A pressão pública desempenha um papel fundamental nas
investigações, principalmente em casos de interesse público ou com grande
repercussão. A conscientização e a visibilidade são aspectos-chave desse processo, já que a pressão do público pode aumentar a atenção sobre um determinado caso de investigação. Quanto mais pessoas estiverem cientes do assunto, maior será a pressão exercida sobre as autoridades responsáveis pela investigação. A pressão pública, presente no filme, é apesentada de vários modos, seja como um aliado ou como um terrível inimigo á vítima e ao caso. Os anúncios de Mildred causam uma onda de choque na cidade e atraem a atenção da mídia, expondo a ineficiência da polícia local e gerando um debate intenso entre os moradores. A pressão da comunidade sobre o chefe de polícia cria um ambiente de tensão e urgência, forçando-o a responder às acusações e reacender as investigações. Em "Três Anúncios para um Crime", o filme retrata alguns dos lados negativos da mídia em sua abordagem do caso central. Embora a mídia desempenhe um papel significativo na narrativa, o filme questiona seus efeitos e as consequências de sua cobertura sensacionalista. O grande exemplo apresentado é como o filme mostra a mídia sensacionalista busca atrair audiência e criar manchetes dramáticas a qualquer custo. Os anúncios de Mildred atraem a atenção da mídia, que muitas vezes distorce informações e exagera os fatos para aumentar o impacto da história. Essa abordagem sensacionalista pode desviar o foco da verdadeira busca por justiça e alimentar uma cultura de espetáculo em detrimento da integridade jornalística. O filme também aborda a exploração das vítimas pela mídia. Mildred e sua família são submetidas a uma invasão de privacidade e a uma atenção constante da imprensa. A exposição contínua e a pressão da mídia têm um impacto emocional profundo sobre elas, intensificando sua dor e dificultando o processo de cura. O mesmo ocorreu em na realidade brasileira, o caso Aída Curi. O caso de Aída Curi destacou a falta de segurança nas ruas do Rio de Janeiro na época, além das falhas no sistema de justiça criminal. A cobertura midiática do caso foi intensa, mas também controversa. A mídia, em busca de sensacionalismo e audiência, frequentemente divulgava informações imprecisas e explorava detalhes chocantes do crime, causando um frenesi público. A cobertura midiática do caso também trouxe à tona questões sobre a exposição das vítimas e suas famílias. A família de Aída Curi foi submetida a uma invasão de privacidade e a um constante assédio da imprensa, o que só aumentou sua dor e sofrimento durante um período já difícil.