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14 DE NOVEMBRO DE 2023

ANO XXXIII Nº316 GRATUITO PERIÓDICO


DIRETORA ANA FILIPA PAZ
EDITORES EXECUTIVOS DANIELA FAZENDEIRO E CLARA NETO

Cabra cega, no que votas?


Sondagem concede vantagem à Lista P - “Por Ti. Pela Académica.” na corrida à DG/AAC, com 41%,
enquanto Lista A - “Unir, Avançar - Académica de Abril” se encontra a 32 pontos percentuais de
distância. Tendência vitoriosa mantém-se na MAM/AAC, com Lista P a destacar-se por 34 pontos
percentuais face à Lista A. - PÁG. 12.

ENSINO
- PÁG. 03 -
Candidatos à presidência da DG/AAC e da
MAM/AAC expõem as suas preocupações em
entrevista ao Jornal A CABRA. Renato Daniel
e João Maduro sublinham os 50 anos do 25
de abril. Falta de adesão à AM perturba Car-
olina Rama e Luísa Batista.

CULTURA
- PÁG. 09 -
Mais uma estrutura da Casa a completar 40
anos: SEY/AAC celebra o seu aniversário com
retiro espiritual de yoga no Bussaco. No fu-
turo, a secção ambiciona uma viagem à Índia.

DESPORTO
- PÁG. 14 -
Márcio Sousa, treinador de Futebol para Ce-
gos, destaca a importância da modalidade na
vida de pessoas com deficiência, potenciando
a sua autoestima e autonomia. Além disso,
faz apelo por apoios financeiros para que o
desporto se mantenha vivo.

CIÊNCIA
- PÁG. 15 -
Onde a queda do Governo e o colapso am-
biental se encontram. ‘Bandaids’ climáticos
são um falso passo em direção à transição
necessária. Problemática tem como raiz siste-
ma socioeconómico atual.

CIDADE
- PÁG. 17 -
O segundo ano deste mandato da CMC
provoca contestações. A baixa valorização da
cultura é uma das críticas apontadas à au-
tarquia. Ainda, a proposta desta gestão para
uma Coimbra B intermodal levanta preocu-
pações ambientais.
SIMÃO MOURA
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ÓRGÃOS CENTRAIS DA AAC “Lutar por um Ensino Superior


democrático e de qualidade”
Proponente acredita que lista destaca-se pela “proximidade à
realidade estudantil”. Problemas como falta de participação e
perda do caráter interventivo do órgão são foco.
- POR RAQUEL CHAVES -

L
Por Daniela Fazendeiro

uísa Batista, estudante da Faculdade sua opinião, isto deve-se “ao desconhecimento através de plenários, documentos ou campa-
de Letras da Universidade de Coimbra, acerca dos órgãos que permitem aos academis- nhas de sensibilização”. Além disso, a candi-
candidata-se à presidência da Mesa da tas expressar as suas revoltas”. data quer aumentar a adesão às AM através da
ASSEMBLEIA MAGNA Assembleia Magna da Associação Académica Quando questionada sobre a revitalização do utilização do autocarro da AAC, visto que este
Constituída por todos os estudantes da UC, é o órgão máximo de Coimbra (MAM/AAC), pela Lista A - “Unir, caráter interventivo das AM, a jovem esclarece “deve estar ao serviço dos associados”, algo
deliberativo da Casa. Pode ser convocada a pedido da Direção- Avançar - Académica de Abril”. A proponente que pretende transformá-las “num local onde que, a seu ver, não acontece atualmente.
Geral ou de 5% dos associados efetivos da AAC e tem a obrigato- destaca como principais pilares do seu projeto: todos possam expor os problemas que enfren- Luísa Batista assegura que a lista que encabe-
riedade de se reunir pelo menos quatro vezes ao ano. É da sua a necessidade de uma maior proatividade por tam”. Assim, ambiciona que sejam um lugar ça prima pela “proximidade à realidade estu-
competência exclusiva a aprovação dos relatórios de contas parte da MAM/AAC; a promoção da “união en- para a discussão de temas fraturantes da vida dantil”, assim como pelo empenho na resolução
uma semana após o parecer dado pelo Conselho Fiscal. tre os estudantes” e a “defesa dos seus direitos”. académica, pelo que acredita que a ordem de tra- de problemas a longo prazo e não apenas no
Quanto às suas valências para o exercício do balhos deve ser revista para ter “uma estrutura momento de campanha. Tendo como modelo a
cargo, Luísa Batista salienta a vivência numa apelativa ao debate”. Com esse intuito, defende Revolução dos Cravos, o seu objetivo é que, tal
república e o envolvimento num projeto nas que o ponto “Outros Assuntos” não deve ser re- como em tempos de ditadura, os universitários
últimas eleições. Para a candidata, estas expe- metido para último, como tem acontecido. “lutem por um Ensino Superior democrático
riências permitiram-lhe “entender a realidade De modo a cumprir os seus objetivos, a mes- e de qualidade”, motivados pelo descontenta-
DIREÇÃO-GERAL dos estudantes e das diferentes faculdades da tranda pretende fomentar a comunicação com mento face aos problemas que enfrentam. “Os
É o órgão máximo executivo da AAC e tem o poder de UC”. Nesse sentido, apresentou a candidatura as repúblicas e com as secções desportivas e estudantes devem sair da academia com a sen-
convocar Assembleias Magnas. Faz a gestão da casa após ter notado “a falta de consciência sobre culturais da Académica. Considera ainda que sação de que fizeram o máximo que puderam”,
a nível financeiro e de ordem de trabalhos e põe em a importância da AM”. Lamenta que “muitas os núcleos têm “um papel na democracia da conclui.
prática as decisões tomadas na Assembleia Magna vezes as AM acabam por falta de quórum”. Na Casa” e que “deveriam informar os estudantes
(AM). Constituída por 15 a 25 elementos, é subdivi-
dida internamente por pelouros.

“É fundamental a presença
CONSELHO FISCAL dos estudantes, o diálogo e a
discussão”
Principal órgão fiscalizador da Casa, é responsável por dar os
pareceres dos relatórios de todos os organismos da AAC e festas
académicas. É constituída por onze membros e as suas eleições
ocorrem em março. Tem a palavra final no julgamento de irre- Candidata pretende aumentar adesão aos debates da AM e torná-
gularidades estatutárias investigadas pela Comissão Disciplinar.
los acessíveis a todos estudantes. Descentralização e divulgação
nas faculdades são prioridades do projeto.
- POR AFONSO DE VASCONCELOS -

C
Por Daniela Fazendeiro

arolina Rama, estudante da Faculdade centralização das AM para outros polos. Con- problema o término das AM por falta de quó-
MESA DA ASSEMBLEIA MAGNA de Direito da Universidade de Coim- soante a auscultação pré-campanha realizada rum. Para Carolina Rama, o adiamento dos
Constituída por um presidente, um vice-presidente e bra, é a candidata pela Lista P - “Por Ti. pela lista, Carolina Rama esclarece que a força “Outros Assuntos” para o final da ordem de
dois secretários, é quem divulga, organiza e dirige a Pela Académica.” à presidência da Mesa da As- desta proposta reside na integração dos univer- trabalhos em AM recentes é motivo de desor-
AM. Detém a responsabilidade pelas eleições dos ór- sembleia Magna da Associação Académica de sitários que se sentem mal representados pelo ganização. No regimento interno atual, este
gãos centrais da Casa, de modo que o seu presidente Coimbra (MAM/AAC). A mestranda explica órgão máximo deliberativo da AAC. “É funda- ponto consta em segundo lugar o que, a seu
também preside a Comissão Eleitoral dos mesmos. que uma das bandeiras do projeto é tornar as mental a presença dos estudantes, o diálogo e a ver, “deveria ser cumprido até ao fim do man-
AM “num lugar de maior debate”. A par disso, discussão”, reitera. dato”. Apesar de querer preencher as lacunas
ambiciona “pôr em cima da mesa os temas que Segundo a jovem, a necessidade de transpor- que observou, considera que foi feito um bom
preocupam os estudantes”, como as propinas, tes que advém da descentralização implicaria trabalho e que há aspetos positivos a preservar.
a habitação e a Ação Social. A proponente al- colaborações com a Direção-Geral da AAC e Carolina Rama garante ter consciência que há
meja cumprir mais do que as funções proto- com os SMTUC, de modo a aumentar a quan- “um caminho duro e longo” a ser percorrido,
Comissão Disciplinar colares obrigatórias, aproximando, assim, os tidade de autocarros disponíveis. Além disso, mas afirma ter “a vontade, a resiliência e o ca-
É o órgão de investigação da Casa, criado nos últimos universitários aos órgãos da Casa. a proponente pretende levar a cabo medidas rinho pela Académica” necessários ao cargo.
Estatutos da AAC. É eleita por sufrágio universal. Detém a Quando questionada acerca das propostas de consciencialização, como “diálogos presen- Nesse sentido, acredita que a presidência da
tutela e iniciativa da ação disciplinar na sua fase de inquérito. semelhantes às da lista adversária, a candi- ciais nas faculdades e departamentos”, com o mesa do plenário do Núcleo de Estudantes de
Posteriormente, elabora uma nota de culpa acusatória que é data não mostrou preocupação, pois acredita intuito de dar a conhecer as funções e capaci- Direito da AAC lhe deu “a bagagem” exigida
entregue ao Conselho Fiscal. que ambas se focam nas questões que carecem dades do órgão. para cumprir as funções a que se propõe.
intervenção. A seu ver, o que a diferencia é a Num balanço do atual mandato, tal como a
existência de “medidas concretas”, como a des- candidata adversária, aponta como principal
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No que diz respeito ao alojamento por maior investimento. Em relação aos De que forma é que se pode garantir que

“Acreditamos que estudantil, que propostas concretas é que o


teu projeto apresenta?
núcleos, queremos auscultar os problemas
dos estudantes, para que também possamos
a postura da Casa dentro do ENDA não
seja abafada por interesses de outras

a resposta aos
Todos os anos vemos a promessa de estar com eles nos momentos de luta. federações e associações estudantis?
construção de mais camas públicas, mas Nós apontamos o ENDA como um espaço
temos sempre a infeliz surpresa de a ver sem Que tipo de estratégia e ação direta pensas essencial de discussão de vários assuntos

problemas está
concretização. Pelo contrário, começamos adotar para solucionar a problemática da que dizem respeito a todas as associações
a ver residências a fechar portas e outras expropriação de espaços da AAC? e IES. Não podemos chegar ao encontro
de má qualidade. Aquilo que nós podemos Há que ter em mente o seguinte: em e esperar votações em massa no nosso

na luta”
fazer é apontar a principal causa para isto Coimbra, tanto o executivo como a própria sentido, não é assim que se constrói o
e sair à rua, reivindicando por melhores Reitoria enchem o peito que possuem uma consenso. Para que isto se alcance, às
condições. Não vamos ser nós, através de um associação académica rica em cultura vezes é necessário batalhar muito. O
projeto social com verbas, que já são muito e história. No entanto, quando chega o que nós devemos aspirar é a unidade de
João Maduro encabeça Lista A - poucas, a fazer as mudanças. Nós temos que momento de garantir que as estruturas todas as associações académicas do país.
Académica de Abril e aponta unidade do lutar por mais financiamento para permitir continuem o seu trabalho, assistimos a esta A saída da AAC do ENDA põe em causa
que os estudantes permaneçam no ES. perda de espaços e não podemos esperar essa unidade, e depois, o que muda?
movimento estudantil como essencial. outra postura senão lutar. A Revolução abriu Continuamos a ter a propina, poucas
Caso vença, defende regresso imediato De que forma é que se distingue a tua luta as portas do ES a imensas pessoas e não deve camas e ASE a reduzir. Mais vale demorar
pela abolição da propina? haver uma postura de “atirem-se aos livros, mais tempo e tentar chegar coletivamente
da AAC ao ENDA, bem como uma luta Tem sido muito falada a questão da propina que é para isso que cá estão”. Consideramos a uma solução do que estarmos a
constante pelos direitos dos estudantes zero. No nosso entender, a luta deve ser que têm de haver condições para que os remar todos para um lado diferente e

ainda não alcançados. pelo seu fim. Quando se fala de propina


zero, esta permanece na lei e nada impede
estudantes se possam desenvolver enquanto
indivíduos, nomeadamente através do
não chegarmos a uma conclusão. Os
interesses económicos, que têm levado
que suba. Nós defendemos que não deve acesso ao desporto e à cultura. A retirada ao desinvestimento do ES, beneficiam
Por Joana Carvalho. - POR JOANA CARVALHO E SOLANGE FRANCISCO -
haver uma barreira socioeconómica para desses direitos é um ataque ao nosso com esta ideia de fracionamento das
o acesso ao ES, até porque, quando vemos o desenvolvimento. A luta deu resultados na associações académicas.
Quais são as bandeiras que a tua lista de luta, como foi o caso da concessão do Magna da AAC e não temos problemas em financiamento que representa, é um valor iniciativa que foi levada a cabo na antiga
defende? bar na Faculdade de Letras da UC (FLUC). avançar porque acreditamos que a resposta ridiculamente pequeno. Cantina dos Grelhados, e prova que é Queres acrescentar alguma coisa?
Este é um projeto coletivo e não uma Se queremos fazer reivindicações, a DG/ aos problemas está na luta. possível a mudança, apesar de ainda estar Quero apelar a um voto consciente,
candidatura de uma só pessoa. Vários AAC tem de ir ter com a comunidade, Que tipo de relação pretendes manter com por cumprir a remoção da chapa. Não mas, acima de tudo, a uma abertura
estudantes preocupados acharam por bem através do contacto direto. Também não Como planeiam combater a falta de Ação as restantes estruturas da AAC? podemos esperar que, num só momento, para conhecer ambos os projetos. Tendo
voltar a constituir lista. A nossa motivação nos podemos esquecer que o ENDA é um Social? Uma postura de cooperação total, as coisas mudem. No caso da Cantina dos em conta a situação em que estamos,
é resolver os problemas dos universitários. espaço de discussão entre as associações de Isto é um reflexo de algo maior, e não só do que atendendo às necessidades de cada um. Grelhados, não podemos baixar os braços convém que todos os estudantes tenham
Existem promessas de mais camas, mas estudantes do país inteiro e, não estando aco ntece na UC. Passa pelo desinvestimento Nós temos a sorte de ter uma série de enquanto não estiver a ser usada por nós. consciência no que estão a votar, bem
continuamos a não as ver concretizadas. lá a AAC, colocamos em causa a unidade e pela desresponsabilização do Estado em estruturas que gozam de um património como da importância que estas eleições
As novas medidas do Governo ligadas à na luta contra questões que afetam todos relação a um direito constitucionalmente cultural e desportivo invejável, que têm Há cerca de um ano, a AAC decidiu não têm na definição da postura que os nossos
questão da propina mostram não haver os estudantes, independentemente da sua garantido. O que se passa no bar da FLUC é uma grande dificuldade em conseguir fazer participar mais no ENDA. O vosso projeto representantes vão ter no futuro.
avanços. Os nossos pilares estão no lema: Instituição de ES (IES). chocante, por ser um espaço que pertence o seu trabalho. O financiamento é cada vez defende um regresso imediato?
a unidade, avançar com os nossos direitos aos Serviços de Ação Social da UC (SASUC) menos e vêem-se limitadas no tipo de ação Sim.
e "Académica de Abril". Estamos a celebrar A Lista A conta com algum apoio partidário? que, até então, garantia produtos a um que podem levar a cabo. Nesse sentido,
os 50 anos da Revolução e achamos Não. Contamos com a presença de pessoas preço acessível, e que está em perigo de ser queremos lutar, lado a lado com elas,
apropriado um projeto nesse sentido. Não de quadrantes políticos diferentes que privatizado. Temos também assistido a um
nos podemos esquecer que há muito por têm em comum uma coisa: sentir as processo cada vez maior de encerramento
cumprir. Um desses aspetos é o acesso ao dificuldades, e estar dispostas a lutar para de cantinas. Devemos apontar o foco para
Ensino Superior (ES), cada vez mais posto que se garanta um ES para todos. Esta é o Governo, que está a criar um caminho
em causa devido à propina e ao alojamento uma lista plural, que é o que nós queremos, para a elitização do ES. A fase do diálogo
estudantil. A unidade diz respeito à união para que haja uma discussão ampla sobre o já passou e não nos tem levado a nada, já
de todos em torno das questões que todos que se pode fazer. que as coisas se agravam e não há soluções.
sentimos na Universidade de Coimbra Consideramos que a única resposta é
(UC). Porém, devemos ir mais além e juntar Como é que a tua candidatura se distingue mobilizar os estudantes em massa e sair
os institutos politécnicos e privados de da do teu oponente? à rua para que a Ação Social Escolar (ASE)
Coimbra e estudantes de outros distritos. O principal aspeto que nos distingue é a esteja na ordem do dia.
Depois, "avançar" significa combater pela postura. Esta é a minha segunda candidatura
concretização dos nossos direitos. Já o mote e muitos dos que integram a lista já Que tipo de relação é que pretendem
refere-se às portas que abril abriu em relação participaram em momentos eleitorais. construir com a Reitoria?
ao ES, pelo que queremos garantir que todas Não somos uma lista que vê como vitória Acima de tudo, uma postura de cooperação.
essas conquistas se realizem, bem como ganhar determinada eleição. Queremos Quando digo que o tempo de diálogo
impedir retrocessos e ataques às mesmas. estar presentes nos sufrágios e fora deles. acabou, não ponho em causa as vias mais
Acreditamos que a luta não se cinge a isto institucionais de entendimento com a
Como pretendes trazer a unidade em relação e estamos aqui para consciencializar as Reitoria. A partir do momento em que há
aos politécnicos e instituições privadas de pessoas. Todos os anos há listas que têm menos verbas para aplicar nos SASUC,
Coimbra? um programa completamente diferente, acabamos por pagar o preço final dessas
No último ano, assistimos à saída da AAC do mas depois são muito semelhantes no que decisões. Devemos ter uma postura de
Encontro Nacional de Direções Associativas propõem e vêm na continuidade das DG/ sentar à mesa com a Reitoria, mas se vemos
(ENDA). O que falta muito a nível da postura AAC anteriores. Nós apresentamo-nos que os nossos direitos estão a ser postos em
da atual DG/AAC é a participação junto como uma alternativa, temos sempre uma causa, devemos avançar para a rua.
dos estudantes quando há um processo participação bastante ativa na Assembleia
Por Joana Carvalho.
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“A Académica está
Houve algum desenvolvimento quanto à utilização dos fundos do Plano de Recupe- particularidades que devemos melhorar
colocação da divisória nas antigas Canti- ração e Resiliência, que estão pouco focados na nossa dinâmica de comunicação com
nas dos Grelhados? nestas matérias, auxilia no cumprimento as secções e organismos autónomos. A

muito acostumada a
O Memorando de Entendimento, que está do Plano Nacional de Alojamento para o verdade é que a Académica está muito
em vias de finalização, vai possibilitar o Ensino Superior. As IES têm autonomia na acostumada a fazer tudo em cima do joelho
alcance de um consenso entre o Teatro contestação destes custos, daí ser impor- e temos de mudar isso.

fazer tudo em cima


Académico de Gil Vicente e a AAC. Numa tante reivindicarmos perante a tutela um Dentro do processo de preparação da Festa
fase seguinte, vamos criar uma comissão balanço de preços destinado à cultura. das Latas, com cerca de meio ano de ante-
de avaliação, cuja função é regulamentar cedência, foi convocada uma Assembleia

do joelho e temos de a intervenção na Cantina dos Grelhados.


Aquilo que nós queremos, e que também
De que forma planeias promover a “li-
berdade cultural”?
de Secções Culturais e fizemos um pedido a
todas as estruturas. Pedimos que elaboras-

mudar isso”
foi conversado com o Conselho Cultural, O fornecimento de apoio financeiro e sem um caderno de encargos com todas as
é o avanço do espaço, uma vez que não logístico às estruturas da Casa, em todas necessidades, para que pudéssemos ter no-
reúne condições de trabalho. No entanto, as suas valências, é fundamental para que ção do que era preciso aprimorar. No que
a AAC não tem capacidade financeira para se possam manter vivas. Aquilo que temos diz respeito à Internet e aos e-mails, sabe-
Renato Daniel candidata-se à DG/AAC realizar esta intervenção, avaliada em de fazer já está definido com o Conselho mos que não funcionam. Existem muitos
pela Lista P sob mote “Por Ti. Pela meio milhão de euros, uma vez que a nossa Cultural. Assim, uma das medidas para problemas relativos a estes assuntos que já
Académica.”. Tem como principais focos: prioridade é assegurar os salários dos pôr em prática é a integração dos recém- estão a ser resolvidos durante o atual man-
nossos funcionários. Após garantirmos colocados, por exemplo, com um ‘peddy dato e nos quais tencionamos trabalhar.
liberdade cultural e desenvolvimento das esta responsabilidade, as obras necessárias paper’ durante o qual se possam deslocar
secções desportivas. vão ser feitas, de modo a tornar a antiga ao edifício da AAC e conhecer o quotidiano Gostarias de deixar alguma mensagem à
cantina num espaço digno, sempre das secções. É importante para os novos comunidade académica?
- POR CAMILA LUÍS E MARTA TAVARES - adjudicado à cultura. estudantes perceberem que, se querem Apelamos aos estudantes que se envolvam
Por Alexandra Guimarães
pertencer a algum destes organismos, desde o início da campanha eleitoral até ao
Em que pilares assenta o projeto? Porque acreditas que a tua candidatura se IES. Não podemos só procurar uma Com que ferramentas pretendes combater basta baterem à porta. dia das eleições. É importante que a Lista
O programa divide-se em duas vertentes destaca face à do teu adversário? representatividade mais igualitária no o aumento do custo da habitação? P consiga mobilizar os estudantes para as
distintas: a matriz identitária e os cinco pi- Considero que se distingue da do meu que diz respeito ao género, temos também Neste momento, é necessário reforçar a Nos últimos mandatos houve complicações grandes causas. Desta forma, quando co-
lares fundamentais, que tentam abranger oponente, pois a Lista P tem uma de investir no combate à desigualdade Ação Social, criando mais residências. Por com o Sarau Cultural e com o Chá Dançan- meçarmos o mandato, teremos capacidade
ao máximo a academia nas suas vertentes abrangência mais diversificada e não salarial. Desta forma, almejamos criar um conseguinte, é importante que haja um au- te. Como tencionas ultrapassá-las, caso de fazer um trabalho que envolva a massa
desportiva, cultural e política. Ambiciona- vamos focar-nos apenas na reivindicação. pelouro que visa promover a política de mento de camas disponibilizadas e mais sejas eleito? associativa e estudantil.
mos ter um investimento forte na adminis- Todos os pilares têm de estar unidos, emprego e o empreendedorismo. formas de alojar os estudantes para os sal- Este ano temos noção que falhámos em
tração, o que envolve o edificado da AAC e a principalmente nas comemorações dos vaguardar. Efetuar um apelo às IES é fun- alguns aspetos, mas houve outros que
frota de transportes, de modo a galvanizar 50 anos do 25 de abril, que também são Na qualidade de vice-presidente da atual damental para evitarmos que aumentem, melhoraram bastante. Tratar os assuntos
ao máximo as potencialidades da Casa. uma grande bandeira do outro projeto. DG/AAC, podes fazer um balanço do de forma abusiva, os preços da habitação com antecedência é um trabalho que
Além do mais, pretendemos compreender Nenhum momento vai ser esquecido, mandato? e da alimentação. Considero que ajustar a pretendemos continuar, pois é uma das
a nova forma de financiamento do Ensino seja cultural, desportivo, político, ou que Apesar deste mandato ter divergido dos
Superior, que contempla 138 milhões de eu- envolva os núcleos da nossa academia. anteriores, o trabalho realizado foi posi-
ros do Orçamento de Estado. Em paralelo, Queremos fazer com que a Casa avance tivo. No que diz respeito à pasta cultural,
a revisão do Regime Jurídico das Institui- em simultâneo, não descurando nenhuma tivemos iniciativas que expandiram a ima-
ções de Ensino Superior (RJIES), que am- bandeira da fundação da nossa instituição. gem da AAC, como a participação do grupo
bicionamos que culmine numa grande rei- Fado d’Anto e da Estudantina Universitá-
vindicação no Dia Nacional do Estudante. A Lista P apresenta algum apoio partidário? ria de Coimbra no programa “Estrelas ao
Na vertente política, queremos uma ação Não. Sábado”, que apoiámos de forma profícua.
forte nas Eleições Europeias 2024. Por ou- Na minha opinião, os momentos mais mar-
tro lado, a nossa bandeira desportiva recai Como pretendes colmatar a abstenção cantes foram o início das negociações para
na apresentação, à cidade, dos atletas da observada nos últimos anos? a realização do Memorando de Entendi-
AAC que vão participar na missão olímpi- A meu ver, a responsabilidade é das listas mento, que está em vias de ser finalizado, Gostarias de deixar alguma mensagem
ca em Paris. Por último, valorizamos as co- candidatas. A solução está na forma como e a reivindicação do espaço da Cantina dos à comunidade académica?
memorações dos 50 anos do 25 de abril, nas efetuam a campanha e nos objetivos que Grelhados. Numa fase inicial, realizámos
quais queremos apoiar mensalmente toda enunciam. Além de ir, durante a campa- ainda uma intervenção política regular,
a atividade das secções culturais envolvi- nha eleitoral, às faculdades, temos de ter com uma marcha pela propina do estudan-
das. Temos ainda a vontade de recriar a Fi- bandeiras que mobilizem os estudantes. te internacional, pelo que vamos continuar
nal da Taça de 1969, entre a Académica e o Acredito que, a partir do momento em que a defender a sua redução até à gratuitidade.
Benfica, sendo este o maior pilar da Lista P. abrem o nosso caderno de propostas, de-
vem sentir-se representados. Na verdade, A que projetos do teu mandato gostavas de
Porquê o mote “Por Ti, Pela Académica”? penso que esta tem de ser sempre a grande dar continuidade?
Este projeto é direcionado aos estudantes, premissa de qualquer lista candidata. A resolução da situação da Cantina
mas nunca esquecendo a academia. Surge dos Grelhados é um dos pontos em que
pelos universitários que sofrem com o pre- No que consiste a agenda para a igualdade ambicionamos trabalhar. Tencionamos,
ço absurdo da habitação, não só em Coim- que propões implementar? também, enaltecer a responsabilidade
bra, como no resto do país. Também é mo- Através desta medida procuramos um histórica que o nosso losango e a nossa
tivado pelos estudantes internacionais que programa verdadeiramente inclusivo, Casa carregam sobre si mesmos. A
pagam uma propina ridícula, pelos que não que possa convergir com o Plano para presença constante do Alberto Martins,
têm mecanismos de Ação Social que pos- a Igualdade, Equidade e Diversidade da enquanto antigo presidente da DG/AAC, é
sam assegurar a sua permanência no ES e Universidade de Coimbra. É importante muito significativa, uma vez que estamos
pelos que procuram um espaço de liberda- perceber que também temos uma visão a a falar de uma das pessoas que, no meu
de cultural e desportiva com a maior quali- instituir na nossa Casa, que tencionamos entendimento, deu o “pontapé de saída” Por Larissa Britto

dade possível. partilhar com os partidos e a nossa para o 25 de abril de 1974. Por Alexandra Guimarães
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Reminiscências com mais de um


centenário: Orfeon Académico de Coimbra
Falta de associados leva grupo a criar Comissão de Gestão. Próxima atuação cruza
Vivaldi e Senhor dos Anéis num ponto comum entre clássico e contemporâneo.
- POR FRANSCISCA COSTA -

H
á 140 anos, a génese do Orfeon Embora a relação entre os membros seja Vivaldi com um arranjo de Senhor dos Anéis,
Académico de Coimbra (OAC) conta- “próxima”, o integrante menciona a falta de as- as gerações precedentes foram convidadas a
va com música clássica e portuguesa. sociados no seio do grupo. De acordo com Ber- participar. Bernardo Alves considera ser “um
Com arranjos dos próprios maestros, esta vert- nardo Alves, esta insuficiência levou à neces- erro” negligenciar a conexão entre o coro atual
ente mantém-se presente, contudo, em tempos sidade de criar uma Comissão de Gestão, uma e aquele que já deixou o seu legado.
recentes, o coro deu a mão a musicais e abraçou vez que não é possível cumprir a formação da O OAC continua a valorizar e a convidar para
a contemporaneidade. Bernardo Alves, mem- direção da Mesa da Assembleia e do Conselho a formação da técnica vocal. Para a XXVI Se-
bro da Comissão de Gestão, sublinha a partilha Fiscal, de maneira que “cada um ajuda naquilo mana Cultural da Universidade de Coimbra,
intergeracional de experiências, na qual se ba- que consegue”. a decorrer entre 1 a 15 de março de 2024 com o
seia o coro, e destaca a hospitalidade do públi- A nível de coralistas, o OAC “já variou entre tema “Voz”, o grupo coral pretende basear a
co como um fator de motivação constante. dez e 150 membros”, pelo que a sua última apre- sua participação em três pilares. São eles a uti-
Com tantos anos de Casa, memórias não sentação contou com 11 integrantes. Como re- lização da voz cantada, a saúde vocal e a per-
faltam e, no meio destas, o coralista recorda sposta à escassez de elementos, são apontadas petuação do papel da voz enquanto fonte de
Por Catarina Duarte uma história “marcante”, apesar de “não ser duas soluções: a aproximação ao corpo estu- expressão “de força e de irreverência” para os

Orphika: UC também é música


bonita”. Durante o voo de regresso de uma di- dantil e a execução de um trabalho apelativo. estudantes. Deixa, ainda, um convite: “esta-
gressão que se realizou nos Açores, o então Nesse sentido, Bernardo Alves lamenta: “se nós mos aqui para ensinar e para dar ferramentas
maestro Manuel Raposo Marques faleceu na não estivermos próximos das pessoas, elas não às pessoas que queiram fazer parte do coro”.
presença do médico José Miguel Batista, pres- vão chegar até nós”, pelo que responsabiliza o
Iniciativa reúne mais de trinta eventos que permitem expandir “experiência da for- idente do OAC na altura. Para Bernardo Alves, coro pela falta de adesão.

mação estética”, revela Delfim Leão. Repúblicas são incorporadas nesta 5ª edição. esta memória ilustra “a ligação que as pessoas
têm com o grupo”, visto que o maestro “partiu
Para a atuação do grupo no dia 7 de dezem-
bro, que pretende unir uma peça barroca de
- POR Catarina Duarte e Luísa Malva- ao serviço da academia”.

O SEY/AAC: 40 anos a celebrar


ciclo de música Orphika, organiza- arquivos e bibliotecas.Foca-se, ainda, na for- traz ao ciclo de música uma novidade, fazendo
do pela Universidade de Coimbra mação de jovens investigadores de modo a tra- regressar antigos estudantes de Coimbra que
(UC), decorre de 8 de novembro a 8 de balhar as fontes e a disponibilizá-las para um “mantêm uma ligação próxima” com a cidade,

“o aqui e o agora”
dezembro e conjuga a investigação académica público amplo através da atuação musical. revela o vice-reitor.
com a performance artística. De acordo com O vice-reitor destaca a estreia das Repúbli- Este ano, o ciclo apresenta uma ampla
Delfim Leão, vice-reitor para a Cultura e Ciên- cas do Prá-kys-tão e dos Kágados no Orphika. variedade de palcos. Delfim Leão reforça
cia Aberta, o objetivo é “devolver à comunidade Esta inserção no ciclo musical constitui uma a necessidade de “expandir o espaço Aniversário contou com retiro de yoga no Bussaco. Viagem à Índia “pode vir a
artística e ao público fundos musicais muitas “sensibilidade que cultiva uma atuação fora
vezes esquecidos”. Além disso, sublinha que o de correntes institucionais e que enriquece
performativo”, de modo a que toda a cidade seja
utilizada e não só os recintos universitários.
ser dos maiores projetos” da secção, aponta presidente, Anton Pugach.
projeto pretende “realçar a capacidade de pro- o conjunto apresentado”, explica. De acordo A Sé Velha de Coimbra vai, pela primeira - POR BÁRBARA MONTEIRO -

E
dução musical de Coimbra enquanto escola”. com o docente, o processo de candidatura para vez, receber uma atuação em memória do
Com 38 eventos de música erudita, tradicion- a participação nesta edição é “extensivo a to- compositor espanhol Pedro Thalesio, no dia 12 ste é um ano de celebrações na Asso- bituais sessões de yoga, presentes desde a sua sponder às expectativas”. Isto porque, a seu ver,
al e do mundo, assim como atuações realizadas das as estruturas culturais”. Assim, foi envia- de novembro, pelas 17 horas. ciação Académica de Coimbra (AAC): é fundação, e de meditação ‘zazen’, dinamizadas “a prática do yoga é um caminho individual”.
em vários palcos pela cidade, a iniciativa apre- da e divulgada, de forma urgente, uma nota de O auditório do Conservatório de Música de a vez da Secção Experimental de Yoga a partir de 1987. Para comemorar os 40 anos, a SEY/AAC or-
senta “um leque de sensibilidades muito amp- imprensa para os grupos tomarem iniciativa e Coimbra, parceiro regular do ciclo de músi- (SEY/AAC) comemorar o seu 40º aniversário. De acordo com o presidente, Anton Pugach, na ganizou um retiro de yoga entre os dias 10
lo”, informa o vice-reitor. Através da pesquisa apresentarem uma proposta. ca, continua a ser um espaço de partilha com Segundo Luís Trindade, um dos seus fun- secção aprendem-se as bases do yoga, que “ditam e 12 de novembro no Bussaco com passeios,
aprofundada de arquivos disponíveis, por ex- A Secção de Escrita e Leitura da Associação o espetáculo “Magnificat: Amores que não dadores, a inauguração do espaço, em 1983, os comportamentos que as pessoas devem ter meditações e conversas espirituais. Segundo
emplo, na Biblioteca Geral da UC, procedeu-se Académica de Coimbra (SESLA/AAC) partici- esperam”, pelo Coro Misto da UC. Aos olhos foi o resultado de uma “reunião espontânea”, com elas próprias e com a sociedade: não roubar, o presidente, uma das condições para os par-
à recuperação de manuscritos que “necessita- pa pela segunda vez no ciclo de música. Keissy do vice-reitor, este é um grupo “muito sedi- dada a “grande procura por atividades relacio- não mentir e ser honesto”. Também se praticam ticipantes era absterem-se do consumo de ál-
vam de uma intervenção de urgência”, ressal- Carvelli, presidente da estrutura, explica que, mentado na tradição coimbrã” que apresenta nadas com a modalidade”. Assim, a vontade de exercícios de respiração destinados ao “controlo cool, tabaco ou quaisquer substâncias ilícitas,
ta. Assim, o dirigente reforça a ideia de que na edição passada, a secção realizou o concerto “propostas muito interessantes” para este ano. disseminar essa aprendizagem despertou após da energia vital”, bem como o desenvolvimento assim como manterem uma alimentação veg-
este processo serviu para conectar a vertente “Sopro”, no qual a poesia foi o “mote das com- A maior parte dos eventos performativos do a visita de um ‘Brahmachari’, mestre de ensi- da capacidade de “distanciamento dos sentidos” etariana ou ‘vegan’.
académica à representação no ciclo de música. posições”. Este ano, o evento “Restos Sonoros” vai Orphika são de entrada livre. Além dos concer- namentos hindu, revela. para relaxar a mente. Quanto ao futuro, Anton Pugach confessa
Paulo Estudante, responsável pelo projeto ser realizado no dia 23 de novembro, às 19 horas, tos, o ciclo alberga seis eventos convergentes Luís Trindade admite que, desde o início, Além destas, o dirigente também menciona as que a estrutura necessita de apoio para a real-
“Mundos e Fundos”, coordena a investigação no café Liquidâmbar. O processo partiu “da pala- “que expandem a experiência da formação es- tenta manter o mesmo plano de atividades e etapas de concentração, meditação e contem- ização de iniciativas, em especial para aquele
científica próxima dos textos primários. O ob- vra para a criação poética, ao criar um espaço de tética”, refere Delfim Leão. Alguns grupos pre- ensinamentos no espaço, transmitidos através plação, aprofundadas nas aulas. De acordo com que “pode vir a ser um dos maiores projetos
jetivo é transformar a performance musical performance e improviso”, no qual o público vai tendem, ainda, abordar as dificuldades e de- da “essência” do yoga. Porém, devido ao desen- Anton Pugach, estas continuam abertas a todos, da secção”: uma viagem à Índia. A realização
“num espaço de formação de massa crítica e ser convidado a participar, explica a dirigente. safios relacionados com a baixa audiência em volvimento tecnológico, não conseguiu evitar pelo que apenas é necessário conhecer o con- de uma curta-metragem para transmitir o con-
de valorização do património português”, sub- A Associação dos Antigos Tunos da UC que, eventos culturais. a mudança, o que levou à troca de alguns dos ceito de yoga, “baseado na união e na prática hecimento acerca da origem do yoga é um dos
linha. Segundo o docente da área de Estudos segundo Delfim Leão, se caracteriza como materiais utilizados na secção. É o caso dos do autoconhecimento”. O instrutor da modali- objetivos da jornada. Em relação aos momen-
Musicais, o projeto centra-se na identificação “uma força notável nesta edição”, apresenta-se, leitores de CD, que foram substituídos por dade incentiva os interessados a participar e ac- tos mais marcantes nestes 40 anos da SEY/AAC,
e na análise do legado musical preservado nos pela primeira vez, no Orphika. Esta parceria aparelhos mais modernos. Quanto às práti- onselha-os a frequentar as atividades da secção Luís Trindade nomeia: “o aqui e o agora”.
cas da modalidade, a SEY/AAC mantém as ha- “de mente aberta”, visto que “podem não corre-
10 CULTURA 16 de maio de 2023 16 de maio de 2023 DESPORTO 11

Rancho Folclórico das Tricanas Pró-secção de E-sports da AAC


de Coimbra em risco de despejo está pronta para jogar
Situação pode levar ao término do contrato de arrendamento que dura há Qualificadores para próximas competições começam em breve. Estrutura ambiciona
mais de oito décadas. Grupo considera que única solução é aquisição do conseguir espaço próprio e equipamentos.
edifício por parte da CMC. - POR Rafael Santiago Vales-

A
- POR Matilde Paz e Miguel Pombo-
Pró-secção de E-sports da Associação Mesmo antes de existir a Pró-secção já havia inscrições para os torneios de formação da eq-

O
Académica de Coimbra (AAC) nasceu um torneio no Polo II, coordenado pelo Núcleo uipa vão ser anunciadas em breve nas redes
Rancho Folclórico das Tricanas de Co- Um dos maiores volumes de despesa da asso- fornecer boas condições ao edifício. “O presi- devido à vontade do presidente, João de Estudantes de Informática da AAC, ‘Blaze sociais da estrutura e vão decorrer entre o final
imbra (RFTC) foi fundado a 5 de julho ciação cultural passa pela manutenção do es- dente da CMC refere que é preciso um milhão Nunes, de organizar “torneios online de forma Series’. Segundo o presidente, os organizadores de novembro e o início de dezembro. Todas as
de 1938 com o apoio da Comissão de paço, visivelmente degradado: “as janelas estão de euros para arranjar o espaço, o problema mais profissional e completa”. Explica que a desta iniciativa ajudaram na criação da estru- candidaturas e torneios vão ser feitos online
Turismo da Câmara Municipal de Coimbra fechadas com chapas de alumínio para a chuva não é avançar com os cem mil da compra”, es- criação foi proposta em março do ano passado. tura A maior diferença entre estas duas enti- através do site da Pró-secção e na aplicação
(CMC). É inspirado nas tricanas tradicionais da não entrar e o telhado teve de ser arranjado”, clarece. Porém, as exigências para a formação de uma dades é o facto de a ‘Blaze Series’ ser um proje- ‘Discord’, com uma “taxa de inscrição simbóli-
cidade e pauta-se pela continuidade da herança conta o dirigente. Manuel Silva acrescenta que, Manuel Silva revela sentir-se insatisfeito com Secção de Desporto levaram ao atraso da toma- to aberto a todos, enquanto que a Pró-secção de ca para ajudar a iniciar o projeto da melhor for-
do Folclore. Neste momento, apesar dos seus 85 embora o valor da renda seja baixo, o grupo já a falta de resposta por parte da CMC, que só se da de posse, que só aconteceu a 12 de outubro de E-sports da AAC se foca “mais no seio académ- ma”, explica o presidente.
anos de história, sempre no mesmo local, e do desembolsou uma grande quantia com a real- terá aproximado do grupo após a criação de al- 2023, “demorou um bocado”, afirma. ico”. As modalidades em que a estrutura joga Na visão de João Nunes, o plano é enviar
seu cuidado com a preservação deste, o RFTC ização de pequenas intervenções: “já gastámos guma polémica. Lamenta ainda a ausência de Já em funcionamento, a Pró-secção ainda são as mesmas do ramo de jogos eletrónicos da uma equipa à competição nacional organiza-
encontra-se em risco de ser despejado da sua à volta de dez mil euros”. apoio ao associativismo: “este coletivo tem um tem de passar pelo processo de se tornar uma Federação Académica do Desporto Universi- da pela FADU, já que, na edição do ano pas-
sede, na Baixa da cidade. Em julho, o RFTC foi notificado quanto à in- rancho folclórico que atua em todo o país e só secção, o que pode levar até dois anos. Esta al- tário (FADU) e, de momento, não existe plano sado, “a Universidade de Coimbra foi a única
No presente, é dirigido por Manuel Silva, tenção de venda da casa por parte dos atuais recebe novecentos euros anuais?”. Segundo o teração acontece se a estrutura “mostrar ativi- para adicionar outra. . que ficou de fora”. A “ambição máxima” da
membro do grupo há cinco anos e detentor do proprietários, avaliada em cem mil euros. O presidente, o RFTC já tinha solicitado à autar- dade e manter um saldo positivo”, explica João De acordo com o presidente, o que os “dif- Pró-secção, no entanto, é conseguir tornar-se
cargo há cerca de quatro. Conta com 28 mem- presidente reconhece não haver capacidade fi- quia um contributo em relação aos transportes, Nunes. Refere que o tempo que se demorou a erencia” de outras equipas é a inexistência de uma Secção de Desporto e arranjar o próprio
bros ativos, “desde os mais pequeninos aos mais nanceira para avançar com a aquisição do im- no entanto, o pedido foi rejeitado. Além disso, escrever o regulamento interno, em conjunto um grupo fixo. A Pró-secção funciona “à base espaço e equipamentos.
velhos”, aponta. O presidente acredita que “o óvel. Nesse sentido, a única opção é esperar que critica a União de Freguesias de Coimbra por com o Conselho Fiscal da AAC, vai agilizar o de qualificadores”, esclarece João Nunes. As
RFTC ainda vai ter mais jovens”, uma vez que a CMC adquira o espaço, visto que o direito de não fornecer os fundos necessários: “disseram processo: “queríamos que estivesse tudo per-
são cada vez mais os que procuram integrar ou preferência de compra terminou há cerca de que iam averiguar aquilo a que tínhamos direi- feito para facilitar o trabalho no futuro”.
assistir aos ensaios. Desde a sua fundação que quatro meses. Manuel Silva conta: “quando re- to, mas até hoje nem um tostão”.
é sediado no número 15 da Rua do Moreno e é cebemos a carta relativa à compra, enviámos a Até à data da publicação deste artigo, a

AAC recebe múltiplas nomeações


neste espaço que os membros se reúnem para nossa resposta à CMC e ainda estamos à espera CMC não se mostrou disponível para pre-
ensaiar, almoçar e jantar. Por vezes, cedem-no que nos digam alguma coisa”. star declarações devido à falta de evolução
de forma gratuita a outras associações para a O membro do RFTC refere que houve uma no processo. Apesar da situação, Manuel

em 'Melhores do Ano' da FADU


realização de eventos. visita ao local levada a cabo pela autarquia com Silva demonstra manter um espírito de re-
A necessidade de conseguir lucro para cobrir a presença de engenheiros e arquitetos. Contu- siliência e apela à solidariedade por parte da
os gastos do grupo é iminente: “é preciso um do, acredita que o principal entrave se centra população em prol da cultura. “Não é com
fato, umas socas ou umas sandálias para dançar no montante necessário para, após a aquisição, os apoios que a cultura tem, que são quase “Trazer algo para Portugal é muito importante para atletas”, declarou Camila Rebelo.
e, por isso, é necessário um fundo a que recor- proceder às obras necessárias e, desta forma, nulos, que esta se vai manter”, reitera.
rer”, explica o presi- Após o atual man-
Desportistas homenageados na XIV Gala do Desporto Universitário.
dente. O grupo recebe dato, o presidente
- POR Jéssica Soares-
apoio monetário por não pretende dar

E
parte de “cinquenta continuidade ao car-
sócios a um euro por go que assumiu em ste ano, a Associação Académica de Co- A prata conquistada por Camila Rebelo, que a a obtenção destes resultados se deve ao vínculo
mês”, revela Manuel 2019. Ainda assim, imbra (AAC) viu três dos seus atletas, entende como “uma forma de reconhecimen- que as atletas têm umas com as outras em cam-
Silva. Ainda assim, tenciona “reunir as dois treinadores e uma equipa destaca- to” pelo seu trabalho, é também um “marco po. A nomeada revela que, como membro de
admite que o bar aber- condições necessári- dos como os ‘Melhores do Ano’ pela Federação histórico” para o desporto nacional, visto que um grupo tricampeão a nível europeu, sente a
to que o RFTC tem no as” para solucionar Académica do Desporto Universitário (FADU). esta premiação fez de si a primeira mulher por- “pressão de fazer igual ou melhor do que o que
seu pátio interior é a o problema antes de Estas nomeações resultaram do desempenho tuguesa a conquistar uma medalha em natação foi feito antes”, embora a encare como uma
receita que sustenta a abandonar a posição. dos desportistas, tanto no Campeonato Na- universitária. A nadadora mostra-se orgulho- carga “positiva”.
maioria das despesas. cional Universitário (CNU), como em campe- sa e feliz por representar o seu país, afirma que Os vencedores destes títulos vão ser anun-
“Se o bar não funcio- onatos europeus ou mundiais, Na natação “trazer algo para Portugal é muito importante ciados no dia 21 de novembro, na XIV Gala do
nar, não vale a pena destacam-se Camila Rebelo (Prata nos 100m e para os atletas, que trabalham todos os dias Desporto Universitário, a partir das 18h30, no
estar aqui”, assevera. 200m Costas), Gabriel Lopes (Ouro nos 200m para o fazer”. A sua participação e a conquista Convento São Francisco. Este evento visa a cel-
Estilos) e o treinador Miguel Abrantes. A eq- do lugar no pódio permitiu o apuramento para ebração e a homenagem aos desportistas – atle-
uipa de Futebol de 7 Feminino conquistou o os Jogos Olímpicos de 2024. tas, treinadores e equipas – que se destacaram
pódio pelo terceiro ano consecutivo no Campe- Também a competir pelo título de “atleta do nos vários ramos do desporto universitário na
onato Europeu Universitário, sendo nomeada ano feminina”, Diana Oliveira foi indicada na época de 2022/23.
para ‘equipa do ano’. Entre os seus atletas, Di- época anterior para o mesmo. Quando questio-
ana Oliveira (Melhor Guarda Redes no Campe- nada sobre o que esta nomeação significa para
onato Europeu Universitário) e o treinador Al- si, a jogadora sublinhou que a vê como um
exandre Silva foram destacados. “prémio de mérito para toda a equipa”, já que
Por Miguel Pombo
12 CENTRAL 16 de maio de 2023 16 de maio de 2023 CENTRAL 13

Sondagem Jornal A CABRA/tvAAC prevê


de abstenção (13,3%) e a FCTUC de indecisos
aplicar o seu voto equivale a 43,9%. Já 5% pre- ocupação e 87,9% consideraram-na demasiado
tende votar em branco, enquanto os restantes (48,2%). Entre os resultados obtidos, destaca-se elevada. Do universo total de análise, 69,5%
inquiridos se dividiram entre 2% para o João ainda a falta de expressividade da Lista A na dos estudantes são bolseiros. Ainda assim,

eleições pouco disputadas


Maduro e 34,7% para o Renato Daniel. FCDEFUC, sem votos contabilizados a seu fa- mais de metade dos inquiridos (59%) consider-
vor, bem como a menor frequência de escolhas ou a Ação Social fornecida como insuficiente e
FCDEFUC da Lista P na FCTUC e na FLUC. Nestas facul- apenas 24% a avaliou como adequada.
A Lista P foi a escolhida pela FCDEFUC, dades, a predominância de estudantes indeci-
Lista P é preferida para DG/AAC e MAM/AAC, apesar de uma maioria de com 69,4% dos votos a favor, o que se traduz sos pode justificar a tendência dos resultados. Revisão do RJIES
eleitores indecisos. Estudantes revelam-se descontentes com Ação Social em 34 estudantes. Em oposição, nenhum es- Após a DG/AAC ter submetido um caderno
e apoio da AAC à habitação. tudante votou na Lista A. Entre os restantes, Academia hoje: o que pensam de propostas para a revisão do RJIES, espe-
nenhum aluno pretende votar em branco, os associados ram-se decisões por parte do Governo. Ape-
- POR Daniela Fazendeiro e Alexandra Guimarães- 13 (26,5%) não têm uma decisão formulada e sar de a maioria da amostra (59,9%) não ter

P
dois (4,1%) abstêm-se. Temas fraturantes do Ensino Superior tomado uma posição quanto à alteração do
elo segundo ano consecutivo, os es- Entre os assuntos em voga na comunidade es- documento que regula as IES, 33,5% dos in-
tudantes da Universidade de Coimbra tudantil, a habitação foi referida por 43,2% dos quiridos são da opinião de que este deveria ser
(UC) foram questionados quanto às revisto. 45 universitários ambicionam mesmo
suas intenções de voto. Com o aproximar das a sua revogação, enquanto 37 defendem a ma-
eleições para a Direção-Geral da Associação nutenção da versão atual.
Académica de Coimbra (DG/AAC) e para a Mesa
da Assembleia Magna da AAC (MAM/AAC), Desempenho da ARE
o Jornal A CABRA e tvAAC saíram à rua. A O trabalho da Assembleia da Revisão de Es-
amostra contemplou um total de 1240 alunos de tatutos da AAC (ARE) foi o tema acerca do qual
todas as faculdades, o que equivale a cerca de 5% os estudantes demonstraram maior descon-
dos 25731 estudantes matriculados na UC. hecimento (64,2%). Desde a tomada de posse,
Para a DG/AAC, os resultados indicam que a em julho de 2022, o desempenho do órgão rev-
Lista P - “Por ti. Pela Académica.”, presidida elou-se adequado para 19,4% dos inquiridos e
por Renato Daniel, lidera a corrida eleitoral, insuficiente para 14,4%. Com o aproximar do
com 36,4% das intenções de voto. Já a Lista A fim do mandato, apenas 25 pessoas considerar-
- “Unir, Avançar - Académica de Abril”, enca- am o desempenho como muito bom.
beçada por João Maduro, reúne apenas 4,8%
de estudantes interessados. A tendência man-
tém-se quanto à MAM/AAC, com a Lista P, FDUC to. Somam-se ainda 27 indivíduos (11,25%) que Riscos da Sondagem
dirigida por Carolina Rama, a ser escolhida Na FDUC foram sondados 206 discentes. escolheram votar em branco e 18 (7,5%) que Razões de voto inquiridos como o que desperta maior inqui- Esta sondagem apresenta uma margem
por 34,4% dos associados, enquanto a Lista A, Dentro deste universo, 65 estudantes (31,5%) preferem não votar. O Jornal A CABRA e a tvAAC questionaram etação. Em segundo lugar está a saúde mental, de erro de 3% e um grau de confiança
liderada por Luísa Batista, assume o segundo consideraram que a Lista P é a mais indicada os estudantes quanto aos motivos que influen- que constitui a maior preocupação para 32,4%. de 95%, o que significa que existe uma
lugar, com 5% dos votos. para levar a cabo a gestão da AAC. É aqui que FFUC ciaram a sua votação. Mais de metade dos as- Em terceiro vem a propina e, de seguida, a grande probabilidade de se aproximar
No entanto, a maioria dos estudantes con- João Maduro alcança o seu melhor resultado, 4,1% da amostra abordada não vai compare- sociados inquiridos (64,5%) declarou que a sua Ação Social. Apenas 12 pessoas abordadas es- dos resultados finais das eleições a acon-
fessou ainda não saber em quem votar, no que que se traduz em 21 pessoas (10,2%). Contraria- cer nas urnas da Faculdade de Farmácia da decisão é motivada por concordarem com as colheram a revisão do Regimento Jurídico das tecer dia 16 de novembro, salvaguardan-
toca a ambos os órgãos. A par dos 41% de inde- mente ao que se observou na FMUC, o número UC (FFUC), a unidade orgânica com o número propostas do projeto candidato. Já 229 (37,8%) Instituições de Ensino Superior (RJIES) como do a questão da abstenção. No entanto,
cisos, 8,9% admitem votar em branco nos dois de estudantes indecisos é inferior ao dos que mais baixo de abstenção, ao lado da FCDEFUC. reconheceram que o seu voto é sugestionado prioridade do momento. algumas condicionantes constrangeram
boletins e cerca de 9% optam pela abstenção. optaram por um dos projetos. 34% não tinha No entanto, é a faculdade com maior percent- por afinidade a membros da lista. 32,3% dos a sua realização e respetivos apuramen-
Numa análise aos resultados, a sondagem decisão tomada, 16% pretende votar em bran- agem de indecisos, pois 48,5% não sabia em que votantes identificaram a boa divulgação como Apoio da AAC à habitação tos. Foram elas: o facto de a sondagem
aponta Renato Daniel como o candidato favori- co e 8,3% preferiu abster-se. projeto votar, o que equivale a 47 estudantes. motivo de escolha e 13% confessaram ter sido A falta de camas a preço acessível afeta se ter realizado no segundo dia de cam-
to em todas as faculdades, assumindo maior Quatro pessoas escolheram votar em branco, aconselhados a votar por terceiros. inúmeros universitários, entre os quais os panha, o que pressupõe uma menor
popularidade entre os estudantes da Faculdade FCTUC 1% elegeu João Maduro para presidente da DG/ 70,7% de deslocados entrevistados. Perante divulgação dos projetos candidatos e
de Ciências do Desporto e Educação Física da À semelhança de outras unidades orgânicas, AAC e 42,3% optou por Renato Daniel. MAM/AAC este cenário, a ajuda fornecida pela AAC à explica a ascensão das percentagens ob-
UC (FCDEFUC), com quase 70% de intenções uma grande percentagem (47,1%) de estudantes A opinião dos eleitores da AAC mantém-se habitação foi vista como insuficiente pela tidas na categoria “não sei”; e, ainda, o
de voto. O projeto de João Maduro angariou da Faculdade de Ciências e Tecnologia da UC FEUC semelhante quanto à MAM/AAC, que apre- grande fatia dos inquiridos (43,9%). Já 10,7% facto de a maior parcela de inquiridos
mais interessados na Faculdade de Direito da (FCTUC) não decidiu qual dos candidatos é Dos 130 alunos inquiridos da Faculdade senta resultados próximos dos obtidos nas consideraram-na mesmo inexistente. Pelo (27,8%) serem alunos de primeiro ano, o
UC (FDUC), onde estuda, com 10,2%, e na Fac- mais capaz de presidir a DG/AAC. Contudo, 81 de Economia da UC (FEUC), cinco (3,8%) sondagens da eleição para a DG/AAC. A Lista contrário, 13,4% disseram que este apoio é que pode explicar a menor importância
uldade de Letras da UC (FLUC), com 7,5% dos 274 inquiridos escolheram Renato Daniel, demonstraram querer votar em branco e 34 P, encabeçada por Carolina Rama, mestranda adequado e 1,9% muito bom. Ainda assim, dada a certos temas e a já referida falta
o que contrasta com os apenas cinco alunos (26,2%) reconheceram não saber em que lista na FDUC, assume mais uma vez a liderança, 373 inquiridos referiram não ter uma opinião de informação.
FMUC que apontaram João Maduro. Os votos em votar. Perante as candidaturas apresentadas, com predominância nas faculdades de Farmá- formada sobre o tópico. É importante notar, também, que esta
Dos 146 inquiridos na Faculdade de Medici- branco e a abstenção totalizaram 21,4%, com Renato Daniel é o favorito, com mais de metade cia (39,2%), Economia (55,4%) e Ciências do sondagem vai ser publicada no último
na da UC (FMUC), cerca de 33% elegeram o 10,5% e 10,9%, respetivamente. da amostra do seu lado: 58,5%. João Maduro Desporto e Educação Física (69,4%). Luísa Ba- Propina e Ação Social dia de campanha, dia 14, pelo que os can-
projeto encabeçado por Renato Daniel para regista um total de oito apoiantes, isto é, 6,2% tista, mestranda na FLUC, candidata pela Lis- No que toca à propina, a resposta mais fre- didatos não vão ter a oportunidade de se
os representar. Por outro lado, a Lista A ap- FLUC dos inquiridos. Na FEUC, 5,4% dos estudantes ta A, consegue uma maior expressão em casa, quente foi que esta deveria ser diminuída mobilizar de acordo com os resultados.
enas recolheu 3,4% dos associados abordados. O candidato da Lista P obteve o pior resulta- escolheu a abstenção. com 9,2% de votos na faculdade onde estuda, (31,1%). Já 317 alunos (25,6%) defenderam a sua
O número de indecisos supera o total de es- do na FLUC, com 30% das intenções de voto. seguindo-se a FDUC, com 8,7%, apesar de con- redução gradual até zero e 266 (21,5%) advogam *Ficha Técnica na última página.
tudantes que escolheram as duas listas, com Em contrapartida, João Maduro atinge o seu FPCEUC tinuar atrás da lista adversária. pela sua abolição. Estando os estudantes inter-
68 alunos, o que corresponde a 46,6%. Após a segundo melhor resultado entre as facul- A Faculdade de Psicologia e Ciências da Edu- Dos estudantes inquiridos, 111 não vão votar nacionais sujeitos ao pagamento de um mont-
interpretação dos dados, concluiu-se que mais dades, ao conquistar 7,5% dos associados desta cação da UC (FPCEUC) é a unidade que regista o nas eleições para a MAM/AAC. A par disso, ante superior, este assunto é o que maior at-
pessoas admitiram votar em branco (4,8%) e unidade orgânica. A tendência de um grande número mais elevado de abstenção: 14,3%. Per- 531 (42,9%) não sabem que lista escolher e 110 enção desperta entre eles. De 91 alunos vindos
não votar (12,3%), no lugar de eleger o candi- número de indecisos mantém-se, com 43,75% to de atingir metade da amostra, o número de estão inclinados a votar em branco ou nulo. do estrangeiro para estudar na UC, 40 apon-
dato João Maduro. de estudantes incapazes de escolher um proje- eleitores que ainda não decidiram em que lista A FPCEUC é a que apresenta uma maior taxa taram a propina como tema atual de maior pre-
14 DESPORTO 16 de maio de 2023 16 de maio de 2023 CIÊNCIA E TECNOLOGIA 15

Desporto para invisuais: Transição energética num país em


“Ver a vida com os olhos do coração” revolta: “respostas” às alterações
Treinador faz apelo por apoios financeiros no Futebol para Cegos. Atleta climáticas
afirma que prática de desporto “aumenta autoestima e autonomia” ‘Bandaids’ climáticas são proposta do capitalismo verde. Emergência da crise
de pessoas com deficiência. climática exige alternativas sustentáveis.
- POR Débora Borges e Larissa Britto-
- POR Bruna Fontaine E Iris Jesus -

“O
Na Baixa de Coimbra está estabelecido o lhes tocarem, cometem uma falta. Com cinco erença total”. Conta ainda que a Associação Na-
Sport Clube Conimbricense (SCC), onde trein- infrações, o jogador é expulso de campo e sub- cional de Desporto para Pessoas com Deficiên- bviamente, apresentei a de-
am os atletas do Futebol para Cegos e de outras stituído por outro. Existe também um guia que cia Visual não promove há dois anos “nenhuma missão” foi a frase que marcou
práticas desportivas, como Yoga, Basquetebol fica atrás da baliza adversária para orientar os ação prática e de desenvolvimento do Futebol o dia 7 de novembro. Estas pala-
e Futsal. O SCC tem outras modalidades que membros da sua equipa. Este diz onde é que os at- de Cinco”. Nesse sentido, questiona: “se a enti- vras, proferidas pelo primeiro-ministro por-
são acessíveis a pessoas com deficiência visual, letas se devem posicionar em campo e para onde dade de referência não promove, como é que o tuguês, António Costa, no momento da sua de-
como o ‘Showdown’, um desporto semelhante devem chutar, a par do treinador e do guarda-re- para-desporto vai sobreviver?”. missão, abalaram Portugal. O caso que chocou
ao ténis de mesa. Este ano, em dezembro, pre- des, que também auxiliam nas jogadas. O técnico enfatiza que “nenhum deficiente o país começou com a identificação de irreg-
tendem inaugurar a modalidade de tiro para O treinador do Futebol para Cegos do SCC, visual paga inscrição, por isso é que o clube não ularidades num contrato de concessão de ex-
invisuais, que consiste em Tiro ao Alvo com Márcio Sousa, afirma que esta modalidade é se auto-sustenta”. Márcio Sousa avança que ploração de lítio. Restam esclarecimentos so-
uma carabina de dez metros. uma “mais-valia” para os atletas e que neces- “não existe um contrato e pagamento para os bre uma questão que preocupa a esfera pública
Esta atividade desportiva, também conhecida sita de reconhecimento, pois, “muitas vezes, atletas, como no futebol profissional” e que, até e está aliada a uma crise climática. A polémica
como Futebol de Cinco, foi influenciada pelo passa despercebida". Considera o desporto um há um ano e meio, o clube pagava os desloca- em torno deste tema não é novidade, no en-
Futebol de Salão, uma vez que é formado por elemento fundamental na vida dos jogadores mentos e alimentação dos jogadores. Tal ação tanto, até à data, as únicas preocupações face à
quatro jogadores que atuam na linha e um em vários termos: no incentivo à mobilidade, perdurou três anos, após a equipa ter vencido polémica eram ambientais.
guarda-redes. As partidas decorrem numa no combate ao sedentarismo e, sobretudo, na o projeto “Futebol para Todos”, da Federação António Carvalho, professor auxiliar da Fac-
quadra de futsal adaptada, mas desde os saúde. “A importância da equipa vai muito Portuguesa de Futebol. “Este ano é possível que uldade de Economia da Universidade de Coim-
Jogos Paralímpicos de Atenas 2004 passou a além das quatro linhas do campo”, sublinha. O os treinos acabem por falta de financiamento”, bra (FEUC), desmistifica o conjunto de prob-
ser permitida a prática em campos de relva treinador reforça que este desporto sofre com conta o responsável pela equipa. lemáticas que envolvem o tema. “Em Portugal,
sintética. Diferente dos jogos de futebol a falta de apoios financeiros, que, de certa for- O treinador afirma que o Futebol para Cegos a mineração de lítio é encarada como sendo
tradicionais, nas laterais existem bandas que ma, podem contribuir para o desenvolvimento fez uma “diferença brutal” na sua vida, pelo uma resposta para a crise climática.” Quanto à
impedem que a bola saia do campo, as partidas da equipa e do clube. facto de “as pessoas com incapacidades visuais situação política atual, o sociólogo realça o pa-
são silenciosas, de preferência em locais sem De acordo com Márcio Sousa, “existem pou- viverem felizes, alegres e, sobretudo, por en- ralelismo entre os acontecimentos políticos vi-
eco, e duram dois tempos de 15 minutos, com cos apoios em Portugal destinados aos despor- frentarem as suas dificuldades na medida em gentes e o modo de exploração de energias que
dez de intervalo. to e ainda menos ao Futebol para Cegos”. Os que vivem de forma simples”. Márcio Sousa os gerou: “é vendido um discurso para levar
A bola utilizada neste desporto possui guizos que existem são “muito pequenos e pausados”, confessa: “desde que comecei a trabalhar neste a cabo atropelos ambientais, em que as popu-
internos para que os atletas possam localizá-la. lamenta, fazendo com que “os atletas percam o desporto, passei a ver a vida com os olhos do lações veem os seus territórios invadidos por
Além disso, usam vendas nos olhos para todos estímulo”. Apesar de as políticas públicas “não coração e não com os olhos da visão”. empresas multinacionais”, desvalorizando-se
os jogadores, com diferentes níveis de cegue- serem voltadas para o desporto”, o treinador Daniel Ferreira, guia e guarda-redes da eq- o direito à terra.
ira, fiquem em pé de igualdade e, no caso de conta que “o apoio financeiro é o que faz a dif- uipa, afirma ser incapaz de “imaginar como é Portugal participa em alguns projetos de
que os atletas conseguem praticar o desporto”, mitigação dos efeitos das alterações climáti-
tendo em conta a sua experiência enquanto cas, entre os quais se destaca o Acordo de Paris,
praticante da modalidade de Futsal. Ajudar que obriga o país a corresponder a “um plano
Por Maria Silvia
esta equipa mudou a sua perspetiva em relação de desempenho que compromete os portu-
a pessoas com deficiência visual e agora acred- gueses”, notifica a cátedra da UNESCO para a a acontecer no papel, mas na prática não está”. sociais, políticas, culturais, geopolíticas e
ita, cada vez mais, na autonomia das mesmas. Biodiversidade, Helena Freitas. Em contrapar- A política portuguesa tem previsto incen- económicas que estão associadas à emergên-
Realça ainda que os apoios financeiros devem tida, António Carvalho defende que “ao nível tivos que visam “reduzir cerca de metade das cia da crise climática”. Contudo, mantêm-se
ser aplicados, em especial, para “a valorização da Europa, tem-se tentado construir uma iden- emissões de carbono até 2030 e descarbonizar “bandeiras essenciais” nas políticas ecológicas
e o reconhecimento destas pessoas”. tidade verde, em oposição à imagem dos com- totalmente a economia portuguesa até 2050”, europeias, finaliza.
Inês Morais, atleta de Futebol para Ce- bustíveis fósseis”. atesta Helena Freitas. Em relação a estes com- Em relação à questão das possíveis soluções
gos, conta que o desporto a ajudou com o seu A questão comporta outras perspetivas, como promissos, António Carvalho acredita que “o apresentadas, Helena Freitas refere a ex-
equilíbrio, orientação de espaço e estado emo- a de Ivan Barbeira, ativista climático, uma voz parque ecológico europeu gera um discurso ploração de mão-de-obra infantil como um
cional, além de auxiliar com “a mobilidade e o da resposta social à problemática ambiental. de preocupação com a dimensão das emissões grande flagelo na extração destes recursos. In-
andar na rua”. Eunice Santos é a primeira jog- “O capitalismo é o alicerce da energia fóssil, de gases de efeito de estufa, que potencia a dica também os custos ambientais adjacentes à
adora da modalidade em Portugal e treina no logo, para combater as alterações climáticas, é emergência de respostas, como ‘bandaids’ sua extração, que “vão ter alguns efeitos a curto
SCC. A atleta tem como missão “praticar todos necessário alterar esse sistema”, evidencia. No climáticas.” prazo, porque se estão a extrair de forma obses-
os desportos existentes que existem para defi- que diz respeito às três principais apostas em ‘Bandaids’ climáticas é um termo utilizado siva, esmagadora e muito rápida.” Admite ain-
cientes visuais”. Acredita que o facto de pessoas alternativas energéticas, o gás natural, as ener- para definir tecnologias desenvolvidas e apre- da que a ciência continua “muito condicionada
cegas praticarem desporto, “faz com que pos- gias renováveis e o hidrogénio, o jovem consid- sentadas como solução às alterações no clima pelo setor privado e pelas corporações”, dado
sam aumentar a sua autoestima, desafiar a sua era que estas correspondem a um falso passo que, na realidade, comportam grandes custos que “há muita pressão por parte de setores que
zona de conforto e sair à rua com a consciência em direção à transição necessária. Nas suas pa- para a natureza e sociedade. Segundo o pro- têm o objetivo claro do proveito”.
de que são autónomas”. lavras, em Portugal, esta mudança “pode estar fessor da FEUC, estas “ignoram as dimensões No entanto, a docente acredita que, de mo-
Por Débora Borges
16 CIÊNCIA E TECNOLOGIA 16 de maio de 2023 16 de maio de 2023 CIDADE 17

mento, não existem soluções mais viáveis, bre a mesma questão, António Carvalho afir- Ivan Barbeira acredita que, dentro do pano- Presidente CMC: “Sempre que há
algo novo, há pessoas do contra”
afirmando que “estas são as opções atuais que ma que “o discurso da educação e da conscien- rama português, a consciência das alterações
a ciência e a tecnologia disponibilizam”. Neste cialização está muito associado a um aspeto climáticas é “um problema sistémico que ain-
sentido, defende que “a esperança é que se político e social chamado ambientalismo neo- da não está generalizado no seio social”.
tenha soluções rápidas que não conduzam a liberal, assim como à delegação das responsa- As questões que envolvem Portugal e as al-
esta exploração de recursos.” O professor da bilidades para os indivíduos”, pilar do “capital- terações climáticas continuam a ser abordadas CMC faz balanço deste ano de mandato e reconhece que se deve fazer “mais e melhor”.
FEUC apresentou uma resposta contrastante à ismo verde”. tanto na academia, como na sociedade, pois Movimento de cidadãos pede mais diálogo e denuncia fraca valorização da cultura.
mesma questão, pontuando que “a alternativa No que diz respeito à reivindicação social carregam grande carga política e económica e
é a alteração dos sistemas socioeconómicos, as- de ação climática, António Carvalho acredi- mantêm uma relação com as pessoas e o meio - POR Guilherme Borges-

O
sim como dar às pessoas a capacidade de definir ta que o discurso que é reproduzido em man- onde vivem. Desta forma, António Carvalho
a organização das suas comunidades, cidades e ifestações de grande dimensão, concentradas realça que é “importante valorizar a capaci- dia 18 de outubro marcou os dois anos A vereadora responsável pelo pelouro urbanísti- certos e teatros. O ex-vereador argumentou que é
do seu trabalho”. nas capitais, é uma reclamação “hegemónica”, dade comunitária para reinventar o sistema so- de mandato da Câmara Municipal de co, Ana Bastos, declarou que a proposta de trans- necessária “uma política cultural mais pujante e ca-
Nas palavras da cátedra da UNESCO, a res- focada no contexto europeu. Tais movimen- cial como alternativa à economia dominante, Coimbra (CMC). Para comemorar, no formar a estação de Coimbra-B numa intermodal é paz de mexer com a população’’.
posta à crise climática promove-se através da tações caracterizam-se por apostar na defesa com uma perspetiva ambiental e com base na dia 24 do mesmo mês, a autarquia organizou uma um projeto de “interesse nacional’’. Esclareceu que, Em relação à impressão que Coimbra causa a
adoção de “energia mais renovável, de forma da “redução radical das emissões de CO2”, ou solidariedade.” O docente acredita que assim reunião que contou com a presença do presiden- ao contrário do que foi traçado em 2010, o plano nível nacional e internacional, o coordenador do
muito mais eficiente”. Acrescenta que a sus- seja, numa perspetiva reconhecida, na área de será possível criar alternativas para travar o te, do executivo municipal e dos funcionários da de alta-velocidade “vai para a frente’’. Salientou a CpC criticou a atenção dada aos quatro concertos
tentabilidade é um processo que engloba todas investigação, como “reducionismo carbónico”. colapso ambiental. O papel das universidades Câmara, na Escola Secundária José Falcão. Foram preocupação com o aumento do trânsito na ci- do Coldplay. A seu ver, a cidade tem patrimónios
as áreas da sociedade, começando na arquitetu- O professor da FEUC acrescenta que, no con- na literacia sobre o assunto é também privi- abordados assuntos como a cultura, a publicidade dade, em parte consequência das obras do Metro- classificados pela UNESCO que estão “completa-
ra, passando pelo setor agrícola, com realce na texto português, os problemas ambientais são legiado pela professora universitária, sublin- e o urbanismo. Em resposta a este balanço, o co- Bus. Para retaliar as críticas “injustas” ao pelouro, mente às moscas’’ e deu como exemplos o Colégio
ação individual. Helena Freitas apela à partic- muito mais impactantes nas áreas rurais, onde hando que “podem coletivamente ser muito ordenador do movimento Cidadãos por Coimbra sublinhou o “salto qualitativo extraordinário” da do Espírito Santo e o Colégio de São Boaventura.
ipação atenta dos cidadãos para ir ao encontro se inserem “infraestruturas verdes ou projetos mais capazes de trabalhar esses domínios com (CpC), Jorge Gouveia Monteiro, expressou a insat- sua equipa nestes dois primeiros anos de mandato. Assim, deixou a questão: “não seria bom pôr a
dos benefícios abrangidos pela democracia. de mineração”. Isto verifica-se no Cercal do novas disciplinas”. É no entrelaçar destas id- isfação de alguns habitantes da cidade face à sua Jorge Gouveia Monteiro exerceu funções na di- cidade no mapa através da instalação de equipa-
Perante esta opinião, Ivan Barbeira debate Alentejo ou em Covas do Barroso, onde se reg- eias que testemunhamos a dissolução do Gov- gestão. reção do Partido Comunista Português e foi verea- mentos culturais na rua da Sofia?”. Neste sentido, o
que, quanto ao papel da responsabilização in- istaram movimentações contra “a questão do erno, a discussão no meio académico e o povo Para abrir a reunião, o presidente da CMC, José dor da CMC entre 1997 e 2009. Em entrevista para ex-vereador recordou quando propôs o estabelec-
dividual, “é necessário perceber que se fala de lítio, ou infraestruturas de energia renovável nas ruas. Manuel Silva, reconheceu que se devia ter feito o Jornal Universitário de Coimbra - A CABRA, o imento do Conservatório de Música de Coimbra e
justiça climática: o problema é uma questão cuja implementação tem um impacto na biodi- “mais e melhor”. Assim, reforçou a importância de coordenador expressou a sua opinião sobre a val- da FNAC naquela zona.
ética, política, económica, que tem de ser re- versidade e nas comunidades”. Nesse sentido, ouvir e responder às pessoas sempre com a maior orização da cultura pela atual gestão autárquica. Sobre o urbanismo, Jorge Gouveia Monteiro
solvida”. Sublinha que “o tempo gasto a dis- “franqueza’’ e pediu aos conimbricenses para ser- Considerou a mudança da administração e nome concordou com a transformação de Coimbra B
cutir esta questão, poderia ser gasto noutras em exigentes com a gestão autárquica. Ao se referir da Casa da Escrita para Casa da Cidadania e da numa estação intermodal e defende uma “ligação
iniciativas de ação coletiva, que poderiam ter indiretamente aos protestos do movimento CpC Língua como um “pagamento de favores eleito- amigável” entre o metro e o comboio. Acreditou
mais impacto e já podiam ter sido feitas”. So- em frente à, outrora, Casa da Escrita, apontou que rais” e, provavelmente, “familiares”. Explicou que que esta proposta pode melhorar a situação da ro-
“sempre que há algo novo, há pessoas do contra”. a Câmara escolheu a Associação Portugal Brasil doviária da avenida Fernão de Magalhães, que vê a
O representante autárquico reforçou a necessi- 200 Anos porque é composta pelos “homens que sua normal circulação afetada. Porém, em relação

Uma sociedade presa a ecrãs


dade de melhorar a estratégia de ‘marketing’ da fizeram a campanha do presidente”. Este processo, ao projeto de um pórtico edificado que pretende li-
Câmara, já que não adianta: “vermo-nos como que acusou ter avançado para “pagar favores”, não gar a entrada poente da cidade à estação, mostrou-
grandes se os outros nos olham como pequenos”. lhe garante que o equipamento cultural esteja a ser se preocupado com o possível impacto ambiental.
Acrescentou que o que dá “peso a Coimbra” é a “bem gerido”. Na sua perspetiva, esta solução da CMC é um pare-
Uso excessivo de ‘smartphones’ e redes sociais influenciam quotidiano de utilizadores. perspetiva de fora e deu como exemplo o impacto O coordenador defendeu uma política cultural cer “desastroso” para as áreas florestais da Mata
Investigadora afirma que uso excessivo afeta saúde mental. “brutal” dos quatro concertos da banda britânica que não esteja limitada à “elite” de Coimbra, que Nacional do Choupal.
Coldplay para a imagem da cidade. Ainda sobre fica “na pele do pêssego”, e que chegue ao resto da O coordenador considerou-se um “otimista in-
- POR inês reis- a publicidade, o presidente celebrou a atração do população, “ao caroço”. Para Jorge Gouveia Mon- corrigível”, que tem “sempre a esperança de que

S
investimento de empresas estrangeiras, como é o teiro, uma das soluções pode passar por um tra- as boas ideias contagiem os titulares do poder”.
egundo uma investigação do Dove entrevistados mostraram estar cientes da sua A docente destaca o “acompanhamento de fa- caso da Airbus, que abriu um escritório em Coim- balho aproximado com as escolas, uma vez que há Explicou que há uma falta de resposta por parte
Self-Esteem Project, 80% dos jovens utilização excessiva. Sofia Miraval, de 19 anos, miliares para o uso consciente dos dispositivos” bra no início de 2023, após ter considerado Aveiro, “enormes dificuldades” no acesso das instituições da CMC às queixas dos cidadãos e acusa a inca-
preferem comunicar através das redes aluna de Estudos Artísticos na FLUC, admitiu como solução para esta problemática que afeta Braga e Guimarães. de ensino a equipamentos culturais. Acrescentou pacidade da autarquia de “amortecer e absorver” as
sociais. O mesmo estudo revelou que 86% passar “demasiadas horas” no ‘smartphone’, os adolescentes, esclarecendo que “a proibição que a CMC deve investir em vias dedicadas de críticas. Concluiu que “é importante que a Câmara
dos adolescentes portugueses admitem estar não tendo dúvidas de que é um vício. O não é uma solução”. O estudo desenvolvido transporte para levar as pessoas aos museus, con- não se afaste dos movimentos de cidadãos” e que
viciados em plataformas digitais e que esta colega David Mesquita Pereira, de 20 anos, pelo Dove Self-Esteem Project analisou a per- seja capaz de ir ao encontro das suas necessidades,
utilização tem impactos significativos na vida matriculado em Jornalismo e Comunicação na spetiva dos pais acerca da questão e concluiu sem “desconfiança”.
de todos, em particular nas crianças e jovens. FLUC, considera o telemóvel “o instrumento que 48% se sente culpado por não proteger os
Em todas as faixas etárias verifica-se um uso mais necessário para viver a vida quotidiana”. filhos dos “perigos do ‘online’”. “A exposição pro-
cada vez mais generalizado de ‘smartphones’ e Já Cláudia Almeida, de 19 anos, estudante na longada aos dispositivos tecnológicos pode afetar
redes sociais. Faculdade de Psicologia e Ciências da Educação, variadas questões do ponto de vista da saúde
De acordo com Inês Amaral, investigadora admitiu que acaba “por adiar tarefas” por estar mental”, remata Inês Amaral. Nesse sentido,
na área das Ciências da Comunicação na Fac- “presa ao telemóvel”. a investigadora conclui que “esta é uma so-
uldade de Letras da Universidade de Coim- Dentro do universo de inquiridos, estes uni- ciedade de ecrãs” e reforça que “essa presença
bra (FLUC), o consumo excessivo pode alterar versitários já tentaram reduzir o tempo de uti- constante é absolutamente devastadora”.
“não só as perceções que as crianças e jovens lização do seu dispositivo móvel. “Senti que
têm do mundo, como as que têm de si mes- faltava uma parte de mim quando desinstalei o
mos”. Nesse sentido, destacou o impacto dire- TikTok e o Twitter”, confessou Sofia Miraval.
to que a crescente utilização das redes sociais Por sua vez, Adriana Maciel, estudante de 19
tem na saúde mental e na capacidade de con- anos de Biologia na Faculdade de Ciências e
centração, bem como o facto de “não haver es- Tecnologia, admite que desinstala aplicações
paços livres de tecnologia”. na época de frequências, porém acaba sempre
O Jornal A CABRA saiu à rua para falar por voltar a instalá-las.
com estudantes da UC, com o intuito de Com colaboração de Arquivo
entender como utilizam os ‘smartphones’. Os Liliana Martins Por Clara Neto
18 CIDADE 16 de maio de 2023 16 de maio de 2023 OPINIÃO 19

Sem-abrigo em Coimbra: respostas CARTAS À DIRETORA


a uma realidade crescente

quinta-feira, 9 de novembro de 2023
Xora diretora,
Associação Integrar espera verbas da Segurança Social. CMC pretende Coimbra vai ser sempre a cidade dos amores, das tradições e da nossa tão conhecida saudade que carece de tradução
união entre organizações de apoio social para reintegração na cidade. para qualquer outra língua. Mas quero que volte a ser o berço da mudança, da revolução e do progresso. É crucial termos
consciência do poder da nossa voz, mesmo quando achamos que ninguém nos vai ouvir., Ccalados nunca vamos fazer a
- POR XAVIER MARQUES E LEONOR VIEGAS - diferença, nunca vamos ver as nossas necessidades atendidas nem os nossos direitos respeitados.

O
Como filhos de abril, carregamos as ideologias daqueles que por nós se fizeram ouvir, que preferiram a prisão do que
aumento do número de pessoas em uma “liberdade” fingida e condicionada, aqueles que disseram “NÃO” a um futuro roubado e a sonhos destruídos. Cada
situação de sem-abrigo em Coimbra vez que trajamos, se ouvirmos com atenção, ainda ouvimos as suas vozes., Aainda os sentimos, pois a capa negra vai
é uma realidade que se verifica pelo ser sempre a personificação da liberdade e da luta incessante pela mesma, porque esta não é, nem nunca será, um dado
acréscimo de solicitações de ajuda, aponta o adquirido neste mundo em que temos que escolher entre comer e estudar.
presidente da Associação Integrar, Jorge Alves. Numa altura em que nos querem negar a educação, um dos nossos direitos básicos, esta que deveria ser gratuita e
Em conjunto com Ana Cortez Vaz, vereadora acessível para todos. Numa altura em que nos cortam as asas e, ao mesmo tempo, nos obrigam a voar para longe. Numa
pela ação social da Câmara Municipal de altura em que nos tentam sobrecarregar de uma forma que nos obriga a entrar “em modo de sobrevivência”, o que nos
Coimbra (CMC), explica que as dificuldades tolda a visão e dificulta o pensamento crítico. Éé importante libertarmo-nos das correntes da ignorância que nos pren-
económicas, as perturbações mentais e o dem a um mundo estagnado, injusto e sombrio.
consumo de álcool e estupefacientes são as A educação é um dos pilares da sociedade, é a luz no meio das trevas, é como gasolina para o fogo de uma revolução, é
causas principais. a nossa maior arma que nos está a ser arrancada.
A executiva autárquica revela que a faixa Devemos alimentar o fogo que levamos no peito, aquele característico dos jovens ainda com mais sonhos do que me-
etária destas pessoas está entre os 35 e os 50 mórias, com mais esperança que cepticismo, com mais compaixão que julgamento. Se o deixarmos apagar ele pode
anos, e que cerca de 85% são homens. Acres- nunca reacender., Ppodemos ser condenados a uma apatia tóxica que é, neste momento, uma epidemia. É necessário
centa que as habilitações literárias compreen- combater o desinteresse, a mentalidade do “tanto faz” e o sentimento de impotência., Ttemos que voltar a acreditar que
dem-se entre o sexto e o nono ano. Muitos o impossível só o é até ser feito e está nas nossas mãos manter vivas as palavras dos nossos antepassados e acrescentar
destes indivíduos não residiam no concelho de as nossas. Muito mudou, muito ainda está por mudar, desde a economia às injustiças sociais.
Coimbra, mas vieram para o centro da cidade Como forma de terminar, é importante reforçar que a caminhada é longa, sinuosa e muitas vezes conduz a becos sem
por existirem “várias instituições de apoio”, saída, mas a única forma de falhar é desistir. Por muito que nos deitem abaixo, por muito que nos tentem calar, a única
refere a dirigente. solução é continuar., Aa vitória está na resiliência, na esperança de o dia de amanhã ser melhor. E no fundo isto é o re-
A Associação Integrar, situada na Rua do sumo do que é ser estudante: o passado a pesar na capa e a orientar o passo, os sonhos guardados na pasta e lançados ao
Brasil, desenvolve diversas iniciativas de aux- mundo juntamente com as fitas.
ílio aos sem-abrigo, através do trabalho de - Marta Branco
uma equipa de intervenção de rua. Num con- a articulação entre as várias instituições de O presidente da associação salienta a im-
tacto inicial, os responsáveis tentam perceber apoio social da cidade. Ana Cortez Vaz clarifi- portância da imagem na procura de emprego


o perfil da pessoa e o que a levou a essa circun- ca que a primeira abordagem do Núcleo é feita e dá a conhecer o projeto Mais Cuidados Mais sexta-feira, 10 de novembro de 2023
stância, explica Jorge Alves. pelas equipas de rua, numa ótica semelhante Integrados. Em conjunto com a barbearia Xora diretora, A abstenção é um problema crónico no país e, sem surpresas, também o é nos mais diversos atos eleitorais que envol-
Como forma de promover o alojamento, a ao método da Associação Integrar. A autar- El Torino, a iniciativa percorre o Centro de vem a comunidade estudantil conimbricense.
Associação Integrar dispõe de um Centro de quia promove iniciativas como o Centro de Acolhimento e as ruas de Coimbra de forma Dizem os estatutos da Associação Académica de Coimbra (AAC) que o seu primeiro e principal fim é “representar os
Acolhimento com capacidade para 12 utentes Alojamento de Emergência Noturna, onde as a prestar serviços de corte de cabelo e barba. estudantes da Universidade de Coimbra e defender os seus interesses”. Mas temos que nos questionar: o voto de cerca
no espaço e 25 pessoas em regime ambulatório. pessoas podem pernoitar. Apesar de a ideia se destinar a todos que neces- de três mil estudantes representa, realmente, os interesses dos mais de vinte e cinco mil que compõem a universidade?
Ou seja, estes últimos já estão “inseridos em Quanto a soluções para dificuldades alimen- sitarem, Jorge Alves espera conseguir uma ca- Temo que não.
quartos e têm apoio de retaguarda dessa estru- tares, Jorge Alves destaca a Cozinha Solidária, beleireira apenas para mulheres. Isto não quer dizer que os eleitos não têm legitimidade democrática, isso seria colocar em causa todo o conceito de
tura social”, esclarece o presidente. localizada atrás do Mercado Municipal D. Pe- No que toca aos cuidados de saúde, Ana democracia. No entanto, os dirigentes, nomeadamente os que pertencem ao órgão executivo da casa, devem moderar a
Outro projeto da associação é o arrenda- dro V, que funciona todos os dias do ano. Ex- Cortez Vaz atribui foco ao bem-estar mental quantidade de vezes que dizem representar todos os estudantes. Se assim fosse, conseguiam mobilizar milhares de es-
mento de Apartamentos Partilhados que têm iste também a Loja Social que facilita a quem e ambiciona “uma ligação mais direta” entre tudantes para as Assembleias Magnas e para as ações reivindicativas. Não conseguem. Nem os 3000 que votam lá estão.
capacidade de resposta para oito pessoas. mais precisa o acesso a vestuário e outros arti- as pessoas em situação de sem-abrigo e o apoio A abstenção terá diversas origens e cada um terá a sua opinião. Uma coisa é certa, é difícil para qualquer um participar
Jorge Alves ressalta que estes locais abrangem gos. Por sua vez, a vereadora menciona o Cen- psicológico. Em resposta a esta realidade, a na eleição de algo que não conhece, em que não acredita e/ou em que não se vê representado.
utentes com uma maior autonomia, uma vez tro de Reforço Solidário de Coimbra, instalado Associação Integrar tem um protocolo com o Não tenho dúvidas de que a abstenção vai continuar na Académica enquanto houver: quem a use como trampolim
que já se encontram “a trabalhar ou em for- na Casa do Sal. Trata-se de uma sala “em que Centro Hospitalar Universitário de Coimbra, para a vida política, quem a aproveite para insuflar o seu ego, quem a encha de dirigentes que são amigos, mas não são
mação profissional”. Revela ainda que está a é possível fazer algum atendimento social”, que presta auxílio de foro psíquico. competentes. Sem grandes surpresas, a soma destes 3 tipos de “academistas” concentra-se, facilmente, numa só pessoa.
decorrer a recuperação de uma casa em Assa- onde as pessoas podem ser recebidas com mais Para terminar, Jorge Alves refere que a asso- E a matemática continua: multiplicamos essa pessoa por tantas outras e enchem-se presidências, coordenações de pe-
farge, Coimbra, que vai acrescentar à iniciati- “privacidade, dignidade e respeito”, explica. ciação aceita “voluntários de todas as idades e louros e demais cargos.
va um espaço para cinco utentes. A partir do momento em que os utentes são formações” para qualquer uma das suas vert- É fácil dizer que se pertence a “(inserir nome da estrutura) da Associação Académica de Coimbra”, difícil é sentir a
Em Coimbra, a Associação Integrar é aceites num dos projetos da Associação Inte- entes de apoio. Para as iniciativas promovidas casa-mãe.
também responsável pelo programa Housing grar, são incluídos no Centro de Atividades pela autarquia, a vereadora esclarece que a in- A maioria dos estudantes não conhece a dimensão cultural e desportiva da AAC. A maioria dos estudantes não sabe
First, que conta com 17 integrados e oito em Operacionais. Jorge Alves aponta que neste scrição pode ser feita no Banco de Voluntaria- o trabalho ao nível político e pedagógico desenvolvido pela AAC. A maioria dos estudantes, quando ouve “AAC”, pensa
lista de espera. A instituição tem uma candi- projeto são feitas atividades de jardinagem, do ou através do contacto com as instituições. no estabelecimento noturno ou na esplanada dos jardins. A maioria dos estudantes não sabe o peso político e histórico
datura a verbas na Segurança Social, com vis- de pequenas reparações e de pintura. Segun- do losango preto e branco. A maioria dos estudantes não sabe o que é a Associação Académica de Coimbra e isso é triste,
ta a alcançar 25 utentes. Ao contrário dos pro- do o dirigente, estas ocupações permitem a muito triste. Mais triste é que, neste parágrafo, podia substituir “a maioria dos estudantes” por “a maioria dos dirigen-
jetos já referidos, este espaço já é um dos que aquisição de hábitos de trabalho e de difer- tes associativos”.
acolhe tanto homens como mulheres. entes tipos de competências. Não sou de espíritos saudosistas. O passado deve dar-nos a noção do que conseguimos ser, mas o objetivo (e o desafio)
Ainda no âmbito do alojamento, a CMC cri- é, no presente e no futuro, ser ainda maior.
ou, em 2004, o Núcleo de Planeamento e In-
tervenção em Sem-abrigo de Coimbra, que faz
- Diogo Teles Mateus
20 SOLTAS 16 de maio de 2023 16 de maio de 2023 SOLTAS 21

CRÓNICAS DO TRODA
- POR ORXESTRA PITAGÓRICA -
O ambiente não quer guerra!
- POR JESSICA SÁ - GRUPO ECOLÓGICO DA ASSOCIAÇÃO ACADÊMICA DE COIMBRA -

“ T
Como estamos caros colegas? Aqui o vos- que querem ser os Galambas do futuro. E não, odos os dias, através das peças nos A infraestrutura militar, com o seu grande E depois da Guerra? Ficam as minas e muni-
so amigo Trôda está de regresso. Since- não é pelo haxixe. Essa parte até pode passar. jornais e espaços de comentário, consumo de energia aumenta as emissões de ga- ções não explodidas no solo que para além do
ramente passa-se tanta coisa por aí que Não faço ideia onde é que eles aprendem este somos confrontados com os danos da ses causadores do efeito estufa. Só para termos perigo para os civis impede o uso da terra. Fi-
eu não faço ideia por onde começar. Mas acho tipo de discursos, mas esses discursos estão guerra. No entanto, para além dos impactos uma ideia, os tanques Leopard I, usados atual- cam os resíduos de guerra, como os destroços
que vou começar pelo óbvio: Costinha! Nós por todo o lado e são sempre todos iguais. To- socioeconómicos é relevante discutir os efeitos mente na Guerra na Ucrânia, consomem em dos edifícios, os equipamentos militares e veí-
não avisámos? Para os mais distraídos, vejam dos começam por apontar todos os problemas nocivos da guerra no meio ambiente. Há quem média 1 litro de combustível por 400 metros. culos destruídos que contêm substâncias tóxi-
como na Queima das Fitas em Maio avisámos e mais alguns que já toda a gente conhece, to- afirme que o ambiente é a “vítima silenciosa da Com o uso da política da terra queimada, de ex- cas que metem em risco tanto o meio ambiente
o nosso Primeiro Ministro demissionário que dos dizem ter soluções para eles sendo que ra- guerra” mas porquê? plosivos, armas e componentes químicos provo- como a saúde da população.
devia para bem deste país demitir o Galam- ramente ficamos a saber quais são, e no final A guerra contamina os corpos de água e os so- ca-se a emissão em grande quantidade de subs- A escalada armamentista não é o caminho
ba. Nem os Simpsons fazem previsões assim dos mandatos ficamos todos na mesma. Claro los, através do derramamento de petróleo, des- tâncias tóxicas, o desmatamento e a destruição para a paz mas sim para os bolsos da indústria
tão na muche. Acho que não repetimos “Vai- que isto é um esquema em pirâmide que come- pejo de produtos químicos e destruição de in- de ecossistemas e biodiversidade. Exemplo dis- de armamento e das grandes potências que lu-
te embora Galamba” vezes suficientes. Para a ça pela lista “T” do 10º ano com slogan “Pelo fraestruturas de água e saneamento, como é to, é o despejo do “Agente Laranja”, um compo- cram com a destruição do ambiente, do povo,
próxima enviamos o vídeo directamente para Tabaco no recinto da escola”, passa pela juven- exemplo em Gaza que desde 2017, mais de 96% nente composto por herbicidas e desfolhantes, da juventude e do futuro do planeta. Mais do
o gabinete do Primeiro Ministro. tude não sei das quantas, DG não sei de onde, da principal fonte de água para os palestinia- na Guerra do Vietname que destruiu florestas que nunca é urgente, lutarmos pela paz e pelo
Reparei que agora há uma nova tendência: Câmara Municipal lá do sítio de onde vêm, e cer, foi o CBO lá do McDonald’s. Esse ao menos nos tornou-se não potável. Uma das táticas mi- locais e que ainda hoje tem impactos na saúde diálogo na resolução dos conflitos, respeitando
os que já eram mestres no conflito Russo-U- do nada está a contar maços de notas no escri- sabe para o que vai. Digo já que votava nele litares utilizadas em cenário de guerra é a des- da população e na biodiversidade, ou a guerra a dignidade humana, a soberania dos povos e o
craniano, entregaram agora a tese de mestra- tório do Vítor Escária. Isto enquanto o estagiá- para CEO cá do sítio. Já imaginaram como as truição de infraestruturas agrícolas e colheitas, civil de Moçambique com uma diminuição em meio ambiente.
do em Conflitos e Tensão no Médio Oriente. A rio vai comprar mortalhas. A única diferença cantinas iam ser top top top? Os almoços de com o intuito de ameaçar a subsistência do 90% de herbívoros como elefantes, zebras, hipo-
minha opinião é muito simples: a culpa é sem- é que aqui na AAC, ninguém quer saber. É que ressaca de Quarta e Sexta sempre com menu povo, acabam por contaminar rios e aquíferos pótamos e búfalos que provocou também o de-
pre de quem manda. Por falar de quem manda! mesmo com os doutores da praxe a obrigar os grande e desconto de estudante. Bem amigos, e deixar as terras inutilizáveis por anos. clínio das espécies carnívoras.
Vamos falar de quem manda nisto tudo (espe- putos a ir às urnas, a última eleição teve uma vamos falando que isto cada vez está melhor.
cificamente na nossa insalubre casa). Vamos abstenção de 86,59%! Por isso continuem o E quem tiver a ambição de pertencer à nossa
a votos. Adoro. O debate do passado dia 09 bom trabalho. Acho mesmo que o único gran- Orxestra, ensaios Terças e Quintas na sala Tó
mostra como estamos no infantário daqueles de líder que esta casa teve o gosto de ver cres- Nogueira da AAC (como já é habitual).”

ObiTuário
SECÇÃO FILATÉLICA ÉxÉtegues da
isabel
- Por cabra coveira -

- Por josé cura -

conhecida torre “da Cabra” edificada nos anos Não estivessem as árvores da beira rio
de 1728/1733 que, com os seus 33 metros de de pé e os utentes dos smtuc estariam
altura, domina a cidade. as esturricar de calor. Vale a pena Avada Q’acabra Bora, Bora,
Em 1972, os CTT – Correios de Portugal ed- pensar nisto. Goberno de fora
itaram uma série de selos base intitulada Porque é que o gnomo se ri a andar nos
“Paisagens e Monumentos”, com desenho dos Novamente o som das sirenes das jardins da AAC? Porque a relva lhe faz có- Este gajo já tá mais do que enterrado,
Serviços Artísticos dos CTT e impressão em ambulâncias. Porque tem a festa de cegas nos tomates. Há quem diga que o mas tasse bem. Vila Moleza é uma repúbli-
offset na Casa da Moeda. A emissão foi retirada terminar assim? Caseiro se chama Potter e sabe magia. ca das bananas, então vieste dar à Costa
de circulação em 31 de dezembro de 1983. O seu único truque é ter perdido a clas- por Portugal. Pelos vistos, deu coco (com
O selo de 0$50, retrata o Paço das Escolas da Bom dia algoritmo. Eu sei que sou se a cada Magna. Rezemos para que não acento). Organizou-se um barbacu no par-
Universidade de Coimbra, em tons de azul e vaidosa mas escusas de me enviar tantos tenha perdido a varinha também. lamento, o PM não tinha a barba então

A
amarelo e servia, à data, para pagar o porte de anúncios de roupa e acessórios. Quando Vaidemort com este mandato de “conti- deu o resto. Lá vem o Pedro Nuno Santos
Universidade de Coimbra tem o seu bilhetes postais simples e a taxa de impressos, tiveres acesso ao meu saldo bancário nuidade”. Nem o curso de educação te deu TAPar-te o buraco. Costou, mas lá bazou.
polo principal na Alta da cidade, sendo como tal muito usado. A emissão incluía percebes que o que lá está só dá para as hard skills para amansar este bando Como um bom português, cumpris-
classificada como Património da Hu- 20 diferentes selos retratando monumentos de comprar na feira dos 24. de parvos. Mpt caseiro. Qual é o melhor te os três Fs: Fado, Futebol e Falsificação
manidade pela Unesco, tendo como mais im- diversas regiões do país. dia para casar? O que fizeste durante o de documentos. Para cumprir Portugal
portante e mais antigo conjunto de edifícios a O referido selo tem pelo menos 7 variantes que Alguém numa rádio nacional fala sobre ano foi pedir pão e sonhar com a barba só te falta a boina e o bigode, a pança e
área conhecida como Paço das Escolas. Inclui inclui uma impressão de segurança no verso, a trânsito tão rápido que apetece passar- do Alberto Martins? As tuas camisas têm o ressabianço e o amigo com haxish já
a Via Latina, antiga fachada principal ladeada cinzento, uma inscrição continua, dita de se- lhe uma multa. mais linhas que as reivindicações da DG. tens. Perdestes a ganza na AReia?
por duas galerias de colunatas, servidas por gurança, com as letras CTT seguidas do ano da Ministramus. Leva o Tomázio conti- Ouvi dizer que o LITio tá a bombar. A
amplas escadarias de acesso, criando o aces- impressão, dado que os selos foram reimpres- #hávidanestacidade go e faz o que fazes melhor: deixar para Costa Mista ficou mais fraca no BARAAC.
so entre o Paço Reitoral, a Sala dos Capelos e sos diversas vezes. o próximo mandato. Qualquer quei- António Crosta saiu do Grupo.
os Gerais. No recanto deste edifício ergue-se a xa vai prá plataforma 9 e 3/tachos.

Há cultura pela AAC... Até

CEC 18 OAC
Grupo de Cordas
7 De 7 a
29º Festival Caminhos nov Concerto “Glória a FAN-Farra Académica
SF/AAC dez
16 CIAAC do Cinema Português
6 Espetáculo “Cordas
Tolkien”
10
de Coimbra

nov Workshop de Matlab dez VIITrovador


VII Trovador--Festival
Festival
Soltas” dez InternacionaldedeTunas
Tunas
(avançado) Internacional
22 ARTES FEITAS 16 de maio de 2023 16 de maio de 2023 23

CABRA DA PESTE
- POR Pedro mendes -
ESTATUTO EDITORIAL
DO JORNAL UNIVERSITÁRIO DE COIMBRA A CABRA E DO PORTAL INFORMATIVO ACABRA.PT
De acordo com o Artigo 17º, alínea 3, da Lei de
Imprensa, qualquer publicação deve divulgar,
anualmente, o seu estatuto editorial.
4 ACABRA e ACABRA.PT praticam um jornal-
ismo que se quer universitário no sentido
amplo do termobn desprovido de preconceitos,
editoriais d’ ACABRA e d’ ACABRA.NET
não estão subordinadas aos interesses ou a
qualquer posição da Secção de Jornalismo,
criativo, atento, incisivo, crítico e irreverente. nem aquele facto interfere com a relação

1 ACABRA e ACABRA.PT são dois órgãos de


comunicação social académicos cujo obje-
tivo é constituírem-se – numa simbiose capaz 5 ACABRA e ACABRA.PT praticam um jor-
nalismo de qualidade, que foge ao sensa-
sempre honesta e transparente que ACA-
BRA e ACABRA.NET se obrigam a ter per-
ante os seus leitores.
de aproveitar o formato e estilo diferente que cionalismo e reconhece como limite a frontei-
cada um possui – enquanto Jornal Universi- ra da vida privada.
tário de Coimbra. 8 A CABRA é um jornal quinzenal, cuja
periodicidade acompanha os períodos de

2 ACABRA e ACABRA.PT têm como público-al- 6 ACABRA e ACABRA.PT são na sua essência
constituídos por um conteúdo informativo,
atividade letiva.

vo a Academia de Coimbra e é sob este princí- mas possuem espaço e abertura para conteúdos
pio que devem guiar as decisões editoriais. não informativos, que se pautem por critérios
de qualidade e criatividade.
9 ACABRA.PT é um site informativo, de atu-
alização diária, cuja atividade acompanha
os períodos de atividade letiva.

3 ACABRA e ACABRA.PT orientam o seu con-


teúdo por critérios de rigor, criatividade e
independência política, económica, ideológica 7 ACABRA e ACABRA.PT integram-se na
Secção de Jornalismo da Associação
ou de qualquer outra espécie. Académica de Coimbra, perante cuja Di-
reção são responsáveis; contudo, as decisões

Princípios e normas de conduta


A isenção, imparcialidade e integridade que de- informais ou outras situações em que o jornal- de Coimbra se torne meio de comunicação de
vem marcar o trabalho no Jornal Universitário de ista não se identifica como tal e como estando qualquer instituição, grupo ou pessoa. Num

CINEMA
Coimbra implicam por parte dos seus jornalistas em exercício de atividade. meio em que o desenrolar de acontecimentos
A diferença entre um filme e um livro e a o conhecimento e aceitação de regras de conduta. 4. Abdicar de se envolver em atividades ou pode afetar, direta ou indiretamente, o Jor-
obliteração do tempo histórico Assim, o jornalista deve: tomadas de posição públicas que compromet- nal Universitário de Coimbra, o jornalista tem
am a imagem de isenção e independência do também que saber manter o distanciamen-
- Por Bruno Oliveira - 1. Recusar cargos e funções incompatíveis Jornal Universitário de Coimbra. Contudo, o to necessário para a produção de uma infor-

O
com a sua atividade de jornalista. Neste grupo Jornal Universitário de Coimbra reconhece o mação rigorosa.
cinema português e Agustina Bessa-Luís continuam o seu ro- incluem-se ligações à Direção-Geral da Asso- direito inalienável do jornalista universitário 6. Garantir a originalidade do seu tra-
mance, o que começou com Manuel de Oliveira, numa longa ciação Académica de Coimbra, à Queima das a assumir-se como cidadão. Assim, nunca um balho. O plágio é proibido. Nestes casos, a Di-
relação que gerou vários frutos e foi abraçado por João Botelho Fitas, ao poder autárquico, bem como a ativi- jornalista do Jornal Universitário de Coimbra reção do Jornal Universitário de Coimbra de-
– culmina agora na primeira longa-metragem de Eduardo Brito. Digo dade em gabinetes de imprensa, na área da pub- será impedido de se manifestar em Reunião verá agir disciplinarmente e o jornal deverá
que “culmina”, pois, o livro que aqui encontra adaptação ao cinema é licidade e das relações públicas. Deste grupo Geral de Alunos ou Assembleia Magna, desde retratar-se publicamente.
tido como a obra-prima de Agustina. Uma obra que se acredita ser au- estão excluídos, por respeito para com o dire- que não esteja nessa altura em exercício da sua 7. Recusar qualquer tipo de gratificação
tobiográfica, crença que Eduardo Brito confirma. A personagem Germa ito do estudante de Coimbra de participar na atividade jornalística, em cujo caso deverá pre- externa pela realização de um trabalho
representa a escritora e Quina uma tia sua. gestão da Universidade de Coimbra, os cargos scindir do seu direito de expressão e voto. De jornalístico. Estão excluídos deste grupo
Será sempre injusto comparar um livro a um filme, um livro será sem- em órgãos de gestão das faculdades e da univer- igual forma, nunca será impedido de partici- livros, cd’s, bilhetes para cinema, espetáculos
pre capaz de muito mais. Quando alguém afirma que “o livro é melhor sidade. Cabe à Direção do Jornal Universitário par ativamente em qualquer atividade pública. ou outros eventos, bem como qualquer outro
que o filme”, devemos suspeitar sempre – pois o livro é melhor que o de Coimbra decidir quais os casos em que a Cabe à Direção do Jornal Universitário de Co- material que venha a ser alvo de tratamento
filme na mesma medida que a pessoa é melhor que o seu retrato. Mas a atividade jornalística se encontra prejudicada imbra decidir quais os casos em que a atividade crítico ou jornalístico; constituem também
pessoa ser mais ou melhor que o seu retrato, não nos impede de apreciar por outras atividades e agir em conformidade. jornalística se encontra prejudicada por outras exceção convites de entidades para eventos
o retrato. Afirmar isso, pode sim, impedir-nos de discutir o filme, pela também é personagem), a aldeia onde o enredo se desenvolve e aquelas 2. Abdicar do uso de informações obtidas atividades e agir em conformidade. que tenham um inegável interesse jornalístico
natureza injusta do argumento. pessoas são uma cápsula impermeável ao tempo. sob a identificação de “jornalista do Jornal 5. Ter consciência do valor da informação e (por exemplo, convites da Direção-Geral
Esta longa-metragem encontra suporte no rigor que Eduardo Bri- Quem vive ou tem família no interior norte, desde a Beira Alta até Trás- Universitário de Coimbra” (ou similares) em das suas eventuais consequências, particular- da Associação Académica de Coimbra para
to coloca em cada plano, existe um cuidado para que cada frame seja os-Montes, talvez entenda com particular familiaridade este fenómeno. trabalhos que não sejam realizados no âmbito mente no meio académico de Coimbra, no qual cobertura do Fórum AAC). Cabe à Direção
uma pintura singular. É o domínio do enquadramento e da luz que mais Há, num certo Portugal, uma imutabilidade que se espelha no romance do Jornal Universitário de Coimbra. Além dis- o Jornal Universitário de Coimbra é produz- do Jornal Universitário de Coimbra resolver
merece destaque na avaliação que fazemos do filme. de Agustina e encontra forma no filme de Eduardo Brito. No filme senti- so, o jornalista compromete-se ao sigilo das in- ido e para o qual produz. Neste contexto par- qualquer questão ambígua.
No romance existe uma vontade de ignorar o tempo histórico, talvez mos isto com a falta de planos de céu e pela falta de horizontes. Vemos a formações obtidas desta forma. Exceções a esta ticularmente sensível, o jornalista deve ter es- 8.Qualquer derespeiro em relação aos pontos
para dar ao leitor uma sensação de intemporalidade ou para não o dis- casa, as paredes e as tensões entre protagonistas, apenas. norma poderão ser autorizadas pela Direção pecial atenção à proveniência da informação acima vigentes implicará uma queixa por par-
trair com os tumultos da história. A vida da Sibila aconteceu entre o Um filme sólido, mas talvez pouco ambicioso. Magro, mas com pro- do Jornal Universitário de Coimbra. e à eventual parcialidade ou interesses da fon- te da Direção do Jornal Universitário de Coim-
fim do século XIX e início do século XX – época rica em acontecimentos, fundidade, vale pelo retrato que monta. 3. Recorrer apenas a meios legais para a ob- te (não descurando o imprescindível proces- bra e do seu Conselho de Redação às entidades
desde a grande guerra até à república. Parece-me que esta opção, aci- tenção da informação, sendo norma a identifi- so de cruzamento de fontes), bem como garan- competentes, nomeadamente o Conselho Fiscal
ma de tudo, procura afirmar que a casa da família de Quina (a casa que cação como jornalista do Jornal Universitário tir uma igualdade de representação em caso de da Associação Académica de Coimbra, ou à for-
de Coimbra. De forma alguma podem ser usa- informações contraditórias ou interesses an- malização de procedimentos legais.
das informações obtidas através de conversas tagónicos, evitando que o Jornal Universitário
Mais informação disponível em

Editorial
Paz aos academistas e à Académica
- POR ANA FILIPA PAZ -

T omar as rédeas do Jornal Universitário


de Coimbra - A CABRA e continuar o tra-
balho rigoroso pelo qual se tem distinguido
liticamente incorreta” e provoque a mudança,
comprometendo-se a fazer o melhor pelos seus
associados e a centralizar a atenção nos assun-
nos últimos 32 anos é um grande privilégio. tos que preocupam a academia.
Quando fui convidada a aceitar o cargo, a então O Jornal A CABRA tem um papel indispen-
diretora disse-me que ambicionasse o máximo sável na informação da comunidade e, efeti-
para o meu mandato: “O jornal é aquilo que o vamente, altera o curso da História. Temos os
diretor quer que ele seja”. Tenho levado essa exemplos da pressão para as obras na sala de
premissa comigo para a discussão dos proje- estudo em 2016, da reportagem sobre a divisão
tos que idealizamos para este ano. Em equipa, da Cantina dos Grelhados, que incentivou o
queremos produzir jornalismo de qualidade ao acordo de gestão partilhada do espaço e, ainda,
mesmo tempo que aproveitamos o espaço de li- do alerta para a representatividade feminina
berdade e criatividade da Secção de Jornalismo nos órgãos da AAC, com a primeira página
para prosseguir o escrutínio com a irreverên- “Academia de Mulheres”. Essa pressão é cons-
cia com que tem sido feito, esforçando-nos por trutiva em si mesma e deve ser lida como um
passar para o papel as frases de protesto dos incentivo à progressão e não um ataque à nossa
estudantes da cidade de Coimbra. Queremos Casa. Para a próxima Direção-Geral: arris-
exigir uma Académica transparente e demo- quem, ouçam, façam diferente. Homenagens Assembleia Magna, 2003, TAGV
crática, que mobilize forças pela evolução e exibições não são suficientes. A AAC precisa Se te interessámos, segue e acompanha o
das IES e das estruturas que compõem a Casa de se unir e apresentar soluções, não traçar ca- trabalho do Arquivo da Secção de Jornalismo da
Associação Académica de Coimbra
e não se organize por afinidades ou favores. minhos políticos ou ser palco para a projeção
em @arquivo.sjaac
Uma Académica que tome posições, seja “po- individual.

Ficha Técnica
O inquérito publicado nesta edição foi realizado Coimbra. A sondagem foi feita de forma estudantes tem cada unidade orgânica. A
no dia 8 de novembro, entre as 9 e as 20 horas. aleatória entre os estudantes de todas as responsabilidade desta sondagem é do Jornal
1240 estudantes foram questionados, o que faculdades. A distribuição das amostras foi feita Universitário de Coimbra - A CABRA e do
corresponde a cerca de 5% dos estudantes com base em dados numéricos presentes nos departamento de informação da tvAAC.
associados da Associação Académica de cadernos eleitorais, tendo em conta quantos

FICHA TÉCNICA Diretora Ana Filipa Paz Conselho de Redação Luís Almeida, Francisco Barata,
Tomás Barros, Joana Carvalho, Carina Costa, Inês Duarte,
Jornal Universitário de Coimbra - A CABRA Equipa Editorial Daniela Fazendeiro & Alexandra Filipe Furtado, Leonor Garrido, Hugo Guímaro, Luísa
Depósito Legal nº478319/20 Guimarães (Ensino Superior), Raquel Lucas & Sofia Mendonça, Margarida Mota, Bruno Oliveira, João Diogo
Registo ICS nº116759 Moreira (Cultura), Larissa Britto (Desporto), Ana Cardoso Pimentel, Paulo Sérgio Santos, Pedro Emauz Silva
Propriedade Associação Académica de Coimbra & Eduardo Neves & Sofia Ramos (Ciência & Tecnologia),
Clara Neto & Luísa Rodrigues (Cidade), Sofia Ramos Fotografia e Ilustração Daniela Fazendeiro, Joana
Morada Secção de Jornalismo (Fotografia) Carvalho, Alexandra Guimarães, Clara Neto, Catarina
Rua Padre António Vieira, 1 Duarte, Débora Borges, Miguel Pombo, Gustavo Eler,
300-315 Coimbra Colaborou nesta edição Débora Borges, Guilherme Matilde Paz, Duarte Nunes, Maria Sílvia, Simão Moura
Borges, Larissa Britto, Joana Carvalho, Raquel Chaves,
Francisca Costa, Catarina Duarte, Daniela Fazendeiro, Paginação Lucas Yamamoto e Lunna Santana
Bruna Fonaine, Solange Francisco, Alexandra Guimarães,
Iris Jesus, Camila Luís, Luísa Malva, Xavier Marques, Impressão FIG - Indústrias Gráficas, S.A.
Bárbara Monteiro, Matilde Paz, Miguel Pombo, Inês Telf.239 499 922, Fax: 239 499 981, e-mail: fig@fig.pt
Reis, Jéssica Soares, Maria Sílvia, Marta Tavares, Rafael Produção Secção de Jornalismo da Associação
Santiago Vales, Afonso de Vasconcelos, Leonor Viegas Académica de Coimbra
Tiragem 2000

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