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Humanas e Ética
Copyright©2009 by Centro de Formação de Corretores de Imóveis do Ceará.
Todos os direitos reservados.
Coordenação Editorial
Eloisa Vidal
Projeto Gráfico
Roberto Santos
Revisão
Vessillo Monte
Ícones e Ilustrações
Antonio Eli Barbosa
Sumário
Objetivos do Módulo..................................................................................................7
Introdução......................................................................................................................8
Unidade 1 – Relações Humanas..........................................9
Objetivos da Unidade.................................................................................................9
Aprofundando...............................................................................................................9
1. Histórico......................................................................................................................9
2. Conceito...................................................................................................................10
3. Objetivo.....................................................................................................................10
Refletindo......................................................................................................................11
Preparando-se..............................................................................................................11
Resumo .........................................................................................................................11
Unidade 2 - Conhecendo o ser humano........................... 12
Objetivos da Unidade............................................................................................... 12
Aprofundando............................................................................................................. 12
1. Necessidades básicas do indivíduo................................................................... 12
2. Personalidade..........................................................................................................14
Hora da prática...........................................................................................................14
Preparando-se............................................................................................................. 15
Resumo ........................................................................................................................ 16
Unidade 3 - Conhecendo a si mesmo................................17
Objetivos da Unidade............................................................................................... 17
Aprofundando............................................................................................................. 17
Refletindo..................................................................................................................... 18
Aprofundando............................................................................................................. 19
1. Por que eu trabalho?.............................................................................................. 19
2. Desempenho/Não desempenho........................................................................ 20
3. Até as águias precisam de um empurrão......................................................... 21
Refletindo.....................................................................................................................23
Preparando-se............................................................................................................ 24
Resumo......................................................................................................................... 25
Unidade 4 - Conhecendo melhor o outro........................26
Objetivos da Unidade.............................................................................................. 26
Aprofundando............................................................................................................ 26
1. Empatia..................................................................................................................... 26
2. Estereótipo...............................................................................................................27
3. Percepção................................................................................................................. 28
Refletindo.....................................................................................................................30
Hora da prática .......................................................................................................... 31
Preparando-se............................................................................................................. 31
Resumo.......................................................................................................................... 31
Unidade 5 - Desenvolvimento de aptidões...................... 32
Objetivos da Unidade...............................................................................................32
Aprofundando.............................................................................................................32
1. Psicologia: por que as mulheres vendem mais...............................................33
2. Dando um show de bem ouvir...........................................................................35
3. O que há em um aperto de mãos........................................................................36
Refletindo.................................................................................................................... 40
Hora da prática...........................................................................................................41
Preparando-se............................................................................................................ 42
Resumo......................................................................................................................... 42
Unidade 6 - Comunicação.................................................43
Objetivos da Unidade.............................................................................................. 43
Aprofundando............................................................................................................ 43
1. Barreiras....................................................................................................................44
2. Treinamento em comunicação..........................................................................44
3. Complementos da comunicação....................................................................... 52
Preparando-se.............................................................................................................55
Resumo ........................................................................................................................55
Unidade 7 - O profissional de ontem e de hoje...............56
Objetivos da Unidade...............................................................................................56
Aprofundando.............................................................................................................56
1. O profissional de ontem e o de hoje...................................................................56
Preparando-se.............................................................................................................58
Resumo ....................................................................................................................... 59
Unidade 8 - Atendimento ao cliente ...............................60
Objetivos da Unidade.............................................................................................. 60
Aprofundando............................................................................................................ 60
1. Qualidade no atendimento................................................................................. 62
2. Atendimento diferenciado................................................................................. 64
3. Fatores positivos do relacionamento.............................................................. 66
4. Funcionário e a opinião pública........................................................................67
5. A empresa e a opinião pública............................................................................67
Hora da prática...........................................................................................................67
Preparando-se............................................................................................................ 69
Resumo ....................................................................................................................... 69
Unidade 9 - Tipos psicológicos......................................... 70
Objetivos da Unidade...............................................................................................70
Aprofundando.............................................................................................................70
Preparando-se.............................................................................................................74
Resumo ........................................................................................................................74
Unidade 10 - Estratégias empresariais............................. 75
Objetivos da Unidade...............................................................................................75
Aprofundando.............................................................................................................75
Preparando-se.............................................................................................................77
Resumo ........................................................................................................................77
Unidade 11- Estímulos motivadores dos clientes............78
Objetivos da Unidade...............................................................................................78
Aprofundando.............................................................................................................78
1. Recepção de estímulos..........................................................................................79
2. Estímulos adequados ao cliente........................................................................ 80
Refletindo.................................................................................................................... 80
Preparando-se............................................................................................................. 81
Resumo ........................................................................................................................ 81
Unidade 12 - Ética.............................................................. 82
Objetivos da Unidade.............................................................................................. 82
Aprofundando............................................................................................................ 82
1. Conceituações básicas.......................................................................................... 82
2. Ética e Moral.......................................................................................................... 84
3. Divergências de comportamento.......................................................................85
4. Mutabilidade na Ética Profissional................................................................. 86
5. O Princípio Fundamental da Ética...................................................................87
6. O objeto próprio da Ética em relação a outras ciências..............................88
7. A Ética Profissional............................................................................................... 89
8. Os Códigos de Ética Profissional ..................................................................... 91
9. A Ética e a Virtude ............................................................................................... 92
10. Os Vícios ................................................................................................................93
11. Ética Profissional: pontos para sua reflexão ............................................... 94
Refletindo ................................................................................................................... 95
Preparando-se............................................................................................................ 95
Resumo ....................................................................................................................... 96
Anexo 1 – Código de Ética Profissional ............................................................. 96
Referências ...............................................................................................................100
Relações Humanas e Ética 7
Objetivo do Módulo
INTRODUÇÃO
Objetivos da unidade
Aprofundando
1. HISTÓRICO
O estudo das relações humanas, como ciência, surgiu no final do século XIX
com o intuito de corrigir a desumanização no setor pessoal das indústrias. Elton
Mayo criou a Teoria das Relações Humanas, que teve origem na necessidade de
democratizar e humanizar a administração; valendo-se de outras ciências como a
psicologia, sociologia, antropologia, enfim, as chamadas ciências sociais.
2. CONCEITO
3. OBJETIVO
_____________________________
1
Interação = ação entre
Relações Humanas e Ética 11
Refletindo
Preparando-se
Resumo
Objetivos da unidade
Aprofundando
2. PERSONALIDADE
Existe uma diversidade de conceitos sobre o termo personalidade. Embora
a palavra seja usada de várias maneiras, a maior parte dos significados de uso po-
pular pode ser compreendida em duas conceituações.
A primeira relaciona-se com habilidades sociais, ou seja, eficiência em lidar
com pessoas ou não conseguir manter relações satisfatórias. A segunda, avalia a
personalidade pela impressão marcante que o individuo causa em outras pessoas
podendo-se então falar em personalidade agressiva, personalidade passiva, per-
sonalidade tímida, etc...
Segundo outras definições, a personalidade equivale a aspectos únicos ou
individuais do comportamento. Williams Michael define personalidade como o
padrão total de comportamento único e exclusivo para cada indivíduo e que se
manifesta nos valores, crenças, interesses, atitudes, expressões e ações daquele
indivíduo. Ele cita cinco importantes facetas da personalidade: talento, capaci-
dade energética, caráter, temperamento e inteligência.
No dicionário Aurélio Buarque personalidade é definida como caráter ou
qualidade do que é pessoal; o que determina a individualidade de uma pessoa.
Portanto, personalidade refere-se às características únicas do indivíduo.
Alguns fatores determinam os diferentes tipos de personalidade, entre eles:
• Natureza biológica
• Experiências vividas
• Fatores ambientais
Hora da prática
1. Quando e com que intuito surgiu o estudo das Relações Humanas como ciência?
_____________________________________________________________________________________
_____________________________________________________________________________________
2. Conceitue:
a) Relações Humanas
b) Relacionamento intrapessoal
c) Relacionamento interpessoal.
Relações Humanas e Ética 15
6. Defina personalidade.
_____________________________________________________________________________________
_____________________________________________________________________________________
____________________________________________________________________________________
Preparando-se
Resumo
Desde que nascemos, estamos sendo influenciados por diversos fatores, se-
jam eles socioculturais ou da nossa própria sobrevivência. É a partir daí que nos
tornamos quem somos e que formamos nossa individualidade.
Um dos principais pontos de nossa individualidade é a forma como ela apa-
rece para o mundo, definindo quem nós somos no contexto em que vivemos e
aonde nós iremos com as nossas ações: é a personalidade.
A compreensão desses mecanismos nos traz autoconhecimento e, com isso,
uma maior habilidade para lidar melhor com aquilo que é externo a nós.
Relações Humanas e Ética 17
Objetivos da unidade
Aprofundando
tros? Já observou como o seu comportamento influi no dos outros? Você já apren-
deu a reconhecer as defesas que utiliza para repelir ameaças imaginárias ou reais?
Você é desses que não aceitam críticas, e quando é criticado responde de
imediato:
- Você tem é ciúme.
- Você está com inveja.
- Você diz isso, porque é um cara que não gosta de mim.
- Você é chato mesmo.
- Ora, “vai ver se estou na esquina”.
Se isso acontece você é uma pessoa que costuma armar-se de defesas para
fugir às ameaças e não enfrentá-las. Por outro lado, há pessoa que se frustram
com facilidade e que, quando não alcançam o objetivo almejado, se recriminam:
- Comigo não dá nada certo.
- Logo comigo vai acontecer isso.
- Era melhor que eu não tivesse vindo.
- As coisas são melhores quando eu não saio de casa.
Se as pessoas descobrem como agem, por que agem e tentam descobrir ma-
neiras de compensar tais comportamentos, isso as ajudará a agir com mais efici-
ência no relacionamento interpessoal e na compreensão intrapessoal.
Refletindo
Aprofundando
Vamos analisar seus motivos para trabalhar. Enquanto responde às três per-
guntas seguintes, lembre-se de que é importante ser sincero. Como disse o sábio:
“A verdade sobre você mesmo irá libertá-lo”.
Dê pelo menos três respostas a cada pergunta:
1. Por que eu trabalho?
1. ___________________________________________________________________________________
____________________________________________________________________________________
2. ___________________________________________________________________________________
____________________________________________________________________________________
3. ___________________________________________________________________________________
____________________________________________________________________________________
2. DESEMPENHO/NÃO DESEMPENHO
Faça uma reflexão sobre este pensamento do escritor inglês W. Somerset Maughan
“É uma coisa engraçada na vida; se você se recusa a aceitar qualquer coisa que não seja o melhor,
frequentemente consegue obtê-lo.
(W. Somerset Maugham)
Agora pense no oposto, numa época em que você estava se saindo mal, da
pior maneira possível. Quais eram seus pensamentos e sentimentos? Como se
comportava? O que estava fazendo? De novo, tente dar cinco respostas:
1. ___________________________________________________________________________________
______________________________________________________________________________
2. ___________________________________________________________________________________
_____________________________________________________________________________
3. ___________________________________________________________________________________
_____________________________________________________________________________
Relações Humanas e Ética 21
4. ___________________________________________________________________________________
_____________________________________________________________________________
5. ___________________________________________________________________________________
_____________________________________________________________________________
As pessoas têm o melhor desempenho quando contribuem com seus talentos para alguma
coisa na qual acreditam.
O que você faz melhor? Você já sentiu que foi subtilizado, que tinha muito
mais a oferecer o que era pedido ou o que você estava pedindo a si próprio? E
quanto àqueles dons e talentos que ficaram submersos ou que você hesitou em
demonstrar ou discutir, talvez porque quisesse agir com cautela?
Dick Leide diz: “O maior problema enfrentado atualmente pelo trabalha-
dor americano não é se ‘queimar’ e sim se ‘enferrujar’”. Este é o resultado de uma
má utilização do potencial de um indivíduo. Por que isso acontece? Um motivo
básico é o medo de arriscar. Num país que produziu algumas das pessoas mais
brilhantes, muitos de nós suprimimos ou negamos nossas capacidades em nome
da ilusão da segurança. O resultado dessa escolha destrói a alma. Os que têm pai-
xão pela vida dispõe-se a correr o risco de usar seus talentos e habilidades para
enfrentar o desconhecido.
Pare um momento para refletir sobre essas perguntas:
Com que atitude mental você gostaria de estar, no início de cada dia?
Que sentimentos você gostaria de experimentar no fim do dia?
Depois de ter partido, o que você gostaria que as pessoas dissessem a seu respeito?
Têm sido realizadas muitas pesquisas sobre os motivos pelos quais as pes-
soas trabalham. Quatro motivos parecem superar todos os outros.
Dinheiro: como motivador básico, o dinheiro certamente é eficaz, especial-
mente em nossa cultura. Precisamos nos sustentar e à nossa família. A capacida-
de de fazer isso determina, em grande parte, nossa autoimagem. Muito poucas
pessoas escapam às pressões econômicas da vida.
Participação: se olharmos demograficamente para o mundo, torna-se óbvio que
as pessoas preferem reunir-se em cidades. Um microcosmo disso é o local de trabalho.
Sentir-se ligado aos outros preenche uma necessidade de pertencer a um grupo, de
estar com outras pessoas, como uma equipe. O trabalho proporciona a oportunidade
de troca de auxílio, de estabelecer objetivos, de reconhecimento e de apoio.
Importância: estudos mostraram que as pessoas que se destacam sempre
no que fazem recebem muito mais do trabalho do que salário e camaradagem. Há
hoje um reconhecimento cada vez maior de que a produtividade está diretamente
ligada ao nível de satisfação e realização que as pessoas obtêm do trabalho. As
pessoas que se destacam têm um sentimento de depósito, um sentimento de que
seu trabalho tem importância e contribui para uma causa valiosa. Pare um mo-
mento para olhar suas respostas sobre o motivo de estar trabalhando. Existe uma
relação entre suas respostas e os três fatores que acabamos de discutir? Até que
Relações Humanas e Ética 23
Um homem é um sucesso se ele acorda de manhã e vai para a cama à noite, e entre as duas
coisas, faz o que gosta de fazer.
Bob Dylan
Refletindo
Como eu me amo
Resultados
Mais de 15 pontos: você está em paz consigo mesmo.
10 a 15 pontos: ainda é bom, talvez não tenha marcado mais porque você é muito
exigente consigo mesmo.
Menos de 10 pontos: você não gosta de si mesmo – precisa mudar.
Fórmula do fracasso: tente agradar a todo mundo. Você não pode desagradar a Si
mesmo.
Preparando-se
Resumo
Estar com o outro não é simples. Realizar tarefas juntos, menos ainda, mas
ambas as coisas são necessárias e a energia que passamos aos nossos colegas po-
dem tornar isso mais fácil ou mais difícil. Por isso, é importante termos consciência,
primeiramente, de quem nós somos, para podermos saber o que somos capazes de
realizar e, por fim, qual a melhor maneira de chegarmos aos objetivos propostos.
Depois de realizar as reflexões propostas nessa unidade, você certamente
já tem um conhecimento melhor da causa de suas ações em determinados casos.
Mas o mergulho no autoconhecimento não é tão simples: devemos estar sempre
praticando, pois o mundo está em constantes mutações e devemos acompanhá-
las com as nossas próprias mutações para podermos contribuir.
26 Centro de Formação de Corretores de Imóveis
Objetivos da unidade
Aprofundando
1. EMPATIA
2. ESTEREÓTIPO
3. PERCEPÇÃO
Refletindo
A lição do milho
Senhor,
Hoje, aprendi a lição do milho.
Há milho de tanta espécie, mas tudo é milho.
O milho produz conforme é tratado: se lhe retiro amido, faço mingau; se frito, dá pipo-
ca; mói-se, dá farinha ou fubá; se cozinho ou asso, é bom para comer; se não serve para mais
nada, é bom para os animais.
Mas o milho só produz se tratado como devido: na hora certa!
E a cada espécie só posso pedir o que pode dar: milho comum não dá pipoca; milho de
pipoca não serve para fazer curau.
Se não cozinho o milho verde, enquanto está verde, fica duro; se frito milho verde, não dá pipoca.
Se colho o sabugo antes de ele crescer, não serve. Até que o milho fique como quero,
como preciso, tenho de cuidar dele, dar-lhe o que necessita.
Tu me mostraste que a lição do milho é boa para o educador e educando.
É boa para quem quer amar. Amar é ajudar a crescer, a ser, a realizar-se.
Não pedir ao milho imaturo que seja um milho bom, antes do tempo...
Dar-lhe o que precisa para se desenvolver. Pedir-lhe que dê conforme a sua espécie, se está
estragado, dar-lhe remédio para voltar a ser são, depois, só depois, pedir-lhe que produza.
Obrigado, Senhor.
Abre-me para tua verdade, a fim de que penetre um pouco no mistério do outro, apenas
para conhecer sua espécie e seu grau de maturação, as suas necessidades, conforme precisa,
nas horas precisas.
E assim o ame verdadeiramente.
Ajude-o a desabrochar.
(Autor desconhecido)
Relações Humanas e Ética 31
Hora da prática
1. Faça uma autoanálise e veja se alguém já o tratou como se você fosse um milho
para pipoca, quando na verdade você era mesmo um milho para fubá.
2. Siga o mesmo processo em relação ao seu tratamento para com outras pessoas.
Preparando-se
Resumo
Conhecer ao outro é uma prática que precisa ser exercitada o tempo inteiro
para que possamos obter algum sucesso. Os principais elementos para isso são
a empatia, também chamada de sensitividade social e a percepção, que nos dá as
impressões que temos das outras pessoas e que irão guiar a forma que agiremos.
Devemos tomar cuidado com os estereótipos, pois eles podem nos dar im-
pressões erradas, nos levando a agir de maneira equivocada em relação às pessoas.
A flexibilidade de ação é essencial para que possamos nos adaptar às situ-
ações que o mundo nos apresenta e é importante que estejamos sempre atentos
aos sinais que as pessoas nos passam de quem elas são. Depois de conhecer a nós
mesmos e ao outro, é que poderemos ter sucesso em nossas relações humanas.
32 Centro de Formação de Corretores de Imóveis
Objetivos da unidade
Esta unidade tem como objetivo subsidiar o aluno com elementos que per-
mitam a compreensão básica de algumas práticas que podem torná-lo um profis-
sional de vendas mais eficiente
Aprofundando
• Um franzir de cenho
• Um olhar distante
• Bocejos
• Conversações à parte
• Limar as unhas
• Olhar para o alto.
• Maneira deselegante de sentar
Tudo isso pode transmitir sentimento de desaprovação ou aborrecimento,
quando a linguagem verbal não tenha por intenção enviar qualquer mensagem.
O fato é que você poderá desenvolver aptidões para um relacionamento mais es-
pontâneo e com compreensão melhor de seu interlocutor.
2. Autenticidade: um bom visual ganhará mais pontos caso a mulher não esteja
forçando aquilo que não é. Ser autêntica e natural é a chave do negócio. A forma
de negociar e apresentar o produto são muitos particulares. Cada uma sabe, no
decorrer de sua experiência profissional, qual a forma mais adequada para expor
as suas ideias. Não existe um jeito de se comportar. Existe, sim, um jeito compa-
tível com aquilo que vai ao íntimo de si mesma.
5. Capacidade para ouvir: a vendedora que tagarelava sem parar, enfocando to-
dos os ângulos e as inúmeras vantagens do seu produto são coisa do passado.
Saber ouvir é uma arte em plena revelação. O silêncio por instantes pode trazer
da boca do cliente revelações inesperadas, até mesmo sobre a concorrência, in-
satisfação com relação a produtos ou serviços e gostos pessoais que podem ser
utilizados como subsídios para definir melhor a estratégia de vendas.
Relações Humanas e Ética 35
1. Interrupções: essas pessoas dizem ao cliente: “O que você tem a dizer não é
36 Centro de Formação de Corretores de Imóveis
importante para mim”. Você fica folheando arquivos não relacionados ou digi-
tando no computador enquanto fala com seus clientes? Seus colegas de trabalho
se sentem à vontade para lhe fazer perguntas ou interrompê-lo enquanto você
está ao telefone? Não deveriam.
2. Medo de não ter todas as respostas: você não precisa ter todas as respostas
para ser um bom ouvinte. Esse mau hábito pode fazer com que perca as pergun-
tas realmente importantes e, às vezes, o que a pessoa está querendo não são res-
postas, mas sim compreensão.
3. Acreditar que sabe mais do que a pessoa que está falando: esse hábito pode
fazer você não ligar para a mensagem do cliente ou mesmo interrompê-lo com
uma solução prematura.
4. Reagir exageradamente: quando o cliente diz alguma coisa que fere as suas
suscetibilidades – talvez você se ofenda pela maneira de falar do seu cliente ou o seu
estilo de explicar as coisas – é fácil parar de ouvir. Você passa a discordar mental-
mente, dizendo para si mesmo o que gostaria de expressar em voz alta.
Talvez você tenha até sorrido ao ler o título deste tópico. E, quem sabe, não
perguntou a si mesmo: “O que é que eu preciso saber sobre apertos de mão?” É
bem verdade, por exemplo, que, na América do Norte, o aperto de mão não é tão
comum como nos países europeus. Na Europa e na América do Sul, no entanto,
Relações Humanas e Ética 37
não se surpreenda se ele tentar superar um complexo de inferioridade com esse ges-
to. Alguns até cultivam músculos para compensar tudo o que perderam na vida.
O aperto de mão “perto do corpo”: descobri esse tipo observando noticiários
franceses de televisão. Ele é, em geral, usado por políticos ou poderosos líderes par-
tidários. Um dos maiores e mais alto presidente que a França já teve recorria a ele o
tempo todo. Braço e cotovelo são dobrados e a mão permanece perto do bolso direi-
to da calça. Pessoas que o usam estão à espreita. Observam seus próprios movimen-
tos e tomam cuidado. Aparentemente, são conservadores e não gostam de riscos.
O aperto de mão impetuoso: este é impulsivo e usado por pessoas que nunca per-
dem uma oportunidade de lhe apertar a mão. Logo que são apresentadas, lançam
a mão à frente e apertam a sua com vigor. Especialistas consideram tais pessoas
inseguras e temerosas de não serem aceitas por outros membros da sociedade.
O aperto de mão que não agarra: este difere do aperto de mão mole descrito an-
teriormente porque não é absolutamente um aperto. A mão é projetada para fren-
te, mas rígida. Os dedos não se movem, não lhe agarram realmente a mão. Notei
que a maioria dos que usam esse tipo de aperto de mão parece estar comunicando
a seguinte mensagem: “Não quero nada com você”. Esse aperto de mão tende a ser
usado mais por mulheres do que por homens.
O aperto de mão robô: o “robô” oferece a mão automática e rapidamente. Muitas
vezes, sequer repara que apertou a sua mão. É totalmente desinteressado, indiferente.
Os que usam este tipo de aperto de mão estão, antes de mais nada, voltados para si
mesmos e para a busca de seus próprios objetivos. Passam pelos lugares sem notar as
pessoas, e, às vezes, nem olham para quem supostamente cumprimentam.
A britadeira: este parece uma britadeira, sua mão é bombeada para cima e para
baixo, a mão do outro funcionando como se fosse um pistão, levantando e bai-
xando a sua. A maioria das pessoas que usam esse aperto de mão tem um bocado
de força de vontade, mas pode também ser inflexível no seu estilo de vida.
O aperto de mão de carcereiro: o “carcereiro” prende-lhe a mão e não quer mais
soltá-la. Mas, ainda assim, só depois de ele ter certeza de que lhe captou a aten-
ção. Cuidado! Esse tipo de aperto pode ser o de um oportunista ou alguém que
gostaria de manipulá-lo para que tome certa decisão.
O aperto de mão normal: este difere de todos os outros que descrevi. Aberto,
Relações Humanas e Ética 39
franco, honesto, inicia boas relações, boa afinidade e talvez carinho. Você nunca
deixa de notá-lo, nem o interpretará mal quando lhe é oferecido.
Embora possa parecer inacreditável, sua carreira pode beneficiar-se se você
puder reconhecer a mensagem transmitida pelo aperto de mão. E deve sempre
adaptar a abordagem, dependendo do tipo. Quem sabe, às vezes, este método
pode fazer com que feche mais uma venda.
Refletindo
Regras de convivência
Negociozinho difícil, a gente conviver com os outros! Ora, se conviver com aquilo que a
gente é já representa algo duro, avalie com os outros! Se as diferenças entre uns e outros dificul-
tam, por um lado, as semelhanças também findam complicando o relacionamento.
Qual seria, então, a receita ideal para a convivência satisfatória? Fórmula ideal realmen-
te não existe, pois cada caso é um caso; além de tudo sofrem-se efeitos diversos de lugar para
lugar, de um dia para o outro. Mas, assim mesmo, algumas pistas podem ser dadas (e nenhuma
terá efeito negativo, contrário e, mediante uma reflexão sobre cada uma delas, qualquer um po-
derá fazer o teste no seu relacionamento ocupacional, social ou doméstico).
1ª pista: antes de tudo, aprenda a conviver consigo mesmo; se você não consegue aceitar sua
própria forma de ser e de viver, como pensar em aguentar bem as outras pessoas?
2ª pista: aceite as pessoas como elas são! Mesmo que você deteste barulho, abacate, a cor cinza
ou a novela da TV, existem outros que adoram tudo isso... E muito mais. Para saber qual o peso
da intransigência, lembre apenas o que você sente quando alguém o critica, bloqueia ou tenta
prejudicar ou destruir algo que você aprecia!
3ª pista: toda pessoa é movida a estímulos; todos, por exemplo, gostam de ser lembrados, re-
conhecidos, paparicados, incentivados. Você, a propósito, é diferente? Além disso, para que o
incentivo entre as pessoas se instale e o reconhecimento de mérito seja feito, é necessário que
alguém comece! Uma vez iniciada, é possível que a incentivação num grupo de pessoas passe a
funcionar, beneficiando a todos.
4ª pista: cada momento na vida é diferente do anterior e do subsequente; e é devido a isso que
a temperatura emocional das pessoas oscila tanto. Ninguém pode desejar conhecer bem outra
pessoa, imaginando-a estática, fruto de um momento feliz ou “azedo”.
5ª pista: lutar por resultados comuns é uma excelente forma de unir as pessoas. Observe como
se unem às pessoas num momento ou numa missão, em busca de um resultado comum! Se as
tarefas no trabalho forem usadas como argumento de união, não como ponto de discórdia, o
relacionamento profissional pode crescer bastante!
(Artunani)
Relações Humanas e Ética 41
6ª pista: esteja em condições de entender que todo mundo erra, ninguém é infalível, muito me-
nos você. Isso não significa relaxamento ou aceitação pura e simples de situações ou ações con-
tinuamente erradas. Mas ter consciência disso é importante até para manter a calma, na hora
de reclamar ou corrigir defeitos.
7ª pista: sempre que puder:
ouça antes de dizer...
entenda, antes de ser entendido(a)...
dê, antes de receber...
elogie, antes de ser reconhecido(a)...
e entenda as limitações humanas, em vez
de querer ser o representante da certeza,
da seriedade, do ideal, da verdade
absoluta (e inexistente)...
Hora da prática
2. O que é empatia?
_____________________________________________________________________________________
_____________________________________________________________________________________
Se preparando
Resumo
Unidade 6 - Comunicação
Objetivos da unidade
Aprofundando
1. BARREIRAS
2. TREINAMENTO EM COMUNICAÇÃO
MELHORIA DE TRANSMISSÃO
Comunicação
MELHORIA DE RECEPÇÃO
• O ciclo da comunicação
como costuma agir. Além de ser um caminho seguro para ter credibilidade e
conquistar a confiança das pessoas, é um excelente exercício para o autoco-
nhecimento.
Canais de comunicaçao
receptor. Uma mensagem pode ser transmitida por diferentes modos e meios.
Por exemplo:
• Visual: gestos, movimentos do corpo, expressões faciais, postura.
• Auditiva: tom de voz, variação de altura e intensidade vocal.
• Verbal: palavras.
• Sensorial: manipulação de objetos.
• Pictórica: gráficos, diagramas e figuras.
A comunicação ocorre, então, através dos órgãos dos sentidos: audição,
visão, tato, olfato e paladar. Se você, Corretor de Imóveis, deseja
que seu cliente tenha uma boa ideia do novo lançamento à beira
mar, certamente deverá usar e abusar da comunicação pictórica. Ou
seja, mostrar ao seu cliente muitas e belas fotos do local onde será
construído o imóvel que você deseja vender.
Ao escolher o canal mais adequado à sua mensagem, você to-
mará alguns cuidados complementares para garantir que sua men-
sagem chegará ao receptor do modo como você quer:
a) Deve verificar se este canal está disponível e se o seu interlocutor tem
acesso a ele.
b) Se este canal tem capacidade de transmitir sua mensagem com a velocidade
necessária, de modo que o receptor não a receba, após ela perder sua efetividade.
c) Certifique-se de que sua mensagem está sendo apresentada de uma for-
ma, ou com um conteúdo, que o receptor tenha condições de decodificá-la.
Mensagem
Código
Ruídos
Por isso, todo cuidado é pouco com relação aos ruídos. Quanto mais pu-
dermos eliminar os ruídos ou numa impossibilidade de fazê-lo, quanto mais co-
nhecermos as interferências que poderão ‘atacar’ nossa mensagem, melhor. Há
inúmeros ‘ruídos’ que interferem nos nossos relacionamentos humanos, atra-
palhando a nossa convivência, causando desentendimentos graves, impedindo
um relacionamento mais tranquilo, mais harmônico, mais feliz.
Eis alguns exemplos das causas de ruídos mais comuns:
a) Como relação aos emissores e receptores:
• Emitir ou receber mensagens com sentimentos contraditórios ou agres-
sivos. Por exemplo: emitir e ou receber mensagens com postura corporal
demonstrando desinteresse, uso de ironias ou desprezo para com o ou-
tro, tons de voz agressiva, etc.
• Emitir ou receber mensagens cujo conteúdo expressa crenças, costumes,
hábitos, ideologias, que dizem respeito a somente um dos interlocuto-
res. Por exemplo: enviar ou receber uma mensagem contendo apoio ao
uso de drogas; apoio a este ou aquele partido político, etc.
• Receber ou emitir mensagens não-verbais cujo simbolismo indica uma
postura negativa. Por exemplo: negar com a cabeça enquanto se afirma
alguma coisa.
• Mensagens emitidas ou recebidas por pessoas com deficiência física -
surdez, mudez, cegueira, gagueira, etc.
b) Com relação à mensagem.
• Mensagens cujo conteúdo contém códigos com significados que diferem
entre os interlocutores. Por exemplo, mensagem com palavras, figuras,
e quando não-verbal, gestos que não possuem o mesmo significado para
emissor e receptor.
• Mensagem contendo palavras e termos desconhecidos ou pouco usados,
fazendo com que esta fique difícil de entender ou incompleta.
• Uso de palavra, ou mesmo todo o texto escrito em idioma desconhecido
pelo receptor.
Feedback
Saber ouvir: é um fator indispensável para que ocorra uma boa comunicação.
O bom ouvinte não interrompe o interlocutor, tem consciência de que não sabe
tudo, portanto está sempre aprendendo, a sua atenção está voltada para a pessoa
que fala. Saber ouvir e saber ouvir além das mensagens são qualidades que a pessoa
pode desenvolver para facilitar a comunicação. Há um conteúdo não manifesto
em muitas comunicações (verbais, não-verbais, de atitude) que precisamos ter a
sensibilidade de entender. Há um conteúdo informativo, lógico, manifesto numa
comunicação e um conteúdo latente, afetivo, emocional, psicológico. Exemplos:
- Amanda não disse nada, mas, percebe-se que ela queria ir embora.
- Lucas disse que estava cansado, mas o que será que ele quis dizer?
- Por que José ficou em silêncio quando lhe pedi mais explicações?
3. COMPLEMENTOS DA COMUNICAÇÃO
► Higiene pessoal
Preparando-se
Resumo
Objetivos da unidade
Aprofundando
Se preparando
Resumo
Objetivos da unidade
Aprofundando
Você, com certeza, em uma roda de amigos, já ouviu alguém contando uma
história sobre como foi mal tratado em alguma loja ou estabelecimento. Certa-
mente, você mesmo tem alguma dessas histórias para contar.
Atender bem o cliente é um dos maiores estímulos que podem fazê-lo re-
tornar ao local e nos procurar novamente. Devemos sempre nos esforçar para
cumprir nosso papel da melhor maneira possível.
Lembremos sempre que estamos prestando um serviço a alguém, atenden-
do alguma necessidade dessa pessoa e não fazendo um favor ou querendo que os
clientes atendam nossa necessidade de vender.
O foco no cliente
Empatia passa a ser a palavra de ordem: uma empresa não estará fazendo produtos como
um fim em si mesmo, mas sim para atender o perfil de seus próprios clientes; da maneira mais efe-
tiva e completa possível do que seus competidores estão capacitados a fazê-lo. O encantamento
começa pela compreensão deste novo padrão.
A implantação da mentalidade de encantar o cliente é tarefa extremamente complexa, não
por sua óptica logística, operacional ou mesmo de capacitação. A dificuldade de ação consiste
Relações Humanas e Ética 61
1. QUALIDADE NO ATENDIMENTO
Dar boas vindas: o funcionário pode cumprimentar todos com um sorriso. Este
é um modo de se mostrar agradável e facilita muito o contato com o cliente. Sem-
pre que possível, deve chamar o cliente pelo nome, procurando pronunciá-lo cor-
retamente. Por exemplo: o funcionário levou o cheque do cliente para ser rubri-
cado pelo chefe. É muito positivo chamar o cliente pelo nome (visto no cheque) e
finalizar com alguma expressão do tipo: “Tudo certo, senhor Fulano. Aqui está a
mercadoria. Até outra vez”.
que justificaria a demora), é bem mais simpático que o funcionário atenda, nem
que seja com uma expressão do tipo: “Pois não. Eu estou procurando o bloco de
notas e já vou tirar o seu pedido”.
Mostrar boa vontade: mesmo fora de sua área de trabalho, o funcionário pode cum-
primentar todos. Não só colegas de serviço, mas também clientes que já foram aten-
didos em outra ocasião. A gentileza não precisa restringir-se ao setor daquele funcio-
nário, mas deve se estender a toda a empresa. É sempre gratificante para o cliente ser
reconhecido e cumprimentado pelo funcionário que o atendeu anteriormente.
Agir com rapidez: o tempo é importante. O cliente deseja que seu problema seja re-
solvido o mais depressa possível. No entanto, ele não suportaria a impressão de que o
funcionário deseja “ficar livre” dele. Rapidez não é sinônimo de descaso ou irritação.
Prestar orientação segura: muitas vezes, o cliente fica inibido diante do funcioná-
rio. Se este não é a pessoa que melhor poderia atendê-lo, deve orientá-lo clara e cor-
tesmente. Iniciar um contato com uma expressão do tipo: “Em que posso servi-lo,
senhor?” É sempre positivo. Por exemplo: o cliente aguarda, numa seção de artigos
para camping, um funcionário para atendê-lo. Mesmo que essa não seja a seção do
funcionário X, ele pode cordialmente conduzi-lo ao balconista certo.
Não dar ordens: o funcionário jamais deve ordenar coisas aos clientes. Ninguém gos-
ta de ouvir algo como: “O senhor tem de assinar aqui”. Uma expressão cordial teria
valor bem mais positivo: “Por favor, o senhor pode assinar nessa linha?”.
64 Centro de Formação de Corretores de Imóveis
Dar atenção às reclamações: o funcionário deve ficar atento para qualquer recla-
mação, queixa ou sugestão por parte do cliente. E, no caso, deve encaminhá-las
ao superior imediato, para exame e decisão.
Agir como um bom cartão de visita: o funcionário deve lembrar que sua ima-
gem corresponde à imagem da empresa. Por isso, o vestuário deve estar adequado
e o material organizado. Uma linguagem correta e cortês é o melhor cartão de
visita de uma empresa.
2. ATENDIMENTO DIFERENCIADO
► Atendimento e Tratamento
tes. Ele engloba o tratamento único que o funcionário dispensa a cada cliente, de
modo amigável e procurando transmitir-lhe o maior número possível de informa-
ções corretas.
Hora da prática
11. Complete:
a) Os estímulos motivadores positivos produzem ______________. Podem ser
_________________ ou ______________________.
b) Estímulos incondicionais são os que são __________________ estímulos condicio-
nais resultam __________________________
Preparando-se
Resumo
Atender bem é fazer o gostaríamos que fizessem conosco. Ser bem tratado é
o que procuramos em todas as relações que estabelecemos e, mais ainda, quando
procuramos um serviço. Tratar bem nossos clientes é mais simples do que parece,
mas demanda esforço.
Essa unidade trouxe dicas de como fazê-lo. Quando estamos representando
alguém, no caso a empresa, devemos lembrar que a imagem que passamos é a
imagem daquilo que representamos. Gostaríamos que alguém passasse uma ima-
gem negativa nossa?
Por fim, lembremos sempre que uma opinião ruim é mais facilmente divul-
gada que uma opinião boa, por isso anos de trabalho podem ser destruído por um
cliente maltratado.
70 Centro de Formação de Corretores de Imóveis
Objetivos da unidade
Aprofundando
Certamente você não tem consciência do tipo de postura que assume quan-
do está interessado em algum produto ou serviço. Para quem está vendendo, po-
rém, conhecer o comportamento dos clientes e poder prevê-lo é essencial, para
saber que metodologia de negociação adotar.
É importante que conheçamos os mais variados tipos psicológicos possíveis
para que estejamos sempre prontos a identificá-los de forma a podermos facilitar
o nosso trabalho e prestar um bom atendimento, sem nos tornarmos desagradá-
veis para com aqueles que estamos lidando.
É sumamente importante para o profissional conhecer os principais tipos
psicológicos, poder identificá-los, saber como tratá-los e saber também qual a
“chave” do fechamento de negociação.
É de grande valia que conheçamos a maior variedade possível de tipos. Isso
nos dará maior confiança no trato das pessoas. Dar-nos-á também maior controle
nas situações, pois, se soubermos agir certo com cada um e com todos teremos,
sempre, maior possibilidade de êxito.
A seguir, são apresentadas alguns características de certos tipos psicológicos.
3. Vagaroso: o tipo vagaroso é o que a maioria chama “de burro”. Mas, na realida-
de, o que ocorre é que a sua compreensão é mais tardia do que o normal no ato
da negociação. É necessário repetir a argumentação várias vezes, falar devagar
e, ainda, no final fazer um resumo, para que ele compreenda e resolva fechar
negócios, ou seja, convencer-se.
4. Cerimonioso: é aquele que nos trata com cerimônia; que mantém sempre uma
palavra correta, trajes corretos e escolhe as palavras que usa. Normalmente,
as tradições da família, o nome e as formalidades da etiqueta social são muito
importantes para ele. Esse tipo precisa ser tratado com todas as formalidades
da etiqueta social, sem isso o profissional se indisporá com ele.
5. Senhor novidade: é o que gosta de tudo o que é novo. Quer para negociar, quer
para apenas conhecer. Esse tipo é mais comum entre mulheres. Que o digam
os profissionais das casas de moda. Elas saem diariamente, correm todas as
lojas possíveis para ver as novidades, saber os preços e não negociam nada.
Porém, o Senhor novidade, ou a Senhora novidade, negociam também coisas
antigas e muitas mercadorias ou serviços, uma vez que tenhamos novidades
para contar-lhes.
tamente frio e nosso trabalho é dobrado. É por isso que os franceses (altamente
emotivos) afirmaram em todos os seus compêndios de vendas: “Malhe o ferro
enquanto está quente”. Ou seja, faz a negociação mais pela sua aparência do
que por sua durabilidade. Escolhe o que fica bem e bonito, sem analisar do que
é feito, como é feito, ou quanto dura. Compra um aparelho pela marca, pelo
tipo, pela cor da caixa ou porque pode ver, ou ouvir, muitos espetáculos sem
sair de casa e em companhia dos familiares, sem se importar em saber quantas
peças possui. Compra uma roupa que não perde o vinco ou que não precisa ser
passada, sem sequer saber de que fibra é feita ou de onde provém essa fibra. O
emotivo pensa dedutivamente. Uma vez impressionado pelos apelos, negocia.
8. Calado: é o que não fala nada, por mais que se argumente, ele responde sim-
plesmente por monossílabos. É, portanto, o pior dos tipos, pois nunca se sabe
o que está pensando, se deseja negociar ou não. O que devemos fazer é passar
imediatamente a preencher o pedido, perguntando o seu nome ou pedindo um
cartão seu. Essa prática fará com que ele comece a falar e assim poderemos
argumentar. Caso não fale, melhor, é só passar o pedido, para que ele assine.
9. Humilde: este é um tipo que precisa ser bem tratado. A sua humildade está
estampada na sua maneira de falar, de se vestir e de se apresentar. O humilde
quase sempre o é por índole e por criação. O cliente pode revelar-se ainda um
humilde por temer assumir um compromisso de vulto que receia não poder
cumprir. Para o humilde, devemos dar toda consideração e bom tratamento,
apelando para o aspecto humano da negociação e provando-lhe que o empate
de capital é seguro e compensador.
Importante !!
Há dois tipos de “importantes”: aquele que o é realmente, por sua posição social,
política ou financeira, e o falso importante, isto é, o que se dá ares de importância
sem possuí-la. O segundo tipo é mais numeroso que o primeiro, principalmente
entre novos ricos e aqueles que ganharam fortuna ou posição por um golpe de
sorte. Para o primeiro, recomenda-se dispensar o tratamento que merece e não
se constranger em sua presença, pois o homem verdadeiramente importante
compreende a pequenez do ser humano e torna-se, em essência, um humilde. Já o
segundo, é preciso lisonjeá-lo a todo instante
Relações Humanas e Ética 73
10. Sonhador: é aquele que fala demais. Não sobre um determinado assunto, mas
sobre seus voos imaginários. Falando muito sobre nada, geralmente tímido e
complexado, procura compensação falando de bravuras que nunca fez e caste-
los que jamais construiu. Faz o profissional perder um tempo enorme, ociosa-
mente, sem nenhum resultado prático. O tratamento para este tipo é trazê-lo à
realidade, isto é, à negociação, e conduzir a entrevista até o fechamento.
11. De acordo: este é o tipo que concorda com tudo. Só sabe dizer “sim”, “tem razão”,
“é verdade” e coisas assim. Com esse tratamento desarma o profissional, evita que
use uma argumentação mais cerrada e é isso justamente o que ele quer. Sabe por
experiência, que se o profissional argumentar normalmente, ele acaba negociando.
Assim, concordando com tudo o que diz o profissional, dá a impressão de que é um
cliente fácil e que vai negociar. O tratamento para ele é o “por que”.
12. Não-não: este é um tipo muito interessante. É o tipo que sabe o que quer e já
foi enganado algumas vezes. Desde o primeiro argumento do profissional ele
só sabe dizer “não”: “não interessa”, “não preciso dessa negociação”, etc. Mas o
que ele quer, realmente, é saber se pode obter melhor preço e melhores condi-
ções. Isto é, o negativo “espreme o limão para ver quanto caldo dá”.
13. Eufórico: este é o que vê tudo azul, mesmo quando a situação se apresenta
crítica. Quer negociar tudo o que lhe oferecem. Normalmente não dá trabalho
para comprar. Dá trabalho para pagar. O cuidado com esse tipo é negociar so-
mente o necessário.
14. Mental: é o que delibera, friamente, pesando mais os valores venais da ne-
gociação. A mente prevalece sobre a emotividade. Para ele, os argumentos de
ordem afetiva não impressionam. É necessário apresentar argumentos sólidos,
números que provem a realidade do negócio.
15. Derrotista: este vê tudo pelo lado sombrio e de tudo desconfia. Acha que a
situação é ruim e que vai piorar ainda mais. Para ele, precisamos contar uma
desgraça maior para insuflar-lhe confiança a fim de que compre.
agirem assim é que passam o dia todo, dia após dia, mês após mês, ouvindo argu-
mentos de negociação, vantagens de negócios. Isso os deixa frios e objetivos. É
melhor apresentar a oferta e esperar as perguntas do que tentar convencê-los.
17. Leigo: este é o contrário do conhecedor: nada sabe sobre o assunto. Os valores
venais não o interessam. O que os interessa são os valores subjetivos, os apelos
humanos do produto. O bem e os benefícios que a mercadoria lhe oferece são
o seu único objetivo. Basta comprovar-lhe isso com muita calma e paciência
para ele negociar.
Preparando-se
Resumo
Os seres humanos não são iguais: eles se distinguem na cor da pele, no sexo,
nas aptidões, na forma de ver o mundo e também na maneira como se portam
ante uma negociação. Os tipos psicológicos apresentados nessa unidade são ape-
nas um resumo dos inúmeros que existem.
Ao lidar com o público, é importante saber que tipo de estímulo devemos
oferecer para conseguir a resposta que queremos. Os estímulos são tão variáveis
como são variáveis as pessoas.
Lembremo-nos, porém, que essa unidade traz apenas uma orientação e não
um manual de regras: os seres humanos são, por si só, imprevisíveis.
Relações Humanas e Ética 75
Objetivos da unidade
Aprofundando
Para qualquer coisa que desejemos montar, é necessário ter uma estratégia
que nos permita alcançar os objetivos. Ao montar uma empresa, não é diferente.
Devemos definir metas e traçar planos para executá-las.
Porém, devemos nos lembrar sempre que estamos prestando um serviço,
manter o cliente satisfeito deve estar acima dos lucros ou da popularidade da em-
presa. Por fim, ao enxergarmos as vantagens dessa metodologia, conseguiremos
realizar nosso trabalho da melhor forma possível.
A estratégia empresarial define o posicionamento da empresa em suas relações
com os setores da sociedade e no seu ambiente de negócios, fundamental para ma-
nutenção e crescimento das atividades. Constitui-se uma diretriz para as decisões
tomadas no dia a dia. As ideias de missão e de negócio da empresa estão contidas na
estratégia empresarial. Planejar estrategicamente traz muitas vantagens, como:
• Permite identificar as oportunidades e ameaças.
• Permite à empresa preparar-se para as mudanças.
• Ajuda a melhor explorar os pontos fortes e as oportunidades e neutralizar os
pontos fracos e as ameaças.
• Torna mais fácil visualizar os problemas internos/externos e as prioridades de
solução, dando flexibilidade necessária aos esforços empreendidos pela em-
presa frente às variações do meio.
• Canaliza recursos para a área de maiores resultados.
76 Centro de Formação de Corretores de Imóveis
A seguir são apresentados os dez passos para criar uma equipe voltada para a
satisfação do cliente.
1. Defina a satisfação dos clientes como a razão de ser da sua empresa. A pri-
meira coisa a fazer é entender que uma organização só existe para satisfazer os
clientes. Esta é a garantia de sua sobrevivência.
2. Dissemine esta informação. Se todos na empresa não estiverem convencidos,
dificilmente estarão dispostos a colocar o cliente em primeiro lugar na sua lis-
ta de prioridades. Se todos pensam no cliente, falam sobre o cliente, vêem es-
tas mensagens impressas nos envelopes, paredes, contracheques, aumentam
as possibilidades de isso se tornar uma realidade.
3. Pesquise a satisfação do cliente. Todos precisam receber, periodicamente,
informações sobre o nível de satisfação dos clientes, para que continuem mo-
tivados. Afixe os resultados de sua pesquisa nas paredes e murais.
4. Contrate pessoas que gostem de ver clientes satisfeitos. Sempre que contratar
pessoas, qualquer que seja o cargo, escolha quem sente prazer em ver outras
pessoas satisfeitas.
5. Comunique a todos o que a empresa espera deles. As pessoas precisam estar
conscientes do que a empresa espera delas e o que esperar da empresa. Faça
uma lista com essas informações.
6. Treine todos desde a contratação. Desde o primeiro dia de trabalho, antes
mesmo de se dirigir ao posto, todos devem ser educados na “escola do clien-
te”, para que, ao iniciarem suas atividades, estejam conscientes da importância
dada pela empresa ao cliente.
7. Crie um bom ambiente de trabalho. Participação, reconhecimento, boas condi-
ções de trabalho são alguns dos ingredientes de uma receita bem-sucedida. Como
conseguir a satisfação do cliente externo, se o cliente interno estiver insatisfeito?
8. Trate seu pessoal como cliente. Comece dando o exemplo. Você, certamente,
servirá de espelho para o seu pessoal. Se você deseja que eles deem prioridade ao
cliente, faça isso também. Mostre que, na empresa, uns são clientes dos outros.
10. Valorize quem defende o cliente. Todos procuram ter razão quando alguma
falha acontece. Mas isso não importa para efeito da satisfação do cliente. Valo-
rize quem pensa assim.
Preparando-se
Resumo
Objetivos da unidade
Aprofundando
Quando alguém lhe bate, você fica chateado? Ou revida o tapa? Dependendo
da sua personalidade, a sua resposta a um estímulo vai ser diferente da que outra
pessoa daria ao mesmo estímulo. Para relacionar-se bem com os outros é neces-
sário que estimulemos as pessoas para que elas nos deem respostas adequadas e
assim a relação possa evoluir.
Para vender, o mesmo mecanismo é necessário. Um cliente pode desistir da
compra por causa do tom de voz no qual o vendedor explicou como o produto fun-
ciona, mesmo que todas as informações estivessem corretas. Saber estimular bem
nossos clientes é essencial para o sucesso da negociação. Os estímulos, fatores que
motivam comportamentos nas pessoas, levam-nas a adotar outra postura.
Estudos sobre motivação constataram a existência de dois tipos de estímu-
los motivadores: os positivos e os negativos. É como se tivéssemos duas baterias
para estímulos: uma de carga positiva e outra de carga negativa. Ambas forne-
cem energia para o relacionamento interpessoal, o que torna imprescindível que
sejam continuamente recarregadas. Assim, alguém que tenha sua bateria mais
carregada de carga positiva procurará selecionar ambientes e pessoas e proceder
de maneira a receber estímulos positivos. As pessoas que têm carga mais negativa
procuram agir de maneira a carregar negativamente sua bateria.
Outros estudos sugerem que a infância do indivíduo marca significativamen-
te o tipo de estímulo em sua vida adulta. Uma pessoa que, quando criança, recebeu
muitos estímulos negativos tenderá a um comportamento igualmente negativo.
Relações Humanas e Ética 79
Por exemplo: uma balconista que, na infância, era duramente criticada pela família,
que ouvia constantes censuras a seu comportamento e a seus hábitos, tenderá a ser
mal-humorada e crítica não apenas no relacionamento pessoal como também ao
lidar com os clientes. Ela reproduz os estímulos recebidos quando criança.
Estímulos positivos produzem sensação de bem-estar, elevando a autoesti-
ma de quem os recebe. Podem ser físicos (abraços, apertos de mão, toques, ges-
tos) ou verbais (palavras afetuosas, expressões de apreço).
Estímulos negativos provocam mal-estar, ansiedade, revolta ou tristeza, di-
minuindo a autoestima e a confiança de quem os recebe. Podem ser físicos (em-
purrões, tapas), verbais (xingamentos, tom de voz alterado) ou simbólicos (testa
franzida, olhares zangados).
1. RECEPÇÃO DE ESTÍMULOS
Refletindo
Era uma vez um escritor, que morava numa praia tranquila, junto a uma colônia de pescadores.
Todas as manhãs, ele passeava à beira-mar, para se inspirar, e de tarde, ficava em casa, escrevendo.
Um dia, caminhando na praia, ele viu um vulto que parecia dançar. Quando chegou
perto, era um jovem pegando na areia as estrelas-do-mar, uma por uma, e jogando novamente
de volta ao oceano.
—Por que você está fazendo isso? – perguntou o escritor.
— Você não vê? – disse o jovem. – A maré está baixa e o sol está brilhando. Elas vão
secar no sol e morrer, se ficarem aqui na areia.
—Meu jovem, existem milhares de quilômetros de praia por esse mundo afora, e cente-
nas de milhares de estrelas-do-mar, espalhadas pelas praias. Que diferença faz? Você joga umas
poucas de volta ao oceano. A maioria vai perecer de qualquer forma.
O jovem pegou mais uma estrela na areia, jogou-a de volta ao oceano, olhou para o
escritor e disse:
—Para essa, eu fiz diferença.
Naquela noite o escritor não conseguiu dormir nem sequer conseguiu escrever. De manhãzinha
foi para a praia. Reuniu-se ao jovem e juntos começaram a jogar estrelas-do-mar de volta ao oceano.
Relações Humanas e Ética 81
Espero que você seja um dos que querem fazer deste Universo um lugar melhor devido à
sua presença. Assim sendo, aguardo a sua chegada para juntos podermos jogar estrelas-do-mar
de volta ao oceano.
Se preparando
Resumo
Temos de ser como este colibri. Não podemos sucumbir diante das dificulda-
des. Temos todos, todos mesmos, que ajudar a apagar o incêndio. Espero que você
seja um dos que querem fazer deste Universo um lugar melhor devido à sua presen-
ça. Assim sendo, vamos juntos poder apagar o incêndio da floresta. Vale ressaltar
que o símbolo da profissão do corretor de imóveis é o colibri.
82 Centro de Formação de Corretores de Imóveis
Unidade 12 – Ética
Objetivos da unidade
Nesta unidade, o objetivo e fazer o aluno refletir sobre as posturas que assume
como ser humano, além de levar esse questionamento para âmbito profissional.
Aprofundando
O que é o certo? E o errado? Você já viu alguém fazendo algo que considera
um absurdo, mas para a pessoa é normal? Já falou ou ouviu alguém falando que
outra pessoa agiu de forma antiética? O que é ética para você?
Provavelmente você ficou confuso quando se questionou sobre a maioria
das perguntas acima. Isso é normal: essas questões são tão antigas para os seres
humanos, no entanto, continuam sendo alvo de muitas dúvidas. Mas nem por
isso devemos deixá-las de lado. Ao pensar sobre isso, estamos contribuindo para
exercer melhor o nosso papel como individuo e cidadão.
1. CONCEITUAÇÕES BÁSICAS
O tempo atual está exigindo, cada vez mais, reflexão e postura ética em todos
os setores da vida humana, especialmente no exercício das diversas profissões.
Ocorre, porém, que frequentemente faltam os fundamentos para esta refle-
xão e esta postura. Para que a ética não se reduza a um conjunto de normas ou
etiquetas sociais, fazendo do ser humano um autômato, é mister procurar a razão
de ser dos comportamentos.
Em primeiro lugar, vamos analisar a definição e o conceito de ética, a mu-
tabilidade de sua vivência, seu princípio fundamental, bem como seus critérios
auxiliares; também será analisado o conceito de ética em relação às outras ciên-
cias, dando destaque especial à ética profissional e concluindo com uma reflexão
sobre a virtude.
Relações Humanas e Ética 83
A palavra “ética” deriva do grego etos, que significa costume. Ética, em sen-
tido etimológico, tem significado idêntico ao radical latino mos, do qual deriva a
palavra moral. Ambos os vocábulos significam costume ou hábito.
Tanto a moral como a ética, se referem à teoria dos costumes, às regras de con-
duta. A moral estabelece normas de conduta, normas éticas, destinadas a regular os
atos humanos tendentes à consecução dos fins que ao homem são próprios.
Dentre os vários conceitos existentes, adotaremos o de Sertillanges, extra-
ído de sua obra La philosophie morale de Saint Thomas: ética é a ciência do que o ho-
mem deve ser em função daquilo que ele é.
A ética estabelece um dever, uma obrigação, um compromisso, onde o seu fun-
damento é o próprio homem, pois é da sua natureza que surge a fonte de seu compor-
tamento. Aliás, isto acontece com todas as coisas: o agir depende do ser; cada coisa se
comporta de acordo com os elementos que a compõem, formando sua unidade.
O que esperamos de um giz? Que ele escreva, pois é de sua natureza escre-
ver. O que esperamos do sol? Que ele brilhe, pois isto é da sua natureza. Assim
podemos dizer de tudo o que existe, em cada ser há um conjunto de energias para
produzir determinadas ações, acarretando como consequência certos deveres. O
dever do giz é ser e agir como giz; o dever do sol é ser e agir como sol; ao contrário,
o único mal do giz é não ser e não agir como giz e o único mal do sol é não ser e
não agir como sol.
Igualmente vale para ser humano. A única obrigação do homem é ser e agir como
homem; ao contrário, o único mal do homem é não ser e não agir como homem.
Voltando à definição de ética, podemos dizer que esta brota de dentro do ser
humano, daqueles elementos que o caracterizam na sua essência como humano,
diferenciando-o dos outros seres; ela exige antes a determinação de sua realidade
ontológica para, a partir daí, estabelecer a forma de comportamento.
Qualquer situação específica da pessoa deve embasar-se na realização do
fundamental; assim, o administrador, antes de ser administrador, é uma pessoa
humana, e só vai realizar-se como administrador na medida em que realizar-se
como pessoa. O mesmo poderíamos afirmar de outras possibilidades: ser pai,
professor, advogado, exige antes de tudo, ser pessoa, ser gente, ser homem.
Deste modo, a construção da ética parte das exigências ou necessidades
fundamentais da natureza humana. Estas não são aleatórias, mas existem no ser
humano, limitando-o e identificando-o para que ele possa descobrir-se a satisfa-
zer o que lhe é solicitado para sua realização.
84 Centro de Formação de Corretores de Imóveis
2. ÉTICA E MORAL
3. DIVERGÊNCIAS DE COMPORTAMENTO
O ser humano, na sua essência, é imutável, pois, se mudar sua essência, dei-
xa de ser humano e torna-se um outro ser. É neste sentido que se indaga quando
o homem começou a existir ou como o evolucionismo estuda quando ocorreu o
processo de humanização.
Deve ter ocorrido um momento em que a natureza se definiu como humana;
só para ficarmos com dados historicamente claros, lembramos os homens primi-
tivos (5.000 a. C.), os homens egípcios (3.000 a. C.), os homens romanos (750 a.
C.), os homens índios americanos (1.500 d. C.). Ora, se podemos chamar todos
de homens, a natureza, na sua essência, é a mesma, e, como consequência, seu
comportamento deveria ser o mesmo.
Todavia, é mais do que notória a diversidade de atitudes em termos de tem-
po como de espaço; porém, mesmo no meio desta diversidade, o que o homem
procura é a realização do seu ser, que é imutável.
Podemos apontar algumas razões das divergências do comportamento hu-
mano, sem entrar no mérito do julgamento da consciência individual.
Uma primeira razão encontra-se no próprio conhecimento que o homem tem
de si mesmo, tanto individualmente, como coletivamente. Assim, até a Baixa Idade
Média, era desconhecida a existência de óvulo na mulher; inclusive os medievais
afirmavam que no ato sexual o homem já colocava um “homenzinho” pronto na
mulher. A função feminina era fazer crescer este homenzinho, daí exigir-se da mu-
lher uma atitude passiva ou receptiva. Ora, na medida em que vai se conhecendo
melhor, a humanidade tem a possibilidade de modificar seus comportamentos.
Uma segunda razão provém do conhecimento que o homem tem de outras reali-
dades, no sentido delas para o próprio homem. Assim, para vários povos, incluindo os
judeus no tempo de Cristo, a carne de porco era impura para o homem, não só biologi-
camente, mas, até, espiritualmente. Aqui vale a mesma reflexão feita anteriormente: é
importante que o homem, cada vez mais, descubra o sentido das coisas para ele.
Uma terceira razão engloba tradições e culturas com princípios, preconceitos
e tabus que se cristalizam como uma segunda natureza. Assim, existem fatos que se
perdem no passado, mas que tiveram uma razão de ser num determinado momento, e
continuam ainda como paradigmas de comportamento. Por exemplo, em Biafra é tra-
dição o jovem ajudar o velho morrer, fazendo-o subir num coqueiro que é sacudido em
seguida para que ele caia. Outro exemplo é a origem do machismo, quando o homem
86 Centro de Formação de Corretores de Imóveis
teve que trabalhar a terra e criar animais, impondo-se pelo poder econômico à mulher.
Uma quarta razão é fornecida pelo avanço da ciência e da tecnologia, que
derruba mitos e conceitos do passado, porém, cria novos. Um exemplo que en-
contramos na área educacional: por milênios prevaleceu a inteligência lógica
como faculdade básica determinante do conhecimento e da vida humana; hoje
em dia afirma-se que 80% das decisões provêm da inteligência emocional.
Estas razões mostram que a vida humana é muito mais dinâmica do que os enqua-
dramentos que são feitos dela; mas, ao mesmo tempo, parece claro que o homem está sem-
pre à procura de si, detectando razões para de fato sentir-se e viver como ser humano.
pessoas; fazem parte do senso comum. Por exemplo: respeitar a vida humana, respei-
tar as coisas alheias, proferir a verdade, viver a honestidade e a sinceridade.
Os segundos princípios são concretizações em situações mais específi-
cas dos primeiros, com mais dificuldades para aceitação unânime; normalmente
dependem de culturas, ideologias, tradições, costumes e interesses. Assim, nem
sempre se apresentam como uma dedução lógica e racional dos primeiros prin-
cípios, havendo divergências entre os grupos humanos. Assumindo os mesmos
exemplos anteriores, é só acrescentar um novo elemento a cada item: respeitar a
vida humana de um feto, respeitar as coisas alheias de um rico, proferir a verdade
a um doente, viver a honestidade e a sinceridade na declaração de impostos.
As conclusões remotas são aplicações dos segundos princípios em situa-
ções especialíssimas e bem definidas. A unanimidade é bem mais difícil, uma vez
que entram em jogo problemas ou realidades pessoais, especialmente de ordem
emocional. Para esclarecer é só especificar um novo dado aos exemplos anterio-
res: respeitar a vida humana de um feto descerebrado, respeitar as coisas alheias
de um rico que ganhou na loteria, proferir a verdade a um doente em fase terminal
de vida, viver a honestidade e a sinceridade na declaração de impostos em épocas
de crise financeira.
A partir destes três critérios auxiliares é que cada pessoa procura responder
para si mesmo o que deve fazer. Assim, um administrador que está para despedir um
empregado para reduzir despesas, mas sabe que o mesmo é pai de cinco filhos meno-
res e que precisa daquele trabalho para sobreviver: despede ou não? O mesmo pode
ocorrer com um médico responsável por um doente em coma, cujos parentes pedem-
lhe o desligamento dos aparelhos que ainda o mantêm vivo: desligar ou não?
Diversas ciências tratam do agir humano, assim como a ética. Cada uma,
porém, tem seu enfoque próprio ou seu objeto formal específico; por isso, uma
mera formação científica não significa necessariamente uma formação ética. A
título de exemplo, vamos citar o objeto de algumas ciências para depois ressaltar
o objeto da Ética comparativamente a elas.
A antropologia estuda o agir das pessoas como pertencentes a determinadas
etnias ou culturas; assim, o comportamento de cada pessoa é determinado não pelo
fato de ser integrante da humanidade, mas sim de uma parte específica da mesma.
Relações Humanas e Ética 89
7. A ÉTICA PROFISSIONAL
ela exige a deontologia, isto é, o estudo dos deveres específicos que orientam o
agir humano no seu campo profissional; de outro lado, exige a diciologia, isto é, o
estudo dos direitos que a pessoa têm ao exercer suas atividades.
Portanto, a ética profissional é intrínseca à natureza humana e se explicita
pelo fato de a pessoa fazer parte de um grupo de pessoas que desenvolvem deter-
minado agir na produção de bens ou serviços.
Neste sentido, vale à pena refletir sobre as afirmações seguintes:
Cada conjunto de profissionais deve seguir uma ordem de conduta que permita a evolução
harmônica do trabalho de todos, a partir da conduta de cada um, através de uma tutela no
trabalho que conduza à regulação do individualismo sobre o coletivo” (SÁ, 1996, p. 92); “A ética
é condição essencial para o exercício de qualquer profissão (FRANCO, 1991, p. 66).
Para que uma atividade seja uma profissão e, consequentemente, para que
haja uma ética profissional, são necessárias algumas condições, com manifesta-
ção cada vez mais claras e sistematizadas.
Em primeiro lugar, a atividade deve envolver operações intelectuais acompa-
nhadas de grande responsabilidade individual. É não só uma tarefa imediata, mas
exige um pensar sobre o que se faz para operar com eficiência, eficácia e efetividade;
não basta contar com algo que está fora da pessoa, mas tem que vir de uma decisão de
dentro da própria pessoa. É assim que devem agir todos os profissionais.
Em seguida, essa atividade deve comportar uma aprendizagem especial na área
de seu conhecimento; essa aprendizagem tem que ter por base um conjunto sistemá-
tico e orgânico, que constantemente vai crescendo, se aperfeiçoando, e até se modifi-
cando; daí a importância e a necessidade de seminários, experiências, etc.
Toda profissão supõe uma formação que não seja acadêmica ou teórica ape-
nas, embora esta seja fundamental. Deve, porém, ser marcadamente prática em
seus objetivos. Discute-se a necessidade de certificados ou diplomas para exercer
uma determinada atividade; talvez dentro de uma organização social isto seja ne-
cessário, mas do ponto de vista ético, o necessário é o conhecimento da pessoa.
Toda profissão deve consistir numa técnica capaz de ser transmitida atra-
vés de disciplina especializada. Disciplina é um conjunto de processos que inclui
conteúdos e métodos, usando elementos principalmente da pedagogia e da di-
dática para ensinar. Isso não significa que todo profissional seja um professor na
Relações Humanas e Ética 91
sua área, mas que a profissão, em si, possua meios para ser comunicada.
Finalmente, toda profissão deve dispor de organizações adequadas com
atividades, obrigações e responsabilidades com consciência de grupo; assim, as
associações profissionais, os sindicatos, os conselhos profissionais, são impor-
tantes para a ética. Desta maneira, a pessoa encontra uma razão mais forte para
viver de acordo com o princípio de solidariedade, e também a conduta de cada
um se reflete na formação da imagem da profissão.
Porém, as pessoas têm que dar uma alma aos códigos para vivê-los, como
afirma Sá (1996):
9. A ÉTICA E A VIRTUDE
As virtudes éticas são disposições estáveis para agir bem; a aquisição delas
exige uma prática constante através de exercício. As virtudes são essencialmente
pessoais, não provêm de herança e nem resultam de circunstâncias, do ensino ou
do meio; elas podem partir de predisposições, mas sempre são o prêmio do esfor-
ço da vontade à luz da razão.
As virtudes determinam e fixam as inclinações e os atrativos, assegurando a
constância da conduta; facilitam a ação, suprimindo uma multidão de hesitações
e de atos intermediários inúteis, produzindo presteza em fazer o bem e em fugir
do mal; transformam-se quase em uma segunda natureza e fazem agradáveis to-
dos os atos dos quais são o princípio.
Neste sentido, é bom lembrar o que afirma Sá (1996): “Na conduta ética, a vir-
tude é condição basilar, ou seja, não se pode conceber o ético sem o virtuoso como
princípio, nem deixar de apreciar tal capacidade em relação a terceiros” (p. 65).
A seguir são apresentadas algumas virtudes básicas no âmbito individual e coletivo.
A prudência é a reta noção daquilo que se deve fazer ou evitar, exigindo o co-
nhecimento dos princípios gerais da moralidade e das contingências particulares da
ação. Assim, existe “tempo para plantar e tempo para arrancar; tempo para demolir e
tempo para construir; tempo para chorar e tempo para rir; ... (Eclesiastes 3, 2 - 8).
A justiça é a vontade firme e constante de respeitar todos os direitos e todos
os deveres. É a disposição de dar a cada um o que é seu de acordo com a natureza,
a igualdade ou a necessidade. Ela é a base da vida em sociedade e da participação
na existência comum. A justiça implica a combinação de diversas atividades que
à primeira vista, podem parecer divergentes, mas que atingem sua harmonização
na percepção existencial do “homem justo”, como a imparcialidade, a piedade, a
veracidade, a fidelidade, a gratidão, a liberdade e a equidade.
Relações Humanas e Ética 93
10. OS VÍCIOS
Os vícios não são, propriamente, a negação das virtudes, mas atitudes con-
trárias ao bem ou disposições estáveis para agir mal. Em termos éticos, os vícios
são adquiridos pelas pessoas. Os vícios também fixam as tendências fortalecendo
a continuidade do comportamento, facilitando a ação para seus objetos; eles eli-
minam tergiversações, criando quase uma segunda natureza na pessoa.
O orgulho é a procura desordenada de excelência. Toda pessoa tem o di-
reito de ser e parecer aquilo que ela é; o orgulhoso, porém, se valoriza demais e
normalmente diminui e achincalha os outros.
A avareza é a procura desordenada de bens materiais; é uma necessidade vital
usar das coisas deste mundo, mas o avarento acumula riquezas fazendo uso de meios
nem sempre lícitos e, principalmente, centralizando todo o seu ser neste esforço.
A gula é a procura desordenada dos prazeres de comer e beber. Este ato, que
é tão importante para a vida, torna-se uma preocupação exagerada, estragando a
própria saúde e prejudicando, muitas vezes, as atividades profissionais e familia-
res da pessoa.
A luxúria é a procura desordenada dos prazeres sensuais. A pessoa, em vez
de realizar a sexualidade como um elemento importante de todo o seu ser, vive
com fixação e obsessão procurando satisfações que até implicam em desrespeito
a si mesmo e aos outros.
94 Centro de Formação de Corretores de Imóveis
Refletindo
Pai Nosso
Não posso dizer (PAI NOSSO) se não vejo em todos os homens Irmãos meus.
Não posso dizer (QUE ESTAIS NO CÉU) se o que me preocupa são os
bens da Terra.
Não posso dizer (SANTIFICADO SEJA O VOSSO NOME) se a minha vida
é uma Imagem de cristão falso.
Não posso dizer (VENHA A NÓS O VOSSO REINO) se não deixo o amor
de Cristo crescer em mim.
Não posso dizer (SEJA FEITA VOSSA VONTADE, ASSIM NA TERRA COMO
NO CÉU) se divinizo as minhas vontades, se o que me importa é o que eu quero.
Não posso dizer (O PÃO NOSSO DE CADA DIA NOS DAÍ HOJE) se não
sou capaz de repartir o meu pão com os necessitados.
Não posso dizer (PERDOAI AS NOSSAS OFENSAS, ASSIM COMO NÓS
PERDOAMOS A QUEM NOS TENHA OFENDIDO) se minha vida é permanen-
temente ofensa à justiça, à caridade.
Não posso dizer (E NÃO NOS DEIXEIS CAIR EM TENTAÇÃO, MAS LI-
VRAI-NOS DO MAL) se fecho os olhos à mão estendida, os ouvidos ao pedido, e fujo
de minhas responsabilidades como homem, na construção de um mundo melhor.
Não posso dizer (AMÉM), porque minto se não aceito tudo isso.
Preparando-se
Resumo
Referências