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19-28230 CDD-373.19
índices para catálogo sistemático:
olivro de Ciências da
N
Natureza e Suas Tecnologias, as
abordagens de Biologia, Física e Química são feitas de
forma articulada, a partir de objetos de estudo comuns
a essas disciplinas, como a investigação da natureza e do desenvolvi¬
mento tecnológico, as linguagens para a representação e sistematização
do conhecimento, a análise de fenômenos ou processos naturais e tec¬
nológicos. Tal articulação didática é facilitada pela organização dos
conteúdos a partir de temas integradores comuns - A Ciência como
Construção Humana; Saúde, Sociedade e Cidadania; Meio Ambiente
e Sustentabilidade; As Tecnologias no Mundo Contemporâneo e no
Cotidiano - que permitem promover a convergência dos aprendizados
científicos, respeitando-se a diversidade das ciências.
O ensino de ciências é oferecido de forma contextualizada, con¬
forme as exigências da modalidade EJA Ensino Médio, promovendo
a discussão de aspectos práticos e éticos da ciência na sociedade
contemporânea, especialmente no mundo do trabalho. Busca-se, o
desenvolvimento de conceitos e procedimentos comuns à investigação
e compreensão de diferentes processos naturais, como a interpretação
e utilização de modelos explicativos das diferentes ciências; a identifi¬
cação de informações relevantes em situações-problema com o objetivo
de elaborar estratégias de solução; e a utilização de instrumentos e
procedimentos adequados de medição, quantificação e realização de
cálculos e estimativas.
As estratégias didáticas propostas neste livro procuram, ainda,
desenvolver competências como a da comunicação oral e da contex-
tualização sociocultural, facilitando a aplicabilidade dos conhecimentos
adquiridos, tanto no cotidiano social, quanto no profissional, além do
desenvolvimento do senso crítico, indispensável para o uso ético desses
conhecimentos.
Portanto, seguindo o que aponta a Base Nacional
Curricular Comum - BNCC, o livro apresenta as Ciências da
Natureza indo além do aprendizado de conteúdos conceituais,
mas trabalhando a partir das competências e habilidades que
permitem a ampliação e a sistematização das aprendizagens
essenciais desenvolvidas para o Ensino Médio no que se refere:
“aos conhecimentos conceituais da área; à contextualização
social, cultural, ambiental e histórica desses conhecimentos;
aos processos e práticas de investigação e às linguagens das
Ciências da Natureza.”
Sumário
Biologia
Unidade 1 - Ciência e Natureza 17
Capítulo 1 - As Ciências da Natureza e a Vida 18
Organizando a Vida 20
A Construção da Ciência 23
Capítulo 2-0 Que É a Vida para a Ciência? 27
Características dos Seres Vivos 28
Como Surgiu a Vida no Planeta Terra? 29
Física
Unidade 1 - Física para Quê? 320
Capítulo 1 - A Construção da Física como Ciência 321
Grandezas Físicas e Unidades de Medidas 322
Força 327
Capítulo 2 - Estática 338
Equilíbrio de uma Partícula 338
Química
Unidade 1 - A Química e a Vida Contemporânea 601
Capítulo 1 - A Importância da Química no Cotidiano 602
O Desenvolvimento Histórico da Química 606
Capítulo 2 - Do Que as Coisas São Feitas? 611
A Composição da Matéria 614
Alecksey Walewski
Bacharel e licenciado em Ciências Biológicas pela Pontifícia Universidade
Católica do Paraná (2003). Especialista em Educação Ambiental e Ecologia,
pelo Instituto de Educação Superior Nossa Senhora do Sion (2007). Mes¬
tre em Gestão e Auditorias Ambientais pela Fundação Universitária
Iberoamericana - FUNIBER (2013). Professor concursado nas disciplinas
de Ciências e Biologia pela Secretaria de Estado da Educação do Paraná,
tendo atuado na Educação Profissional, na formação de docentes e na
Educação de Jovens e Adultos. Autor de material didático para Ensino
Fundamental, Médio e Profissional.
Unidade í
Ciência e Natureza
O bserveas imagens desta página. O que você percebe em comum entre elas?
A Terra é habitada por uma imensa quantidade de seres; alguns deles são vivos,
outros não. Você, assim como uma onça, um pato, uma árvore ou uma bactéria, é
um ser vivo. Já uma mesa ou uma pedra não são seres vivos. O que diferencia seres vivos de seres
sem vida é sua composição e as reações químicas que neles ocorrem. As ciências da natureza
preocupam-se em estudar a natureza, seus componentes e relações. Você já se perguntou como a
vida surgiu em nosso planeta?
Capítulo 1
htp:/sxc.hu
Análise
1) Reúna-se com um grupo de colegas para ler e interpretar o texto a seguir. Pesquisem o
significado das palavras desconhecidas e elaborem um resumo do texto.
Ciência e Limnologia
Um Resumo da História do Método: Três Caminhos para o Conhecimento
Para todo o tipo de esforço e pensamento humanos, há somente três métodos para a
obtenção de informações sobre o universo: o intuitivo, o metafísico e o científico, sendo que,
cada qual é caracterizado por certos pressuposições a respeito da natureza, bem como, por
critérios para se julgar percepções produzidas pelos próprios métodos.
O método intuitivo é aforma mais antiga de descoberta. Ele pressupõe que nenhuma
lei rege o comportamento dos objetos naturais, ou, caso haja leis, elas podem ser, a
qualquer momento, revogadas por alguma força, ou ser, organizador superior. Devido à
instabilidade dos fenômenos observáveis, o método intuitivo confere pouca credibilidade
à observação. Ao invés disto, sustenta que a única maneira de se adquirir conhecimento
de valor duradouro é através da revelação. A verdade nos será revelada se nos colocar¬
mos em estado de espírito receptive a tal ponto que a força organizadora possa revelar
suas intenções. É um corolário desta visão que seres humanos, por seus próprios esforços,
não conseguem adquirir nenhuma real compreensão do universo, tampouco a esperança
de prever eventos futuros.
O segundo método, o metafísico, tem sido defendido por muitos filósofos. Ele pre¬
sume que o comportamento dos objetos naturais é governado por um conjunto de leis,
as quais podem ser descobertas através de esforços humanos. Este método enfatiza
o poder da mente humana em enxergar tais leis. Ele parte da pesquisa de premissas
que são, obviamente, verdades e, via uso da lógica, deduz leis naturais destas verdades
axiomáticas. Ambos os métodos, intuitivo e metafísico, justificam seus pressupostos pela
interpretação de observações apropriadas como instâncias de verdades gerais percebidas.
Finalmente, o método científico parte das premissas dos metafísicos de que o universo
funciona em acordo com certas leis. Os cientistas discordam dos metafísicos porque eles,
para definir tais leis, se baseiam não somente em pensamentos, mas também na obser¬
vação. A ciência pode, portanto, partir de observações [...] ou de uma ideia. De onde quer
que o método comece, cientistas usam seus cérebros para produzir uma teoria ou lei, e, em
seguida, testam as implicações das teorias contra novas observações. Se uma teoria não dá
conta de prever algo, ela é modificada e esta novo teoria é, por sua vez, testada.
A diferença essencial entre o método científico e os demais é que afirmações da ciên¬
cia não, necessariamente, precisam ser verdades. A ciência não requer que seus praticantes
diretamente percebam verdades, e nem aceita que outros métodos o possam fazer. Em
ciência o conhecimento é sempre hipotético, de modo que o árbitro final deve ser o teste¬
munho da observação, não o fervor da crença.
Os três métodos de investigação não são necessariamente aplicados separadamente.
Com o decorrer do tempo, permitiu-se a hibridização, e a história da ciência pode ser muito
utilmente interpretada como a história da interação destes três métodos.
Fonte: RIGLER, F. H.; PETERS, R. H. II Uma breve história do método. KLOEPPEL, P. R. (Trad.) in: Ciência e
Limnologia. Oldendorf: Ecology Institute Nordbúnte, 1995. p 21-22.
3) Com base na leitura do texto, que contribuições você acha que o método científico trouxe
para o conhecimento do Universo e para o estudo da natureza?
Reflexão
Organizando a Vida
A construção de todo o conhecimento científico é o resultado do trabalho de pessoas que
dedicam seu tempo ao estudo de determinadas áreas das ciências, conforme seus interesses. Assim,
podemos afirmar que o conhecimento científico se estrutura em esquemas que representam a reali¬
dade e são construídos com base em pesquisas científicas.
Algumas pesquisas, por exemplo, têm demonstrado que no ambiente natural os seres vivos
não vivem em grupos separados uns dos outros, mas que, de uma forma ou outra, todos os grupos
estão interligados. Com a intenção de estudar a natureza, os cientistas dividiram e organizaram
a vida em sistemas e classificaram os seres
vivos em grupos distintos, segundo suas
características, mesmo sabendo que esses
grupos vivem interligados de algum modo.
No início, esse processo de organização e
classificação foi difícil, pois compreender o
ambiente natural em todos os seus detalhes
era (e ainda é) muito complexo.
Célula.
As Ciências da Natureza e a
M
Vida\^^/
Já uma comunidade ecológica é o conjunto de populações de espécies diferentes que habitam
um mesmo local, mantendo entre si várias formas de interação. Algumas espécies, por exemplo, são
a base da alimentação de outras espécies, como no caso dos lambaris, que servem de alimento para
as traíras (predatismo ou predação); outras espécies se relacionam de forma bastante íntima, de tal
modo que cada espécie não consegue viver isoladamente, como as bactérias que vivem no intestino
humano (simbiose). Outras espécies, por sua vez, se aproveitam de outros seres, embora sem preju-
dicá-los, como as bromélias, que crescem nos galhos de araucárias (comensalismo); existem também
aquelas espécies que prejudicam os seres de que se aproveitam, como os carrapatos, que sugam o
sangue de capivaras (parasitismo).
A união entre os seres vivos e o ambiente que
os cerca constitui um sistema ecológico que chama¬
mos de ecossistema. Os seres vivos presentes no rio
Amazonas, a água desse rio, os minerais e o oxigénio Para saber quais são as reservas da
que a compõem formam um conjunto que exemplifica biosfera reconhecidas pela Unesco
o ecossistema do rio Amazonas. no Brasil, consulte o site-. <www.
E se considerarmos a reunião de todos os unesco.org/new/pt/brasilia/natural-
ambientes e seres vivos da Terra? Temos, então, uma sciences/environment/biodiversity/
camada do planeta na qual encontramos todos os seus biodiversity/#c346822>. Acesso em:
ecossistemas, em que estão presentes todos os ciclos de 21 jun. 2018.
nutrientes utilizados pelos seres vivos. A essa camada
damos o nome de biosfera.
1
sozinhas perto de tomadas elétricas!
0 bebê poderia perguntar a si mesmo: "0 que é isso?".
^^5
Como o bebê nunca viu uma tomada elétrica na vida, não
há uma resposta anterior ou ela é incompleta. Com base
em outras situações e conhecimentos que o bebê possui,
Você já viu uma pessoa que está com algum tipo de dor tomar um com¬
primido e, em alguns instantes, a dor passar? Esse é um exemplo do efeito
placebo, pois, para o comprimido percorrer o sistema digestório, ser absor¬
vido e realmente aliviar a dor, é necessário aguardar vários minutos, ou seja,
o efeito imediato foi reflexo de fatores psicológicos, como a confiança de que
o remédio iria curar a dor.
Para saber mais sobre o efeito placebo, leia o texto Efeito placebo: o poder da
pílula de açúcar, disponível em: <www.cerebromente.org.br/n09/mente/
placebo!.htm>.
SÍA Reflexão
Butler
Corey
J.
j Análise
A primeira imagem mostra uma rocha e a segunda, flores. Qual imagem mostra seres vivos?
Converse com os colegas e o professor.
Intuitivamente você sabe que as plantas são consideradas seres vivos, mas por quê?
Você provavelmente identificou que as flores são seres vivos de acordo com algumas caracte-
rísticas que são típicas apenas desses seres.
Oj Reflexão
Quais são as características presentes em todos os seres vivos? Você conseguiria listar no
seu caderno as características típicas de todos eles? Depois de elaborar essa lista, vamos
comparar as características anotadas com as descritas a seguir.
Com o passar do tempo, uma pedra multiplica-se em mais pedras, crescendo e
reproduzindo-se?
Agora, reflita um pouco: uma mesa de madeira possui vida?
Vitória-régia. Cacto.
O resultado foi o esperado: na carne do recipiente aberto apareceram larvas, mas na carne do
recipiente tampado pela gaze, não. Ou seja, as larvas foram postas pelas moscas, provando que a vida
só é gerada a partir de seres vivos.
Os defensores da teoria da abiogênese questionaram o experimento de Redi, afirmando que
o “princípio da vida” estaria no ar e que a gaze que tampava o recipiente impedia que esse princípio
gerador da vida entrasse em contato com a carne. Essa teoria foi aceita ainda por muito tempo. Mais
tarde, o cientista John Needham tentou explicar o surgimento da vida a partir da matéria bruta por
meio de um experimento em que se fervia um caldo de carne em um recipiente fechado. Entretanto,
esse experimento não foi realizado de forma
correta: o processo de fervura foi insufi¬
ciente (com isso, não foram destruídos todos
Caldo de carne Caldo de carne
os micro-organismos) e, depois da fervura, fervendo fervendo
permitiu-se a entrada de ar fresco, que, hoje
sabemos, contém esporos de vários micro-
-organismos.
Percebendo os erros cometidos por
Needham, outro pesquisador italiano,
Lazzaro Spallanzani, partidário da teoria
da biogênese, repetiu o experimento, porém Frasco aberto Frasco fechado
vedando completamente o recipiente, de
maneira que o ar não pudesse circular nele;
além disso, ferveu a mistura por mais tempo,
o que matou os micro-organismos, preten¬
dendo provar que a vida não iria surgir do
caldo de carne espontaneamente. Podemos Caldo de carne Caldo de carne
observar o experimento realizado por repleto de micro- livre de micro-
-organismos -organismos
Spallanzani na ilustração ao lado. Note que
ele utilizou um grupo de controle. Ilustração do experimento realizado por Lazzaro Spallanzani.
Caldo estéril
Ao ferver o caldo, os micro-organismos
Caldo sem
micro-organismos morriam (o caldo era esterilizado) e, depois da
fervura, o balão permanecia em contato com o
ar, ou seja, aberto. Como o frasco se encontrava
aberto, não havia como contestar o experimento
de Pasteur: era o fim da teoria da abiogênese.
Aminoácidos
Aminoácidos
Os cientistas Urey e Miller, em 1953, tentaram reproduzir em labo¬
ratório as condições que teriam ocorrido na Terra há 3,5 bilhões de anos.
Esses pesquisadores elaboraram um experimento que simularia as condi¬
ções do planeta quando surgiu o primeiro indício de vida.
Eles colocaram os gases presentes na atmosfera primitiva em um
recipiente fechado, aqueceram a altíssimas temperaturas e soltaram
várias descargas elétricas, simulando os relâmpagos. Para a surpresa dos
pesquisadores, depois de algum tempo, começou a formar-se um preci¬
Nome de substância pitado, que, após análise, revelou-se formado por aminoácidos. Sabemos
sólida que se forma em que vários aminoácidos ligados entre si podem formar uma proteína,
uma reação química. como a hemoglobina, a queratina, etc. Com esse experimento, Urey e
Miller não comprovaram definitivamente a origem da vida a partir de
substâncias presentes na atmosfera primitiva do nosso planeta, mas fize¬
ram grandes avanços nesse sentido.
A Evolução do Metabolismo
Observando os gases da atmosfera primitiva e o experimento de
Urey e Miller, podemos notar que aí não era encontrado oxigénio livre,
ou seja, na forma de gás (O2). Indícios demostram que, na formação do
nosso planeta, o oxigénio livre era rapidamente combinado com outros
elementos químicos, como gás hidrogénio (H?), formando moléculas de
água (H2O) e carbono (C), formando monóxido (CO) e dióxido de car¬
bono (CO2).
Note que o oxigénio é um elemento químico que reage quimica¬
mente com facilidade, sendo raramente encontrado livre no universo, na
forma de gás (O2).
Então, como esse gás, que hoje representa cerca de 21% da compo¬
sição total do ar, formou-se? Curiosamente a resposta para essa pergunta
nos leva à evolução dos seres vivos e à ideia mais aceita entre os cientistas
acerca da origem da vida na Terra: a hipótese heterotrófica.
Reflexão
Podemos deduzir que os primeiros seres vivos devem ter sido hete-
rótrofos, ou seja, alimentavam-se de moléculas orgânicas simples, como
os aminoácidos. Para utilizarem essas moléculas, deveriam ter como
Do grego héteros = outro,
atividade metabólica a fermentação, que é um tipo de respiração, a res¬ diferente + trophé =
piração anaeróbia, ou seja, uma forma de obtenção de energia em que nutrição, alimento.
não se usa oxigénio. Note que, nas condições do planeta em processo de
esfriamento, pois o planeta estava muito quente e o universo é muito Respiração anaeróbia:
Do grego an = sem + aér =
frio, a formação de aminoácidos favoreceu que esses primeiros seres se
ar + bios = vida.
multiplicassem e prosperassem. Mas isso iria mudar...
Esse novo ser autótrofo não dependia diretamente dos aminoácidos originados pelos gases
aquecidos e pelas descargas elétricas, mas do gás carbónico e da água
encontrados em grande abundância no ambiente. Na presença de luz solar, Fotossíntese:
esse organismo conseguiu converter energia luminosa em energia quí- Do grego photos = luz +
mica, eliminando o gás oxigénio: esse é o processo da fotossíntese, que é I synthesis = composição.
o mesmo atualmente realizado pelas plantas. Os seres autótrofos fabricam
suas próprias moléculas orgânicas.
Somente com o surgimento dos primeiros seres capazes de realizar fotossíntese, processo que
libera oxigénio, é que esse gás passou a se acumular na atmosfera terrestre, o que possibilitou a for¬
mação do gás ozônio, importante no bloqueio dos raios ultravioleta provenientes do Sol.
A partir do surgimento dos organismos autótrofos, a dependência dos aminoácidos foi rom¬
pida e a vida pôde florescer por meio da utilização da energia captada do Sol, uma fonte de energia
essencial para a vida na Terra.
Por outro lado, o oxigénio começou a acumular-se no planeta a tal ponto que se tornou
tóxico para aqueles primeiros seres heterótrofos, os quais não estavam habituados a conviver com
oxigénio livre. Esse cenário foi um estímulo evolutivo para que novas formas de vida apareces¬
sem. Por um mecanismo de seleção natural, determinadas espécies, que ,
já eram tolerantes ao oxigénio, começaram a ser favorecidas. Em algum Aeróbios:
momento, os organismos heterótrofos passaram a ser não apenas tole- Do grego aér = ar + bio?'
rantes, mas capazes de viver bem em ambientes ricos em gás oxigénio, = vida.
surgindo, assim, os seres aeróbios (que vivem na presença de oxigénio).
Do grego eu = bem,
verdadeiro + karyon =
núcleo + onthos = ser.
Procarionte:
Do grego pró =
anterior + karyon =
núcleo + onthos = ser.
de anos 4,5 3,8 3,5 3 2,5 2 1
— 1—
Formação da Origem
—
da vida
71
Origem da
—
' dos
Origem
Carioteca:
Do grego karyon =
Terra respiração animais núcleo + theka =
Formação das rochas Origem da Origem dos caixa, estojo.
mais antigas fotossíntese eucariontes
V
Períodos dos acontecimentos relacionados à evolução do metabolismo.
Protozoário Paramecium caudatum: ser euca- Bactéria Escherichia coli: ser procarionte que habita o intestino humano.
rionte que vive em poças de água.
As células humanas derivam desse novo tipo de célula, por isso dizemos que somos seres euca¬
riontes. As modificações que surgiram das especializações das células dos seres vivos, como carioteca
e membranas internas, proporcionaram novas ferramentas aos primeiros seres vivos em busca da
sobrevivência. Graças a essas novidades da evolução, podemos atualmente afirmar, pela grande bio-
diversidade de seres vivos, que elas foram um sucesso evolutivo.
O que está sendo feito para ajudar a reverter esses e outros problemas
ambientais e/ou para nos adaptarmos a eles?
c. Que atitudes cotidianas você pode tomar a fim de contribuir para a supe¬
ração desse cenário?
Composição dos Seres Vivos
Os Nutrientes
Todos os seres vivos, desde uma bactéria, uma planta, até o ser
humano, são formados a partir das mesmas substâncias químicas essen¬
Regenerar - Para a bio¬
ciais, denominadas nutrientes. Eles entram em nosso corpo por meio da
logia, significa repor e/
ou renovar células, teci¬
alimentação e suprem as necessidades do nosso organismo. A medida que
dos e órgãos destruídos o tempo passa, as células precisam dessas substâncias para se regenerar,
ou danificados. multiplicar ou apenas fabricar compostos para serem utilizados em diver¬
sas situações, como nos processos de respiração, movimentação e defesa.
Sabendo, então, que o nosso corpo necessita de certas substâncias para se manter ou formar
estruturas e moléculas, é lógico pensar que a falta de certos nutrientes ou o excesso deles pode dese¬
quilibrar o bom funcionamento do nosso organismo, podendo, no limite, nos deixar doentes. E com
esse olhar que vamos estudar os nutrientes que ingerimos.
Reflexão
1) Quais seriam os nutrientes que existem em todos os seres vivos? Converse com os colegas
e o professor e procure levantar hipóteses sobre o assunto.
2) Dos nutrientes que a turma levantou, qual deles você imagina ser o mais comum?
Os Nutrientes
Organização dos Nutrientes
Os nutrientes que compõem as células de todos os seres vivos
podem ser organizados da seguinte forma:
• Substâncias Inorgânicas - Água e sais minerais.
• Substâncias Orgânicas - Vitaminas, carboidratos, lipídios, pro¬
teínas e ácidos nucleicos.
Essas substâncias desempenham diferentes funções, muito espe¬
cíficas, nos seres vivos. Algumas compõem os alimentos
conhecidos como energéticos, que fornecem a energia
necessária para as células funcionarem, como é
o caso dos alimentos ricos em carboidratos
e lipídios. Pães, macarrão, frutas, vegetais
como batata e mandioca, cereais como
arroz, trigo e milho e doces são exem¬
plos de alimentos energéticos.
Outras substâncias fazem
parte dos alimentos construtores,
com altos teores de proteínas, que
são substâncias responsáveis pela
reparação, crescimento e desenvol¬
vimento dos seres vivos. Entre os
alimentos ricos em proteínas estão
carne, ovos, leite e seus derivados,
como queijo, iogurte e manteiga,
feijão, lentilha, soja e frutas secas em
geral.
Atualmente, alimentos ener¬
géticos e construtores costumam ser
consumidos em maior quantidade. Geral¬
mente, o que falta na alimentação de muitas
pessoas são os alimentos reguladores, que têm como
função a regulação do bom funcionamento do organismo e
apresentam altas concentrações de minerais e vitaminas. São exemplos
desse tipo de alimento as frutas e as verduras.
Observe que o corpo humano não faz grandes reservas de alimen¬
tos reguladores, por isso é necessário estabelecer uma dieta equilibrada e
constante para repor diariamente a perda desses nutrientes.
Uma substância que está presente em todas as reações químicas
realizadas pelas células é a água, razão pela qual pode ser classificada
como regulador de muitas funções corporais. Algumas pessoas não se
preocupam em se hidratar de forma recomendável, o que pode provocar
desde dor de cabeça até problemas renais.
Os Nutrientes
Oa Reflexão
1) Você sabe qual é a quantidade recomendada de água a ser consumida por dia por um
adulto?
2) Você toma água em quantidade suficiente todos os dias?
3) Que outros tipos de líquidos, além de água, você costuma consumir?
Como vimos, a água e os sais minerais são substâncias inorgânicas. Vamos conhecê-las a seguir.
Se as células da pele forem danificadas por muito tempo por toxinas presentes no sis¬
tema circulatório, poderão provocar o efeito de envelhecimento precoce. Do mesmo modo, se
as toxinas começarem a danificar as células do cérebro, certamente provocarão dores de cabeça.
Os Nutrientes
Note, também, que, se uma pessoa ingerir frequentemente substâncias tóxicas, como nicotina, álcool
etílico e outros produtos químicos similares, o efeito de envelhecimento precoce causado pelo dano
celular será semelhante, além de haver prejuízo para o equilíbrio e o funcionamento de todo o
organismo.
Para conhecer melhor os danos de substâncias tóxicas em seres humanos, acesse: <https://www.portaleducacao.
com.br/conteudo/artigos/biologia/os-toxicos-no-organismo-e-seus-efeitos-na-saude-humana/25443>.
Será que o sal que usamos na cozinha e os sais minerais são a mesma substância?
O sal de cozinha ou cloreto de sódio (NaCl) é composto por dois sais minerais essenciais:
o sódio (Na) e o cloro (Cl). Esses e outros sais minerais essenciais são o tema que vamos estudar
a partir desta seção.
Assim como as vitaminas, os sais são nutrientes reguladores, que controlam as funções
orgânicas dos seres vivos. A seguir, veremos os problemas de saúde ocasionados pela falta desses
nutrientes para compreendermos suas funções e identificarmos os alimentos em que estão presen¬
tes em grande quantidade.
Os Nutrientes^^^)
A Falta de Sais Minerais e a Saúde
Vamos imaginar que você é um nutricionista e sua função é avaliar alguns pacientes com os
mais diversos problemas de saúde. Durante a semana, você examinou os casos de dez pacientes
com sintomas variados. Você deve tentar identificar quais sintomas estão relacionados à falta ou ao
excesso de determinados nutrientes.
Será que você conseguiria identificar familiares ou amigos com os mesmos sintomas mencio¬
nados nos casos a seguir ou até perceber se você próprio apresenta alguns dos sintomas descritos?
jgõgj Análise
O que você acha que está faltando na alimentação dessas pessoas? Converse com os cole¬
gas e o professor e aponte, em cada caso a seguir, os nutrientes faltantes.
Caso!
Uma pessoa apresenta dificuldade de coagulação sanguínea, muitas
cáries e um histórico com muitas fraturas ósseas. Desenvolveu malforma¬ Do grego karie, que signi¬
ção óssea (raquitismo) na infância e, quando adulta, passou a ter grande fica “apodrecimento”.
facilidade para a osteoporose.
Nesse caso, o paciente apresenta sinais da falta de cálcio. Esse nutriente participa dos processos
de transmissão de impulsos nervosos, contração muscular, coagulação sanguínea, funcionamento do
sistema imunológico e na formação de ossos e dentes. No entanto, deve-se ter atenção para o excesso
de cálcio na alimentação, que pode provocar cálculos renais (pedras nos rins) e hipercalcemia, além
de prejudicar a absorção de outros minerais, como zinco, ferro e magnésio.
Os Nutrientes
Faça uma pesquisa para descobrir quais são os
alimentos mais ricos em cálcio e registre suas con¬
clusões na tabela ao final deste capítulo. Proceda
do mesmo modo em relação aos nutrientes abor¬
dados nos casos a seguir.
imagesolutn/Shrck
Caso 2
Uma pessoa está se queixando de fraqueza, fadiga,
diarreia e um frequente formigamento das mãos e dos pés.
Esses sintomas podem ser o resultado da deficiên¬
cia de cobalto, mineral que compõe a vitamina B12 e
mantém o bom funcionamento do sistema nervoso e da
medula óssea, esta última responsável pela produção de
células sanguíneas.
Caso 3
Já faz alguns anos que uma
paciente tem anemia e, apesar de tomar
suplementos ricos em ferro, sempre
apresenta baixa contagem de célu¬
las sanguíneas. Ela notou também o
aparecimento de manchas na pele e
descoloração do cabelo.
Dijk/htp:comns.wedarg
Van
A.
Os Nutrientes
Caso 4 LDL:
Do inglês low-density
Apesar de realizar uma ali¬ lipoprotein - lipoproteína
mentação aparentemente normal, de baixa densidade.
Chamado de “colesterol
um homem engorda com facili¬ ruim”, porque deposita
dade. Ao solicitar uma bateria de colesterol nos vasos
exames sanguíneos, foi apontado sanguíneos (provocando
a aterosclerose) e nos
alto índice de glicose e colesterol tecidos.
LDL e baixo índice de colesterol
HDL:
HDL e intolerância à glicose. Do inglês high-density
lipoprotein - lipopro¬
Pelos sintomas, podemos
teína de alta densidade.
estar diante de um caso de desnu¬ Conhecido como “bom
trição do nutriente cromo. O cromo colesterol”, porque retira
o excesso de colesterol do
participa do metabolismo energé¬
sangue, levando-o para o
0 nível elevado de colesterol LDL pode indicar tico e do metabolismo da glicose. fígado para ser degra¬
que a pressão arterial está elevada. dado e excretado.
Caso 5
Uma mulher muito pálida reclama que tem ficado doente com
frequência, além de ter dor de cabeça diversas vezes durante o mês
e não ter vontade de comer por não sentir o gosto dos alimentos.
A paciente se queixa também do surgimento frequente de feridas no
canto da boca e da língua. No exame de sangue solicitado, é apontada
uma acentuada anemia.
Essas características são sinais da falta de ferro no organismo, a
qual pode até ser causada por fluxo menstrual
muito intenso, com a consequente perda de Hemoglobina:
nutrientes nos períodos de menstruação. Proteína de pigmento ver¬
O ferro participa da formação das molé¬ melho, presente em células
sanguíneas, relacionada às
culas da hemoglobina e da mioglobina,
trocas gasosas.
além de estar intimamente relacionado
Mioglobina:
ao sistema imunológico, auxiliando Proteína semelhante à
na resistência a doenças e no com¬ hemoglobina, porém exclu¬
siva das células musculares.
bate ao estresse. Em contrapartida,
o excesso de ferro pode provocar
&d
intoxicação, evidenciada por lesões nas células, proble¬
mas hepáticos e renais, sudorese, febre, enxaquecas,
náuseas e vómitos.
Os Nutrientes
Caso 6
Uma mulher foi internada em um hospital por estar
extremamente magra, não ter vontade alguma de se alimen¬
tar (anorexia), apresentar hipersensibilidade ao calor e ao
frio, bem como problemas cardíacos e neuromusculares.
Esses sintomas podem indicar a falta do mineral
magnésio, componente de várias enzimas que equilibram
o funcionamento dos sistemas muscular e nervoso. É tam¬
bém ativador dossistemas produtores de energia,
pelo controle da metabolização de carboidratos, Algumas disfunções alimentares, responsáveis pelo estado de saúde
debilitado de algumas pessoas, são, de certa forma, valorizadas e até
além de auxiliar na formação de tecidos, ossos
estimuladas pela sociedade, como é o caso da indústria da moda e do
e dentes. entretenimento.
Caso 7
Em uma consulta, uma adolescente queixa-se de que o
cabelo e até suas unhas demoram a crescer, ressaltando que
estas apresentam um tom avermelhado. Ela também tem os
ossos malformados e reclama de cólicas menstruais muito
intensas, além de ter muitas espinhas.
Essa moça pode ter deficiência de manganês na sua ali¬
mentação, pois esse mineral tem grande influência na formação
e manutenção dos ossos, regula as funções dos hor-
A falta de vários nutrientes pode influenciar na quantidade de espi¬ mônios sexuais e atua no metabolismo energético.
nhas, principalmente nos adolescentes e/ou mulheres antes do período
menstrual, em virtude da alteração de níveis hormonais sexuais.
Caso 8
Um homem tem reclamado de câimbras
frequentes e de muita fraqueza muscular, além de
apresentar insuficiência cardíaca, problemas renais,
oscilações da pressão arterial e raciocínio lento.
Esse indivíduo pode ter falta de potássio na
sua dieta. Esse mineral é responsável pela manu¬
tenção do equilíbrio hídrico do corpo, atuando
no metabolismo energético. Ele participa do pro¬
cesso de transmissão de impulsos nervosos e da
contração muscular, o que resulta na regulação
da pressão arterial e dos batimentos cardíacos.
O excesso de potássio pode provocar dormência
nas mãos e nos pés, deficiência respiratória, pro¬
blemas mentais e problemas cardíacos. As câimbras podem ser desencadeadas pela falta de potássio no organismo.
Os Nutrientes
rntA Reflexão
Você já teve câimbras? Converse com seus colegas para ver quem tem esses acessos com
frequência. O que costumam recomendar para uma pessoa quando ela está com esse
tipo de dor?
Caso 9
Uma idosa ouviu falar que seria interes¬
sante diminuir o sal de sua alimentação, uma
vez que está apresentando problemas de pres¬
são alta (hipertensão), além de frequentes dores
de cabeça. Com receio de que a pressão ele¬
vada desencadeie problemas mais sérios, como
enfarto e AVC (acidente vascular cerebral),
essa senhora pediu a você que lhe explicasse
qual o efeito do sal no organismo.
Por que, quando alguém está com pressão alta, precisa diminuir o sal da alimentação? Faça
uma breve pesquisa, anotando a seguir suas conclusões.
O sal comum de cozinha contém cloro, como já estudamos, e sódio. O sódio é um mineral que
atua ativamente no equilíbrio hídrico do corpo e trabalha no processo de condução dos impulsos
nervosos e da contração muscular. Normalmente, os alimentos industrializados contêm excesso de
sal. Dessa forma, é importante que nos habituemos a diminuir seu uso.
Análise
Elabore uma breve lista com a indicação da quantidade de sódio contida em cada alimento
que você consome diariamente. Para isso, pesquise nos rótulos ou nas embalagens dos pro¬
dutos. Quando acabar, some os valores identificados e veja quanto de sódio você ingere por
dia. Considere que o valor de 100% corresponde à sua necessidade diária e que a porcenta¬
gem que ultrapassar esse limite é o excesso.
Os Nutrientes
RAathles/xSaunderrock
Caso 10
Um adolescente está preocupado, pois ele é o aluno de
mais baixa estatura na sua turma da escola e, aparentemente,
seu crescimento está atrasado. Realizado um exame de san¬
gue, foi apontado um início de diabetes e baixa quantidade
do hormônio sexual masculino. Após uma investigação mais
atenta, foram identificados problemas de pele, órgão sexual
pouco desenvolvido e diarreias frequentes.
Esses efeitos podem ser sinais de falta de zinco, que é
um componente do material genético das células que controla
sua divisão, crescimento e funcionamento, além de compor
vários hormônios e enzimas associados ao metabolismo
celular. O zinco está ainda relacionado ao funcionamento
equilibrado do cérebro e do sistema muscular, fazendo parte
de algumas enzimas digestivas e de outras enzimas que atuam
A má alimentação pode favorecer o desenvolvimento de
no processo de cicatrização celular.
doenças graves, como diabetes, pressão alta e obesidade.
Com base nas informações estudadas e pesquisadas até aqui, elabore uma tabela com os
elementos dos sais minerais (sódio, zinco, cálcio, etc.), suas funções no organismo, os sin¬
tomas causados por deficiência ou excesso do elemento e as principais fontes alimentares
que contêm altos teores do mineral.
Os Nutrientes^^^)
Capítulo 2
Substâncias
Orgânicas
Como vimos, as vitaminas, os carboidra¬
tos, os lipídios, as proteínas e os ácidos nucleicos
são substâncias orgânicas.
A Importância das
Vitaminas
Reflexão
Substâncias Orgânicas
Treze tipos de vitaminas são consideradas essenciais aos seres
humanos. Conforme o modo como são absorvidas e armazenadas, essas
vitaminas são classificadas em:
Lipos solúveis - Caracterizam-se por serem dissolvidas por lipí¬
dios (óleos e gorduras). Somente são absorvidas pelo intestino
delgado na presença de lipídios e/ou bílis e suco pancreático,
sendo distribuídas pelo sistema linfático. São as vitaminas A,
D, E e K.
• Hidrossolúveis - Caracterizam-se por serem dissolvidas pela
água. São facilmente absorvidas pelo intestino delgado e dis¬
tribuídas pelo sistema circulatório. Deve-se atentar para o fato
de que são facilmente degradadas (destruídas) quando o ali¬
mento é cozido. São as vitamina C e as do complexo B.
Reflexão
T
Substâncias Orgânicas\^^/
Caso!
É endémica das regiões Norte e Nordeste
do Brasil a presença de problemas de visão,
especialmente cegueira noturna e problemas
com luzes intensas, além da xeroftalmia, doença
desencadeada pelo ressecamento da córnea e
da conjuntiva dos olhos. Essas enfermidades
são desencadeadas pela carência de vitamina A,
ou retinol. Essa vitamina auxilia no processo de
renovação, crescimento e manutenção da pele
e forma pigmentos na retina responsáveis pela A vitamina A é essencial para a manutenção da visão.
percepção da luz.
Caso 2
Benc/Shutrsok
Ocskay
Uma senhora idosa foi aconselhada por
sua médica a tomar banhos de sol para fortale¬
cer seus ossos, já que ela foi diagnosticada com
osteoporose.
Você explica a ela que a recomendação
médica se deve à necessidade de produção de
vitamina D ou calciferol pelo organismo. Esse
nutriente é fundamental para a fixação de cálcio
e fósforo nos ossos e nos dentes, agindo sobre
a formação e conservação destes. A vitamina D
é essencial desde a infância, pois sua falta pode
provocar a malformação da estrutura óssea
(raquitismo); nos adultos, pode acarretar amole¬
Tomar sol é fundamental para fixar a vitamina D no organismo.
cimento dos ossos (osteomalácia) e osteoporose.
Essa vitamina é sintetizada na pele humana ape¬
nas sob a ação dos raios ultravioleta
Lembre-se de que a exposição ao sol não deve ocorrer entre as provenientes do Sol. O excesso desse
10 h da manhã e as 16 h, pois durante esse intervalo a radiação nutriente estimula a hipercalcimia,
de raios UV é muito intensa, podendo provocar câncer de pele. causando os mesmos sintomas do
excesso de cálcio no organismo.
Análise
Com base no que estudamos até aqui e nas pesquisas que você realizou, analise os casos e
indique quais alimentos, se consumidos com frequência, poderiam combater os problemas
descritos.
Substâncias Orgânicas
Caso 3
Já faz alguns anos que um casal tem tentado ter filhos, porém, sem sucesso. O homem
apresenta uma ligeira redução no tamanho dos testículos (atrofia testicular), fato que ocorre
desde a adolescência, e histórico médico de fraqueza muscular, dores no fígado, anemia, perda
da coloração dos cabelos e pelos. Tais sinais podem ser indicativos da falta de vitamina E, ou
tocoferol. Essa vitamina é necessária para a formação de células sexuais, mas apresenta também
outras funções, como manter as células musculares e do
sangue saudáveis, além de ter a capacidade de combater
Caso 4
Uma mãe observa que, quando seu filho tem pequenos
ferimentos, ocorre uma demora maior do que o normal para
o sangue coagular e o sangramento parar (o normal é que
o processo de coagulação se inicie depois de 20 segundos).
Ao consultar o médico e realizar exames no menino, foram
excluídas as possibilidades de diabetes, hemofilia e outras
doenças graves que poderiam causar tal sintoma. Quando a
mãe descreveu a dieta alimentar da criança, o médico che¬
gou à conclusão de que ela apresenta falta de vitamina K, ou
filoquinona, uma vez que essa vitamina produz substâncias
químicas (como a trombina) responsáveis pelo processo de
coagulação sanguínea.
A vitamina K é essencial no processo de coagulação sanguínea.
Substâncias vlÈ
Orgânicas\^^/
Caso 5
Uma mulher está preocupada com o seu
“peso”, ou seja, seu índice de massa corpó-
rea (IMC), que está acima do recomendável.
Ao realizar exames de sangue, verificou-se
que está com elevados níveis de colesterol,
glicose e triglicerídeos. Além desses sintomas,
ela se queixa de que, com frequência, apa¬
recem vários problemas digestivos (como
diarreia e indigestão), fraqueza muscular e
distúrbios nervosos. Esses sintomas apontam
para uma doença chamada “pelagra”, que é
desencadeada pela deficiência da vitamina B3, As pessoas, principalmente as mulheres, têm se preocupado cada vez mais
ou niacina, nicotinamida ou ainda PP (pre¬ com sua massa corporal.
ventiva da pelagra). Essa vitamina controla
o metabolismo de carboidratos, lipídios e proteínas, além de apresentar efeito calmante sobre o
sistema nervoso central e contribuir para o desenvolvimento normal de crianças.
Leia atentamente o seguinte trecho de matéria de jornal:
Sete em cada dez mulheres inglesas são tâo obcecadas com a aparência que se preo¬
cupam com seu peso pelo menos três vezes por dia, diz um estudo publicado na semana
passada pelo Daily Mail. Segundo a pesquisa, 80% das mulheres britânicas está deprimida
com o próprio corpo. (...) A pesquisa, feita pela rede de hotéis Travelodge, também revelou
que 61% dos homens se preocupam com seu corpo mais de uma vez ao dia. (...) E mais:
75% das entrevistadas acreditam ter pelo menos 4 quilos de gordurinha indesejada.
Fonte: CARUSO, M. Nos sentimos gordas 3 vezes ao dia, diz estudo. Marie Claire, 27 jul. 2012. Disponível em:
<http://colunas.revistamarieclaire.globo.com/mulheresdomundo/category/internet-2/>.
Análise
Substâncias Orgânicas
Trabalho Interdisciplinar
Reúnam-se em grupos e, com a ajuda dos professores de história, geografia e arte, pesqui¬
sem sobre as transformações nos padrões de beleza ao longo do tempo e em sua variação
em virtude das culturas locais ao redor do mundo.
2) A distorção dos padrões de beleza promovida por parte da mídia e da indústria da moda,
que em geral valoriza a magreza excessiva, pode induzir a regimes de restrição alimen¬
tar, provocando graves distúrbios alimentares e problemas de saúde. Segundo dados da
Organização Mundial de Saúde (OMS), 90% dos casos de transtorno alimentar são de
mulheres jovens. No Brasil, estima-se que 13% a 15% das adolescentes tenham algum tipo
de distúrbio alimentar.
Por outro lado, vários países, incluindo o Brasil, enfrentam problemas de saúde pública
relacionados à má escolha dos alimentos e à ingestão exagerada de calorias. O amplo con¬
sumo de alimentos industrializados, com altos índices de açúcar e gordura, a disseminação
dos fast-foods e a falta de atividade física regular têm gerado uma Fast-food-
verdadeira epidemia de obesidade, doenças cardíacas e diabetes. — “"X
Lanchonetes que servem
Cerca de 48% da população brasileira esta acima do peso, e os refeições rápidas.
obesos passam de 15%, segundo pesquisa do Ministério da Saúde. ————
a. Qual é a sua opinião sobre a relação entre os padrões de beleza geralmente veiculados
pela mídia e os hábitos alimentares dos jovens?
b. Você costuma consumir frequentemente alimentos industrializados e vendidos em
fast-foods? Converse com os colegas sobre os efeitos desse tipo de dieta no organismo
humano.
c. Pesquise, com a ajuda do professor, sobre as consequências que o desequilíbrio na
ingestão de alimentos pode trazer à saúde, investigando as características de transtor¬
nos alimentares, como anorexia, bulimia e obesidade. Registre as informações que você
encontrar.
Substâncias Orgânicas
Caso 6
Um obstetra recomendou a uma gestante que tivesse uma alimen¬
tação rica em ácido fólico para ajudar na formação do bebê. Sabe-se
que fetos com carência de vitamina B9, ou ácido fólico, podem apre¬
sentar malformações na medula espinhal, como espinha bífida, e até
ausência do cérebro. A falta dessa vitamina em crianças pode provocar
diminuição do crescimento; já em adultos resulta em anemia, lesões
nas mucosas e problemas gastrointestinais. Essa vitamina participa da
formação do material genético (DNA e RNA) e influencia na divisão e
no metabolismo celulares.
Reflexão
Caso 7
Há anos um indivíduo optou por tornar-se vegetariano
estrito, ou seja, não consome nenhum produto de origem ani¬
mal, como carnes, ovos, mel, leite e derivados. Após algum
tempo nessa dieta, alguns sintomas começaram a se manifes¬
tar, como anemia perniciosa, fraqueza, distúrbios do sistema
nervoso, problemas sanguíneos (hemácias malformadas) e
A vitamina B12 está
disfunções gastrointestinais. Tais problemas são o resultado
presente em grande
da falta de vitamina B12, ou cobalamina, que é fundamental
quantidade em na manutenção do sistema nervoso, na síntese de hemácias e
alimentos de origem das moléculas do material hereditário, estando intimamente
animal. relacionada ao crescimento e à regeneração celular.
Análise
Com base no que estudamos até aqui e nas pesquisas que você realizou, analise o caso e
indique quais alimentos, além dos de origem animal, se consumidos em grande quanti¬
dade e com frequência, poderiam combater os problemas descritos.
Substâncias Orgânicas
Reflexão
Muitas pessoas gostam de comer carne, mas o que muitos esquecem é que a carne é pro¬
veniente da musculatura de um ser vivo, como boi, porco, peixe e galinha. Vários grupos
humanos utilizam para alimentação a carne de determinados animais que não são usual¬
mente usados para esse fim pelos brasileiros. Há ainda grupos étnicos que, por questões
religiosas, filosóficas e éticas, não consomem alimentos derivados de origem animal. Qual a
sua opinião acerca do vegetarianismo? Converse com os colegas e o professor, elaborando
uma justificativa de acordo com suas ideias.
Caso 8
Um historiador, lendo os diários de bordo da
época das Grandes Navegações, observou que entre
os marinheiros eram comuns as reclamações sobre
frequentes sangramentos e inchaço das gengivas,
sintomas que evoluíam até a perda total dos dentes,
problemas graves de pele, disfunções intestinais,
dificuldades de cicatrização e dores nas articulações.
Após um breve estudo, esse historiador veri¬
ficou que os sintomas apresentados eram típicos
da doença denominada “escorbuto”, que é cau¬
sada pela deficiência de alimentos que contenham
vitamina C ou ácido ascórbico. Além de ser um
importante antioxidante, a vitamina C é responsá¬
vel pela absorção de ferro pelo organismo e pela
produção e manutenção do colágeno, proteína que
tem como função o fortalecimento dos vasos sanguíneos, dos tendões, dos ossos e dos dentes.
Com base no que estudamos até aqui e nas pesquisas que você realizou, analise o caso e
indique quais alimentos, se consumidos com frequência, poderiam combater os problemas
descritos.
Substâncias Orgânicas
Trabalho Interdisciplinar
Reflexão
Substâncias Orgânicas
Sistematização
Observe sua alimentação cotidiana e elabore uma relação dos alimentos que você cos¬
tuma ingerir em suas refeições. Depois, faça um levantamento das vitaminas e minerais
presentes em seu cardápio e dos nutrientes que estão faltando para que você tenha uma
alimentação mais equilibrada sob o ponto de vista da necessidade de vitaminas. Com base
em suas pesquisas anteriores, quais os alimentos que poderiam, então, ser acrescentados
à sua alimentação diária para suprir a falta de nutrientes identificada?
Café da manhã
Lanche da manhã
Almoço
Lanche da tarde
Jantar
:
Substâncias Orgânicas ô
Carboidratos: a Única
Fonte de Energia do
Cérebro
O açúcar da cana (sacarose) é um dos
carboidratos mais conhecidos, mas são também
exemplos de fontes desse nutriente os açúcares
encontrados no leite (lactose) e nas frutas (frutose,
entre outros).
Os carboidratos (também conhecidos como
Doces, cereais integrais e massas são fontes ricas em carboidratos. glicídios ou hidratos de carbono) são nutrientes
energéticos e podem ser subdivididos em subgrupos
de acordo com sua estrutura e complexidade:
Monossacarídeos - São os carboidratos mais simples, como a
O açúcar que utiliza¬
mos comumente é um glicose, a dextrose, a ribose, a desoxirribose e a frutose.
dissacarídeo chamado Dissacarídeos - São glicídios formados pela união de dois
"sacarose".
monossacarídeos. A sacarose, a lactose e a maltose (açúcar do
malte) são exemplos de carboidratos dissacarídeos.
• Polissacarídeos - São moléculas insolúveis, formadas pela união
de vários outros monossacarídeos. Por sua complexidade, podem
ser subdivididos em:
- Polissacarídeos energéticos - São carboidratos relacionados
à reserva energética dos seres vivos. Um exemplo é o amido,
encontrado nas plantas e em alguns protistas, e o glicogênio,
um polissacarídeo energético encontrado nos animais e nos
fungos.
- Polissacarídeos estruturais - São hidratos de carbono for¬
madores de estruturas orgânicas complexas. As fibras dos
vegetais são formadas pela celulose, o mais conhecido polissa¬
carídeo estrutural. Poucos organismos conseguem decompor
a estrutura molecular da celulose. Os cupins da madeira
dependem de protozoários em seus intestinos para fazê-lo,
assim como certas bactérias que habitam o estômago de
bovinos. Dessa forma, é impossível para o ser humano dige¬
rir celulose, já que não possui a enzima celulase, necessária
para degradá-la. Outro polissacarídeo estrutural importante
para alguns seres é a quitina, que compõe a parede celular de
fungos e é a principal substância encontrada no exoesqueleto
0 besouro possui couraça de quitina. dos artrópodes.
Substâncias Orgânicas
Os Lipídios e Suas Funções no Organismo
Reflexão
Você já deve ter ouvido falar que suco de limão, abacaxi ou outras frutas cítricas ajudariam
a emagrecer, pois eliminariam gordura. Será que isso é verdade?
As frutas cítricas, como limão, laranja e abacaxi, não produzem efeitos relacionados à queima
de lipídios, apesar de serem bons aliados na alimentação diária, pois possuem muita água, promo¬
vendo a sensação de saciedade, além de serem pouco calóricos e ricos em vitamina C, contribuindo
para a absorção de ferro pelo organismo.
Os lipídios são gorduras, óleos e ceras, nutrientes caracterizados por não se dissolverem em
água, mas em solventes orgânicos, como o álcool.
Esses nutrientes apresentam como funções a
capacidade de serem reservas de grandes quantida¬
des de energia, de formarem estruturas corporais
e de atuarem como isolantes térmicos e como pro¬
teção contra choques mecânicos. Os lipídios são
classificados em:
• Carotenoides - São moléculas que agem
como pigmentos relacionados ao processo
da fotossíntese, como o caroteno, pig¬
mento alaranjado encontrado no mamão.
Cerídeos - São lipídios secretados que
impermeabilizam certas superfícies de
animais e plantas, podendo proteger con¬
tra a ação de micro-organismos, como no
caso da cera da orelha.
• Esteroides - São lipídios complexos
que participam da formação de vários
hormônios, como os corticosteroides,
ou hormônios sexuais (testosterona, no
homem, e estrógeno, na mulher). Outro
hormônio esteroide, o mais comum, é o
colesterol, que é de extrema importância,
pois participa da formação de hormônios
corticosteroides, dos sais biliares do fígado
e da vitamina D.
Substâncias Orgânicas
Há duas versões de colesterol, o LDL e o HDL. O LDL é conhecido
como “colesterol ruim”, pois possui a tendência de acumular lipídios nos
tecidos, inclusive nas paredes dos vasos sanguíneos, provocando, dessa
forma, uma doença chamada aterosclerose. O colesterol HDL é conhecido
como “colesterol bom”, já que possui a tendência de remover o excesso de
LDL do sangue, levando-o para o fígado para ser transformado em bile.
Ár Substâncias Orgânicas
Quando uma pessoa consome poucos
alimentos ricos em carboidratos e em lipídios A ausência de carboidratos e lipídios na alimen¬
em seu dia a dia, seu organismo passa a utili¬ tação foi comum em campos de prisioneiros e de
zar as proteínas como fonte de energia. Se o trabalho forçado, como os campos de concentra¬
ção mantidos durante a Segunda Guerra Mundial.
consumo de proteínas também é baixo, podem Em casos como esses, as pessoas que sofrem a
ocorrer perdas severas de massa muscular. Há restrição alimentar apresentam magreza extrema
vários exemplos desse tipo de problema de e séria redução de massa muscular.
saúde ao longo da história, em épocas de escas¬
sez de alimentos, como durante as guerras.
Os Nutrientes Construtores
O consumo adequado de proteínas é essencial para o crescimento e
bom desenvolvimento das crianças e, nos adultos, também é fundamental
para a manutenção do equilíbrio e da saúde do organismo.
As carnes em geral são alimentos compostos basicamente por pro¬
teínas. Estas são formadas pela reunião de várias moléculas menores, que
chamamos de “aminoácidos”. Você deve se lembrar de que estudamos
os aminoácidos na unidade anterior, quando falamos sobre a origem da
vida. A carne que consumimos é degradada no estômago para liberar
as moléculas de aminoácidos. O organismo, em nível celular, utiliza as
moléculas de aminoácidos para desenvolver suas próprias proteínas,
como a queratina, que forma unhas e cabelos, ou a hemoglobina, que,
com o mineral de ferro, constitui a molécula responsável pela captura de
gases respiratórios, além de formar os músculos.
yamix/Shutersock
Substâncias Orgânicas
Reflexão
Você costuma comer pratos feitos com carne de porco? Por quê?
Você já deve ter ouvido falar que a carne de porco faz mal à saúde.
Isso acontece porque essa carne é considerada rica em gordura, o que
não é verdade. Podemos observar que muitas partes desse animal, como
o lombo, têm pouca gordura.
A carne suína apresenta diversos nutrientes essen¬
ciais, como minerais, vitaminas e proteínas extremamente
Enzimas - São substâncias que facilitam importantes para o metabolismo. O que devemos evitar
as reações químicas, podendo diminuir
a energia de ativação, ou seja, a energia
é a carne, tanto de porco quanto de qualquer outro ani¬
necessária para uma reação começar. mal, malpassada ou crua, pois, se contaminada com ovos
Sabemos que certas enzimas apre¬ de Taenia sp, pode transmitir a parasitose conhecida como
sentam afinidade química com certas “solitária” ou teníase.
substâncias, como no caso do funcio¬
namento da enzima digestiva amilase As proteínas são consideradas nutrientes construtores,
salivar na degradação do amido. porque são essenciais para a formação de novas células, mas
também desempenham muitas outras funções importantes,
como a produção de hormônios, anticorpos e enzimas.
As proteínas são absorvidas mais facilmente pelo organismo
quando obtidas a partir de carnes bovinas, suínas, de aves e peixes.
Os vegetais também são fontes de proteínas, mas sua absorção pelo
organismo não é tão eficaz. As proteínas de origem animal, encon¬
tradas em carnes, ovos, leite e seus derivados, são quase totalmente
absorvidas pelo organismo durante o processo digestório (80% a 90%
de absorção); já as proteínas de origem vegetal, como as da soja, além
de serem consideradas incompletas, por carecerem de alguns dos ami-
noácidos essenciais, têm um baixo índice de absorção pelo organismo
humano. Entretanto, com a quantidade e combinação adequadas de
vários tipos de vegetais, é possível suprir razoavelmente as necessida¬
des proteicas diárias de um indivíduo.
E preciso destacar ainda que o consumo excessivo de carnes pode
causar sérios problemas de saúde, pois esse tipo de alimento representa
grande fonte de minerais que, em excesso na corrente sanguínea, podem
prejudicar os rins, em função da sobrecarga imposta ao processo de
excreção de minerais realizado por esse órgão. O excesso de gordura de
origem animal no organismo pode também levar a graves problemas cir¬
culatórios e do coração.
Note que até aqui falamos das principais substâncias que compõem
os seres vivos. Mas você já pensou em como é o processo que o corpo
humano realiza para extrair esses nutrientes dos alimentos? É sobre isso
que vamos estudar a seguir.
Substâncias Orgânicas
0 Processo da Digestão
Cavidade nasal
Traqueia
Esófago
Vesícula biliar
Cólon ascendente
:
Substâncias Orgânicas\^F/
No momento em que é liberado no intestino, o quilo é neutralizado, pois apresenta pH
ácido; já as gorduras e os óleos são emulsionados pela bile, secreção produzida pelo fígado e
armazenada na vesícula biliar. É no intestino delgado que ocorre a absorção da maioria dos
nutrientes. A glicose passa do intestino delgado e é absorvida, sendo conduzida à corrente cir¬
culatória. No sangue, a glicose pode entrar na célula e ser utilizada no processo da respiração
celular. Mas, se o nível de glicose no sangue estiver elevado, o hormônio insulina estimula o
seu armazenamento no fígado e a transformação de várias moléculas de glicose em glicogênio.
À medida que o organismo utiliza a glicose do sangue e reduz o nível dessa substância, entra
em ação outro hormônio, o glucagon, que estimula a quebra de moléculas de glicogênio e faz a
liberação de glicose na corrente circulatória. Esse controle da quantidade de açúcar no sangue é
comandado pelos hormônios insulina e glucagon, ambos produzidos pelo pâncreas.
Seção de Sistematização
Resuma as informações sobre carboidratos, lipídios (classificados em triglicerídeos
saturados e insaturados) e proteínas estudadas até agora. Para isso, elabore uma tabela
em que constem os elementos desses compostos, suas funções no organismo, os sintomas
de sua deficiência ou excesso e as principais fontes alimentares que contêm altos teores
desses nutrientes. Você pode se basear no modelo a seguir.
Lipídios saturados
Lipídios insaturados
Proteínas
Construindo um Ser Vivo:
Estrutura e Funcionamento
V ocê já pensou em como funciona uma fábrica? Cada trabalhador desempenha uma
função específica, não é mesmo?
E se comparássemos uma fábrica a uma célula do corpo humano, que relações conse¬
guiríamos estabelecer?
Ca
Haney
nice
Capítulo 1
õíõ Reflexão
Quando as estruturas que compõem as células não trabalham adequadamente, podem
ocorrer diversas doenças. Você saberia dizer o nome de ao menos uma dessas doenças de
origem celular? Converse com os colegas e o professor.
As Organelas Celulares
oly/Shutersck
Podemos comparar as funções da carioteca e do núcleo celular à importância de um escritório ou sala da diretória para a fábrica.
Fluido
extracelular
Proteína
nostal6ie/Shurck
Podemos comparar as funções das paredes, portas e janelas de uma fábrica com o funcionamento da membrana plasmática.
Ainda sobre a comparação com o funcionamento de uma fábrica, reflita: Como é possível reco¬
nhecer fábricas diferentes? Pelas placas indicativas ou pelas fachadas, não é mesmo? Considerando-se
agora as células, um linfócito, que é uma célula de defesa, reconhece bem as células que fazem parte
do nosso corpo e ataca de forma eficaz apenas os organismos estranhos, como bactérias e vírus. Esse
reconhecimento é realizado por uma estrutura especializada da membrana plasmática chamada de
glicocálice ou glicocálix. Os problemas de rejeição de órgãos em transplantes, por exemplo, ocorrem
porque há dificuldade no reconhecimento das células dos órgãos transplantados, já que possuem
glicocálix de outra pessoa.
Para identificar células diferentes, assim como fábricas diferentes, são necessárias estruturas indicativas.
As microvilosidades intestinais ocupam pouco espaço e apresentam grande capacidade de absorção de nutrientes.
Os ribossomos estão unidos ao retículo endoplasmático granuloso e podem ser comparados aos operários em uma linha de produção.
0 retículo endoplasmático agranular, assim como em uma linha de produção robotizada, não utiliza "trabalhadores" (ribossomos).
0 complexo golgiense é responsável pela estocagem das substâncias produzidas pela célula.
Todas essas organelas estão presentes nas células dos animais e dos
vegetais em maior ou menor quantidade, dependendo do tipo da célula e
da função que ela desempenha, com exceção dos lisossomos e, raramente,
dos centrossomos, que não existem nas células vegetais. Há, entretanto,
organelas típicas apenas de células vegetais, como os plastos, a parede
celular e os vacúolos.
Os plastos são divididos em dois grupos: leucoplastos e cromo-
plastos. Os leucoplastos, como os amiloplastos, são estruturas celulares
relacionadas ao processo de armazenamento de amido. Já os cromoplas-
tos, como os cloroplastos, são estruturas com pigmentos relacionados ao
processo da fotossíntese. Os cloroplastos podem ser comparados a fábri¬
cas que possuem painéis de captação de energia solar, realizada de forma
extremamente eficiente pelos cloroplastos vegetais.
A parede celular é uma estrutura que reveste algumas células, reforçando sua proteção, além de
auxiliar na sustentação. Voltando à comparação com a fábrica, podemos pensar nessa estrutura como o
muro que protege o material produzido numa fábrica. Encontramos parede celular em vários organis¬
mos, e ela pode ter diferentes conteúdos. Nas células vegetais, por exemplo, a parede celular é composta
de celulose; nos fungos, é constituída por quitina e, em certas bactérias, por peptideoglicano.
Rolands/Shuterck
Patrick
Nas células vegetais, existem, ainda, outras estruturas, conhecidas como vacúolos, separados
em dois tipos: vacúolos vegetais e vacúolos contráteis. Vacúolos vegetais são grandes regiões que
armazenam água e/ou produtos fabricados pela célula das plantas. Podemos comparar a função des¬
ses vacúolos à dos imensos pátios de fábricas automobilísticas que acumulam os carros produzidos.
Já os vacúolos contráteis ou pulsáteis são análogos a bombas hidrostáticas, que eliminam o acúmulo
de água em uma mina. Assim, os vacúolos pulsáteis eliminam o excesso de água que entra nas células
dos protozoários.
É nos vacúolos vegetais que ocorre o acúmulo de substâncias como água e amido.
2) (UGF-RJ)
Aposentadoria especial
O Sindicato dos profissionais que trabalham em minas ou com britadeiras, por aspirarem
eles grandes quantidades de pó de sílica (principal componente das rochas), pretende
entrar com um pedido de aposentadoria especial no Congresso Nacional em que o tempo
de serviço deverá passar a ser de dez anos. O Sindicato alega que, por essa causa, a capa¬
cidade dos pulmões desses profissionais diminui, caracterizando uma doença chamada de
silicose.
Fonte: Notícia divulgada pelo Jornal Nacional, 19 de abril de 1998.
Osmose
Outro processo de transporte de substâncias que ocorre natural¬
mente nas células é a osmose. Você já se perguntou por que nossos dedos
ficam enrugados quando ficamos muito tempo em contato com a água?
Ou por que, quando temperamos a salada com sal, após algum tempo ela
murcha e surge água onde não havia? Ou, ainda, por que não se pode, em
nenhuma hipótese, beber água do mar?
Água destilada:
Água purificada,
comumente usada
em experimentos de
laboratório.
Pressão osmótica é a
pressão necessária a ser
aplicada a uma solução
para impedir a passagem
Processo de filtragem do café.
do solvente através de
uma membrana semiper-
meável, como a pressão Se, em vez de carne, colocarmos na água destilada uma folha de
necessária para impedir
alface, esta irá ganhar água, ficando túrgida (dilatada, inchada), mas não
que a mistura de água
e pó de café passe pelo ocorrerá a ruptura da membrana celular, pois a parede celular protege
coador. Se a pressão for a célula vegetal. Note que essa proteção é compartilhada por todos os
positiva, a água irá atra¬ organismos que possuem parede celular, como os fungos e certas bac¬
vessar o coador, filtrando
térias. No entanto, se colocarmos uma folha de alface em água salgada,
a mistura e resultando
em café. Se a pressão for com concentração de soluto similar à da água do mar, por meio de uma
negativa, o pó de café pressão osmótica negativa as células vegetais irão perder água e murchar
atravessará o filtro junto até que se rompa a união entre a parede celular e a membrana plasmá¬
com a água.
tica, processo denominado plasmólise, fatal para esses organismos.
Hipófise é uma glândula A exocitose é o processo pelo qual as células eliminam o produto
que se localiza na base do de sua secreção. Isso ocorre, por exemplo, quando as células da glândula
cérebro e ajuda a controlar hipófise produzem moléculas do hormônio endorfina e as eliminam no
as funções de vários órgãos sistema circulatório. Já quando a célula elimina seus resíduos, tal pro¬
do corpo humano.
cesso é denominado de clasmocitose.
Análise
Você deve ter notado que tanto a árvore quanto a porta representadas nas imagens se consti¬
tuem, em boa parte, de madeira. Entretanto, as células vegetais presentes no tronco da árvore estão
vivas, isto é, estão realizando todos os processos metabólicos que as células dos seres vivos realizam.
Já as células presentes na madeira da porta não estão vivas, não realizam nenhuma atividade meta¬
bólica, tais como os processos de transporte de substâncias que estudamos.
Podemos dizer então que um ser está vivo quando ele está realizando atividades metabólicas e
está morto quando não realiza nenhuma atividade metabólica. Mas o que é metabolismo?
Efluente:
Cervants/Shuock
Jesu
E o caso da Saccharomyces cerevisiae, fungo amplamente
utilizado como fermento biológico na produção de pães
e bolos, além de fermentar o açúcar contido em sucos
de uva e de cevada, formando o vinho e a cerveja, res-
pectivamente. Esse tipo de fermentação recebe o nome
de fermentação alcoólica, cujo produto final é a forma¬
ção de gás carbónico (que faz as massas crescerem) e o
álcool etílico.
Já na fermentação lática, o produto final do meta¬
bolismo é o ácido lático, processo realizado por algumas
bactérias (como as do gênero Lactobacillus, utilizadas na
fabricação de iogurte), por alguns protozoários e fungos
e pelo tecido muscular. Quando realizamos uma ativi¬
dade física extenuante e no dia seguinte ficamos com
a musculatura dolorida, o que ocorre é que não chega
oxigénio suficiente às células musculares e estas reali¬
zam fermentação lática em vez de de respiração aeróbia.
O excesso de ácido lático é tóxico e agride as células
musculares, danificando-as.
' ) Pesquisa
Como foi possível perceber, o processo de fermentação é muito
importante na indústria alimentícia. Reúna-se com um grupo de
colegas e faça uma breve pesquisa sobre um dos assuntos refe¬
rentes à fermentação relacionados a seguir. Depois, apresente os
resultados para a turma.
a. Processo de fabricação de vinho.
b. Processo de fabricação de queijos. . 0 vinagre é feito por bactérias que
c. Processo de fabricação de iogurte. oxidam o álcool presente no vinho.
d. Processo de fabricação de pão.
e. Processo de fabricação de vinagre.
Respiração Aeróbia
Quando falamos de respiração aeróbia, não podemos confundir a
respiração que nós realizamos todos os dias, inspirando oxigénio e eli¬
minando gás carbónico, com a respiração celular, que é o processo de
produção de moléculas energéticas (ATP) a partir da quebra de moléculas
orgânicas (como a glicose) na presença de oxigénio. Esse é o processo que
nós, seres humanos, realizamos em nível celular para obtermos energia.
Comparada ao processo de fermentação, a respiração aeróbia é energe-
ticamente mais eficiente, já que pode gerar, a partir de uma molécula
de glicose, até 38 moléculas de ATP, diferentemente do que ocorre no
processo de fermentação, que forma apenas quatro moléculas de ATP.
A respiração aeróbia é um processo realizado nas mitocôndrias das
células eucarióticas e compreende três etapas: glicólise, ciclo de Krebs e
cadeia respiratória.
Respiração aeróbia - Processo que pode ser resumido pela seguinte fórmula:
CoH l zOo +60,z p
6 COz + 6 HO
z + ENERGIA
Glicose Gás Gás Água
oxigénio carbónico
Fotossíntese
Você já parou para refletir sobre o motivo de as folhas das árvores
serem verdes e não de outras cores? Para responder a isso, precisamos
entender como as plantas produzem suas próprias moléculas de energia.
As plantas são seres autótrofos, ou seja, capazes de sintetizar seus
próprios alimentos (compostos orgânicos) a partir de substâncias simples
e de uma fonte de energia. O processo autotrófico das plantas é a fotos¬
síntese, realizada pelas células com clorofila em presença de luz, água e
gás carbónico (CO2).
Uma molécula altamente energética que é sintetizada pelo processo
da fotossíntese é a glicose, que pode ser armazenada na planta sob a forma
de amido ou degradada por meio da respiração aeróbia. A fotossíntese
é um processo em que há incorporação de energia e síntese de matéria
orgânica; já a respiração aeróbia é um processo em que ocorre liberação
de energia e degradação de matéria orgânica. Do equilíbrio entre esses
dois processos, fotossíntese e respiração celular (aeróbia), dependem, em
grande parte, a nutrição e o desenvolvimento da planta. Durante o dia,
as plantas realizam respiração celular e fazem fotossíntese e, durante a
noite, apenas respiram.
No processo fotossintético, a energia luminosa é transformada em
energia química e o carbono é fixado em compostos orgânicos em duas
etapas: etapa fotoquímica (reações no claro) e etapa química (reações
no escuro).
Taxa do
fenômeno
fótica
No ponto de compensação fótica, toda a energia que a planta
produz é consumida por ela mesma.
Não há plantas que vivem em cavernas, pois nesses locais não ocorre
nenhuma intensidade luminosa, não sendo possível, portanto, a realização
do processo da fotossíntese. Se alguém diz ter visto algum organismo pare¬
cido com uma planta em uma caverna sem luz, provavelmente se trata de
um fungo, pois esse tipo de organismo não realiza fotossíntese e por isso
pode ser encontrado em locais escuros.
O pigmento responsável pela fotossíntese, a clorofila, absorve todas as cores do espectro visível da luz solar,
menos uma: o verde. Assim, a única cor que chega aos nossos olhos, pois as outras foram absorvidas pela
folha, é o comprimento de onda verde, que dá a cor às folhas das plantas. Certas plantas, cujas células que
realizam a fotossíntese morrem durante o outono, exibem nessa estação do ano folhas com coloração ama¬
relada, em função de outros pigmentos fotossintéticos que alteram a cor das folhas.
Análise
Professor Astrogildo combinou com seus alunos de visitar uma regido onde ocorria extração
de minério a céu aberto, com a intenção de mostrar os efeitos ambientais produzidos por
aquela atividade. Durante o trajeto, o professor ia propondo desafios a partir das situações
do dia a dia vivenciadas ao longo do passeio. Algumas das questões propostas pelo profes¬
sor estão apresentadas a seguir para que você respondo.
fótica
A menor parte de
um ser vivo é a
I 1 I
Para obter ener¬ A maioria dos ecossis- Os organismos
gia, o nosso temas depende direta que realizam
organismo realiza ou indiretamente das
plantas, que reali¬ são muito importan¬
zam o processo da tes para a indústria
fotossíntese graças a de produção de ali¬
organelas especiali¬ mentos, pois muitos
zadas chamadas de desses organismos
são responsáveis pela
fabricação de queijos,
pães e bolos, bebidas
alcoólicas, etc.
Unidade í
Como se
Formam os
Organismos
J
áestudamos alguns aspectos da célula
na unidade anterior. Mas você já
refletiu sobre a importância do estudo
da célula e em que ele pode ser aplicado? Que
descobertas foram possíveis a partir desse estudo
e por que é importante que os cientistas conti¬
nuem a estudá-la?
As células são as estruturas mais básicas
presentes em nosso organismo, comportando
todo o material necessário para realizar as
funções vitais de nosso corpo, como nutrição,
produção de energia e reprodução. Para enten¬
der como nosso corpo funciona, é preciso estudar
as células.
Reflexão
Todos nós nos desenvolvemos a partir de uma única célula. Você saberia explicar como um
organismo completo é formado a partir de uma célula?
Para responder a essa pergunta, temos de pensar como as informações contidas na célula ini¬
cial, o zigoto, são identificadas e traduzidas em estruturas especializadas. Vamos começar refletindo
sobre a seguinte questão: Quem organiza a célula?
Membrana nuclear
Nudeoplasma
Nudéolo
Cromatina
Núdeo celular.
Nudeotídeos do DNA
Nucleotídeos do DNA.
Duplicação do DNA
A molécula de DNA, que é conhecida por ter o formato de uma
dupla hélice, duplica-se em um processo denominado duplicação semi-
conservativa, no qual a molécula original de DNA é sintetizada pela ação
da enzima DNA polimerase.
DNA
vâÈ
O Trabalho Integrado das Células no Organismo
Para aprofundar seus conhecimentos sobre as críticas à produção de transgênicos, acesse: <http://www.greenpeace.
org/brasil/pt/O-que-fazemos/Transgenicos/>.
A etapa Gt (a letra G faz referência à palavra inglesa gap, que significa “intervalo” ou “des¬
canso”) é a fase que ocorre após o término de uma divisão celular. Nesse momento, a célula acumula
nutrientes e energia para se preparar para a produção de ácidos nucleicos e para outra divisão nas
etapas seguintes.
0 ser humano, em geral, possui 46 cromossomos, sendo 44 cromossomos autossômicos e 2 cromossomos sexuais.
Divisões Celulares
As divisões celulares podem se realizar por meio de mitose ou de
meiose.
Mitose
No processo mitótico, uma célula origina outras duas com a mesma
informação genética que a célula original. Além da regeneração celular,
como em um machucado em processo de cicatrização, a mitose é impor¬
tante no crescimento e desenvolvimento de organismos pluricelulares, ou
seja, com mais de uma célula.
Fragmentos da
Cromátides-irmãs
carioteca
Fuso acromático
METÁFASE
Fibras
cromossômicas
Cromossomos condensados alinha¬
dos no equador (placa metafásica)
ANÁFASE Encurtamento
das fibras
cromossômicas
O que é o câncer?
Câncer é o nome dado a um conjunto de mais de 100 doenças que têm em comum o
crescimento desordenado (maligno) de células que invadem os tecidos e órgãos, podendo
espolhar-se (metástase) para outras regiões do corpo.
Dividindo-se rapidamente, essas células tendem a ser muito agressivas e incontrolá-
veis, determinando a formação de tumores (acúmulo de células cancerosas) ou neoplasias
malignas. Por outro lado, um tumor benigno significa simplesmente uma massa localizada
de células que se multiplicam vagarosamente e se assemelham ao seu tecido original,
roramente constituindo um risco de vida.
Os diferentes tipos de câncer correspondem aos vários tipos de células do corpo. Por
exemplo, existem diversos tipos de câncer de pele porque a pele é formado de mais de um
tipo de célula. [...]
Outras característicos que diferenciam os diversos tipos de câncer entre si são a velo¬
cidade de multiplicação das células e a capacidade de invadir tecidos e órgãos vizinhos ou
distantes (metastases).
O que causa o câncer?
As causas de câncer são variadas, podendo ser externos ou internos ao organismo,
estando ambas inter-relacionadas. [...]
De todos os casos, 80% a 90% dos cânceres estão associados a fatores ambientais.
Alguns deles são bem conhecidos: o cigarro pode causar câncer de pulmão, a exposição
excessiva ao sol pode causar câncer de pele, e alguns vírus podem causar leucemia. Outros
estão em estudo, como alguns componentes dos alimentos que ingerimos, e muitos são
ainda completamente desconhecidos.
O envelhecimento traz mudanças nas células que aumentam a sua suscetibilidade à
transformação maligna. Isso, somado ao fato de as células das pessoas idosas terem sido
expostas por mais tempo aos diferentes fatores de risco para câncer, explica em parte o
porquê de o câncer ser mais frequente nesses indivíduos. Os fatores de risco ambientais de
câncer são denominados cancerígenos ou carcinógenos. Esses fatores atuam alterando a
estrutura genética (DNA) das células.
O surgimento do câncer depende da intensidade e duração da exposição das células
aos agentes causadores de câncer. Por exemplo, o risco de uma pessoa desenvolver cân¬
cer de pulmão é diretamente proporcional ao número de cigarros fumados por dia e ao
número de anos que ela vem fumando.
Fonte: INSTITUTO NACIONAL DO CÂNCER - INCA. Câncer. Disponível em: <http://wwwl.inca.gov.
br/conteudo_view.asp?id=322>.
Com base na leitura, produza um pequeno texto que estabeleça relações entre o processo
de mitose e o câncer.
Processo de meiose.
Assim como na mitose, cada etapa da meiose (I e II) se compõe das fases de prófase, metáfase,
anáfase e telófase correspondentes.
A meiose é o processo em que são formados os
gametas, ou células sexuais, que no homem é o esper¬
matozóide e na mulher, o óvulo. Uma diferença é que os Para saber mais sobre a aplicação
meninos começam a produzir espermatozóides na ado¬
dos estudos genéticos em tratamen¬
tos contra o envelhecimento, acesse:
lescência e o fazem até a velhice, produzindo tais células
<http://www.bbc.co.uk/portugue
sem cessar. Nas mulheres o processo é diferente. A pro¬
se/ciencia/2011/01/110126_enve
dução de gametas ocorre ainda dentro do útero materno
lhecimento_rc.shtml>.
e tais células vão sendo eliminadas a cada ciclo menstrual.
Reprodução
Como já estudamos, a reprodução é uma característica presente
em todos os seres vivos. Podemos separar os diversos tipos de reprodu¬
ção em dois grupos: reprodução assexuada e reprodução sexuada.
A reprodução assexuada é o tipo de reprodução que forma seres
geneticamente idênticos entre si, originados por mitose. Dependendo do
grupo de seres vivos a que nos referimos, a reprodução assexuada recebe
nomes específicos. Assim, nas bactérias e seres unicelulares, ela é chamada
de bipartição; nas plantas, de propagação vegetativa; nos animais, de brota-
mento ou gemiparidade.
Já a reprodução sexuada envolve mistura de material genético de
indivíduos que pertencem a uma mesma espécie. No caso do ser humano,
essa mistura é proporcionada pelo processo da meiose e formalizada pela
união do espermatozóide com o óvulo.
Há seres vivos com os sexos separados, como as abelhas, e
seres que apresentam os dois sexos no mesmo indivíduo, chama¬ Alguns cientistas defendem que
dos de hermafroditas, como é o caso de minhocas e de algumas plantas transgênicas hermafro¬
plantas que apresentam as duas partes sexuais na mesma flor. ditas que realizam fecundação
Dependendo da espécie de planta hermafrodita, a flor pode reali¬ cruzada são mais propensas a
zar autofecundação ou fecundação cruzada. Na autofecundação, o espalhar genes transgênicos no
ser se fecunda sem o auxílio de outro indivíduo; já na fecundação meio ambiente do que plantas
hermafroditas que realizam
cruzada, há a troca de gametas entre indivíduos.
autofecundação.
Alfons
Reflexão
Você sabe como nascem as serpentes? Nascem por meio de ovos ou já saem formadas do
corpo da mãe?
Para saber mais sobre células-tronco, donagem, biotecnologia, terapia gênica, bioética e outros temas relaciona¬
dos, acesse o site: <www.ghente.org>.
Cavidade
Blástula
(vista em corte mediano)
Ectoderme:
Do grego ektos = de fora
+ derma = pele, ou seja,
pele de fora, externa.
Mesoderme:
Do grego mesos = meio,
intermediário + derma
= pele, ou seja, pele do
meio, intermediária.
Endoderme:
Do grego endon =
interno + derma = pele,
ou seja, pele de dentro,
L interna.
Colunar simples
com microvilosidades
Colunar pseudoestratificada
Escamosa estratificada
com cílios e microvilosidades
0 Projeto Microscópio Virtual, desenvolvido pela Unioeste, disponibiliza imagens de tecidos epiteliais, conjunti¬
vos, musculares e nervosos. Para visualizá-las, acesse: <http://projetos.unioeste.br/projetos/microscopio/index.
php?option=com_phocagallery&view=category&id=9<emid=68>.
Para saber mais sobre como melhorar sua capacidade cognitiva, acesse: <https://www.infoescola.com/
psicologia/sistemas-cognitivos/>.
Pesquise, em grupo, sobre um dos seguintes métodos contraceptives que ajudam a preve¬
nir uma gravidez não planejada: preservativo masculino, preservativo feminino, diafragma
vaginal, dispositivo intrauterine (DIU), pílula anticoncepcional, injeção anticoncepcional,
implante anticoncepcional, vasectomia e laqueadura tubária. Depois, apresente os resulta¬
dos para a turma.
2) Além da prevenção contra uma gravidez não desejada, não devemos esquecer que, dos
métodos pesquisados, apenas as camisinhas previnem contra doenças sexualmente trans¬
missíveis (DSTs), que infelizmente têm aumentado muito no Brasil.
Que tal conhecermos mais sobre algumas doenças sexualmente transmissíveis, descobrir
qual é o organismo causador de cada doença, seus sintomas e características, modos de
transmissão, tratamentos e prevenção?
Cada grupo de alunos pode pesquisar sobre uma destas dez doenças: aids, hepatite B e C,
herpes genital, sífilis ou cancro duro, gonorreia ou blenorragia, cancro mole, linfogranu-
loma venéreo, condiloma acuminado ou crista de galo, pediculose pubiana ou chato e
tricomoníase.
Diversidade e Ordem
Charles Darwin afirmou que não é o mais forte que
sobrevive, nem o mais inteligente, mas o que melhor se adapta às
mudanças.
) Reflexão
Faça uma breve pesquisa sobre a obra de Cari Von Linné, o botânico que dedicou sua vida
a classificar os seres vivos. Na sua pesquisa, dê enfoque ao avanço que este pesquisador
proporcionou às ciências naturais.
Diversidade e Ordem
Na época, Linné revolucionou o estudo da vida porque conse¬ Quando os organismos
guiu construir um sistema eficiente de classificação dos seres vivos, são classificados segundo
a taxonomia, recebem um
a taxonomia, que os organizava em categorias hierárquicas, também nome científico em latim
denominadas de táxons. Um exemplo de como um organismo era clas¬ que é usado em todo o
sificado nesse sistema pode ser observado no esquema a seguir: mundo.
Esquema mostrando a organização hierárquica a que o cachorro deveria pertencer, segundo o antigo sistema de Linné.
Diversidade e Ordem
Entretanto, este sistema de classificação dos seres vivos organizava
os diferentes grupos de organismos de forma artificial. Tal sistema foi
racional e eficiente para a época, porém:
• Colocava os seres vivos em grupos fixos, chamados de táxons
(reino, filo, classe, etc.). Esses eram considerados imutáveis e
inalteráveis, o que gerou vários problemas quando mais caracte-
rísticas foram sendo descobertas.
• A organização dos grupos acontecia a partir de poucas carac-
terísticas externas. Por exemplo: alguns grupos de flores eram
classificados apenas com relação à parte sexual masculina da
flor.
• Não mostrava, nem permitia, a variação das espécies ao longo
O homem não derivou do tempo. Por exemplo: sabemos que o gênero Homo, em que
diretamente do macaco. a espécie humana está incluída, derivou de um gênero de homi-
A teoria da evolução de
Charles Darwin afirma
nídeo mais antigo, o Australopithecus. Outro exemplo, a espécie
que o ser humano e os humana (Homo sapiens) derivou diretamente de outra espé¬
outros primatas tive¬ cie, a Homo erectus. Como poderíamos colocar estas relações
ram um ancestral em
comum há aproxima- no sistema de classificação de Linné? Não há como fazer isso.
damente 20 milhões de A mudança das espécies ao longo do tempo não tem como ser
anos.
mostrada por este sistema de categorias taxonômicas.
Diversidade e Ordem
Assim, temos uma representação conforme o exemplo a seguir:
Milhões
de anos
transcorridos
Recente 0
Plestoceno 10
Plioceno 20
Mioceno 30
Oligoceno 40
Eoceno 50
Paleoceno 60
Exemplo de árvore filogenética.
;Sag| Análte
Refletindo sobre a célebre frase de Charles Darwin, citada no início deste capítulo, você
acredita que chamar os "seres microscópicos" por esse termo significa que esses organis¬
mos são simples? Justifique suas afirmações.
Diversidade e Ordem
O nome vírus deriva do latim e significa “veneno”. Isso porque, antiga¬
mente, as pessoas que entravam em contato com substâncias contaminadas
morriam e, como os vírus ainda não tinham sido identificados, não se sabia a
causa da morte. Logo, dizia-se que haviam sido envenenadas.
Os vírus são parasitas intracelulares obrigatórios. Por parasitas
entendemos os organismos que retiram nutrientes de outros seres vivos para
seu próprio benefício, prejudicando o organismo parasitado. Os parasitas
obrigatórios não conseguem sobreviver sem parasitar outros organismos.
Então, não existe vírus que não cause doença. A questão é que os vírus não
podem ser classificados nos reinos que estudaremos na sequência.
Os vírus estão ativos somente quando parasitam outros organismos.
Quando estão inativos (por exemplo, no ar, no solo, na água), alguns tipos de
vírus podem manter sua capacidade de transmitir doenças (virulência) por
muito tempo, dependendo do seu tipo e das condições ambientais.
Esses seres possuem partes bem específicas. São basicamente forma¬
dos por uma cápsula proteica que chamamos de capsídeo e por algum tipo
de material genético. A cápsula é um envoltório e funciona como um tipo
de bolsa protetora do material genético. Pela falta de organelas celulares,
dizemos que os vírus são acelulares, ou seja, não são formados por células.
Diversidade e Ordem
Assim, injeta seu material genético (a tinta da caneta) dentro do “corpo hospedeiro”. Essa tinta irá
nos deixar paralisados e rapidamente todas as partes internas do nosso corpo irão ser convertidas em
novas “canetas-virais”, até o momento em que ficaremos ocos e com milhares de canetas dentro de
nós. Nessa fase, a nossa pele se arrebenta e milhares de canetas são liberadas para o ambiente. Esse
processo ocorre em nível microscópico e as nossas células é que são infectadas por vírus.
Sistematização
Como já estudamos, definimos um ser vivo como um organismo que cresce, reproduz-se,
responde a estímulos do ambiente, é formado por células e possui metabolismo próprio.
A partir dos conhecimentos desenvolvidos ao longo do capítulo, produza um texto expli¬
cando se, em sua opinião, os vírus são ou não seres vivos. Justifique sua posição com
argumentos consistentes.
Diversidade e Ordem
Capítulo 2
SImhutaegrseocnks:
Esquema representando a principal classificação de seres vivos.
0 Reino Monera
O iogurte é fabricado a partir de lactoba¬
cilos, organismos que são classificados no Reino
Monera. Esse grupo é formado pelas bactérias e
as cianobactérias, organismos com uma caracte-
rística única nos seres vivos: não têm membrana
protetora para envolver o material genético, ou
seja, não têm núcleo individualizado. Por isso,
esses seres vivos são denominamos de procarion-
tes. Os procariontes (grupo Monera) são todos
unicelulares e podem ser encontrados isolados
ou em forma de colónias. Conseguem se reprodu¬
zir com uma espantosa velocidade. Um indivíduo
É possível uma bactéria se reproduzir assexuadamente por
bipartição a cada 20 minutos. pode se dividir ao meio por uma forma de repro¬
dução assexuada, denominada bipartição.
Trabalho Interdisciplinar
0 Reino Protista
Você já percebeu um limo esverdeado que se forma em recipientes ou lagos? Comente
com os colegas e o professor o que seria esse limo.
Chamamos de limo um tipo de algas microscópicas, reunidas em grande quantidade. O limo
faz parte de um grupo que denominamos Reino Protista. Muitos desses organismos são unicelula¬
res, microscópicos e com células eucariontes, ou seja, possuem membrana nuclear individualizada
e vários tipos de organelas. Podemos separar os protistas em dois grandes subgrupos: as algas e os
protozoários.
D
t.
sí
Euglenófitas Clorofilas A e B Paramilo
Mi
s
18
1 <D
ler
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Pirrófitas (dinoflagelados)
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Clorofilas A e C Óleo e amido
1
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Rodófitas (algas
vermelhas) halim/Sutersock antoni
Clorofilas A e D Amido das florídeas
1
J'
W, •J c w a i t / S h u e r s o k Clorofilas A e B Amido
F
Os Protozoários
Ao olhar um protozoário no microscópio, o que mais chama a atenção, além da intensa movimenta¬
ção, são os vacúolos contráteis, estruturas que eliminam o excesso de água que entra no organismo
desse protozoário. Vamos ver isso na prática.
3) Coloque o frasco em um ambiente pouco iluminado durante cinco dias. Se tiver dificul¬
dade para conseguir folhas em uma lagoa, use pedacinhos de folhas de capim, alface ou
couve, todos mergulhados em água da chuva e/ou destilada. Se usar água da torneira, faça
a descloração (retirada do cloro): ferva e deixe a água em repouso por 24 horas, antes de
preparar a infusão. Em vez de água de uma lagoa pode-se coletar água contida em uma
bromélia, mas os pedacinhos de folhas ainda são necessários.
4) Transcorridos cinco dias em ambiente pouco iluminado, será observada uma espuma na
superfície da água. Colete uma gota dessa espuma e prepare uma lâmina para observar ao
microscópio, em pequeno e grande aumento.
6) Faça um relatório anotando quais foram os tipos de organismos que você observou e quais
mudanças foram percebidas ao longo dos dias.
Existem várias formas de nutrição em protozoários. Alguns realizam fotossíntese, outros absor¬
vem substâncias orgânicas do líquido ao seu redor (pinocitose) e a maioria utiliza suas estruturas de
locomoção, como os pseudópodos das amebas, para pegar o alimento do ambiente por um processo
específico denominado fagocitose. Essas substâncias sólidas podem ser partes ou micro-organismos
inteiros, como algas microscópicas. O alimento absor¬
vido é espalhado pelo interior do protozoário, assim
como uma gota de leite se espalha em um copo de
água, processo que chamamos difusão.
Os protozoários podem ser separados em quatro
tipos, de acordo com a forma que se deslocam e como
se alimentam:
1. Os protozoários ameboides deslocam-se por
extensões fluidas do corpo, denominadas pseu¬
dópodos, os quais também utilizam para buscar,
envolver e trazer o alimento encontrado no
ambiente externo para dentro do organismo. Protozoário ameboide.
Protozoário flagelado.
3. Os protozoários ciliados deslocam-se e buscam seu alimento por meio de estruturas deno¬
minadas cílios. São os mais rápidos protozoários e se assemelham com pequenos animais
por causa da sua complexidade e sofisticação.
Vickers/WCDP
4. Os protozoários esporozoários não apresentam
estruturas especializadas para o deslocamento,
locomovendo-se por movimentos corporais. Seu
nome deriva da forma de reprodução, em que são Tim
liberados muitos esporos.
Os protozoários se reproduzem principalmente
de forma assexuada. Note que essa forma de reprodução
ocorre sem o envolvimento de gametas, como óvulos e
espermatozóides. Entre vários processos de reprodução
assexuada, o processo mais realizado nesse grupo é a bipar¬
tição. Lembrando que na bipartição o ser vivo divide-se ao
meio, fazendo um clone dele mesmo, em que os dois indiví¬
duos resultantes possuem o mesmo material genético que
o indivíduo original. Já na reprodução sexuada, os protozoá¬
Protozoário esporozoário transmissor da malária.
rios trocam diretamente parte do material genético entre si,
os micronúcleos, processo denominado conjugação. Os macronúcleos são estruturas que contêm o
material genético e não participam diretamente da reprodução sexuada.
A Reflexão
Você já deve ter visto que uma fruta ou um pão estragado muitas vezes contém manchas
esverdeadas com cheiro ruim. O que você acha que são essas manchas? É possível comer
os alimentos se retirarmos as partes manchadas?
Você já viu, provavelmente, uma laranja com partes esverdeadas, pão com algumas manchas
acinzentadas como as da imagem, e cogumelos no campo ou os que são vendidos em supermercados,
não é mesmo? Pois todos esses organismos fazem parte do grupo dos fungos. Os processos de fabri¬
cação do pão, de apodrecimento de substâncias orgânicas, de produção de antibióticos e de bebidas
alcoólicas, além do desenvolvimento de várias doenças como a micose de pele, estão relacionados
aos fungos.
Há fungos unicelulares, porém a maioria é multicelular. Um cogumelo, por exemplo, é formado
por vários filamentos finos chamados individualmente de hifas. O conjunto de hifas forma um micélio.
Na célula de um fungo há uma parede celular parecida com as células de plantas, porém nela
existe uma substância química que é encontrada somente em animais: a quitina. Semelhante aos ani¬
mais, os fungos apresentam um carboidrato chamado glicogênio, utilizado como substância de reserva.
Os botânicos têm um interesse muito especial em um tipo de seres vivos: as plantas. O reino
vegetal é dividido em quatro grupos principais: briófitas, pteridófitas, gimnospermas e angiospermas.
Esses diferentes tipos de vegetais são organizados de acordo com a evolução das plantas e com o
surgimento de novas estruturas que os tornaram tão adaptados à vida terrestre.
Observe a seguir o cladograma dos subgrupos do Reino Plantae\
•••
A divisão adotada neste
Grupo das plantas
SImhutaergsoecnks:
livro, em grupos e sub¬
grupos de seres vivos, é
sinónima dos diferentes
níveis sistemáticos ou
taxa (plural de táxon),
que no método de
100
Linné eram considera¬
Dispersão de plantas
dos: reino, filo, classe,
ordem, família, gênero com flores
e espécie. Este sistema
200
de classificação não é
mais utilizado cientifica-
mente, mas é mais fácil
introduzir a sistemática
e a taxonomia dos seres 300
Primeiras plantas com
vivos por meio dele. sementes
Cápsula (2n)
Esporos (n)
Cápsula eliminados da cápsula
Meiose no interior da cápsula,
formando esporos (n)
Anterozoides (n)
Arquegônio (n) (gametas masculinos)
(gametângio feminino)
Oosfera (n)
(gameta feminino) Antendio (n)
(gametângio
masculino)
Ciclo de vida das briófitas. Observe que o gametófito é a fase duradoura nesse processo e o esporófíto é a fase efémera.
As Pteridófitas
Outro grupo das plantas, as pteridófitas, é representado pelos xaxins, samambaias e avenças.
A reprodução sexuada, com o envolvimento de gametas, ainda é dependente da água para que os
gametas masculinos cheguem nadando até o gameta feminino. A partir das pteridófitas, as plantas
possuem a fase de esporófíto duradoura e muito mais complexa do que a fase de gametófito, que
ocorre somente na época reprodutiva, durando, assim, pouco tempo.
As Gimnospermas
Uma evolução da reprodução do grupo das plantas ocorreu com as gimnospermas. São exem¬
plos: as araucárias, os pinheiros e os cedros. Nesse grupo, surge, pela primeira vez, a semente, que
possui vantagens evolutivas sobre os esporos das pteridófitas. A semente é um embrião protegido
por um envoltório e com alimento armazenado, como o pinhão das araucárias. Pela primeira vez
também surge uma nova forma de gameta masculino, o grão de pólen, que, em muitas espécies de
gimnospermas, como a Araucaria angustifolia, é levado principalmente pelo vento até a parte femi¬
nina, processo que chamamos anemofilia.
Ciclo de vida das gimnospermas. Note que o pinhão é uma semente da araucária e não um fruto.
As Angiospermas
São exemplos de angiospermas, outro grupo de plantas: ipê, aguapé, quaresmeira, jerivá, goia-
beiras e muitas outras plantas com flores e frutos. Com esse grupo, surgem as flores, estruturas
especializadas na reprodução das angiospermas e que propiciaram formas de polinização muito
eficientes.
Quando o grão de pólen chega
ao estigma, assim como nas gimnos¬
permas, forma-se o tubo polínico que
promove a fecundação do óvulo. O
óvulo fertilizado irá formar a semente,
já o ovário dará origem ao fruto,
podendo ocorrer a autofecundação
em muitos grupos. A autofecundação
é um processo no qual o pólen de uma
flor fertiliza o óvulo dessa mesma flor.
Ao lado você pode notar quais
partes compõem uma flor. Esquema de uma flor hermafrodita.
SIhmutaergseocnks:
Raiz Em feixe (fasciculada) Pivolante ou axial.
"^ Tronco
Normalmente sem cres¬ Normalmente com
cimento em espessura: crescimento em
Sr herbáceos, colmos, espessura. São comuns
Rizoma" bulbos e rizomas. caules lenhosos.
Colmos
Caule
Folha
A. I Bainha
Bainha geralmente
desenvolvida. Nervuras
paralelas.
Bainha quase sempre
reduzida. Nervuras
reticuladas.
Cotilédone
otilédone Um cotilédone reduzido, Dois cotilédones com
Semente
sem reserva. ou sem reserva.
Milho 'Feijão
Reflexão
As angiospermas são, atualmente, o grupo do Reino Vegetal com o maior número de espé¬
cies, o que reflete seu sucesso adaptativo. E entre os animais, qual grupo, em sua opinião,
que melhor se adaptou aos diversos ecossistemas da Terra?
0 Reino Animalia
Quando se pensa em animais, a maioria das pessoas logo imagina um mamífero, uma ave, um
réptil ou um peixe. Ou seja, animais que possuem coluna vertebral (vertebrados). Entretanto, você
sabia que os seres invertebrados constituem 99% do total de espécies do grupo dos animais? Destes,
a ciência reconhece cerca de 1 milhão de espécies de artrópodes (como os insetos, aranhas e crustá¬
ceos), porém, estima-se que o número total desses organismos na natureza chegue aos 30 milhões.
Esses ilustres desconhecidos, para a maioria das pessoas, merecem mais estudos e reconheci¬
mento. Com essa intenção, iremos estudar os principais grupos para que, da próxima vez que você se
deparar com um animal invertebrado, possa distinguir o animal que encontrou.
Quais os termos que você não conhece da árvore filogenética do grupo animal? Faça uma
breve pesquisa sobre esses termos.
Amanda Nicholls/Shutterstock
0 Grupo Porifera
(Poríferos)
O mais antigo grupo animal que apresentou o
avanço de unir diversos organismos em um ser macros¬
cópico é o Porifera (do latim: poros = orifício; phorus =
portador de, ou seja, “portador de orifícios”).
Os poríferos são representados pelas esponjas-
-marinhas que caracteristicamente são animais cobertos
por numerosos poros. Não possuem tecidos diferencia¬
dos (como músculos, por exemplo), em contrapartida,
possuem grande capacidade de regeneração.
0 Grupo Platyhelminthes
(Platelmintos)
Grupos
Características
0 Grupo Echinodermata
(Equinodermos)
Lampreias.
Ampolas de Lorenzini
Seção de Sistematização
1) Como foi possível perceber nesta unidade, o fato de um ser vivo ser microscópico não é
um sinal de simplicidade, pois cada grupo possui características complexas e únicas. Estas
foram sugeridas e debatidas por inúmeros pesquisadores até se chegar ao conhecimento
atual. A partir dos reinos listados abaixo, elabore um esquema dos principais subgrupos
que os compõem e, ao menos, duas características marcantes, conforme o modelo:
Pequenos Agentes,
Grandes Estragos
Conforme visto na página anterior, muitos dos agentes infecciosos
que podem causar doenças ao ser humano não podem ser vistos a olho
nu, mas podem ser reconhecidos pela sua ação em nosso corpo. Veremos,
neste capítulo, como identificar esses agentes e quais são as principais
patologias causadas por eles.
O
A Precipitação da OMS
•
Depois de ter assustado o mundo inteiro com o risco de uma pandemia causada pelo vírus
da gripe H1N1, fazendo lembrar o da gripe espanhola de 1918, que matou cerca de 50 milhões
—
de pessoas - mas com a qual quase nada teve a ver , a Organização Mundial da Saúde (OMS)
declarou oficialmente o fim dessa ameaça. É uma boa notícia, mas não se trata de uma vitória da
campanha global contra o vírus da chamada gripe suína, lançada em maio de 2009.
Milhões de vacinas antivirais específicas foram produzidas por laboratórios farmacêuticos,
£ que com isto muito lucraram, para enfrentar a ameaça e grandes estoques foram acumulados em
diversos países, entre eles o Brasil. Tudo indica, porém, que a OMS criou um pânico desneces¬
sário. A direção da OMS temia uma devastadora transmissão do vírus da gripe suína por causa
do deslocamento diário de centenas de milhares de pessoas pelos meios modernos de transporte
transcontinental. A gripe suína ocasionou 18,4 mil mortes, número não muito superior ao dos
surtos de influenza de 1957 e 1968. Mortes para as quais contribuíram, também é preciso lembrar,
o estado físico dos infectados e as condições sanitárias em cada país.
Apesar de tudo isso, a diretora da OMS, Margaret Chan, considera que o saldo foi positivo.
Tratava-se, afirmou, de um novo vírus e uma população não imunizada. Com 350 milhões de pes¬
soas vacinadas em um ano no mundo, em muitos países até 40% da população estaria imunizada.
Para muitos especialistas não se tratava de um novo vírus, mas de uma mutação que con¬
tinua circulando. De certa forma, isso foi reconhecido pelas autoridades sanitárias brasileiras,
que decidiram que a vacinação deveria ser concentrada em pessoas jovens, em gestantes, ou nos
chamados grupos de risco. As pessoas de mais de 60 anos, com boa saúde, não foram incluídas,
porque já haviam sido imunizadas por ocasião de surtos anteriores de influenza.
Os sucessivos alertas da OMS quanto à gravidade da gripe H1N1 causaram prejuízos
financeiros sérios. Mas a questão económica não é a mais importante. O que se contesta, cada
vez mais, é a eficiência da OMS, um organismo excessivamente burocrático, cuja ação não se
vem fazendo sentir, como deveria, em áreas com grandes problemas sanitários da África, Ásia e
América Latina.
Fonte: Adaptado de: O ESTADO DE S. PAULO. A precipitação da OMS.
Disponível em: <http://www.estadao.com.br/estadaodehoje/20100815/not_imp595219,0.php>. ®
4) No último parágrafo, há uma citação sobre a eficiência da OMS: cujo ação não se vem
fazendo sentir, como deveria, em áreas com grandes problemas sanitários da África, Ásia
e América Latina. Sabendo que, por causa da malária, morrem, a cada ano, cerca de
1 milhão de pessoas no mundo, você acha que existem doenças que são negligenciadas
pela comunidade científica e pela indústria farmacêutica? Você relacionaria este tema com
o poder económico e o usufruto da tecnologia, ou seja, os países ricos tem acesso a tra¬
tamentos contra as doenças que os atingem enquanto os países pobres não despertam
interesse da indústria farmacêutica?
À,
Pequenos Agentes, Grandes Estragos
Organizem-se em grupos. Com seus colegas, escolham uma doença causada por vírus.
Pesquisem sobre a doença selecionada, respondendo aos seguintes itens:
a. O que é?
b. Sintomas - Como saber quando uma pessoa está com essa virose?
c. Transmissão - Como se propaga a doença?
d. Prevenção e tratamento.
\ w)
Pequenos Agentes, Grandes Estragosy^P/
Algumas doenças causadas por bactérias são: leptospirose, botulismo, gonorreia, hanseníase
ou lepra, antraz, cancro mole, cólera, meningite, pneumonia, sífilis, tétano, tuberculose, coqueluche
ou tosse comprida, difteria ou crupe, febre maculosa e linfogranuloma venéreo. Que tal conhecer um
pouco mais sobre essas doenças que afligem o ser humano?
Organizem-se em grupos. Com seus colegas, escolham uma doença causada por bactéria.
Pesquisem sobre a doença selecionada e respondam aos seguintes itens:
a. O que é?
b. Sintomas - Como saber quando uma pessoa está com essa bactéria?
c. Transmissão - Como se propaga a doença?
d. Prevenção e tratamento.
Após feita a pesquisa, elaborem um cartaz sobre a doença pesquisada e exponham para
seus colegas.
Organizem-se em grupos. Com seus colegas, escolham uma doença causada por protozoário.
Pesquisem sobre a doença selecionada e respondam aos seguintes itens:
a. 0 que é?
b. Sintomas - Como saber quando uma pessoa está com esse protozoário?
c. Transmissão - Como se propaga a doença?
d. Prevenção e tratamento.
Os Vermes
Acompanhamos até aqui alguns micro-organismos, invisíveis a olho nu, que
podem causar doenças aos seres humanos. Mas há organismos que parasitam o
corpo humano que podem atingir até 12 metros de comprimento. São os vermes.
Ranger os dentes enquanto dorme é sinal de verminose?
Se você acorda com dores de cabeça e na articulação da mandíbula e nota
que seus dentes estão se desgastando mais rápido do que o normal, é sinal de que
você pode estar com uma doença chamada bruxismo. Estresse, fatores emocionais,
predisposição genética e até uma obturação malfeita estão relacionadas a esse mal.
O ranger de dentes não tem relação com a presença de verminoses em uma pessoa,
como muitos acreditam. É muito importante para a saúde humana conhecer o
ciclo de vida de alguns vermes, pois, dessa forma, podemos evitar nos tornarmos
hospedeiros de algum parasita.
0 Schistosoma mansoni ou
Barriga-d'agua
Entre os platelmintos de maior interesse sanitário no Brasil encontra-se a
espécie Schistosoma mansoni, que parasita o sistema circulatório dos intestinos e
do fígado, causando o inchaço local vulgarmente conhecido como barriga-d’água.
fâ.
Pequenos Agentes, Grandes Estragos
Junto com as fezes de pessoas infectadas são eliminados os ovos do parasita que, quando
em contado com a água, liberam uma larva (miracídio). Essa larva procura uma espécie de cara¬
mujo (gênero Biophalaria) para parasitar e produzir outra forma de larva (cercária). Observe, pelo
esquema, que, no caramujo, a larva reproduz-se assexuadamente, gerando muitos indivíduos. A cer¬
cária sai do caramujo e busca seu hospedeiro definitivo: o ser humano. Por exemplo, uma pessoa está
nadando em um rio contaminado com as larvas de Schistosoma mansoni, a cercária fura a pele da
pessoa, provocando irritação e coceira no local lesionado. Atingindo o sistema circulatório, o verme
irá habitar os vasos sanguíneos da região abdominal. Se encontrar outro verme do sexo oposto, eles
se acasalam, repetindo o ciclo de vida do parasita.
A Teníase ou Solitária
Há outros exemplos de vermes que parasitam o ser
humano, entre eles, destacam-se as tênias, vulgarmente
conhecidas como solitárias, ou vermes achatados. As mais
conhecidas solitárias que parasitam a espécie humana (hos¬
pedeiro definitivo) são a Taenia solium, que apresenta os
suínos como hospedeiros intermediários, e a Taenia saginata,
que apresenta os bovinos como hospedeiros intermediários.
\
Pequenos Agentes, Grandes Estragosy^r/
Os ciclos de vida e a parasitose desses dois vermes são muito similares, tendo os hospedeiros inter¬
mediários como diferença.
Á,
Pequenos Agentes, Grandes Estragos
Roosewelt Pinheiro/Abr
Em 2008, 68,8% do esgoto coletado era tratado - percentual bastante superior aos
35,3% de 2000 -, embora menos de um terço dos municípios (28,5%) fizessem o trata¬
mento, com acentuadas diferenças regionais nesse percentual, que alcançou 78,4% dos
municípios no estado de São Paulo e 1,4% no Maranhão.
Fonte: Disponível em: <http://www.ibge.gov.br/home/presidencia/noticias/noticia_visualiza.
php?id_noticia=1691&id_pagina=l>.
1) De acordo com o texto, menos de 1/3 dos municípios brasileiros realiza tratamento de
esgoto. Em sua opinião, esse fato aumenta a proliferação de doenças? Em caso afirmativo,
cite algumas doenças que são causadas por esse problema.
' ) Tjvbalhojnterdisciplina^
1) Em sua cidade há coleta de esgoto? Com o auxílio do professor de geografia, pesquise,
junto à prefeitura, a área que esse serviço abrange. Após obter essa informação, você acha
que a rede coletora é suficiente para cobrir de forma adequada a sua cidade?
2) Na sua região, o esgoto coletado é tratado? Como ocorre esse processo? Converse com seu
professor de química sobre as formas de tratamento do esgoto, se ele é realizado de modo
adequado e se não existiria uma maneira de aperfeiçoar o processo.
Vacinas e Anticorpos
Pesquisa
1) Pesquise, com os familiares, quais vacinas você tomou e quais doenças você já teve para
identificar os anticorpos que o seu corpo já possui.
2) Existem vários tipos de vacinas para diversas doenças virais e bacterianas. Relacione algu¬
mas vacinas com as doenças que elas ajudam a prevenir.
Um satélite espacial sai de órbita e cai em um lugar afastado. Mesmo sem saber o que o objeto guarda, dois jovens o
levam até a comunidade. Ao abri-lo, os habitantes liberam um micro-organismo fatal que, mais tarde, recebe o nome
de Andrômeda. Um grupo de cientistas é enviado à cidade justamente para investigar o porquê da manifestação do
vírus. Esse grupo tem de encarar dois desafios complicados e, ao mesmo tempo, intrigantes: descobrir a origem e os
meios de impedir a proliferação do inimigo invisível antes que a humanidade seja exterminada.
• Epidemia (Duração: 127 min. Direção: Wolfgang Petersen. EUA, 1995):
Um macaco, portador de um vírus, é contrabandeado para uma pequena cidade norte-americana e contamina um
jovem. Em pouco tempo, a doença começa a mostrar sinais de que está se espalhando a uma velocidade assustadora.
Médicos lutam contra o tempo para descobrir um antídoto, enfrentando a resistência das tropas armadas que escon¬
dem um terrível segredo militar.
Esporos de fungos
Elementos constituintes da poeira.
Análise
4) Que problemas de saúde uma casa embolorada pode trazer para seus moradores?
Sjo Reflexão
Leia a seguinte proposição de Buda: Todos os seres vivos tremem diante da violência. Todos
temem a morte, todos amam a vida. Projete você mesmo em todas as criaturas. Então, a
quem você poderá ferir? Que mal você poderá fazer?
Você concorda com o pensamento de Buda? Esse trecho pode ser relacionado à conscien-
tização contra a violência ou com a ausência de ética em situações de maus-tratos aos
animais?
/ óiíió
Outro exemplo, são os grupos de protozoários que podem viver em troca mútua de interesses
com outras espécies. Podemos observar esta relação nos cupins da madeira (Artrópodes) e em pro¬
tozoários que vivem em seu organismo. Os cupins fornecem pedaços de madeira aos protozoários
que ficam em seu intestino e os protozoários liberam enzimas para a digestão da celulose. Há, ainda,
o mutualismo dos protistas, que realizam fotossíntese,
e dos recifes de corais (Cnidários), que se constituem
Fotossíntese é um processo físico-químico
como a base da alimentação e como abrigo para muitos que ocorre em células especializadas de
seres vivos marinhos. Nesta relação, os corais oferecem seres vivos clorofilados, em que o dióxido de
proteção às algas em troca de nutrientes fabricados carbono e a água são utilizados para obter
glicose por meio da energia da luz.
pelo processo da fotossíntese. Por isso, muitos recifes
de corais têm seu tamanho limitado pela quantidade
de luz disponível.
Em grupos, pesquisem quais são, e como agem, as bactérias presentes em nossos intesti¬
nos que nos ajudam na produção de vitaminas e na degradação de nutrientes.
Apresente para a turma o que vocês descobriram.
Imagem de um corte mostrando a raiz de uma planta e a ligação com as micorrizas de fungos.
À,
Cooperação entre os Seres Vivos
Você já viu uma abelha procurar néc¬
tar em uma flor? Este processo também é um
exemplo de mutualismo.
Com as plantas que possuem flores
(angiospermas) surgem relações benéficas
com animais que promovem a polinização. Tal
processo ocorre em maior proporção por inse¬
tos, mas aves e mamíferos também podem ser
agentes polinizadores, como os beija-flores e
os morcegos. Com o auxílio desses animais, o
As abelhas utilizam o néctar das flores para produzir mel. pouco de pólen que as angiospermas produ¬
zem é levado quase que diretamente de uma flor a outra. Esse processo de polinização é muito
mais eficaz do que a dispersão pelo vento realizada pelas gimnospermas (pinheiros e cedros), pois a
quantidade necessária de pólen a ser liberado no ar é imensa.
Uma forma eficaz de atrair os agentes polinizadores é disponibilizar o néctar, que, de certa
forma, “recompensa” o trabalho realizado. Estes animais utilizam o néctar como base para fabricar
um alimento rico em nutrientes: o mel. Sabendo que as abelhas são grandes polinizadores, que tal
conhecer um pouco mais sobre esses animais?
As abelhas produzem diversos alimentos que podem ser consumidos pelo homem. Em gru¬
pos, pesquisem: quais são esses alimentos, como as abelhas fazem para produzi-los e quais
são seus benefícios para a saúde humana. Em seguida, façam um seminário para apresen¬
tar o que descobriram para os colegas.
vô
Cooperação entre os Seres Vivos
Após a polinização, que pode ter ocorrido com a ajuda dos animais
polinizadores, o ovário da planta começa a se desenvolver em uma estrutura
que protege a semente. Essa estrutura é chamada de fruto. Para proteger a
semente em formação, é interessante camuflar e inibir o consumo do fruto.
Por isso que, neste momento, muitas frutas têm cor verde similar às folhas, o
que, aliado ao gosto amargo, sinaliza aos animais que o fruto ainda não pode
ser consumido. Quando a semente termina sua formação, é iniciada a que¬
bra das moléculas de clorofila do fruto e, assim, cores mais chamativas são
produzidas, mostrando aos disseminadores das sementes que o fruto está
preparado para o consumo. Essa estratégia é vantajosa para os animais que
se alimentam de frutas, pois eles obtêm alimento de modo relativamente
fácil, e é vantajosa, também, para as plantas, pois nas fezes destes animais
as sementes podem ser espalhadas a até vários quilómetros de distância da
planta original.
Para saber mais sobre a importância das interações entre animais e plantas, leia o
artigo Dispersão de sementes e fertilização das florestas disponível em:
<http://ambientes.ambientebrasil.com.br/natural/artigos/dispersao_de_
sementes_e_a_fertilizacao_das_florestas.html>.
Reflexão
Á,
Cooperação entre os Seres Vivos
Faça uma breve pesquisa para conhecer que materiais, e em que quantidade, são recicla¬
dos no Brasil, especialmente na região em que você mora (sua cidade, sua escola e sua
casa). Você tem ideia de como melhorar o processo de reciclagem nesses locais?
Usina de reciclagem.
/
Objetos que poderiam ser considerados como lixo
podem ser reaproveitados em novas funções.
Entendendo Como as
Plantas Funcionam As árvores crescem para cima, mesmo em precipícios.
Você já comeu um fruto que aparentava estar maduro, mas que na verdade estava
verde?
Esse fato é devido à ação de determinados tratamentos hormonais que certos comerciantes
utilizam para vender frutas ainda verdes. Pode parecer curioso, mas assim como os seres humanos, as
plantas também possuem hormônios, que são chamados de fitormônios.
Os Fitormônios
Hormônios são substâncias químicas que produzem respostas eficientes nas atividades do orga¬
nismo, mesmo em quantidades extremamente pequenas. Essas substâncias são essenciais na regulação
do crescimento do vegetal, podendo provocar as mais variadas respostas em cada tipo de tecido ou, até
mesmo, respostas diferentes no mesmo tecido, mas em épocas variadas da vida do vegetal.
Um dos principais fitormônios é a auxina, que é produzida nas extremidades jovens do
vegetal, por exemplo, no ápice da ponta do caule, ou nas sementes em processo de germinação.
Movimentam-se sempre em uma mesma direção: para a parte de baixo da planta. Dessa forma, elas
induzem o crescimento do caule em extensão, estimulam o crescimento das raízes, ajudam a diminuir
a queda de folhas, flores e frutos e podem também inibir o crescimento da planta em espessura. Se
uma planta for podada em suas extremidades, o processo de crescimento ficará prejudicado.
Vamos acompanhar como atuam os fitormônios e a relação das plantas com a luz, na prá¬
tica? Em grupos, façam o seguinte experimento:
Material necessário:
• uma vasilha;
• água;
• um chumaço de algodão;
• de 10 a 15 feijões.
Procedimentos:
1) Coloque um pedaço de algodão em um recipiente, pode ser um copo, forrando completa¬
mente o fundo.
2) Acrescente água até deixar todo o algodão úmido e, em seguida, deposite alguns feijões.
3) Mantenha o algodão úmido ao longo dos dias e em mais ou menos uma semana o feijão
germinará.
4) Espere que o feijoeiro atinja uma altura de 3 a 5 cm e, após este período, deite o recipiente
de modo que o broto de feijão fique paralelo ao horizonte. Deixe-o nesta posição por algu¬
mas semanas.
t )
As Plantas e Seu Papel no Ciclo da Vida\^^F/
Registre suas observações:
Após um período de 2 a 3 semanas o que foi observado? A que
conclusões acerca da relação entre a planta e a luz você chegou?
Tropismos
A atuação dos fitormônios explica .
diversas ações dos vegetais para se adaptarem K
-
Fototropismo:
k . j j.
- ,.
j
as variadas condiçoes do ambiente, como voce
Do grego foto = luz,
tropem =
, .
. desvio,
mudança
pôde observar no experimento anterior. Uma de direção + sufixo ismo =
resposta à incidência da luz do ambiente é o l característica de.
fototropismo. Dizemos que o ápice do caule
possui fototropismo positivo, pois cresce em direção à luz, e as raízes
possuem fototropismo negativo, pois crescem na direção contrária à luz.
Esse crescimento diferenciado se deve à ação dos fitormônios. Existem,
ainda, outras formas de respostas de crescimento vegetal, como os giras¬
sóis que movimentam-se em busca do sol ao longo do dia.
Além do fototropismo, há outros tipos de movimentos vegetais de
crescimento, que são:
• Gravitropismo - Resposta do caule e da raiz à gravidade. Neste
caso, as raízes crescem no sentido do centro gravitacional da
Terra (gravitropismo positivo), e os caules no sentido oposto a
ele (gravitropismo negativo).
Hidrotropismo - Crescimento das raízes das plantas em dire¬
ção à umidade.
Girassóis voltados para o sol.
Estômatos
O cuidado com a água pode determinar se a planta irá sobreviver,
ou não, a certas condições ambientais. Grande porção da água transpirada
pelos vegetais é liberada por estruturas especiais chamadas estômatos, que Estômatos:
possuem íntima relação com a absorção de gás carbónico pela folha. Se o Do grego stoma = boca
estômato está fechado, a folha não transpira, nem absorve gás carbónico. + sufixo ato = que tem a
Este controle da abertura ou do fechamento dos estômatos depende de forma de.
diversos fatores, como a concentração de água na planta, o nível de ácido
abscísico e outros fatores ambientais (quantidade de gás carbónico, luz e
temperatura).
Algumas plantas vivem apenas em ambiente extremos, como as plantas aquáticas e os cac¬
tos. Levando em consideração que uma das funções dos estômatos é controlar a saída da
água das plantas, qual das duas plantas citadas possui mais estômatos e por quê? Debata
esse assunto com seus colegas. Registre no caderno as conclusões da turma.
Cutícula Vegetal
Uma proteção maior contra a desidratação
é a cutícula vegetal: uma espessa camada de célu¬
las que protege a planta contra a perda excessiva
de água, tomando a folha impermeável à água.
Devido a esse efeito, podemos ver gotas de água
em cima das folhas.
Análise
Algumas plantas podem nos ajudar a resolver problemas ambientais. Observe a seguinte
imagem, infelizmente muito frequente no nosso país:
Maré vermelha.
Pesquisa
WQuais espécies estão ameaçadas de desaparecer no nosso país? Que tal conhecê-las para ajudar a preservá-las
:
da extinção? Para conhecer um pouco mais sobre as espécies ameaçadas no território brasileiro, acesse:
<http://www.icmbio.gov.br/portal/especies-ameacadas-destaque>.
O
Um Terço dos Corais Sofre Risco de Extinção
por Causa de Estresse, Diz Estudo
Os corais sofrem com o estresse devido a fatores como a mudança climática e a poluição,
que já colocam um terço destes construtores de recifes em risco de extinção. Os recifes de coral,
que levam milhões de anos para serem construídos, abrigam mais de 25% das espécies marinhas.
Os corais produzem os recifes nas águas tropicais e subtropicais pouco profundas, e são extrema¬
mente sensíveis às mudanças registradas em seu entorno.
Estudos recentes mostram que as principais ameaças que afetam os corais são a mudança
climática, problemas locais como a pesca destrutiva, e a qualidade da água afetada pela poluição
e pela degradação dos hábitats litorâneos.
O aumento das temperaturas ocorrido pelas mudanças climáticas causa ainda o branquea¬
mento dos corais, sendo este uma resposta ao estresse e que o torna mais frágil frente às doenças.
Certos pesquisadores predizem, além disso, que a acidificação dos oceanos representa uma nova
ameaça grave para os recifes de coral. Estes resultados mostram que os corais construtores de recifes 0
correm maior risco de extinção, como grupo, do que todos os grupos terrestres, exceto os anfíbios, e *
que são os mais vulneráveis aos efeitos da mudança climática, afirma Roger McManus, vice-presi-
dente da Cl para os programas marítimos. O principal autor de um artigo publicado pela revista
Science Express, Kent Carpenter, lembra que quando os corais morrem, os outros animais e plantas
que dependem dos recifes de coral para sua alimentação e sua proteção também desaparecem, o que •
pode causar a destruição de todo um ecossistema.
•*
Fonte: Adaptado de: EFE. Genebra. Disponível em: <http://www.amigosdojoe.com/
noticias-de-mergulho-64.html > . •
Tartarugas
De cada sete tartarugas marinhas, seis estão ameaçadas de extinção. Isso
se deve ao crescimento lento da tartaruga, à demora para atingir a maturidade
sexual, à ocupação humana das áreas em que fazem seus ninhos e à exploração
da carne e do casco, além da morte por afogamento quando ficam presas em
redes de pescadores. É o caso da tartaruga-de-pente, Eretmochelys imbricata.
Mamíferos
Os mamíferos, como a onça-pintada, Panthera onca, também estão em desvantagem. Uma
entre quatro espécies de mamíferos está ameaçada de desaparecer, e curiosamente estas extinções
estão sendo causadas também por um mamífero: o ser humano. Assim como os outros organismos,
a extinção deste grupo é desencadeada principalmente pela destruição de seu ambiente natural, pela
introdução de espécies exóticas, pela caça excessiva e por alterações climáticas, entre outros fatores.
2) Que relação você observa entre a dispersão de sementes e a fertilização das florestas?
Como este processo pode ocorrer na região em que você mora?
3) Os hormônios vegetais estão atuando a todo o momento nas plantas, adaptando-as a varia¬
ções que o ambiente apresenta. Se uma fogueira for acesa perto de uma árvore, os gases
provenientes da combustão irão provocar a morte e a queda das folhas dessa planta. Que
hormônio vegetal será liberado durante o processo de queima? Como ele atua?
4) A prática de cultivar plantas em miniaturas é conhecida como técnica do Bonsai. Uma das
regras para fazer e manter essas plantas é o corte periódico da ponta das raízes. Qual a
importância de realizar esse procedimento para a produção dessas plantas?
5) Qual a importância das árvores em relação ao efeito estufa? Por que devemos preservar as
áreas protegidas? Elabore um texto sobre estas questões.
6) De que modo o ser humano está provocando a extinção de várias espécies? Cite quais as
principais ações que provocam o empobrecimento da biodiversidade. Entre essas ações,
quais na sua região são as mais graves?
A Biotecnologia
ao Seu Dispor
A pesarde imaginarmos que a biotecnologia está longe de nós, acontecendo nos labora¬
tórios industriais, seus resultados podem ser observados no nosso dia a dia. A aplicação
de novas tecnologias tem sido utilizada para obter produtos de forma mais rápida e
económica. É uma área em franca expansão, tanto no que diz respeito à necessidade de mão de obra
qualificada, quanto às descobertas incríveis que vêm facilitar o nosso cotidiano.
Você sabe identificar quais dos produtos que você consome que sofreram processos
ou melhoramentos biotecnológicos?
Capítulo 1
Biologia
Engenharia Bioquímica
Bioquímica Biologia
Molecular
Biotecnologia
Engenharia Química
Industrial
Química
Reflexão
Por ser uma técnica, a biotecnologia pode suscitar debates éticos sobre a sua aplicação na
sociedade humana. Você acredita que algumas pessoas podem usar com má-fé o conheci¬
mento que possuem? Cite algum exemplo do mau uso da biotecnologia.
Aplicações da Biotecnologia
Atualmente, a sociedade humana utiliza conhecimentos biotecnológicos nas mais variadas
áreas: na indústria farmacêutica, médica, alimentícia, agrícola, entre outras.
O conhecimento biotecnológico possui tamanho valor que podemos citar o caso do Brasil,
referência mundial na detenção da tecnologia de produção de álcool a partir da cana-de-açúcar, o
que pode ser uma solução mundial para a crise automobilística de uso de combustíveis fósseis. A
seguir, veremos as principais aplicações biotecnológicas da atualidade e como podemos utilizá-las no
cotidiano. Você já pensou sobre qual foi a primeira descoberta científica no campo da biotecnologia?
B :
Se você quer ficar por dentro das últimas notícias relacionadas à biotecnologia no Brasil, acesse:
<http://www.sebrae.com.br/setor/biotecnologia>.
Cada uma das ilustrações dispostas a seguir traz uma crítica específica ao uso de medica¬
mentos. Analise as três imagens e correlacione-as com as legendas, justificando o porquê
da sua escolha.
b.
Cobra jararaca.
Sanguessugas.
Agricultura e Alimentação
Biotecnológica
Na agricultura a biotecnologia é utilizada para modificar
geneticamente as plantas e torná-las mais resistentes contra pra¬
gas e doenças, diminuir o tempo até a próxima safra e aumentar
a tolerância a herbicidas. No caso dos alimentos, a contribuição
da biotecnologia vai desde a modificação de grãos, tornando-os
mais nutritivos, até o processo de produção de alguns alimentos,
especialmente os que passam por processo de fermentação.
Agricultura e Biotecnologia
A prática da agricultura não é recente, havendo indícios
desta entre 10.000 e 12.000 a.C. A agricultura proporcionou
mudanças no modo de vida do homem pré-histórico: de caçador
e coletor para agricultor. Tal mudança foi tão radical que, após
esses primeiros indícios, são observados os primeiros registros
de civilizações. Atualmente, estamos passando por outra grande
revolução, com o advento dos organismos geneticamente modifi¬
cados que vem causando vários impactos na sociedade moderna.
Que tal conhecer um pouco mais sobre esse assunto? A biotecnologia possibilita avanços
técnicos na produção de alimentos.
Faça uma breve pesquisa para conhecer melhor a questão dos organismos modificados
geneticamente (transgênicos). Após esse levantamento de informações, responda às
seguintes questões:
A Biotecnologia na Alimentação
A biotecnologia tem utilizado micro-organismos modificados que atuam
diretamente nos processos de fermentação, preservação e formação de sabor
e aromas de muitas bebidas e alimentos. Alguns exemplos são pães, queijos,
cerveja, vinhos e outros.
Lactobacillus paracasei.
Você se imagina comendo algas ou derivados de algas? Você pode não acreditar, mas utiliza¬
mos mais esses organismos do que você pensa. Por exemplo, na fabricação de sorvetes são usadas
substâncias das algas pardas. No sushi são usadas algas marinhas conhecidas pelo povo japonês como
nori. Das algas vermelhas são retiradas substâncias essenciais para a fabricação de gelatinas e muitos
estabilizantes e emulsionantes importantes para os mais variados alimentos industrializados. Das
algas também são retiradas substâncias utilizadas na fabricação do papel, e, das diatomáceas, a pig¬
mentação de certas tintas.
i .*> <• -
Alguns artrópodes são utilizados na culinária ocidental, como lagostas, camarões e carangue¬
jos. Há, ainda, outros artrópodes que são verdadeiros flagelos para agricultores, como os gafanhotos,
que, no entanto, são usados para alimentação em alguns países como o México e a China.
Bioindicadores da Água
Protozoários, insetos, moluscos, anelídeos e platelmintos são bastante sensíveis à qualidade do
ambiente em que vivem. Por isso, muitas vezes, eles são utilizados como indicadores biológicos. Esses
indicadores biológicos podem medir, por exemplo, a qualidade da água de uma determinada região.
Em águas contaminadas por resíduos industriais tóxicos não são visualizados determinados organis¬
mos. O contrário acontece em córregos com muita matéria orgânica em processo de decomposição.
O
Protozoários Ciliados Demonstram Níveis de
Poluição das Águas
•
Para avaliar o impacto de despejos orgânicos (como esgoto
doméstico) sobre a qualidade das águas, são utilizados micro-orga¬
nismos como indicadores ambientais. Para tanto, esses organismos
devem ter a capacidade de identificar os elementos de pressão sobre
o meio ambiente, como emissões de poluentes e geração de resíduos;
£ demonstrar o estado e a tendência do ecossistema em questão; subsi¬
diar o processo de tomada de decisões; e revelar as respostas do meio
às ações implementadas. A habilidade de interagir de acordo com as
condições ambientais torna os bioindicadores ainda mais eficientes.
Dentre os vários parâmetros químicos de qualidade da água, o
teor de Oxigénio Dissolvido (OD) é talvez um dos mais importantes
para a manutenção da vida em ambientes aquáticos. Assim como os
peixes, a maioria dos seres presentes nos rios, como algas, crustáceos,
moluscos e micro-organismos, depende do oxigénio (O2) dissolvido na
água para sobreviver. Sobre esse aspecto, o lançamento de efluentes
domésticos sem tratamento traz graves consequências para o meio.
Rico em matéria orgânica, o esgoto in natura é decomposto por
bactérias em um processo aeróbico (com uso de oxigénio). Quanto
mais material biodegradável disponível, mais essas bactérias irão se
reproduzir, causando a redução das taxas de OD. Quando a quan¬
tidade de matéria orgânica lançada em um manancial excede sua
capacidade de assimilação, o oxigénio dissolvido na água pode alcan¬
çar valores muito baixos ou até mesmo acabar. Caso
seja totalmente consumido, tem início o processo
de decomposição anaeróbico (sem O2), com gera¬
ção de maus odores e subprodutos tóxicos, como os
sulfetos.
Algumas espécies de protozoários ciliados
só sobrevivem em ambientes sem oxigénio. Isso
explica a abundância dessas espécies em trechos
bastante poluídos de rios e lagos. Os protozoários
ciliados podem ser considerados também indica¬
dores eficientes para a avaliação da qualidade de
estações de tratamento de esgotos. Algumas espé¬
cies de ciliados atuam na depuração da água, devido
ao hábito de se alimentarem de bactérias e sólidos
em suspensão, produzindo um efluente clarificado e
de boa qualidade. A poluição dos rios pode determinar a morte de várias espécies aquáticas.
Análise
Anast/Shuerock
BV
—
Se você tem interesse em conhecer mais sobre as minhocas, acesse o site abaixo e aprenda a cons¬
truir um minhocário: <http://educador.brasilescola.com/estrategias-ensino/minhocario.htm>.
Manutenção da umidade
(Água)
Para que a matéria orgânica não libere gases de odor ruim são colocados
capim e folhas na parte de cima do composto.
Mescla
Funcionamento de um biodigestor.
B —
Quer aprender a fazer uma composteira ou um biodigestor caseiro para o lixo orgânico
de sua residência? Acesse:
• Composteira: <http://www.ceasacampinas.com.br/novo/NoticiasVer.asp?id=1373>;
• Biodigestor caseiro: <https://www.youtube.com/watch?v=IA9UMZsdxX0>.
Seção de Sistematização
WAWAVAVAWAWAVAW.
Nesta unidade você pôde conhecer uma ciência incrível que se utiliza de várias
áreas do conhecimento: a Biotecnologia. Você também conheceu suas aplica¬
ções na agricultura e na área de alimentos e pôde perceber que muitos dos
produtos que consumimos atualmente têm um toque biotecnológico.
Análise
Theodosius Dobzhansky (1900-1975).
2) Você concorda com a ideia de Dobzhansky? Elabore uma justificativa que defenda seu ponto
de vista.
Ao contrário do que muitas pessoas pensam, no meio científico, a evolução é vista como um
fato comprovado e não apenas como uma hipótese. Milhares de pesquisas científicas têm confirmado
a ocorrência do processo evolutivo das espécies. A Teoria de Evolução é a ideia essencial da biologia,
que une e molda suas áreas afins, como a botânica, a zoologia, a microbiologia e a genética. Pelo seu
grande impacto na forma de pensar, a evolução influencia quase todas as áreas do conhecimento,
como a sociologia, a filosofia, a engenharia e a matemática. Sendo assim, podemos considerar a
Teoria da Evolução como uma das mais importantes formas de pensamento da humanidade.
Apesar da capacidade de revolucionar a forma de pensar, a falta de entendimento desta teoria
gera interpretações erróneas, como: "O homem veio do macaco", "Só o mais forte sobrevive", "Futuras
gerações serão mais altas e inteligentes que a atual", e assim por diante. Tais interpretações foram e
são mal utilizadas para justificar atitudes políticas, sociais e científicas de imensa crueldade, como
foi o caso do nazismo na Segunda Guerra Mundial, do apartheid na África do Sul e das segregações
raciais na República Checa.
Peça ajuda ao professor de história e faça uma breve pesquisa sobre as justificativas
"científicas" utilizadas pelo regime nazista para o extermínio de judeus, negros, eslavos,
homossexuais e ciganos. Após essa pesquisa histórica, elabore um texto avaliando se essa
forma de pensar ainda está presente nos dias atuais. Coloque como título: Relembrar o
holocausto: um compromisso universal.
Holoceno 2^4
Pleistoceno
(há 1milhão de anos) 3
Cavalo moderno (Equus) Não usado Deagastado
Mioceno final
(há 8 milhões de anos)
rr1,25 m Pliohippus
2P 4
3
r
Mioceno médio
(há 15 milhões de anos)
ff
yOmMerychippus
T0
3
8
Plataforma de concreto completa
2^4
Eoceno final 1
j^^^Fsmalte
Eoceno inicial
(há 50 milhões de anos)
0,4 m Hyracotherium 34
I —
^u^Cimento
^ent'na
Observe que o registro fóssil é uma poderosa evidência de que a evolução ocorreu e de como
esse processo aconteceu.
Você tem ideia de como surgiu o mito dos dragões? Reflita sobre
essa questão e elabore no caderno uma argumentação expli¬
cando por que os povos da Antiguidade imaginaram essa criatura
tão única.
No sertão da Paraíba
há uma cidade especial:
a cidade de Sousa.
Nela, encontra-se uma
unidade de conser¬
vação com um nome
muito sugestivo: Vale
dos Dinossauros.
Esse é o local com a
maior concentração de
pegadas de dinossauros
do mundo. No Vale dos
Dinossauros também se
encontra a mais longa
trilha de dinossauros
conhecida, com
43 metros em linha reta.
Estruturas Homólogas
Observe as modificações dos mesmos ossos em diferentes mamíferos, sendo este um exemplo
de estruturas homólogas.
:
Você Acredita na Teoria da Evolução? vÃ
Você já ouviu falar que o ser humano atual mostra evidências de
que seu ancestral possuía cauda? Isso é dito em função do formato do
osso cóccix. Quando um ser vivo apresenta órgãos atrofiados e de tama¬
nho reduzido, mas que, em outras espécies, são maiores e funcionam,
estamos falando de órgãos vestigiais. Podemos dizer que esses órgãos
são rastros do processo evolutivo, já que no ancestral tinha uma atuante
função, e, atualmente, essa função é mínima.
Outro exemplo de órgão vestigial no ser humano é o apêndice
vermiforme, que a maioria das pessoas só lembra que existe quando
infecciona (apendicite). O apêndice vermiforme é um prolongamento
anexo ao intestino grosso que possui grande quantidade de bactérias
relacionadas à digestão de fibras vegetais. Em animais herbívoros, essa
estrutura é bem desenvolvida, já em humanos é muito reduzida, como
podemos comparar no esquema abaixo.
Coelho
Representação da coluna vertebral
e do osso cóccix.
vermiforme
Com o auxílio do professor de história elabore uma pesquisa sobre os ancestrais pré-his¬
tóricos do homem. Enfatize em sua pesquisa as espécies dos hominídeos, os costumes e
as datas importantes da evolução humana. O trabalho deve ser feito em grupos e cada
grupo deve abordar um aspecto relacionado aos ancestrais do homem. As informações
podem ser trocadas em forma de teatro, quadrinhos, explanações, etc. O grupo decide qual
a melhor forma. Ao final, anote no caderno as principais informações apresentadas por
todos os grupos.
A guerra do fogo
Como complemento para o estudo da evolução humana, recomendamos o filme A guerra
do fogo, de 1981. Ele retrata dois grupos de hominídeos em um período na Pré-História. A
direção é de Jean-Jacques Annaud. Anthony Burgess e Desmond Morris foram responsáveis
pela linguagem especial que foi criada para o filme, cuja história está ambientada no período
anterior ao uso da linguagem verbal. Desta forma, a linguagem corporal é fortemente uti¬
lizada em todo o filme.
Teorias Evolutivas
Até meados do século XIX, acreditava-se em uma grande organização
dos seres vivos na qual as espécies eram imutáveis, sendo essa ideia chamada
de Fixismo. A partir desse ideal, acreditava-se que as espécies derivavam
da vontade e criação divinas, sendo, portanto, essencialmente boas. Com
os descobrimentos de Charles Darwin e Alfred Russel Wallace, essa forma
de pensar começou a mudar. Entretanto, esses cientistas não foram os pri¬
meiros a propor uma teoria científica para explicar as variações observadas
na natureza. Grandes contribuições ao conhecimento do processo evolutivo
foram dadas por um cientista chamado Jean-Baptiste Lamarck. A seguir,
vamos conhecer um pouco mais sobre suas ideias.
Teorias Evolutivas
O que Lamarck acreditava era que aquelas girafas que esticavam o
pescoço estimulavam o seu desenvolvimento e essa característica adqui¬
rida era transmitida às futuras gerações. Esse processo de transmissão dos
caracteres adquiridos é a base da outra lei elaborada por Lamarck.
Reflexão
Teorias Evolutivas
Lamarck foi um importante cientista porque defendeu a evolução
das espécies em um momento histórico em que a maioria dos intelectuais
defendia que as espécies não mudavam ao longo do tempo (Fixismo).
Outra contribuição dele foi a ideia de que as espécies se adaptam às alte¬
rações do ambiente. Entretanto, a Teoria da Evolução das espécies só foi
realmente aceita no meio acadêmico após as publicações das descobertas
de outros cientistas: Charles Darwin e Alfred R. Wallace.
Se você quiser saber mais sobre a evolução das espécies recomendamos que
leia o livro publicado por Darwin: Sobre a origem das espécies por meio de se¬
leção natural, publicado pela primeira vez em 1859.
Teorias Evolutivas
Um fato interessante sobre a viagem de Darwin ao redor do mundo
é que dois livros em particular o auxiliaram a elaborar sua revolucioná¬
ria teoria. Esses livros foram: Ensaio sobre o princípio da população, de
Thomas Malthus, e Princípios de geologia, de Charles Lyell.
O jovem Darwin transpôs a ideia de Malthus dos princípios que
controlam as populações humanas para o ambiente natural. Neste o cres¬
cimento das populações seria controlado pelos limites impostos pelo meio
(uma população de peixes não pode crescer mais do que os limites impos¬
tos por um rio). O aumento de indivíduos em um local gera a falta de
recursos, o que gera competição (como peixes competindo por alimento).
Aqueles organismos que possuíam características mais adaptadas à nova
situação, por competição, deixariam um maior número de descendentes.
Do livro de Lyell, Darwin compreendeu que esses processos seriam
graduais e ocorreriam ao longo de grandes períodos de tempo.
Dessa forma, temos o meio ambiente como o fator-chave que sele¬
ciona os indivíduos mais adaptados a ele, ou seja, o principal agente de
modificações seria a ação da seleção natural sobre as variações de cada
organismo. Se pensarmos sobre essa ideia, chegaremos a uma conclusão
similar à de Darwin: todos os seres vivos descendem, com modificações,
de ancestrais comuns.
Note que Darwin não foi o criador da ideia de evolução, pois esse
raciocínio era anterior a Lamarck. Darwin apenas acrescentou um forte
argumento à Teoria da Evolução das espécies. Entretanto, a ideia Fixista,
contestada cientificamente desde a época de Lamarck, ainda tinha muitos
defensores que atacaram ferozmente a Teoria da Evolução, deturpando
as ideias publicadas no livro A origem das espécies, dizendo que, para
Darwin, o homem veio do macaco.
Teorias Evolutivas
Observe as seguintes imagens:
Pongídeos
Hilobatídeos Hominídeos
Milhões de
anos
Australopithecus
Mamíferos insetívoros
Árvore filogenética provável dos antropoides.
Apesar do grande avanço no conhecimento do processo evolutivo, Darwin sabia que uma peça
do quebra-cabeça ainda estava faltando. Para serem completas, suas ideias deveriam explicar a fonte
da variabilidade das espécies, o que ele não conseguiu fazer. Você consegue pensar o que controla e
como se originam as características diferentes nos seres vivos? De que forma essas características são
passadas ao longo das gerações?
Teorias Evolutivas
Teoria Sintética da Evolução
Curiosamente, a resposta para o enigma da hereditariedade começou
a ser compreendida por um monge chamado Gregor Mendel (1822-1884).
Do latim mutatio = ato
Com o conhecimento dos mecanismos da hereditariedade, criou-se uma de mudar, mudança.
nova ciência, a genética, que ao longo dos anos conseguiu clarificar muitas Mutação é a diversidade
dúvidas de vários processos biológicos, inclusive da evolução. Iremos estu¬ hereditária, ao acaso e
dar as descobertas de Mendel mais detalhadamente na próxima unidade. irreversível, que se mos¬
tra em um organismo por
Com base na genética, descobriu-se que o material genético (DNA
causa da alteração de um
e RNA) é responsável pelo controle das características nos diferen¬ ou mais genes, ou quando
tes seres vivos. Atualmente, sabemos que há somente duas formas de ocorre uma alteração em
aumentar a variabilidade genética de uma população, por mutação ou um cromossomo.
por permutação cromossômica.
Permutação
Para exemplificar o processo de mutação, imagine o motor de um cromossômica:
carro de corrida. Ele foi construído para ser o melhor que os engenhei¬
E a troca de braços
ros puderam pensar. Imagine agora um policial com um revólver sendo
cromossômicos na divisão
um agente mutagênico. Se esse policial der um tiro às cegas nesse motor, celular meiótica.
qual será a probabilidade de provocar um grande dano no carro? Seria de
99,99%, certo? A essa analogia podemos comparar o surgimento de danos
no DNA e, até mesmo, o desenvolvimento de câncer. Se as células forem expostas a certas substân¬
cias tóxicas e cancerígenas, como o amianto, as bases nitrogenadas do material genético podem ser
alteradas de forma aleatória.
Note que mesmo havendo apenas 0,1% de alteração provocada pelo agente mutagênico, esta
pode trazer uma nova forma, uma nova característica.
Que substâncias podem alterar o material genético? Elabore uma pesquisa sobre o assunto e
descubra um pouco mais sobre os agentes mutagênicos. Anote as observações no caderno.
Além da mutação, outro processo que pode aumentar a variabilidade genética de uma população é
a permutação cromossômica. No caso da espécie humana, cada criança recebe 23 cromossomos do pai e
outros 23 da mãe. Para entendermos como esse processo ocorre, vamos comparar o processo de meiose,
que as células reprodutivas realizam para formar
gametas, com o processo de embaralhar cartas.
Imagine que você ganhou 23 cartas de seu
pai, todas de paus (*) e espadas (a). Da sua mãe,
no entanto, você recebeu outras 23 cartas, todas
de copas (v) e ouros (♦). Essas cartas serão colo¬
cadas em duas colunas pareadas, como o número
2 de espada com o 2 de copas, o 2 de paus com
o 2 de ouros, o 3 de espada com o 3 de copas,
e assim por diante. Essas cartas pareadas são,
nas nossas células, determinados cromossomos
que recebem o nome de cromátides homólogas.
Esquema demonstrando o processo de permutação cromossômica.
Teorias Evolutivas
vB)
No momento em que você passar algumas das 23 cartas (cromossomos) para o seu descendente, você
irá passar “cartas” das duas colunas. Todavia, nesse processo, poderão ser misturadas cartas de colunas
diferentes. Esse processo, nas nossas células, recebe o nome de permutação cromossômica ou crossing
over. Note que, se esse processo não acontecesse, você iria transmitir a mesma coluna que recebeu dos
seus pais e eles dos pais deles. Assim, a variabilidade genética da população, em geral, seria extrema¬
mente baixa. Ocorrendo o processo de permutação, a variabilidade aumentará a cada nova geração.
Essa é uma das explicações da diferença genética entre gêmeos fraternos (que não são gêmeos iguais).
Note que permutação gênica e mutações são processos biológicos que aumentam a variabilidade
genética das populações. Sem essa variação, a seleção natural e os outros processos que agem sobre
a diversidade genética presente nas espécies e a evolução não poderiam atuar. Esse é um problema
muito comum na agricultura, cuja baixa diversidade das sementes aumenta o surgimento de pragas.
Além da seleção natural, que outros fatores agem sobre a variabilidade genética já estabelecida?
Vamos pensar historicamente. O nosso país foi palco de um processo
interessante que transformou a variabilidade genética da população humana
Do latim migratio
que aqui vivia. Imagine o território brasileiro no século XV, quando ainda = mudança de lugar.
não havia sido colonizado por europeus, havendo aqui somente indígenas. Migração é o deslo¬
Pela variabilidade genética da população você acredita que existiam indíge¬ camento de alguns
indivíduos de uma espécie
nas loiros, ruivos, ou com olhos claros e pele escura? É claro que não, esse em busca de melhores
efeito apenas foi possível com a migração de povos de origem europeia condições ambientais ou
para o Brasil. Esses colonizadores trouxeram novos genes que foram acres¬ de vida.
centados na população humana que vivia aqui.
Em outro momento, ocorreu a chegada de escravos oriundos da África ao Brasil, aumentando
ainda mais a variabilidade genética da população. No começo do século passado, esse processo foi
acentuado pelas crises e guerras que assolaram o Hemisfério Norte e que trouxeram muitos emi¬
grantes para o Brasil. Entretanto, um dos últimos grandes fenômenos migratórios está ocorrendo
devido à globalização, pois nunca tantas pessoas se estabeleceram em locais diferentes daqueles de
sua origem como se observa atualmente.
Teorias Evolutivas
Quando ocorrem variações genéticas entre populações que são oca¬ remco;
sionadas devido à entrada ou saída de indivíduos, estabelece-se um fluxo
Do latim fluxu = corrente
gênico. Quanto maior esse fluxo, maior a velocidade da diminuição das dife¬
de rio + elemento com¬
renças genéticas entre as várias populações que pertencem à mesma espécie. posto gênico = relativo
Um exemplo da aplicação desse conhecimento é o que acontece em ambien¬ a genes. É a variação de
tes e/ou populações fragmentados. Imagine uma população de onças em uma certos genes na diver¬
pequena região florestada. Após certo tempo, começará a ocorrer o cruza¬ sidade genética de uma
mento entre parentes próximos, limitando a variabilidade genética. Se um população por causa da
rio conectar essa região com outro fragmento que também contém onças, entrada de imigrantes ou
a saída de emigrantes.
possibilitando o trânsito de indivíduos de outras regiões para esse fragmento,
serão trocados genes entre as populações. A esse fenômeno denominamos
fluxo gênico.
Trabalho Interdisciplinar
Com a ajuda dos professores de história e geografia, elabore uma pesquisa sobre os diver¬
sos momentos migratórios que envolveram a população brasileira e seus efeitos sociais,
económicos e culturais.
Um autor contemporâneo que traz novas discussões acerca da evolução é Richard Dawkins. Ele possui vários livros
interessantes que abordam o assunto. Recomendamos, em especial, a leitura de 0 gene egoísta.
Teorias Evolutivas
A deriva genética, a migração e a seleção natural atuam sobre a variabilidade genética. Já a
variabilidade de genes de uma população é aumentada por dois processos: mutação e permutação
gênica. Todos esses fatores são os componentes do processo evolutivo atualmente aceito, conhecido
como Teoria Sintética da Evolução ou neodarwinismo.
Nesse tópico, observamos que a evolução atua sobre o conjunto de genes da população de uma
espécie. Mas como as espécies mudam ao longo do tempo e de que forma novas espécies surgem?
iatA Reflexão
Quem veio primeiro: o ovo ou a galinha? Você já deve ter refletido sobre essa questão.
Para resolvermos esse enigma, vamos mudar um pouco o dilema: Quem surgiu primeiro, a
estrutura ovo ou a espécie galinha? Com base no cladograma a seguir, qual a sua resposta
para esse enigma?
Note, em azul, o grupo dos répteis. Como podemos observar no cladograma, as aves estão
intimamente relacionadas ao grupo dos dinossauros, já que se originaram dele. Na verdade, o termo
dinossauros é aplicado às espécies extintas há 65 milhões de anos. Se não fosse por esse fato, podería¬
mos dizer que as aves são dinossauros que vivem até os dias atuais.
Leia no link a seguir uma reportagem interessante sobre este tema fascinante, ao qual, a cada dia, novas descobertas
são acrescentadas: <http://veja.abril.com.br/noticia/ciencia/descoberto-fossil-de-maior-dinossauro-com-penas>.
Teorias Evolutivas
Muitos ovos de dinossauros já foram encontrados e, por isso, podemos dizer que a estrutura
ovo é mais antiga que a espécie galinha. Há outros animais do cladograma que também botam ovos,
como os crocodilos, os lagartos, as cobras e as tartarugas. Os fósseis de tartarugas são tão antigos que
datam da Era Triássica, há 215 milhões de anos, época tão antiga quanto o surgimento dos primeiros
dinossauros. Então, podemos concluir que o animal com ancestral mais antigo que vive nos dias
atuais e que põe ovo, é a tartaruga.
Como um ancestral em comum das tartarugas, dinossauros e aves pôde dar origem
a tantas espécies?
As novidades evolutivas (como as estruturas que formam o ovo) são originadas da interação
entre mutação, permutação gênica e seleção natural, que formam ou modificam as características
de uma espécie ao longo do tempo. Entretanto, quando a população de uma espécie (ancestrais
das aves) de alguma forma se isola de outras populações (dinossauros), interrompe o fluxo de genes
entre seus indivíduos (separação entre os dinossauros e os ancestrais das aves), podendo formar,
deste modo, novas espécies.
Esta quebra da ligação entre populações pode ser ocasionada pelo aparecimento de uma bar¬
reira geográfica, como uma cordilheira de montanhas ou um grande rio, por uma mutação, ou pela
deriva genética.
Com o passar do tempo, a população isolada (ancestral das aves) pode acumular diferenças tão
grandes que em um futuro contato com a população original terá formado uma nova espécie, como
é o caso do avestruz (África) e da ema (Brasil).
Se as barreiras forem
as espécies não se intercruzam
Teorias Evolutivas
1) (UFPR) 0 hábito de colocar argolas no pescoço, por parte das mulheres de algumas tribos
asiáticas, promove o crescimento dessa estrutura, representando nessas comunidades um
sinal de beleza. Dessa forma temos que as crianças, filhos dessas mulheres, já nasceriam
com pescoço maior, visto que essa é uma tradição secular.
A afirmação acima pode ser considerada como defensora de qual teoria evolucionista:
a. Teoria de Lamarck.
b. Teoria de Malthus.
c. Teoria de Wallace.
d. Teoria de Darwin.
e. Teoria de Mendel.
2) (UNIFESP) Leia os trechos seguintes, extraídos de um texto sobre a cor de pele humana.
A pele de povos que habitaram certas áreas durante milénios adaptou-se para permitir a
produção de vitamina D.
À medida que os seres humanos começaram a se movimentar pelo Velho Mundo há cerca
de 100 mil anos, sua pele foi se adaptando às condições ambientais das diferentes regiões.
A cor da pele das populações nativas da África foi a que teve mais tempo para se adaptar
porque os primeiros seres humanos surgiram ali.
Fonte: Adaptado de: Scientific American Brasil, vol. 6, nov. 2002.
Seção de Sistematização
Nesta unidade, estudamos a evolução das espécies, conhecemos as teorias evo¬
lutivas e descobrimos como as espécies são formadas. Além disto, aprendemos que
as provas de que a evolução realmente ocorre são os fósseis e as pesquisas genéticas.
Observe que, ao longo dessa unidade, falamos continuamente sobre material genético,
genes e genética. A próxima unidade será dedicada a reflexões sobre esse tema e, em
especial, ao pai da genética: Gregor Mendel.
Genética
N estaunidade, entenderemos porque é fundamental estudar genética. Para isso, conhe¬
ceremos os experimentos de Gregor Mendel, que foi o pioneiro no entendimento da
forma como algumas características são passadas de uma geração a outra. Essa desco¬
berta ainda causa impactos na forma como desenvolvemos a agricultura, a pecuária e a medicina,
entre outros.
E por falar em medicina, de que forma a genética pode nos auxiliar para evitarmos
que algumas doenças se desenvolvam?
Capítulo 1
Análise
Flor de ervilha.
Note que as estruturas reprodutivas da flor estão bem protegidas. Essa é uma característica
que dificulta a fecundação entre plantas diferentes, a fecundação cruzada, mas favorece que a
mesma planta possa se autofecundar. Mendel plantou tipos diferentes da mesma espécie de ervilha
em vários canteiros e deixou que elas se autofecundassem por várias gerações, verificando constan¬
temente se as variedades eram realmente “puras” para determinada característica estudada. Ou
seja, no canteiro das sementes de cor amarela somente apareciam sementes amarelas e o mesmo
ocorria no canteiro das sementes de cor verde. Podemos observar as características que Mendel
estudou no esquema abaixo:
Corda semente
(endosperma)
Amarelo Verde
Forma da semente
Cor da flor
Púrpura Branca
Análise
Geração F2
Caráter Dominante Recessivo (dominante - Proporção em F2
recessivo)
Amarela Verde
1. Cor da semente 6.022:2.001 3,01:1
Lisa Rugosa
2. Forma da semente 5.474:1.850 2,96:1
Verde Amarela
Lisa Ondulada
Alta (1,60 m)
Baixa (40 cm)
5. Altura do pé de ervilha
Púrpura Branca
Observando a tabela, note uma característica única, que também não passou despercebida por
Mendel: as proporções entre as características dominantes e recessivas. No cruzamento entre híbri¬
dos, a proporção encontrada é aproximadamente constante, sendo de 3 dominantes para 1 recessivo.
Parental
Par de
fatores
Geração
filial 1-F1
Geração 25% ou
filial 2 -F2 1/4
AA
JV
. 25% ou
1/4
Aa . 25% ou
1/4
25% ou
1/4
Por ser tratar de um experimento inédito, Mendel criou novos termos para explicar seu
estudo. Entretanto, as descobertas dele foram estudadas e melhor compreendidas ao longo dos
anos. Essa compreensão ocorreu principalmente com o avanço do entendimento da meiose e
da transmissão e composição do material genético (DNA e RNA). Dessa forma, muitos termos
foram renomeados para adequarem-se às novas descobertas. O que Mendel não entendia, e que
atualmente sabemos, é a natureza do material genético. Para relembrarmos o que aprendemos
sobre esse assunto nas primeiras unidades, que discorria sobre a organização do material genético,
observe a seguinte ilustração:
O
Casos de Diabetes no Mundo Batem Recordes
o
Com base no texto Casos de diabetes no mundo batem recordes, qual é a chance de você
desenvolver uma doença crónica como câncer, diabetes, problemas cardiovasculares e res¬
piratórios? Elabore um texto, no caderno, contando seu histórico familiar: quais doenças
seus familiares desenvolveram? Faça uma breve pesquisa, acrescentando no texto o que
pode ser feito para minimizar as chances de você desenvolver tal doença.
Pesquisa
A Anti-B
lAlA lAi àXl
T
Anti-A
B
|B|B |Bj
t 4Y
|A |B AB
Nenhuma
ff
Anti-A e anti-B
li Nenhum
Análise
3) A pelagem das cobaias pode ser arrepiada (L) ou lisa (I), depen¬
dendo da presença do gene dominante L e do gene recessivo I.
O resultado do cruzamento entre urn macho liso com uma fêmea
arrepiada heterozigota é:
a. 50% lisos e 50% arrepiados heterozigotos.
b. 50% arrepiados e 50% lisos heterozigotos.
c. 100% arrepiados.
d. 100% lisos.
e. 25% arrepiados, 25% lisos e 50% arrepiados heterozigotos.
T
Por Que E Fundamental Estudar Genética?\^^/
Segunda Lei de Mendel
Como foi possível perceber no capítulo anterior, após a grande descoberta de Mendel que
resultou na sua Primeira Lei e provocou uma imensa revolução na compreensão da constituição
dos seres vivos, o passo lógico que Mendel deu foi observar se uma característica iria interferir na
determinação de outra característica. Ou seja, será que uma ervilha que carregava a característica
dominante para a cor (amarela) necessariamente iria carregar outra característica, como a textura
(lisa ou rugosa), por exemplo? Para resolver esse enigma, o cientista cruzou ervilhas com caracte-
rísticas conhecidas, como uma planta pura (homozigota), tanto para a cor amarela da ervilha (AA)
quanto para o formato liso (BB), com outra planta também homozigota para ambas as característi-
cas, ou seja, de coloração verde (aa) e formato enrugado ou rugoso (bb). Similarmente ao resultado
que ele obteve no outro experimento, os descendentes mostraram apenas características dominantes,
nascendo ervilhas amarelas e lisas (AaBb). Ao cruzar duas plantas híbridas (duplo heterozigotas) ele
se deparou com resultados que podemos observar no seguinte esquema:
Gametas Masculinos
© © 0
Ervilha Ervj|ha
amarela e lisa verde e rugosa
Amarela Amarela Amarela Amarela
e lisa e lisa e lisa e lisa
AABB AABb AaBB AaBb
a Amarela Amarela
Feminos
Amarela Amarela
e rugosa e rugosa
••
e lisa e lisa
AAbb Aabb
AABb AaBb
•
e lisa e lisa lisa
•
AaBB AaBb aaBB aaBb
Há uma profunda relação entre a segregação independente observada por Mendel e o pro¬
cesso de divisão celular meiótico. A relação entre a permutação cromossômica que ocorre na meiose
e o mecanismo de herança dos caracteres observado por Mendel na sua Segunda Lei pode ser notada
no seguinte esquema:
Esquema representando a relação entre a meiose e o efeito da segregação independente observado por Mendel
— Cromossomos herdados—. ( A B )
maternamente
í
/ A
A
B\
B \
Z&A AX- Á K B )
\ a b /
Va y' Á
( a b)
Cromossomos herdados
paternamente a A
B\
\ Cromossomos herda¬ ( A
Ò
dos maternamente A b
1
y a y*
1
/k
A b 1
«À
£ 1&
b K b )
Ax. a B
/ i !
3
ç a
a
J/ \ 7 a /
Cromossomos herdados a
\
paternamente a
/
A Genética e a
Hereditariedade
Até agora, vimos como funciona a determinação do sistema
sanguíneo A, B e O. No entanto, qual relação tem esse sistema com
os fatores Rh positivo e negativo? E como as doenças hereditárias
são transmitidas?
0 Fator Rh
O fator Rh é uma herança monogênica e autossômica, ou seja,
controlada por apenas um gene e que age nos dois sexos da mesma
forma e com dominância completa. O Rh é determinado por um
par de alelos, a característica dominante é simbolizada pela letra R
e determina o fator positivo, já o alelo recessivo é simbolizado pela
letra r e determina o fator negativo. Os indivíduos que possuem os
genótipos RR e Rr desenvolvem a característica fenotípica positiva,
já os homozigotos recessivos rr desenvolvem o fator negativo.
Um problema que pode advir dessa característica é a eritro-
blastose fetal. Essa doença é provocada quando uma mãe Rh~ gera
um filho Rh+. A primeira criança nasce e se desenvolve normalmente,
entretanto, no momento do parto, com o descolamento da placenta
do útero, pode haver o contato do sangue da mãe com o da criança
e, com esse contato prévio, o sistema imunológico materno fabrica
anticorpos específicos anti-Rh+. Se essa mulher tiver outra gestação
e a segunda criança também for Rh+, os anticorpos irão atravessar a
placenta e atacarão a criança em desenvolvimento.
Outras características são determinadas por genes que estão
localizados no cromossomo X. Como as mulheres possuem dois
cromossomos X e os homens apenas um, isso influenciará na deter¬
minação de certas doenças recessivas que serão mais frequentes em
homens.
A Genética e a Hereditariedade
Doenças Relacionadas à Hereditariedade
Como exemplo de doenças recessivas, temos o daltonismo, a hemofilia tipo A e a distrofia
muscular de Duchene. A hemofilia é uma doença caracterizada pela dificuldade de coagulação san¬
guínea, em que ocorre, com facilidade, sérias hemorragias. Tal mal pode ser observado em algumas
famílias, como demonstrado no seguinte heredograma:
EI
Valdemar
EI EI
Henrique
ÒÓÓÒÚ Alexis
ÓE1 ÚÒÚÒÚÉ1
Rupprecht Afonso Gonzalo
da Prússia da Prússia
Simbolizando o alelo que determina a hemofilia pela letra h e o alelo normal pela letra H, os
homens XHY são normais e os indivíduos XhY são hemofílicos. Já para uma mulher ser hemofílica
ela deve possuir o genótipo XhXh, sendo que mulheres XHXH são normais e não portadoras e aque¬
las que possuem o genótipo XHXh são normais, porém portadoras, transmitindo esse mal aos seus
descendentes.
Portanto, as características localizadas em cromossomos sexuais têm proporções diferentes
entre homens e mulheres. Outra característica que segue esse tipo de transmissão é o daltonismo.
As pessoas que possuem essa característica não conseguem distinguir o verde do vermelho. Fora
isso, as pessoas que têm daltonismo possuem uma vida normal, sem qualquer problema adicional.
Para determinar se uma pessoa é daltónica pode-se utilizar um desenho com formas simples, como
demonstrado abaixo.
Teste de cores que demonstra o daltonismo. As pessoas normais conseguem ver os números 5, 12, 25, 42 e 74.
A Genética e a Hereditariedade
Divulgação
Um belo exemplo de luta contra doenças de origem genética pode
ser visto no filme O Óleo de Lorenzo, de 1992. Esse filme conta a
história de um garoto que levava uma vida normal até que, quando
tinha seis anos, ele passou a ter diversos problemas de ordem men¬
tal que foram diagnosticados como ALD, uma doença extremamente
rara que provoca uma incurável degeneração no cérebro, levando o
paciente à morte em, no máximo, dois anos. Os pais do menino ficam
frustrados com o fracasso dos médicos e a falta de medicamento para uma doença dessa
natureza. Assim, começam a estudar e a pesquisar sozinhos, na esperança de descobrir algo
que pudesse deter o avanço da doença.
1) (UFSCAR) A hemofilia é uma doença recessiva ligada ao sexo, que se caracteriza pela difi¬
culdade de coagulação do sangue. Em um casal em que a mulher é heterozigota para a
hemofilia e o marido é normal, a probabilidade de nascimento de uma criança do sexo
masculino e hemofílica é:
b4
d.
e’T
2) (UEL) Uma criança necessita urgentemente de uma transfusão de sangue. Seu pai tem sangue
do tipo B e sua mãe, do tipo O. Que outro(s) tipo(s) de sangue, além do tipo O, poderia(m) ser
utilizado(s) na transfusão, mesmo sem a realização de teste, sabendo-se que o avô paterno da
criança tem sangue do tipo AB e sua avó paterna tem sangue do tipo O?
a. Tipo AB.
b. Tipo A.
c. Tipo B.
d. Tipo A e tipo B.
e. Nenhum outro tipo.
3) (UEL) Em seres humanos, uma forma de daltonismo que provoca cegueira para as cores
vermelho e verde é determinada pelo gene recessivo d, ligado ao cromossomo X. Ao con¬
sultar um médico, um casal fica sabendo que todos os seus filhos do sexo masculino serão
daltónicos; as meninas, entretanto, serão normais. Qual das opções fenotípicas abaixo cor¬
responde à do casal em questão?
a. Homem normal e mulher normal.
b. Homem normal e mulher daltónica.
c. Homem daltónico e mulher daltónica.
d. Homem daltónico e mulher normal.
e. Homem normal e mulher normal, porém portadora de gene recessivo d.
A Genética e a Hereditariedade
4) (MACKENZIE) Um homem daltónico e com pigmentação normal se casa com uma mulher
de visão normal e albina. A primeira criança desse casal é uma menina daltónica e albina.
Sabendo que o daltonismo é devido a um gene recessivo ligado ao sexo e que o albinismo é
devido a um gene autossômico recessivo, a probabilidade de esse casal ter uma criança de
sexo masculino normal para as duas características é:
5) (UEMS) São anomalias genéticas, recessivas, ligadas ao sexo, que atingem principalmente
indivíduos do sexo masculino. Na primeira, falta o fator VIII, substância fundamental para
coagulação do sangue; na segunda, um defeito nas células sensíveis da retina, que tem
como decorrência a confusão na percepção de certas cores. Assinale a alternativa que con¬
tém os nomes dessas anomalias na ordem descrita.
a. Hemofilia e daltonismo.
b. Raquitismo e insuficiência na produção de vitamina D.
c. Distrofia muscular e raquitismo.
d. Doença de Tay-Sachs e galactosemia.
e. Anemia falciforme e siclemia.
Seção de Sistematização
Com esta introdução à genética, foi possível compreendermos o processo respon¬
sável pela transmissão das características ao longo das gerações e quais desses aspectos
afetam o nosso cotidiano. Também pudemos perceber que a genética nos auxilia a iden¬
tificar quais doenças temos maior probabilidade de desenvolvermos para que possamos
tomar medidas preventivas.
Nesta unidade, também conhecemos o mecanismo de herança de caracteres e
compreendemos melhor a variação genética, a qual é a matéria bruta para a evolução
atuar. Ao longo do tempo, o processo evolutivo resultou em uma imensa diversidade
de seres vivos. Essa biodiversidade possui características próprias e relações únicas,
por isso há uma ciência que se dedica a entender como funcionam os mecanismos
biológicos: a ecologia. Iremos nos aprofundar nesse assunto na próxima unidade.
Ecologia I
A palavra ecologia é utilizada constantemente e sempre nos remete a ações para a defesa
do meio ambiente. No entanto, se atentarmos ao seu significado original (estudo da
casa), perceberemos que as ações de preservação são apenas uma consequência da
ecologia, pois, ao conhecermos melhor o nosso planeta, entenderemos por que devemos começar
imediatamente a cuidar da nossa maior riqueza: a biodiversidade.
Você sabe qual é o verdadeiro “pulmão do mundo”?
Capítulo 1
Ecologia: Conhecendo
a Nossa Casa
Se vives de acordo com as leis da natureza, nunca
serás pobre; se vives de acordo com as opiniões alheias,
nunca serás rico (Sêneca).
Análise
1) 0 que você entendeu a partir da frase acima? Sêneca (4 a.C - 65 d.C.), filósofo do Império Romano.
2) Você concorda com a frase de Sêneca? Essa frase pode ser relacionada aos problemas
ambientais observados atualmente? Justifique suas afirmações.
3) Nosso modelo social valoriza a riqueza financeira e a beleza física. Você acredita que certas
pessoas ricas e/ou belas podem ser pobres em outros aspectos? Justifique sua resposta.
4) Em relação à afirmação de que se vivermos de acordo com as leis da natureza nunca sere¬
mos pobres, quais seriam, na sua opinião, as leis da natureza que deveríamos respeitar?
Reflexão
Lobo-guará.
Trabalho Interdisdplinar
Bioma é o nome dado às grandes comunidades de seres vivos do nosso planeta, que atin¬
giram o grau máximo de desenvolvimento ecológico: o clímax. Por exemplo, a floresta
amazônica pode ser chamada de bioma amazônico, reunindo os organismos que lá vivem.
Em qual bioma você se encontra? Faça uma breve pesquisa e, se necessário, peça a ajuda
ao professor de geografia.
b. Escolha 10 espécies típicas desse bioma, citando-as. Não se esqueça de que existem
seres vivos que podemos facilmente observar, como plantas, fungos, peixes, anfíbios e
muitos outros que são fundamentais para o ecossistema.
Cattleya labiata II
2
2
2
1
I
1
As ações humanas, como o desmatamento, têm sido a atual causa da perda da biodiversidade.
Pegada Ecológica
Em toda parte, o consumo não sustentável continua, como indica nossa pegada ecológica glo¬
bal cada vez maior. Por pegada ecológica entendemos o tamanho das áreas produtivas de terra e de
mar, que são necessárias para gerar produtos, bens e serviços que sustentam o modo de vida de uma
pessoa, uma cidade ou um país.
Pegada ecológica.
A demanda global por recursos ultrapassa, atualmente, em cerca de 20%, a capacidade eco¬
lógica da Terra de renová-los. Assim, podemos perceber que a biodiversidade está em declínio em
todos os níveis e escalas geográficas. A perda dos recursos naturais possui efeitos diretos nas popula¬
ções humanas, como aprenderemos um pouco mais a seguir.
Vilanecrvt/Shusok
Os habitats aquáticos estão entre os mais ameaçados do planeta.
Observe que, entre os anos de 1985 e 1990, as necessidades humanas por recursos naturais che¬
garam ao limite da capacidade de regeneração natural, como indica a linha vermelha. Acima desse
valor, nos anos posteriores, entramos em uma fase em que os recursos são cada vez mais utilizados,
porém o planeta não possui mais a capacidade de repor esses itens. Atualmente, ultrapassamos em
20% o limite da capacidade do planeta em se autossustentar, ou seja, de repor os recursos utilizados.
Relações ecológicas entre os diferentes seres vivos e as relações destes com o ciclo da matéria e da energia.
A fonte primária de energia de todo um ecossistema é a luz solar, capturada pelos seres fotos-
sintetizantes, que fornecem nutrientes para micro-organismos e animais. Diferentemente da energia,
no ecossistema os nutrientes participam de ciclos de reciclagem, ficando, dessa forma, dentro de
equilibrados processos.
Por exemplo, a capivara, que serve de presa para as onças, alimenta-se principalmente de plan¬
tas aquáticas, controlando a superpopulação desses vegetais. As onças, por sua vez, controlam a
superpopulação de capivaras. Se a população desses roedores aumentar muito, aumentará também
a quantidade de onças, provocando, em seguida, a diminuição de capivaras. Se existirem poucas
capivaras, poucas onças existirão. É o equilíbrio natural funcionando.
3) Algumas reportagens citam que boa parte da Floresta Amazônica pode virar cerrado, ou
deserto. Encontre alguma reportagem que fale sobre este assunto e, com base no que
estudamos sobre mudanças climáticas, explique por que eles dizem isso.
Cidos Biogeoquímicos
Diversos elementos químicos fundamentais para a vida estão
presentes na atmosfera na forma de moléculas (N2, 02 e CO2). Essas subs¬
tâncias são renovadas na natureza por ciclos biogeoquímicos.
Cido do Nitrogénio
O nitrogénio presente no ar é utilizado por diversos organis¬
mos, como algumas plantas que denominamos leguminosas (ervilha,
soja, feijão). Essas plantas unem forças com certas bactérias do gênero
Rhizobium aumentando sua eficiência de atuação no meio. Essas bac¬
térias, que habitam nas raízes das leguminosas, são capazes de fixar o
nitrogénio atmosférico (como estudamos em processos metabólicos
na Unidade 3) e formar nutrientes que são essenciais para as plantas.
O nitrogénio passa pela cadeia alimentar e é um dos principais compo¬
nentes das proteínas dos seres vivos. O processo de reciclagem desse
nutriente na natureza pode ser observado no seguinte esquema:
Atualmente, a nossa civilização emite mais nitrogénio do que a natureza pode absorver, fazendo
com que haja um crescente depósito dessa substância. Vamos conhecer os efeitos desse acúmulo no
texto a seguir.
O
• Efeitos do Depósito do Nitrogénio na Natureza
* A poluição inorgânica, por nitrogénio, das hidrovias continentais, por exemplo, mais que
• dobrou desde 1960, e multiplicou-se por 10 em muitas regiões industrializadas do mundo.
A capacidade atual da agricultura de produzir quantidades muito maiores de alimen-
; tos e fibras do que foi possível em qualquer época anterior pode ser atribuída a uma série
• de fatores, inclusive à disponibilidade de fertilizantes em escala comercial. Entretanto,
6 níveis excessivos dos nutrientes vegetais - nitrogénio e fósforo - em ecossistemas naturais
são atualmente causa de preocupação. Embora o nitrogénio reativo ocorra naturalmente
em todos os ecossistemas, a produção de nitrogénio reativo por humanos, principalmente
através da produção de fertilizantes sintéticos para aumentar a produção agrícola, mudou
os equilíbrios ecológicos tanto localmente como em ecossistemas bastante distantes.
A produção antrópica (produção pelos seres humanos) de nitrogénio reativo leva à libera¬
ção de compostos de nitrogénio na atmosfera, os quais são subsequentemente depositados
sobre a biosfera. O depósito de nitrogénio no ar aumenta seus níveis em ecossistemas a tal
ponto que as espécies de crescimento lento que prosperam em ambientes pobres em nitro¬
génio não podem competir com as espécies de crescimento rápido que dependem de níveis
mais altos de nutrientes. Os campos temperados são particularmente vulneráveis nesse
ponto. Além disso, o nitrogénio solúvel penetra através do solo para os lençóis freáticos,
resultando numa eutrofização crescente - excesso de nutrientes em águas continentais e
costeiras que estimulam o crescimento vegetal excessivo - explosão da quantidade de algas
e criação de zonas anóxicas (sem oxigénio) em áreas marinhas próximas à costa. Fontes
antrópicas de nitrogénio - produção de fertilizantes sintéticos, queima de combustíveis
fósseis, e plantas e árvores cultivadas que fixam nitrogénio em ecossistemas agrícolas - atual¬
mente excedem as fontes terrestres naturais, a tal ponto que mais da metade de todo o
nitrogénio reativo global em ecossistemas agora se origina de fontes humanas. O depósito
atmosférico atualmente responde por cerca de 12% do nitrogénio reativo entrando nos
ecossistemas terrestres e marinhos costeiros em todo o mundo, embora essa porcentagem
seja muito mais alta em algumas regiões.
Para continuar a suprir adequadamente a demanda por alimentos e fibras e minimi-
zar os problemas ambientais, são necessárias melhoras significativas na eficiência do uso
de fertilizantes de nitrogénio em sistemas produtivos. Um aumento de 20% na eficiência
do uso do nitrogénio nos sistemas de produção de cereais do mundo reduziria a produção
global de nitrogénio reativo em aproximadamente 6%, e levaria a uma redução de gastos
com fertilizantes equivalente a cerca de US$ 5 bilhões por ano.
Fonte: Adaptado de: Secretariado da Convenção sobre Diversidade Biológica (2006), Panorama da
Biodiversidade Global 2. Montreal, p. 34-36.
A,
O Fluxo da Vida: Ciclo da Energia e Matéria nos Ecossistemas
1) 0 que são ciclos biogeoquímicos?
4) Se você possui uma pequena horta em casa, como você pode contribuir para a diminuição
das emissões de nitrogénio e, paralelamente, formar um adubo rico em nutrientes?
A Produção do Oxigénio
Apesar de as florestas absorverem grandes quantidades de gás carbónico da atmosfera, as
árvores não são os principais produtores de oxigénio. De dia, as árvores realizam o processo da fotos-
síntese e da respiração celular. De noite, sem luz solar, as plantas sobrevivem realizando a respiração
celular. Ou seja, praticamente todo o oxigénio produzido de dia é consumido à noite pelas plantas.
Então, quem produz o oxigénio que respiramos?
Nos oceanos e mares encontramos minúsculos seres fotossintetizantes que flutuam à deriva:
o fitoplâncton. Assim como as plantas, eles realizam respiração celular e fotossíntese, mas com uma
grande diferença: à noite o fitoplâncton entra em um estado de latência, ou seja, todos os seus pro¬
cessos metabólicos diminuem bastante, economizando, dessa forma, energia e oxigénio. Por isso,
podemos dizer que o oxigénio que respiramos vem dos oceanos.
Seção de Sistematização
Com este estudo, foi possível conhecermos um pouco sobre a ecologia e
iniciarmos uma sensibilização aos grandes problemas ambientais que afetam a socie¬
dade contemporânea. Você pôde descobrir que o verdadeiro pulmão do mundo é
o fitoplâncton que se encontra nos oceanos. Na próxima unidade, aprofundaremos
a compreensão das interações entre os seres vivos: desde relações em que ambas
as espécies são beneficiadas, até relações em que certas espécies se aproveitam e
exploram outras.
Iremos também focar o conhecimento dos biomas brasileiros, afinal, como ire¬
mos dar o devido valor a algo que não conhecemos apropriadamente?
Ecologia II
P orter uma grande extensão territorial, o Brasil é considerado um país com dimensões
continentais. O tamanho, a variedade de climas e os diferentes relevos contribuíram
para que tenhamos uma das maiores biodiversidades do mundo. Nós, como cidadãos
desse lindo país, temos obrigação de conhecê-lo e valorizá-lo para que possamos entender a neces¬
sidade de preservá-lo. Nesta unidade, conheceremos os sete principais biomas do país e algumas das
espécies mais incríveis que os habitam.
Você sabe qual dos biomas brasileiros é o mais preservado?
1
^Capítulo y
Análise
2) Você concorda com ela? Essa frase pode ser relacionada à aplicação do conhecimento sobre
ecologia? Justifique suas afirmações.
3) Você acredita que certos profissionais possuem conhecimento sobre os processos ecológi¬
cos, mas o usam de má-fé, ou apenas para benefício próprio? Justifique sua resposta.
Um ser vivo não é um organismo isolado na natureza. Todos os seres vivos, sem exceção, podem
se alimentar de outros seres, ou servir de alimento para outras espécies. Essas relações entre con¬
sumidores e consumidos formam as comunidades ecológicas que são organizadas em diversas teias
alimentares, como visto na unidade anterior.
A Cadeia Alimentar
As relações entre espécies diferentes nas cadeias alimentares podem ser basicamente de três
tipos: consumidores predadores, consumidores parasitas e consumidores parasitoides.
• Os consumidores predadores são organismos que predam indivíduos de certa popula¬
ção, como a onça-pintada (Panthera onca), predador que se alimenta de veados-mateiros
(Mazama americana), as presas.
Métodos de Defesa
Para evitarem os predadores, as
presas podem elaborar métodos de fuga
extremamente criativos, como esconder-
-se, camuflar-se e, até mesmo, produzir
defesas químicas. O urutau (Nyctibius
griseus), ave noturna, camufla-se nos
troncos de árvores. Também há certas
rãs, como as da espécie Ranitomeya reti¬
culata, que possuem cores chamativas
para alertarem seus predadores de que
secretam veneno pela pele.
Podemos observar essas relações nos dentes e no sistema digestivo de herbívoros especializados
em triturar células vegetais e quebrar as moléculas de celulose. As plantas, por sua vez, responderam
evolutivamente de diversas formas, como pela produção de substâncias tóxicas nas folhas do vegetal,
pelo surgimento de espinhos e pelo acúmulo de silício (o mesmo elemento químico que compõe a
areia) em seus tecidos, provocando uma grande erosão nos dentes de herbívoros.
Detritívoros
Os indivíduos detritívoros são uma categoria muito especial de organismos que consomem
o material sem vida originado de outros seres vivos. Esse material orgânico pode ser composto de
excrementos, folhas caídas, ou seres mortos. Podemos dizer que os detritívoros são fundamentais na
reciclagem dos nutrientes de um ecossistema. Lembre-se de que estudamos alguns detritívoros que
fazem parte dos ciclos biogeoquímicos, como certas bactérias.
,
Seres Vivos Interagindo: As Relações Ecológicas
3) Se falarmos de abelhas, você logo irá pensar na Apis melífera, uma espécie exótica ou inva¬
sora, ou seja, uma espécie que foi introduzida no nosso país. Algumas espécies podem ser
introduzidas em novos hábitats de forma intencional, pelo ser humano, ou de forma aci¬
dental. A introdução de espécies exóticas é a segunda maior causa de extinção de espécies
naturais no mundo. O que talvez você não saiba é que no Brasil há mais de 1 576 espécies
de abelhas silvestres que não possuem ferrão. Faça uma breve pesquisa e liste ao menos
cinco espécies invasoras de qualquer grupo de seres vivos que se encontram na sua região.
Explique quais os impactos que essas espécies exóticas causam no ambiente natural.
4) Podemos aprender muito com a natureza. Enquanto na nossa sociedade os resíduos huma¬
nos sólidos, como o lixo doméstico, efluentes líquidos, como o esgoto, e efluentes gasosos,
como o gás carbónico, são um problema, a sábia mãe natureza já aprendeu há milénios a
reciclar os resíduos de outros seres vivos e recolocá-los no fluxo de matéria e energia. Entre
os seres detritívoros, lixeiros e recicladores naturais, estão bactérias, fungos, minhocas,
urubus e besouros.
a. Encontre cinco situações em que os seres detritívoros estejam atuando na sua região.
Abelha -jataí.
A Riqueza do
Nosso País: Biomas
Brasileiros
Os biomas brasileiros estão intimamente relacionados à
história e ao desenvolvimento económico do país. Essa liga¬
ção é exemplificada pelo próprio nome do país: Brasil, que foi
inspirado na árvore popularmente conhecida como pau-brasil
(Caesalpinia echinata}. Assim como o nome do país, muitas
outras cidades e estados têm a origem do seu nome relacionada
a seres vivos, ou a regiões naturais brasileiras.
Pau-brasil.
Trabalho Interdisdplinar
Qual a origem do nome da sua cidade, ou do seu estado? Há algumas cidades vizinhas à
sua que possuam nomes de plantas, animais e/ou de origem indígena? Relacione ao menos
cinco nomes de cidades brasileiras com o seu significado e, se possível, pesquise, com a
ajuda do professor de história, a origem desses nomes.
O Brasil possui uma das maiores biodiversidades de todo o planeta. A falta de conhecimento
científico das espécies que aqui habitam, suas relações naturais e até a falta de conscientização
ambiental da população têm causado perdas e danos irreparáveis à natureza, como a extinção de
várias espécies que ocorrem somente aqui.
Essa biodiversidade é o resultado da interação e da evolução de milhares de anos entre espé¬
cies e seu ambiente, pois ambos passaram por um rigoroso processo de seleção natural que gerou
organismos geneticamente adaptados e resistentes às condições brasileiras. As espécies provenientes
de outros locais do planeta e que foram introduzidas em nosso país, no entanto, passaram por pro¬
cessos evolutivos diferentes e, por isso, não irão se comportar ou substituir a função que as espécies
nativas desempenham nos ecossistemas brasileiros.
As relações entre as espécies nativas são muito delicadas. Algumas espécies de abelhas silves¬
tres, por exemplo, polinizarão várias árvores e estas fornecerão alimento a outros animais durante
o ano todo. Esse equilíbrio foi obtido ao logo da evolução de milhares de anos. As mesmas abelhas
silvestres melhoram a qualidade e a quantidade dos produtos agrícolas, pois também os polinizam.
7
A Riqueza do Nosso País: Biomas
vÔ
Brasileiros\^^/
Como você percebeu ao longo do texto, preservar a natureza reflete de forma direta e indi¬
reta na qualidade ambiental, pois diminui os riscos de impactos negativos no meio e nos
recursos naturais. Produza um texto no caderno sobre o tema: segurança ambiental.
Floresta Amazônica
O Brasil possui 49,29% do total da
I Floresta Amazônica, que se localiza em uma
região de clima equatorial e subequatorial,
em que predomina o relevo de planícies que
é inundado sazonalmente.
A Floresta Amazônica não é homo¬
génea. Existe uma enorme variedade de
minibiomas ainda pouco compreendidos
pelo ser humano. A biodiversidade amazô¬
nica pode ser demonstrada por seus distintos
ecossistemas: florestas densas de terra firme,
florestas estacionais, florestas de igapó, cam¬
pos alagados, várzeas, cerrados, refúgios
montanhosos e formações pioneiras.
Esse bioma possui grande importância
para o equilíbrio ambiental da Terra por reter
Foto aérea da Floresta Amazônica. imensas quantidades de carbono atmosférico
e auxiliar na passagem da água dos rios para
a atmosfera pela transpiração foliar. Na Floresta Amazônica são encontradas cerca de um terço de
todas as espécies de seres vivos do planeta, diversidade que envolve espécies de pássaros como a
ararajuba (Guaruba guarouba), a cigana (Opisthocomus hoazin) e o tropeiro (Lipaugus vociferans);
peixes como o pirarucu (Arapaima gigas); insetos como o bicho-folha (Cycloptera speculata)', mamí¬
feros como o sagui-imperador (Saguinus imperator); répteis como o jacaré-açu (Melanosuchus niger);
e flora de múltiplos grupos taxonômicos, como a castanheira-do-pará (Bertholletia excelsa), a serin¬
gueira (Hevea brasiliensis), a vitória-régia (Victoria regia), o açaizeiro (Euterpe precatória), o buriti
(Mauritia flexuosa) e o mungubal (Pseudobombax munguba).
WC/DP
Licens
Documentai
Fre
Benjamit4/WCGNU
Devido à característica peculiar de inundação, o Pantanal é o
bioma brasileiro que atualmente apresenta o maior grau de conservação.
Historicamente, esse fato se deve às dificuldades trazidas às populações
humanas, ocasionadas pelas inundações anuais da região, aliadas à baixa
fertilidade do solo. As principais atividades humanas na região são a
pecuária, o turismo e a atividade de pesca. Esse panorama, no entanto,
tem mudado nas últimas duas décadas devido à introdução de gramíneas
exóticas que servem de pasto, pela exploração das matas e pela ocupação
desordenada das regiões não inundáveis, que constituem exatamente os
locais onde nasce a maioria dos rios que abastecem a região.
Trabalho Interdisciplinar
Cerrado brasileiro.
Luna/Shtersock
BaL
Tamanduá-bandeira
Lobo-guará (Chrysocyon brachyurus). (Myrmecophaga tridactila).
Somente 19,15% da região do Cerrado ainda possui a Alguns autores questionam tecni¬
vegetação nativa em situação relativamente intacta. Depois da camente a denominação "mata"
para a região atlântica, citando
Floresta Atlântica, o Cerrado é o bioma brasileiro que mais sofreu que essa denominação suben¬
alterações com a ocupação humana. No passado, o impacto mais tende uma pequena diversidade
grave na região foi causado por garimpos, que contaminaram os de espécies. Como essa região
rios com mercúrio e provocaram o assoreamento dos cursos de apresenta uma grande diversi¬
dade, a denominação aceita e
água. Recentemente, o ecossistema tem se deteriorado com a utilizada neste livro fica como
expansão da agricultura, principalmente com a monocultura de "floresta", refletindo dessa forma
grãos, que esgota os nutrientes do solo, e da pecuária extensiva. a grande variedade de espécies
encontrada neste local.
Caatinga
A Caatinga localiza-se na região semiá-
rida equatorial e tropical, no Nordeste do
país, onde predomina o relevo de planícies.
É exclusivamente brasileira, ocupando 9,92%
do território. Porém, 80% do ecossistema ori¬
ginal já foi alterado. Como no passado não
houve muito interesse científico por esse
bioma, é o menos conhecido do país. Em con¬
trapartida, apresenta uma grande diversidade
de ambientes e espécies, sendo que muitas
dessas espécies ocorrem somente na Caatinga. Caatinga.
Floresta Atlântica
Duas das características dessa flo¬
resta são a umidade e a densidade. Sua
distribuição original ocupava uma larga
área da costa litorânea brasileira, do
Piauí ao Rio Grande do Sul, cobrindo
13,04% do Brasil.
Possui uma imensa quantidade
de espécies endémicas, ou seja, que
são encontradas somente neste bioma,
sendo, por isso, considerado um dos
biomas mais ameaçados do mundo.
Apesar da imensa extensão territorial
que ocupava originalmente, atualmente
restam apenas 7% da floresta original.
Apresenta áreas de vegetações únicas e
com processos ecológicos intimamente
correlacionados: as faixas litorâneas, as Floresta Atlântica.
florestas de baixada, os campos de altitude e as matas interioranas, como as florestas de araucária,
estas com apenas 1% de cobertura remanescente.
7 vÉb
A Riqueza do Nosso País: Biomas Brasileiros
Espécies epífitas (plantas que vivem sobre outra planta sem parasitá-la) são muito frequen¬
tes, sendo um exemplo as orquídeas, como as espécies do gênero Sophronitis, e as bromeliáceas,
como a Vriesea wanwranea. Ocorrem neste bioma outros importantes grupos, como o palmito
(Euterpe edulis), a jacutinga (Pipile jacutinga), a araponga (Procnias nudicollis), a quaresmeira
(Tibouchina sp.), o xaxim (Dicksonia sellowiana), o jequitibá (Cariniana legalis), a preguiça-
-de-coleira (Bradypus torquatus), o mico-leão-dourado (Leonthopitecus rosalia) e o muriqui
(Brachyteles hypoxanthus).
Pampa.
Zona Costeira
Manguezal.
Leuwn/WCSR
van
Ingeborg
Que tal visitar o bioma da sua região? Junto com os colegas, tente
observar as espécies que ali vivem. Lembre-se sempre de que nós
estamos invadindo o hábitat dessas espécies, por isso vamos res¬
peitá-lo. Após o passeio, elabore no caderno um relatório de campo
de, no mínimo, 15 linhas, descrevendo o que você observou na sua
visita. Atente para os diversos e diminutos animais invertebrados
que habitam o ambiente.
Com base nas informações acima, debata com os colegas sobre a conservação dos biomas
brasileiros, respondendo às indagações.
a. A meta brasileira de preservação, segundo a Convenção sobre Diversidade Biológica
(CDB), é de, no mínimo, 30% da Amazônia e 10% dos outros biomas. Com essa porcenta¬
gem, esses ambientes podem ser considerados protegidos, sendo, dessa forma, possível
preservar as nascentes de água, proporcionar a reprodução de plantas e animais, além
de manter a estabilidade do clima. Com base nessas informações, analise se a quanti¬
dade de áreas protegidas existentes atualmente no território brasileiro é suficiente.
Vilmar Fernandes
Graduado em Física pela Universidade Federal do Paraná (UFPR).
Mestre em Engenharia e Ciências dos Materiais pela UFPR. Doutor
em Engenharia e Ciências dos Materiais pela UFPR em cotutela com o
Institut des NanoSciences de Paris (INSP). Professor no Ensino Médio
e no Ensino Superior desde 1998, com experiência no ensino regular e
na Educação de Jovens e Adultos (EJA). Professor do Instituto Federal
do Paraná (IFPR) - Câmpus Curitiba.
Física para Quê?
uem ensinou os homens pré-históricos a fazerem lanças cilíndricas e pontiagudas? Por
que não as construíram esféricas? Como surgiu a ideia de esticarem um cordado numa
vara de pau para lançar flechas? Por que lançavam flechas, e não lanças ou pedras?
Ninguém ensinou a eles. Essas invenções foram fruto da observação e da busca por satisfazer
às suas necessidades do cotidiano.
O que levou Santos Dumont a criar o 14-Bis com uma forma similar à daquelas flechas e
lanças? Como ele teve certeza de que seu avião poderia voar? Por que, enquanto no cinema as aero¬
naves alienígenas dos filmes de ficção científica são em forma de r
disco, a nave da missão Apollo XIII era cilíndrica? Por que as Apollo XIII - Nave que abrigou
pranchas de surfe, assim como os botes dos primeiros indígenas, a terceira missão tripulada do
não são circulares? Enfim, por que as coisas em nosso entorno Projeto Apollo com destino à Lua.
têm as formas que conhecemos? k
Capítulo 1 j
Aristóteles (Grécia, 300 a.C) dizia que, ao soltarmos dois corpos diferentes de uma mesma altura num
mesmo momento, eles chegariam ao chão após diferentes tempos.
Galileu (1564-1642) provou que dois corpos diferentes chegam juntos ao solo quando soltos ao mesmo
tempo de uma mesma altura.
Muitas vezes nos deparamos com uma situação como esta, ou seja,
precisamos medir algo, mas não temos certeza quanto à ferramenta mais
adequada em cada caso. Na física sempre estamos interessados em medir
algum evento, alguma grandeza, como comprimento, tempo, massa, veloci¬
dade e energia.
A Torre Eiffel foi construída em 1889 e tem 324 metros de altura. Para ter uma
noção do seu tamanho, acesse: <http://maps.google.com>, digite "Tour Eiffel" e
habilite a visita virtual da rua.
A braça é a medida correspondente ao comprimento de dois braços, de uma pessoa adulta, abertos,
aproximadamente 2,2 m.
Comprimento metro m
Massa quilograma kg
Tempo segundo s
Vamos procurar grandezas na sala que possam ser medidas e tentar encontrar as melhores
ferramentas para isso. Como sugestão, pode se medir o tamanho de cadernos, canetas,
carteiras, a sala ou o tempo de aula. As ferramentas a serem usadas podem ser pés, mãos,
réguas, trenas e relógios.
Temperatura
As grandezas físicas vetoriais são representadas por um segmento de reta orientado. A gran¬
deza representada leva uma flecha em cima de seu símbolo, como nos seguintes casos: posição (x),
velocidade (V), força (F), aceleração (a), etc. Veja o exemplo abaixo.
Sentido
) Análise
Reflexão
Analisando as duas situações acima, você pode se questionar sobre os seguintes aspectos:
1) O que foi preciso para amassar a lata de refrigerante?
2) E o que foi preciso para mover o carro?
Todos nós temos uma ideia intuitiva do que seja uma força. Aplicamos e recebemos força
quando puxamos uma mala pela alça, quando empurramos a porta rotatória de um banco, quando
amassamos a latinha de refrigerante. De modo geral, os corpos interagem por meio de forças.
Reflexão
Você já deve estar se perguntando: Força é uma grandeza física escalar ou vetorial?
Porquê?
Como a força é uma grandeza física muito presente no cotidiano das pessoas e tem
sido estudada desde o princípio da civilização, ao longo da história foram empregadas
várias formas de medi-la, bem como diferentes unidades. Seguem algumas das unidades de
força mais utilizadas ainda em nossos dias com as respectivas relações de transformação:
Á,
A Construção da Física como Ciência
Reflexão
P = m -g
Quando você usa uma balança na farmácia, o valor que você lê, 70 kg, por exem¬
plo, indica qual é a sua massa. Mas, como o funcionamento desse instrumento
depende da atração gravitacional, a medida da massa é indireta, pois há uma
força atuando sobre a balança, que é a força peso. A partir de uma calibração
feita no instrumento, obtém-se o valor da massa.
Experimentalmente é possível verificar que, abaixo do limite de elasticidade, a força (F) apli¬
cada é diretamente proporcional à deformação produzida (X). Essa propriedade é conhecida como
Lei de Hooke, e seu módulo pode ser representado pela expressão:
F = k-X
vãÈ
A Construção da Física como Ciência
Aplicação
X = 10 cm = 0,1 m
r xz F 20
F = k-X—>k =
1 1
>k =
1
X 0,1
Análise
a. F = 30 • x
b. F = 5 x
c. F = 6 • x
d. F = 2 x
Na prática, podemos dizer que dificilmente os corpos estão sujeitos a uma única força.
E comum substituirmos todas as forças que atuam no corpo por uma única força que produza o
mesmo efeito, denominada força resultante, que será representada por FR e deve ser determinada
por meio da soma vetorial das forças que atuam no corpo.
Soma Vetorial
Na figura que segue mostramos um ponto material sujeito à ação de duas forças que formam um
ângulo a entre elas. A força resultante desse sistema pode ser obtida pela regra do paralelogramo:
F^ + ÇF,) F^-F,^
Que é a resultante mínima, indicada na ilustração que segue.
Em resumo:
• Forças no mesmo sentido são somadas.
• Forças em sentidos contrários são subtraídas, prevalecendo o sentido da maior força.
• Outros casos fornecem forças resultantes intermediárias.
Análise
Decomposição de Forças
No tópico anterior, vimos que é possível substituir duas (ou mais) for¬
ças aplicadas sobre um corpo por uma única força resultante. Alguns devem
ter se perguntado:
Sabendo-se que:
cateto oposto
= =
hipotenusa F
cos oc=
cateto adjacente _
hipotenusa F
Análise
2) (UEPG-PR) Uma força de 10V7 N foi decomposta em duas componentes ortogonais iguais
em módulo. Determine a intensidade de cada componente.
a. 10 N
b. 15 N
c. 25 N
d. 5VI N
e. 20 N
vÉb
A Construção da Física como Ciência
Capítulo 2
Marcos Leal/WC
Estática
Uma das atrações turísticas do
nosso país é a Ponte Estaiada Octávio
Frias de Oliveira, na cidade de São
Paulo. Essa ponte, com 138 metros de
altura, é sustentada por 144 estais,
que são feixes de 12 a 25 cabos de
aço.
Além da sua beleza, ela é um
grande desafio arquitetônico, uma
vez que todas as forças que atuam
sobre ela são distribuídas nos estais,
que devem suportar, além do peso,
os veículos em movimento e a ação
do vento, mantendo toda a estrutura
em equilíbrio.
Esse equilíbrio de forças no
ramo da física é chamado de está¬
tica. Para entendê-lo, vamos analisar
inicialmente casos simples em sistemas que podem ser considerados par¬
tículas, para em seguida abordarmos corpos mais complexos.
Elementos estruturais
flexíveis formados por
feixes de cabos de aço.
Estática
) Análise
Ao ser solicitado a João que desse um exemplo de partícula, ele respondeu: a Terra. Ele está
certo ou errado? Justifique sua resposta.
Condição de Equilíbrio
Uma partícula estará em equilíbrio se a resultante de todas as forças que atuam sobre ela for nula.
1) Calcule a tração no cabo que sustenta o lustre de massa m = 5 kg na figura abaixo. Considere
g = 10 m/s2.
Solução:
O lustre ao lado tem um peso dado por P = m • g, que é um vetor vertical que aponta para
baixo. Como o lustre deve estar em equilíbrio, é fácil perceber que o cabo que o sustenta
deve estar fazendo uma força para cima. Essa força é chamada tração (ou tensão). Vamos
resolver o problema aplicando os passos a seguir:
1^ Identificamos as forças presentes no sistema.
Estática
25 Montamos um sistema de eixos cartesianos (x e y) e desenhamos os vetores das for¬
ças neles.
Nesse exemplo, pudemos considerar 0 lustre como uma partícula, apesar de ser um corpo
extenso, e vimos que módulo e direção das forças tração e peso são iguais, porém de senti¬
dos contrários.
2) Uma barra articulada por uma dobradiça é presa em uma parede vertical. Para que fique
perfeitamente horizontal, ela é sustentada por um cabo de aço formando um ângulo de 30°
com a barra. Calcule a tração (T) no fio e a compressão (C) na barra quando um bloco de
100 N é pendurado na extremidade da barra, mantendo o sistema em equilíbrio.
Á—
Estática
3$ Devemos decompor a força de tração T nas componentes ortogonais Tx e Ty, pois essa
força está inclinada:
TX = T • cos 30° Tx = T —
2
Ty = T- sen 30° —> T =
v —2
4° E, para que haja equilíbrio, devemos garantir que a resultante das forças nos dois
eixos seja nula:
,V3
Fy = 0 Ty - 100 = 0 ^ — = 100 ;
2
Análise
EstáticavÔ
2) (PUC-PR) Duas esferas rígidas 1e 2, de mesmo diâmetro, estão em equilíbrio dentro de uma
caixa, como mostra a figura a seguir. Considerando nulo o atrito entre todas as superfícies,
assinale o diagrama que representa corretamente as forças de contato que agem sobre a
esfera 2 nos pontos A, B e C.
3) (Unicamp-SP) Quando um homem está deitado numa rede (de massa desprezível), as for¬
ças que esta aplica na parede formam um ângulo de 30° com a horizontal, e a intensidade
de cada uma é de 60 kgf (ver figura a seguir).
Momento ou Torque
Reflexão
Em que:
• rj representa o torque aplicado pela força (F) em relação ao
centro de giro.
Estática
jtSu Reflexão
Analisando a equação da página anterior, qual deve ser a unidade para torque no SI?
Note que, quanto maior a distância (d), menos intensa tem que ser a força, a fim de se obter um
torque de mesma intensidade. Exemplo: maçaneta de uma porta, chave de roda, etc.
No desenho, consideramos uma força aplicada perpendicular à linha pontilhada que liga o
ponto de rotação ao ponto de aplicação da força. Essa linha é chamada de reta suporte.
Abaixo, analisamos três situações com a força aplicada em diferentes ângulos (a) em relação à
reta suporte que passa ao longo de uma porta.
a = 90°
t = Fd
a = 0o
T = 0
O exemplo acima é o que aplicamos ao abrir uma porta. Aplicar uma força ao longo da largura
da porta não permitirá que esta seja aberta ou fechada.
Outra coisa importante que podemos notar é que, dependendo do sentido com que a força é
aplicada, a chave irá girar no sentido horário ou anti-horário. Com isso, precisamos adotar uma con¬
venção de sinais para os sentidos de rotação do torque. Neste livro, seguiremos a seguinte convenção:
Á—
Estática
jSs&Análise
Estática
Centro de Gravidade (CG)
No exemplo da barra articulada que estudamos na página 30, não levamos
em consideração o peso da barra. No entanto, por nossa experiência, sabemos
que, se utilizarmos uma barra com um peso muito elevado, a tração poderá rom¬
per o cabo. Com isso, é importante saber onde podemos aplicar o vetor peso de
forma a considerá-lo nos cálculos.
Quando temos um corpo com distribuição uniforme de massa, o vetor
peso fica localizado no seu centro geométrico, como o caso do paralelepípedo
da figura (a) abaixo. Entretanto, um martelo apresenta uma distribuição não
uniforme de massa, significando que o seu peso está localizado fora do seu cen¬
tro geométrico, conforme a figura (b).
Estática
• A engenharia apresenta um ramo chamado ergonomia, que se dedica especificamente à
busca pelo conforto do corpo humano. Nesse ramo, uma das preocupações reside em dese¬
nhar equipamentos que contribuirão para o conforto em diversas áreas de nossa vida, desde
o trabalho até o auxílio à mobilidade.
Equilíbrio de um
Corpo Extenso
Qualquer obra de construção civil se
baseia nas condições de equilíbrio de um corpo
extenso, pois as dimensões da casa, da ponte ou
do prédio devem ser consideradas na hora do
projeto. Na verdade, podemos dizer que diver¬
sas situações que nos rodeiam envolvem casos
de equilíbrio. Um banco de praça, uma estante
de livros, uma passarela numa avenida ou um
poste de iluminação são exemplos em que o
equilíbrio é exigido.
Neste ponto de nossos estudos, temos
condições de ampliar nossos conhecimentos
aplicando tudo o que foi visto neste capítulo
no equilíbrio de corpos extensos rígidos, ou
Acrobata equilibra-se sobre corda bamba.
seja, consideraremos corpos que não sofram
deformações.
Estática
Condições de Equilíbrio de um Corpo
Rígido
As condições necessárias e suficientes para que um corpo rígido
se mantenha em equilíbrio são equilíbrio de translação e de rotação.
Equilíbrio de Translação
A resultante de todas as forças que atuam no corpo deve ser nula.
5=0
Equilíbrio de Rotação
A soma algébrica dos torques das forças que atuam no corpo, em
relação a qualquer ponto, deve ser igual a zero.
Estática
12 Montamos um diagrama das forças envolvidas, que são o peso (P) do menino e as
forças de apoio da tábua, FA e FB:
Ta —
0 P • 0,5 + Fbb • 2 = 0 fB
2
=
2
mg = FA + FB -> FA = m • g - FB = 40 • 10 - 100
a. 50 N
b. 100 N
c. 125 N
d. 250 N
e. 500 N
-1®:
x9£/
Estática
(UFMG - Adaptado) Gabriela está na ponta de um trampolim,
que está fixo em duas estacas - I e II - como representado na
figura, sendo F, e F(| as forças que as estacas I e II fazem, respec-
tivamente, no trampolim.
Estática
Trabalho Interdisciplinar
Seção de Sistematização
Nesta unidade, examinamos fundamentos físicos que são a base de muitos ramos
das engenharias, da fisioterapia, da segurança no trabalho e dos esportes.
Abordamos alguns conceitos, como força e equilíbrio, que nos são familiares,
visto que participam no nosso cotidiano e de nosso vocabulário, e outros, como tor¬
que, não tão comuns assim, mas que atuam no universo físico de nosso entorno. O que
fizemos foi, tão somente, apresentá-los de forma sistematizada, de modo a facilitar o
raciocínio lógico que nos capacita a seguir adiante no estudo da física.
Muita Pressa,
Aceleração Zero!
A sleis de trânsito não são meras arbitrariedades, pois são elaboradas em respeito às
leis da Física. Se em um estado do Brasil a velocidade máxima permitida nas estradas
é 100 km/h, significa que este é o limite máximo de velocidade para que veículos
trafeguem, dadas as condições das estradas daquele estado e de modo que não se tornem sujeitos
a deslizamentos, descontroles e colisões repentinas. Em outras palavras, a legislação de trânsito
determinou regras de condução de veículos, como limite de velocidade, pneus em bom estado, uso
de cinto de segurança e assentos adequados para crianças, a fim de que automóveis e ocupantes
não corram risco de acidentes.
Capítulo 1
0 Que É Cinemática?
jjgg) Análise
O Que É Cinemática?
Referencial e Movimento
A Reflexão
Quando você está em casa, dormindo em sua cama, você está parado ou em movimento?
Na verdade, se considerarmos o indivíduo em relação a sua cama, certamente ele estará parado.
Mas, se pensarmos que ele pode estar sendo observado por um astronauta que está em órbita na Lua,
dentro de uma estação, certamente esse astronauta o verá passando sob seus olhos.
Então, isso depende do referencial adotado.
Trajetória
A trajetória de um móvel é a linha formada por pontos pelos quais o móvel passa num dado
movimento. A trajetória de um corpo em movimento pode ser retilínea ou curvilínea. Assim
como o movimento, a trajetória depende do referencial adotado. A melhor prova disso é que
houve tempos em que a humanidade acreditava que a Terra era o centro do Universo. Isto é, do
nosso referencial na Terra, vemos o Sol todos os dias movendo-se no céu, dando a impressão de
que ele está percorrendo uma trajetória ao redor da Terra.
Posição
Quando sabemos a forma da trajetória de um corpo, podemos determinar sua posição no decor¬
rer do tempo. Consideremos um corpo movimentando-se sobre a trajetória da figura que segue. Para
localizarmos esse corpo num determinado instante, adotamos arbitrariamente um ponto zero (0)
sobre a trajetória, ao qual chamaremos origem das posições, e orientamos a trajetória positivamente,
por exemplo, para a direita a partir de 0 e negativa para a esquerda em relação à origem.
A posição, representada pela letra x, informa a que distância o móvel está da origem.
/ O Que É Cinemática?
Deslocamento
Na figura anterior, vemos que o automóvel saiu da posição inicial,
que chamaremos xt = 0, e agora está na posição x2 = x. Isso significa que
ele teve um deslocamento Ax, dado por:
Ax = x - x
Velocidade Média
Normalmente, além de nos preocuparmos com o deslocamento do
nosso carro, costumamos nos preocupar com o tempo em que ele executa
a viagem. A relação entre essas duas grandezas é chamada velocidade
média e procura mostrar a rapidez com que um móvel realiza um deter¬
minado deslocamento. Ela é definida pela relação:
x -x Ax
vm = Vm"
t, - 1 At
„ km „ (1000 m) 1
X — = 1-(36ÕÕ^= 3jm/S
—
O Que E Cinemática?
Assim, quando queremos transformar km/h para m/s, dividimos
por 3,6. Logo, se quisermos transformar de m/s para km/h, devemos mul¬
tiplicar por 3,6, conforme o esquema abaixo:
Aceleração
Nem sempre a velocidade de um móvel se mantém constante em
um movimento qualquer. A grandeza física aceleração média mede a
rapidez com que a velocidade de um móvel varia num certo intervalo de
tempo.
Por definição, temos que:
i =
v-v0
m
t-t0
A aceleração é uma grandeza vetorial e, no SI, é medida em metro
por segundo ao quadrado (m/s2).
O Que É Cinemática?
1- Vamos transformar a velocidade do carro usando a relação mostrada anteriormente.
Como queremos transformar km/h para m/s, calculamos:
22 Isso significa que, caso o motorista tivesse percebido o outro carro, ainda percorreria
47,2 m no tempo de 1s, para depois tentar frear.
1) (Faap-SP) A velocidade de um avião é de 720 km/h. Qual das seguintes alternativas expressa
esta mesma velocidade em m/s?
a. 720 000 m/s
b. 1 200 m/s
c. 1000 m/s
d, 6 000 m/s
e. 200 m/s
O Que É Cinemática?
Movimento Retilíneo Uniforme (MRU)
Reflexão
Na atividade realizada no início do capítulo, você mostrou que o Google Maps calcula o tempo
de chegada a um destino desejado. Para esse cálculo, quais as condições consideradas?
O Que É Cinemática?
12 Pela função horária da posição, vemos que precisamos
encontrar x0 e v.
22 A posição inicial é encontrada quando t = 0. No gráfico,
isso ocorre quando a reta cruza com o eixo vertical, ou
seja, x0 = 9 m.
A velocidade é dada por v = ——
At
=
4-0
v = -2 m/sj
e. 30 s
O Que É Cinemática?
3) (Fatec-SP) A tabela fornece, em vários instantes, a posição x
de um automóvel em relação ao km zero da estrada em que se
movimenta. A função horária que nos indica a posição do auto¬
móvel, com as unidades fornecidas, é:
t (h) 0,0 2,0 4,0 6,0 8,0 10,0
x (km) 200 170 140 110 80 50
a. x = 200 + 30 • t
b. x = 200 - 30 • t
c. x = 200 + 15 • t
d. x = 200 + 15 t
e. x = 200 + 15 • t2
a. • t e
XA = 90 + 20 XB = 40 + 10 t
b. XA = 20 + 90 t e XB = 10 + 40 t
c. 40 + 20 • t e 90 + 10
XA = XB = • t
40 + 20 • t e 10 + 90
XA = XB = • t
e. X A = 20 + 40 • t e XDB = 90 + 10 t
A
O Que É Cinemática?
Movimento Uniformemente
Variado
Observando o mundo que nos cerca, encontramos poucos exemplos
de movimentos com velocidade constante. Quando estamos dirigindo um
automóvel ou uma moto, estamos em constante variação da velocidade,
aceleramos para iniciar o movimento, para ultrapassar, para chegar mais
rápido a algum lugar, assim como freamos para reduzir a velocidade ou
mesmo para parar no semáforo. Nesses momentos, o movimento do
nosso carro é muito difícil de ser descrito e, por isso, vamos estudar uma
situação específica de variação de velocidade. Vamos considerar movi¬
mentos com aceleração constante e trajetória em linha reta, chamado de
movimento retilíneo uniformemente variado (MRUV).
a = —— —
At > Av = a • At -> v - v0 = aít
\ - tj
0/
Equação de Torricelli
Alternativamente, é possível obter uma relação entre velocidade e
posição, sem informações a respeito do tempo. Essa relação é chamada
de Equação de Torricelli.
O Que É Cinemática?
(UFPE) Um caminhão com velocidade de
36 km/h é freado e para em 10 s. Qual
o módulo da aceleração média do cami¬
nhão durante a freada?
(UEL-PR) Um móvel efetua um movimento a. 0,5 m/s2
uniformemente variado obedecendo à
b. 1,0 m/s2
função horária x = 45 + 24 • t - 3 t2, na
qual x é medido em metros e o instante t c. 1,5 m/s2
em segundos. Calcule o instante no qual d. 3,6 m/s2
ocorre a inversão do sentido de movi¬ e. 7,2 m/s2
mento do móvel.
is Para havera inversão do movimento, 3) (Puccamp-SP) A função horária da posi¬
o móvel deve parar. Portanto, v = 0. ção x de um móvel é dada por x = 20 +
Com isso, devemos montar a sua 4 • t — 3 • t2, com unidades do Sistema
função horária da velocidade: Internacional. Nesse mesmo sistema,
a função horária da velocidade do
^v = v0 +
a-t^ móvel é:
22 Identificamos as constantes de movi¬ a. v = -16 • t- 3 t
mento v0 e a na função horária da
posição v0 = 24 m/s e a = -6 m/s2. b. v = —6 t
Com isso, temos: c. v = 4 - 6 • t
v = 24 - 6 • t -> 0 = 24 - 6 • t d. v = 4-3 t
e. v = 4-l,5-t
lt=4s^
4) (UTFPR) Um corpo descreve uma trajetó¬
O móvel irá parar para inverter o seu movi¬ ria retilínea e obedece à equação horária
mento no instante t = 4 s. x = 6- 2t + 5-t2 (SI), na qual x indica
a sua posição e t o instante correspon¬
dente. Pode-se afirmar que:
a. o movimento é sempre progressivo;
b. a velocidade nula ocorre com t = 0,1 s;
c. a aceleração é de 10 m/s2;
1) (Fuvest-SP) Um veículo parte do d. a velocidade ao final de 10 s é de
repouso em movimento retilíneo ace¬
102 m/s2;
lerado a 2 m/s2. Pode-se dizer que sua
e. a posição após 1 s é de 13 m.
velocidade e distância percorrida após
3 segundos valem:
(UEL-PR) Um móvel efetua um movimento
a. 6 m/s e 9 m uniformemente variado obedecendo à
6 m/s e 18 m função horária x = 45 + 24 t - 3 t2, onde
c. 3 m/s e 12 m x é medido em metros e o instante t, em
d. 12 m/s e 36 m segundos. Calcule o instante no qual ocorre
e. 2 m/s e 12 m a inversão do sentido de movimento do
móvel.
O Que É Cinemática?
Capítulo 2
Leis de Newton
Estádio cheio, jogo amistoso entre Brasil e França em 1997. O jogador Roberto Carlos é esca¬
lado para bater uma falta a 35 m do gol. Contra todas as expectativas, a bola assume uma trajetória
curva e: “E goooolllll.”
Para saber mais a respeito da trajetória daquele gol de Roberto Carlos, acesse a interessante reportagem em:
<http://www.inovacaotecnologica.com.br/notidas/notida.php?artigo=fisicos-equacao-gol-de-falta-roberto-carlos>.
Leis de Newton
1- Lei de Newton - Lei da Inércia
Vamos imaginar a seguinte situação: você resolve passear de bicicleta. Ao pedalar tranquila¬
mente (fazendo força), naquela tarde de domingo, você não percebe e a roda da frente da bicicleta
entra em um buraco na estrada e para imediatamente. Parece ser consenso que há grande chance de
você ser “jogado” para frente e acabar se estatelando no chão. Mas por que você seria “jogado” para
frente? Isso ocorreria pela ação de alguma força?
Analisando com cuidado a situação, podemos perceber que ninguém puxou ou empurrou você.
Muitos diriam que foi a força gravitacional, mas ela é uma força que puxa para baixo e não para frente.
Descartando as hipóteses mencionadas acima, podemos concluir que existe algo novo a ser
considerado. Antes de Newton, Galileu Galilei (1564-1642) também observou esse fenômeno e o
chamou de inércia. Esta característica de todos os corpos físicos nos garante:
A afirmação acima nos esclarece muitas coisas: o ciclista não será lançado, ele apenas conti¬
nuará o seu caminho, a menos que uma força o impeça. Nesse caso, será a força de atrito com o solo,
assim como uma bola de bilhar desliza sobre a mesa por causa da inércia e para em virtude do atrito
com a mesa. É importante ainda compreender que, quanto maior for a massa de um corpo, maior
será a sua inércia.
Você seria capaz de identificar um fato cotidiano que comprove o que foi dito
acima?
A seguir, observe três exemplos de situações cotidianas que mostram a ação da inércia: pas¬
sageiros de um ônibus freando, colisão de um carro e uma pessoa tentando tirar um carro do repouso.
Leis de Newton
Análise
1) No Brasil, o uso de cintos de segurança é obrigatório, tanto para motoristas quanto para
passageiros. Analisando as três ilustrações abaixo, discuta sobre a importância do uso do
cinto de segurança e por que seu uso está relacionado com a 1^ Lei de Newton.
Leis de Newton
Essa pergunta pode ter várias respostas: empurramos o objeto, puxamos o objeto com uma
corda, inclinamos a superfície onde o objeto se encontra e ele desliza sobre ela, entre outras respos¬
tas. Analisando as situações propostas, o que há em comum entre elas?
Há a interação entre corpos, ou seja, aplica-se uma força.
Podemos observar que, quando há uma força resultante não nula (FR 0 ) atuando no objeto,
conseguimos mudar o seu estado de movimento, ou seja, ele mudou de uma velocidade inicial nula
(v0 = 0) para uma velocidade diferente de zero (vf # 0). Conforme sabemos, qualquer mudança na
velocidade significa a existência de aceleração. Com isso, podemos perceber que existe uma relação
entre a força aplicada e a aceleração adquirida.
Newton expressou essas observações na relação que é chamada de 2- Lei de Newton:
F = m •a
Pela equação acima, podemos perceber que a aceleração terá a mesma direção e o mesmo
sentido da força resultante aplicada. Vemos, ainda, que, se a força resultante for nula, a aceleração
também será nula. Portanto, se o objeto estiver em repouso, permanecerá em repouso e, se estiver
em MRU, permanecerá em MRU.
Para compreendermos a 2- Lei, vamos estudá-la na prática.
2 kg
Av _ 4-0
a — .. a
At 2
Leis de Newton
32 Outra informação importante é que o vetor aceleração terá a mesma direção e o
mesmo sentido do vetor força, como representado abaixo.
1) Sabendo que a massa total da carreta com os carros de passeio é de 30 toneladas, que a
massa total do carro é de uma tonelada e que ambos estão sem freio e com a mesma velo¬
cidade de 72 km/h, responda:
a. Em qual das duas situações o super-herói terá de aplicar uma força maior para pará-los
em um intervalo de tempo de 40 s?
b. Represente as direções e sentidos dos vetores velocidade e aceleração dos móveis e da
força aplicada sobre os móveis.
c. Determine o módulo da aceleração e da força para ambos os móveis.
d. Por que a aceleração é a mesma para ambos os casos e a força não?
2) (UEL-PR) Sobre um corpo de 6,0 kg de massa, inicialmente em repouso sobre uma mesa
horizontal perfeitamente lisa, aplica-se uma força F constante, também horizontal. Após
um deslocamento de 25 m, o corpo apresenta uma velocidade de 5,0 m/s. Determine a
intensidade da força F aplicada ao corpo, em newtons.
a. 3,0
b. 5,0
c. 6,0
d. 10
e. 30
Leis de Newton
3- Lei de Newton - Ação e Reação
laid Reflexão
Quando um carro bate na traseira de outro carro à sua frente, aqueles mais observadores
imediatamente formulariam a pergunta:
“Se foi o carro de trás que bateu no da frente, por que os dois ficaram amassados?”
Analisando essa indagação, podemos concluir que o carro da frente também deve ter exercido
uma força sobre o de trás. Essa força foi capaz de amassá-lo e de pará-lo, alterando o seu estado
de movimento. Essa conclusão nos leva a formular as mesmas observações que Newton fez na sua
terceira lei.
Quando um corpo exerce uma força sobre outro, este reage com outra força de
mesma direção, mesma intensidade, porém de sentido contrário.
Verificamos que essas forças sempre aparecerão juntas, ou seja, dizemos que elas constituem o
par ação-reação. É importante analisar como ocorrem as aplicações das forças de ação e reação.
Movimento
A mão empurra o bloco sobre uma superfície. Analisando a situação detalhadamente, vemos
que a mão aplica uma força (ação) sobre o bloco e o bloco aplica uma força de reação sobre a mão.
Vejamos agora como se aplica a 3- Lei de Newton em relação à gravidade da Terra.
Leis de Newton
Observando a ilustração da página anterior, percebemos que a Como o par ação-reação
Terra atrai o copo sobre a mesa com uma força P, ao mesmo tempo que ocorre sempre em
o copo atrai o planeta com uma força P’ de mesma intensidade e mesma conjunto, a escolha de
direção, apenas de sentido contrário. A direita da ilustração, o destaque quem é ação e quem é
mesa-copo mostra que a mesa segura o copo com uma força N, normal à reação é arbitrária, ou
superfície da mesa. Isso ocorre pela força N’ aplicada pelo copo sobre a seja, não é errado, em
mesa. Obviamente percebemos que os módulos destas forças N e N’ são uma colisão, dizer que
foi o poste que aplicou
iguais ao peso P do copo para esse caso em que a superfície é horizontal.
uma força no carro que
colidiu com ele.
Aplicação
5,0
a=
5,0
25 É importante observar que a aceleração é a mesma para
os dois blocos. Para determinar a força de contato entre os
blocos, devemos montar o diagrama de corpo livre.
F= F = 2,0 N
A,B B,A
'
Leis de Newton
2) Um bloco de massa m = 10 kg é abandonado em um plano incli¬
nado de 30° em relação à horizontal. Determine a força resultante
atuante sobre o bloco e a aceleração do bloco.
1^ Ilustramos abaixo a situação descrita, na qual vemos que o
peso (P ) é sempre um vetor vertical com sentido para baixo.
Ff, R, x
= 50 n
Leis de Newton
Força de Atrito
No início da Unidade 1, vimos dois tipos de força: o peso e a força elástica, que relacionamos a
sistemas em equilíbrio. Agora, vamos estudar outro tipo de força que está intimamente ligada às Leis
de Newton: a força de atrito. Quando levamos em conta a sua existência, tornamos nossos estudos
mais próximos de sistemas reais.
Se você fosse empurrar a caixa acima, qual das formas você escolheria para fazer isso?
Explique.
A situação analisada acima apresenta uma situação comum em nosso dia a dia: quando tenta¬
mos colocar qualquer corpo em movimento, sentimos uma resistência ao movimento. Essa resistência
é caracterizada por uma força que se opõe ao movimento, chamada de força de atrito (f ) entre as
duas superfícies.
Leis de Newton
2) Considere a atividade de aplicação número 2 da página 60, sobre
um plano inclinado. Determine o coeficiente de atrito entre o
bloco e a superfície para que o bloco permaneça em repouso.
Conjunto 1 Conjunto 2
i
Leis de Newton
6) (Ufal) Uma rampa AB, inclinada 37° em relação à horizontal, tem 12 m de comprimento
e não oferece atrito para um pequeno corpo de massa 1,0 kg, abandonado, a partir do
repouso no ponto A.
Seção de Sistematização
Ao longo desta unidade, discutimos leis físicas de movimento, comparando-as,
algumas vezes, com as leis de trânsito. Vimos também uma cena de um motorista impru¬
dente cometendo várias infrações ao mesmo tempo.
Com base na ilustração do início da unidade e nas leis físicas de movimento vistas
até agora, debata com os colegas e responda às seguintes questões:
Qual lei física explica a obrigatoriedade do uso do cinto de segurança? Por quê?
Compare dois carros andando com velocidades muito diferentes. Qual precisará
de um maior espaço para parar, caso seja necessário freá-lo bruscamente?
Transformações da Energia
Reflexão
Para ajudar a responder à pergunta da página anterior, faça uma relação de situações em
que a palavra energia esteja presente.
Talvez você tenha chegado à mesma conclusão que todos os cientistas: conhece várias transfor¬
mações, formas de energia, mas não sabe definir exatamente o que é energia.
Mas se a energia é transformada de uma forma em outra, então a energia em si se conserva, ou
seja, o total de energia que havia antes em uma determinada forma é igual ao total de energia que há
após a transformação em outra forma.
Trabalho
Quando analisamos sistemas nos quais ocorrem transformações de energia, por exemplo, ener¬
gia eólica dos ventos em energia elétrica, verificamos que a configuração do sistema muda. Da mesma
forma, quando você caminha, você transforma parte da energia dos alimentos ingeridos em energia
de movimento (energia cinética); quando você empurra um objeto, novamente há uma transforma¬
ção de energia. Podemos verificar que, quando andamos ou empurramos um objeto ou, de modo
geral, quando há transformação de energia, há interação entre corpos e, se há interação entre corpos,
há forças envolvidas. Aonde se quer chegar com isso? Queremos entender a energia. Então, pen¬
sando em nossa vida, quando dizemos que “gastamos” energia, na verdade estamos convertendo-a
em outra forma de energia, que pode ser calor, movimento, som, ou seja, queremos fazer alguma
coisa, modificar o ambiente (por exemplo: mudar a disposição dos móveis em uma sala). Este “fazer
alguma coisa” é o que chamamos de trabalho. Então, podemos dizer, de forma simplificada, que:
Ao longo desta unidade, vamos entender o conceito físico de trabalho e como ele está asso¬
ciado às várias formas de transformação de energia.
Transformações da Energia
A Análise
Observe que, passados 10 minutos, o armário continua na mesma posição, pois Aristóteles
não aplicou nenhuma força ao móvel.
Observe que, mesmo aplicando uma força ao armário, Aristóteles não conseguiu deslocar
o móvel no decorrer dos 10 minutos.
Em qual situação o indivíduo aplicou força maior?
Transformações da Energia
Trabalho de uma Força
Com base no exposto anteriormente, podemos, agora, entender como a física define trabalho.
Ttabalho (T) é definido como a multiplicação entre a intensidade da força aplicada ao longo do
deslocamento e o espaço percorrido, ou seja:
T = F • cosO • d
Para saber quantas calorias podem fornecer determinados alimentos, acesse: <https://www.tuasaude.com/
o-que-sao-calorias>.
Calcule o trabalho realizado pela força F = 10 N para deslocar 5 m o bloco, nas situações a
seguir.
d = 5m
T = F cos0 d T = 10 15
Transformações da Energia
22 0 ângulo entre a força aplicada e o deslocamento é 0 = 60°.
Portanto, temos:
T = F cos0 • d T=10±-5
T = F cos0 • d T = 10 0-5
Movimento
F = 10N
d = 5m
Transformações da Energia
Trabalho de Várias Forças
TR 50 + 25 + 0 + (-50)
=
vV25J
25 Calculamos a força resultante FR na direção do desloca
mento e então o trabalho realizado por ela:
Transformações da Energia
•%õy) Análise
A figura a seguir mostra um bloco de massa 10 kg sobre uma superfície horizontal. O coefi¬
ciente de atrito entre a superfície e o bloco pc = 0,43. O rapaz puxa a caixa por 10 m com uma
força de 50 N, conforme mostrado. Considere g = 10 m/s2 e cos 30° = 0,86. A partir do que
você aprendeu por meio da atividade de aplicação das páginas 67 e 68:
A = F-(d2-d1)
d2 d (m)
Note que a delimitação dada por dr d2 e F gera um retângulo, cuja área é calculada pelo
produto das medidas de sua altura e de sua base. No caso, temos ^Aretângu,0 - F • (d2 - dj^
Transformações da Energia
Observe então que o cálculo dessa área é Conforme vimos, o trabalho é numeri¬
exatamente igual ao cálculo do trabalho reali¬ camente igual à área do gráfico. Assim,
zado para movimentar o corpo. Essa conclusão temos:
pode ser extrapolada para qualquer situação, ou
seja, para casos em que a força não seja cons¬ A=F - (d2-dj
tante. Então, quando consideramos uma força
A =10 (7 -2)
variável como a do gráfico abaixo, o trabalho
pode ser obtido apenas calculando-se a área de A = 50
interesse, que, nesse caso, é a área de um triân¬
gulo retângulo.
F(NU
2 7 d (m)
Transformações da Energia
2) (UERJ) Na brincadeira conhecida como cabo de guerra, dois gru¬
pos de palhaços utilizam uma corda ideal que apresenta um nó
no seu ponto mediano. O gráfico abaixo mostra a variação da
intensidade da resultante F das forças aplicadas sobre o nó, em
função da sua posição x. Considere que a força resultante e o
deslocamento sejam paralelos.
Potência
Atualmente uma das grandes preocupações da sociedade é o con¬
sumo de energia. Os grandes centros de pesquisa, sejam privados, sejam
públicos, investem tempo e dinheiro visando encontrar formas de obter
melhores rendimentos em máquinas e equipamentos de tal maneira que
estes venham a consumir menos energia, porém produzam os mesmos
benefícios ou ainda benefícios maiores.
Consumo de energia. Afinal, o que é isso? A maioria das pessoas,
quando vai comprar um equipamento, está interessada na potência (P)
dos equipamentos. Isto vale, principalmente, para automóveis e equipa¬
mentos de som. Contudo, nada vem de graça, ou seja, quanto maior a
potência (P) do equipamento, mais energia será consumida por intervalo
de tempo e, com isso, maior será a despesa financeira com energia.
A potência (P) é uma grandeza física escalar que mede o trabalho (T)
realizado (energia transformada) em um determinado intervalo de tempo
(At), ou seja:
Transformações da Energia
Temos ainda outras unidades para potência, comumente utilizadas
no nosso dia a dia:
• Cavalo-Vapor (CV): 1 CV = 735,5 W.
• Horse Power (HP): 1 HP = 745,7 W.
Analisando a equação de definição da potência, podemos notar
que o trabalho (T) pode ser escrito da seguinte forma:
T=P^\t
Com isso, na prática, muitas vezes usamos a medida do trabalho
como sendo watt-hora (Wh), ou seu múltiplo, que é o kilowatt-hora
(kWh), comumente encontrado nas faturas de medida de energia elétrica
de nossas residências.
Podemos determinar a potência (P), desenvolvida por uma força F,
por meio do produto da força (F) pela velocidade v do corpo em que
ela atua. Isso é válido quando v tem a direção e o sentido de F. Assim,
podemos escrever:
p=
At
_
Calcule a potência de uma lâmpada sabendo que ela é capaz de
produzir um trabalho de 1 000 J em 10 s.
^ p= iooo
10
P = 100 W
Análise
Transformações da Energia
Capítulo 2
Energia Mecânica
Atualmente nos é ofertada uma grande variedade de eletrodomésticos com funcionalidades
diferentes e, uma grande parte da população passou a ter acesso a novos equipamentos. Com isso,
a demanda por energia elétrica aumentou. Como no Brasil a principal fonte de energia elétrica
são as hidrelétricas, milhares de metros quadrados de terra são inundados para a construção delas,
mudando drasticamente ecossistemas locais e causando prejuízos às vezes irreversíveis à fauna e à
flora. A Usina Hidrelétrica Itaipu Binacional, por exemplo, inundou uma área de aproximadamente
1 350 km2 de terra.
MÍm Reflexão
Energia Mecânica
Como podemos perceber, direta ou indi¬ Com isso, é possível verificar que, quando
retamente, a energia está presente em muito do é realizado trabalho sobre um corpo, ele sofre
que nos cerca. uma variação na sua energia cinética. Este é o
Em outras palavras, dizemos que: Teorema Trabalho-Energia, expresso matemati¬
camente da seguinte forma:
Um sistema físico possui energia
quando ele possui a capacidade de rea¬ Trabalho resultante = A Ec
lizar trabalho.
_ m v2 980 • 302
A energia existe em diversas formas: ener¬ Ec" Ec =
2 2
gia térmica, energia mecânica, energia luminosa,
energia elétrica, etc. Neste capítulo, estudaremos
a energia mecânica, que pode ser subdividida em
três modalidades: energia cinética, energia poten¬
cial gravitacional e energia potencial elástica.
2) (UFAM) Um corpo de massa 2,0 kg, lan¬
çado sobre uma superfície plana com
velocidade inicial de 6,0 m/s, se move
Energia Cinética (Ec) em linha reta, até parar. O trabalho total
realizado pela força de atrito sobre o
Uma vez mais habituados à linguagem da objeto é, em joules:
física, ao assistir a uma corrida de Fórmula 1, por
exemplo, podemos afirmar que foi necessário a. +64
um certo trabalho realizado pelo motor do carro b. -12
para colocá-lo em movimento. Então, tendo c. +16
intuído que o trabalho realizado transformou-
-se em algum tipo de energia de movimento, d. -32
saiba que essa energia é chamada de energia e. -36
cinética (Ec), a qual é definida pela relação:
m • v2 TR = AEc -^T=Eftl-E
R c final ,
c inicial ->
Energia Mecânica
Análise
Na maioria das vias urbanas a velocidade limite é 60 km/h. Determine a razão entre as
energias cinéticas de um ônibus lotado com massa de 14 420 kg e um automóvel com
massa de 1030 kg.
Nível de Referência
m •g •h
EnPg = o
Sendo m . g a força peso do corpo, a equação acima pode ser assim representada:
;
pg = p •h
Com base na análise feita, é possível verificar que a energia potencial gravitacional:
• E igual ao trabalho que a força gravitacional executa para mover o corpo da posição h até o
solo e que, ao fazer isso, ela é transformada em energia cinética.
• Depende do nosso ponto de referência, pois no caso de um sino no alto de uma igreja em
Curitiba, por exemplo, se a referência for o solo da cidade, teremos uma altura (h) de alguns
metros, enquanto, se a referência for o nível do mar, teremos uma altura (h) em torno de
940 m.
• Pode apresentar valores negativos, dependendo do nosso sistema de referência.
• Depende apenas da diferença de altura entre os dois locais de interesse. Se desejarmos dimi¬
nuir nossa energia potencial gravitacional ao sairmos do último andar de um prédio indo
para a rua, não interessa se iremos de elevador, pelas escadas ou pularemos de paraquedas.
Ár—
Energia Mecânica
(UEPG-PR) Um corpo de massa 5 kg é abandonado de uma altura h
do solo. Sabendo-se que, no instante em que é abandonado, sua
energia é 600 J, calcule h.
a. h = 3 m;
b. h = 6 m;
c. h = 9 m;
d. h = 12 m;
e. n.d.a.
«»1Análise
k-X2
pe =
2
Para saber mais sobre a energia potendal elástica, veja o vídeo disponível em:
<http://www.youtube.com/watch?v=xoEP6oYKOZI>.
Energia Mecânica
(UTFPR) 0 corpo representado no esquema move-se sujeito a uma mola de constante elás¬
tica k = 800 N/m. Para que o sistema armazene a energia de 16 J, a amplitude do movimento
deve ser:
a. 20 cm
b. 2 m
c. 40 cm
d. 4 m
e. 2 m
Epe
2
=
2 800
X= VW
A solução para o problema é dada na alternativa c.
Análise
1) Qual deve ser a energia potencial elástica armazenada em uma mola de constante elástica
k = 200 N/m quando é deformada em 20 cm?
2) Qual é a deformação de uma mola com constante elástica igual a 300 N/m quando esta
armazena uma energia de 1,5 J?
A resposta é sim, e na verdade esses tipos de energia compõem o que chamamos de energia
mecânica total do sistema (EM). Ela é definida como:
Energia Mecânica
Calcule a velocidade de um vaso ao chegar ao chão, após cair de um apartamento situado
a 20 m de altura.
35
^•200
Imediatamente antes de chegar ao solo:
m . v2 m . v2
EM2 = Ec2 + E p2 —> EM2 = —-T
— + m g • h 2 -*
E
0 M2
= — -
T
— + m 10 • 0
m . v2
EM2 = -
2
45 Como EMl = EM2
m . v2 v2 I x
m 200 = —
• -4- 200 = ~y 2
-> v = 2 200 /. v2 = 20 m/s j
Como podemos perceber, foi possível eliminar a massa nos dois lados da equação.
Fisicamente isso ocorre porque a velocidade final não depende da massa.
Análise
3) (UFPR) Na figura, o bloco B, com massa de 1,6 kg, desloca-se com atrito desprezível e veloci¬
dade constante de 0,2 m/s, sobre a superfície S, em direção à mola M, de constante elástica
igual a 40 N/m, com a qual se chocará, comprimindo-a até parar totalmente. Determine a
redução máxima do comprimento da mola, em centímetros.
4) (UFPR) Em uma obra, é necessário elevar um objeto que pesa 1865 N a uma altura de 30 m.
Dispõe-se de um motor de 1 HP para realizar o serviço. Qual o tempo mínimo, em segun¬
dos, para erguer este objeto com velocidade constante? (Dado: 1 HP = 746 W)
I ;
Energia Mecânica
Seção de Sistematização
Nesta unidade, tratamos de vários aspectos relacionados às transformações de
energia e sua relação com o trabalho.
Agora, podemos entender por que é necessário represar a água de um rio para
construir uma hidrelétrica. Ao se represar a água, esta adquire certa energia poten¬
cial gravitacional. Quando se abrem as comportas, a energia potencial gravitacional se
transforma em energia cinética, que, ao interagir com as paletas do gerador, transforma
energia cinética em energia mecânica de rotação. Esta, por sua vez, é transformada em
energia elétrica, como demonstra a ilustração que segue.
Introdução à Hidrostática
As grandes profundidades existentes nas fossas abissais possivelmente apresentam grandes
riquezas naturais prontas para serem exploradas. Entretanto, para se alcançarem essas fossas, é pre¬
ciso uma tecnologia específica. A medida que mergulhamos no oceano, o peso da água sobre um
submarino aumenta e, com isso, a pressão exercida sobre suas paredes a grandes profundidades é ele¬
vadíssima. Assim, a tecnologia necessária para levar equipamentos e tripulações, com segurança, em
missões exploratórias deve primeiramente ser desenvolvida com base nas propriedades dos fluidos,
no caso, a água, pois é esta que representa a maior ameaça às expedições naquelas profundezas oceâ¬
nicas. Nesta unidade, estudaremos algumas dessas propriedades, principalmente os fluidos líquidos
em estado estacionário, ou seja, a hidrostática.
Para saber mais sobre a exploração das fossas abissais pela China, acesse:
<http://www.inovacaotecnologica.com.br/noticias/noticia.php?artigo=submarino-tripulado-chines
&id=030175120615>.
Reflexão
Os materiais em estado sólido têm forma e volume bem definidos, enquanto os líquidos têm
seus volumes definidos pelo recipiente e/ou meio onde se encontram, por exemplo, copos, garrafas,
leitos de rios. Mas e o asfalto, que, mesmo estando no estado sólido, sofre uma acomodação com o
tempo e que o leva a mudar de forma?
Podemos perceber, portanto, que devemos adotar o conceito de fluidos, substâncias que têm a
capacidade de fluir, ou seja, a fraca ligação entre suas moléculas permite que eles mudem de forma,
mesmo que leve muito tempo para isso ocorrer. Como exemplo de fluido, temos a água que assume
a forma de um copo, de uma garrafa ou o formato de um lago, ou o ar que assume a forma de uma
bola de futebol, um balão de aniversário ou da câmara do pneu.
Nesta unidade, trataremos dos fenômenos físicos ligados aos fluidos em equilíbrio e que não
sofram compressão ou expansão. A ciência que estuda isso é chamada de hidrostática.
:
Introdução a Hidrostática
Densidade Absoluta (p) ou Massa
Específica (p)
A massa (m) e o volume (V) de um objeto são relacionados pela grandeza densidade, que é
dada por:
Essa relação define a grandeza chamada densidade absoluta (p) ou massa específica (p). No SI,
a densidade é medida em kg/m3, mas também são usados g/cm3 e kg/L.
Análise
Esta é uma grandeza característica de cada material, ou seja, não importa qual é o formato de
um objeto, uma esfera ou um cubo, pois teremos sempre a mesma densidade absoluta para o mesmo
material. A tabela que segue apresenta uma relação de materiais e suas densidades absolutas.
Densidade absoluta
(a 0 °C e à pressão de 1 atm)
Substância P (g/cm3)
Ar 0,0013
Cortiça 0,24
Gasolina 0,7
Gelo 0,92 Atmosfera (atm) é uma
Água 1,00 unidade de medida de
Água do mar 1,03 pressão e será estudada
com maiores detalhes
Chumbo 11,3
ainda nesta unidade.
Mercúrio 13,6
Introdução a Hidrostática
Na casa de Kátia há uma caixa-d'água de 500 L. Como a caixa fica instalada sobre o seu
banheiro, ela quer saber qual é a massa de água dentro dessa caixa quando está cheia.
p
^agUa =1,00
cm3
1,00^-
|_
m=1500
Pressão (p)
Uma das maiores preocupações dos engenheiros ao enviar um submarino a grandes profundi¬
dades é a pressão exercida pela água sobre ele. Mas o que é pressão?
Quando mergulhamos o submarino, o peso da água sobre ele exerce uma força que é distribuída
sobre toda a sua superfície. Essa distribuição é chamada de pressão e é dada por:
Introdução a Hidrostática
No SI ela é medida em N/m2, também conhecida como pascal (Pa).
Percebemos o significado de pressão quando queremos martelar um prego em uma madeira.
Sempre optamos por fazer penetrar o lado do prego com menor área, também conhecida como ponta
do prego, pois a área menor aplica maior pressão sobre a madeira, sendo mais fácil fazer penetrar o
prego, e assim aplicamos uma força menor. Dessa forma concluímos que:
Análise
Uma caixa-d'água típica de 500 L tem uma altura de 80 cm e um raio na base de 45 cm. Qual
é a pressão exercida pela água sobre o fundo da caixa?
1^ Para o cálculo da pressão, estamos interessados na área da base da caixa, que pode
ser considerada um cilindro. Então temos:
A=K-r2
base
A.base = 3,14 (0,45)2 ->
' \ / / IA
< base =
/
0,6mM
p=—
F m •g
-> p = —— =- -> p=
500 • 10
..
I! _ ...
p = 8333N/m2|
A A. U,o 1
base '
Introdução a Hidrostática
Pressão Atmosférica
Um alpinista, ao subir
uma montanha, é sujeito a inú¬
meros problemas que afetam a
sua saúde, muitos deles ligados
à variação de pressão atmos¬
férica, entre os quais podemos
citar a diminuição da densidade
de oxigénio no ar, edema pul¬
monar e cerebral, perturbação
do sono, coagulação do sangue
e até flatulência. Considerando
tudo isso, o alpinista deve
preparar sua aventura com
equipamentos especialmente
projetados, de forma a minimi¬
zar esses e outros efeitos.
Fundamentalmente a atmosfera exerce uma pressão sobre nós, pois ela é um fluido, conforme
vimos no início desta unidade. Comparando com o exemplo de caixa-d’água, podemos dizer que é
como se estivéssemos no fundo de uma grande caixa de ar e que a pressão exercida sobre nós seria
dada pelo peso do ar.
A existência da pressão atmosférica (patm) foi comprovada cientificamente, em 1630, pelo físico
italiano Torricelli. Ele fez o seguinte experimento:
• Encheu um tubo até a borda com mercúrio (Hg).
• Em seguida, virou esse tubo dentro de um recipiente e observou então que o mercúrio
escoou até que a altura de mercúrio dentro do tubo fosse de 76 cm.
76 cm
Introdução a Hidrostática
Essa medida ficou conhecida como o padrão para pressão atmosférica e pode ser represen¬
tada por:
Para conhecer mais sobre pressão atmosférica e seus efeitos no alpinista, acesse: <https://super.abril.com.
br/saude/alpinismo-um-corpo-nas-alturas/>.
Evangelista Torricelli (1608-1647) desenvolveu importantes trabalhos na matemática e na física, descobrin¬
do a equação de Torricelli usada na cinemática e o valor da pressão atmosférica. Para conhecer mais sobre a
experiência de Torricelli, assista ao vídeo: <http://youtube.com/watch?v=BSo9fSTJcEE>.
Introdução a Hidrostática
A Análise
Introdução a Hidrostática
Variação da Pressão com a
Profundidade
Análise
2) Porquê?
P = PMm + p-g-h
Em que patm é a pressão atmosférica que atua sobre o líquido, p (letra grega rô)
é a densidade absoluta do líquido, g é a aceleração gravitacional local e h é a
altura da coluna de líquido sobre o ponto medido.
Quando estamos na areia da praia, a pressão atmosférica sobre nós é
de 1 atm, mas, quando resolvemos praticar mergulho, a cada 10 m de pro¬
fundidade na água, aumentamos a pressão exercida em 1 atm. Da mesma
forma que o alpinista encontra diversos problemas pela baixa pressão no alto
da montanha, um mergulhador deve se prevenir. Entre os problemas mais
comuns encontrados por um mergulhador temos vertigens, dores ou rupturas
nos tímpanos, sangramento nasal, dores nos dentes e danos pulmonares.
Introdução a Hidrostática
Vasos Comunicantes
Introdução a Hidrostática
Capítulo 2
Princípio de Pascal
Uma das maiores preocupações com a manutenção de nossos carros é o sistema de freios. Ele é
composto por um conjunto de cilindros hidráulicos acionados por um pedal de freio. Esse pedal pres¬
siona um óleo, chamado de fluido de freio, que transmite essa pressão a todo o sistema, chegando
aos cilindros de roda.
O acréscimo de pressão em um
ponto de um líquido em equilíbrio
transmite-se integralmente a todos os
pontos desse líquido.
Princípio de Pascal
(Unipac-MG) Uma prensa hidráulica possui pistões com diâmetros 10 cm e 20 cm. Se uma
força de 120 N atua sobre o pistão menor, pode-se afirmar que esta prensa estará em equi¬
líbrio quando sobre o pistão maior atuar uma força de:
a. 30 N
b. 60 N
C. 480 N
d. 240 N
e. 120 N
Análise
Princípio de Pascal
Considerando um tubo contendo pasta dental de densidade homo¬
génea, uma pessoa resolve apertá-lo. A pressão exercida sobre a
pasta, dentro do tubo, será:
a. maior no fundo do tubo, se apertar no fundo;
menor no fundo do tubo, se apertar perto do bico de saída;
c. maior no meio do tubo, se apertar no meio;
d. menor no fundo do tubo, se apertar no meio;
e. igual em todos os pontos, qualquer que seja o local apertado.
a. de Pascal;
de Arquimedes;
c. da ação e reação;
d. da inércia.
Princípio de Pascal
Empuxo
Reflexão
Princípio de Pascal
Fundamentalmente, quando Arquimedes desvendou o problema
da coroa (visto no início da Unidade 1), ele descreveu o empuxo da
seguinte forma:
E = PL ' Vd • g
Princípio de Pascal
b. Qual é o valor da massa do cilindro?
Como o cilindro está flutuando, o seu peso é igual ao empuxo atuando sobre ele, então:
0,8
m-g = c
E m = —— /. m = 8 • 102 kg = 80 g
m _ ^cilindro _ 80
V Pcilindro ”
Vcilindro Pcilindr° ”
A H
25 O empuxo agora será calculado considerando-se que o volume de água deslocado é igual
ao volume total do cilindro. Então:
F = PL- Vd-g-m -g F = 103 • (IO-4) • 10 - 8 • IO-2 • 10
A Análise
1) (Udesc) O empuxo exercido pelo ar sobre um balão cheio de gás é igual a 130 N. A massa
total do balão é de 10,0 kg. Sendo a densidade do ar igual a 1,30 kg/m3, o volume ocu¬
pado pelo balão e a força que uma pessoa deve exercer para mantê-lo no chão são,
respectivamente:
a. 10 m3 e 130 N
b. 13 m3 e 100 N
c. 17 m3 e 130 N
d. 17m3e30N
e. 10 m3 e 30 N
Princípio de Pascal
2) (Unifesp) A figura representa um cilindro flutuando na superfície da
água, preso ao fundo do recipiente por um fio tenso e inextensível.
7 vÔÒ
Princípio de Pascal
4) (Direito - C. L.) Um corpo pesa 4 N fora da água. Imerso totalmente em água, o seu peso
aparente é 3 N. O empuxo exercido pela água sobre o corpo é de:
a. 7,0 N
b. 12 N
c. 3 N
d. IN
e. 4,0 N
Seção de Sistematização
Nesta unidade, estudamos os principais conceitos da hidrostática procurando
ligá-la a fatos de nosso mundo. Vamos agora desenvolver algumas atividades que nos
ajudarão a reunir essas informações.
Agora, que tal compreender um pouco mais sobre a pressão exercida pela água em um
submarino? Acesse o site: <http://youtube.com/watch?v=R6XCLdEEj0c> e tente produzir
um submarino caseiro como é mostrado no vídeo.
Unidade í
Oscilações e Ondas
No seu entendimento, o que é um terremoto? Você sabe o que é o epicentro do
terremoto? Por que o tremor é sentido, então, a longas distâncias deste epicentro?
Capítulo 1
Oscilações
Quando falamos em tremor, estamos nos referindo às oscilações em porções de terra que se
propagam pela crosta terrestre. Neste capítulo, vamos compreender como as oscilações se compor¬
tam, identificando um conjunto de definições e fenômenos encontrados em nosso cotidiano.
Sismógrafo, aparelho que registra as ondas sísmicas, medindo a intensidade dos tremores de terra.
Oscilações
Pesquise em livros e na internet sobre a escala Richter, o funcionamento dos sismógrafos e
o conceito de epicentro de um terremoto. Registre a seguir as informações encontradas.
Pulso
Observe a ilustração a seguir.
Em uma brincadeira muito comum entre as crianças, a chamada “cobrinha”, utiliza-se a pro¬
pagação de ondas. A diversão consiste em uma criança oscilar uma ponta de uma corda, gerando um
conjunto de pulsos que se propagam, formando uma onda, para que outra criança pule sobre a corda
oscilante sem nela pisar.
Oscilações
Na ilustração vemos uma criança dando apenas um pulso na corda.
Análise
Se o pulso se propaga com uma velocidade V, então uma argola colocada em um ponto da
corda irá se deslocar até a outra extremidade acompanhando o pulso. Logo, o que a onda
transporta?
A conclusão a que se pode chegar é a de que a argola não translada com o pulso. Ela apenas
oscila, acompanhando a mão da criança. E, assim, conclui-se, também, que a oscilação não transporta
matéria.
Ondas
Conforme dissemos anteriormente, um
conjunto de pulsos gerados em sequência
cria uma onda.
Oscilações
Observe o diagrama a seguir.
Direção de
propagação
Direção de
vibração
Se tirássemos uma foto da onda gerada pela criança, veríamos que a onda apresenta regiões
chamadas de cristas, os pontos A e B do diagrama anterior, bem como vales, os pontos C e D da
onda. Olhando para a imagem, poderíamos medir a distância entre dois vales consecutivos, ou duas
cristas. Esta distância, chamada de comprimento de onda, é representada pela letra grega lambda (X).
Já se olhássemos para a corda em movimento, perceberíamos que os pontos A, B, C e D osci¬
lam em torno da linha central de equilíbrio, levando um tempo para isso. Este tempo é chamado de
período (T) da onda.
Reflexão
Acabamos de ver que é possível medir o período da onda, que é o tempo que ela leva para
executar uma oscilação completa. Como você faria para contar quantas oscilações ela daria
em um determinado tempo?
As grandezas definidas até agora apresentam uma relação matemática entre elas, que é dada por:
Oscilações
Uma criança está brincando de cobrinha, como no exemplo ante¬
rior, e oscila a corda 5 vezes por segundo, dando origem a uma
onda que se propaga com uma velocidade v = 2,5 m/s.
x =v •t -4- t=—
v
-4- t = ——-
2,5
1K1 = 4,0 s
v=X •f
_ v -x=—2,5
->
=T
Oscilações
(UNESP) Numa enfermaria, o soro for¬
iyõsi Análise necido a um paciente goteja à razão de
30 gotas por minuto.
a. Qual é o período médio do goteja-
(USF) Duas ondas propagam-se no mento? (Dê a resposta em segundos).
mesmo meio, com a mesma velocidade.
O comprimento de onda da primeira é
igual ao dobro do comprimento de onda
da segunda. Então, podemos dizer que a
primeira terá, em relação à segunda:
a. mesmo período e mesma frequência; b. Qual é a frequência média do goteja-
b. menor período e maior frequência; mento? (Dê a resposta em hertz).
c. maior período e menor frequência;
d. menor período e menor frequência;
e. maior período e maior frequência.
—— n®
Oscilações
Capítulo 2
Tipos de Ondas
Para facilitar o nosso entendimento, podemos classificar as ondas de três formas, quanto à:
• natureza;
• direção de propagação;
• direção de vibração.
• Ondas mecânicas - Os exemplos desse tipo de ondas são as geradas por uma criança ao
agitar uma das pontas da corda, as geradas por uma pedra jogada na água, o movimento
oscilatório das molas na suspensão do carro e o som emitido quando falamos. Por meio
destes exemplos, concluímos que uma onda mecânica precisa de um meio material para se
propagar, como a corda, a água, a mola e o ar.
• Ondas eletromagnéticas - Diferentemente das ondas mecânicas, as eletromagnéticas não
precisam de um meio material para se propagar, podendo viajar pelo vácuo. O melhor
exemplo que temos é a luz. Além dela, temos o infravermelho, os raios X, as ondas de rádio
e outras.
Sentido de propagação
Longitudinais - Para entender este tipo de onda, vamos analisar a figura a seguir.
Cone vibrando
Compressão Rarefação
Ela mostra um alto-falante emitindo som. Olhando para ele, vemos que a sua superfície
vibra, dando pequenos “socos” no ar. Ao fazer isso, o objeto empurra e puxa o ar à sua frente, o
que cria zonas de compressão e rarefação, gerando uma onda que vibra na mesma direção da sua
propagação.
Faça uma pesquisa sobre as ondas que geram os abalos sísmicos mencionados no início da
unidade. Defina e descreva cada uma delas no espaço a seguir.
Muitas das mais belas paisagens costeiras são formadas a partir da ação do mar sobre as rochas
ou a areia da praia. A paisagem acima foi formada por essa ação durante milhares de anos. Nessa
ação, ocorre um conjunto de fenômenos físicos explicados pela ondulatória, e compreendê-los nos
auxilia a entender a formação do nosso próprio planeta.
Ao observar esta propriedade das ondas e perceber que elas se comportam da mesma forma
que a luz, vários cientistas, já no século XIX, começaram a suspeitar que a luz também pudesse ser
de natureza ondulatória.
B Para aprender um pouco mais sobre a formação das ondas do mar, acesse
o site: <http://cursos.unisanta.br/oceanografia/ondas.htm>.
Aloskina/Shuterc
Jel na
— Outra experiência muito interessante pode ser encontrada no vídeo do link <http://www.youtube.com/
watch?v=eMHVOzvP-mM>. Aproveitando a propriedade ondulatória da luz, é possível produzir o fenômeno da
difração e, com ele, medir a espessura de um fio de cabelo.
1) Se a luz também é uma onda, por que não vemos o fenômeno da difração através de uma
janela quando ligamos uma lâmpada?
4) (UFMG) Para se estudar as propriedades das ondas num tanque de água, faz-se uma régua
de madeira vibrar regularmente, tocando a superfície da água e produzindo uma série de
cristas e vales que se deslocam da esquerda para a direita. Na figura a seguir estão esque¬
matizadas duas barreiras verticais separadas por uma distância aproximadamente igual ao
comprimento de onda das ondas.
Régua de
madeira
Ao mesmo tempo elas geram um pulso como mostrado na figura, e estes pulsos caminham
em sentidos opostos.
Quando os pulsos se encontram, ocorre o fenômeno da interferência, que, neste caso, é
construtiva, ou seja, a amplitude de ambos é somada.
Em seguida, os pulsos continuam seu movimento, independentemente um do outro, como
se nada tivesse acontecido.
Os pulsos gerados podem acontecer em “oposição de fase”, como mostra a imagem a seguir.
No encontro, vemos a interferência destrutiva entre as ondas, ou seja, a soma das amplitu¬
des é nula.
Novamente os pulsos continuam seu movimento.
Interferência
construtiva.
Interferência
destrutiva.
O —
Saiba mais sobre interferência construtiva ou destrutiva acessando o vídeo
,
disponível em: <https://www.youtube.com/watch?v=MM2G7LOHavM>.
Extremo fixo
3) Por que os tremores de um abalo sísmico são sentidos tão longe do seu
epicentro?
Unidade
Acústica
Ao falarmos emitimos ondas. Será que isso facilita a comunicação entre as pessoas?
Capítulo 1 j
Som e Comunicação
Ouvir música depende da recepção das ondas sonoras pelo aparelho auditivo.
A onda sonora talvez seja o tipo de onda com o qual mais temos
contato em nosso cotidiano. Muitas ações do nosso dia a dia dependem
do som. Conversamos, ouvimos música, ruídos e experimentamos uma
série de outras situações em que o som tem um papel fundamental.
Neste capítulo, vamos estudar o ramo da física responsável por
compreender o comportamento e os fenômenos do som: a acústica.
Os seres humanos têm o aparelho fonador, responsável pela fala e o
aparelho auditivo, responsável por escutar. Muitas vezes, se um dos apare¬
lhos não funciona bem, o outro também é prejudicado.
Som e Comunicação
Som
•••••
Apesar de, nós seres
A maioria dos seres vivos emite e ouve sons e essa característica é,
muitas vezes, crucial para a sua sobrevivência. O principal instrumento de
humanos, não conse¬
guirmos captar com comunicação de nós, seres humanos, é composto pela fala e pelo apare¬
nosso aparelho auditivo lho auditivo. Uma pessoa com audição normal consegue distinguir sons
as ondas ultrassónicas, de frequências que estão no intervalo de 20 Hz e 20 000 Hz. Ondas que
muitos outros animais o
fazem. estejam abaixo de 20 Hz são denominadas de infrassom e as com frequên¬
cias superiores a 20 000 Hz, de ultrassom.
0 20 20000 Hz
I I I
:
Som e Comunicação
Ondas Sonoras
O que é que tem dentro do som?
Para responder a essa questão, devemos analisar as características
físicas do som.
As ondas sonoras são ondas mecânicas, ou seja, necessitam de
um meio material sólido, líquido ou gasoso para se propagarem. No
ar, porém, elas são ondas longitudinais, isto é, por onde passam fazem
o meio vibrar na mesma direção de propagação da onda. Estão sujeitas
aos mesmos fenômenos das demais ondas: reflexão, refração, difração e
interferência.
A velocidade de propagação de uma onda sonora depende das con¬
dições do meio, como material, temperatura, pressão e densidade, onde
está se propagando. A tabela a seguir exibe alguns meios e as respectivas
velocidades de propagação da onda sonora.
Velocidade de propagação
Material
do som v (m/s)
Ar (10 °C) 331
Ar (20 °C) 343
Ar (30 °C) 350
Oxigénio 317
Dióxido de carbono 250
Água 1480
Água do mar 1522
Borracha 54
Alumínio 4 420
Aço 6 000
Betão 5 000
Latão 3 500
vô
Som e Comunicação
b. Por que o som é uma onda longitudinal?
a
Ax = var *t ar
.t Ax . Ax
-> ar
=
var
-> t ar =
34Q
No trilho, temos que:
Ax
Ax - vtrilho ttrilho —> ttrilho - > tar
y
trilho
3 400
Logo, podemos escrever:
Reflexão do Som
A reflexão do som ocorre quando a onda sonora incide sobre uma superfície e volta a se pro¬
pagar no mesmo meio, sem mudanças em sua frequência, comprimento de onda e velocidade de
propagação. A figura abaixo mostra um exemplo de reflexão.
Som e Comunicação
O fenômeno da reflexão do som explica outros três fenômenos que
ocorrem com as ondas sonoras: o reforço, a reverberação e o eco.
A ocorrência desses fenômenos deve-se ao fato de que o ouvido
humano só consegue distinguir dois sons que chegam a ele com um inter¬
valo de tempo superior a 0,1 s.
Reforço
Ocorre quando o obstáculo está muito próximo do ouvinte, pois,
dessa forma, o som direto e o refletido chegam ao ouvido pratica-
mente no mesmo instante. Assim, o ouvinte tem a sensação de um som
mais forte.
Reverberação
Ocorre quando o obstáculo está mais afastado do ouvinte, de modo
que o intervalo de tempo entre o som direto, que chega ao ouvido, e o
som refletido é menor que 0,1 s. Assim, o som refletido chega ao ouvido,
enquanto a sensação do som direto ainda não se extinguiu. Dessa forma,
o ouvinte experimenta a sensação do prolongamento do som.
Eco
Ocorre quando o som refletido chega ao ouvinte logo após a sensa¬
ção de o som direto já ter se extinguido. Dessa forma, o ouvinte percebe
dois sons distintos. O eco só ocorre quando o intervalo de tempo entre o
som direto e o som refletido for maior que 0,1 s.
Refração do Som
Refração do som ou transmissão ocorre quando uma onda sonora
incide na superfície de separação entre dois meios, e apenas parte do som
é transmitido. Como foi visto, isso ocorre porque a velocidade de propa¬
gação da onda irá mudar, já que essa variável depende do meio.
W/Som e Comunicação
:
Difração do Som
É a capacidade de uma onda sonora de contornar obstáculos com
dimensões de aproximadamente 1,7 cm até 20 m. Isso permite você ouvir
o som produzido do outro lado de uma parede, por exemplo.
Interferência do Som
Ocorre quando um ponto do meio pelo qual o som se propaga
recebe dois ou mais sons originados por várias fontes ou por reflexões em
obstáculos. A interferência das ondas sonoras pode ser tanto construtiva
como destrutiva.
Som e Comunicação
Capítulo 2
As pessoas, por meio da audição, conseguem distinguir sons diferentes em razão das caracte-
rísticas fisiológicas de cada som: altura, intensidade e timbre. Essas características relacionam-se às
diferentes propriedades das ondas sonoras.
A altura é a característica fisiológica que permite que façamos a distinção entre os sons graves
e os sons agudos. Quanto aos aspectos físicos, essa característica está ligada à frequência das ondas
sonoras: quando baixas geram sons graves, quando altas, sons agudos.
A intensidade é a qualidade fisiológica que nos permite distinguir os sons fortes dos fracos.
Em relação aos aspectos físicos, a intensidade do som que percebemos é a quantidade de energia
transportada pela onda sonora ao penetrar em nossos ouvidos, por unidade de tempo. A intensidade
de uma onda é proporcional ao quadrado da sua amplitude.
Timbre é a característica fisiológica que nos permite diferenciar os sons de diferentes ins¬
trumentos musicais, até quando produzem simultaneamente a mesma nota musical. Isso é possível
devido às características construtivas de cada instrumento. Também é a propriedade que nos permite
distinguir as vozes de duas pessoas diferentes, pois possuem características fisiológicas diferentes.
1) (FEI) O aparelho auditivo humano distingue, no som, três qualidades, que são: altura, intensi¬
dade e timbre. A altura é a qualidade que permite a esta estrutura diferenciar sons graves de
agudos, dependendo apenas da frequência do som. Assim sendo, podemos afirmar que:
a. o som será mais grave quanto menor for sua frequência;
b. o som será mais grave quanto maior for sua frequência;
c. o som será mais agudo quanto menor for sua frequência;
d. o som será mais alto quanto maior for sua intensidade;
e. o som será mais alto quanto menor for sua frequência.
3) (PUC-CAMP) Quando se ouve uma orquestra tocando uma sonata de Bach, consegue-se
distinguir diversos instrumentos, mesmo que estejam tocando a mesma nota musical. A
qualidade fisiológica do som que permite essa distinção é:
a. a altura;
a intensidade;
c. a potência;
d. a frequência;
e. o timbre.
Intensidade Sonora
A intensidade sonora talvez seja uma das qualidades do som Os sons graves são chama¬
que, ao mesmo tempo, causa prazer para algumas pessoas e extremo dos de baixos, justamente
desconforto para outras. Isso porque, muitas vezes, ela é confundida, porque a frequência corres
na linguagem cotidiana, com a altura do som. Já vimos que a altura pondente é baixa; os sons
do som está relacionada à sua frequência, já a intensidade sonora está agudos são chamados de
diretamente relacionada à quantidade de energia que a onda sonora altos, pois correspondem a
transporta, ou seja, é o volume do som. uma frequência alta.
dada em W/m2.
Em que:
I= Intensidade sonora.
P = Potência da onda sonora.
AS = Área por onde está passando a frente de onda com energia E.
Estudos realizados mostram que o aparelho auditivo, tanto dos seres humanos quanto de ani¬
mais, reduz drasticamente a intensidade do som ouvido. A partir desses estudos, desenvolveu-se a
grandeza física denominada nível sonoro p. Assim, se, por exemplo, elevarmos a intensidade do som
em dez vezes, nossa sensação sonora será de um aumento de aproximadamente duas vezes. Isso
ocorre devido às características fisiológicas do aparelho auditivo, cujos órgãos são extremamente
sensíveis.
Calcula-se o nível de intensidade sonora pela expressão:
p = 10 log -i-
Ao
A partir dessa expressão, percebemos que o nível de intensidade sonora varia em escala loga¬
rítmica de base 10.
A unidade de nível de intensidade sonora é medida em bei, em homenagem ao cientista e inven¬
tor Alexander Graham Bel (1847-1922), mas por motivos de praticidade é usual utilizar o decibel (dB).
0 = 10 • log
10_12 -> — = log 1() 1Q_12 -> 0 = log 1 Q 10_12
10°=
1/0.10-12
-> 1
=^0.10-12 ••• l? •
10-12W/m^
22 caso: p = 120 db
120 = 10 • log
à Q 1q_12
-> — = log à 0 1Q_12
12 = log
à Q 1Q_12
-> 1012 = Ã Q 1Q_12
32 caso: p = 70 db
I
70 = 10 log
ÃQ 1()_12 ^
— = log
à Q 1()_12 -> 7,0 = log
à Q 1()_12
> 107 = 1,0 • 10-12
A falta de controle da intensidade sonora pode causar conflitos sociais como os apresentados pelo seguinte vídeo:
<http://www.youtube.com/watch?v=R5uL1x00a0Y>.
jjSgj Análise
1) (PUC-MG) Leia com atenção os ver¬ Quais das características das ondas podem
sos adiante, de Noel Rosa. servir para justificar a palavra FERIR?
"Quando o apito a. velocidade e comprimento de onda;
Da fábrica de tecidos velocidade e timbre;
vem FERIR os meus ouvidos c. frequência e comprimento de onda;
Eu me lembro de você." frequência e intensidade;
e. intensidade e timbre.
3) Calcular, em dB, o nível de som de uma onda sonora com intensidade de 8 pW/m2.
Efeito Doppler
Se há movimento relativo entre uma fonte sonora e o ouvinte, o ouvinte percebe uma frequên¬
cia diferente da real do som. Esse fenômeno é denominado Efeito Doppler.
Por exemplo, preste atenção ao som emitido pelo ronco do motor de um carro que inicialmente
se aproxima e depois se afasta de você. Durante a aproximação, o ronco é cada vez mais forte e
parece mais agudo, havendo uma mudança brusca tão logo o carro passe a se afastar, quando o som
fica cada vez mais fraco e parece mais grave.
Assim, quando não há movimento relativo entre a fonte sonora e o observador, também não
haverá mudança na frequência percebida pelo observador. Porém, quando ocorre aproximação
entre a fonte sonora e o observador, o som é percebido com frequência maior; já quando ocorre
afastamento, o som é percebido com frequência menor. A figura a seguir ilustra as três situações,
respectivamente:
Fonte sonora em repouso Fonte sonora se aproximando do observador Fonte sonora se afastando do observador
0 Efeito Doppler
Em que:
Após ter assistido ao vídeo, utilize as informações adquiridas para conversar com os colegas
sobre as causas do Efeito Doppler.
Como,
fo = 284 Hz - na aproximação;
f = 266 Hz - no afastamento;
V = 330 m/s;
V=0.
Na aproximação:
f, ff 234 ff I 284(330-^
V 330 -Vf 330 330 -Vf 330
No afastamento:
f 266
”
330 + Vf 330 + Vf
V ^330
Como a frequência da fonte é constante, substituímos da equa¬ ff
ção (I), na equação (II):
284- (330 -Vf)
266 _ 330 266 284 (330 - Vf)
“
Reflexão
Para conhecer mais a respeito das técnicas de ultrassonografia, assista aos vídeos disponíveis em:
- <http://www.youtube.com/watch?v=b04iYGMUjV4>;
- <http://www.youtube.com/watch?v=ntyLNwHoxlw>.
Seção de Sistematização
Nesta unidade, apresentamos a importância das ondas sonoras, seja para a comu¬
nicação entre os seres vivos, que conseguem emitir e ouvir sons, seja como fonte
de prazer quando ouvimos boa música, ou como causadoras de conflitos sociais.
Conhecemos, ainda, a utilização do ultrassom em vários ramos da medicina e da
indústria. Esta unidade é apenas a ponta do iceberg em relação ao estudo e aplica¬
ções das ondas sonoras.
Termologia
H ámais de uma década, um dos grandes temas presentes na mídia, e que preocupa cien¬
tistas do mundo todo, é a questão do aumento de temperatura do planeta Terra devido
à emissão, principalmente, de dióxido de carbono (CO2) na atmosfera. Mas, afinal, a
temperatura do planeta Terra está subindo? E se está, é devido à emissão de gases na atmosfera?
Meryl/Shutsock
Capítulo 1
Há cientistas que defendem que a temperatura do planeta Terra vem aumentando e que isso
estaria ocorrendo em função da grande quantidade de poluentes lançados na atmosfera, enquanto
outros acreditam que esta variação na temperatura seria um ciclo natural e nada teria a ver com a
emissão de poluentes.
Para conhecer mais sobre os efeitos da ação humana no meio ambiente e as possíveis consequências, assista
aos vídeos:
• <http://www.youtube.com/watch?v=V5uKoFOzwXw>;
• <http://www.youtube.com/watch?v=YMFyAIZIiw8>.
Para se informar sobre a importância da preservação do meio ambiente, assista ao vídeo:
• <http://www.youtube.com/watch?v=<rBDvQ8DmM>.
Neste capítulo vamos entender um pouco sobre o calor e como esta forma de energia está
presente em todas as atividades e fenômenos do nosso mundo, fornecendo as condições básicas para
a existência e perpetuação da vida no planeta Terra.
A termologia é a parte da física que se dedica ao estudo da energia térmica, do calor e de suas
manifestações.
Termometria
Quando um corpo sofre uma variação em sua temperatura, há uma mudança em várias de
suas propriedades, como dimensão, densidade, pressão, condutibilidade elétrica, etc. Denominamos
essas propriedades dos corpos, por variarem com a temperatura, de termométricas. É com base na
variação dessas grandezas que são construídos os termómetros, equipamentos capazes de medir a
temperatura dos corpos.
Temperatura
Reflexão
Equilíbrio Térmico
Como a temperatura mede o estado de agitação das partículas de um corpo, podemos verificar
pela experiência que, quando colocamos dois ou mais corpos com temperaturas diferentes em um
sistema termicamente isolado (sistema adiabático), estes sofrerão uma variação térmica até atingi¬
rem a mesma temperatura, caracterizando assim o equilíbrio térmico. E semelhante ao que acontece
quando colocamos leite frio no café quente (destacando-se, porém, que esse sistema “café com leite”
não está termicamente isolado).
Escalas Termométricas
Quando o ser humano começou a estudar a natureza, as grandezas físicas eram medidas em
diferentes unidades, dependendo da região em que o cientista vivia. Na termologia não foi dife¬
rente. Várias formas de medir a temperatura foram propostas e, com isso, diferentes unidades de
medida também. Com a globalização do conhecimento, utilizamos hoje as unidades termométricas
Celsius (°C), Fahrenheit (°F) e kelvin (K).
Uma escala termomé trica corresponde a um conjunto de valores numéricos, no qual cada um
desses valores está associado a uma temperatura. Para a graduação das escalas escolhem-se dois pon¬
tos fixos que se reproduzem sempre nas mesmas condições, podendo ser a fusão do gelo e a ebulição
da água ao nível do mar. A figura abaixo mostra a relação entre as escalas.
A temperatura média normal do corpo humano está em torno de 37 °C. Determine esta
temperatura nas escalas Fahrenheit e kelvin.
Análise
Hi é uma abreviação do
termo em inglês higher,
A figura abaixo representa a previsão do tempo para Nova Iorque que indica a tempera¬
para uma semana qualquer. tura mais elevada do
dia, ou seja, a tem¬
a. Em que unidade os valores de temperatura são dados? peratura máxima. Lo,
do inglês lower, indica
b. Como você chegou a esta resposta? a temperatura mais
baixa do dia, ou seja, a
c. Transforme a temperatura de domingo, em inglês sundoy, em temperatura mínima.
graus Celsius.
Dilatação Linear
Ocorre quando consideramos a dilatação de apenas uma das dimensões do corpo, como o
comprimento. Observe a figura de uma barra de comprimento Lo em uma temperatura To. Quando
ela é aquecida a uma temperatura T, seu comprimento aumenta para L:
Dizemos que a barra sofreu uma dilatação em seu comprimento de AL = L - Lo, quando sub¬
metida a uma variação de temperatura AT = T - To. Assim, a variação no comprimento da barra é
dada pela expressão:
Em que:
a = Coeficiente de dilatação linear e sua unidade é expressa em °C-1, °F-1 ou K-1 é uma gran¬
deza característica de cada material.
c. 99 • IO'4 m;
d. 132 • IO'4 m;
e. 165 • IO4 m.
Lo = 3Om.
AL = Lo a • AT -» AL = 30 • 11 • IO"6 • 30
^AL = 99 •
10^
Note que houve um aumento de 9,9 mm para uma barra de 30 m no comprimento.
(PUC-SP) Uma régua de latão foi calibrada para ser utilizada em medições a 20 °C. Em que
temperatura uma leitura de 30 cm feita com essa régua terá um erro de cerca de 1 mm de
acréscimo? Dado: coeficiente de dilatação linear do latão = 19 • 10-5 °C-1.
A imagem acima mostra uma moeda fria passando por um anel. Quando a moeda é aquecida,
o anel parece ficar pequeno. Isso ocorre porque a moeda teve um aumento em sua área dado por:
Em que:
P= Coeficiente de dilatação superficial dado por p = 2 • a.
AA = Variação da superfície dada por AA = A - Ao.
Análise
1) Analise a imagem abaixo: o que acontece com o diâmetro do furo na placa após ser aquecido?
2) (PUC-RIO) Uma porca está muito apertada no parafuso. 0 que você deve fazer para
afrouxá-la?
a. É indiferente esfriar ou esquentar a porca.
b. Esfriar a porca.
c. Esquentar a porca.
d. É indiferente esfriar ou esquentar o parafuso.
e. Esquentar o parafuso.
5
Como a = 1,0 105 °C-1, e 0 = 2 a, temos 0 = 2,0 IO °C-1.
• •
T. = 10 °C.
Tf = 510 °C.
Assim,
R = -y- R = 10 cm
^AA = 3,14
cm2^
Como AA = A - Ao, logo a área da coroa circular será igual a AA.
A imagem mostra o que acontece com uma garrafa com líquido quando colocada em um con¬
gelador por muito tempo. Ao chegar próximo à temperatura de congelamento, o volume do líquido
aumenta a ponto de o vidro da garrafa não suportá-lo e se quebrar. A dilatação volumétrica ocorre
nas três dimensões, comprimento, largura e altura.
Para a dilatação volumétrica, temos a relação:
lAV = VQrAT
Em que:
y= Coeficiente de dilatação volumétrica, é dado por y = 3 • a.
AV = Variação do volume, é dada por AV = V - Vo.
(UFJF) Um recipiente de cobre tem 1000 cm3 de capacidade a 0 °C. Sua capacidade a 100,0 °C
5
mede (aCu = 1,700 10 °C-1):
•
a. 1 017 cm3;
b. 1 005 cm3;
c. 1 003 cm3;
d. 1002 cm3;
e. 1001 cm3.
: váÈ
Termologia e Meio Ambiente
At = 100-0 /.
I^At = 100
OC^
Y= 3 • a -> y = 3 1,700 • IO’5 /. = 5,100 • 10~5
°C~1>^
Vo = 1000 cm3
^AV = 5,100
cm3^
Como:
Sendo:
Vo = 4 000 L
AT = 10 - 25
w
x Assista ao vídeo: <http://www.youtube.com/watch?v=WSrkSaiU4QQ> e
reflita sobre por que ocorre o aumento e a diminuição do volume de água
no recipiente.
Calorimetria
Neste tópico, estudaremos a calorimetria, que é o estudo que abrange a forma de energia
denominada calor. Analisaremos, ainda, o que ocorre com um corpo ou um sistema, quando este
recebe ou doa calor.
Balzh/Sutersock
Anton
Calor
Qual é a diferença entre calor e temperatura?
As partículas, assim como os átomos e as moléculas que constituem a matéria, estão em per¬
manente estado de agitação térmica. A energia associada à agitação térmica denomina-se energia
térmica.
A temperatura mede o estado de agitação das partículas de um corpo. Então, o que acontece
quando colocamos dois corpos, A e B, com temperaturas diferentes em um sistema isolado, sendo
Ta > T ir
: váÈ
Calorimetria
A energia térmica transfere-se do corpo de temperatura mais alta para o corpo de temperatura
mais baixa, até os corpos atingirem a mesma temperatura, ou seja, atingirem o equilíbrio térmico.
Esse fluxo de energia do corpo de maior temperatura para o corpo de menor temperatura é o que
denominamos calor.
Calor é a energia térmica em trânsito, entre dois corpos ou sistemas, decorrente
apenas da existência de uma diferença de temperatura entre eles.
No SI, a unidade de calor é o joule (J), mas na prática usa-se a caloria (cal), sendo que 1 cal
equivale a 4,18 J. A caloria é definida como sendo a quantidade de calor necessário para elevar a
temperatura de 1 g de água de 14,5 °C para 15,5 °C.
B Para compreender melhor a diferença entre calor e temperatura, assista ao vídeo: <https://www.youtube.com/
watch?v=mRu4Wdi5IP8>.
Debata com os colegas: o que demora mais para aquecer, da temperatura ambiente até o
ponto de ebulição (ferver), 1 L de água ou 5 L de água, submetidos a fontes de calor idênti¬
cas? Registre as hipóteses da turma no caderno.
Define-se capacidade térmica (C) como sendo a quantidade de calor (Q) necessária para pro¬
vocar a variação AT = 1 °C de temperatura em um corpo.
c —
C
= m ou c =
m
Q
• —
AT
— -—
Calorimetria
Dessa forma, podemos verificar que o calor específico não depende da massa do corpo, mas,
sim, da substância que compõe o corpo.
cal
A unidade SI do calor específico (c) é: • Outra unidade usual é:
g°c
A tabela que segue mostra alguns calores específicos de matérias.
Análise
1) Analisando a tabela, responda: 0 que demora mais para sofrer a variação de temperatura
de 20 °C, 1kg de água, ou 1kg de chumbo, submetidos a fontes de calor idênticas? Por quê?
Quem recebeu mais calor?
Calorimetria
(UFPR) Para aquecer 500 g de certa substância de 20 °C para 70 °C, foram necessárias 4 000
calorias. A capacidade térmica e o calor específico valem, respectivamente:
a. 8 cal/°C e 0,08 cal/g • °C;
b. 80 cal/°Ce 0,16 cal/g °C;
c. 90 cal/°C e 0,09 cal/g • °C;
d. 95 cal/°Ce 0,15 cal/g -°C;
e. 120 cal/°C e 0,12 cal/g • °C.
C
C
_
"
80
m 500
Calor Latente
Sabemos, a partir de nossa experiência que, quando fornecemos calor ou retiramos calor dos
materiais, estes podem sofrer mudança em seu estado físico ou fase. Por exemplo, quando colocamos
água para aquecer no fogão, sua temperatura vai aumentando até o ponto de ebulição (passagem do
estado líquido para o gasoso), que, se estivermos no nível do mar, será de 100 °C. No entanto, se dei¬
xarmos a água neste processo de ebulição e colocarmos um termómetro para medir a temperatura,
verificaremos que, apesar de estarmos fornecendo calor para a água, a temperatura não aumenta,
permanecendo em 100 °C. Por que isso ocorre?
Para compreendermos isso, precisamos abordar a estrutura da matéria. Sabemos que todos
os corpos, inclusive o seu, são formados por átomos, os quais, por sua vez, estão ligados entre si por
forças elétricas. Então, quando ocorre uma mudança do estado físico da matéria, toda a energia
(calor) fornecida ao corpo é utilizada para quebrar as ligações das estruturas moleculares, levando a
matéria para outro estado físico. Assim, enquanto estiver ocorrendo mudança de fase, a temperatura
não varia. Verificamos também que, se retirarmos calor da água na fase líquida, sua temperatura irá
diminuir até chegar a 0 °C e, a partir daí, a água começará a passar da fase líquida para a fase sólida
e, enquanto houver esta mudança de fase, não haverá variação na temperatura.
Calorimetria
Calor Latente (L) é a quantidade de calor (energia) necessária, fornecida ou reti¬
rada do corpo, para que este sofra mudança de fase sem variação da temperatura.
(PUC-RIO) Quanta energia deve ser dada (PUC-RIO) Quanto calor precisa ser dado
a uma panela de ferro de 300 g para a uma placa de vidro de 0,3 kg para
que sua temperatura seja elevada em aumentar sua temperatura em 80 °C?
100 °C? Considere o calor específico da (Considere o calor específico do vidro
panela como c = 450 J/kg-°C. como 70 J/kg-°C).
a. 300 J; a. 1060J;
b. 450 J; b. 1567J;
c. 750 J; c. 1 680J;
d. 1750J; d. 1867J;
e. 13 500 J. e. 1976J.
c=m^ • At
C = m • c • At
Calorimetria
o —
Os vídeos disponíveis nos links a seguir apresentam aulas e experimentos
sobre calorimetria, que o ajudarão a compreender melhor o assunto:
• <http://www.youtube.com/watchZvMfjKqwBDqYo>;
• <http://www.youtube.com/watchZvMBdzlNteYQ8>;
• <http://www.youtube.com/watchZv=_RiE-gPFQb4>;
• <http://www.youtube.com/watchZvMLxJ8v8X6xs>.
\
Transmissão de Calor
Quando dois ou mais corpos, com temperaturas diferentes, são
colocados um em presença do outro, em um sistema isolado, como uma
garrafa térmica, por exemplo, há transferência de energia térmica entre
eles, até que esses corpos atinjam o equilíbrio térmico, ou seja, atinjam
a mesma temperatura. Essa transferência de calor, que ocorre entre cor¬
pos com diferentes temperaturas, acontece sempre do corpo de maior
para o de menor temperatura.
A transferência ou propagação do calor (energia térmica) pode
acontecer de três maneiras: por condução, por convecção e por irradiação.
Calorimetria
Condução Térmica
A condução térmica é a forma de transmissão do calor, segundo a qual a energia térmica se
propaga por meio da agitação térmica. Dessa forma, para que haja a condução térmica, é necessário
um meio material. Na condução térmica não há transporte de matéria.
Faça o seguinte experimento: toque em algo feito de madeira e depois toque em um objeto
feito de metal. Qual foi sua sensação térmica?
Se tanto a madeira quanto o metal estão à mesma temperatura, explique por que você teve
a sensação de que o metal estava mais frio?
w Para entender melhor o fenômeno da condução do calor, assista ao vídeo disponível em:
<http://www.youtube.com/watch?v=_uCp0N0ts34>.
Convecção Térmica
A convecção térmica transmite a energia térmica com movimentação do próprio material
aquecido. Logo, a convecção térmica necessita de um meio material para ocorrer.
Pesquise, o por quê de, na praia, durante o dia, o vento soprar do mar para o continente e,
à noite, o processo se inverter, ou seja, o vento soprar do continente para o mar.
O "
—
Para entender melhor o fenômeno da convecção térmica, assista aos vídeos disponíveis em:
• <http://www.youtube.com/watch?v=6WAsokXwXaA>;
• <http://www.youtube.com/watch?v=doZO_TRLsOw>.
Calorimetria
Irradiação Térmica
A irradiação térmica é o processo de propagação do calor por intermédio de ondas eletro¬
magnéticas, denominadas raios infravermelhos. Todos os corpos emitem calor por irradiação
continuamente e, ao atingir um corpo, essa energia radiante pode sofrer três processos, com maior
ou menor grau de intensidade: absorção, reflexão e transmissão.
A irradiação térmica não necessita de um meio material para ocorrer.
Pesquise sobre como o Sol aquece a Terra e como é o funcionamento de uma garrafa
térmica.
A atmosfera terrestre é constituída por gases como nitrogénio, oxigénio, gás carbónico ou dió-
xido de carbono (CO2) e vapor-d’água (H2O) e, ainda, em pequena quantidade de ozônio, metano e
monóxido de carbono. Entre estes gases, o vapor-d’água (H2O), o CO2, o metano e o óxido nitroso
são os que mais contribuem para a
absorção da radiação infravermelha;
já o vapor-d’água é o que mais contri¬
bui para o efeito estufa, seguido pelo
CO2. Outros absorvedores de radia¬
ção infravermelha são: o metano
(CH4), o óxido nitroso (NO2) e os
clorofluorcarbonos (CFCs).
A Terra recebe energia lumi¬
nosa do Sol e transforma uma
porcentagem dessa energia lumi¬ 0 calor e barrado
nosa em energia térmica. Parte desta volta para Terra .
energia térmica é perdida para o
espaço, e outra parte é absorvida e
refletida de volta para a Terra, man¬
tendo sua temperatura em torno de
15 °C. E este processo é contínuo
há milhões de anos. Então, na ver¬
dade, a Terra é uma grande estufa
Esquema mostrando como funciona o efeito estufa.
com uma significativa diversidade
de formas de vida graças à energia
fornecida pelo Sol.
(A,Calorimetria
:
O^Assista ao vídeo disponível em: <http://www.youtube.com/watch?v=ssvFqYSIMho> e reflita sobre que ações
podem ser feitas individual e coletivamente para melhorarmos as condições de vida na Terra.
Seção de Sistematização
Nesta unidade, estudamos o calor e suas manifestações em nosso cotidiano.
Percebemos que, para que a vida exista na forma como a conhecemos, é fundamen¬
tal a presença da energia térmica do Sol, que envia para todo Sistema Solar, incluindo
a Terra, ondas eletromagnéticas, constituídas basicamente de luz branca, produto da
queima de seu combustível - o hidrogénio ( H).
Parte da luz emitida pelo Sol é refletida na própria atmosfera terrestre e retorna para
o espaço, a outra parte chega até nós e, devido à interação com a matéria presente
na crosta terrestre, pode sofrer em maior ou menor grau os três fenômenos já estu¬
dados: reflexão, absorção e transmissão. Parte da luz do Sol, quando absorvida,
aumenta a temperatura do corpo e este passará a emitir radiação infravermelha, que
também é uma onda eletromagnética, responsável pela transmissão do calor.
Sendo assim, podemos pensar que as mudanças climáticas que estão ocorrendo atual¬
mente podem ser causadas tanto por fatores naturais quanto pela ação do homem,
que tem sido o principal agente devastador do meio ambiente.
Agora é o momento de parar e refletir: como podemos reverter este quadro para que
tenhamos novamente o equilíbrio do planeta Terra?
Unidade
Óptica
Para que servem os objetos representados pelas imagens apresentadas abaixo?
Quais são as semelhanças e diferenças entre esses objetos? Você sabe como cada um
deles funciona?
SIhmutaergseocnks:
Capítulo 1
Introdução à Óptica
A evolução conseguida com a descoberta da fotografia permite que, atualmente, de posse de
uma máquina fotográfica digital ou de um celular, qualquer pessoa possa registrar e guardar para
a posteridade momentos ou imagens com qualidade. Independente do tipo de máquina que se use,
com filme ou digital, o princípio básico envolvido no funcionamento das máquinas fotográficas ainda
é o mesmo, e se relaciona aos fenômenos estudados pela óptica.
Nesta unidade, vamos compreender os fenômenos geométri¬ Óptica é a ciência da
visão, enquanto ótica,
cos ligados à luz, que no ramo da física são chamados de óptica
sem a letra p, é relativo ao
geométrica, identificando os avanços tecnológicos obtidos a partir
ouvido, na medicina.
deles.
Propagação da Luz
Observe a ilustração abaixo.
A figura mostra o esquema de funcionamento de uma câmara escura. Ela é construída com
uma caixa comum, quase completamente fechada, pois nela há um pequeno furo em uma de suas
faces, que permite que pouca luz entre e forme uma imagem invertida no outro lado.
Introdução à Óptica
Pesquise em livros e na internet sobre o funcionamento do olho humano e descreva como
ele se assemelha a uma câmara escura. Procure descobrir também as respostas para as
seguintes questões:
• Como é possível a formação da imagem?
• Por que a imagem fica invertida?
Esses fenômenos ocorrem devido ao princípio de propagação retilínea da luz, ou seja:
Quando a luz se propaga em um meio homogéneo e transparente, podemos repre¬
sentá-la por uma reta que liga a fonte ao ponto de interesse.
Com base nessa propriedade, podemos calcular o tamanho da imagem dentro da câmara escura.
A imagem a seguir mostra um objeto de altura H colocado em frente à face esquerda da câmara
escura, com o furo. A distância entre o objeto e esta face é igual a d. Representamos os raios lumi¬
nosos que saem das extremidades do objeto e passam pelo furo, projetando-se sobre a face direita.
Em que d' é a distância da face (da câmara escura) com o furo até a face onde foi projetada a
imagem e H' é o tamanho da imagem.
/ Introdução à Óptica
Calcule a altura de uma imagem formada em uma câmara escura de 0,3 m de comprimento,
a partir de uma pessoa de 1,70 m de altura, situada a 2,5 m de distância da câmara.
Da figura, temos:
Introdução à Óptica
IZO/Shutersock Espelhos Planos
Na rotina diária, utilizamo-nos de espelhos planos com tamanha
frequência que não paramos para pensar como eles funcionam, qual
a tecnologia envolvida em sua fabricação e quais os fenômenos físicos
envolvidos para a formação da nossa imagem. Basicamente, podemos
dizer que um espelho é formado em qualquer superfície polida com
grande poder de reflexão.
Espelho plano.
Leis da Reflexão
A ilustração a seguir mostra um feixe luminoso incidindo sobre
O feixe luminoso pode ser
uma superfície espelhada e sendo refletido posteriormente.
representado por um con¬
junto de raios luminosos.
A figura ilustra adequadamente estas leis. O feixe de luz incide sobre um pequeno espelho
plano e, como percebemos, o raio incidente à normal e o raio refletido estão no mesmo plano do
papel. Notamos também que os ângulos entre o raio incidente e o raio refletido em relação à normal
são iguais.
Introdução à Óptica
Formação de Imagem
Para entender como se formam as imagens em espelhos planos, considere um pequeno objeto
colocado a certa distância de um espelho, como mostra a figura a seguir.
O observador, uma pessoa situada em uma posição em frente ao espelho, observa a imagem.
Agora analise a próxima figura.
Para entendermos o que está representado na figura, temos que proceder da seguinte maneira:
• O objeto emite milhares de raios de luz em todas as direções, mas, primeiramente, escolhe¬
mos apenas dois que nos ajudam a formar a imagem. O primeiro a ser escolhido será um
raio que saia do objeto, reflita no espelho e vá em direção ao observador. Não podemos nos
esquecer de que i = ? em relação à reta normal.
• Escolhemos um segundo raio, que incida perpendicularmente ao espelho. O seu raio refle¬
tido vai retornar pelo mesmo caminho, conforme visto na figura (i = r ).
• Com linhas pontilhadas, prolongam-se para dentro do espelho os dois raios de luz refletidos,
como está na figura. A imagem se forma exatamente no encontro destes prolongamentos.
Introdução à Óptica\
(UFAC - Adaptado) Sentado na cadeira da barbearia, um rapaz
olha no espelho a imagem do barbeiro, em pé atrás dele. As
dimensões relevantes são dadas na figura. A que distância (hori¬
zontal) dos olhos do rapaz fica a imagem do barbeiro?
Introdução à Óptica
1) Considerando a atividade de aplicação:
a. Demonstre como o cliente conseguiria ver os pés do barbeiro. Qual seria o tamanho do
espelho para que ele conseguisse ver totalmente o barbeiro?
Introdução à Óptica
Sartin/huesock
John
Espelhos Esféricos
Estamos tão acostumados a ver espelhos esféricos sendo
usados como dispositivo de segurança em lojas, supermercados
e alguns cruzamentos de ruas, que não nos questionamos quanto
ao funcionamento deles. Por que vemos uma imagem ampla,
mas temos dificuldade em definir detalhes nela?
Basicamente, um espelho esférico é obtido a partir de um
corte em uma esfera (calota esférica), sendo uma de suas super¬
fícies polida até se obter boa reflexão. Dependendo do tipo de
superfície polida, os espelhos esféricos se dividem em côncavo,
quando a superfície refletora é a interna; e convexo, quando é a
externa.
Espelho convexo.
/ Introdução à Óptica
• O vértice do espelho (V) é o centro da superfície refletora.
• O centro do espelho (C) é equivalente ao centro da esfera que originou o espelho.
• O eixo do espelho é uma linha imaginária que passa pelo centro.
• A distância entre C e o espelho é o seu raio (R), que corresponde ao raio de curvatura da
esfera.
O ponto (F) é chamado de foco do espelho. Ele corresponde à metade do raio (F = — ).
Construção Geométrica
Para entender a formação de imagens, vamos considerar um objeto colocado em frente a um
espelho côncavo, sobre o seu eixo.
O procedimento para a
Neste caso, o encontro não construção da imagem
acontece entre os prolongamen¬ é válido para espelhos
côncavos e convexos.
tos, mas entre os próprios raios
E a imagem é formada
refletidos. Neste ponto, temos a pelo encontro de pelo
formação da imagem. menos dois raios
notáveis ou seus prolon¬
A partir da formação geo¬ gamentos. As imagens
métrica da imagem, podemos em espelhos convexos
classificá-la como: invertida, me¬ são sempre formadas
nor que o objeto e real (pois é pelo prolongamento dos
raios de luz, ou seja, ela
formada pelos raios refletidos e é virtual e direita.
pode ser projetada em uma tela).
Introdução à Óptíca\
Construa e classifique a imagem do objeto nas situações abaixo.
Introdução à Óptica
A Equação dos Espelhos Esféricos
Em que:
(+) para espelho côncavo
(-) para espelho convexo { (+)para imagem real
(-) para imagem virtual
+
1 1 1
+ A. 1 1 1 _
A___L
f
~
x x1 10
~
5 x1 x1
~
10 5 ^ x' 10
Introdução à Óptica
c. Classifique a imagem obtida.
De acordo com os resultados, temos:
• Como y' é positivo, a imagem é direita.
• É maior que o objeto, pois y = 2 cm e y' = 4 cm.
• Como x1 é negativo (x' = -10 cm), a imagem se forma dentro do espelho, ou seja, é
virtual.
O— Para mais informações sobre as equações, assista aos vídeos disponíveis em:
• <http://www.sofisica.com.br/conteudos/Otica/Reflexaodaluz/espelhoesferico.php>;
• <http://www.youtube.com/watch?v=J8H9fTa5-wc>.
/ Introdução à Óptica
Capítulo 2
Refração da Luz
Em muitas situações percebemos que objetos imersos em água aparentam estar deformados
ou, como no caso da imagem, aparentam estar em um local e, na realidade, estão em outro. Isso
ocorre devido a um fenômeno óptico chamado refração.
Leis da Refração
Considere um raio de luz incidindo sobre uma superfície que separa dois meios de propagação
(a luz entrando na água, por exemplo). Parte do raio sofre reflexão e parte dele penetra no segundo
meio, sofrendo refração. Este último fenômeno pode ser descrito com base em duas leis, tal qual a
reflexão.
• Primeira Lei da Refração - O raio incidente, o raio refratado e a reta normal formam um
único plano.
• Segunda Lei da Refração - A lei relaciona as velocidades de propagação da luz (v) nos dois
meios, com o ângulo de incidência (OJ e de refração (02) e com o tipo de meio onde a luz se
propaga.
Refração da Luz
Normal
Em que:
• n = índice de refração, informa-nos como a luz se propaga neste meio. É um valor caracte-
rístico para cada meio. Medindo o índice de refração de um meio, podemos saber com qual
material estamos trabalhando.
• Constante c = Velocidade da luz no vácuo, que é sempre igual a 3 • 108 m/s.
Aplicação
1) (UEMA) A figura que segue representa um raio de luz que se propaga pelo ar e incide sobre
um meio Q. Qual o índice de refração do meio Q?
Á,—-—
Refração da Luz
Com isso, temos:
<1/2
n1•sen Oj n2
= • sen
02 -> 1 sen 60° = nQ • sen 30°
-> nQ
1/2
2) Qual é a velocidade de propagação da luz no meio Q do exercício anterior?
3 • 108
V3
1) (PUC) Quando um feixe de luz monocromático sofre uma mudança de meio, passando do
ar para a água, a grandeza que se mantém sempre constante é:
a. o comprimento de onda;
b. a velocidade de propagação;
c. a intensidade do feixe;
d. a direção de propagação;
e. a frequência.
2) (PUC-RS) Uma substância possui índice de refração absoluto igual a 1,25. Sendo a veloci¬
dade de propagação da luz no vácuo igual a 3,0 . 108 m/s, conclui-se que a velocidade de
propagação da luz na referida substância é:
a. 2,0 • 108 m/s;
2,4 • 108 m/s;
c. 2,8 • 108 m/s;
d. 3,2 • 108 m/s;
e. 3,6 • 108 m/s.
Refração da Luz
3) (VUNESP-SP) Quando um feixe de luz, propagando-se no ar, incide sobre a superfície plana
de separação entre o ar e um meio transparente, por exemplo, a água ou o vidro, ocorrem
simultaneamente a refração e a reflexão. Nesse caso, dizemos que a luz sofre uma reflexão
parcial. Descreva, sucintamente, pelo menos uma situação, presenciada por você no decor¬
rer de sua vida diária, que sirva como uma evidência para isso, ou seja, que nos mostre que
nesses casos a luz também sofre reflexão.
4) (EFOA-MG) Um feixe de luz branca, ao atravessar um prisma, imerso no ar, sofre dispersão,
dando origem a um espectro colorido.
a. Faça um esboço gráfico desenhando o prisma e o feixe de luz incidindo, atravessando e
emergindo desse prisma.
b. Que propriedade do prisma ocasiona a dispersão da luz branca? Por quê?
Lentes Esféricas
Refração da Luz
Basicamente, as lentes são formadas por um meio de índice de refração np imerso em outro
meio com índice de refração n2. Como exemplo, temos uma lente de vidro imersa no ar ou uma gota-
-d’água sobre uma folha de papel.
Tipos de Lentes
As lentes são classificadas em dois grupos: bordas finas, ou convexas; e bordas grossas, ou
côncavas.
Lentes convergentes
Lentes divergentes
Neste livro, tratamos de lentes de vidro imersas no ar; as lentes com bordas finas são chamadas
de convergentes, e as com bordas grossas de divergentes.
Para facilitar a sua representação, as lentes são mostradas conforme o esquema abaixo.
Lente convergente Lente divergente
r
F' F'
C F 0 C C F 0 C
Refração da Luz
Construa, geometricamente, a imagem de um objeto colo¬
cado em frente a uma lente convergente, como no desenho.
— -—
Refração da Luz
A Análise
Refração da Luz
De acordo com o que vimos no início da unidade, a máquina fotográfica e o olho humano são
considerados câmaras escuras. Ambos possuem lentes no orifício de entrada de luz para auxiliar na
projeção da imagem para o fundo da câmara, conforme destaca a figura que segue.
Além dos instrumentos que vimos aqui, o homem desenvolveu uma tecnologia utilizada para o
transporte de informações: a fibra óptica. Ela consiste basicamente de uma fibra pelo interior da qual
a luz consegue viajar, sem se dispersar. Com o barateamento desta tecnologia, foi possível reduzir o
custo das linhas de transmissão, permitindo a distribuição de internet em banda larga para boa parte
das residências, além de TVs a cabo e até objetos de decoração.
Para obter mais informações sobre lentes, assista ao vídeo disponível em:
• <http://www.youtube.com/watch?v=0V9jfSLVZqA>.
Para conhecer melhor os instrumentos ópticos, acesse os vídeos disponíveis em:
• <http://www.coladaweb.com/fisica/optica/instrumentos-opticos>;
• <http://www.youtube.com/watch?v=AkLOACBHqPI>;
• <http://www.youtube.com/watch?v=4_SFgreGme8>;
• <http://www.youtube.com/watch?v=6tWxyCszakY>.
Seção de Sistematização
Nesta unidade, vimos como conceitos simples ligados à óptica podem ser devida¬
mente organizados de forma a permitir o desenvolvimento de tecnologias, tanto no
desenvolvimento de equipamentos, como no conhecimento do corpo humano.
Unidade
A Importância da
Eletricidade
A tualmente,dependemos da existência e da manipulação da eletricidade para muitas de
nossas ações. Desde o momento em que levantamos e ligamos a cafeteira, entramos em
um elevador, embarcamos em um ônibus, até quando apagamos todas as luzes de casa
para o merecido sono, estamos utilizando recursos obtidos por meio da eletricidade.
Mesmo sabendo que a humanidade passou a maior parte de sua história sem imagi¬
nar o que seria essa tal de eletricidade, você consegue imaginar nossas vidas hoje sem ela ?
Capítulo 1
Eletrostática
Nossa dependência em relação à eletricidade é tamanha que, muitas vezes, quando há um
corte no fornecimento, ficamos com a sensação de que estamos totalmente perdidos e de que não
conseguiremos executar muitas de nossas tarefas, mesmo as mais simples, e ainda que seja dia.
1) Descreva quatro atividades diárias que você executa dependendo da eletricidade e quatro
atividades sem o uso dela.
2) No texto de abertura desta unidade, foi dito que usamos a eletricidade ao embarcarmos em
um ônibus. Levante hipóteses sobre quais são os equipamentos deste veículo que utilizam
a eletricidade para o seu funcionamento.
3) Descreva como seria a sua vida se o fornecimento de energia elétrica fosse suspenso por
vários anos.
O 0 vídeo a seguir, mostra uma visão não realista, mas interessante, de como seria nosso mundo sem eletricidade,
vale a pena assistir: <http://www.youtube.com/watch?v=MpOXdD4j83l>.
Eletrostática
Carga Elétrica
Uma brincadeira que desperta a curiosidade da criançada é atritar um pente no cabelo e, em
seguida, aproximá-lo de pequenos pedaços de papel. Magicamente, os pedaços de papel pulam e gru¬
dam no pente. Ainda mais fascinante é a experiência mostrada na foto, em que uma caneta é capaz
de entortar um filete de água à distância. Estas brincadeiras trazem consigo as bases para o estudo
deste capítulo: cargas elétricas.
Registros dessas observações datam do século VI a.C., quando Thales de Mileto descreveu a
atração de pedaços de palha e sementes de grama por
âmbar atritado em pele de animais.
Muitas madeiras produzem uma resina
Depois de muitos experimentos, cientistas con¬ que, com o passar do tempo, sofre um
cluíram que existem dois tipos de cargas elétricas e processo de fossilização, dando origem a
chamaram-nas de positivas (+) e negativas (-). Mais uma pedra amarelada, chamada âmbar.
tarde, descobriram que essas cargas fazem parte de todos Aristóteles e Thales de Mileto afirmavam
os átomos e que estão distribuídas dentro do núcleo - que o imã e o âmbar atraíam coisas por¬
prótons que possuem carga positiva - e orbitando-o, que possuíam alma.
elétrons com carga negativa.
Por ser um estudo fascinante, a história da eletricidade foi escrita com o trabalho de
diversas pessoas de grande dedicação. Entre elas, William Gilbert, com observações sobre
eletrização; Benjamin Franklin, que estudou como a eletricidade fluía; Charles Coulomb,
que descreveu a força entre duas cargas elétricas; e muitos outros.
Escolha algum desses personagens e pesquise sobre as suas contribuições para a ciência.
EletrostáticaváÈ
Um átomo em equilíbrio possui o mesmo número de prótons e elétrons, por isso podemos
dizer que sua carga elétrica é nula, chamando-o átomo neutro. Entretanto, quando retiramos elé¬
trons de um corpo, ele fica com um excesso de cargas positivas, ficando eletrizado positivamente.
Ilustração de um átomo.
) Reflexão
Você conseguiria explicar por que, ao eletrizarmos um corpo, dizemos que ele perdeu ou
ganhou elétrons, e não falamos em prótons? Discuta com o professor.
Quantidade de Carga
Prótons e elétrons possuem exatamente o mesmo valor de carga elétrica, chamada de carga
elementar, que é igual a:
e = 1,6- 10-19C
A unidade de carga elétrica é o coulomb (C), em homenagem ao físico francês Charles A.
Coulomb, que realizou vários estudos muito importantes para a física. Ele foi o primeiro a propor um
método eficaz na medição da força entre cargas elétricas.
Podemos dizer que a única diferença entre a carga do próton e do elétron é o sinal:
Eletrostática
A eletrização total de um corpo é medida pela sua quantidade de carga elé¬
trica total (Q), dada pelo número de elétrons (n) que foi adicionado ou retirado do
corpo:
Q = n •e
Um corpo possui 8,0 • 1019 prótons e 4,0 1019 elétrons. Qual é a carga
elétrica líquida desse corpo?
Primeiro temos que saber qual é a diferença entre o número de prótons e
elétrons:
n = 8,0 • 1019 - 4,0 • 1019
.-. n = 4,0 1019 prótons
^ = +6,4
—-A
Eletrostática
A Análise
Eletrostática
Condutores e Isolantes
Muitas vezes já observamos estruturas semelhantes às mostradas na figura, em linhas de trans¬
missão elétrica, tanto para altas-tensões como algumas mais simples, em nossas próprias residências.
Análise
Eletrostática
3) Descreva algum dispositivo, existente em sua casa, que possui condutores e isolantes de
eletricidade.
Você pode explorar um pouco mais este curioso universo no seguinte link: <http://www.youtube.com/
watch?v=MKmvAjm3YJ4>.
Eletrização
Basicamente, podemos dizer que eletrização é o processo de colocar ou remover elétrons de
um corpo. Existem três processos de eletrização, que estudaremos a seguir.
Eletrostática
Eletrização por Atrito
Como no exemplo da ilustração
ao lado, podemos pegar um bastão de
vidro e o atritarmos em um pedaço de lã,
ambos inicialmente neutros. Após isso,
ao aproximarmos o bastão de vidro de
pequenos pedaços de papel, percebemos
que estes são atraídos.
Experiências detalhadas mostram
que o bastão e a lã trocaram elétrons
durante o atrito. Mas o bastão cedeu
mais elétrons para a lã, ou seja, ficou
eletrizado positivamente, enquanto esta
recebeu elétrons a mais, ficando eletri-
Exemplo de um experimento de eletrização por atrito.
zada negativamente.
Experiências como essa mostraram que existem materiais que possuem maior tendência a doar
elétrons do que outros. Com esses resultados, foram montados quadros chamados de séries triboelé-
tricas. A seguir são apresentados apenas alguns exemplos.
Na série triboelétrica da tabela acima, confirmamos que o vidro perde mais elétrons durante o
atrito com um pedaço de lã, portanto o vidro fica eletrizado positivamente, enquanto a lã fica eletri-
zada negativamente.
De acordo com a série triboelétrica fornecida, o que acontece quando atritamos PVC em
um pedaço de couro?
Como o couro tem maior tendência a perder elétrons que o PVC, temos:
• couro -> eletrizado positivamente;
• PVC -> eletrizado negativamente.
Eletrostática
Análise
O site <http://falandoemfisica.blogspot.com.br/2008/10/bexiga-
eletrizao-por-atrito-material-l.html> propõe atritar uma bexiga
(balão de aniversário) em um cachecol ou outra peça de lã. Ao
fazer isso, você verá que a bexiga começa a grudar nas paredes,
no rosto, no cabelo, etc. Você pode estender o experimento, apro¬
ximando-a de uma lata de refrigerante vazia, sem encostar. O que
acontece?
Eletrostática
Eletrização por Contato
Veja a ilustração abaixo:
Após a separação,
ambos terão cargasde
mesmo sinal.
A sequência apresentada acima mostra o que acontece quando encostamos um corpo eletri-
zado positivamente em um neutro. Ao fazer isso, os elétrons saem do corpo neutro e passam para o
corpo eletrizado. Quando separamos os dois corpos, eles ficam com cargas de mesmo sinal. Quando
os corpos são iguais, a quantidade de carga Q do corpo carregado é dividida entre os dois, resultando
—
em para cada um.
Pesquisem e façam, em grupos, algum experimento sobre eletrização por contato, que uti¬
lize pedaços de papel e um pente. Em seguida, respondam às questões a seguir:
2) O que acontece para que os pedaços de papel que grudaram no pente sejam repelidos em
seguida?
Eletrostática
Os seguintes vídeos contêm alguns experimentos que podem ser facilmente
realizados:
• <http://www.youtube.com/watch?v=u9Uwb12nVz4>;
• <http://www.youtube.com/watch?NR=l&v=lsFzsNJ-7pE>.
Você também pode reproduzir o experimento do último vídeo, substituindo
a folha de acetato por um pedaço de saco plástico de lixo, dando preferência
para os mais finos.
Repulsão
Repulsão
Atração
Eletrostática
Descreva o que acontece quando aproximamos um bastão eletri-
zado positivamente de dois corpos neutros como a seguir:
-Õ- +G)++
Análise
Eletrostática
2) Descreva e desenhe o que acontece quando aproximamos um bas¬
tão eletrizado negativamente de dois corpos neutros.
Eletrostática
6) (Gl) Esfregando-se um bastão de vidro com um pano de seda,
o bastão passa a atrair pedacinhos de papel. A explicação mais
correta deste fato é que:
a. o bastão eletrizou-se;
o pano não se eletrizou;
c. o bastão é um bom condutor elétrico;
o papel é um bom condutor elétrico;
e. o papel estava carregado positivamente.
a. negativa;
b. positiva;
c. nula;
d. positiva ou nula;
e. negativa ou nula.
Eletrostática
Capítulo 2
F=k 21^
l d2
Ou seja,
As forças (F) de atração ou de repulsão entre duas cargas elétricas são diretamente
proporcionais à multiplicação entre os valores das cargas Q^C^e inversamente propor¬
cionais ao quadrado da distância d que as separa.
Atração Repulsão
+0. +0. +0.
N•m
O valor mostrado acima é válido para o ar seco e varia quando fazemos nossos experimentos
em dia de chuva. Podemos ver isso ao tentar fazer o experimento da bexiga quando está chovendo; a
brincadeira não terá muita graça, pois a força elétrica será menor.
(PUC-BH) Duas cargas elétricas puntiformes são separadas por Em forma de ponto.
uma distância de 4 cm e se repelem mutuamente com uma força Neste caso, cargas
pontuais em que não se
de 3,6 • 10-5 N. Se a distância entre as cargas for aumentada para levam em consideração as
12 cm, a força entre as cargas passará a ser de: dimensões da carga.
a. 1,5 • IO"6 N.
b. 4,0 IO’6 N.
C. 1,8 • IO6 N.
d. 7,2 • IO"6 N.
Converse com os colegas e registre abaixo o porquê de o ar úmido diminuir a força eletros¬
tática entre corpos eletrizados.
Linhas de Campo
Puntual: A figura apresentada abaixo é uma ilustração de como podemos
Na matemática, diz-se representar um campo elétrico. Para uma carga puntual positiva, represen¬
algo com dimensões de tamos o campo elétrico por um conjunto de linhas igualmente espaçadas
Lde um ponto. que saem da carga. Essas linhas radiais são chamadas de linhas de campo.
A distribuição das linhas de campo começa a ficar mais interessante quando combinamos
cargas elétricas diferentes e seus campos passam a interagir entre si. Nas figuras abaixo, vemos a
representação das linhas de campo para duas cargas elétricas de sinais contrários e para duas cargas
de sinal positivo.
gõgj Análise
Faça a representação das linhas de campo para duas cargas puntuais negativas.
A concentração das linhas de campo nos indica como é a intensidade do campo elétrico, ou
seja, ele diminui conforme nos afastamos da carga.
Para calcular o campo elétrico, é proposta a seguinte situação:
Uma pequena carga elétrica q, chamada de carga de prova, é colocada em uma região onde
existe um campo elétrico gerado por outra carga Q.
A carga de prova experimentará uma força elétrica F. O campo elétrico nesse local pode ser
calculado pela relação:
Aplicação
Resposta: e.
No seguinte vídeo você pode ver uma interessante aplicação para campos
elétricos na produção de azeite de oliva: <https://www.youtube.com/
watch?v=-xHrP_agQpk>.
1) (UEG-GO- Adaptado) Afigura abaixo representa as linhas de campo elétrico de duas cargas
puntiformes. Com base na análise da figura, responda aos itens a seguir.
2) Determine a intensidade do campo elétrico, cuja carga de prova é igual a -6 pC, sujeita a
uma força cuja intensidade é de 12 N.
3) Uma carga de 2 C está situada num ponto P, e nela atua uma força de 4 N. Se esta carga de
2 C for substituída por uma de 3 C, qual será a intensidade da força sobre esta carga quando
ela for colocada no ponto P?
:
Força Elétrica -A Lei de Coulomb
Façam, em grupos, uma pesquisa sobre os perigos e precauções a serem tomadas em rela¬
ção à eletricidade estática na atividade industrial. E, em seguida, respondam às questões:
Seção de Sistematização
Durante esta unidade, vimos como alguns conceitos elementares de eletricidade
têm sido manipulados ao longo da história e como se tornaram fundamentais para a
nossa sociedade. Desde as primeiras interpretações filosóficas de Thales de Mileto e
Aristóteles, até as observações experimentais de Benjamin Franklin e Charles Coulomb.
Talvez agora possamos responder à pergunta: Como seria minha vida se a eletrici¬
dade deixasse de existir? Muitas pessoas argumentam que teríamos uma vida mais livre
e simples, enquanto outras têm calafrios só de pensar em não assistir à televisão ou
utilizar o computador e o celular. Debata com os colegas em qual grupo você se encaixa.
Unidade ÍH
Eletricidade Dinâmica -
Eletrodinâmica
N aunidade anterior, vimos a nossa dependência da eletricidade e de alguns conceitos
básicos sobre ela, mas não tratamos da tecnologia ligada ao nosso dia a dia. Nesta
unidade, vamos aprofundar nossos estudos, compreendendo conceitos usados diaria¬
mente, tanto para ligar um aparelho elétrico em casa como para a compra de um eletrodoméstico
em uma loja.
Ao ligarmos um equipamento em um local diferente de nossas casas, sempre faze¬
mos a pergunta: “Aqui é 110 V ou 220 V?”
Capítulo 1
Corrente Elétrica
Uma situação, no mínimo desagradável, que
já deve ter acontecido com muitos que têm chuveiro
elétrico em casa é, em pleno inverno, a água simples¬
mente esfriar no meio do banho.
Quando isso começa a acontecer com frequên¬
cia, você chama um eletricista e ele logo responde:
- Moço, o disjuntor não aguenta. Ele é de 40
amperes e você precisa de um de 50 amperes.
‘WAJA
É comum encontrarmos correntes
elétricas pequenas expressas em seus
submúltiplos:
1 mA = 0,001 A = 10-3A
1 pA =0,000001 A = W^A
Corrente Elétrica
Na figura, vemos que os elétrons movimentam-se ordenadamente para a direita, enquanto
percebemos que a corrente elétrica i vai para a esquerda. Historicamente, por causa da falta de com¬
preensão dos fenômenos elétricos, criaram-se duas convenções para o sentido das correntes elétricas:
o real, que segue o movimento dos elétrons; e o convencional, que segue inversamente ao movimento
dos elétrons. A menos que seja detalhadamente mencionado, a partir de agora adotaremos sempre
o sentido convencional da corrente elétrica.
Elétrons em movimento
1) Um fio metálico é percorrido por uma corrente elétrica contínua e constante. Sabe-se
que uma carga elétrica de 64 C atravessa uma secção transversal do fio em 8,0 s. Sendo
e = 1,6 • 10’19 C a carga elétrica elementar, determine:
a. A intensidade da corrente elétrica.
Corrente Elétrica
b. 0 número de elétrons que atravessa uma secção do condutor no referido intervalo de
tempo.
Como vimos na unidade anterior, a quantidade de carga Q é dada pelo número n de elé¬
trons e que passam pelo condutor, ou seja,
Q=n.e n=
_
Q
n = ———-
64
n = 401019 =
2) Qual é o tempo médio, em segundos, que você leva para tomar banho?
3) Então, qual é a carga que circula pelo seu chuveiro durante o seu banho?
4) Qual é a quantidade de elétrons que circula pelo seu chuveiro durante o seu banho?
É provável que você tenha concluído que o chuveiro elétrico é um dos maiores vilões no con¬
sumo de energia elétrica em nossas residências.
Corrente Elétrica
1) (UNISA) A corrente elétrica nos condutores metálicos é constituída de:
a. elétrons livres no sentido convencional;
cargas positivas no sentido convencional;
c. elétrons livres no sentido oposto ao convencional;
d. cargas positivas no sentido oposto ao convencional;
e. íons positivos e negativos fluindo na estrutura cristalizada do metal.
2) (FATEC) Sejam as afirmações referentes a um condutor metálico com corrente elétrica de 1A:
I. Os elétrons deslocam-se com velocidade próxima à da luz.
II. Os elétrons deslocam-se em trajetórias irregulares, de forma que sua velocidade média
é muito menor que a da luz.
III. Os prótons deslocam-se no sentido da corrente e os elétrons em sentido contrário.
É (são) correta(s):
a. I; b. I e II;
c. II; d II e III;
e. I e III.
5) Uma bateria de automóvel, completamente carregada, libera 1,3 . 105 C de carga. Determine,
aproximadamente, o tempo em horas que uma lâmpada, ligada nessa bateria, ficará acesa,
sabendo que necessita de uma corrente constante de 2,0 A para ficar em regime normal de
funcionamento.
—
Corrente Elétrica\&F/
Corrente Contínua e Corrente Alternada
Quando ligamos uma lanterna ou qualquer aparelho elétrico que funcione com pilhas ou bate¬
rias, preocupamo-nos em ver se a colocação das pilhas está correta. Isso significa observar os polos
positivo (+) e negativo (-). Fazemos isso, porque esse tipo de fonte de alimentação é chamada de
fonte de corrente contínua (cc), ou seja, seus polos apresentam sempre um valor de diferença de
potencial constante (1,5 V, 9 V, 12 V...) e a corrente não muda de sentido.
Uma pilha ou bateria é uma fonte de corrente contínua (cc), enquanto a tomada de nossas casas é uma fonte de corrente alternada (ca).
No entanto, em casa, ao ligarmos uma televisão na tomada, essa preocupação não é necessária,
uma vez que os polos da tomada ficam mudando constantemente de sinal. Isso mesmo! Ao marcar¬
mos os polos de uma tomada no Brasil, veremos a primeira figura abaixo. Ao fazermos a mesma
marcação 8,33 ms depois, veremos a segunda imagem. Com isso, podemos dizer que nossas tomadas
são fonte de corrente alternada (ca), ou seja, mudam com uma frequência de 60 Hz.
A figura mostra uma tomada elétrica com seus polos marcados em um primeiro momento e sendo invertidos logo em seguida.
Na corrente alternada, como mostra o gráfico, a corrente oscila de zero até um valor máximo
positivo, volta para zero, vai para um valor máximo negativo e retorna a zero. Isso ocorre 60 vezes
em um segundo no Brasil.
|i
0 seguinte vídeo apresenta uma breve história da eletricidade, abordando o surgimento das primeiras pilhas
elétricas: <http://www.youtube.com/watch?v=IUgS7Uw-qBI>.
Corrente Elétrica
Efeitos da Corrente Elétrica
O uso da corrente elétrica em nosso dia a dia só é possível porque aprendemos a manipular
muitos dos seus efeitos. Entre eles, podemos citar os apresentados a seguir.
Efeitos Magnéticos
Mais à frente, veremos que a passagem da corrente elétrica por um condutor gera um campo
magnético, o qual pode ser aproveitado para a construção de eletroímãs, geradores elétricos, trans¬
formadores elétricos, motores elétricos e acopladores magnéticos.
Efeitos Químicos
A indústria da metalização de materiais usa amplamente os fenômenos chamados de eletroquí-
micos, os quais consistem no controle de reações químicas com a passagem de corrente elétrica. Com
eles, é possível criar uma camada de proteção sobre um objeto, chamada de galvanização, niquelação,
zincagem e outros.
Corrente Elétrica
Efeitos Biológicos
Nosso cérebro funciona com pequenos impulsos
elétricos entre os neurônios, são esses impulsos que con¬
trolam todo o nosso corpo. Graças a eles, nosso cérebro
consegue controlar os movimentos do coração, pulmão,
braços, pernas e todos os outros órgãos, mesmo aqueles
movimentos que não percebemos.
Quando uma corrente de 1 mA passa por nosso
corpo, sentimos um leve formigamento. Com 10 mA,
perdemos o controle dos músculos. Uma corrente maior
Armyagov/Shutesck
Andrey
que essa pode ser fatal. Quando a corrente elétrica passa
pelo tórax, o coração e o pulmão perdem o ritmo de fun¬
cionamento, podendo levar a uma parada cardíaca ou
respiratória.
A eletricidade também afeta o nosso corpo.
A Tensão Elétrica
Video/Shutrsck
Um problema comum que ocorre atualmente é
comprarmos um eletrodoméstico em uma loja virtual
na internet e não percebermos que ele é alimentado em
and 220 volts (V), enquanto em nossas casas a rede é 110 volts
Phot
L (V), ou vice-versa. Quando o equipamento chega, somos
Pavel obrigados a efetuar a troca.
É muito comum nos referirmos
a ddp como voltagem, mas esta
O que significa dizer que a alimentação é
denominação é popular e não tem 110 volts ou 220 volts?
sentido técnico.
Alessandro Volta (1745-1827) Quando falamos que a tomada ou a pilha têm 110 V
criou as primeiras "pilhas" elé¬ ou 1,5 V, estamos nos referindo a uma grandeza chamada
tricas com base nos estudos dos
diferença de potencial elétrico (ddp), também conhecida
efeitos elétricos observados por
Luigi Galvani (1737-1 798) em com tensão elétrica. A ddp ou tensão é medida em volts (V)
pernas de rã. em homenagem ao físico italiano Alessandro Volta.
Corrente Elétrica
De uma forma simples, podemos dizer que a ddp é uma grandeza que nos diz qual é a energia
transferida a 1 C de carga ao passar por nosso equipamento elétrico, assim:
• 12 V - Significa que forneceremos 12 J de
energia a uma carga de 1 C para que ela possa
transitar por nosso aparelho.
• 220 V - Significa que forneceremos 220 J de
energia para cada carga de 1 C quando liga¬
mos nossos equipamentos elétricos.
Os valores de ddp que encontramos mais comu-
mente no nosso dia a dia são 1,5 V, 9 V e 12 V para
pilhas e baterias e 127 V, 220 V e 380 V para nos¬
sas tomadas. Isso mesmo! E errado dizer que nossa
tomada tem 110 V, ela tem, na realidade, 127 V, ou Grandes torres de transmissão de energia transportam eletricidade
algo próximo disso. a tensões acima de 50 000 V, chegando a 800 000 V em uma linha de
distribuição da Usina Hidrelétrica de Itaipu.
Resistência Elétrica
Quando aplicamos uma ddp em um aparelho elétrico, seus elétrons começam a fluir ordenada¬
mente, estabelecendo-se uma corrente elétrica, certo? Então, significa dizer que quanto maior a ddp
aplicada, maior será a corrente elétrica? Muito bem, estamos no caminho. Mas é só isso?
Não. Assim como você encontra dificuldades diferentes ao trafegar em locais diferentes
(asfalto, estradas de barro, areia, mato, etc.), os elétrons encontram dificuldades em diferentes mate¬
riais. Dizemos que eles encontram uma resistência elétrica.
Ela é uma grandeza física medida em ohm (Q) - em homenagem ao físico alemão Georg
Simon Ohm - e, em um circuito elétrico, os elementos que apresentam resistência elétrica são
chamados de resistores.
—A
Corrente Elétrica
Foi Ohm quem descobriu que a resistência elétrica R de um mate¬
Quando fazemos rial é obtida pela relação entre a ddp aplicada V e a corrente elétrica
V = R • I, percebemos estabelecida i, ou seja:
que a Lei de Ohm é
uma função de 1e grau
com coeficiente linear
igual a zero. Lei de Ohm
Análise
Corrente Elétrica
jjSgj Análise
Uma serpentina é um resistor usado para aquecer reservatórios de água. Considere uma
serpentina de aquecimento que, ligada a uma linha de 110 V, consome 2,5 A. Determine a
resistência elétrica dessa serpentina.
B
Corrente Elétrica\^^F/
Considere que, em sua casa, você tenha uma alimentação de 220 V e o disjuntor da caixa
de entrada seja de 40 A. Calcule qual é a resistência elétrica equivalente de sua residência
quando você tiver aparelhos elétricos ligados, de forma a ter uma corrente elétrica igual ao
máximo suportado pelo disjuntor.
(UFG-GO) Nos choques elétricos, as correntes que fluem através do corpo humano podem
causar danos biológicos que, de acordo com a intensidade da corrente, são classificados
segundo a tabela abaixo:
Resistividade Elétrica
A resistência de um resistor é determinada por um conjunto de fatores combinados. Como
exemplo, vamos considerar um pedaço de um condutor elétrico, como mostrado no desenho.
Experiências mostram que:
Corrente Elétrica
Quando falamos em mudar o material, estamos nos referindo a
uma grandeza elétrica que é característica de cada material, a resistivi-
dade elétrica p. É ela que nos diz que o cobre conduz melhor do que o
ferro e do que uma cerâmica isolante. É ela que determina se o material
é classificado como isolante ou condutor elétrico. Ela é definida, além
da composição do material, pela temperatura dele. A tabela mostra a
relação de alguns materiais e suas resistividades a 20 °C.
Alguns materiais e suas resistividades elétricas a 20° C
Material p em Qm a 20 °C
Prata 1,59 • IO’8
Cobre 1,72 • IO’8
Ouro 2,44 • IO’8
Alumínio 2,82 • IO8
Ferro 1,0 • IO’7
7
Chumbo 2,2 IO
•
Análise
Olhando para a tabela acima, qual é o material que você diria ser
um melhor condutor de eletricidade? E qual é o pior condutor?
Explique o que guiou a sua avaliação.
Corrente Elétrica
«IAplicação
a. 4;
b. 2;
c. 1;
Então, temos
P2 R2 .
P2
Resposta: b.
0/
Corrente Elétrica
1) (UFBA) 0 valor da resistência elétrica de um condutor ôhmico
não varia, se mudarmos somente:
a. o material de que ele é feito;
b. seu comprimento;
c. a diferença de potencial a que ele é submetido;
d. a área de sua secção reta;
e. a sua resistividade.
Corrente Elétrica
4) 0 filamento de tungsténio de uma lâmpada tem resistência de 40
a 20 °C. Sabendo que sua secção transversal mede 0,12 mm2 e
que a resistividade vale 5,51 gQm, determine o comprimento do
filamento.
(^7
Corrente Elétrica
Capítulo 2
A Reflexão
l ’’■i v
'í
Aprendemos também que a potência está relacionada com o consumo de energia (E) do equi¬
pamento em um determinado tempo. Então, podemos estabelecer a seguinte relação:
Da mesma forma que foi mostrado anteriormente, a unidade para energia elétrica no SI é o
joule (J). No entanto, usualmente a empresa que fornece energia elétrica para nossas casas e indús¬
trias mede a energia elétrica consumida em quilowatt-hora (kWh). Esta unidade surge pela medida
da potência elétrica utilizada multiplicada pelo tempo em horas:
Análise
Com base na fatura apresentada, calcule o valor cobrado por cada kWh fornecido.
^elétrica ELETRICA
= 10-10 !lt.
eletnca
=100J
Para calcular corretamente a instalação elétrica de uma residência, ou qualquer outro circuito
elétrico, devemos aplicar algumas técnicas. Nesta unidade ainda estudaremos os circuitos mais sim¬
ples existentes, que são as ligações de resistores, chamadas de ligação em série e ligação em paralelo.
Representação de Circuitos
Para simplificar o desenho de um circuito elétrico, são adotados alguns símbolos mostrados a
seguir:
Símbolos usados na representação de circuitos elétricos.
Símbolo Significado
—
— ou
A/W Resistência elétrica
:
Potência e Energia Elétrica
Símbolo Significado
Lâmpada
Interruptor
Caso tivéssemos mais dados, como o valor da resistência ou da potência do chuveiro, podería¬
mos indicar ao lado do elemento.
Ligações em Série
Sabemos que um conjunto de resistores está ligado em série quando a corrente elétrica i que
sai da fonte passa por todos os elementos do circuito sem sofrer divisões, ou seja:
V = V, + V2 + V3 + ...
Hl-
220 V
Como podemos ver, a corrente elétrica que sai da fonte circula por
todos os resistores, caracterizando um circuito em série. Com isso,
podemos calcular a resistência total do circuito:
R = 10 + 100 /. R = 110Q
Vi Ri-i
= V1 = 10-2 .-. IV = 20 V
.
Potência e Energia Elétrica
A Análise
Sabemos que um circuito está ligado em paralelo quando a tensão que alimenta os resistores
é igual, ou seja:
O ponto onde ocorre a divisão da corrente elétrica é chamado de nó e, pelo princípio de con¬
servação de carga, temos que a soma das correntes que chegam a um nó é igual à soma das correntes
que saem do nó, ou seja:
1111
r- v-
= +
eq
+
1 2
~r~3
R? . R3 Rj . R23
e Rm=
R2 + R3 R, + R23
Em que R2 3
é o resistor equivalente que pode substituir os resistores R2 e R3, ligados em
paralelo.
Vamos compreender melhor resolvendo um exercício.
Para calcular a corrente total, precisamos saber a resistência total do circuito, que pode ser
calculada por:
111 111 1 1+2 1 3
+
R-
eq “~r7 ”r721
R-
eq
~~24+~Í2 R-
eq
“
24 R-
eq
~24
“
24
R eq = A R eq =8Q
3
Análise
4Q 6Q
W MW^
+
b.
11 kQ 2kQ 2kQ 100 kQ 1 kQ
+
—MW
R1
MW
R2
MW
R3
MW
R4
MW
RS
—
^MMA^ ^AAW\^
Calcule o valor da resistência R2, sabendo que a resistência equivalente da associação vale 4 Q.
9) Pensando na Lei de Ohm, explique por que uma criança sofre maiores danos ao levar um
choque do que um adulto.
Seção de Sistematização
Nesta unidade, vimos alguns conceitos básicos relacionados à utilização da ele¬
tricidade em nossas vidas. Estudamos como o consumo de energia elétrica é medido e
como a potência e o tempo em que os aparelhos elétricos ficam ligados interferem na
conta de luz.
Entendemos também como ligações em série ou paralelo são utilizadas em nosso
dia a dia. No entanto, para que possamos realmente fazer estas ligações em circuitos
alimentados pela rede elétrica pública, devemos chamar um profissional habilitado,
pois os efeitos biológicos, térmicos (Efeito Joule) e até químicos sobre nossos corpos
podem ser, no mínimo, desagradáveis.
Eletromagnetismo
Atualmente, muito se fala em fontes de energia renováveis e em sustentabilidade, logo, se
entendermos o processo de geração de energia elétrica, poderemos pensar em formas menos agres¬
sivas de produzi-la.
Em algum momento da sua vida, você já se perguntou como é produzida a
energia elétrica que chega a nossas casas? O que a produção de energia elétrica tem
a ver com imãs?
Capítulo 1
Propriedades Magnéticas da
Matéria ••••••••••
Os gregos, na região
Atualmente, sabemos que um imã tem um polo norte e um polo sul, da Magnésia - Ásia
convenção adotada por Pierre de Maricourt, em 1269, após experimentos Menor - foram os pri¬
realizados com a magnetita. meiros a tentar explicar
uma rocha que atraia
Materiais que possuem propriedades magnéticas e que estão pre¬ pedaços de ferro, para
sentes de forma corriqueira em nossas vidas são: ferro (Fe), cobalto (Co), a época isso era um
mistério. Essa rocha,
níquel (Ni) e muitas de suas ligas. A origem das propriedades magnéticas que é um óxido de ferro
desses materiais está na sua estrutura eletrónica. (Fe3O4), foi denominada
magnetita, um imã natu¬
A figura abaixo mostra um imã e seus respectivos polos. Assim ral, devido ao nome da
como uma carga elétrica (visto na Unidade 9) apresenta uma região ao região onde foi encon¬
seu redor denominada campo elétrico, representada por linhas de campo, trada. Estudos mostram
que os chineses, no
os imãs apresentam uma região similar, porém ela é chamada de campo início da Era Cristã já
magnético. Por convenção, essas linhas saem do polo norte e entram no utilizavam a magnetita
polo sul do imã. como bússola.
A figura abaixo mostra um experimento com limalhas de ferro (ferro em pó) salpicadas sobre
uma folha de papel que tem em cima um imã em forma de barra. Note que as limalhas se arranjam
conforme as linhas de campo magnético do imã.
Assim, qualquer material com propriedades magnéti¬
cas, inserido nessas linhas de campo, sentirá a presença do í
imã, por meio de uma força magnética. Experimentalmente, |
verificamos que quanto mais longe estivermos de um dos|
polos do imã, menor será a força de interação magnética, i
Isso significa que a concentração de linhas de campo mag- |
nético é maior próximo aos polos.
Experimento com limalhas de ferro.
I 1G = lO^T
Análise
Você provavelmente já brincou com um imã, já percebeu que ele atrai uma moeda ou
prego, por exemplo, mas não atrai um palito de fósforo ou a sua própria mão. Debata com
os colegas por que esta interação ocorre com alguns materiais e com outros não. Registre
abaixo a resposta a que chegaram.
Magnetismo Terrestre
Desde a descoberta da magnetita e seu uso como
bússola, sabemos que a Terra possui campo magnético.
Atualmente, ainda há controvérsias a respeito da ori¬
gem do magnetismo terrestre. Mas a verdade é que
esse magnetismo existe. Prova disso é o alinhamento
das bússolas na direção norte-sul.
A figura ao lado mostra a Terra e seu respectivo
campo magnético. Perceba que, no polo norte geo¬
gráfico, temos o polo sul magnético. Já no polo sul
geográfico, temos o polo norte magnético. Assim, na
bússola, a parte pintada de vermelho é o polo norte do
imã da bússola, ora, o polo norte da bússola é atraído pelo polo sul magnético da Terra.
Isso ocorre, pelo fato de que polos magnéticos de mesmo nome se repelem e os de nomes
diferentes se atraem.
Como você já deve ter notado, as propriedades de atração e repulsão dos imãs são análogas
ao que foi visto em eletrostática, em que cargas de sinais contrários se atraem e de sinais iguais se
repelem.
> ^Assista aos seguintes vídeos e descubra a importância do campo magnético para o nosso planeta:
• <http://www.youtube.com/watch?v=ul-RYOhpjAg>.
• <http://www.youtube.com/watch?v=RgbsFeli2J8>.
B Atualmente, diversas aplicações têm sido dadas para os imãs, veja esse vídeo que mostra algumas aplicações
interessantes: <http://www.youtube.com/watch?v=GgXdoBS_XpA>.
Eletricidade e Magnetismo
Até 1820, não se sabia ao certo se havia uma relação entre
eletricidade e magnetismo, mas muitos cientistas se ocupavam em
tentar explicar esses fenômenos que até então eram, muitas vezes,
usados somente como diversão. Porém, o cientista dinamarquês
Hans Christian Oersted (1777-1851), em um de seus experimen¬
tos com a corrente elétrica, utilizando a pilha desenvolvida pelo
cientista italiano Alessandro Volta (1745-1827), conseguiu verifi¬
car a relação entre o magnetismo e a eletricidade.
No experimento, ele percebeu que, quando ligava um cir¬
cuito elétrico e uma corrente elétrica passava a fluir, uma bússola
posicionada próxima ao circuito e alinhada paralelamente ao fio,
saía de seu alinhamento norte-sul. Quando o circuito era desli¬
gado, a bússola retornava à posição original, norte-sul, como
mostra a figura ao lado. Essa descoberta revolucionou os estu¬ Representação do experimento de Oersted.
dos da eletricidade e do magnetismo, nascendo, a partir daí, uma
nova ciência denominada eletromagnetismo.
Vale a pena mencionar que toda a geração de energia
elétrica, bem como os dispositivos elétricos que utilizamos atual¬
mente, foi desenvolvida graças a esse simples experimento reali¬
zado por Oersted.
t
Propriedades Magnéticas da Matéria
Campo Magnético (B) e Carga
Elétrica (q)
A partir da experiência de Oersted, podemos concluir que cargas elétri¬
cas em movimento geram campos magnéticos. Então, poderíamos perguntar:
O que acontece quando uma carga elétrica é imersa num
campo magnético?
Vamos considerar uma região com campo magnético uniforme, ou seja,
o valor do campo magnético é constante em qualquer ponto dessa região.
Se colocarmos uma carga elétrica em repouso nessa região nada acontecerá,
porém, se essa mesma carga elétrica entrar nessa região com uma velocidade
v e uma direção diferente de B (ângulo 0 entre B e v diferente de zero e
180°), uma força F agirá sobre essa carga. E essa força é sempre perpendicu¬
lar a B e a v e o seu sentido depende apenas do sinal da carga elétrica. Assim,
podemos definir o módulo de B pela expressão:
F
q • v • sen 0
X X X X X X
X X X X X X
X X X PX X X
X X X •
X X X
X X X X X X
X X X X X X
Resposta: e.
Feixe de
elétrons
a. Região 1.
b. Região 2.
c. Segmento OB.
d. Segmento OA.
e. Região 3.
4) (UFSCAR-SP - Adaptado) O professor de física decidiu ditar um problema "para casa", fal¬
tando apenas um minuto para terminar a aula. Copiando apressadamente, um de seus
alunos obteve a seguinte anotação incompleta:
Determine a intensidade da força magnética que atua sobre o elétron ejetado, sendo a
carga de um elétron -1,6 • 10-19...
Para entender melhor as linhas de força do campo magnético e a direção e sentido de B, assista ao vídeo: <http://
www.youtube.com/watch?v=8hXwViR6NuY>.
Em que:
• B é a intensidade do campo magnético; Permeabilidade magnética é a facilidade
que diferentes meios materiais têm de
• i é a intensidade da corrente elétrica;
aceitar que se "instale" em seu interior linhas
• r é a distância do condutor até o ponto P de indução de campo magnético. No vácuo
considerado; e no ar, a permeabilidade magnética tem
praticamente o mesmo valor, ou seja,
• p0 é a permeabilidade magnética do vácuo e po = = 4x1O7 T m/A 1,3 10 T m/A. 6
do ar.
Aplicação
(FEI-SP) Um fio de cobre, reto e extenso, é percorrido por uma corrente i = 1,5 A. Qual é a
intensidade do vetor campo magnético originado em um ponto à distância r = 0,25 m do
fio? (Dado: p0 = 4 ti IO-7 T m/A).
a. B = IO’6 T.
b. B = 0,6 • IO"6 T.
c. B = 1,2 • 106T.
d. B = 2,4 • IO’6 T.
e. B = 2,4 • IO’6 T.
Temos: i = 1,5 A, r = 0,25 m e p0 = 4 7t IO-7 T m/A.
Determine os vetores de indução magnética B nos pontos A e B (Dado: ]u0 = 4nl0-7 N/A2).
Sabemos que a corrente elétrica em um condutor metálico é formada por um movimento ordenado de elé-
trons. Sabemos, ainda, que se uma carga elétrica estiver imersa em um campo magnético que não tenha a
mesma direção de sua velocidade, a carga ficará sujeita a uma força magnética. 0 vídeo a seguir mostra a for¬
ça magnética atuando sobre um condutor percorrido por uma corrente elétrica: <http://www.youtube.com/
watch?v=p9aciGjJ6nA>.
0 seguinte vídeo demonstra as relações de repulsão e atração entre dois fios elétricos: <http://www.youtube.
com/watch?v=43AeuDvWc0k>.
Em que:
• Bb é a intensidade do campo magnético no centro da bobina.
• N é o número de espiras da bobina.
É importante observar que o campo magnético no centro da espira é sempre perpendicular
ao plano da espira e seu sentido será dado pela regra da mão direita. Um solenoide é um conjunto
de espiras enroladas mais espaçadamente uma da outra, tendo a forma helicoidal, como mostra a
figura abaixo.
B, = iyni
Para complementar o estudo sobre campos magnéticos, acesse o seguinte vídeo na internet: <http://www.
youtube.com/watch?v=oBtvl_rosR8>.
Resposta: b.
A Análise
Indução Eletromagnética
A partir da descoberta de Oersted não tardou muito para surgir
uma nova questão: será que um campo magnético pode gerar uma cor¬
••••••••••
Faraday divulgou o seu
trabalho antes de Henry,
rente elétrica? Esta questão foi respondida em 1831, pelo cientista inglês por isso, atribui-se a ele
a descoberta da indução
Michael Faraday (1791-1867) e simultaneamente por Joseph Henry eletromagnética.
(1797-1878), nos Estados Unidos.
Para entendermos como ocorre a indução eletromagnética, precisamos definir uma nova gran¬
deza: o fluxo do campo magnético <bB.
cos 0 < 1
O = B A • cos 0
•
Indução Eletromagnética
A expressão que fornece o fluxo magnético para esta espira é dada por:
OB = B • A • cos 0
Em que:
• A é a área da superfície atravessada pelas linhas de campo.
0 é o ângulo medido entre o campo magnético e uma linha perpendicular à superfície da
espira, como foi mostrado anteriormente.
A unidade de fluxo magnético, no SI, é Tm2, que recebe o nome de weber (Wb), em homena¬
gem a Wilhelm Eduard Weber.
Uma espira retangular de área igual a 4,2 • 10-1 m2 está imersa em uma região onde existe
um campo de indução magnética B, cuja intensidade é igual a 6 • 10"2 T, perpendicular ao
plano da espira. De acordo com as informações, determine o fluxo magnético através da
espira.
A = 4,2 • 10’1 m2, B = 6 • IO-2 T, 0 = 0o, se o campo é perpendicular ao plano da espira, então
o ângulo 0 entre a linha perpendicular à superfície e o campo magnético é 0o.
Indução Eletromagnética
Leis de Faraday e Lenz
Veja um experimento similar ao realizado por Faraday. Na figura (a) um imã em forma de
barra se aproxima de uma espira, aumentando, dessa forma, o fluxo magnético na superfície da
espira (o número das linhas de campo que cruzam a superfície da espira aumenta, conforme o imã
se aproxima).
Com a variação do fluxo magnético, Faraday verificou a existência de uma corrente elétrica
na espira, como mostram as figuras apresentadas anteriormente. Observou, também, que o mesmo
acontecia para o imã se afastando da espira, figura (b), mas a corrente elétrica apresentava sentido
contrário.
Com esse experimento, Faraday concluiu que, para haver uma corrente elétrica induzida na
espira, há a necessidade de se ter uma diferença de potencial, ou tensão elétrica. Como essa ddp é
induzida pelo imã, ela é denominada força eletromotriz induzida (e).
Quando há variação do fluxo magnético em uma espira, surge nesta uma força ele¬
tromotriz induzida (s).
£-“
A0>R
At
Em que:
• AOb é a variação do fluxo magnético.
• At é o intervalo de tempo em que a variação do fluxo magnético ocorre.
A corrente elétrica induzida em uma espira, por exemplo, gera um campo magné¬
tico que se opõe à variação do fluxo magnético que a produziu.
Indução Eletromagnética
Para entender com clareza o enunciado da Lei de Lenz, vamos analisar as figuras.
Como visto, as figuras (a) e (c) mostram um imã se aproximando e se afastando de uma
espira.
Na figura (b) é exibida a corrente induzida na espira, esta corrente tem sentido tal que se opõe
à aproximação do imã, neste caso, o imã se aproxima com o polo norte e a corrente induzida gera um
campo magnético para impedir a aproximação do imã e o consequente aumento das linhas de campo.
Já na figura (d), a corrente induzida gera um campo magnético, de tal forma que o imã seja
atraído para a espira, para evitar a diminuição das linhas de campo que atravessam sua superfície.
Claro que se o imã permanecer em repouso em relação à espira, não haverá variação do fluxo
magnético e nenhuma corrente será induzida na espira.
Com isso, concluímos que, para gerarmos energia elétrica (força eletromotriz induzida) na
espira, precisamos movimentar o imã, aproximando-o e afastando-o dela. Assim, estamos transfor¬
mando energia mecânica em energia elétrica: princípio da conservação da energia.
Indução Eletromagnética
(UFMG) A corrente elétrica induzida em uma espira circular será:
a. nula, quando o fluxo magnético que atravessa a espira for constante;
b. inversamente proporcional à variação do fluxo magnético com o tempo;
c. no mesmo sentido da variação do fluxo magnético;
d. tanto maior quanto maior for a resistência da espira;
e. sempre a mesma, qualquer que seja a resistência da espira.
Resposta: a.
Justificativa: para haver corrente elétrica induzida, temos que ter força eletromotriz, logo
pela Lei de Faraday, só haverá força eletromotriz induzida se houver variação do fluxo
magnético.
(UFMG - Adaptado) Sabe-se que uma corrente elétrica pode ser induzida em uma espira
colocada próxima a um cabo de transmissão de corrente elétrica alternada - ou seja, uma
corrente que varia com o tempo. Considere que uma espira retangular é colocada próxima
a um fio reto e longo de duas maneiras diferentes, como representado nestas figuras:
Indução Eletromagnética
Geradores Eletromagnéticos de Corrente
Alternada
A partir da descoberta da indução eletromagnética, levaram-se alguns anos até que pudésse¬
mos gerar energia elétrica em larga escala, por meio de geradores eletromagnéticos. Basicamente,
um gerador eletromagnético é constituído por uma espira que gira no interior de um campo magné¬
tico, conforme a ilustração.
Percebemos, por meio da figura que, quando a espira gira imersa no campo magnético, o fluxo
magnético varia e, consequentemente, uma corrente induzida surge na espira, sendo coletada pelos
anéis coletores e fazendo com que a lâmpada acenda. Perceba que a corrente elétrica induzida não é
contínua, mas variável no tempo, pois ela depende da variação do fluxo magnético na bobina.
A corrente elétrica circula em um sentido na espira, partindo do valor zero (lâmpada apagada),
crescendo até o valor máximo (lâmpada acesa), voltando para zero, neste momento a corrente inverte
o sentido, saindo de zero (lâmpada apagada) indo para o valor máximo negativo (lâmpada acesa) e
retornando para zero (lâmpada apagada). Assim, podemos visualizar a forma de onda da corrente
alternada como uma onda senoidal que varia constantemente no tempo entre os valores máximos e
mínimos, como exibe a figura acima.
Indução Eletromagnética
Para saber mais sobre indução eletromagnética, veja os vídeos na internet:
• <http://www.youtube.com/watch?v=-uwaK5_kGB8>;
• <http://www.youtube.com/watch?v=QZP1lykv6JA>;
• <http://www.youtube.com/watch?v=wpMicCKWbJc>.
Seção de Sistematização
No decorrer desta unidade, entendemos o que é o magnetismo, como ele está
relacionado com os fenômenos elétricos, surgindo, dessa forma, o eletromagnetismo.
Verificamos, assim, a dependência que todos nós temos dos fenômenos eletromagné¬
ticos. Desde acender uma lâmpada em nossas casas, até sacar dinheiro em um caixa
automático, tudo isso tem uma ligação direta com o eletromagnetismo. A própria
produção de energia elétrica, em larga escala, não seria possível, não fosse a indução
eletromagnética.
Porém, para a produção dessa energia, temos que inundar grandes áreas, cau¬
sando significativas modificações no ambiente; queimar combustível para alimentar as
usinas termoelétricas e, com isso, cada vez mais gases poluem a atmosfera; utilizar a
energia nuclear para alimentar as usinas nucleares, gerando subprodutos de material
radioativo que, muitas vezes, são descartados na natureza de forma irresponsável, cau¬
sando danos irreparáveis aos seres vivos, de modo geral.
Enfim, todas essas formas de geração de energia estudadas e muitas outras usam
o mesmo princípio de produção: a indução eletromagnética por meio da variação do
fluxo magnético.
Assim, a grande questão atualmente é gerar energia de forma sustentável. Talvez
você tenha uma grande ideia de como fazer isso. Agora que entendemos o processo de
geração de energia, quem sabe você seja capaz de pensar em novas formas de geração
de energia; então comece a pensar nisso!
Unidade í
Words/Shuteck
10 0
GuoZhngHa/Stersck
Apesar de serem bem diferentes, carros e bicicletas se movem utilizando engrenagens.
Engrenagens nas
Bicicletas
Em uma bicicleta, o movimento realizado
nos pedais é transmitido por uma correia dentada,
que é conectada a duas engrenagens, chamadas
de coroa dianteira e coroa traseira (pinhão).
Quando estamos pedalando, a velocidade da cor¬
reia é igual em qualquer ponto ao longo dela. Isso
significa que o número de voltas dadas na coroa
traseira (n2) depende do número de voltas dadas
no pedal (nj pelo ciclista. Quando as duas engre¬
nagens têm o mesmo diâmetro, dão o mesmo
número de voltas.
Análise
Localizada entre o motor e as rodas, a caixa de câmbio é responsável pela seleção das marchas
que transmitirão o movimento do motor para as rodas.
• 0 seguinte site mostra uma simulação muito legal de uma máquina térmica,
inventada por Thomas Savery (1650-1715): <https://alunosonline.uol.com.
br/fisica/maquina-termica.html>.
• Você pode aplicar os conceitos de Thomas Savery e fazer um barquinho a
vapor. Veja no site: <http://www.manualdomundo.com.br/2012/04/como-
fazer-um-barco-a-vapor-barquinho-pop-pop/>.
Para que o movimento do pistão seja contínuo, os motores possuem um grupo de pistões
(4, 6, 8, 10 ou mais pistões) que funcionam alternadamente ligados a uma peça giratória, denominada
virabrequim.
No vídeo a seguir, você pode ver em detalhe como funcionam os motores quatro-tempos:
• <https://www.youtube.com/watch?v=emRxXykWB3Y>.
0 motor a diesel funciona com algumas diferenças. Você pode ver o seu funcionamento na simulação a seguir:
• <http://www.youtube.com/watch?v=JQP4N90pQ-w>.
: \ W)
Física da Pressão Arterial\^£/
Façam, em grupos, uma pesquisa e expliquem aos colegas a rela¬
ção entre a pressão arterial e o acidente vascular cerebral (AVC).
Perola/Shutsck
Preto
Estetoscópio. Esfigmomanômetro.
Análise
Explique, fisicamente, o que significa dizer que a pessoa está com a pressão baixa, ou
hipotensão.
Debata com os colegas e escreva quais fatores podem causar a hipotensão e a hipertensão.
Para esta resposta, considere apenas o sistema circulatório como um sistema hidráulico.
Explique, fisicamente, por que uma pessoa com hipotensão apresenta sonolência, tontu¬
ras, fraqueza e sensação de desmaio.
Transformadores
Após a descoberta de Faraday e Lenz, uma das invenções mais importantes, que propiciaram a
distribuição em larga escala da energia elétrica, foi o desenvolvimento do transformador de tensão.
A importância desse dispositivo está no fato de ele resolver um problema específico da passagem de
corrente elétrica em condutores metálicos, o qual passaremos a analisar.
Sabemos, por meio de nossos estudos da eletricidade, que:
• condutores metálicos sempre oferecem determinada resistência
à passagem da corrente elétrica e essa resistência é dada pela Lembre-se que p é a
expressão: resistividade do material
de que é feito o condutor,
L o comprimento do
condutor e A é a área de
secção transversal deste.
• é importante saber que a resistência elétrica dos condutores se soma à do sistema, cau¬
sando, pela transformação de energia, uma queda de tensão no circuito.
Assim, podemos concluir que quanto mais comprido for o fio de deter¬
minado material, maior será sua resistência. Entretanto, quanto maior for a
área de secção transversal do fio (quanto mais espesso for o fio) menor será sua
resistência.
Sabemos, ainda, que a resistência elétrica de condutores promove o Efeito
Joule, transformação de energia elétrica em energia térmica (a resistência do
fio causa essa transformação), que muitas vezes não é útil, ocasionando apenas
perda de energia. Esse efeito tem dependência direta com a corrente elétrica
que flui nos condutores.
Entendendo o Transformador de
Energia Elétrica
Núcleo de Ferro
Na Unidade 11, apresentamos a expressão para determinar a intensidade
do campo magnético gerado por uma corrente elétrica. Nela, apareceu a gran¬
deza física p0, denominada permeabilidade magnética do vácuo e do ar.
Mas o que vem a ser essa permeabilidade magnética?
Por exemplo, se há linhas de indução magnética no ar e colocamos um
material com alta permeabilidade magnética nessa região, as linhas, ao invés de
continuarem dispersas, concentrar-se-ão neste material.
Esses materiais que possuem a propriedade de concentrar as linhas de
campo magnético são denominados ferromagnéticos. Entre os materiais ferro¬
magnéticos (ferro, níquel e cobalto), o ferro é o que possui maior permeabilidade
magnética, sendo:
^o^OOO-Po
Portanto, praticamente toda a energia elétrica fornecida ao primário de um
transformador pode ser transferida ao secundário deste.
-
Np AO -
Ns AO
At At
Sabemos, ainda, que, pelo princípio de conservação da energia, a energia fornecida ao primá¬
rio de um transformador ideal deve ser igual à transferida ao secundário dele. Consequentemente,
as potências desenvolvidas por ambos os enrolamentos devem ser iguais, assim podemos fazer uma
relação entre as correntes máximas que podem circular nos enrolamentos do transformador.
P=8-i
p p p
e Ps = es • i,s’ mas Pp = PS7, logo,
°7 obtemos:
£ ’
PP
=Í £s * Ís
Análise
Eixo
Análise
rO
A Energia Elétrica no Cotidiano\^^/
Então, como podemos fazer para que a espira permaneça
girando continuamente no interior do campo magnético?
Escova
Representação de uma espira de forma retangular imersa em
um campo magnético.
Máquina Fotográfica
Entre as invenções mais interessantes que o ser humano já fez, sem dúvida, a máquina fotográ¬
fica é uma delas. Com este equipamento, podemos viajar no tempo e no espaço, conhecendo lugares
onde, na maioria das vezes, nunca estivemos e voltar no tempo em que muitas vezes nem existíamos.
Mas como será que ocorre a formação da imagem em uma máquina fotográfica?
Talvez, uma das pessoas que mais contribuíram para o aperfeiçoamento desse dispositivo tenha
sido George Eastman, fundador da empresa Kodak e que lançou a primeira máquina fotográfica, em
1888, a qual utilizava filme em rolo, desenvolvido por ele mesmo. Na época, o slogan da Kodak era:
Você aperta o botão, nós fazemos o resto.
Atualmente, com a evolução tecnológica, praticamente todas as pessoas têm uma máquina
fotográfica, seja profissional, seja num celular. Os filmes de emulsão foram substituídos por senso¬
res que captam a luz proveniente dos objetos que estão sendo fotografados e armazenam na forma
digital. Porém, apesar de toda esta tecnologia, o princípio de funcionamento da máquina fotográfica
permanece o mesmo, ou seja, a lente, ou o conjunto de lentes, denominado de objetiva, continua
presente nas máquinas fotográficas, que basicamente são uma câmara escura. Essas lentes definem
se a máquina é para uso amador ou para um fotógrafo profissional, além de, é claro, o preço desses
equipamentos.
Quando estudamos lentes na Unidade 8, verificamos que elas têm algumas características
como: a distância focal, se são convergentes ou divergentes e se formam imagens reais ou virtuais.
Máquina Fotográfica
A Análise
Máquina Fotográfica
A nitidez com que a imagem do objeto será projetada sobre o sen¬
sor, depende da focalização da imagem. Veja a figura anterior. Assim, se
o anteparo, no caso o sensor, estiver posicionado fora da posição de for¬
mação da imagem, esta ficará fora de foco, ou seja, sem nitidez. Quando
giramos o mecanismo da objetiva, estamos afastando ou aproximando-
-a do filme, de tal forma que a imagem fique nítida. Algumas máquinas
fotográficas modernas ajustam automaticamente a nitidez da imagem.
A distância focal da objetiva determina a área do assunto a ser
fotografado. Para um grande campo de visão (grandes áreas), pequena
distância focal; para pequeno campo de visão, close, grande distância
focal.
Outro ponto importante para o funcionamento da máquina foto¬
gráfica é o tempo de exposição do sensor de imagem à luz e o quanto de
luz deve chegar ao sensor. O tempo de exposição é delimitado pelo obtu¬
rador e a quantidade de luz pelo diafragma da íris, que consiste em uma
série de placas metálicas sobrepostas de tal forma que podem se contrair
ou se expandir umas sobre as outras em forma de um círculo, conforme
a figura abaixo.
T
Máquina Fotográfica
Pesquise como funciona o prisma pentagonal e qual sua função na máquina fotográfica.
Registre abaixo os resultados.
Para entender mais sobre o funcionamento das máquinas fotográficas e aprender algumas dicas de fotografia,
assista aos vídeos:
• <http://www.youtube.com/watch?v=XnuVFqXmZPU>;
• <http://www.youtube.com/watch?v=kqpio1JWM6g>;
• <http://www.youtube.com/watch?v=vR-vpnkNhrc>;
• <http://www.youtube.com/watch?v=BsmAWm2rrDk>.
Seção de Sistematização
Nesta última unidade, apresentamos a aplicabilidade de alguns conceitos físicos
presentes em equipamentos e dispositivos que utilizamos diariamente. Por este estudo,
podemos perceber que, por mais que a tecnologia avance, as leis físicas e as leis da
natureza devem ser respeitadas. O que fazemos, na verdade, é aprimorar nossos conhe¬
cimentos sobre essas leis, buscando melhorar a qualidade de vida no planeta Terra.
Verificamos, no decorrer do curso, que, de fato, a física utiliza a linguagem mate¬
mática para tratar quantitativamente as leis da natureza e, nessa unidade, fica clara a
importância de se saber lidar com os números, pois, se não fosse assim, muito provavel¬
mente estaríamos nos primórdios de nossa evolução tecnológica.
Referências Bibliográficas
BOSQUILHA, A.; PELEGRINI, M. Minimanual compacto de física - teoria e prática. 2. ed. São
Paulo: Rideel, 2003.
CRUZ, W. Vá de bike. A ordem correta da passagem de marchas. Disponível em: <http://vadebike.
org/2006/08/a-ordem-correta-da-passagem/>. Acesso em: 20 nov. 2018.
DIAS, M. Ponto Ciência. Bate forte coração. Disponível em: <http://www.pontociencia.org.br/
experimentos/visualizar/bate-forte-coracao/690>. Acesso em: 8 jun. 2018.
GASPAR, A. Compreendendo a física. São Paulo: Ática, 2011.
HARRIS, T. How stuffworks. Como funcionam as máquinas fotográficas. Disponível em: <http://
viagem.hsw.uol.com.br/cameras-fotograficas.htm>. Acesso em: 8 jun. 2018.
HEWITT, P. G. Física conceituai. 9. ed. Porto Alegre: Bookman, 2002.
LUZ, A. M. R. da; ALVARES, B. A. Curso de física, v. 1. 6. ed. São Paulo: Scipione, 2006.
NOÉ, M. Brasil Escola. Sistema de transmissão por correntes. Disponível em: <http://www.brasilescola.
com/matematica/sistema-transmissao-por-correntes.htm>. Acesso em: 8 jun. 2018.
NUSSENZVEIG, H. M. Curso de Física Básica. 3. ed. São Paulo: Edgard Blucher, 1996.
RAMALHO JUNIOR, F. et al. Os fundamentos da física. 9. ed. São Paulo: Moderna, 2007.
RESNICK, R.; HALLIDAY, D.; KRANE, K. S. Física. 4. ed. Rio de Janeiro: LTC, 1994.
TIPLER, P. A. Física para cientistas e engenheiros. 6. ed. Rio de Janeiro: LTC, 2009.
Eliane Carvalho de Vasconcelos
Professora dos Programas de Mestrado e Doutorado em Gestão Ambiental
e Biotecnologia da Universidade Positivo, desenvolve e publica trabalhos
principalmente na área de determinação da presença de medicamentos em
águas, solo e esgoto. Formada em Química pela Universidade Estadual Paulista
(Unesp), Mestre e Doutora em Química Analítica pelo Instituto de Química da
Universidade de São Paulo (USP).
A Importância da Química no
Cotidiano
Para muitas pessoas que vivem no meio urbano, especialmente em grandes cidades, é muito
importante ter a oportunidade de passar alguns dias do ano em uma região em que seja possível
respirar um ar mais puro.
Outra preocupação bastante frequente está relacionada à qualidade dos produtos que con¬
sumimos. Ao irem ao supermercado ou à feira, por exemplo, muitos se preocupam em comprar
produtos com “menos produtos químicos”, como frutas e verduras orgânicas.
Pesquise em livros e sites especializados por que as garrafas de vinho devem ser guardadas
deitadas, em adegas e nunca em pé.
Acesse os vídeos sobre o papel da química em nosso dia a dia e como o desenvolvimento dessa ciência contribui
para o bem-estar da sociedade: <https://twitter.com/quimicacoisas>.
Para saber mais sobre armas químicas e biológicas, acesse: <https://super.abril.com.br/ciencia/a rmas-quimicas-
e-biologicas/>.
htp:/comns.wikedarg
Imagens:
Com a ajuda do professor de história, reúna-se a um grupo de colegas e faça uma pesquisa
sobre as armas químicas utilizadas em conflitos bélicos ao longo do tempo.
Frag/Divulção
pessoas em sua vida cotidiana, como nos seguin¬
tes casos:
• Combate a diversas doenças, entre as
quais o câncer. Flávio
Soja transgênica.
Reflexão
Considerando, então, o modo como o ser humano se utilizou até hoje das descobertas em
química, você poderia afirmar que essa ciência é benéfica ou prejudicial à humanidade?
Assim como outras ciências, a química tem contribuído para o surgimento de inúmeros avanços
tecnológicos e científicos nas últimas décadas, como os da indústria farmacêutica e os relacionados
à conservação do meio ambiente. Entretanto, é preciso aplicar com consciência os conhecimentos
adquiridos nessa área para evitar efeitos negativos para a humanidade, aprendendo com os erros de
sua aplicação no passado, como no caso da utilização da bomba atómica.
Produção Escrita
1) Descreva, no espaço a seguir, três situações cotidianas em que você possa perceber a par¬
ticipação das descobertas em química de maneira positiva. Pense no seu dia a dia, em sua
cidade e em seu bairro, e em como a química afeta sua vida em geral.
Kaiser/WC
Norbet
A separação dos metais do minério, entre outros elementos encontrados em conjunto, pode
ser feita por meio do emprego de diversos procedimentos químicos, sendo o mais antigo e ainda hoje
utilizado aquele que se faz pelo aquecimento em presença do ar. Há, porém, alguns metais, como o
ouro, que podem ser explorados diretamente no meio em que se encontram.
Alguns outros avanços científicos e tecnológicos ocorreram na Idade dos Metais em função
do desenvolvimento das sociedades. Com a aplicação do fogo e de processos químicos, foi possível
desenvolver a ciência na obtenção de novos materiais, como a cerâmica, feita a partir do aqueci¬
mento de argila em presença de água; o esmalte, produzido por meio do aquecimento de diferentes
minerais; e a porcelana, principalmente na China.
Reflexão
David Teniers the Younger, O Alquimista, 1650. Royal Picture Gallery Mauritshuis, Haia-Holanda.
Os filósofos e os alquimistas foram os precursores da química.
Í=4íA Reflexão
0 que você pensa a respeito da teoria do flogístico? Será que o flogisto realmente existe?
No século XVIII, a química assumiu as características atuais, exercendo a função de uma ciên¬
cia experimental (que necessita da realização de experimentos controlados para obter resultados),
na qual vários fenômenos são observados a fim de se constituírem teorias que possam explicá-los.
2
NH'CNOA-0
Cianato de amónio
XNH 2
(inorgânico) Ureia
(orgânica)
Produção Escrita
Quando você separa o lixo na sua casa, está fazendo uma separação
entre componentes orgânicos e inorgânicos. Crie uma tabela com os
materiais que você deposita no lixo, distinguindo o que você entende
por orgânico e o que você julga ser inorgânico. Qual dos dois tipos de
componentes é sintético?
Produção Escrita
: : \O)
Do Que as Coisas São Feitas?\^P/
A Composição da Matéria
Podemos entender como matéria tudo aquilo que possui massa e ocupa um determinado lugar
no espaço. Quando a matéria se encontra delimitada e serve para algum fim, pode-se denominá-la de
corpo. Um carro, uma flor, uma pessoa são exemplos de corpos constituídos de matéria.
Assim, ao observarmos uma bola, uma caneta, uma ferramenta ou qualquer outro material,
sabemos que estamos observando um agregado de matéria com uma constituição bem definida.
Como podemos perceber, embora a matéria seja encontrada de diferentes maneiras nos cor¬
pos, sua constituição de um modo geral é a mesma. O “tijolo” que constitui tanto o nosso corpo
quanto as árvores ou uma bola de futebol é o mesmo - o átomo.
OíA Reflexão
Editora
Acervo
Os metais têm sido de grande importância para o ser humano, principalmente na obtenção
de ligas metálicas. No entanto, algumas vezes a utilização dos metais de forma isolada é
muito importante. Pesquise em livros e sites especializados e identifique os metais contidos
nos materiais listados a seguir:
a. Lâmpadas.
Ligas metálicas:
b. Latas de refrigerante.
São materiais com
c. Fios elétricos. propriedades metálicas
d. Vigas estruturais para a construção civil. que contêm dois ou mais
elementos químicos,
e. Joias. sendo ao menos um deles
um metal.
•jÃvi Análise
As Transformações da Matéria
Já vimos, na unidade anterior, que toda matéria é constituída por uma unidade básica, o átomo.
Vimos também que, em função das propriedades dos átomos e de como estão combinados, a matéria
apresenta diferentes propriedades físicas e químicas. Assim, embora constituído do mesmo “tijolo”,
o grafite e o diamante são completamente diferentes.
Agora chegou o momento de tentarmos fazer como os antigos alquimistas: não estudaremos
a matéria apenas pela simples observação de suas propriedades; vamos testá-las para que possamos
entender como a matéria se organiza e se transforma sob a ação de variações físicas e químicas.
0 eido da água é muito importante para o equilíbrio do planeta e um exemplo de como as transformações da matéria fazem
parte do nosso cotidiano.
Podemos observar alterações físicas da matéria quando, por exemplo, trituramos uma rocha
até que esta se torne pulverizada, com a aparência de pó, ou quando dissolvemos o açúcar no leite
ou o sal na água. No entanto, as transformações físicas mais importantes, e que por isso merecem
maior atenção, são aquelas alterações relacionadas às mudanças de temperatura e pressão que, de
modo geral, afetam constantemente a rotina das pessoas. E o caso, por exemplo, das inundações que
ocorrem ao final do inverno no Hemisfério Norte, causadas pelo derretimento da neve.
O segundo tipo de transformação observada na matéria diz respeito às transformações quími¬
cas. Estas são mais complexas que as físicas, pois envolvem reações. Um exemplo de transformação
química é a sofrida pela madeira ao ser queimada. Esse processo envolve a combustão, reação quí¬
mica entre o oxigénio presente no ar e a madeira.
Ao longo deste estudo, vamos abordar com maior profundidade apenas as transformações
físicas. As transformações químicas serão vistas mais detalhadamente nas próximas unidades.
As Transformações da Matéria
Transformações Físicas da Matéria
Para melhor compreendermos como ocorrem as transformações
físicas da matéria, é necessário, inicialmente, entendermos e classifi¬
carmos as propriedades físicas da matéria. Assim, três estados físicos,
relacionados a diferentes propriedades físicas, serão abordados:
• sólido;
• líquido;
• gasoso.
Ao observarmos a matéria no estado sólido, podemos identificar
algumas particularidades às quais chamamos de propriedades macros¬
cópicas (aquilo que podemos realmente observar sem ajuda de um
microscópio). Caracteristicamente, um sólido apresenta um volume sem¬
pre constante e uma forma também constante, ou seja, ele não toma a
forma do recipiente no qual está inserido.
Quando observamos seu comportamento com a ajuda de um micros¬
cópio, podemos ver uma ordem estrutural nas moléculas. Assim, o estado
sólido se caracteriza por uma estrutura em que existe ordem molecular.
As Transformações da Matéria
Agora imagine as moléculas de um sólido qualquer, que tem uma
estrutura muito rígida e organizada. Ao adicionarmos calor ao recipiente
em que ele se encontra, aquecendo-o, haverá instantaneamente um
aumento da agitação de suas moléculas, o que levará a uma desorganiza¬
ção estrutural do sistema.
Se continuarmos o aquecimento do sistema, aumentando sua desor¬
dem, iremos provocar a mudança do seu estado físico. Assim, deixaremos
de ter um sólido e passaremos a ter um líquido. Entretanto, um líquido
ainda apresenta um pequeno grau de ordem em sua estrutura molecular,
mesmo que bem menor que a apresentada por um sólido.
Caso continuemos o processo de aquecimento do sistema, iremos
verificar que o grau de desordem aumenta ainda mais (em virtude da agi¬
tação molecular), fazendo com que haja um maior espaçamento entre as
moléculas. Desse modo, haverá a passagem para o estado gasoso, que é o
estado menos organizado existente.
Se observarmos a passagem do estado gasoso para o sólido, obser¬
varemos o mesmo fenômeno, mas ao contrário. Ao diminuirmos a
temperatura, diminuímos a agitação molecular e a ordem vai se estabele¬
cendo no sistema, que passa do estado gasoso para o líquido e deste para
o sólido. Pressão:
Podemos utilizar a mesma explicação para entendermos o efeito da
É a força executada sobre
pressão na transformação da matéria. uma superfície.
Experimente apoiar sua mão aberta, espalmada sobre uma mesa,
pressionando essa superfície levemente. Este é um exemplo claro de como
a pressão atua. Agora imagine o ar à nossa volta. Toda essa massa de ar
sobre nossas cabeças gera uma pressão equivalente a 1 atmosfera, ou 1 atm.
Quando subimos a altitudes elevadas, a massa de ar sobre nossas cabeças
diminui; logo, em lugares altos, a pressão é menor e o ar mais rarefeito.
Se você já viajou para lugares mais altos, como a serra, ou viajou de avião, deve ter expe¬
rimentado uma sensação desagradável de pressão nos ouvidos e na cabeça. Você saberia
explicar por que isso acontece? Faça uma pesquisa na internet sobre esse assunto e registre
suas conclusões no caderno.
Acesse o site do Instituto de Química da Unesp e aprenda a realizar experimentos simples que de¬
monstram a ação da pressão atmosférica. Diponível em: <http://www.proenc.iq.unesp.br/index.php/
ciencias/35-experimentos/56-pressao>.
Agora imagine um sistema gasoso, em que as moléculas se movimentam com um grau elevado
de desordem e em alta velocidade. Ao aumentarmos a pressão do sistema, diminuímos o espaço em
que as moléculas se movimentam.
O primeiro efeito dessa situação é uma diminuição da velocidade das moléculas e uma aproxi¬
mação entre elas. Se dermos continuidade ao processo, o espaço entre as moléculas irá diminuir mais
ainda e ocorrerá um maior número de colisões entre elas, provocando maior organização do sistema.
Em um dado momento, a ordem do sistema será tão grande que ocorrerá a passagem do estado
gasoso para o líquido. Embora o estado líquido seja mais ordenado que o gasoso, ainda apresenta
um pequeno grau de espaçamento e liberdade entre as moléculas. No entanto, se aumentarmos
drasticamente a pressão, os espaçamentos diminuirão, a ordem irá estabelecer-se completamente e
o sistema passará para o estado sólido.
• Ebulição -Trata-se de um fenômeno bastante conhecido por todos. Quem nunca viu a
água fervendo, lançando bolhas na superfície do líquido? Mas você sabia que nem sempre
a água entra em ebulição a 100 °C? A ebulição depende do local onde estamos, ou melhor,
depende da altitude em que nos encontramos.
Faça uma pesquisa para saber por que existe essa diferença entre as temperaturas de ebu¬
lição da água.
Transformações da Matéria
Sistematização
De modo geral, não é necessário que haja ebulição para haver evaporação. Para que o fenô¬
meno aconteça, basta que as moléculas da superfície de um líquido tenham um pouco de liberdade
para passar para o estado gasoso.
Condensação - É a passagem, que ocorre de maneira
espontânea, do estado gasoso para o estado líquido. Por
Você sabe qual a diferença entre exemplo, quando enchemos um copo de gelo, em pouco
vapore gás?
O gás representa o estado físico
tempo observamos várias gotículas de água no lado
de uma substância em condições externo do copo. Isso acontece porque as gotículas na
ambientes, como o gás hélio e o forma de vapor que estão presentes no ar, em contato com
gás oxigénio. O vapor, para existir,
depende de uma alteração da tempe¬
a superfície gelada, depositam-se na superfície externa do
ratura ou pressão ambiente. Assim, copo sob a forma líquida. Um exemplo bem prático da uti¬
por exemplo, para obtermos vapor lização da condensação é a produção de álcool a partir da
de água, precisamos aquecer a água.
cana-de-açúcar. O álcool produzido é evaporado e depois
Por isso, em condições normais, a
água é um líquido e não um gás. condensado em enormes condensadores.
As Transformações da Matéria
• Solidificação - É a passagem de uma substância do estado
líquido para o estado sólido, em processo inverso ao de fusão.
Ocorre, por exemplo, quando colocamos água no congelador.
Ao atingir a temperatura de 0 °C, a água se solidifica, virando
gelo.
• Sublimação É a passagem de uma substância do estado
-
Observe, nas tabelas a seguir, alguns exemplos de substâncias Unidade de que se utiliza
para expressar a gran¬
e seus correspondentes pontos de fusão e ebulição em graus Celsius.
deza física temperatura.
Ponto de Ponto de
Substância Substância
fusão (°C) fusão (°C)
Água 0 Estanho 232
Álcool -114 Ferro 1 535
Alumínio 659 Mercúrio -39
Cloreto de sódio 800 Nitrogénio -210
Cobre 1083 Ouro 1063
Chumbo 327 Oxigénio -219
Enxofre 119 Prata 961
Tabela 2
Ponto de Ponto de
Substância Substância
ebulição (°C) ebulição (°C)
Água 100 Hidrogénio -253
Álcool 78 Mercúrio 357
Cobre 2 595 Nitrogénio -196
Chumbo 1 744 Ouro 2 966
Enxofre 445 Oxigénio -183
Ferro 3 000 Prata 2 212
Tabela 3 Tabela 4
As Transformações da Matéria
\
Capítulo 2
As Substâncias
As substâncias são constituintes da matéria. Geralmente são com¬
Molécula é uma partícula postas pela união de um ou mais átomos, que definem suas propriedades.
ou um material consti¬
tuído por um ou mais Em geral, a união desses átomos resulta na formação de moléculas.
átomos, que podem ser
Para entender melhor essa definição, observe a seguir duas molé¬
iguais ou diferentes.
culas bem simples, presentes em elementos comuns do nosso cotidiano.
Com base nesses dois exemplos, podemos entender que, para formar uma molécula, são neces¬
sários pelo menos dois átomos.
As moléculas podem ser classificadas segundo a quantidade de átomos que as formam, con¬
forme o quadro a seguir.
Quadro 1- Classificação das moléculas
Note que não existem moléculas
Moléculas Formadas por dois H2 constituídas por um único átomo.
diatômicas átomos d2 Um único átomo é apenas a repre¬
sentação de um elemento químico.
Moléculas Formadas por três h2o Por exemplo, o símbolo Cl repre¬
triatômicas átomos co2 senta um átomo de cloro, enquanto
h2o2 Cl2 refere-se a uma molécula de
Moléculas Formadas por quatro cloro (constituída por dois átomos
poliatômicas átomos ou mais P4
de cloro).
h2so4
As Substâncias
Na natureza, sempre encontramos o cloro combinado com outro Reatividade:
átomo de cloro ou com átomos de diferentes elementos químicos. Em fun¬
Capacidade de combi¬
ção de sua alta reatividade, o cloro tem diversas funções, sendo aplicado, nar-se a outros átomos.
por exemplo, nos sistemas de tratamento de piscinas, para limpeza em
geral, clareamento de tecidos, etc.
A primeira grande classificação possível dos sistemas ou matérias é a divisão entre substâncias
puras e misturas.
• Substância pura - Caracterizada pela inexistência de qualquer outra forma em conjunto,
como a água pura (destilada).
As substâncias puras podem ser divididas ainda em substâncias puras simples e substân¬
cias puras compostas. As substâncias puras simples podem ser definidas como substâncias
fundamentais, que não podem ser decompostas em estruturas mais simples, como O, e H2.
Já as substâncias puras compostas são constituídas por elementos, sendo assim substâncias
mais complexas, que podem ser decompostas em seus constituintes mais simples.
As Substâncias
• Misturas - Podem ser definidas como uma combinação de uma
ou mais substâncias puras. O granito, por exemplo, é uma mis¬
tura. Se olharmos com atenção a estrutura dessa pedra, podemos
observar vários constituintes minerais que a compõem. Trata-se de
uma mistura sólida, na qual é possível identificar a olho nu seus
componentes.
As Substâncias
Existem também misturas na forma de gás. Quando se fala no ar puro
das montanhas, na verdade, trata-se de uma mistura de aproximadamente
78% de nitrogénio (N,), 21% de oxigénio (O2) e 1% de outros gases (CO7,
He, Ar, CH4, entre outros).
Quadro 2 - Número de fases em diferentes estados físicos Fases são as diferentes porções
homogéneas, limitadas por super¬
Número de fícies de separação, que constituem
Componentes Estados físicos
fases visíveis um sistema heterogéneo. Os sistemas
Óleo + Água Líquido 2 homogéneos são monofásicos ou
Ar atmosférico Gasoso 1
unifásicos (apenas uma fase). Os sis¬
temas heterogéneos são polifásicos,
Sal + Carvão Sólido 2 podendo ser bifásicos, trifásicos, etc.
As Substâncias
Observe o quadro a seguir, que mostra exemplos de misturas homogéneas e heterogéneas.
Algumas substâncias parecem ser homogéneas, mas não o são realmente. O leite, por exem¬
plo, embora possa parecer homogéneo, é também constituído por gordura e, quando o aquecemos,
podemos notar a separação dessa substância. Uma mistura de areia fina de praia e sal pode, também,
a princípio, parecer homogénea, porém, basta visualizá-la ao microscópio para ver a diferença entre
os constituintes da mistura.
Para ampliar sua compreensão sobre as substâncias, pesquise sobre o assunto e responda
às questões apresentadas a seguir.
1) O petróleo é considerado uma substância pura ou uma mistura? Pesquise sobre o assunto
e registre sua resposta no espaço a seguir.
As Substâncias
3) Dê exemplos de sistemas em que se possa observar uma substância
pura, misturas homogéneas e misturas heterogéneas.
Análise
Substâncias
Determinação da Pureza das
Substâncias
Uma aplicação importante dos conceitos relativos aos processos de
mudança do estado físico da matéria é o controle de qualidade de algumas
substâncias, de modo a diferenciá-las de misturas. Isso porque, durante o
processo de mudança de estado de uma substância pura, a temperatura per¬
manece constante, o que não ocorre com a mistura.
Por exemplo, quando aquecemos a água em sua forma sólida (cubo de
gelo), a temperatura vai subindo gradativamente até chegar a 0 °C. Durante
o processo de fusão, em que o gelo se transforma em água, a temperatura
permanece constante em 0 °C. Assim que toda a água estiver transformada
no estado líquido, a temperatura volta a subir gradativamente e, se chegar a
atingir 100 °C por meio de aquecimento, a água muda novamente seu estado
físico, passando para o estado gasoso e, enquanto esse processo ocorre, a
temperatura mantém-se constante.
Esse fenômeno é muito importante quando se pretende verificar se
existe algum tipo de mistura e não substâncias simples. Quando se trata
de uma mistura, as temperaturas nunca ficam constantes, ou seja, ocorrem
variações de temperatura mesmo durante as mudanças de estado.
No gráfico a seguir, é possível observar patamares de fusão (PF) e
patamares de ebulição (PE). Quando está ocorrendo a fusão ou a ebulição,
não existe mudança na temperatura. Esse é um princípio fundamental no
processo de destilação e obtenção dos derivados de petróleo nas refinarias.
As Substâncias
Nos dois gráficos que seguem, observamos que não existem pata¬
mares durante a solidificação da água salgada e durante o processo de
obtenção da água doce. Isso ocorre porque nesses dois casos a água
não está pura. Em ambos, existem outros componentes dissolvidos na
água - o sal e o açúcar.
As Substâncias
Análise
Esquema 3 - Misturas
As Substâncias
Reúna-se com um grupo de colegas e discutam as questões a seguir. Registrem as suas
conclusões.
1) Por que ocorre a formação de gotas em uma superfície gelada, como no caso de um copo
de refrigerante cheio de gelo?
4) Onde a água ferve mais rápido: No Himalaia, na Ásia, ou em Porto de Galinhas, na Bahia?
Por quê?
Seção de Sistematização
Nesta unidade, analisamos os processos de transformação e as substâncias quí¬
micas. Vimos que os estados físicos da matéria estão relacionados aos tipos de arranjos
moleculares e que as substâncias podem ser classificadas como puras (homogéneas e
heterogéneas) ou misturas.
Na próxima unidade, vamos estudar a constituição do átomo e como os cientistas
chegaram a esse conhecimento.
Vendo as Coisas por Dentro
N aprimeira unidade deste livro, ao refletirmos sobre a composição das coisas, comen¬
tamos que o átomo é definido como a unidade básica da matéria. Mas qual é a
constituição do átomo e como os cientistas chegaram a esse conhecimento?
Capítulo 1
Estrutura Atómica
Na unidade anterior, abordamos as transformações físicas que a matéria pode sofrer. Para
tratar das transformações químicas, antes é necessário conhecer as propriedades e a estrutura da
unidade mínima que compõe a matéria: o átomo.
Os átomos são muito pequenos e não podem ser vistos a olho nu. Ao longo do tempo, os
cientistas elaboraram várias formas de representação possíveis para o átomo e sua composição, cha¬
madas de modelos atómicos. Um modelo não é uma cópia da realidade, é uma representação, que
tem utilidade para os cientistas enquanto dá conta de explicar os fenômenos a que se refere. Quando
surge um fenômeno que não pode ser explicado por meio de determinado modelo, este tem de ser
aperfeiçoado ou abandonado. Foi isso que ocorreu com os modelos atómicos elaborados pelos cien¬
tistas ao longo da história da química.
Reflexão
Átomos à vista
Estrutura Atómica
0 Átomo de Dalton
Como havíamos comentado na primeira unidade, a ideia de que a matéria seria constituída
de partículas menores nasceu entre os filósofos gregos. Essa hipótese se desenvolveu até meados do
século XVIII, quando o cientista inglês John Dalton (1766-1844) propôs a primeira teoria sobre esse
tema, na qual o átomo era apresentado como uma esfera indivisível e sem estrutura interna. Dalton
defendia que toda matéria era constituída de átomos. Além disso, afirmava que todos os átomos
de um determinado elemento eram idênticos em suas propriedades e, quando diferentes átomos se
uniam, formavam os materiais.
O modelo descrito por Dalton ficou conhecido como modelo de bola de bilhar, porque real¬
mente, para ele, o átomo poderia ser representado dessa forma.
Com essa teoria, foi possível propor diferentes formas atómicas, que foram batizadas de
elementos químicos. Cada elemento passou, em geral, a ser identificado pela primeira letra de seu
nome em latim grafada em maiúsculo, seguida, quando necessário, da segunda letra grafada em
minúsculo. Essa denominação é universal e utilizada até hoje.
Conheça a seguir alguns elementos químicos e seus símbolos.
Tabela 1- Exemplos de elementos químicos e seus símbolos
Estrutura Atómica
0 Átomo de Thomson
A teoria de Dalton sobre o átomo foi aceita até relativamente pouco tempo. Somente por
volta da última metade do século XIX, o cientista Joseph John Thomson (1856-1940), com base
em seus estudos sobre eletricidade, propôs outra teoria sobre o átomo. De acordo com Thomson,
os átomos não se constituiriam apenas por uma partícula sólida; sua estrutura seria formada por
partículas carregadas negativamente. Com essa perspectiva, o átomo passava a ser entendido como
divisível, ou seja, constituído no mínimo por duas partículas, uma com carga positiva e outra com
carga negativa.
Outra característica importante do átomo, conforme o modelo de Thomson, é que sua carga
elétrica seria neutra. Assim, o número de partes positivas deveria ser igual ao número de cargas nega¬
tivas. Estruturalmente, o átomo de Thomson continuaria sendo como o átomo de Dalton, maciço
e esférico, mas com suas pequenas cargas negativas incrustadas em uma grande massa positiva, às
quais o físico deu o nome de elétrons. Em função desse aspecto, o modelo ficou conhecido como
pudim de passas.
Pela sua configuração, o modelo atómico de Thomson ficou conhecido como "pudim de passas".
Estrutura Atómica
0 Átomo de Rutherford
Enquanto estudavam a propagação de feixes luminosos,
A direção conforme a qual a luz
alguns cientistas perceberam que algo na teoria de Thomson deve¬
se propaga corresponde a um
raio luminoso. Um conjunto de ria ser modificado. Após alguns experimentos executados pelo físico
raios luminosos forma um feixe e químico neozelandês Ernest Rutherford (1871-1937), em 1911,
luminoso. chegou-se à conclusão de que, na verdade, a parte positiva do átomo
não deveria ser tão grande, mas, sim, um pequeno núcleo maciço em
sua região central. O principal experimento foi o bombardeamento
de uma fina folha de ouro por partículas emitidas a partir de uma fonte de polónio. Por meio desse
experimento, Rutherford desenvolveu o conceito de núcleo atómico, estabelecendo-se um novo
modelo atómico.
Experimento de Rutherford: bombardeamento de uma folha de ouro por partículas alfa emitidas por uma fonte de polónio.
Segundo o novo modelo, o átomo seria constituído por uma parte central pequena, densa e
positiva, denominada núcleo, onde se encontram os prótons - partículas dotadas de carga positiva.
Os elétrons estariam em uma região muito grande ao redor do núcleo, denominada eletrosfera.
Assim, o átomo de Rutherford é constituído por duas partes características, o núcleo e a ele¬
trosfera. Uma maneira de se visualizar esse modelo é compará-lo com o nosso sistema solar, no qual
o núcleo seria o Sol e os planetas, os elétrons. A órbita ocupada pelos planetas corresponde, no
átomo, à eletrosfera.
Estrutura Atómica
Após Rutherford identificar o pró¬
ton, ele levantou a hipótese de que
haveria no interior do núcleo outra
Elétron partícula, com massa semelhante
à do próton, porém eletricamente
Eletrosfera ou coroa neutra. Mais tarde, um aluno seu,
chamado Chadwick, descobriria
Núcleo essa partícula e a nomearia de
nêutron.
Para que os prótons permaneçam unidos no núcleo sem repelir uns aos
outros, pois cargas iguais provocam repulsão, existem também os nêutrons -
partículas pequenas e sem cargas, que ficam no interior do núcleo.
Como o átomo é uma estrutura neutra, deve existir um balanço de
suas cargas. Se o elétron tem uma carga negativa (-1), o próton deve ter
uma carga positiva ( + 1), e o número de prótons deve ser igual ao número
de elétrons para um átomo neutro.
Em termos comparativos, para dimensionarmos o tama¬
nho da eletrosfera em relação ao núcleo, podemos imaginar Repulsão:
um limão no centro de um campo de futebol. O limão seria o Afastamento entre duas
núcleo e o campo de futebol, a eletrosfera. partículas que possuem
cargas elétricas iguais.
Como a maior parte do átomo, no modelo de Rutherford,
Órbita:
é constituída pela eletrosfera, é muito importante entendermos
Trajetória que um corpo
como é feita a distribuição dos elétrons nessa região. Assim realiza em torno de outro.
como os planetas estão distribuídos em órbitas, os elétrons
estão distribuídos em camadas na eletrosfera.
Vejamos, por exemplo, o átomo mais simples, o hidrogénio, composto
por apenas um próton em seu núcleo e um elétron em sua eletrosfera. O
átomo de hidrogénio pode ser representado da seguinte forma:
Estrutura Atómica
Já o átomo de lítio, por exemplo, tem três elétrons em sua eletrosfera
e o mesmo número de protons no núcleo.
0 Atomo de Bohr
No núcleo, os prótons e os nêutrons ficam dispostos aleatoriamente
e, na eletrosfera, os elétrons ficam dispostos em camadas energéticas, nas
quais cabe um número limitado de elétrons. No núcleo do átomo de sódio,
por exemplo, há 11 prótons e, em sua eletrosfera, 11 elétrons.
>/
7^7
Estrutura Atómica
O físico dinamarquês Niels Bohr (1885-1962) apresentou, em 1913, um novo modelo atómico,
que complementou o modelo de Rutherford. Ele propôs que as camadas orbitando ao redor da
eletrosfera fossem numeradas de 1 a 7 e que a cada uma correspondesse uma letra: K, L, M, N, O,
P e Q. Elétrons estariam distribuídos pelas camadas (níveis energéticos que compõem a eletrosfera)
da seguinte forma:
Camada 1 K 2 elétrons
Camada 2 L 8 elétrons
Camada 3 M 18 elétrons
Camada 4 N 32 elétrons
Camada 5 0 32 elétrons
Camada 6 P 18 elétrons
Camada 7 Q 2 elétrons
Bohr explicou ainda que os elétrons podem saltar de uma camada para outra quando algum
tipo de energia incide sobre eles e que, quando retornam a sua camada de origem, emitem luz.
Estrutura Atómica
vô
Pouco tempo depois, em 1926, outro físico alemão, Erwin Schrodinger,
partindo da impossibilidade de determinar a posição exata de um elétron
na eletrosfera, elaborou uma equação de ondas que permitia calcular a
probabilidade de se encontrar o elétron em uma dada região do espaço.
Desse modo, identificou-se a região do espaço onde a probabilidade de
se encontrar o elétron é máxima, que é chamada de orbital. Segundo essa
teoria atómica, seria impossível saber com precisão a posição de um elé¬
tron em relação ao núcleo em um determinado instante, ou seja, não há
como pensar em órbita do elétron, mas apenas em zonas do espaço do
átomo em torno do núcleo, as chamadas orbitais, nas quais o elétron tem
maior probabilidade de se encontrar.
Atualmente, o modelo da nuvem eletrónica é considerado pela maior
parte dos cientistas o mais adequado para representar o átomo. Segundo essa
hipótese, os elétrons não teriam órbitas realmente bem definidas (camadas),
mas possuiriam movimentos aleatórios em torno do núcleo do átomo, como
em uma nuvem.
Na nuvem eletrónica, haveria elétrons que se encontram preferencial¬
mente mais próximos do núcleo e outros que se encontram preferencialmente
mais afastados dele, conforme a figura a seguir.
À,
Estrutura Atómica
Capítulo 2
No caso do hidrogénio (H), por exemplo, como tem apenas um próton em seu núcleo,
tem número atómico (Z) igual a 1. Já um átomo de sódio (Na) tem 11 prótons em seu núcleo;
portanto, seu número atómico (Z) é 11. O ouro (Au), por sua vez, tem 79 prótons em seu
núcleo; logo, seu número atómico (Z) é igual a 79.
Como o número de prótons é igual a Z, deduzimos que o número de massa (A) é igual ao
número atómico (Z) somado ao número de nêutrons (N).
A=Z+N
Agora que você já conhece essas duas grandezas usadas para identificar os átomos, precisa
saber como representá-las de modo a possibilitar a identificação rápida do número atómico e de
massa de cada átomo.
A representação oficial para a identificação dos elementos é estabelecida pela International
-
Union of Pure and Applied Chemistry lupac (União Internacional de Química Pura e Aplicada),
órgão que regulariza a nomenclatura em química em todo o mundo. Veja a seguir como deve ser a
representação de um elemento químico:
Número de massa
Isótopos
Elementos químicos de uma mesma espécie sempre apresentam o mesmo número atómico (Z).
Entretanto, o número de massa (A) pode ser diferente em átomos de um mesmo elemento.
Deutério Trítio^H
1 próton 1 próton
1 eletrón 1 elétron
1 neutron 2 nêutrons
Isótopos do hidrogénio.
Por que o número de prótons sempre deve ser igual ao número de elétrons em
um átomo estável?
Nesta unidade, estudamos a composição do "tijolo" que forma tudo o que conhe¬
cemos, o átomo. Algumas teorias sobre o átomo foram formuladas e aceitas até que se
chegasse ao modelo atómico atual. Conhecer esses conceitos vai auxiliá-lo no entendi¬
mento das ligações químicas e do modo como os elementos são agrupados.
Ligando Elementos
E comum ouvirmos médicos e nutricionistas recomendando o consumo de vitaminas e
até de alguns metais, como o ferro, para manter nossa saúde e bem-estar em equilíbrio.
Mas, afinal, o que os metais e outros elementos químicos têm a ver com a saúde?
Os alimentos que consumimos no dia a dia contêm nutrientes de que todos os seres vivos
precisam para desempenhar suas funções vitais. O nutriente é uma substância alimentar que é
absorvida pelo organismo e utilizada para manter a vida. E chamada de “nutriente orgânico” a
substância que tem na sua composição os seguintes elementos químicos: C (carbono), H (hidro¬
génio), e O (oxigénio). Os denominados nutrientes minerais são os que não apresentam ao
menos um dentre os elementos citados.
Gath ny
James
CDC/
Capítulo 1
Alguns grupos específicos de elementos químicos, como os metais, têm propriedades seme¬
lhantes. E de acordo com essas propriedades que os grupos são distribuídos na tabela periódica,
elaborada para organizar os elementos. Além dessa função, a tabela periódica dos elementos pode
ajudar a identificar as possibilidades de ligações entre eles.
Reflexão
Afinal, por que o cloro se liga com o sódio e forma o sal de cozinha? Será que a posição de
ambos na tabela periódica pode fornecer alguma resposta para essa dúvida?
Semlhanç
A Tabela Periódica
Recentemente foram adicionados alguns elementos à tabela periódica moderna, que passou a
apresentar 117 elementos químicos, sendo a maioria encontrada na natureza e alguns sintetizados pelo
homem. Os elementos mais recentes da tabela são classificados, ao mesmo tempo, como transurânicos,
por terem número atómico maior que 92, e sintéticos, por serem resultado de fabricação artificial. Ao
longo da última década, nove foram os elementos adicionados à tabela periódica.
A tabela periódica é dividida em dois grupos específicos: os períodos, dispostos nas linhas
horizontais, e as famílias, apresentadas nas linhas verticais.
Tabela periódica
Grupo 4,
N« Massa
atómico atómica
1
1 2 13 14 15 16 17 He
Hélio
H
3 6.941 10 20.180
2 Li Ne
Lítio Neônio
H
11 22.98977 12 24305 18 39.948
3 Na Mg 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 Ar
Sódio Magnésio Argônio
19 39.098 20 40.078 21 1
44.9559 22 47.867 I 50.942 51.996 54.938 55.845 58.933 58.693 l 63.546 1 65.409 31 69.723 32 72.64 33 74.922 34 78.96 36 83.798
4 K Ca Sc Ti V Cr Mn Fe Co Ni Cu Zn Ga Ge As Se Br Kr
Potássio Cálcio Escândio Titánio | Vanádio Cromo Ferro Cobalto Níquel Cobre Zinco Gálio Germánio Arsênio Selênio Bromo Criptónio
37 85.467 38 87.62 39 88.9059] 40 912241 41 92.906 42 95.94 43 (98? 45 102.906 46 106.42 47 1 07.868 48 112.411 49 114.818 50 118.710 51 121.760 52 127.60 54 131293
5 Rb Sr Y Zr Nb Mo Tc Ru Rh Pd Ag Cd In Sn Sb Te 1 Xe
Rubidio Estrôncio ítrio Zircônio Nióbio Molibdênio Tecnécio Ruténio Ródio Paládio Prata Cádmio índio Estanho Antimônio Telúrio lodo Xenônio
55 132.90547 56 137327 57-71 72 178.49 73 180.947 74 183.84 5 186.207 19023 77 192.217 8 195.084 79 196.967 80 200.59 81 204.383 82 2072 83 208.980 84 (209)* 86 (222)*
6 Cs Ba Hf Ta w Re Os Ir Pt Au Hg TI Pb Bi Po At Rn
Césio Bário Lantanídeos Háfnio
I
Tántalo Tungsténio Rénio Ósmio Indio Platina Ouro Mercúrio
. .
Tálio Chumbo Bismuto Polónio Astato Radónio
”mF V
87 (223)* 88 (226)* 89-103 104 (261)* 105 (262)’ 106 (266)* 107 (264)* 108 (277)* 112 (285)*
57 138.905 58 140.116 59 140.908 60 144242 61 (145) 62 150.36 63 151.964 64 157.25 65 158.925 66 162.500 67 164.930 68 167259 69 168.934 70 173.04 71 174.967
H Propriedades Químicas
Desconhecidas
Metais Alcalinos
1*1 Metais Alcalinoterrosos Actinídeos | Metais de Transição
Metais Representativos
a Semi Metais Não Metais Halogênios Gases Nobres
Sistematização
Elemento A: Z = 37
Elemento B: Z = 13
Elemento C: Z = 56
A/ —
\W/A Classificação Periódica dos Elementos
Metais Alcalinos
O nome dessa família origina-se dos metais obtidos de
cinzas marinhas. Por apresentarem apenas um único elétron em
Os óxidos estão muito presentes
sua camada mais externa, são extremamente reativos, razão pela em nosso cotidiano. A ferrugem
qual nem mesmo na natureza são encontrados em seu estado que corrói os objetos de ferro, por
puro. Reagem fortemente com a água e, quando expostos ao ar, exemplo, é uma variedade de óxido
vão perdendo o brilho, formando óxidos. de ferro. Porém, muitos óxidos
que resultam de processos indus¬
Entre esses elementos, deve ser dado destaque especial ao
triais de queima de combustíveis
sódio (Na) e ao potássio (K), principalmente pela importância
poluem a atmosfera, causando
biológica que têm, mantendo o potencial elétrico da célula por danos ao meio ambiente.
meio da bomba de sódio-potássio. Os sais de lítio (Li) podem ser
utilizados em tratamentos contra a depressão, além da aplicação
em baterias em aparelhos eletrónicos.
Metais Alcalinoterrosos
Os metais alcalinoterrosos originam-se das cinzas vindas da terra, daí
o nome. São menos reativos que os alcalinos, apresentando dois elétrons em
sua última camada. Alguns deles reagem com a água e com o oxigénio.
Ralf Roletschek
Família do Boro
O grupo recebe esse nome por iniciar com o semimetal boro (B),
que não reage nem com o oxigénio nem com a água. Já o alumínio (Al)
forma o óxido de alumínio quando exposto ao ar. Esse elemento é um
dos metais mais abundantes da crosta terrestre, na forma de óxido de
alumínio, e apresenta uma grande aplicação industrial.
Família do Nitrogénio
Na família do nitrogénio (N), encontramos mais uma vez uma
grande diversidade de metais, não metais e semimetais; assim, as pro¬
priedades do grupo são muito variadas. O nitrogénio destaca-se por ser
um gás, constituindo 78% do gás atmosférico, embora não participe da
respiração. É muito utilizado como gás refrigerante, no congelamento
de alimentos, e em materiais biológicos. É também componente
essencial na obtenção da nitroglicerina e do TNT (trinitrotolueno),
utilizados como explosivos. Ainda nesse grupo, encontramos o fós¬
foro (P), fundamental na formação do DNA (molécula que carrega
toda a informação genética dos organismos vivos).
Pesquise sobre as aplicações dos componentes da família dos halogênios e descubra qual
dos elementos desse grupo é utilizado na água sanitária.
(wk I -
A Classificação Periódica dos Elementos
Família dos Gases Nobres Metais de Transição
Os gases nobres são conhecidos pela Caracterizam-se por serem bons con¬
sua grande estabilidade e baixa reatividade. dutores de eletricidade e calor. Geralmente,
São empregados como tubo de descarga para formam ligas metálicas resistentes e com alto
iluminações de ambientes, como no caso das ponto de fusão. O último nível desses elemen¬
lâmpadas incandescentes de argônio (Ar) e tos, em geral, apresenta dois elétrons. Além
das lâmpadas de luz amarela que contêm outro da sua vasta aplicação na indústria, vários des¬
gás nobre, o xenônio (Xe). ses metais têm sido utilizados em tratamentos
Já o hélio (He) é muito utilizado para médicos ortomoleculares, em função de suas
encher os balões coloridos flutuantes com que propriedades biológicas. É o caso do zinco (Zn),
as crianças gostam de brincar. que auxilia na transformação das proteínas dos
alimentos para que sejam mais bem aproveita¬
Klinger das pelo organismo, e do ferro (Fe), responsável
pelo transporte do oxigénio que é captado pelo
Marcel pulmão e carregado pelo corpo. Alguns desses
metais são misturados para produzir as ligas
metálicas que são utilizadas em diversos setores
da indústria. Um exemplo é a produção de ferra¬
mentas de alta dureza e resistência.
Ligações Químicas
Neste estudo, já tratamos dos elementos e suas propriedades de maneira isolada, enfocando a
constituição do átomo e as propriedades físicas da matéria. Agora, para que você possa compreender
as propriedades químicas e como as reações ocorrem, é necessário saber como os elementos se ligam
uns aos outros.
Quais elementos se ligam e por quê? E quais são aqueles que nunca se ligam com
outros elementos?
São as respostas a essas questões que iremos buscar neste capítulo. Para auxiliá-lo nessa tarefa,
é muito importante estar com a tabela periódica em mãos e relembrar sempre os principais conceitos
estudados até aqui.
Primeiro, é fundamental observar que a existência de uma substância só é possível em virtude
de uma combinação de fatores que levam a uma ligação química.
Basicamente há três tipos de ligações químicas:
• ligações iônicas;
• ligações covalentes;
• ligações metálicas.
Todas são importantes, mas em geral, no contexto escolar, é dado um destaque maior às duas
primeiras. Antes do estudo das ligações iônicas e covalentes, porém, é necessário compreender uma
regra muito simples e útil para esses tipos de ligação, a chamada regra do octeto.
Regra do Octeto
Quando estudamos as famílias na tabela periódica, observamos que apenas um grupo é muito
estável e pouco reage com outros elementos: os gases nobres. A principal característica desse grupo
é que na última camada energética existem oito elétrons.
Assim, os cientistas concluíram que, quando um elemento apresenta esse número de elétrons
em sua última camada, ele se torna estável. Isso explica o fato de os gases nobres existirem de maneira
isolada na natureza. Uma exceção a essa regra é o elemento hélio (He), que se torna estável com ape¬
nas dois elétrons, mas isso ocorre tão somente porque o primeiro nível energético acomoda apenas
dois elétrons. Desse modo, como o hélio tem apenas dois elétrons, ele se torna estável. Os demais
necessitam de 8 elétrons no último nível energético para serem estáveis.
Ligações Químicas
Observe, então, a distribuição de elétrons de alguns dos gases nobres.
Neônio (Ne): Z = 10
Logo, o número de elétrons nesse elemento é igual a 10.
Camada K: 2 elétrons
Camada L: 8 elétrons (estável)
Argônio (Ar): Z = 18
Logo, o número de elétrons nesse elemento é igual a 18.
Camada K: 2 elétrons
Camada L: 8 elétrons
Camada M: 8 elétrons (estável)
Criptônio (KR): Z = 36
Logo, o número de elétrons nesse elemento é igual a 36.
Camada K: 2 elétrons
Camada L: 8 elétrons
Camada M: 18 elétrons
Camada N: 8 elétrons (estável)
Ligações lônicas
Percebemos que, a princípio, todo elemento tende a procurar igualar-se a um gás nobre,
devendo, para isso, seguir a regra do octeto. Dessa forma, para seguir a regra, alguns elementos
devem perder elétrons e outros devem ganhar. Considere, então, os casos do sódio e do cloro.
Ligações Químicas
Se o sódio perdesse seu último elétron, seu nível energético L ficaria estável, com oito elétrons.
Se o cloro ganhasse um elétron, seu nível mais externo M ficaria estável, com oito elétrons. Dessa
forma, se o sódio ceder um elétron ao cloro, haverá a formação, por meio dessa ligação química, de
um composto sólido e cristalino: o cloreto de sódio (NaCl), que é o sal de cozinha. Essa combinação
é constituída por uma ligação iônica.
Para satisfazer a regra do octeto, átomos com menos de quatro elétrons no último
nível energético devem perder elétrons, enquanto átomos com quatro ou mais elétrons
na última camada devem ganhar elétrons.
Podemos pensar da seguinte forma: uma ligação iônica ocorre sempre entre um metal e um
não metal. O metal perde elétrons, que são cargas negativas, e o não metal ganha elétrons. Assim, os
metais tornam-se eletropositivos e os não metais tornam-se eletronegativos.
Eletronegativos
Eletropositivos
: : vÔ
Ligações Químicas\^F/
Esse tipo de ligação é realizado principalmente pela força de atração do núcleo de um átomo
(positivo) em relação ao elétron do outro (negativo). Portanto, podemos dizer que a ligação é feita
por forças eletrostáticas.
De modo geral, quando uma ligação iônica ocorre, não são apenas dois átomos que se aproxi¬
mam. Na verdade, milhares de átomos se integram, formando uma rede cristalina.
Reflexão
Ligações Covalentes
Diferente da ligação iônica, a ligação covalente é caracterizada pelo compartilhamento de
elétrons, ou seja, os átomos não ganham ou perdem elétrons, mas, sim, os compartilham.
Vamos imaginar um átomo de cloro (Cl), com sete elétrons na última camada. Ao se aproximar
de outro átomo de cloro, os dois podem ter o comportamento demonstrado na ilustração a seguir.
Para facilitar, foi representado apenas o nível mais externo do cloro, ou última camada, com sete
elétrons.
Cl Cl
Á,Ligações :
Químicas
Nesse caso, a atração nuclear (positiva) pelo elétron do outro átomo (negativo) faz com que
haja a interação entre os níveis de energia; dessa maneira, há a formação de uma molécula de cloro,
como pode ser visto a seguir.
Observe que a regra do octeto foi respeitada e a substância formada é uma molécula estável
de Cl2 (gás cloro).
A ligação covalente geralmente ocorre entre compostos: com hidrogénio, entre hidrogénio
e não metais: entre semimetais e semimetais, entre não metais e semimetais; e entre não metais e
não metais.
Essa mesma ligação ocorre com os outros elementos do grupo dos Gás inerte:
halogênios, formando-se compostos como o flúor (F?), o bromo (Br,) e o É um gás que não parti¬
iodo (I2). cipa da reação química,
O caso do hidrogénio é muito especial para as ligações covalentes. como ocorre com os gases
Como o nível K se estabiliza com dois elétrons, para ficar idêntico ao gás nobres.
nobre hélio, com 2 elétrons na última camada, o hidrogénio precisa de mais
um elétron nessa camada para ficar estável.
Lembrando que os gases nobres são encontrados na natureza na forma de átomos isolados por
terem a última camada da eletrosfera completa, ou seja, com 8 elétrons. Mesmo o hélio, que só tem
2 elétrons, está completo porque o nível K só permite, no máximo, 2 elétrons.
Observe na tabela periódica:
14 15 16 18
2
He
6 7 8 9 10
C N 0 F Ne
14 15 16 17 18
SI P S Cl Ar
32 33 34 35 36
Ge As Se Br Kr
50 51 52 53 54
Sn Sb Te 1 Xe
82 83 84 85 86
Pb Bi Po At Rn
Ligações Químicas
Assim, é possível entender por que o hidrogénio forma predominantemente ligações covalen-
tes mesmo com elementos muito eletronegativos. Ele tem a tendência de compartilhar seu elétron
para se estabilizar como o hélio (dois elétrons no último nível). Essa ligação dá origem à molécula de
hidrogénio, quando dois átomos compartilham seus elétrons.
Molécula de hidrogénio.
Percebe-se, que a princípio, há sete elétrons na camada de valência de cada átomo de cloro.
Ao se aproximarem, existe o compartilhamento de um par de elétrons pelos dois elementos, o que
satisfaz a regra do octeto para ambos. Assim, forma-se a molécula de cloro com uma ligação simples.
Outra importante molécula que é formada por ligação covalente é o oxigénio (O2), que tem seis
elétrons no seu nível mais externo. Para completar oito elétrons e obedecer à regra do octeto, os dois
átomos compartilham dois pares de elétrons, formando uma dupla ligação.
•• •• •• ••
:O: + :O: :O::O:
Molécula de oxigénio (02).
( jjfR- 1
Ligações Químicas
O ácido clorídrico, Por meio da estrutura de Lewis, é possível representar inúmeras formas
conhecido como de ligações, envolvendo também elementos diferentes. Observe, por exemplo, a
ácido muriático, é formação do ácido clorídrico (HC1), em que o hidrogénio (H) compartilha seu
utilizado para lim¬ elétron de valência com o cloro (Cl), satisfazendo a regra do octeto para ambos.
par pisos muito
sujos.
H- + Cl:
••
H:Ch
••
Ácido clorídrico (HCI).
Outra classe importante de compostos formados por ligações covalentes são os compostos
orgânicos, presentes em todas as estruturas vivas. Esses compostos são constituídos principal¬
mente pelo carbono (C) e pelo hidrogénio (H) por meio de ligações covalentes. Observe os
exemplos a seguir.
H HH
•• ••
H :C
••
H HiCCH
•• ••
H HH
Molécula de metano (CH4). Molécula de etano (C2H6).
Perceba que, na formação das moléculas de metano e etano, a regra do octeto é satisfeita pelo
compartilhamento do par de elétrons.
•C + H-
0 carbono (C) pode fazer quatro ligações e o hidrogénio (H) uma.
H
H :C
••
H Para satisfazer a regra do octeto e formar uma molécula
estável, são necessários quatro hidrogénios para fazer quatro
Em alguns casos, o carbono pode fazer ligações com outros átomos de carbono, como na repre¬
sentação a seguir.
HH
C-C H^C^C^H
HH
Ligações Químicas
Nestes dois últimos casos, observe que há uma dupla ligação (dois pares de elétrons comparti¬
lhados) e uma tripla ligação (três pares de elétrons compartilhados).
Relembrando:
1 par de elétrons compartilhados - ligação simples.
2 pares de elétrons compartilhados - ligação dupla.
3 pares de elétrons compartilhados - ligação tripla.
Para facilitar a representação da fórmula de Lewis, podemos adicionar traços para representar
as ligações, como no exemplo a seguir. Cada traço representa um par de elétrons realizando uma
ligação covalente.
H
H-C-H H— C=C— H
H
H— C=C— H
Ligações Químicas
no2
c. Br2
3) Por que os átomos têm a necessidade de deixar sua eletrosfera igual à dos gases nobres?
\
Ligações Químicas
Seção de Sistematização
Nesta unidade, você estudou como os elementos são classificados e agrupados.
Essas informações são importantes para conhecer as propriedades dos elementos
e entender os seus comportamentos. Você também viu que existem três tipos de
ligações - covalentes, iônicas e metálicas - e que elas são feitas com o propósito de
estabilizar os elementos, deixando a última camada de valência com 8 elétrons.
Chegamos ao final de mais uma unidade. Esperamos que você, a partir de agora,
entenda como a química pode ser uma aliada no nosso dia a dia. Quando alguém disser
que um determinado produto "não tem química", você conseguirá entender que, na
verdade, ele não contém substâncias que fazem mal para a saúde, pois a química está
sempre presente em nossa vida. Até nosso corpo, com todos os seus processos, tem sua
existência condicionada às reações químicas.
Medindo a Matéria
F "A uando ouvimos falar no rádio ou na TV sobre contaminações que ocorrem no meio
1ambiente, como derramamentos de petróleo ou componentes químicos, imaginamos
’grandes quantidades de materiais sendo espalhados no mar ou em estradas. Mas quais
serão as quantidades suficientes de cada substância para que o ambiente seja contaminado?
Unidades de
Medidas
Nos estudos que fizemos até agora, estávamos
preocupados em definir a matéria de um modo qua¬
uRGte/rSsohck
litativo, ou seja, definir os nomes e as propriedades DVA
dos elementos químicos. Nesta unidade, nosso foco
será o aspecto quantitativo da química, ou melhor,
a quantidade de matéria envolvida em um determi¬
nado processo ou reação química.
• Para medir volume, usamos litros (L), metros cúbicos (m3), mililitros (mL). |
• Para medir massa, usamos quilogramas (kg), gramas (g), miligramas (mg).
• Para medir distância, usamos centímetros (cm), metros (m), quilómetros (km).
• Para medir tempo, usamos segundos (s), minutos (min), horas (h).
Qualquer unidade é comparada sempre a um valor de referência. Para isso, utilizamos uma
medida padrão. Algumas vezes, temos problemas conforme cada situação. Vejamos: 1 metro é uma
medida muito pequena para medir a distância entre São Paulo e Salvador, mas é uma medida muito
grande para medir um palito de fósforo.
Por causa de situações assim, para todas as unidades de medida, temos múltiplos e submúlti-
plos que auxiliam em medições - cada um é aplicado de acordo com aquilo que se pretende medir.
As unidades de medida, portanto, servem para dimensionar situações ou sistemas. Elas nos
dão noção de grandeza e nos possibilitam calcular quantidades de matéria, como 1 kg de açúcar,
1 L de leite, quantas horas é preciso para percorrer determinado trajeto e qual é a distância entre
dois planetas.
Para que se chegasse a uma padronização em relação a essas unidades de medida, foi criado o
Sistema Internacional de Unidades, que padroniza as unidades fundamentais e seus símbolos.
Unidades de Medidas
Observe o quadro demonstrativo apresentado a seguir.
Quadro 1- Unidades Básicas do SI
Medida Unidade Símbolo
Comprimento Metro m
Massa Kilograma kg
Tempo Segundo s
Temperatura kelvin K
Intensidade de corrente Ampere A
Intensidade luminosa Candela cd
Quantidade de substância Mol mol
Unidades de Medidas
A resposta é simples: podemos dividir o átomo de carbono em
12 partes iguais. Cada uma dessas unidades é chamada de unidade
unificada de massa atómica (u) e corresponde a 1/12 do carbono.
Isótopos são elementos iguais É importante sabermos que a unidade de massa atómica é uma
que se diferem apenas no média da massa atómica dos isótopos de um elemento.
número de nêutrons.
Observe o potássio (K), elemento constituído por três isótopos
assim distribuídos na natureza:
Unidades de Medidas
Podemos determinar a unidade unificada de massa atómica média da seguinte maneira:
Assim, a u para o potássio é 39,17 - uma média ponderada de todos os seus isótopos.
Análise
1) Com base no que foi visto anteriormente, determine a unidade unificada de massa atómica
do neônio, sabendo que este se encontra nas seguintes proporções em relação aos seus
isótopos: 90,92% de Ne 20; 0,26% de Ne 21 e 8,82% de Ne 22.
3) O cloro (Cl) encontra-se na forma de dois isótopos: o cloro 35 (75,77%) e o cloro 37 (24,23%).
Determine, com base nesses valores, o peso atómico do cloro.
Massa Molecular
Agora que já sabemos definir a unidade unificada de massa atómica, fica mais fácil determinar
a massa de uma molécula.
Vamos imaginar, por exemplo, a molécula de dióxido de carbono (CO2), que, em virtude do
grande uso de combustíveis fósseis, tem gerado muitos problemas em relação ao aquecimento global.
Ele é constituído por dois átomos de oxigénio e um átomo de carbono por ligações covalentes.
Molécula de C02
Unidades de Medidas
Podemos utilizar o mesmo raciocínio de determinação do peso atómico para a determinação
do peso molecular das substâncias. Para o CO2, temos dois átomos de oxigénio. O peso atómico
estabelecido para o oxigénio, baseado na média ponderada de seus isótopos, é 15,99 u. Já o carbono
apresenta peso atómico 12 u. A somatória de todas as massas nos fornece o peso molecular do CO2.
Vamos aos cálculos:
Assim, podemos dizer que uma molécula de dióxido de carbono apresenta massa molecular
igual a 43,991 u.
Outra molécula de grande interesse ambiental é a molécula de ozônio. O ozônio é um gás
encontrado na estratosfera e tem como principal função impedir que os raios ultravioleta, prove¬
nientes das radiações cósmicas, penetrem na atmosfera terrestre.
Nos últimos anos, uma grande quantidade de clorofluorcarbono - CFC (gás utilizado nos siste¬
mas de refrigeração) foi lançada na atmosfera, degradando a camada de ozônio. Atualmente, embora
esse gás esteja proibido, as consequências de seu uso indiscriminado já são quase irreversíveis, como
o crescimento dos casos de câncer de pele no mundo.
O cálculo do peso molecular do ozônio é muito simples. Como temos três átomos de oxigénio
ligados, devemos apenas multiplicar por três o peso atómico do oxigénio. Observe a seguir.
o/°\ o
Molécula de ozônio
Unidades de Medidas
“íA Reflexão
Debata com seus colegas sobre a estrutura do CFC representada abaixo. Você poderia deter¬
minar o peso molecular desse composto? Qual seria? E se tivermos mais de uma molécula,
o peso molecular pode variar? Por quê?
Unidades de Medidas
Agora ficou bem mais fácil, afinal, 12 g de C podem ser pesados
em qualquer tipo de balança. Mas e os outros elementos? Lembra-se da
massa atómica ou peso atómico? Pois é, assim como o peso atómico do C
é igual a 12, todos os elementos têm sua massa molar representada pelo
peso atómico em gramas. Vamos observar alguns exemplos a seguir.
• 1 mol de sódio (Na) = 6,022 • 1023 átomos de sódio
= 22,99 g de Na.
• 1 mol de césio (Cs) = 6,022 • 1023 átomos de césio
= 132,90 g de Cs.
• 1 mol de nitrogénio (N) = 6,022 • 1023 átomos de nitrogénio =
14,00 g de N.
1 mol de magnésio (Mg) = 6,022 • 1023 átomos de magnésio =
24,31 g de Mg.
Repare que, apesar de terem o mesmo número de átomos
(6,022 . 1023), as massas dos elementos são diferentes entre si. Isso ocorre
pelo fato de que os átomos também têm tamanhos diferentes; logo, pesos
diferentes.
Uma maneira de compreender melhor é pensar na seguinte
situação:
O que é mais pesado: uma dúzia de ovos de avestruz ou
uma dúzia de ovos de galinha?
Unidades de Medidas
Análise
3) Uma amostra de hélio gasoso contém 4,63 • 1022 átomos de hélio. Quantos mols de átomos
de hélio estão presentes?
Ca
Cu
Na
w Para conhecer a relação entre as moléculas do arque respiramos e os radicais livres que provocam o envelhecimento,
leia o texto disponível em: <https://super.abril.com.br/comportamento/a-ameaca-dos-radicais-livres/>.
Unidades de Medidas
É importante conhecermos as massas atómicas dos átomos, porém, em
geral, esses átomos se combinam formando moléculas.
Portanto, mais importante que determinar as massas atómicas e o
número de átomos é determinar o número de moléculas e a massa dessas
substâncias. Com os conhecimentos obtidos anteriormente, fica fácil fazer
isso.
Devemos partir de dois conceitos fundamentais:
• Assim como nos átomos e em quaisquer outras substâncias ou obje¬
tos, 1 mol de qualquer coisa é constituído por 6,022 • 1023 unidades.
Assim, 1 mol de moléculas tem 6,022 • 1023 moléculas.
• A quantidade em massa de qualquer molécula é constituída pela
somatória das massas dos elementos formadores da molécula.
Nosso planeta não deveria ser chamado de planeta Terra, mas, sim, de planeta
Água, pois cerca de 70% dele é coberto por água, alvo de deposição final da
maior parte dos poluentes do planeta.
Unidades de Medidas
Ao somarmos as massas de 2 mols de hidrogénio com 1 mol de oxigénio,
teremos a massa em gramas referente a 1 mol de moléculas de água:
Análise
Metano (CHJ.
Unidades de Medidas
Capítulo 2
Reações Químicas
Até agora, preocupamo-nos com os elementos de forma isolada. Entendemos como quantificar
e medir os átomos. Fizemos isso também com as moléculas. Tivemos, portanto, um grande avanço
nesse sentido. Mas agora precisamos ir um pouco mais longe. Ainda há pouco, foi mencionado na
primeira questão da página 93 o tema chuva ácida, que é formada quando o enxofre é liberado em
um processo de queima do carvão.
Todas essas transformações que ocorrem diariamente e que por muitas vezes passam desperce¬
bidas, como assar um bolo, um prego enferrujando, a madeira queimando, a queima do combustível
pelos carros, são processos que podem ser representados e compreendidos pela química. A ferra¬
menta que utilizamos para essa representação chama-se reação química.
ruzan/Shtesock Jopics/Shuterk
Exemplos de reações químicas que ocorrem em nosso cotidiano: pregos enferrujados e bolo crescendo no forno.
Toda reação química é esquematizada com símbolos químicos que representam, de um modo
geral, uma transformação. Quando falamos em transformações, logo pensamos em um processo em
que uma ou mais substâncias se modificam. Nesse processo, precisamos primeiro identificar o que
está se transformando em quê. Observe a seguir a primeira regra fundamental:
Uma reação deve ter produtos e reagentes.
O(s) reagente(s) deverá(ão) sempre aparecer do lado esquerdo do(s) produto(s) e este(s) do
lado direito da reação. Vamos observar:
Reagentes Produtos
Uma representação mais completa pode ser observada quando temos a reação entre um ou
mais reagentes formando um ou mais produtos. Vejamos:
Reações Químicas
Podemos, agora, fazer uma representação química da reação do oxigénio com duas moléculas
de hidrogénio formando a água.
Primeiro, vamos imaginar a formação da molécula de H2O.
2H2 2H2O
Repare que, para formarmos uma molécula de água, precisamos de duas moléculas de hidro¬
génio e uma molécula de oxigénio. Não se esqueça de que isso ocorre porque uma molécula do
gás hidrogénio é constituída por dois átomos de hidrogénio, e uma molécula do gás oxigénio é
constituída por dois átomos de oxigénio.
Uma maneira mais fácil de representar as reações químicas é escrevendo uma equação quí¬
mica. Vamos observar a mesma reação acima escrita na forma de equação:
O que a equação está representando é que duas moléculas de hidrogénio reagem com uma
molécula de oxigénio, formando duas moléculas de água.
Os números colocados à esquerda de cada símbolo são conhecidos como coeficientes este-
quiométricos. Já os números menores, colocados à direita dos símbolos, representam o número de
átomos existentes na molécula.
2H2O
índice do hidrogénio = 2 átomos de hidrogénio
Coeficiente estequiométrico
I 2H2 + O2 2H2O
Reações Químicas
Agora, identifique quantos átomos temos do lado dos reagentes e do lado dos produtos.
A tabela a seguir mostra essas informações.
Tabela 1- Balanceamento da reação de formação da água
Reagentes Produtos
Hidrogénio (H) 2-2=4 2-2 = 4
Oxigénio (0) 1-2 = 2 2-1 = 2
Quando observamos essa situação, dizemos que essa reação está balanceada, ou seja, os coe¬
ficientes estequiométricos estão dispostos de maneira que o número de átomos ou de elementos é
igual tanto do lado dos produtos como dos reagentes.
A principal função da equação química é fazer com que possamos conhecer as massas ou quan¬
tidades de cada um dos elementos na reação química.
Vamos a um exemplo prático.
O monóxido de carbono (CO), formado pela combustão incompleta do carbono, é um gás
muito prejudicial ao meio ambiente. Quando temos excesso de oxigénio (O2), ele queima completa¬
mente, transformando-se em dióxido de carbono. Vamos à reação:
GO + O2 CO2
Essa reação está balanceada? O número de elementos é igual dos dois lados?
Vejamos: o número de carbono (C) é igual dos dois lados; entretanto, temos 3 oxigénios do
lado dos reagentes e apenas 2 oxigénios do lado dos produtos. Podemos nos utilizar dos coeficientes
estequiométricos para resolver a situação. Observe a seguir:
Produtos Reagentes
2C0 + 02 2C0?
Duas moléculas + uma molécula Duas moléculas
2 mols + 1mol 2 mols
2 • (12,01 + 15,99) + 2 • (15,99) = 87,98 2 • (12,01) + 2 • [2 • (15,99)] = 87,98
:
VWy Reações Químicas
Assim, temos a massa molar expressa em gramas, como foi dito anteriormente, igual para rea¬
gentes e produtos. Por meio desse raciocínio, podemos até mesmo determinar a quantidade de um
dos reagentes necessária para que o processo ocorra. Veja no exemplo a seguir.
Vamos supor que não saibamos a quantidade de oxigénio necessária para a combustão de
1mol de CO:
X = 87,98 g- 56 g
X = 31,98 g
Durante uma reação química, podemos também ter a formação de mais de um produto. Por
exemplo, quando queimamos o gás metano (gás natural), considerado um combustível limpo por não
conter substâncias como o enxofre que causam a chuva ácida.
+ O2 CO2 + H2O
: :
Reações Químicas\^^/
Vamos aproveitar o exemplo para fazermos o balanceamento da
equação.
O método que utilizamos é o das tentativas, no qual experimen¬
tamos os coeficientes estequiométricos para igualar ambos os lados da
equação. Lembre-se de que devemos apenas modificar os coeficientes
estequiométricos e nunca modificar os índices. Embora seja um método
por tentativas, vamos estabelecer alguns passos a serem seguidos.
1- Passo - Identifique qual é a substância principal na sua equa¬
ção, ou seja, a substância que apresenta maior número de átomos.
Nesse caso, o metano tem 5 átomos, e vamos usá-lo como referên¬
cia, aplicando-lhe o índice 1:
I ich4 o2 ->
+ ico2 h2o
+
I 1CH4 02
+ -> 1CO2 2H2O
+
Reações Químicas
Podemos determinar qualquer situação referente a essa reação. Um exemplo é: ao queimar¬
mos 800 g de gás metano, quantos gramas de oxigénio serão necessários para que a combustão seja
completa, sem a geração de monóxido de carbono (CO)?
Inicialmente, como já balanceamos a equação, devemos colocar abaixo de cada membro o
número de mols envolvidos no processo. Podemos criar uma tabela para facilitar o desenvolvimento
do trabalho, como a reproduzida a seguir.
Tabela 3 - Número de mols de reagentes e produtos
Reagentes Produtos
Substâncias ch4 O2 co2 h2o
Mols 1 2 1 2
A próxima etapa é determinar a massa de cada substância envolvida na reação balanceada por
meio da massa molar. Aqui, teremos as massas estequiométricas, ou seja, a quantidade que precisa¬
mos de todos os componentes para que a reação seja completa:
Tabela 4 - Massas estequiométricas de reagentes e produtos
Reagentes Produtos
Substâncias CH4 o2 co2 h2o
Mols 1 2 1 2
Massas estequiométricas 16 g 32 g 44 g 36 g
Reagentes Produtos
Substâncias CH4 o2 co2 H2°
Mols 1 2 1 2
Massas estequiométricas 16,05 g 31,98 g 43,99 g 36,02 g
Massa estabelecida 800 g X
Essa situação pode ser resolvida simplesmente utilizando-se uma regra de proporcionalidade,
conhecida como regra de três. Vejamos:
Assim, serão necessários 1 594,01 g de oxigénio para queimar completamente 800 g de CH4.
Reações Químicas
A Análise
c. nh4hco3 -> +
CO2 NH3 H2O
+
2) O alumínio não enferruja como o ferro, porque, ao entrar em contato com o ar, forma uma
camada protetora de óxido de alumínio (AI2O3), que não permite que o processo continue.
Escreva a reação balanceada que representa esse processo.
3) A reação do lítio (Li) com a água forma hidrogénio, de acordo com a seguinte reação:
Quantos mols de hidrogénio serão formados a partir da reação de 8,3 mols de Li?
4) Quando ingerimos alimentos, eles fornecem energia para que possamos nos manter vivos.
Esse processo pode ser descrito pela reação de degradação da glicose, formando CO2 e H2O.
Balanceie a equação abaixo e calcule quanto é formado de gás carbónico por uma pessoa
que consumiu 700 g de glicose.
c6H12o6 o2 ->
+ +
co2 h2o
:
Reações Químicas
5) Calcule o número de átomos de C, H e O contidos em 3 g de glicose (C6H12O6).
7) A partir da reação entre nitrato de prata e cloreto (AgNO3 + NaCI -> AgCI(sólido) + NaNO3),
calcule:
a. Quantos gramas de AgNO3 são necessários para reagir com 3 g de NaCI?
: :
Reações Químicas
vÉíi)
8) A corrosão causada nas tubulações das caldeiras pode ser evitada usando-se sulfito de
sódio. Essa substância elimina o oxigénio da água, conforme a seguinte reação:
Na2SO3 O2
+ -> 2Na2SO4
Quantos gramas de Na2SO3 são necessários, teoricamente, para eliminar o O2 de 10 000 g
de H2O, cujo conteúdo é de 10 mg de oxigénio dissolvido?
(A,—-—-—
Reações Químicas
10) Misturam-se 530 g de Na2CO3 com 189,8 g de HCI. Calcule a massa de H20 formada.
Saiba mais sobre a reação de degradação da glicose em nosso organismo lendo o texto disponível em: <https://
brasilescola.uol.com.br/saude/glicose.htm>.
Seção de Sistematização
Nesta unidade, aprendemos sobre como podemos medir os átomos e as molécu¬
las. Nesse padrão de medida, o carbono é peça fundamental, pois todo o processo
começa com ele. Também vimos como sair do mundo microscópico dos átomos para
nossa dimensão real de medidas. O mol e o número de Avogrado nos proporcionam
essa facilidade, sendo fundamentais para se determinar a grandeza de uma reação,
o quanto de um determinado reagente é necessário para se obter uma determinada
quantia de um produto e vice-versa. Para isso, aprendemos como balancear uma rea¬
ção química. Na próxima unidade, veremos as funções químicas e suas reações.
Unidade
Química, Cotidiano e
Meio Ambiente
V ocê já deve ter ouvido notícias
sobre poluição atmosférica
em que são mencionados
fenômenos ambientais, como a chuva ácida
e o efeito estufa. Algumas das situações
noticiadas podem ser resumidas nas seguin¬
tes frases: a chuva ácida tem colaborado com
o aumento de casos de doenças respiratórias,
como a asma', um derramamento de soda
cáustica, causado por um acidente com uma
carreta, gerou um grave impacto ambiental por
contaminar uma nascente', o dióxido de car¬
bono é o principal poluente gerador do efeito
estufa. Afinal, ácidos, sais, óxidos e bases
são todos componentes químicos? Quais
são as diferenças entre eles? Como esses
componentes químicos relacionam-se aos
fenômenos ambientais noticiados?
Capítulo 1
Funções
Químicas
Com o desenvolvimento industrial, os
problemas ambientais relacionados à chuva
ácida tornaram-se cada vez mais graves. Isso
porque a poluição que sai das chaminés é
levada pelo vento, e parte dela pode permane¬
Designua/Shtrock
cer no ar durante semanas, até que se deposite
no solo. Durante esse período, pode ter se des¬
locado por grandes distâncias. Diferentemente
do CO2, os óxidos de enxofre (SO2 e SO3) e
de nitrogénio (N2O, NO e NO2) presentes na
atmosfera formam ácidos fortes, aumentando
a acidez da água da chuva. Os pesquisadores
acreditam que o principal fator responsável
pelos danos causados às plantas e pela morte
de muitas florestas é a chuva ácida, que con¬
tribui também para o aumento das doenças
respiratórias.
No Brasil, uma das cidades que mais sofria com as chuvas ácidas era São Paulo. "[...] é
provável que ocorressem muitas precipitações ácidas no final na década de 1970", afirma a
química Adalgiza Fornaro, da Universidade de São Paulo (USP). Na áltima década, a situação
melhorou com a adoção de medidas antipoluição. [...] os combustíveis foram purificados e
hoje não contêm dióxido de enxofre, um gás que origina o ácido sulfúrico da chuva ácida.
[...], todas as indústrias do município instalaram filtros. "[...] a maioria dos veículos já tem
catalisadores, que reduzem a poluição da queima de combustíveis. Com isso, a chuva de São
Paulo hoje é apenas levemente ácida", diz Adalgiza.
Fonte: Adaptado de: <http://mundoestranho.abril.com.br/materia/o-que-e-chuva-acida>.
Pesquise sobre os processos químicos envolvidos na contaminação da água por soda cáus¬
tica e no fenômeno do efeito estufa.
Funções vÔ
Químicas\v^/
Viktar Malyshchyts/Shutterstock
Funções Químicas
Inorgânicas
Quando olhamos ao nosso redor, percebemos que somos
cercados por diferentes odores, sabores e texturas. E por meio
da identificação dessas diferentes características que conse¬
guimos separar os alimentos e outros produtos com os quais
temos contato. Por exemplo, limão e vinagre são percebidos
por nosso paladar como azedos; sal de cozinha e bicarbonato
de sódio, como salgados. O que essas duplas de substâncias têm
0 limão, assim como o vinagre, é percebido em comum que faz com que sejam colocadas em uma mesma
por nosso paladar como azedo.
categoria?
SÍA Reflexão
T
Funções Químicas
Ácidos
Segundo o químico sueco Arrhenius, ácidos são com¬
postos que têm um ou mais átomos de hidrogénio em sua
estrutura.
Funções Químicas
Ácido clorídrico - Diferente do ácido acético, o ácido clorídrico é mais perigoso à saúde
humana por seu caráter corrosivo, embora seja encontrado em nosso estômago como com¬
ponente do suco gástrico, auxiliando na digestão. O ácido clorídrico (HC1) é, na verdade,
um gás, porém, em razão de sua grande solubilidade, é encontrado na forma de solução
aquosa. Nos supermercados, pode ser encontrado pelo nome comercial de ácido muriático.
Embora sua venda seja livre, deve ser manipulado com muito cuidado.
Outros ácidos podem ser colocados nessa lista, como o ácido sulfúrico (H2SO4), utilizado nas
baterias dos automóveis ou na fabricação de fertilizantes. Esse ácido é um dos mais perigosos, pois
o seu alto poder desidratante provoca queimaduras quando entra em contato com a pele. Já o ácido
nítrico (HNO3) é utilizado na fabricação de trinitrotolueno (TNT), entre outros.
Funções Químicas
Repare que, em todos os exemplos citados, a principal característica é a presença do hidrogé¬
nio em todas as estruturas. Por isso, podemos dizer que, no geral, os ácidos apresentam uma fórmula
comum:
Os ácidos podem ser classificados de acordo com o número de hidrogénios presentes em sua
estrutura; logo, temos os monoácidos, os diácidos e os triácidos.
Monoácidos - Liberam apenas um íon H+ em solução.
Ex.: HC1 H+ + Cl-
Diácidos - Liberam dois íons H+ em solução.
Ex.: H,SOa
2 4
2H+ + SO,2
4
Funções Químicas
Portanto, quando o ânion termina com ato, o ácido termina com ico.
Na tabela a seguir, podemos observar alguns exemplos de ácidos, seus ânions e suas terminações.
Tabela 2 - Exemplos de ácidos, com seus nomes e ânions
h2so4 SO412-
(sulfato) Ácido sulfúrico
H3po4 PO43- (fosfato) Ácido fosfórico
Pesquise sobre as aplicações dos ácidos e responda qual ácido é utilizado na fabricação de
cada um dos produtos a seguir:
a. Bateria de carros:
b. Explosivos:
c. Refrigerantes:
d. Vinagre:
e. Fertilizantes:
Análise
Funções Químicas
2) (ENEM) Suponha que um agricultor esteja interessado em
fazer uma plantação de girassóis. Procurando informação, leu a
seguinte reportagem:
Funções Químicas
Bases
A segunda função química que iremos
estudar acontece por meio das bases. Muitas
das substâncias do nosso dia a dia são bases ou
derivadas de bases. Vários produtos utilizados
em limpeza doméstica ou industrial são bases,
principalmente os constituídos por amoníaco
ou produtos para desentupir caixas de gordura
e ralos.
As bases não têm o gosto caracteris-
ticamente azedo como o dos ácidos. São A grande maioria dos produtos de limpeza é constituída por bases,
Max-Studio/hersck
adstringentes, por isso apresentam aquele
gosto que parece que “amarra” a boca. Você já tomou leite de magnésia? O leite de magnésia, hidró¬
xido de magnésio, é utilizado como antiácido estomacal (mais adiante, vamos entender o motivo).
De modo geral, base é toda substância que, quando dissolvida em água, libera o íon OH-. Bases
também são conhecidas como álcalis.
Um exemplo típico de base é o hidróxido de sódio, que em solução libera o íon OH-, de acordo
com a equação abaixo:
Repare que o íon OH- fica livre em solução, trazendo características básicas para ela.
Agora, veremos as principais bases que utilizamos no cotidiano.
• Hidróxido de sódio - É a base mais conhecida e utilizada domes-
ticamente. É um sólido branco, cristalino e muito higroscópico.
Conhecida também comercialmente como soda cáustica, é Que tem tendência para
muito utilizada para desentupir ralos por causa de seu poder de absorver a umidade do ar.
reagir com a gordura, formando sabão. Desde os tempos mais
antigos, o sabão é feito por meio da seguinte reação:
Funções Químicas
• Hidróxido de cálcio - Muito utilizado na construção civil, é
obtido pela reação da cal comercial com a água, que forma
uma massa branca utilizada para coberturas e revestimentos.
A reação da cal, óxido de cálcio, com a água libera uma grande
quantidade de calor, fazendo praticamente a água ferver.
M(OH)x
Em que:
M = Metal
OH = Hidróxido
X = Número de hidroxilas
: :
Funções Químicas
vÔ
As bases podem ser classificadas conforme o número de hidroxilas
presentes em sua estrutura. Assim, temos:
• Monobases - Liberam apenas um íon OH em solução.
Ex.: NaOH -> Na+ + OI 1
• Dibases - Liberam dois íons OH em solução.
Ex.: Ca(OH)2 -> Ca2+ + 20 H
• THbases - Liberam três íons OH em solução.
Ex.: Fe(OH)3 -> Fe3+ + 3011
• Tetrabases - Liberam quatro íons OH em solução.
Ex.: Pb(OH)4 -> Pb4+ + 4011
Funções Químicas
1) Escreva a fórmula de acordo com o nome da base:
a. Hidróxido de estanho II:
b. Hidróxido de magnésio:
c. Hidróxid o de Iítio:
. Hidróxido de prata:
e. Hidróxido de ferro II:
5) Considere os cátions Na+, Al3+ e Ag+. Escreva as fórmulas de suas bases e seus nomes de
acordo com a nomenclatura.
A mistura ferveu e começou a sair uma fumaça asfixiante. Não conseguia respirar e meus
olhos, nariz e garganta começaram a arder de maneira insuportável. Saí correndo à procura
de uma janela aberta para poder voltar a respirar.
Funções Químicas
vái)
8) (ENEM) Entre os procedimentos recomendados para reduzir
acidentes com produtos de limpeza, aquele que deixou de ser
cumprido, na situação discutida na questão anterior, foi:
a. Não armazene produtos em embalagens de natureza e finali¬
dade diferentes das originais.
b. Leia atentamente os rótulos e evite fazer misturas cujos resul¬
tados sejam desconhecidos.
c. Não armazene produtos de limpeza e substâncias químicas
em locais próximos a alimentos.
d. Verifique, nos rótulos das embalagens originais, todas as ins¬
truções para os primeiros socorros.
e. Mantenha os produtos de limpeza em locais absolutamente
seguros, fora do alcance de crianças.
Sais
Os sais são substâncias facilmente encontradas no dia a dia. O sal
de cozinha (NaCl) é o exemplo mais comum. Outro sal muito conhecido
e utilizado é o bicarbonato de sódio (NaHCO3), usado como antiácido;
para ajudar a clarear os dentes na escovação; como ingrediente na culi¬
nária, etc.
Os sais são compostos iônicos, formados por ligações iônicas, o que
geralmente fornece uma estrutura cristalina, representada por uma rede
criada pelos íons. Um exemplo é a rede cristalina composta pelo cloro e
pelo sódio na constituição do sal de cozinha.
Funções Químicas
Por definição, os sais são substâncias que, quando dissolvidas em água,
sofrem dissociação, liberando um cátion diferente de H+ e um ânion diferente
de OH-.
Vejamos alguns exemplos:
• NaCl -> Na+ + Cb
• A1C13 Al3+ + Cl-
• CuSO.4 -> Cu2+ + SCI2
4
-> AB
x y
Al+3 Cl-1
Al^-Q-1
A1C13
: : vÉb
Funções Químicas
Percebemos, com isso, que as cargas ficam ocultas, mas se quiser¬
mos balanceá-las, chegaremos ao resultado zero.
Por isso, podemos dizer que todo sal deriva de um ácido e de uma
base, o que é muito importante quando precisamos dar nomes aos sais.
O nome dos sais é estabelecido da seguinte forma: escrevemos o
nome do ânion, seguido da preposição de e do nome do cátion. O nome
do ânion, entretanto, deriva do nome do ácido que o originou.
Logo, temos a tabela de nomenclatura que pode ser observada a
seguir:
Tabela 3 - Paralelos dos sufixos do ácido e do ânion formado
Funções Químicas
Agora, podemos identificar os sais mais comuns e suas aplicações:
Cloreto de sódio - E o mais conhecido dos sais. Apesar de ser
obtido por meio da reação ácido-base, entre o HC1 e NaOH,
sua produção comercial vem das salinas, resulta do processo de
evaporação da água do mar. É o principal constituinte do sal de
cozinha, que apresenta também iodeto de sódio e potássio, para
a prevenção de uma doença conhecida por bócio.
3) Escreva a fórmula estrutural de três sais que têm seu nome ter¬
minado em eto.
Funções Químicas
5) Determine os nomes dos seguintes sais, assim como dos ácidos e das bases
que lhes deram origem:
a- Ni2(SO4)3:
b. Cu2S:
c. NaNO3:
d. Na2CO3:
6) (PUCCAMP-SP) O fosfato de cálcio, utilizado na formação de fertilizantes, é
um derivado do ácido fosfórico. Descreva a fórmula dos dois componentes
citados.
Funções Químicas
váB)
Capítulo 2
Óxidos
Os óxidos são compostos binários, formados por dois elementos, em que o oxigénio será sem¬
pre o mais eletronegativo.
Quanto à nomenclatura, é muito mais simples do que a das outras funções. Podemos utilizar a
seguinte regra:
Tomemos como exemplo o CO, constituído por um átomo de carbono e um átomo de oxigénio.
Seguindo a regra estabelecida anteriormente, formamos o monóxido de carbono.
E o composto N2O5? Qual seria sua nomenclatura? Vejamos:
Número de oxigénios =5
Número de nitrogénios = 2
Nome do composto = pentóxido de dinitrogênio
Um caso particular na nomenclatura dos óxidos ocorre quando existe um metal ligado ao oxi¬
génio. Esses óxidos iônicos podem ser simplesmente denominados da seguinte forma:
M 2O x
Atualmente, alguns óxidos têm causado problemas em termos ambientais. Com a Revolução
Industrial, ocorrida no século XVIII, o mundo teve uma grande transformação em seus modos de
produção e relações de trabalho. O desenvolvimento tecnológico trouxe uma série de consequências
económicas, sociais e ambientais, entre as quais se destacam a poluição e a degradação do meio
ambiente.
A utilização de combustíveis fósseis, que apresentam grande concentração de carbono, elimina
grande quantidade de CO2, como pode ser observado pela seguinte reação:
\ )
A Química e Seus Impactos Ambientais
O CO2 presente na atmosfera reage com a água, formando o H2CO3
e a chuva que contém esse material não é nociva.
S+ O2
Em seguida, temos a transformação do SO2 em SO3:
1) Qual peróxido é utilizado como antisséptico em ferimentos? Qual sua outra utilidade
relevante?
b. Óxido de ferro:
c. Trióxido de dialumínio:
d. Óxido de zinco:
5) Quais são os tipos de prejuízo que a chuva ácida pode causar ao meio ambiente?
váÈ
A Química e Seus Impactos Ambientais
7) Explique como se forma o efeito estufa e suas consequências.
8) (ENEM) Um dos danos ao meio ambiente diz respeito à corrosão de certos mate¬
riais. Considere as seguintes obras:
I. Monumento Itamarati - Brasília (mármore).
II. Esculturas do Aleijadinho - MG (pedra sabão contém carbonato de cálcio).
III. Grades de ferro ou alumínio de edifícios.
9) (ENEM) Chuva ácida é o termo utilizado para designar precipitações com valo¬
res de pH inferiores a 5,6. As principais substâncias que contribuem para esse
processo são os óxidos de nitrogénio e de enxofre provenientes da queima de
combustíveis fósseis e, também, de fontes naturais. Os problemas causados pela
chuva ácida ultrapassam fronteiras políticas regionais e nacionais. A amplitude
geográfica dos efeitos da chuva ácida está relacionada principalmente com:
a. a circulação atmosférica e a quantidade de fontes emissoras de óxidos de
nitrogénio e de enxofre;
a quantidade de fontes emissoras de óxidos de nitrogénio e de enxofre e a
rede hidrográfica;
c. a topografia do local das fontes emissoras de óxidos de nitrogénio e de enxofre
e o nível dos lençóis freáticos;
a quantidade de fontes emissoras de óxidos de nitrogénio e de enxofre e o
nível dos lençóis freáticos;
e. rede hidrográfica e a circulação atmosférica.
TRANSFORMAÇÃO
Estado 1 Estado 2
• P = pressão;
• V = volume;
• T = temperatura.
Variáveis de Estado
Pressão - Para se determinar a pressão em um recipiente, utilizamos um manómetro. Um
manómetro pode ser construído por um tubo de vidro de 1 m de altura, com mercúrio em seu
interior e colocado em uma bacia aberta, também com mercúrio, conforme esquema apresen¬
tado na ilustração a seguir. Se estivermos ao nível do mar, o mercúrio no tubo alcançará 76 cm
ou 760 mm de mercúrio, comprovando-se, assim, que a pressão atmosférica ao nível do mar é
igual a 760 mmHg.
Análise
;
Características Gerais dos Gases
Volume - O volume de um gás deve ser medido em recipiente fechado, para que não se perca
material. Em qualquer situação, o gás ocupará todo o recipiente.
O volume do gás pode ser expresso por meio várias unidades:
1 m3 = 1 000 L
1 dm' = 1 L
1 000 cm3 = 1L
1 cm3 = 1 mL
Outra situação é que, para trabalharmos com os gases, precisamos utilizar outra escala de
temperatura. Em vez de utilizarmos a escala em Celsius, utilizamos a escala em kelvin. Ambas
relacionam-se da seguinte maneira:
=
Tk T.c + 273
Quando temos registrada no termómetro uma temperatura de 27 °C, quanto será registrado
na escala em kelvin? Refaça o mesmo cálculo para as temperaturas de 0, 15, 17 e 100 °C.
Primeira Transformação -
Isotérmica
Para que possamos nos familiarizar com algumas notações cien¬
tíficas, toda vez que observamos o prefixo iso-, devemos saber que ele
significa igual. Assim, se uma transformação é isotérmica, quer dizer que
a transformação ocorre enquanto a temperatura se mantém constante
(não sofre variação).
T = K (constante)
PV =K
O postulado acima é conhecido como Lei de Boyle. Para os gases Robert Boyle foi um
ideais, é matematicamente prevista da seguinte maneira: o produto do químico e físico irlandês
volume pela pressão de um gás é sempre constante. que viveu no século
XVII e estudou as rela¬
ções de estado de um
gás, tendo contribuído
muito para o avanço do
campo de conhecimento
da química.
Se, para um estado inicial, um gás pode ser representado por Pt • V1 = K e, após uma transfor¬
mação, passa a um estado P2 • V2 = K, podemos estabelecer a seguinte relação matemática:
Pt •Vj = K (Estado 1)
P2 V2
•
= K (Estado 2)
p1v1 = p2.v2
7
Características Gerais dos Gases
Quando uma massa de um gás ideal é transformada de maneira isotérmica, a pressão sobre
este aumenta de 2 atm para 3 atm. Se o volume inicial é de 12 L, qual será o volume final?
Irá reduzir ou aumentar?
A resolução é feita de maneira simples. Primeiro, devemos definir os estados inicial (1) e
final (2) do gás.
12 L 2 atm = X • 3 atm
24 atín • L n
3 atín
1) Na temperatura de 200 K e sob pressão de 2 atm, uma massa de gás ideal ocupa o volume
de 8 litros. Calcule o volume que o gás irá ocupar quando a pressão aumentar para 3 atm.
2) Um gás ocupa o volume de 20 litros à pressão de 2 atm. Qual é o volume desse gás à pres¬
são de 5 atm na mesma temperatura?
= K (Estado 1)
—T->
- = K (Estado 2)
T, T2
Volume = 5 L Volume = X L
Estado 1 Estado 2
Temperatura = 22 °C Temperatura = 50 °C
5 X y 5.323
295 323 295
-> 5,47 L
7
Características Gerais dos Gases
Terceira Transformação -
Isovolumétrica
Podemos deduzir facilmente que uma transformação isovolumétrica é aquela
que ocorre com um volume constante. Nesse caso, iremos observar as variações da
pressão com o aumento da temperatura.
A=k A=K
T, T2
Dessa forma:
T, T2
I^K = 273 + 2 =
275^
Agora, podemos aplicar a equação:
P, P 2 4
275 X
_ 4 275
Y
A— X = 550
2
550-273 = 277 °C
1) Um pneu de carro tem pressão de 28 libras (1,97 atm). A temperatura ambiente está por
volta de 22 °C. Após rodar 100 km, o motorista para em um posto e calibra o pneu. Percebe,
então, que a pressão está em 29 libras (2,04 atm). Pergunta-se: Qual a temperatura do ar
dentro do pneu?
2) A relação P • V = K refere-se a uma lei dos gases. Descreva qual lei é essa.
3) Uma massa de gás nitrogénio ocupa 0,80 L, sob pressão de 250 mmHg. Se essa pressão for
reduzida a 170 mmHg, qual será o novo volume ocupado?
vãÈ
Características Gerais dos Gases
Capítulo 2
Isotérmica P- V =K
Isobárica
Isovolumétrica —=K
Podemos, agora, relacioná-las em uma única equação que descreva a função de estado do gás:
Essa equação é conhecida como equação geral dos gases e define a condição geral em que um
gás se encontra. Podemos também definir, por meio da mesma equação, um processo de transforma¬
ção de estado da seguinte maneira:
como K,
A,
Equação Geral dos Gases
Desse modo, poderemos prever as condições de estado de qual¬
quer gás após uma transformação.
Muitas vezes, quando queremos trabalhar com gases, precisamos
partir de certos referenciais. Para isso, podemos utilizar as Condições
Normais de Temperatura e Pressão (CNTP). Nas CNTPs, um gás encon-
tra-se nas seguintes condições:
= 300 L
Estado 1 P, = 1atm (CNTP)
T = 273 K (CNTP)
V2 = 300 L
Estado 2 P2 = X
T = 273 - 50 = 223 K
V, = 7L
Estado 1 Pt = 760 mmHg
T = 25 °C = 273 + 25 = 298
v2 = x
Estado 2 P2 = 850 mmHg
T = 200 °C = 273 + 200 = 473
850 • 298
X = 9,934 L
(UNICAMP) Uma garrafa de 1,5 litros, indeformável e seca, foi fechada por uma tampa
plástica.
A pressão ambiente era de 1,0 atmosfera e a temperatura de 27 °C. Em seguida, essa gar¬
rafa foi colocada ao sol e, após certo tempo, a temperatura em seu interior subiu para 57 °C
e a tampa foi arremessada pelo efeito da pressão interna.
a. Qual era a pressão interior da garrafa no instante imediatamente anterior à expulsão da
tampa plástica?
Agora, podemos desenvolver uma equação geral que descreva o comportamento dos gases
reais.
A relação P •
—
V
apresenta sempre um valor constante para certa quantidade de gás. Vamos
estabelecer nesse momento condições específicas para esse estado:
T = 0 °C = 273 K
ESTADO P = 1 atm = 760 mmHg
V = Volume molar = 22,4 L • mol-1
Como essa função de estado depende do número de mols de gases, podemos dizer que:
PV = n-RT
PV=n-RT
52/ n = 13 mol
4,0^mol-1
Podemos, então, aplicar a equação geral dos gases reais:
P • V = n • R -T
Seção de Sistematização
Nesta unidade, aprendemos um pouco mais sobre os gases. Vimos que eles se com¬
portam conforme a condição que lhes é imposta: temperatura, pressão e volume.
Esse comportamento está relacionado ao tipo de gás que temos; se for ideal, tem um
comportamento e, se for real, outro. Entender como os gases se comportam e quais
leis regem esse comportamento é importante para conseguirmos controlar vários
processos que ocorrem no dia a dia, como o lançamento de um balão meteorológico.
Equilíbrios Químicos
Alguma vez você colocou açúcar em um refrigerante? Observou o que acontece?
E quando se coloca fogo em um jornal? As cinzas poderão voltar a ser papel? Qual é o
motivo desses fenômenos?
Capítulo 1
Reações Reversíveis
Já aprendemos um pouco sobre as funções inorgânicas, como sais, ácidos, bases e óxidos.
Estudamos também como ocorre uma reação química com seus produtos e reagentes. Agora, pre¬
cisamos entender o mecanismo por meio do qual isso acontece e por que algumas condições como
temperatura, pressão e concentração dos reagentes podem alterar uma reação química.
Inicialmente, imaginamos que uma reação química acaba instantaneamente assim que os rea¬
gentes entram em contato. Mas não é sempre assim. Existe uma grande possibilidade de os produtos
reagirem formando novamente os reagentes. Esse é o princípio do equilíbrio químico.
Vamos imaginar uma reação hipotética de dois reagentes A e B formando produtos C e D.
A+B C+D
A seta dupla demonstra que, ao mesmo tempo que A reage com B formando C e D, C e D
reagem entre si formando A e B novamente.
Podemos imaginar a seguinte situação: um recipiente, em um estado inicial, encontra-se cheio
de moléculas A e B (representadas por bolinhas):
Tempo 1
Tempo 2
Se considerarmos que uma reação química depende de colisões entre as moléculas, percebere¬
mos que as moléculas de C e D passam a causar um impedimento de colisões entre as moléculas A e B.
Isso irá afetar outro fator importante: a velocidade.
Reações Reversíveis
É evidente que, se diminuirmos tanto a quantidade de A e B quanto o seu espaço, com o surgi¬
mento de C e D, menor será o número de colisões e, consequentemente, menor a velocidade.
Por outro lado, as poucas moléculas de C e D passam a colidir também com pouca velocidade
em razão da pequena quantidade.
Em um tempo 3, o número de moléculas dos produtos C e D é grande o suficiente para elas
reagirem entre si, formando novamente A e B. E isso passa a ocorrer com a mesma velocidade em
que A e B formam C e D.
Quando isso ocorre, dizemos que o sistema atingiu um equilíbrio dinâmico, em que a veloci¬
dade de formação de C e D é igual à de formação de A e B.
Tempo 3
Reações Reversíveis
Podemos observar, como exemplo, a reação de dois gases, CO2 e H2, em um recipiente fechado,
entrando em um equilíbrio dinâmico:
+
i2 H2 CO + H2O
Uma vez atingido o equilíbrio, as concentrações dos reagentes e dos produtos não sofrerão
mais alteração. Essa situação só será possível se o meio no qual a reação está ocorrendo não sofrer
qualquer tipo de alteração, por exemplo, mudança na temperatura ou na pressão (para sistemas
gasosos).
Vamos recordar um pouco os princípios estequiométricos vistos anteriormente para abordar
essa situação.
A+B 2C
Reações Reversíveis
Dados experimentais demonstram que, no equilíbrio da reação, 1,5 mol de C
foram formados a partir da reação entre 1 mol de A e 1 mol de B. Logo, pode¬
mos calcular o quanto realmente sobrou de A e B após o equilíbrio.
11molde A -» 2 mols de C
Para resolver essa questão, utilizamos uma simples regra de três, multiplicando
em X os componentes envolvidos:
1mol de mols de C
A^^,2
XmoIsdeA -> 1,5 mol de C
Assim, teremos:
2 • X = 1,5
X = 0,75
E o reagente B?
+
1H2 1I2 -> 2HI
Reações Reversíveis
É necessário, inicialmente, determinar quanto reagiu de hidrogénio e iodo, sabendo-se que
apenas 1,6 mol de Hl foram formados no equilíbrio.
Se for colocado 1mol de hidrogénio e reagiu 0,8 mol, isso significa que, no equilíbrio, tere¬
mos apenas 0,8 mol de hidrogénio. Isso também ocorre com o iodo.
Portanto:
Concentração mol/L = [ ] =
Com esses dados, podemos determinar o rendimento de reação, que é o valor do que foi
produzido no equilíbrio em relação ao que era esperado pela equação. Assim, podemos
utilizar o exemplo acima.
Reações Reversíveis
De acordo com a reação, era esperada a formação de 2 mols de HI; entretanto, houve ape¬
nas a formação de 1,6 mol. Assim, aplica-se a fórmula:
Grau
. .
- de equilíbrio = a = número de mols real
100
número de mols teóricos
1,6
Grau de equilíbrio = a = 100 = 80%
2
De modo geral, isso quer dizer que 80% da reação ocorreu e que o equilíbrio tem um desloca¬
mento para a direita, ou seja, foi favorável à formação do produto. Caso o rendimento fosse
baixo, menos de 50%, diríamos que o equilíbrio tende para o lado esquerdo (dos reagentes).
Reação
Reagentes 50% Produtos
Deslocamento
Constante de Equilíbrio
Após o equilíbrio ser estabelecido, costumamos dizer que a velocidade da reação torna-se
constante. Desse modo, a frequência de colisões está diretamente ligada à velocidade e à concen¬
tração (quantidade) dos reagentes. Podemos, então, desenvolver um raciocínio matemático da
seguinte forma:
Imagine a reação hipotética:
Vamos imaginar que colocamos A e B em um recipiente e esperamos por um tempo até que o
equilíbrio se estabeleça. Durante esse tempo em que esperamos, amostras são coletadas e analisadas.
As variações nas concentrações de A, B, C e D podem ser visualizadas na tabela abaixo:
[Cl • [D]
A B C D
[A] [B]
Tempo 0 2 3 0 0 0
Tempo 1 1,6 2,6 0,4 0,4 0,038
Tempo 2 1 2 1 1 0,5
Tempo 3 0,8 1,8 1,2 1,2 1
Tempo 4 0,8 1,8 1,2 1,2 1
Como podemos observar, a partir do tempo 3, as concentrações não mudam mais e a razão
entre as concentrações mantém-se constante.
Reações Reversíveis
Esse fenômeno é conhecido como Lei da Conservação das Massas
e é representado pela letra Q.
Q
_ [C] • [D]
[A] • [B]
Q =K
[C] • [°] _KIX
[A] [B] •
aA + bB cC + dD
[C]c-[D]d
K
[A]a [B]b•
Reações Reversíveis
E
E
••••
O processo desenvol¬
vido por Haber ajudou a
E
Alemanha na Primeira
Guerra Mundial, pois
o país o empregava
para produzir nitratos
a serem utilizados em
explosivos. Apesar
de ter conquistado o
Prémio Nobel, Haber foi
muito criticado, pois sua
invenção contribuiu para
a ampliação da duração
da guerra. Esse é um
Fritz Haber, químico que desenvolveu exemplo claro de como
a síntese da amónia. a química pode influen¬
ciar a sociedade.
Atualmente, o processo
de Haber é utilizado em
O grande mérito do trabalho de Haber foi o aumento do rendi¬ indústrias de alimentos
mento da reação, produzindo maior quantidade de amónia. Para isso, ele e fertilizantes, cola¬
utilizou pressão e temperatura. Mais adiante veremos como esses dois borando, portanto, de
fatores podem influenciar o deslocamento do equilíbrio. maneira positiva com a
sociedade.
Aplicação
seguinte reação:
1H2 1I2
+ -> 2HI
K_[C]c-[P]d
[A]a • [B]b
K= W
[HJ [IJ
•
1,62 2,56
= 64
0,2 • 0,2 0,04
Reações Reversíveis
A Análise
1) (PUC-RS) Para responder à questão, analise as informações e o gráfico a seguir. O ácido sulfú-
rico é um dos responsáveis pela formação da chuva ácida. O equilíbrio envolvido na formação
desse ácido na água da chuva é representado pela equação: 2S02(g) + O 2SO3(g)
O equilíbrio foi estabelecido em determinadas condições e está representado no gráfico, no
qual as concentrações estão no eixo das ordenadas, em mol/L, e o tempo está na abscissa,
em segundos.
Pela análise do gráfico, é correto afirmar que a constante de equilíbrio para esse sistema é:
a. 0,66;
b. 0,75;
c. 1,33;
d. 1,50;
e. 3,00.
[Hm.CO] [02]
Ke= =21p
[Hm.OJ • [CO]
Trabalhojnterdiscipli^
Pesquise, em grupo, com auxílio do professor de biologia, outros
efeitos e males que o cigarro pode causar ao nosso organismo.
Em seguida, apresente os resultados aos colegas.
Reações Reversíveis
Capítulo 2
Deslocamentos de Equilíbrios
Toda vez que um equilíbrio sofre alguma perturbação por variação de concentração, alteração
de pressão ou temperatura, ele é deslocado no sentido contrário do deslocamento. Essa regra é
conhecida como Princípio de Le Chatelier.
Vamos, inicialmente, estudar o efeito do aumento da
concentração de um dos reagentes em um sistema.
Você já pode ter visto em algumas residências um
pequeno galinho que muda de cor com a variação da tem¬
peratura e umidade do ambiente. Quando está quente e
seco, fica azul e, quando chove e esfria, fica cor-de-rosa.
Vamos entender por que isso acontece.
Se o tempo estiver seco, sem possibilidade de cho¬
ver, o cloreto de cobalto perde água e fica azul. Quando há
muita umidade no ar, o cloreto de cobalto se hidrata e fica
0 galinho do tempo é um produto típico de Portugal,
rosa. As variações de temperatura também influenciam na
usualmente vendido aos turistas. É revestido de
material absorvente e tem partes impregnadas com mudança de cor: se o tempo esquenta, o galinho fica azul;
cloreto de cobalto. se esfria, fica rosado.
Deslocamentos de Equilíbrios
Adição de A no sistema
A
A +B C+D Aumento da
concentração
Sentido da reação
Retirada de A no sistema
Aumento da
concentração
de A até Diminuição da
a+b^c + d
estabelecer o concentração
equilíbrio deCeD
Sentido da reação
Agora, vamos voltar ao caso do galo meteorologista. Esses objetos estão impregnados com um
sal chamado cloreto de cobalto. O cloreto de cobalto é um sal azul, porém, quando absorve água,
torna-se hidratado e muda de coloração, tornando-se cor-de-rosa, segundo a reação:
Azul Rosa
Deslocamentos de Equilíbrios
Variação da Temperatura
Gren/Shutsock
In
do Sistema
O calor também pode provocar algum tipo de altera¬
ção no equilíbrio químico. Algumas reações ocorrem com
absorção de calor para formar os produtos ou, muitas vezes,
liberam calor durante o processo.
As reações que precisam de calor para ocorrer são
chamadas de reações endotérmicas, e as reações que libe¬
ram calor são chamadas de exotérmicas.
Para entender um sistema endotérmico, imagine o pro¬
cesso de ebulição. Para que a água entre em ebulição e passe
para o estado de vapor, precisamos aquecer o sistema. Logo,
a passagem da água do estado líquido para o vapor precisa
de absorção de calor, ou seja, o processo é endotérmico.
A dissolução do cloreto de sódio em Na+ e Cl-
também é um processo endotérmico (absorve calor). Se
pudéssemos medir a temperatura do recipiente no qual a
Toda reação de combustão é uma reação exotérmica.
dissolução ocorre, perceberíamos que a temperatura baixou.
O sistema pode ser representado da seguinte maneira:
De modo geral, podemos representar uma reação endotérmica pela seguinte equação:
endo
A + calor 2B
exo
De acordo com a reação acima, ao adicionar calor ao sistema, deslocamos o equilíbrio no sentido
da formação de B. Mas, caso o calor seja retirado do sistema, o equilíbrio favorece a formação de A.
Já uma reação exotérmica libera calor quando ocorre. Os exemplos mais comuns de rea¬
ções exotérmicas são as reações de combustão. Quem nunca percebeu que a combustão libera
calor? A reação pode ser dada por:
exo
A+B C + calor
endo
Deslocamentos de Equilíbrios
A diminuição da temperatura desloca o equilíbrio para a direita, favorecendo a formação do
produto. Já o aumento da temperatura favorece a formação de A e B.
Uma aplicação bem próxima a esse equilíbrio são as lentes dos óculos fotocromáticos, as quais
mudam de cor dependendo da luminosidade do ambiente. Quando se está em um ambiente escuro,
os óculos ficam claros. Ao se sair em ambientes claros, ficam escuros.
Lentes fotocromáticas: quando expostas a locais claros, elas ficam mais escuras.
Esse processo ocorre devido a uma reação química nas lentes, que estão impregnadas com
cloreto de prata, o qual sofre a seguinte reação:
AgCl + Energia Ag + Cl
claro escuro
contração
A + 3B 2C
expansão
Deslocamentos de Equilíbrios
No sentido da formação de A, ocorre a diminuição de volume
do sistema, indo de 4 para 2 mols. Assim, se houver um aumento da
pressão, o equilíbrio será deslocado no sentido da formação de C
(para a direita). Consequentemente, caso haja uma diminuição da
pressão, o equilíbrio será deslocado no sentido contrário.
Esse foi um dos artifícios utilizados por Haber para produzir
amónia por meio de hidrogénio e nitrogénio do ar. Um aumento da
pressão favorece o deslocamento da reação para a direita, segundo
a reação:
H2 + I2 2HI
V H?CO„
2 3(aq) . ICO
2 + CCE
2(g) .
Ao abrirmos a garrafa, a pressão diminui e o equilíbrio é deslo¬
cado para o lado de maior número de mols, ou seja, formação de CO2.
Assim, o gás é violentamente expelido.
Deslocamentos de Equilíbrios
a Análise
Deslocamentos de Equilíbrios
5) 0 que o aumento de temperatura provoca com a velocidade dos eventos endotérmicos e
exotérmicos?
Seção de Sistematização
Nesta unidade, aprendemos como as reações entram em equilíbrio e que vários fato¬
res podem influenciar o seu estabelecimento. O princípio de Le Chatelier mostra como
podemos mexer no equilíbrio e usá-lo a favor da indústria. O equilíbrio está presente
em todos os momentos do nosso dia: na concentração do CO2 e O2 no sangue, no gás
presente no refrigerante, nas reações que ocorrem dentro das nossas células. Seja na
química, seja em qualquer outra área, o equilíbrio é fundamental para mantermos a
estabilidade dos sistemas.
Termoquímica Contando -
as Calorias
A tualmente,todos se preocupam constantemente com a forma física. Não apenas por
uma questão estética, mas também por uma questão de saúde. Para nos auxiliar na
escolha de nossa alimentação, os rótulos de alimentos industrializados ou processa¬
dos têm que, obrigatoriamente, trazer informações a respeito dos valores nutricionais contidos nos
alimentos. Entre esses valores estão as calorias, que são comumente contadas por quem pratica ati¬
vidades físicas. A regra é muito simples: quem quer emagrecer precisa gastar mais calorias do que
ingerir.
Afinal, o que são as calorias? Como as perdemos ou ganhamos?
Capítulo 1
Tipos de Reações
Antes de tratarmos das calorias, vamos conhecer alguns tipos de reações químicas e os fatores
que podem alterá-las.
Quando pensamos em reações, consideramos produtos, reagentes e equilíbrio de reação.
Entretanto, existe outro fator primordial envolvido nesse processo: o calor. Por exemplo, quando
estudamos os equilíbrios químicos, observamos que estes são afetados pelo calor, ou pelo aumento
da temperatura, ou seja, desloca-se a reação.
Todavia, para compreendermos como tudo funciona, primeiro precisamos entender a dife¬
rença fundamental entre calor e temperatura.
Tipos de Reações
Vamos observar o esquema abaixo:
Temperatura Temperatura
Agitação molecular Agitação molecular
Relação entre temperatura e agitação molecular.
O que ocorre: um sistema é constituído por um conjunto de moléculas. Por isso, quando esse
sistema contém uma quantidade qualquer de energia (podemos entender que o calor é uma forma de
energia), suas moléculas permanecem em um determinado estado de agitação.
Quando essa energia, na forma de calor, sai do sistema A e migra para o sistema B, a agitação
molecular do sistema A diminui e do B aumenta. Dessa informação, já podemos tirar uma conclusão:
a temperatura depende da agitação molecular, que, por sua vez, depende do calor que entra ou sai
do sistema.
:
Tipos de Reações
O mais interessante é que esse processo pode gerar trabalho.
Vejamos o exemplo de uma locomotiva a vapor.
Nesse tipo de transporte, temos um sistema quente, que é a cal¬
deira, cuja queima de combustível gera gases extremamente aquecidos,
os quais passam por tubulações aquecendo a água (parte fria do sistema),
que por sua vez gera o vapor que movimenta o pistão. Assim, a energia
térmica transforma-se em energia mecânica.
Tipos de Reações
Reações Exotérmicas
São aquelas que ocorrem com liberação de calor, aquecendo o sistema à sua volta. Qualquer
reação de combustão é exotérmica, como a madeira queimando:
Entretanto, nem todas as reações exotérmicas são de combustão. Quando colocamos ácidos em
água, por exemplo, o ácido sulfúrico, observamos uma reação muito violenta devido à liberação de calor.
Reações Endotérmicas
São as reações que ocorrem com a absorção de calor e, como consequência, há o esfriamento
do meio. Um exemplo de reação endotérmica é a fotossíntese, que absorve energia do meio para que
o processo seja realizado. Outro exemplo é a passagem da água do estado sólido (gelo) para o estado
líquido: para isso, é necessário que haja absorção de calor do meio:
Calor + H2O(i)^H2O(1)
Tipos de Reações
Observe que, quando a reação é endotérmica, o calor acompanha o
lado dos reagentes, pois a reação precisa dele para ocorrer. Já em reações
exotérmicas, o calor é um produto da reação.
Exotérmico
Endotérmico
Quando o sistema químico perde calor, a reação é exotérmica; e quando ganha, é endotérmica.
Endotérmico Endotérmico
Fusão Vaporização
Tipos de Reações
gOgJ Análise
Até agora, vimos que o calor pode entrar ou sair do sistema fazendo
com que as reações, ou processos físicos, ocorram.
Tipos de Reações
Capítulo 2
Entalpia
A variação de calor que está envolvida em uma reação química chama-se entalpia, isto é, o calor
produzido ou liberado por 1 mol de substância. Em geral, pode ser fornecido por duas unidades de
medida:
• Calorias (cal).
• Joules (J).
leal = 4,186 J
. 1J = 0,283 cal
Algumas vezes, para não trabalharmos com números muito grandes, utilizamos o kJ e kcal:
• 1 kcal = 1 000 cal.
• 1 kJ = 1 000 J.
Vamos ver a aplicação dessas medidas na prática. A queima do gás metano é um processo exo-
térmico, ou seja, libera uma grande quantidade de calor. Observe a reação associada a esse processo:
A quantidade de calor liberado no processo é 212 kJ/mol. Podemos representar a equação adi¬
cionando o valor de calor na reação:
Ou apenas indicarmos o valor na forma de AH (lê-se: delta H), que quer dizer variação de
entalpia:
Repare que o valor de AH vem juntamente com o sinal negativo (-), isso quer dizer que o pro¬
cesso é exotérmico. Quando o valor de AH vem com o sinal positivo (+), quer dizer que o processo
é endotérmico.
Exotérmico -
Endotérmico +
;
VWy Entalpia
O maçarico de ar/acetileno, por exemplo, alcança altas temperatu¬
ras devido à reação altamente exotérmica:
CJL
2 2 + - O,
2
2
2CO,2 + HO
2
X = 93 960 kcal/mol
Entalpia
jggg Análise
1) A queima de 4,6 g de álcool (C2H6O) libera 32,6 kcal. Qual o calor liberado na queima de
50 g de álcool?
2) Sabendo-se que a densidade do álcool é 0,8 g/mL. Qual o calor liberado na queima de
500 mL de álcool?
AH = HP - HR
Em que:
• HP é igual à somatória das entalpias dos produtos;
• HR é igual à somatória das entalpias dos reagentes.
Entalpia
Observe a reação de combustão do metano:
AH Exotérmica
AH = -213 kJ/mol
+ 2^2^ Produtos
Perceba que os reagentes estão em um patamar superior de energia. Logo, o valor de ental-
pia dos reagentes (HR) é maior que a entalpia dos produtos (HP), considerando a variação de
entalpia (AH = HP - HR). Logo, teremos um valor negativo e a reação será exotérmica.
^8 kJ/mol^
Entalpia
b. Qual a entalpia dos reagentes?
Considerando o caminho apontado pela reação, a entalpia do reagente A é igual a
d. Qual o AH da reação?
Como AH = HP - HR -> AH = 8 kJ/mol - 30 kJ/mol -» [ah = -22 kJ/mol^
O sinal positivo de AH já demonstra que a reação é endotérmica, ou seja, absorve calor para
acontecer. Vamos observá-la graficamente:
AH
Produtos
Endotérmica
AH = 90 kJ/mol
Reagentes
Neste caso, os produtos estão em um patamar de energia mais alto. Assim, ao aplicarmos
matematicamente AH = HP - HR, teremos um valor positivo. Concluímos, então, que a reação é
endotérmica.
Análise
Para que haja a liberação de 120 kcal de calor, são necessários 11,5 g de gasolina. Já para
que o álcool libere 65,2 kcal, utilizam-se 9,2 g desse produto. Qual dos dois combustíveis
possui maior poder calorífico por grama?
Entalpia
Tipos de Variações de Entalpia
Quando escrevemos uma equação termoquímica, precisamos seguir determinadas regras: é
preciso escrever a fórmula dos reagentes e, em seguida, a fórmula dos produtos, colocando o estado
físico entre parênteses - sólido (s), líquido (1), gasoso (g). Adicionam-se, ainda, a variação de ental¬
pia, a temperatura e a pressão em que ocorrem:
Segundo a equação acima, 1 mol de hidrogénio gasoso reage com 1 mol de cloro gasoso, for¬
mando dois mols de HC1 gasoso. O processo libera 184,9 kJ de energia a 25 °C e 1 atm de pressão.
Escrever o estado físico é importante para reações termoquímicas, porque as mudanças de
estado também envolvem variações de entalpia. Veja, por exemplo, o calor envolvido na mudança de
estado da água.
Existem diferentes tipos de entalpia, que recebem seus nomes de acordo com o tipo de reação
que está ocorrendo. No exemplo acima, do derretimento do gelo, temos a entalpia de fusão da água.
Agora, vamos estudar diferentes processos e as entalpias, ou calores, relacionados a eles.
Calor de Formação
Calor de formação é o calor necessário para a formação de 1 mol de uma substância pura.
Essas substâncias devem estar na sua forma mais estável, o que podemos chamar de estado padrão.
A entalpia, nesses casos, é nula (H = 0) e é denominada entalpia padrão de formação.
Assim, possui entalpia nula: carbono na forma de grafite, oxigénio (O2 gasoso), cloro
(Cl2 gasoso) e outros elementos a 25 °C e 1 atm.
Um exemplo interessante de entalpia padrão ocorre com o carbono. Como já estudamos ante-
riormente, esse elemento pode ser encontrado de várias formas diferentes devido à sua estrutura.
Podemos encontrá-lo na forma grafite, diamante ou carbono amorfo.
A forma grafite é mais estável, possuindo entalpia nula. Já a forma diamante possui uma ental¬
pia maior que zero.
0 grafite e o diamante são duas das formas em que o carbono pode ser encontrado.
\
Entalpia\^£/
Essa situação não ocorre apenas com o carbono. Podemos ter a mesma situação com o enxofre
e outros elementos.
Vamos observar agora a entalpia de formação do CO2 em uma reação de combustão:
A reação é exotérmica, pois ocorre com liberação de calor. A entalpia padrão do C é H°C = 0 e
a entalpia padrão do O é H°O2 = 0. Logo, a entalpia total dos reagentes é igual a 0 (HR = 0).
Como a variação de entalpia é dada por AH = HP - HR, concluímos que AH = HP. Assim, a
entalpia de formação é igual à variação total de energia do sistema (AH = -393,5 kJ/mol).
—2 N,f . + —2 O„2'6'.
2(g) NO„
(s)
Considerando que o calor de formação padrão do N e O2{ } é igual a zero, temos que:
AH = HP- HR A AH = HP.
Desse modo, a energia padrão de formação e a variação de energia total do sistema são
iguais a
Calor de Dissolução
Quando dissolvemos qualquer composto em água, temos uma quantidade de calor liberada ou
absorvida nesse momento. Em geral, alguns sais absorvem calor para poder se dissolver, isto é, esse
calor é necessário para que seja desfeita a estrutura cristalina.
(aq) representa que o íon
está solvatado (em solução)
KNO,,
3(s)
K+ (aq). + NO3 (aq). (AH
-
V = +35,6 kJ/mol)>
’ pelas moléculas de água.
Geralmente, os ácidos dissolvem-se liberando uma grande quantidade de calor, o que faz com
que a reação torne-se muito perigosa. E o caso, por exemplo, do ácido sulfúrico (H2SO4).
Entalpia
Calor de Neutralização
Quando estudamos os ácidos e bases, vimos que estes reagem em uma reação de neutralização
que transforma um ácido e uma base em um sal e em água. Nesses casos, sempre há uma quantidade
de calor liberada, ou seja, é uma reação exotérmica.
.
HC1(aq) + NaOH(aq)A -> NaCL(aq) + H 2,Om. (AH
(1) V = -13,8
’
kcal/mol)
' )
Calor de Combustão
Um dos tipos de entalpia mais estudados e de maior importância é o calor de combustão, do
qual depende a pesquisa e descoberta de novos combustíveis, a utilização de aditivos e tantas outras
aplicações.
O calor de combustão, ou entalpia de combustão (AH de combustão), é o calor liberado durante
o processo de combustão de 1 mol de uma substância.
Observe o calor de combustão das substâncias abaixo, todas a 25 °C e 1 atm:
CO(g) + i cu2(8)
2 . 2(g) (AH = -67,7 kcal/mol)
Substância AH (kcal/mol)
A combustão pode ser completa ou incompleta. A combustão completa ocorre quando temos
uma quantidade suficiente, ou excesso, de oxigénio transformando o carbono (C) em dióxido de
carbono, ou o popularmente conhecido gás carbónico (CO2):
\.
C(s) + O7Í2(g) > CCU2(g) (AH = -393,5
’
kJ/mol) )
Entalpia\^^/
Quando a quantidade de oxigénio não é suficiente para que a rea¬
ção ocorra completamente, temos a seguinte reação:
Aplicação
— -
Entalpia
Combustão e Alimentação
Agora que entendemos o que é o calor de combustão, podemos compreender também o que
ocorre em nosso corpo quando nos alimentamos. De maneira simples, o que nos mantém vivos e nos
dá a possibilidade de executarmos nossas atividades diárias, como andar, trabalhar, praticar esportes
e estudar, é justamente uma reação de combustão.
Vimos que, para uma reação de combustão ocorrer, precisamos de combustível, principal¬
mente oxigénio.
Combustível
Triângulo do fogo.
Sem o oxigénio, a reação não se completa. Experimente tampar uma vela com um copo. Em
pouco tempo ela irá se apagar, justamente pela falta do oxigénio.
Um carro utiliza a gasolina como combustível e aproveita a energia liberada para se locomover.
O principal componente da gasolina é o octano, que produz a seguinte reação:
CSH1R. ,
8 18(g) + —
25
2
O_. ,
2(g)
8CO_, .
2(g) + 9H?O.n
2 W + energia
6
Entalpia\^F/
A nossa principal fonte de energia são os alimentos compostos de carboidratos, gorduras e pro¬
teínas. Grande parte do que ingerimos são carboidratos. Parte destes não é digerível, como as fibras,
embora sejam muito importantes no processo digestório.
C,H.,O,, ,
6 12 6(aq) + 6O?/ . -> 6CO_, . + 6ELO,n + energia
2(g) 2(g) 2 (1) &
Veja como a reação é similar à combustão da gasolina. Desse modo, percebemos que nosso
corpo realmente é uma verdadeira “máquina humana”.
Geralmente, quando lemos os valores
energéticos dos alimentos em seus rótulos, o
valor é dado em calorias, mas, na verdade, são
kilocalorias (kcal). As gorduras também têm um
alto poder calorífico; entretanto, têm a tendên¬
cia de ficarem acumuladas no organismo como
reserva de energia.
Em resumo, e respondendo às questões que
fizemos no início desta unidade, uma alimenta¬
ção bem balanceada nos fornece uma quantidade
adequada de nutrientes e calorias para o perfeito
funcionamento do nosso organismo.
O excesso de alimentos, principalmente
gorduras, e a não utilização destas (sedenta-
rismo) irão aumentar nossos níveis de reserva
energética, causando a obesidade.
Exemplo de alimentação balanceada.
Entalpia
Seção de Sistematização
Para sistematizar os conteúdos aprendidos, responda às seguintes questões:
(AH=-572kJ)
4) (VUNESP) Sódio metálico reage com água liberando grande quantidade de calor,
o qual pode desencadear uma segunda reação, de combustão. Sobre essas rea¬
ções, é correto afirmar que:
a. os valores de AH são positivos para as duas reações e H2O é produto da
combustão;
b. o valor de AH é positivo apenas para a formação de NaOH(aq) e CO2 é um
produto da combustão;
c. o valor de AH é positivo para a formação de NaOH(aq) e negativo para a
combustão de H2;
d. os valores de AH são negativos para as duas reações e H2O é produto da
combustão;
e. os valores de AH são negativos para as duas reações e CO2 é produto da
combustão.
b" ^grafite
C' C3H8(g)
d- C4H8O2(|)
/ óiiló
Unidade ÍH
Química Orgânica I -
A Química da Vida
Você saberia dizer o que há em comum entre uma macarronada, o seu corpo e a
gasolina que você coloca no carro?
Descobrimos até agora que os compostos químicos inorgânicos encontram-se na atmosfera, nos
minérios, etc. Entretanto, há compostos químicos que se encontram nas plantas, nos animais e
nos homens. Então, como classificá-los?
Capítulo 1
Compostos Orgânicos
Embora os componentes inorgânicos estejam presentes em toda a natureza, inclusive nos ani¬
mais e nas plantas, são os compostos que possuem carbono em sua estrutura, ou seja, orgânicos, os
predominantes. Isso porque, além de fazer parte da constituição de todos os organismos vivos, o
carbono faz parte da principal fonte de energia do nosso planeta. O ramo da química que estuda a
estrutura, as propriedades, a composição, as reações e a síntese de compostos orgânicos é a química
orgânica.
Já ouvimos muito sobre compostos orgânicos, mas, afinal, o que são? Os compostos naturais
são encontrados nos tecidos dos vegetais e dos animais. Algumas das substâncias orgânicas mais
conhecidas são o açúcar, as gorduras e o petróleo.
Os compostos orgânicos mais comuns são os hidrocarbonetos, encontrados em bastante quan¬
tidade na natureza, particularmente no petróleo e seus derivados. O gás natural, utilizado na cozinha,
é composto, em sua maior parte, de metano, o mais simples dos hidrocarbonetos.
Durante muito tempo, acreditamos que os compostos orgânicos só existiam em organismos
vivos, porém, atualmente, é possível produzi-los artificialmente.
Como são muitos, ficaríamos alguns dias, talvez meses, listando uma série de compostos orgâ¬
nicos e classificando-os. Por isso, vamos começar lentamente, e entender quais compostos do dia a
dia fazem parte dessa extensa lista. Vejamos alguns:
Gás Natural - CH4 Aspirina - C9H8O4
Gasolina - C8H18 Sacarose - C12H22On
Vitamina C - C,HaO,
O O O
Parafina - CJEL,
3U 62
Compostos Orgânicos
Repare que em todos os exemplos citados há em comum a presença do átomo de carbono, mas
também há outros elementos químicos presentes nos compostos orgânicos, é o caso do hidrogénio
e do oxigénio. Em breve, estudaremos outros compostos orgânicos que contêm o nitrogénio em sua
constituição.
Primeiramente, iremos nos preocupar com a primeira classe de compostos orgânicos e, também,
a mais importante, a qual nos dá base para o entendimento das demais. É uma classe constituída ape¬
nas de carbono (C) e hidrogénio (H) chamada de hidrocarbonetos, cuja principal fonte é o petróleo.
Para compreender melhor a estrutura dos hidrocarbonetos, vamos estudar um pouco do car¬
bono e seu comportamento.
H
I
H—C —H
I
H
Estrutura molecular do metano.
No exemplo acima, observamos que o carbono faz uma ligação simples com cada átomo de
hidrogénio. Porém, caso tenhamos dois ou mais átomos de carbono, podemos estabelecer ligações
duplas ou triplas.
H H
\ /
C= C H— C=C- H
/ \
H H
Estrutura molecular do etileno. Estrutura molecular do acetileno.
H H H H H H
I I I I I I
H-C— C-C— C-C— C
I I I I I I
H H H H H H
Compostos Orgânicos
Complete as cadeias abaixo com as devidas ligações:
H H H
H
I I I /
C C H-C C —H H-C C C
I I I
H H H
Resolução:
H H
I I
C =C H— C=C— H H— C— C=C
II I I X
H H H H
Carbonos primários.
Compostos Orgânicos
Carbono secundário - Ocorre quando o carbono encontra-se
ligado a dois outros átomos de carbono.
Carbonos secundários.
Carbono terciário.
-C-
I Carbono quaternário.
Análise
-c-
— 71— .2 — .3 91-93-96-91-
c c c
-91- -Çi-
-9o-
-910-
Compostos Orgânicos
Capítulo 2
Fechamento da Cadeia
• Cadeia aberta ou acíclica - Quando não se observa fechamento da cadeia.
I I I I I I I
I
-c-c-c-c-c-c-c-c-
I I I I I I I I
Cadeia aberta ou acíclica.
Cadeia cíclica.
I I I
I I
-c-c-c-c-c-
I I I I I
Cadeia sem ramificação.
I
Classificação das Cadeias Orgânicas
Cadeia ramificada - Com outras cadeias acopladas à cadeia principal.
I
-C-
| r— Cadeia principal A cadeia principal é a maior
sequência de carbonos
ininterrupta, que abrange
|— c— c — c— c— c —| a principal característica do
I I I I I composto.
-c-
I
-c-
I
-c-
I
Cadeia ramificada.
Tipos de Ligações
• Cadeia saturada - Quando só existem ligações simples entre os átomos de carbono.
I I I
c-c-c-c-c
I I I
Cadeia saturada.
Cadeia insaturada - Quando, além das ligações simples, aparecem duplas ou triplas.
I I I I I I II
-C-C=C-C-C- -C-C=C-C-C-
I II I II
Cadeia insaturada.
Faça uma pesquisa, em grupo, sobre as diferenças entre a constituição das cadeias carbóni¬
cas da gordura animal e da vegetal, e, em seguida, responda às questões propostas:
a. O que é melhor para a saúde: Usar banha de porco ou azeite de oliva para cozinhar?
Por quê?
H H H H H
I I I I I
H-C-C-C-C-C-H
I I I I I
H H H H H
Cadeia homogénea.
I I I
-c-c-o-c-
I I I
\ / \ /
<íA í>
c
/ \
\ /
c
\/ \/
c
/ lx I
<1 I
vãÈ
Classificação das Cadeias Orgânicas
Anel Aromático na Cadeia
Carbónica
Carbonos insaturados: Uma classe de compostos orgânicos que merece uma classificação
específica são os aromáticos. Esses compostos são formados por cadeias
Os carbonos insaturados
. são aqueles que fazem
cíclicas contendo seis carbonos insaturados, dando origem a um anel
benzênico.
I ligações duplas ou triplas
com outros átomos.
OH
OH
ch2=ch -ch3
De início, os nomes dos compostos eram dados de acordo com a origem do composto. Por
exemplo, o ardor provocado pela picada de uma formiga é causado por um ácido orgânico que ficou
conhecido por ácido fórmico. O vinho, quando acidifica, tornando-se azedo (vinho acre), forma uma
substância orgânica muito conhecida por todos, que é o vinagre, ou ácido acético. Essas duas substân¬
cias fazem parte da mesma classe, embora o nome popular pareça não colaborar com essa situação.
A picada da formiga originou o nome do ácido fórmico, e o vinho, quando azeda, recebe o nome de ácido acético.
Hidrocarbonetos
É uma classe muito importante, porque serve como base estrutural
para todos os compostos orgânicos, e pode, de acordo com a estrutura e o
tipo de ligação, ser dividida em subclasses: alcanos de cadeia aberta, alce-
nos, alcinos, ciclo alcanos e aromáticos (que serão estudados na próxima
unidade).
A partir de cinco carbonos, utilizam-se os prefixos gregos de numeração seguido do prefixo ano.
Tabela 2 - Relação entre o número de carbono e o prefixo utilizado para compor o nome do composto - a partir de
5 carbonos
Existem, também, cadeias com dez carbonos, decano, ou onze carbonos, undecano, e assim
por diante. Outra particularidade dos alcanos é que o número de hidrogénios repete-se de forma
sistemática com o aumento do número de carbonos, podendo-se, assim, determinar uma fórmula
geral para os alcanos:
N = 5, portanto:
Sabendo que o número de carbonos na cadeia é igual a nove carbonos, basta aplicar a
fórmula geral para os alcanos:
Como: C = 9 , H = 2 (9) + 2.
Para nos auxiliar nas denominações e nomenclaturas de cadeias carbónicas, ainda precisamos
aprender o que é um radical. Vejamos o seguinte exemplo:
HHHHH HHHHH
I I I I I I I I I I
H-C-C-C-C-C — H H-C-C — C-C-C-H
I I I I I I I I I I
H HHHHH H I H H H
H
Inserção de um radical em uma cadeia.
Outros radicais podem ser formados a partir desses, mas esses são os principais, e servirão
como base para as regras de nomenclatura. Agora, vamos determinar essas regras.
O primeiro passo é escolher a cadeia principal (mais longa). Ou seja, com o maior número de
carbonos possíveis.
Repare que, no exemplo, o substituinte menos complexo, o CH3 (metil), inicia a cadeia car¬
bónica. Essa é uma regra importante: sempre devemos iniciar a contagem da cadeia carbónica pelo
substituinte menos complexo, ou seja, que possui o menor número de carbonos. Agora, podemos ini¬
ciar a composição do nome colocando o termo que define cada um dos radicais (em ordem alfabética),
seguido do nome da cadeia (de acordo com o número de carbonos), e finalizando com o sufixo ano:
6-etil-2-metil-nonano
1)
ch3 - ch - - -
ch2 ch2 ch2 - c - -
ch2 ch3
ch3
I
ch3
CH
+-
— C — CH -CH
2 3
3| 2 1
CH2 2 ch3
8!
CH
9
2)
ÇH3 ÇH3
CH3 - CH - CH - -
CH2 CH2 - CH — CH3
CH2CH3
Primeiro precisamos determinar qual é a cadeia principal.
No caso, é a que está circulada.
ch2ch3
Como podemos observar, a cadeia principal tem 7 carbonos.
Agora que já determinamos a cadeia principal, precisamos
nomear os radicais. Nos carbonos 2 e 6 temos o radical metil e
no carbono 3 o radical etil. Lembrando que precisamos colocar
os radicais em ordem alfabética, o nome fica:
3-etil-2,6-dimetil-heptano I
I
ch3 — c — ch3 ch2
ch3
ch3-c-ch2-ch-ch3
ch3 ch3
ÇH3 çh3 De acordo com a nomenclatura IUPAC,
ch3-c-c-ch2-ch2-ch2-ch3 qual o nome desse hidrocarboneto?
CH CH CH
I I
ch3 ch2
ch3
d.
- —
ch3 ch2 ch2 — c — -
ch2 ch3
b
ch3
=
ch2 ch2 Eteno
4-metil-1-penteno.
Veja outro exemplo:
2 3
=
ch2 c-ch2-ch3
2-etil-1-buteno.
Também podemos reconhecer os alcenos por sua fórmula geral. No caso dos alcenos, temos:
=
ch3-c-ch2-c ch2
CH3 CH3
b.
=
ch3-ch-ch2-c ch2
CH3 CH3
e.
=
ch3-ch ch-ch2-ch3
f.
ch2 = c-ch3
ch3
g-
=
CH2 CH-CH-CH3
ch3
h.
ch2 = c — ch2-ch2-ch3
b
ch3
b. 4-metil-l-penteno.
c. Dimetil-2-buteno.
CH2 CH2
= Etileno
CH2 CH-CH3
= Propileno
CH2 CH-CH2-CH3
= Butileno
Wolkaniec/Shutrs
Robert
verde, fazendo com que o fruto mude de cor.
O propeno, ou propileno, apresenta também
uma grande aplicação industrial, sendo matéria-
-prima de uma grande quantidade de plásticos
termoestáveis, que são maleáveis com o aumento
da temperatura. Isso se deve à sua capacidade
polimérica, que permite a formação de grandes
Exemplo de produtos feitos com propileno. cadeias estáveis.
CH = CH Etino
CH = C — CH3 Propino
Nos alcinos mais complexos, ou com muitas ramificações, utilizamos as mesmas regras definidas
para os alcenos, ou seja, começamos a numeração da cadeia mais longa pelo carbono da extremidade
mais próxima à tripla ligação, como pode ser visto nos exemplos abaixo.
Da mesma forma que numeramos nos alcenos, começa-se a numerar a cadeia de forma que a
instauração possa ser identificada com o menor número possível.
2)
Fórmula do heptino =
C7H12^
Vamos agora estabelecer a mesma regra para o 2-metil-heptino:
Número de carbonos = 8
Número de hidrogénios = 2 • (8) - 2 = 14
Fórmula do heptino =
C8Hi4^
Confirmamos, assim, a fórmula geral para os alcinos.
ch3 — c = c — ch2
ch3
CH, — C = C — CH
I
ch3
- -
ch3 ch2 ch2 - ch - ch3
c
III
CH
ch = c-ch3
ch3-c = c-ch2-ch3
- -
ch3 ch2 ch2 - ch - ch3
c
III
CH
ch3
b. 3,4-dimetil-pentino.
c. 4-etil-3-metil-hexino.
Uma das maiores aplicações dos alcinos é a utilização de seu composto mais simples, o etino,
conhecido popularmente como acetileno. Este, em contato com o oxigénio, produz uma chama de
altíssima temperatura, cerca de 2 500 a 3 000 °C, sendo utilizado em maçaricos de oxiacetileno para
corte de aços e ligas que precisem de altas temperaturas. E muito utilizado também na fabricação de
objetos de vidro.
ch2-ch2
Exemplos de ddanos.
Cidopentano
1-metil-3-etil-dclopentano. 1,1,2-trimetilddopentano.
c. 1,2-dietil-ciclopropano. f. 1,1,3-trimetil-ciclopentano.
d. 1,2-dietil-ciclobutano. g. 1,3-dimetil-ciclohexano.
Seção de Sistematização
Nesta segunda unidade, conhecemos um pouco sobre a química orgânica. Apren¬
demos que o seu elemento-base é o carbono, que pode estar ligado de várias maneiras.
Vimos também que podemos classificar os compostos orgânicos de acordo com o tipo
de ligação e elementos presentes. Os compostos orgânicos estão presentes em muitos
elementos de nosso dia a dia: nos alimentos que comemos, inclusive na macarronada;
no nosso corpo; e na gasolina que utilizamos para abastecer nossos carros.
Na próxima unidade, daremos continuidade a esse assunto, aprendendo a res¬
peito de outras funções que fazem parte do universo da química orgânica.
Química Orgânica II -
Funções Orgânicas e
Suas Classificações
A grande quantidade e diversidade de ligações e composições que podem ser realizadas
entre o carbono e outros elementos forma uma infinita variedade de produtos. Uma
grande parte deles é conhecida no nosso cotidiano e está presente em diversos mate¬
riais. O que seria da vida atual sem os polímeros, vitaminas, medicamentos e outros tantos materiais?
Entretanto, devido ao grande número de compostos formados, é muito importante que possamos
classificá-los a fim de conhecer suas características e propriedades.
O que há de comum, por exemplo, entre o álcool que utilizamos como combustível
e o glicerol que utilizamos em produtos alimentícios?
Capítulo 1
Funções Orgânicas
Na unidade anterior, começamos a conhecer as funções orgânicas. Vimos os hidrocarbonetos:
alcanos de cadeia aberta e fechada, os alcenos e os alcinos. Agora, conheceremos as demais funções
orgânicas que possuem em sua estrutura outros tipos de ligações e átomos.
Aromáticos
Além dos anéis cíclicos formados por hidrocarbonetos de ligações simples (os ciclanos), eles
também podem ser formados por duplas ligações, dando origem a uma das classes de compostos
orgânicos: hidrocarbonetos aromáticos. A base de todos esses compostos é o benzeno, que pode ser
representado da seguinte maneira:
O nome benzeno é usado para o C6H6, os demais hidrocarbonetos benzênicos são nomeados
citando-se os nomes das ramificações e terminando com a palavra benzeno. A numeração deve par¬
tir da ramificação mais simples e seguir o sentido que dê os menores números possíveis, como no
exemplo abaixo.
CH2CH
CH2CH3
1,2,4-trietil-benzeno.
Funções Orgânicas
Veja outros exemplos:
ch3
Também podemos usar os prefixos orto (o), meta (m) e para (p)
para indicar as posições 1,2; 1,3 e 1,4 em anéis com dois substituintes.
Logo, os exemplos ficariam: o-dimetil-benzeno, m-dimetil-benzeno e
p-dimetil-benzeno.
Análise
CH2CH3
a NO2
ch3
ch3
no2
Funções Orgânicas
O benzeno serve de base estrutural para toda família aromática,
e é o mais simples de todos os seus componentes. Ao adicionarmos os
radicais, formamos compostos bastante conhecidos, como o caso do
metil-benzeno, também chamado de tolueno.
Funções Orgânicos
Polifenóis
Apesar de alguns aspectos negativos do benzeno, quando um ou mais anéis aromáticos encon-
tram-se juntos, podem formar compostos benéficos à saúde humana, como os famosos polifenóis que
têm grande ação antioxidante e terapêutica e são encontrados em algumas plantas, como as uvas e a
erva-mate. Por esse motivo, tomar vinho com moderação traz tantos benefícios à saúde.
Observe abaixo a estrutura do polifenol. No que ela difere dos componentes orgânicos descri¬
tos até agora?
A diferença é que há outros elementos em sua estrutura orgânica. Temos átomos de oxigénio
e hidroxilas (OH) ligados à estrutura. Podemos dizer que os polifenóis são hidrocarbonetos? A res¬
posta é não.
Devido à entrada de outros elementos químicos nas estruturas orgânicas, que chamaremos
de substituintes, foram criadas outras classes de compostos orgânicos diferente dos hidrocarbo¬
netos. Nomeamos essas classes de acordo com o tipo de elemento e a ligação que ele faz com a
cadeia de hidrocarboneto que chamamos de funções orgânicas.
Funções Orgânicas
Capítulo 2
Haletos
A primeira função orgânica que iremos estudar é muito simples. Apenas adicionamos um
haleto a uma cadeia de hidrocarboneto.
Haletos são os radicais formados por qualquer um dos halogênios. Vamos nos lembrar de que,
na tabela periódica, o Grupo VII é formado por flúor, cloro, bromo e iodo. Nesses compostos, os
haletos representam o grupo funcional, e todas as propriedades químicas passam a depender dele.
Para fins de nomenclatura, podemos tratar os haletos como radicais presos à cadeia orgânica. Veja
dois exemplos de haletos.
ch3-c-ci CI-C-CI
11
H H
Exemplo de haletos.
Um dos principais componentes desse grupo é o clorofórmio. Elemento que foi largamente
utilizado como anestésico no passado. Porém, devido à sua alta toxicidade, tem sido substituído por
outros menos agressivos. Atualmente, é grandemente utilizado na indústria como solvente.
A nomenclatura dos haletos deve seguir as seguintes regras:
• Quando o haleto é o único substituinte - Colocar o prefixo que indique o número de halo¬
gênios seguido do nome do halogênio e, por último, o nome do hidrocarboneto (prefixo +
infixo + o).
Br
I
ch3-ch2-ch-ch3
2-bromobutano.
6®. —
Outras Funções Orgânicas e Seus Radicais
• Quando o haleto não é o único substituinte - Nesse caso, segue-se
a regra do menor número. Se existir instauração e ramificações,
a numeração começa próxima à instauração e não ao halogênio.
Além disso, todos os nomes devem estar dispostos em ordem
alfabética:
CH - CH - CH - Cl CH - CH - CH - CH - CH - CH,
I I |
CH3 CH3 Cl
4-doro-2-metil-propano. 4-doro-2-metil-hexano.
F
I
-
CH3 CH2 — CH — CH2 - CH — CH - CH3
Cl —
ch2 ch3
ch3-ch-ch2-ci
ch3
CH3 - CH - CH2 - CH - -
CH2 CH3
ch3 Cl
ch3-ch2-ch2-ch2-oh
Álcool butílico.
Butano-1,3-diol
OH
I
CH3 - CH - CH,2 - CH2 - OH
4 3 2 1
ch3-c-ch2-ch2-oh
ch3
ch3-ch-ch3
OH
ch3-ch-ch2-ch2-oh
ch3
-
ch3 ch2 - ch — - -
ch2 ch2 ch2 — OH
OH
Monofenol Difenol
OH
Hidroxi-2,4,6-trinitro-benzeno
OH
ch3-o-ch2-ch3
Exemplo de estruturas de éteres.
A nomenclatura de éteres é muito simples: devemos colocar o nome dos dois radicais ligados
ao oxigénio, sempre começando pelo menor, seguido do prefixo oxi.
Outra forma de nomenclatura mais usual é utilizarmos a denominação éter, seguido do substi-
tuinte em ordem alfabética, finalizando com o sufixo ílico.
ch3-o-ch2-ch3
1-doro-2-etoxietano
-
ch3 ch2 - O - -
ch2 CH2 - Cl
^3
—o—c—
ch3 ch3
c. CH3-O- CH — CH2--ch3
ch3
ch3
Aldeídos
Os aldeídos são chamados de compostos carbonílicos, pois pos¬
suem uma carbonila e um hidrogénio que juntos formam o grupo formila
—
(H C = O). Esses compostos podem ser encontrados nas flores e fru¬
tos, conferindo-lhes um aroma agradável. O aldeído mais conhecido é o
formol ou metanal.
ou CHO
H-C
^0 Metanal
CH — CH — C 2-metil-propanal
4-metil-pentanal
5 4 3 2
CH — CH — CH — CH — C
|
ch3
Exemplo de nomenclatura de um aldeído.
Met + an + al Et + an + al Prop + an + al
Meta na I Etanal Propanal
H-C
^0 CH —C
^0 CH — CH — C
^0
b.
CH3 - CH -
CH2 — CH - C=O
ch3 H
ch3-ch2-c-c = o
ch3 h
0
II
C.
R1 R2
Exemplo de estruturas de cetona com oxigénio ligado a dois radicais.
A nomenclatura é feita respeitando-se os seguintes critérios: a cadeia mais longa é a que contém a
carbonila, e a numeração é feita a partir da extremidade mais próxima desta. Depois, escreve-se o subs¬
tituinte em ordem alfabética seguido da terminação cetona. Também podemos usar o seguinte esquema:
O 0 0
Exemplo de nomenclaturas de cetonas considerando a regra da IUPAC.
ch2 —ch2
e.
CH —CH -CH — C — CH
II
0
0 CH.
II I
ch3-c-ch-ch-ch
ch3
As cetonas têm uma utilidade muito prática como solvente. Durante muito tempo, foram uti¬
lizadas puras para retirar esmalte das unhas, porém, atualmente, utiliza-se uma solução contendo,
em média, 50% de acetona e 50% de outros compostos, como o etanol.
Nem todas as cetonas são tóxicas: a butanodiona, por exemplo, é utilizada para dar aromas em
alimentos, como é o caso da pipoca de micro-ondas.
COOH
H—£
^0 Ácido metanoico
^OH
^0
CH — CH — C Ácido etanoico
^OH
I
CH — CH 2
— CH — C Ácido-2-metil-butanoico
^OH
Exemplos em que o grupo carboxila está na extremidade da cadeia.
OH
I
ch3-ch2 — ch-c = o Ácido 2-metil butanoico
ch3
OH
I
ch3-ch-ch2-c = o Ácido 3-metil butanoico
ch3
OH
I
CH3 — CH — CH2 — CH — C = O Ácido 2-etil-4-metil propanoico
I I
CH, ÇH2
CH,
Exemplos de nomenclaturas de ácidos carboxílicos.
Análise
ÇH,
ch3-c-ch2-cooh
ch3
-
ch3 ch2 — CH - —
ch2 ch2 ch3
-
COOH
Aminas
Agora, veremos um grupo funcional orgânico que recebe um novo átomo em sua estrutura, o
nitrogénio (N). A primeira característica evidente desse grupo é que ele apresenta três classificações
diferentes. Pode ser classificado como amina primária, quando existe apenas um agrupamento de
hidrocarbonetos ligado a ele; amina secundária, quando verificamos dois agrupamentos; e amina
terciária, quando observamos três agrupamentos. Observe os exemplos abaixo:
Metilamina Dimetilamina Trietilamina
amina primária amina secundária amina terciária
ch3^ ch3^
—
ch3 nh2
CH3^
NH
ch/
N — CH3
Exemplos de aminas.
ch3-nh2 ch3-ch-nh2
IH’
ch3-n-ch3
Metilamina. Butilamina. Trimetilamina.
Análise
ch3-ch2-n-ch-ch3
=
ch3-nh-ch ch2
ch3-nh-ch-ch3
ch3
-
ch3 ch2 - ch - ch2 - COOH
nh2
ch3 nh2
ch3-ch-ch-ch2-ch3
b.
Abreviadamente, pode também ser defi¬
nido como -CONH2. ^0
CH3-C XNH —
CH3
ch3-c CH — CH — C c.
^nh2
Exemplo de amidas. NH
^C-C^
^NH
^0
CH-C CH — CH — C 2) Desenhe a fórmula estrutural dos seguin¬
^nh2 ^nh2 tes compostos:
Exemplo de nomenclaturas de amidas. a. 2-buteno.
e. Di-hidroxi-benzeno. Ciclopentanona.
f. 2,3-dimetil-4-etil-decanotriol-2,3,4. Ciclo-octanona.
Seção de Sistematização
Chegamos ao final de mais uma unidade de química. Nela, aprendemos um
pouco mais sobre a química orgânica, descobrindo que todos os compostos orgânicos
estudados têm muitas aplicações no nosso dia a dia, como os álcoois, classe em que
estão inclusos o etanol, combustível para nossos carros; e o glicerol, que é utilizado
em diversos produtos alimentícios como umectante, solvente e amaciante. Vimos que
outros álcoois famosos são as cetonas, representadas pela propanona (acetona) pre¬
sente nos removedores de esmalte. Na próxima unidade, veremos como a química
orgânica pode ser utilizada para conhecermos a maior fonte atual de energia utilizada
pelo homem: o petróleo.
Unidade í
>•••••••••••••••••••••••••••• ••••••
A Química do Petróleo
A importância do petróleo para nossa sociedade é notória: além de colaborar com o pro¬
gresso da humanidade, com o aprimoramento dos automóveis, com a implementação
de novos produtos, com a melhoria nas telecomunicações e nos medicamentos, vem
sendo ponto de discórdia entre alguns países, promovendo guerras e conflitos pelo seu domínio.
Essa polêmica fonte de energia que tende a se esgotar um dia pode ter seu processo de bene-
ficiamento, desde a extração até a confecção de vários produtos utilizados cotidianamente, descritos
por processos químicos.
Você conhece as diversas aplicações do petróleo?
Abr
/
Petrobas
Divulgação
Capítulo 1
A resposta é não. Isso porque o petróleo não é apenas utilizado para a fabricação da gasolina.
Se, primeiramente, o petróleo foi utilizado pelos nossos ancestrais como combustível para lamparinas
e para impermeabilização de barcos e outros artefatos, atualmente sua aplicação é muito vasta. Ele
está presente em plásticos, pneus, solventes, corantes, medicamentos e, até mesmo, em alimentos.
Com o aumento da população no mundo e, consequentemente o aumento do consumo, um dia
o petróleo irá acabar.
O petróleo é formado durante milha¬
res de anos pela degradação de restos de
animais e vegetais soterrados e encontra-se,
geralmente, sob grandes camadas de rocha,
sendo necessário um potente aparato tecno¬
lógico para localizá-lo e retirá-lo. Todo esse
processo envolve vários profissionais das mais
variadas áreas, como geólogos, geógrafos e
engenheiros.
Para que o petróleo seja extraído, o
primeiro passo é localizá-lo, verificando-se
inicialmente o terreno e a probabilidade de
ocorrência de bacias petrolíferas. Esse estudo
é realizado por meio de análises da região
por fotos retiradas por satélites e aviões de
sondagem. Satélites são utilizados para localizar possíveis bacias petrolíferas.
Pesquisa
A descoberta das bacias petrolíferas do pré-sal faz com que o Brasil seja visto como uma
grande potência em um futuro breve, devido aos recursos financeiros trazidos com a exploração.
Além disso, esse processo gera um avanço em pesquisa e desenvolvimento de novas tecnologias
no país.
O Brasil, atualmente, é um dos países que mais têm avançado no desenvolvimento tecnoló¬
gico para extração de petróleo no mundo, sendo uma referência em pesquisa e desenvolvimento
nessa área.
Arenito.
Métodos de Separação
Antes de entrar no processo de refinamento, o petróleo passa por dois processos físicos de
separação. O primeiro é a decantação, seguido da filtração.
Quando é retirado do poço, ele vem em uma mistura contendo água salgada, areia e petróleo.
Essas duas impurezas podem ser separadas por processos físicos.
Decantação
É um processo que permite separar misturas
heterogéneas. Esse processo pode ser utilizado em
várias misturas, sólido-líquido (areia/água), sólido-gás
(poeira/gás), líquido-líquido (água/óleo) e líquido-gás
(vapor-d’água/ar).
Ele se baseia principalmente na diferença de den¬
sidade entre os componentes da mistura.
Quanto ao número de componentes, pode ser
bifásico ou trifásico, mas é comumente utilizado em pro¬
cessos bifásicos, como é o caso do petróleo.
Em laboratório, esse processo pode ser realizado
por meio de um funil de separação, em que, após um
período de repouso, o líquido mais denso fica embaixo e
pode ser retirado por uma válvula extratora.
Depois de o petróleo ser separado da água, res¬
tam, ainda, areia residual e argila, que são extraídas
juntamente. O processo pelo qual é possível separar Processo de decantação em laboratório.
esses materiais chama-se filtração.
Destilação
É o processo pelo qual duas misturas líqui¬
das homogéneas são separadas. Esse fenômeno
só é possível devido à diferença dos pontos de
ebulição existente entre elas.
Esse processo é muito utilizado não apenas
para o refinamento do petróleo como também
para a produção de bebidas alcoólicas.
Em laboratórios o processo é feito da
seguinte maneira: a solução é colocada em um
Processo de filtração em laboratório.
balão de fundo redondo com uma saída lateral
e com fundo chato. Na parte superior, coloca-se
uma rolha com um termómetro. A saída lateral
é acoplada em um tubo de vidro com o interior
adaptado para a passagem de água fria. Água
Análise gelada deve passar por dentro desse equipa¬
mento chamado de condensador.
Quando a mistura é aquecida, a substância
1) (UFES) Na perfuração de uma jazida com maior ponto de ebulição evapora primeiro.
petrolífera, a pressão dos gases faz com Esta, ao entrar em contato com o condensador,
que o petróleo jorre para fora. Ao redu¬ resfria, condensando-se e é recolhida novamente
zir-se a pressão, o petróleo bruto para de sem os demais constituintes da mistura.
jorrar e tem de ser bombeado. Devido às
impurezas que o petróleo bruto contém,
ele é submetido a dois processos mecâ¬
nicos de purificação antes do refino:
separá-lo da água salgada e separá-lo de
impurezas sólidas, como areia e argila.
Esses processos mecânicos de purifica¬
ção são, respectivamente:
a. decantação e filtração;
decantação e destilação fracionada;
c. filtração e destilação fracionada;
d. filtração e decantação;
e. destilação fracionada e decantação. Sistema de destilação.
Vejamos abaixo alguns constituintes do petróleo com seus pontos de ebulição e o número de
carbonos da cadeia:
Tabela 1- Exemplos de constituintes do petróleo com seus pontos de ebulição e o número de carbonos da cadeia
Podemos reparar que, quanto maior o número de carbonos, maior o ponto de ebulição dos
compostos. Isso ocorre pelo fato de termos mais interações químicas, devido ao grande número de
ligações, as quais, para serem rompidas, precisam de maior energia.
Composição
Quanto à composição, podemos dizer que o petróleo é constituído por uma mistura complexa
de hidrocarbonetos, podendo apresentar a seguinte divisão:
• Base parafínica - É constituída essencialmente de hidrocarbonetos (aproximadamente
90% de alcanos), ou seja, carbono e hidrogénio.
Parafinas
Metano Etano Propano Butano Pentano
H H H H H H H H H H H H H H H
l I I l l l 1 1 1 1 1 1 1 1 1
H-C-H
1
H-C-C-H
1 1
H-C-C-C-H
1 1 1
H-C-C-C-C-H
1 1 1 1
H — C1 — C1 — C1 — C1 — C1 — H
H H H H H H H H H H H H H H H
Isoparafinas
Isobutano Isopentano Neopentano Iso-octano
CH5 H CH_H H
ÇH3 1 1 1
5
1
CH — C — CH
1
CH — C — C — CH
1 1
CH—
5
C
।
— CH, 3
CH,5 — C — C — C — CH,
1 1 1
5
Outros compostos são encontrados no petróleo, como enxofre, oxigénio e nitrogénio, depen¬
dendo da espécie e região de onde o petróleo é extraído.
Podemos ter uma ideia da composição final do petróleo, observando a porcentagem de cada
um dos produtos obtidos após o refino. Conforme a tabela a seguir:
Tabela 6 - Proporção dos produtos obtidos após o refino do petróleo
Derivados Porcentagem (%)
GLP 7,7
Gasolina 16,1
Nafta e solventes 11,2
Querosene 4,7
Óleo diesel 34,1
Derivados diversos 6,7
Óleos lubrificantes e parafinas 1,2
Óleos combustíveis 16,5
Asfaltos 1,8
vÔ
Composição
Podemos perceber que a quantidade de gasolina é menor que a de óleo diesel. Para aumentar
a quantidade de gasolina no processo, é feita a reação de craqueamento.
500 °C
Alcanos menores
Alcanos de cadeia longa M2
Alcenos menores
Catalisadores
Craqueamento de alcano de cadeia longa.
Não basta termos gasolina no tanque do automóvel, temos que ter uma gasolina de qualidade.
A qualidade da gasolina está diretamente ligada a um fator que você já deve ter ouvido falar: a octa-
nagem da gasolina. Embora a octanagem não esteja diretamente ligada à qualidade do combustível,
ela está ligada à eficiência do motor.
A octanagem é a resistência que um combustível apresenta à ignição instantânea. Os com¬
bustíveis de baixa octanagem entram em combustão espontaneamente somente com a pressão, sem
qualquer processo de ignição.
Os combustíveis de alta octanagem, no entanto, resistem bem à pressão, entrando em ignição
apenas com a faísca originada pela vela do motor.
A resistência à combustão é alcançada com uma mistura de iso-octano e n-heptano, cerca de
87% de iso-octano e 13% de n-heptano.
Pode-se genericamente considerar que, quanto maior o número de ramificações, maior a octa¬
nagem do combustível.
Heptano
- - - - - -
ch3 ch2 ch2 ch2 ch2 ch2 ch3
Iso-octano
CH CH,
I I
ch3-c-ch2-ch-ch3
ch3
Cadeia carbónica do heptano e do iso-octano.
Observe, nas estruturas acima, que o iso-octano é muito mais ramificado, permitindo assim
maior resistência à compressão.
Ár ——
Composição
Uma das maneiras de se obter uma maior octanagem do com¬
bustível, é a utilização de componentes contendo chumbo (Pb), como
é o caso do tetraetil chumbo - Pb(C2H5)4 - e do tetrametil chumbo -
Pb(CH3)4 -, adicionados em quantidades de 0,08 mL a 0,09 mL por litro
de combustível.
-
CH3 CH2 - Pb - -
CH2 CH3
ch3
Cadeia do tetraetil chumbo.
Produtos do Petróleo
Muitos dos derivados do petróleo fazem parte do nosso dia a dia:
na forma de plásticos, borracha, tecidos, corantes, medicamentos, alimen¬
tos, óleos e, até mesmo, o asfalto.
Composição
Embora, possamos encontrar o petróleo de várias formas e com várias utilidades, seus consti¬
tuintes mais importantes são aqueles utilizados como combustíveis. Entre eles, podemos citar o gás
natural, o gás de cozinha e a gasolina.
O gás de cozinha, ou Gás Liquefeito de Petróleo (GLP), é uma mistura de dois gases consti¬
tuintes do petróleo, o propano e o butano, e serve para cozinhar e aquecer ambientes. Geralmente,
é comercializado na forma líquida, sob pressão.
O gás natural, o constituinte mais leve do petróleo, pode ser utilizado como combustível, subs¬
tituindo a gasolina ou o álcool. É possível obtê-lo também por meio da degradação do lixo orgânico.
A grande vantagem é que, além de ser mais barato que a gasolina, é considerado menos tóxico.
O Brasil possui uma das maiores reservas naturais deste gás. Porém, essas reservas encontram-se em
estudo para tornar a exploração viável. Para suprir as necessidades do país até que a exploração seja
suficiente, o Brasil importa parte do que utiliza da Bolívia, por meio do gasoduto Bolívia-Brasil, que
percorre cerca de 2 593 km em nosso país.
A gasolina, no entanto, ainda é o combustível mais utilizado em nosso país, embora seu poten¬
cial poluidor seja muito grande.
O :
Para saber mais sobre as reservas de gás do Brasil, acesse:
<http://oglobo.globo.com/economia/um-brasil-cheio-de-gas-4766632>.
>
I
Composição
Há ainda outros problemas ambientais causados pelo petróleo. Grande parte de seus deriva¬
dos, como os plásticos, demora muitos anos para se degradar, ou seja, para se incorporar novamente
ao ecossistema. Esses resíduos têm gerado grande impacto ambiental, como o entupimento de redes
fluviais e de esgoto, causando inundações. Porém, o pior impacto é que a maioria desses plásticos
acaba chegando ao oceano e provoca a morte de baleias, tartarugas e outras espécies marinhas.
Para agravar a situação, a quantidade de plásticos utilizados é proporcional ao aumento da
população, tornando a tarefa de pesquisadores e ambientalistas cada vez mais difícil.
Composição
4) De que maneira é feito o processo de
extração do petróleo?
Análise
5) Explique como é feita a separação dos cons¬
1) Como podemos definir compostos org⬠tituintes do petróleo em uma refinaria.
nicos, e qual seu principal constituinte?
Composição
8) Que tipos de impactos ambientais podem ser causados pelo petróleo?
9) O que podemos fazer para diminuir os impactos ambientais causados pelos produtos origi¬
nados do petróleo?
Seção de Sistematização
••••••••••••••••••••••••••••
Chegamos ao final deste livro. Nesta última unidade, conhecemos a química do
petróleo, nossa principal fonte energética. Vimos como se dá o processo de separação
dos diversos subprodutos do petróleo e também estudamos sua composição. Além
disso, aprendemos que a octanagem é o índice de resistência à detonação dos combustí¬
veis e que, quanto maior, mais eficientes são. E, por último, mas não menos importante,
conhecemos os impactos causados ao meio ambiente pelo consumo indiscriminado de
produtos derivados do petróleo e, também, pelos acidentes com derramamento de óleo.
Esperamos que esses conhecimentos sejam úteis para a carreira que você deseja
seguir e que, com eles, seja um profissional mais consciente.
Referências Bibliográficas
ATKINS, P.; JONES, L. Princípios de química. Porto Alegre: Bookman, 2001.
CHANG, R. Química geral-, conceitos essenciais. 4. ed. São Paulo: McGraw Hill, 2007.
KOTZ, J. C.; TREICHEL, P. Química e reações químicas. São Paulo: LTC, 1998. v. 2.
1 H 2 13 14 15 16 17 He
n
Hidrogénio Nome Hélio
H
3 6.941 4 9.01218 10 20.180
2 Li Be Ne
Lítio Berílio Neônio
11 22.98977 12 24.305 18 39.948
3 Na Mg 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 Ar
Sódio Magnésio Argônio
19 39.098 20 40.078 21 44.9559 22 47.867 23 50.942 24 51.996 25 54.938 26 55.845 27 58.933 28 58.693 29 63.546 30 65.409 31 69.723 32 72.64 33 74.922 34 78.96 35 79.904 36 83.798
4 K Ca Sc Ti V Cr Mn Fe Co Ni Cu Zn Ga Ge As Se Br Kr
Potássio Cálcio Escândio Titânio Vanádio Crômo Manganês Ferro Cobalto Níquel Cobre Zinco Gálio Germânio Arsénio Selênio Bromo Criptônio
37 85.467 38 87.62 39 88.9059 40 91.224 41 92.906 95.94 43 (98) 101.07 102.906 46 106.42 47 107.8 68 48 112.411 49 114.818 50 118.710 51 121.760 52 127.60 53 126.904 54 131293
5 Rb Sr Y Zr Nb Mo Tc Ru Rh Pd Ag Cd In Sn Sb Te I Xe
Rubídio Estrôncio ítrio Zircônio Nióbio Molibdénio Tecnécio Ruténio Ródio Paládio Prata Cádmio índio Estanho Antimônio Telúrio lodo Xenônio
55 132.90547 56 137.327 57-71 72 178.49 73 180.947 74 183.84 186.207 76 190.23 77 192.217 195.084 196.967 80 200.59 81 204383 82 207.2 83 208.980 84 (209)* 85 (210)* 86 (222)*
6 Cs Ba Hf Ta w Re Os Ir Pt Au Hg TI Pb Bi Po At Rn
Césio Bário Lantanideos Háfnio Tântalo Tungsténio Rênio Ósmio Irídio Platina Ouro Mercúrio Tálio Chumbo Bismuto Polónio Astato Radônio
87 (223)* 88 (226)* 89-103 104 (261)* 105 (262)* 106 (266)* 107 (264)* 108 (277)* 109 (268)* 110 (281)* 1 11 (272)* 112 (285)* 114 (289) 115 (288)* 116 (292) 117 (294)* 118 (294)*
57 138.905 58 140.116 59 140.908 60 144.242 61 (145) 62 150.36 63 151.964 64 157.25 65 158.925 66 162.500 67 164.930 68 167.259 69 168.934 70 173.04 71 174.967
<9 (227)
1 26.982