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Lei da herança genética

O monge-cientista Gregor Mendel, realizou, nos jardins de um mosteiro, os


experimentos que revolucionaram a Genética.

A genética na sociedade contemporânea


Esse conhecimento científico começou a se desenvolver A partir dos cruzamentos entre
Ervilhas realizados em meados do século 19 pelo monge cientista Gregor Mendel em
um mosteiro na cidade de Brunn, Alemanha. A redescoberta dos trabalhos de Mendel
no começo do século XX marca o início da genética.

Mendel e as origens da genética


Genética é a área da biologia que estuda a herança biológica ou hereditariedade que
consiste na transmissão de características de pais para filhos ao longo das gerações.

A ervilha como material experimental


Seu conhecimento sobre as técnicas de hibridização em plantas levou a considerar a
possibilidade de estudar a herança biológica a partir de cruzamentos entre variedades
vegetais que diferiam quanto a certas características. Mendel escolheu como material de
estudo a ervilha pisum sativum espécie ornamental utilizada por hibridiza dores de
plantas e em virtude de apresentar algumas características favoráveis tais como:
- Facilidade de cultivo e
- Ciclo de vida curto
"permite a obtenção de várias gerações de plantas em
pouco tempo a característica cor das sementes amarelo verde"
Ervilhas são plantas da família de leguminosas com frutos tipo vagem. A flor da ervilha
é hermafrodita, ou seja, apresenta tanto a parte feminina quanto a parte masculina. As
partes reprodutoras masculinas e femininas da flor encontram-se no interior da quilha,
uma estrutura fechada constituída por 2 pétalas especiais sobrepostas. A quilha impede
a fecundação de uma flor por grãos de pólen provenientes de outras flores.
Autofecundação: processo no qual os gametas femininos de uma flor de ervilha são
quase sempre fecundados por seus próprios gametas masculinos.
Para cruzar plantas diferentes é necessário realizar a fecundação cruzada por meio de
polinização artificial.
Figura 1.1
Representação
esquemática da
polinização artificial
em ervilha. A. Flor
de ervilha,
mostrando suas
principais partes;
note os estames
(porção da parte
masculina da flor),
em cujas
extremidades estão
as anteras que
contêm os grãos de
pólen, portadores dos gametas masculinos, e o pistilo (porção da parte feminina da flor).
A base do pistilo é denominada ovário, na qual se formam os óvulos, que contém os
gametas femininas. Durante a reprodução da planta, os óvulos fecundados dão origem
às sementes e o ovário desenvolve-se no fruto tipo vagem. B. Retirada de pólen da flor
doadora com um pincel. C: Deposição do pólen sobre o estigma (porção terminal e
dilatada do pistilo) da flor receptora, da qual foram removidas as anteras quando ainda
imaturas.

D. Ovário de uma flor cortado longitudinalmente, mostrando os óvulos fecundados


transformando-se em sementes (os "grãos" de ervilha). E. Etapas da germinação da
semente originando uma nova planta. (Elementos fora de proporção de tamanho entre
si; cores-fantasia.)

A análise numérica da descendência


A linhagem era considerada pura quando por autofecundação produzia apenas plantas
iguais a si mesma uma linhagem pura de Ervilhas de sementes amarelas origina quando
autofecunda dá plenas plantas com sementes amarelas. Mendel realizou cruzamentos
entre plantas puras para cada uma das 7 características que escolheu cruzou:
- Plantas puras de semente amarelas com plantas puras de sementes verdes,
-Plantas puras altas foram cruzadas com plantas puras baixas,
-Plantas puras com flores em posição terminal com plantas puras com flores
em posição axilar.
A geração constituída pelas variedades puras foi denominada geração parental, geração
P. A descendência direta da geração P foi chamada de 1ª geração híbrida, denominada
geração f1, primeira geração de filhos. A descendência resultante da autofecundação da
geração f1 foi denominada 2ª geração híbrida ou geração f2. Os descendentes híbridos
da geração f1 eram sempre iguais a um dos pais. Por exemplo, os híbridos originados,
do cruzamento de plantas puras de sementes amarelas com plantas puras de sementes
verdes sempre apresentavam sementes amarelas, idênticas às da planta amarela parental.
O estado cor verde da semente não estava presente na geração f1. Entretanto, a
autofecundação de plantas híbridas f1 produzia uma descendência constituída por
plantas com sementes amarelas e plantas com sementes verdes.
Conclusão: Nas plantas de geração f1, estado da característica de um dos progenitores
não desaparecia, mas ficava apenas em recesso, isto é encoberto, ressurgindo na geração
f2.
Mendel denominou dominante o estado das características que se manifestava nas
plantas híbridas e recessivo o estado da característica que ficava encoberto, no caso da
cor da semente, por exemplo a semente amarela é dominante e semente verde recessivo.
Outros pesquisadores predecessores de Mendel já haviam observado que certos estados
de característica da ervilha desapareciam nos híbridos e reapareciam na geração
seguinte. Entretanto, a originalidade de Mendel foi aplicar uma visão matemática aos
resultados, comparando o número de plantas com o estado dominante e com o estado
recessivo de diversas características na geração F2, por exemplo: -plantas puras de
sementes amarelas x plantas puras de semente verdes, = F2 de 8023 sementes (6022
sementes amarelas, e 2001 verdes). / o nº de sementes amarelas pelo nº de sementes
=aprox. 3,1 amarelas para uma verde. Plantas puras de sementes lisas foram cruzadas
com plantas puras de semente rugosa: F2=5474 sementes lisas e 1850 sementes rugosas
uma proporção de aproximadamente 2,96 ÷ 1. Os números obtidos nos diferentes
experimentos eram sempre próximos a 3 ÷ 1 ou 3/4 com um estado dominante para 1/4
(25%) com estado recessivo. A semelhança das proporções entre os estados dominante
recessivo nas diferentes características estudadas foi o que levou Mendel deu a
considerar a existência de uma lei geral aplicável à herança das características nas
Ervilhas.
TABELA 1.1 ESTADOS DOMINANTES E RECESSIVOS DAS SETE CARACTERÍSTICAS ESTUDADAS POR MENDEL

Característica Dominante Recessivo

Forma da semente Lisa Rugosa


Cor dos cotilédones Amarela Verde
Cor do tegumento da semente Cinza Branca
Forma da vagem Inflada Sulcada
Cor da Vagem Verde Amarela
Posição das flores Axilar Terminal
Altura da planta Alta Anã
Tipos de cruzamento entre Características das Autofecundação
Plantas F2 Razão em F2
plantas "puras" plantas F1 de F1
Forma da semente 5.474 Lisas
Sementes Lisas Lisa X Lisa 2,96 : 1
Lisa X Rugosa 1.850 Rugosas
Cor dos cotilédones 6.022 Amarelas
Sementes Amarelas Amarela X Amarela 3,01 : 1
Amarela X Verde 2.001 Verdes
Cor do tegumento da
Sementes de 705 Cinza
semente Cinza X Cinza 3,15 : 1
Tegumento Cinza 224 Brancas
Cinza X Branca
Textura das Vagens 882 Infladas
Vagens Infladas Inflada X Inflada 2,95 : 1
Inflada X Sulcada 299 Sulcadas
Cor da Vagem 428 Verdes
Vagens Verdes Verde X Verde 2,82 : 1
Verde X Amarela 152 Amarelas
Posição das flores 651 Axilares
Flores Axilares Axilar X Axilar 3,14 : 1
Axilar X Terminal 207 Terminais
Altura da planta 787 Altas
Planta Alta Alta X Alta 2,84 : 1
Alta X Anã 277 Anãs

A dedução da lei da separação dos fatores


Para explicar o encobrimento do estado recessivo de uma característica na geração F1 e
seu reaparecimento em F2 Mendel elaborou uma hipótese baseada nas seguintes
premissas:
A- cada característica hereditária é determinada por 2 fatores um herdado do genitor
materno e o outro do paterno;
B- Os fatores de cada par separam se no momento da formação dos gametas;
Segundo Mendel um indivíduo puro para determinada característica recebe 2 fatores
idênticos dos pais. Consequentemente todos os gametas formados por esse indivíduo só
poderão conter um tipo de fator para a característica em questão.
Um indivíduo híbrido para determinada característica por sua vez recebe fatores
diferentes dos pais. Consequentemente os gametas que esse indivíduo formará serão de
2 tipos. ½ dos gametas conteria o fator para um dos estados da característica e metade o
fator para o outro.

Vejamos o modelo imaginado por Mendel aplicado a um exemplo:


Flores de plantas altas puras recebem pólen de plantas anãs necessariamente puras uma
vez que esse estado da característica é recessivo. De acordo com o modelo mendeliano
cada gameta feminino formado pelas plantas altas contém apenas o fator para a alta
estatura que representaremos pela letra maiúscula A. Gametas masculinos formados
pelas plantas anãs contém apenas o fator para a baixa estatura representado pela letra
minúscula a. O encontro dos gametas dessas plantas origina uma descendência F1
inteiramente constituída de plantas híbridas com os 2 tipos de fatores (Aa). Sendo o
fator para a estatura alta dominante sobre o fator para a estatura baixa as plantas
híbridas de F1 serão todas altas. Quando uma planta alta híbrida forma gameta os
fatores para a característica estatura separam-se e cada gameta recebe apenas um tipo de
fator, nunca os 2 juntos. No modelo mendeliano aproximadamente metade dos gametas
femininos produzidos pela planta híbrida conterá o fator para a estatura alta (A) e a
outra metade o fator para a estatura baixa (a) O mesmo acontece com os gametas
masculinos. Na autofecundação das plantas híbridas da geração f um são possíveis 4
tipos de encontro de gametas
A) gameta feminino com fator para estatura alta (A) é fecundado por gameta masculino
com fator para estatura alta (A)
B) gameta feminino com fator para estatura alta (A) é fecundado por gameta masculino
com fator para a estatura baixa (a)
C) gameta feminino com fator para a estatura baixa (a) é fecundado por gameta
masculino com fator para estatura alta (A)
D) gameta feminino com fator para estatura baixa (a) é fecundado por gameta
masculino com fator para estatura baixa (a)
A-INDIVÍDUOS ALTOS PUROS AA
B-INDIVÍDUOS ALTOS HÍBRIDOS Aa
C-INDIVÍDUOS ALTOS HÍBRIDOS Aa
D-DESCENDENTES ANÃOS aa
Considerando que os 4 tipos de encontro de gametas têm a mesma chance de ocorrer
espera-se que se forme em 3 plantas altas (uma pura e 2 híbridas) para cada planta anã.
Figura 1.2
Representação
esquemática
da segregação
dos fatores em
uma planta
hibrida e da
combinação
aleatória dos
gametas na
formação da
geração
seguinte.
(Elementos
fora de
proporção de tamanho entre si cores-fantasia.)
Teoria das probabilidades aplicada à genética
Probabilidade- Chance
É a chance de um determinado evento ocorrer entre 2 ou mais eventos possíveis.
Por exemplo a chance de uma moeda cair com a face cara voltada para cima representa um
entre 2 eventos possíveis cara ou coroa. Nesse caso dizemos que a probabilidade de sair cara
é metade (uma chance em 2 possíveis) ou 50% depois espera-se que em aproximadamente
metade dos lançamentos de uma moeda seja obtida a face cara.
A obtenção de cara no lançamento de uma moeda o sorteio de um Às de ouros do baralho ou
a obtenção de face 6 no lançamento de um dado são eventos aleatórios (sorte).
Em cada um dos casos há um conjunto de eventos possíveis e o evento selecionado (cara, as
de ouro ou face 6) tem a mesma chance de ocorrer que qualquer outro evento possível
naquele conjunto.
Por exemplo a probabilidade de se obter cara no lançamento de uma moeda é meio pois o
conjunto de possibilidades é composto de 2 eventos cara ou coroa com a mesma chance de
ocorrer.
A probabilidade de se sortear o às de ouros em um baralho é 1/52 pois o conjunto de
possibilidades é formado por 52 cartas cada uma com igual chance de ser sorteada.
A probabilidade de se obter face 6 ao lançar um dado é 1/6 Que corresponde a um entre 6
eventos possíveis.
Sabendo-se que a probabilidade de um gameta formado por um indivíduo heterozigótico Aa
portar o Alelo A ou a é um evento aleatório.
O conjunto de possibilidades é formado por 2 tipos de eventos o gameta ser portador do
Alelo A e o gameta ser portador do Alelo a ambos com a mesma chance de ocorrer.
EX.: Portanto qual a probabilidade de um gameta de um indivíduo heterozigótico AA
portar o Alelo A ou o Alelo a?
A probabilidade de um gameta de um indivíduo heterozigótico AA portar o Alelo A ou o
Alelo a é:
½ ou 50%
Eventos independentes – Um não afeta o outro
Quando a ocorrência de um de um evento não afeta a probabilidade de outro evento ocorrer
fala assim em eventos independentes.
Por exemplo o fato de sob ter cara ao lançar uma moeda não aumenta nem diminui a chance
de sair cara em um novo lançamento da mesma moeda ou outra moeda qualquer. Assim o
resultado obtido em cada lançamento de moeda é um evento independente.
Da mesma maneira o nascimento de uma criança com determinado genótipo é um evento
independente do nascimento de outros filhos do casal. Por exemplo mesmo para um casal
que já teve 5 filhas a probabilidade de uma sexta criança ser também do sexo feminino
continua a ser meio ou 50%.
A teoria das probabilidades diz que a probabilidade de 2 ou mais eventos independentes
ocorrerem conjuntamente é igual ao produto das probabilidades de eles ocorrerem
separadamente. Esse princípio é conhecido popularmente como regra do e pois corresponde
a pergunta: Qual é a probabilidade de ocorrer determinado evento e também um outro?
Por exemplo se jogamos uma moeda 2 vezes qual é a probabilidade de obtermos 2 vezes a
face cara ou seja sair face cara no primeiro lançamento e face cara também no segundo?
A chance de sair cara na primeira jogada é meio e a chance de sair cara na segunda jogada
também meio. A probabilidade conjunta de ocorrência desses 2 eventos é 1/2x1/2=1/4.
A segregação dos alelos de um gene em um organismo diploide é comparável a obtenção de
cara ou coroa no lançamento de uma moeda. Suponha que o lançamento de uma moeda
dourada represente a formação do gameta feminino, que o lançamento de uma moeda
prateada represente a formação do gameta masculino, e que cara e coroa sejam os 2 alelos de
um gene A e a. O resultado da fecundação é comparável à combinação das faces obtidas no
lançamento simultâneo das 2 moedas.
Esquema comparando as probabilidades de
obtenção de cara e coroa no lançamento de duas
moedas e a formação de diferentes genótipos pela
combinação ao acaso de um par de alelos em um
cruzamento genético.
Qual a probabilidade de um casal ter 2 filhos do sexo masculino?

Probabilidade de uma criança ser do sexo masculino: ½;


Probabilidade de o casal ter 2 filhos meninos (de o 1º filho ser do sexo masculino e o 2º
também ser do sexo masculino): 1/2x1/2=1/4
Raciocínio semelhante é válido para a genética.
Por exemplo qual é a probabilidade de um casal tendo 2 filhos uma ser menina e o outro
menino?
Há 2 maneiras de um casal teria um menino e uma menina:
A primeira criança ser menino e a segunda menina (1/2x1/2=1/4), ou a primeira a ser
menina e a segunda menino (1/2x1/2=1/4).
Portanto a probabilidade de um casal ter uma menina e um menino é ¼+¼=1/2
Considere agora outra questão :
Qual é a probabilidade de se obter em cara e coroa no lançamento de 2 moedas?
Para responder a essa questão é preciso levar em conta as 2 maneiras de se obter em cara e
coroa quando se lançam 2 moedas:
Pode sair cara na primeira moeda e coroa na segunda ou coroa na primeira moeda e cara na
segunda.
Como já vimos a probabilidade de sair cara e coroa é ¼(1/2x1/2);
Da mesma forma a probabilidade de sair coroa e cara é ¼.
Como esses 2 eventos são mutuamente exclusivos devemos somar suas probabilidades
obtendo a probabilidade final de:
2/4 ou ½ (1/4 para cara e coroa e ¼ para a coroa e cara).

Conceitos básicos em genética


A redescoberta dos trabalhos de Mendel e sua aceitação pelos cientistas no início do século
XX levaram a novas questões entre elas:
- O que são e onde se localizam os fatores hereditários?
-Que mecanismo biológico é responsável pela separação desses fatores na formação dos
gametas?
Em 1902 quando o biólogo estadunidense Walter Sutton estudava no microscópio, a
formação dos gametas em gafanhotos ele percebeu uma surpreendente semelhança entre o
comportamento dos cromossomos homólogos que se separam durante a meiose e a
separação dos fatores hereditários imaginada por Mendel. Sutton propôs então a hipótese de
que os fatores imaginados por Mendel localizavam se em cromossomos homólogos; com a
separação dos homólogos na meiose ocorreria também a separação dos fatores mendelianos.
Mais ou menos na mesma época o pesquisador alemão Theodor Boveri chegou
independentemente à conclusão de que os fatores mendelianos se localizam nos
cromossomos.
Alelos (fatores Mendelianos) são versões diferentes de um gene informações hereditárias e
inscritas no DNA dos cromossomos:
- no núcleo de cada uma de nossas células por exemplo há 23 tipos de cromossomos cada
um com milhares de genes totalizando mais de
20000 genes presentes em cada célula humana.
Cada gene ocupa uma posição definida em um
cromossomo a qual é denominada loco gênico.
Um gene pode apresentar-se em diferentes versões
denominadas alelos. Por exemplo o fator
mendeliano que faz a planta da ervilha ser alta é o
Alelo dominante do gene responsável pela estatura
da planta. O fator para forma anã é o Alelo
recessivo desse mesmo gene.
Indivíduos com um par de alelos idênticos (AA ou
aa) que Mendel denominava puros recebem
atualmente a denominação de homozigóticos.
Indivíduos com um par de alelos diferentes (Aa)
que Mendel denominava híbridos são atualmente
chamados heterozigóticos.

Exemplos de herança mendeliana

Herança de um tipo de pelagem em coelhos


Coelhos da linhagem chinchila apresentam pelagem cinzenta ao passo que os da linhagem
albina apresentam pelagem branca. Quando se cruzam coelhos chinchilas puros com coelhos
albinos a geração f1 é constituída inteiramente por coelhos de pelagem chinchila
semelhantes a um dos pais. Quando os coelhos chinchilas híbridos da geração f1 são
cruzados entre si dão origem a uma geração f2 constituída por 75% de coelhos chinchilas e
25% de coelhos albinos.
Se admitimos que a cor da pelagem é condicionada por um par de alelos um deles dominante
e responsável por pelagem cinzenta e outro recessivo responsável pela pelagem branca
percebemos que esses resultados estão de acordo com a primeira lei de Mendel.
Figura 1.5 Representação
esquemática do
cruzamento entre coelhos
albino e chinchila de
linhagens puras e
formação das gerações F,
e F, A direita, fotografias
de coelhos, evidenciando
as pelagens chinchila e
albina. Os animais
apresentam cerca de 40
cm de comprimento.
Como é possível determinar se um coelho chinchila resultante desse cruzamento é
homozigótico ou heterozigótico?
Uma maneira amplamente utilizada para determinar o genótipo é o cruzamento teste que
consiste em cruzar o indivíduo de fenótipo dominante com um indivíduo de fenótipo
recessivo.
Se entre os descendentes de um cruzamento teste houver tanto indivíduos com fenótipo
dominante quanto com fenótipo recessivo conclui-se que o indivíduo testado é
heterozigótico.
Se por outro lado a descendência é grande e todos os descendentes têm fenótipo dominante
esse é um bom indicativo de que o indivíduo testado é homozigótico
Por exemplo se cruzarmos um coelho chinchila cujo genótipo pode ser cchcch ou cchc com um
coelho Albino e surgirem descendentes albinos teremos certeza de que o parental chinchila é
heterozigótico.
Por outro lado, se uma descendência grande é inteiramente constituída de chinchilas é bem
provável que o tipo parental chinchila seja homozigótico.
Figura 1.6 Representação esquemática
do cruzamento entre plantas de folhas
lobadas e plantas de folhas crenadas de
linhagens puras de Coleus blumei e
formação das gerações F, 1 e F, na
fotografia, plantas da espécie Coleus
blumei de folhas crenadas. As folhas
maiores têm aproximadamente 10 cm
de largura.
Herança do tipo de folha em Cóleo
As folhas da planta ornamental Cóleo
pode podem ter bordas levemente
onduladas ou ter bordas profundamente
recortadas. Quando plantas puras dessas
2 variedades são cruzadas entre si a
geração f1 é inteiramente constituída
por plantas de folhas lobadas. O
cruzamento entre plantas da geração f1 produz uma geração f2 constituída por 75% de
plantas com folhas lobadas e 25% com folhas crenadas. Esses resultados seguem a primeira
lei de Mendel admitindo-se que nessas variedades a característica borda da folha é
condicionada por um gene com 2 formas alélicas:
o Alelo dominante C condiciona a folha lobada, enquanto
o Alelo recessivo c condicionar a folha crenada.
Herança mendeliana na espécie humana
Na espécie humana os estudos genéticos não utilizam o cruzamento dirigidos como se faz
nas outras espécies.
O trabalho do geneticista humano consiste em analisar os membros de uma ou mais famílias
nas quais haja portadores do estado da característica em estudo na tentativa de estabelecer
padrões de herança. As relações de parentesco entre os membros das famílias são
representadas por meio de heredogramas ou árvores genealógicas, diagramas que facilitam a
visualização da transmissão e do comportamento das características hereditárias ao longo
das gerações. Nos heredogramas indivíduos do sexo masculino costumam ser representados
por quadrados e do sexo feminino por círculos. Indivíduos cujo sexo não se conhece são
representados por losangos. O casamento no sentido biológico de procriação é indicado por
um traço horizontal que une os 2 membros do casal. Filhos são representados por quadrados,
círculos ou losangos Unidos por traços verticais ao traço horizontal do casal.

Heredograma e probabilidades
O problema
O albinismo tipo um na espécie humana é condicionado por um Alelo recessivo; pessoas
com genótipo aa são albinas, com pele cabelos e olhos muito claros em virtude da ausência
do pigmento melanina. Pessoas com pelo menos um Alelo A no genótipo tem a pigmentação
normal. Pedro tem pigmentação normal na sua pele e seus pais também são normais.
Sua avó materna e seu avô paterno porém são albinos. Maria também não é albina e por
parte de mãe nunca houve nem na mais remota ancestralidade algum caso de albinismo.
O pai de Maria também é normal, mas seu avô paterno era Albino.
Pedro e Maria procuraram um geneticista para pedir esclarecimentos e aconselhamento
genético. O casal tinha seguintes perguntas:
• Alguma chance de termos um filho Albino?
• Se tivermos um filho Albino qual é a probabilidade de outro também ser
Albino?
A solução.
O primeiro passo é construir um
heredograma para representar as relações
entre os familiares.
Em seguida determinamos os genótipos dos indivíduos:

• Alguma chance de termos um filho Albino?


• Se tivermos um filho Albino qual é a probabilidade de outro também ser
Albino?
A solução. O primeiro passo é construir um heredograma para representar as relações entre
os familiares.
Agora vamos responder a primeira pergunta do problema.
A resposta à primeira parte da pergunta é afirmativa uma vez que Pedro e Maria podem ser
heterozigóticos. Passamos então a estimar a probabilidade de ambos serem portadores do
Alelo para albinismo pois somente nesse caso eles poderiam ter uma criança albina. Como
não são albinos concluímos que eles são portadores de pelo menos um Alelo A.
A probabilidade de Pedro ser heterozigótico é 2/3, pois ele pode ter recebido um Alelo A do
pai e um a da mãe ou um Alelo A do pai e um A da mãe. Lembre-se que Pedro não
é Albino e, portanto, não recebeu o Alelo a de ambos os pais.
A probabilidade de Maria ser portadora do Alelo do albinismo é ½. Isso porque assumimos
que o Alelo A de seu genótipo é proveniente da mãe supostamente homozigótica AA, pois
nunca houve em sua ancestralidade caso de albinismo. De seu pai heterozigótico Aa Maria
pode ter recebido o Alelo a com chance de ½.

Um futuro filho de Pedro e Maria será Albino se ocorrerem simultaneamente os


seguintes eventos:
Evento 1:
Pedro ser heterozigótico probabilidade 2/3
Evento 2:
Maria ser heterozigótica probabilidade ½
Evento 3:
Pedro e Maria transmitirem um Alelo a ao filho probabilidade de ¼
A probabilidade de esses eventos ocorrerem simultaneamente é o produto de suas
probabilidades:
2/3x1/2x1/4=2/24=1/12
A segunda pergunta do casal acrescenta um dado interessante ao problema. Se Pedro e
Maria tiverem efetivamente uma criança albina as dúvidas sobre seus genótipos deixarão de
existir pois nesse caso eles certamente serão heterozigóticos. Assim o risco de uma próxima
criança filha do casal vir a ser albina é ¼ ou 25%

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