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Sobre habitual

A diferença/semelhança "do fenômeno" é quando o comportamento resultante


da existência de um "ser", não se tem diferenciação de um outro "ser"
enquanto comportamento, sendo sua única diferença uma substância
metafísica de composição que o define enquanto ele mesmo em si, mas, não o
define enquanto comportamento, o comportamento é o que cria a presença do
ser enquanto relação com os outros seres no que chamamos de realidade.

Um exemplo disso, pegamos o exemplo da moral do trem, a qual se há duas


opções, ou você trocará a curva do trem para matar 1 pessoa, ou deixará ele
matar as 5 pessoas. Tanto ser indiferente em ação e portanto não agindo, vai
matar as 5 pessoas, quanto querer matar as 5 pessoas, matá-la as 5 pessoas,
ou seja, temos a definição da "composição", ou melhor, "substância" das 2
pessoas com intenções diferentes, todavia, o fenômeno, ou seja, as 5 pessoas
morrerem, será igual e resultará na realidade do mesmo jeito em ambas, ou
seja, pragmaticamente na lógica, os dois são o mesmo enquanto fenômeno na
realidade, independente da noção metafísica, os dois terão impactos iguais.

Nesse sentido, o Nada e a "ordem", são ordenados, pois, não há desordem em


nenhum, e por outro lado, a "desordem" e o "nada" não teriam como implicar
no mesmo resultado, pois em prática, teria desordem apenas em um, e não no
outro. O nada não teria impacto de desordenação na realidade igual a ordem,
pois, a ordem é notada apenas como fenômeno, ao contrário da ordem e nada.

Ou seja, numa tríade de realidade, o caminho indiferente e o caminho "bom"


seguiram o mesmo percurso, chamarei de "habitual", esse habitual ocorre,
você sendo indiferente aos dois, ou preferindo ele, é irrelevante, você estará
nele. Ou seja, o que chamo de natural, é aquilo que ocorre preferindo ele ou
sendo indiferente a ele, tudo que não é natural é aquilo que ocorre se tiver
ação contrária a algo que aconteceria se vc tivesse a favor ou indiferente à
acontecer.

Nesse sentido, o lado de "direita"/"bom"/"caminho da mão direita", seriam


basicamente a racionalização do querer permanecer no lado habitual da
realidade, ou seja, ordem. A ordem ocorre tanto em nada como no tudo, a
desordem só ocorre se assim lhe ser de vontade.

Ou seja, em prática, quer diferenciar algo de 'bom' e 'mau' (no sentido


enquanto objetivo a ascensão à luz do nous)? Se aquilo ocorre, habitualmente,
se não houver interferências pela "razão", aquilo é o natural, veja, com isso
descartamos qualquer coisa má da realidade, pois, o "mal"(enquanto
fenômeno), não nasceria da "ignorância"(enquanto entidade de condição
mental metafísica), mas sim, da racionalização da realidade e insatisfação para
com o percurso dela. Evidentemente isso se mostra no motor do mal que
presenciamos, o mesmo é movido por medo de morte (algo natural), medo da
fome (algo natural), medo da perca (algo natural), ou seja, medo da escassez
de algo, que, a propósito, a escassez é natural, afinal, as coisas mudam o
tempo todo e nunca ficam eternamente no mesmo fenômeno. Nesse sentido, o
mal enquanto fenômeno nasceria do medo da mudança de "ser" enquanto
fenômeno. Para essa visão, o medo se dá por falta de algo (coragem), ou de
fora (matéria).
E como entendido que o habitual é o fim, o desabitual seria necessário para
impedir que o fim aconteça em absoluto, ambos são importantes, pois mantêm
a existência.

Então, sim, o nada muitas vezes é melhor que algo.

Sobre Opiniões

A opinião não implica em verdade ou mentira, fora de si. Ela apenas implica em
si mesma, nesse sentido, o que a opinião fala é apenas uma constatação de
uma noção do indivíduo perante algo da realidade, esse algo pode ser uma
coisa independente da vontade do indivíduo com a opinião, ou seja, a opinião
do indivíduo não tem impacto na forma da realidade. Seria contraditória eu
dizer que a opinião não tem impacto na forma da realidade, pois, eu estaria
dizendo uma "forma" de "não forma" da realidade.

A opinião implica na suposição mutável de algo imanente, perante a uma


relação de vivência isolada para com aquilo. Não presenciamos algo da
realidade em totalidade, nem enquanto ele mesmo, e nem enquanto tudo que o
cerca.

O que existiria seria opiniões contraditórias e não contraditórias, pois, a


contradição não implica em algo do real fora dela mesma, ou seja,
independente da conexão que faço para validar algo enquanto Y, o Y ainda
seria real, mas não torna qualquer conexão para com o Y real.

Essa falácia da afirmação do consequente, é muito presente nos meios


esotéricos, e exotéricos, o espiritismo é famoso por isso, criam uma retórica
que, se X existe, X implica em Y, como a discussão não é se X implica em Y ou
como implica, e sim, se há X ou não, acaba que, por decorrerem que o X é
possibilitado também pela evidência do Y, acaba, assumem que qualquer Y é
real. O fato de X ser real, não implica que a evidência enquanto Y ( "contido"
em X), seria de fato uma conexão verdadeira, agora, troque o X por espírito, e
Y por moral/evolução, essa é a retórica espírita.

Ou outro exemplo, suponho que existe um Deus do hambúrguer, ele que criou
a noção do hambúrguer enquanto hambúrguer. Temos hamburguerias na
realidade, e não sabemos qual sua origem objetiva, por decorrer que
presenciamos a evidência da existência do deus do hambúrguer, vamos
assumir então que a conexão dele com os hambúrgueres seja real?
NEGATIVO.

Essa retórica se mostra presente por "esquizo"téricos, que assumem que


TUDO existe em qualquer suposição e alegação mental, como eu disse, o
fenômeno existe enquanto algo individual da mente do indivíduo, e não como
um fenômeno que se inicia previamente ao indivíduo e existe indiferente a ele,
há conceitos que só existem enquanto reforçamos, chamamos isso de "formas
mentais", elas se tornam reais pois são criadas. Nesse ponto, tudo "existirá",
mas, não pela mesma forma, composição/material, finalidade, e pelo mesmo
criador. Várias coisas são assumidas como verdades, pois não sabemos sua
causa eficiente, ou até, não sabemos a conexão das coisas. Correlação não é
causalidade. Por isso é possível refutar uma ideia usando da mesma ideia,
como na lógica, o Y "ser" dele enquanto substância metafísica, existe, isso é
fato, mas, seu fenômeno captável, enquanto definição, é dúbio.

Ou seja, as coisas presentes na realidade, tem ao menos uma presença


objetiva originária, mas, isso não significa que todas elas têm o mesmo impacto
e relevância para com as camadas e tipos de realidade. Somos sábios por
reconhecer a mentira, todavia ignorantes para deduzir a verdade. Nesse
sentido, estaríamos conectando a correlacionando o X e Y por conta que não
sabemos a variável intermediária entre eles, ou seja, o "elo perdido de razão".
A falta do elo perdido de razão, é o que remonta a ignorância de afirmar certas
"verdades objetivas".

Sobre a dualidade “dentro” e “fora”

Eu acho interessante analisar conceitos dentro e fora de algo, como um "zoom


in" e "zoom out". A metafísica faz coisa similar ao analisar o conceito enquanto
"zoom out" de algum particular dele, e uma análise científica ao fazer um "zoom
"in". Penso que é um "zoom out" pois a metafísica é o conhecimento/estudo
mais elevado, conhecendo todo o conceito enquanto "conceito do todo dele".

Um exemplo disso, é a moral, penso nela como um conceito de "zoom in", pois
vejo ela apenas como aplicação, particular, e não, uma universal "fora da
aplicação a posteriori". Para entender melhor, pense nessa frase, "Os anjos
dos vencidos se tornarão os demônios dos vencedores", essa frase possui dois
significados e peso de verdade, apenas depende se estiver analisando a frase
em si mesma (zoom out), ou a frase se referindo a algo (zoom in). Nesse
sentido, a mesma frase pode apontar coisas diferentes, pois ela leva um
conceito universal verdadeiro, quem vence, determinada a história
(principalmente para seu lado), isso é o que a frase quer dizer, e não é uma
mentira. Analisar frases e diálogos na perspectiva "zoom out", é tentar tirar a
síntese dele, fora de qualquer particular, para entender a ideia da qual o
mesmo quer passar, nisso, veremos se tal coisa em si se trata de uma
verdade, meia verdade, ou afins.

Nesse sentido, a moral, vista por um escopo "zoom out", são basicamente leis
visando um objetivo coletivo de todo grupo ou parcela do grupo, para com algo
a favor dele ou a favor de algo maior, tentando orientar todas os fenômenos
praticáveis, direcionando eles para com esse objetivo. Nesse sentido, a moral
possuiria caráter de "dever" enquanto a ética "consequência", um evitaria tomar
ações que comprometesse o cumprimento do objetivo, enquanto o outro seria
focado na permanência do mesmo.

Podemos entender o "zoom out" também como intenção, e o "zoom in", como
"na prática", em relação à moral.

É importante ver os objetivos para com algo, para entender as consequências


derivadas para com ou com o algo. Um bom exemplo dessa analogia de
"zoom", seria uma discussão se algo X ou Y, sendo essa discussão "zoom in",
uma discussão "zoom out", perguntaria se tal coisa existe de fato, qual o
sentido de discutir? Para que existir enquanto autores de discussão? Ou seja, o
"zoom out" analisa toda a veracidade enquanto Ente, da situação particular em
si mesma.

O "zoom out", muita das vezes leva a uma destruição do valor enquanto ato
das coisas, quase um "niilismo" intelectual, todavia, ele é importante para
analisarmos as coisas que falamos e pensamos, para verificar se tem algum
significado fora da situação aplicada e referida. Entender as coisas enquanto
referências de outras é o maior vício intelectual que pode se cometer, entender
algo pela ação é apelar para uma "ignorância" da conexão daquilo, apelando
para um pensamento que ignora o "elo de razão" perdido daquilo. Tentar
conhecer algo pela ação, é apenas conhecer o "rastro" daquilo, pois, amanhã
já não será o mesmo, e nem foi o mesmo de ontem. É necessário entender a
finalidade e origem de tal coisa para se conhecer de fato ela, você conhecendo
sua origem e seu final, se permitirá ver o que vai acompanhar a mesma
durante todo o percurso, a famosa "substância do seu ser" que acompanha no
seu fim e/ou transformação.

Se não existisse algo substancial imutável em você (ao menos em "condição"


de estado de ser). você não morreria e seria imortal, pois, a todo modo e forma
você se mudaria e não teria a mesma coisa a "morrer" desde o início, seria um
disparo mutável um motor imutável, mas, seria contraditório, se você não
tivesse uma coisa que faria você ser você, você seria qualquer outra coisa que
não fosse você, ou seja ,se as coisas não tivessem identidade ao menos a
priori, nada existiria, pois, se tudo mudasse por completo, e nada
permaneceria, não teria uma "origem imóvel" a qual as coisas móveis se
mudariam e se originariam. E se não houvesse um você "objetivo", de qual
base se mudaria? Não tem como se mudar de natureza algo que ao menos
não se tem algo estático. Nesse sentido, você tendo uma criação a priori, há
também de fato algo a priori em você. Pense num copo, podemos mudar o
líquido que for, o copo ainda é copo, e o copo faz o que chamamos e rotulamos
de eu, se o "eu" não fosse o copo, nada existirá para "isolar em identidade" o
que tem de notável dentro do copo, o copo só é mutável em conteúdo pois tem
algo "por dentro" que chamamos de conteúdo, que se altera, e se tem algo por
dentro, há um "revestimento imutável" por fora, ou seja, o que cobre e segura
todos esses elementos mutáveis, é o copo, ou seja, o "eu", o conteúdo de
dentro muda, mas o "corpo" em estado de "copo", não, pois, se o copo for algo
que não seja o copo, o que segura "identidade mutável", enquanto algo
particular, apesar de mutável, a mim?, se não tivesse copo, sua parte mutável
seria parte do mundo e logo não existirá um você. Pense em uma fileira de 10
copos, podemos trocar a água de dentro deles várias vezes, continuam copos,
mas, caso removemos o copo, a água se espalha, e não se tem mais
identidade isoladas compostas de água, apenas uma grande massa de água
imensa, e com uma identidade "una", que seria toda a água. Nesse sentido, o
que chamamos de "indivíduos", são copos que separam uma parte da água em
um reservatório fechado, a qual se altera de água em tempo e tempos.
Podemos chamar esse copo de "mente" ou "espirito". Ou seja, conhecer a si
mesmo é reconhecer o que tem de imutável em você, tentar entender a água, é
entender uma sombra futura.

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