abilities: a survey of factor-analytic studies. New York:
Carrol JM, Bowyer-Crane C, Duff FJ, Hulme C, Snowling MJ. Developing language
and literacy: effective interventionin the early years. York: Wiley-Blackwell - Nuffield
Foundation, 2011
Catts HW, Adlof SM, Weismer SE. Language deficits in poor comprehenders: a case
for the simple view of reading. Journal of speech, language and hearing research
Catts HW, Hogan TP e Adlof SM. Developmental changes in reading and reading
disabilities. In: Catts HW, Kahmi AG (Eds.) The connections between language and
Conlon EG, Sanders MA, Wright CM. Relationships between global motion and
global form processing, practice, cognitive and visual processing in adults with
deficits in children with developmental coordination disorder? Hum Mov Sci 2008; 27:
pp.154-69.
Flood L, Lapp D. Reading and writing relations: Assumptions and directions. In:
17
Frota S, Pereira LD. Processamento auditivo: estudo em crianças com distúrbios da
Glenberg AM, Jaworski B, Rischal M, Levin J. What brains are for: action, meaning,
Gough PB, Tunmer WE. Decoding, Reading and Reading Disability. Remedial and
reading outcomes for children with learning disabilities: using brief experimental
pp. 203-221.
Guardiola, A.; Ferreira, L.T.C. e Rotta, N.T. Associação entre desempenho das
Guthrie JT, Wigfield A. Engagement and motivation in reading. In: Kamil ML,
Hatcher PJ, Hulme JC, Miles JNV, Carroll JM, Hatcher J, Gibbs S, Smith G, Bowyer-
Crane C, Snowling MJ. Efficacy of small group reading intervention for beginning
18
readers with reading-delay: a randomised controlled trial. Journal of Child Psychology
2008.
in average and below-average readers, Journal of Learning Disabilities 2002: 35, pp.
436-38.
Mears B. The ABCs of effective reading integration: Pre k through first grade.
Miller SD, Faircloth BS. Motivation and reading comprehension. In: Israel SE, Duffy
GG. Handbook or research on reading comprehension. New York: Taylor & Francis,
19
Mody M, Studdert-Kennedy M, Brady S. Speech Perception Deficits in Poor Readers:
Muter V, Hulme C.; Snowling M.; Stevenson J. Phonemes, Rimes, Vocabulary, and
children. Journal of speech, language and hearing research, 2004: 47: pp.199-211.
Nation SP. How large a vocabulary is needed for reading and listening? Canadian
Navas ALP. Annual research review: the nature and classification of reading
2012;17(3):370-1
Oakhill JV, Cain K. The precursors of reading ability in young readers: evidence form
a four-year longitudinal study. Scientific Studies of Reading 2012; 16(2): pp. 91-121.
Oakhill JV, Petrides A. Sex differences in the effects of interest on boys' and girls'
20
Pascoe M, Stackhouse J, Wells B. Persisting speech difficulties in children:
children`s speech and literacy difficulties 3. Sussex: Whurr Publishers Limited, 2006.
Pennington BF, Bishop DVM. Relations among speech, language and reading
Qian D.D. (1999). Assessing the roles of depth and breadth of vocabulary knowledge
in reading comprehension. Canadian modern language review, vol. 55, n. 2, pp. 282-
308.
Santos MTM; Navas AL. Distúrbios de Leitura e Escrita: teoria e prática. São Paulo:
Manole, 2002.
21
Snowling M, Stackhouse J. Dislexia, fala e linguagem. Porto Alegre: Artmed; 2004.
children's psychosocial and emotional development. In: Tremblay RE, Barr RG,
encyclopedia.com/documents/TomblinANGxp.pdf.
Westby CE. Assessing and remediating text comprehension problems. In: Kamhi AG;
22