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31 de Março de 2009
a cabra
Ano XVIII
N.º 195
Quinzenal gratuito
17 1969
Edifício da AAC
ABRIL Entidades
40 ANOS
dentro das
ESPECIAL linhas da cidade Há vários anos que a falta de espaço
afecta a AAC. Secções, organismos e
Queima das Fitas queixam-se que o
NA PRÓXIMA P 10 e 11 seu trabalho é afectado por causa das
EDIÇÃO limitações físicas do edifício. O presi-
dente da direcção-geral, Jorge Ser-
rote, admite que as soluções que se
têm tomado são apenas provisórias.
No entanto, as medidas a longo prazo
Portugal ficam adiadas porque “não existem
verbas da parte da Reitoria”.
“Um quase P5
Estado-providência”
Psicologia desportiva
A crise económica trouxe uma nova
confiança à protecção e à garantia do Seminário analisa
Estado. O sistema de welfare state li-
beral de países como a Grã-Bretanha
realidade actual
e os EUA vai, segundo os analistas, Nos jogos, nos treinos e nos resul-
aproximar-se do Estado-providência tados, os factores psicológicos afec-
mais tipicamente europeu. Destes tam o rendimento dos atletas e o
países, Portugal é um dos que menos psicólogo torna-se a figura de proa
gasta na segurança social. A sua sus- para ajudar no alcance do bem-
tentabilidade parece depender das re- estar e do sucesso. O seminário “A
formas que forem realizadas. importância da psicologia em con-
P 12 texto desportivo” pôs em evidência
como estes profissionais são cada
Coimbra vez mais solicitados pelos clubes.
P7
O que fazem os
deputados do distrito? Entrevista
O distrito de Coimbra possui 10 de-
putados no Parlamento. Ainda Raquel Freire
assim, ao longo dos últimos quatro
anos, apenas duas acções legislati-
fala da atracção
vas de carácter local foram apre- pelo obscuro
sentadas. A oposição acusa P6
deputados de inércia e desliga-
mento da realidade de Coimbra. So-
ciólogos apontam que este não é
um problema exclusivo do distrito.
P9
Tecnologia
UC explora
redes sociais
A UC deixou-se contagiar pelas redes
sociais. Desde o Twitter ao Youtube,
até à Rede de Antigos Estudantes, são
várias as plataformas que podem ser
usadas para estar em contacto cons-
tante com a universidade. O vice-rei-
tor Pedro Saraiva acredita que as
redes se vão tornar “cada vez mais di-
@
Mais informação em
nâmicas”.
P8 ANDRÉ FERREIRA acabra.net
2 | a cabra | 31 de Março de 2009 | Terça-feira
DESTAQUE
F rocambolescas, omissões
de factos. A mentira pode
assumir várias formas,
basta que um mentiroso saiba até
frases tão vulgares como “essa
saia fica-te mesmo bem”.
Mas, afinal, o que é mentir e,
mais do que tudo, por que é que
racteriza a maior parte dos ho-
mens actuais, que se baseia a
civilização moderna”. A psicóloga
e docente da Escola Superior de
ao mentiroso
Os especialistas concordam nos
motivos que podem levar as pes-
soas a mentir: o medo das conse-
de que o está a fazer, no caso de
algumas situações patológicas.
“Mas, nesse caso, não podemos
dizer que se trate claramente de
onde chegar com ela. É a própria mentimos? À pergunta, os psicó- Educação de Coimbra (ESEC), quências, a insegurança ou a uma mentira”, uma vez que “para
psicologia que sustenta esta ‘teo- logos respondem por consenso Catarina Morgado, arrisca dizer baixa auto-estima, por pressão de alguém ser considerado menti-
ria’ e são os próprios psicólogos os que “uma pessoa mente quando que “o quadro de valores se alte- outras pessoas, por razões patoló- roso, tem de haver uma dimensão
primeiros a assumir que toda a comunica o que sabe que é con- rou e, eticamente, deve ser mais gicas ou ainda pelos benefícios consciente”, diz Rui Carreteiro,
gente mente, das crianças aos trário ao que realmente aconte- fácil mentir hoje do que há 30 ou que uma mentira pode trazer. investigador do Conselho Cientí-
adultos, dos mais inteligentes às ceu”, como explicam Cátia 40 anos”. Cláudia Andrade defende que é fico do Instituto Nacional de Psi-
pessoas com menos auto-estima. Figueiredo e Eduardo Santos, do- Será, assim, a mentira mais in- possível mentir para evitar uma cologia e Neurociências.
Se dúvidas parece não haver centes do Instituto de Psicologia teressante do que a verdade, preocupação. Por vezes, “até po- Perguntamos, então, que rela-
quanto a isto – quando, aliás, Cognitiva, Desenvolvimento Vo- como pensava o filósofo inglês demos mentir com boas inten- ção existe entre a mentira e a in-
amanhã, primeiro de Abril, se ce- cacional e Social da Universidade Francis Bacon? Cláudia Andrade, ções, nem que seja para agradar teligência. “Quer pessoas
lebra o Dia das Mentiras e se de Coimbra (IPCDVSUC). docente de psicologia na mesma alguém”, reforça Catarina Mor- inteligentes quer pessoas pouco
aceita quase tudo como brinca- Ainda assim, é difícil afirmar escola, prefere colocar a questão gado. “Daí que se dê cor à mentira inteligentes podem mentir, sendo
deira – um estudo americano veio em concreto se as pessoas men- ao contrário: “o que é a verdade?”. e este tipo de mentira (em que o grau de elaboração da mentira
comprovar há uns anos isso tem mais hoje do que há três ou “Não raras vezes” é “a visão que ninguém é prejudicado) seja o que tende a alterar”, continua
mesmo: que todos os indivíduos quatro décadas, até porque não temos das coisas”, respondem, branco”, comparam os docentes Carreteiro. As pessoas com um
mentem aproximadamente 200 há estudos que o digam. Um dia por sua vez, Cátia Figueiredo e do IPCDVSUC. maior nível de inteligência são ca-
vezes por dia (uma média de uma Teixeira de Pascoaes escreveu que Eduardo Santos. Da mesma forma, uma pessoa pazes de elaborar uma mentira
Os movimentos dos Uma ou ambas as mãos Quem mente tende a dis- A pessoa que mente O tempo que uma pessoa
1 2 3 4 5
braços e das mãos tornam- podem ser levadas ao rosto tanciar-se da pessoa com recorre muito frequente- demora a responder a uma
se quase mecânicos, não havendo a fim de tapar a boca, como se indi- quem está a falar, ora virando a mente ao sarcasmo e ao humor. pergunta pode significar que está a for-
sincronização entre os gestos e as casse que a pessoa não acredita no cabeça, ora posicionando o corpo mular uma mentira para depois contin-
palavras. que está a dizer ou que está insegura. para o lado oposto. uar na mesma linha de pensamento.
31 de Março de 2009 | Terça-feira | a cabra | 3
DESTAQUE
ILUSTRAÇÃO POR TATIANA SIMÕES
VOX POP
AS MAIORES MENTIRAS
QUE OS ESTUDANTES
JÁ DISSERAM
Telma Alves
Estudante de Educação Básica
20 anos
Andreia Tavares
Estudante de Direito
21 anos
mais competente, antes de mais o sujeito acaba por cair num ciclo comentam os docentes do IP- métodos que nos dão indicações
porque, sublinham Cátia Figuei- vicioso. Um mentiroso compul- CDVSUC. da mentira – como o polígrafo,
redo e Eduardo Santos, “mentir sivo é alguém que sente uma pul- Os mentirosos compulsivos so- análise da linguagem corporal e Júlia Gonçalves
está associado à capacidade de são para mentir de forma quase frem de disfunção e desequilíbrio expressão facial – mas são sem- Estudante de Direito
pensar, de sentir”. automática. “A criação de ima- que pode estar relacionado com pre métodos que precisam de 21 anos
Também as crianças quanto distúrbios de personalidade. “Os contraprova, sempre”.
mais inteligentes forem mais cedo dependentes da mentira sabem Também os gestos, o tipo de ex- “Disse a uma professora no 12.º
aprendem a mentir. Exemplo que estão a mentir mas não se pressão facial e a entoação que se ano que tinha de ir ao Brasil fazer
disso é quando não demonstram conseguem controlar”, realça Car- dá a uma frase podem indicar uma operação a um quisto nos
“descontentamento com as pren- reteiro, para quem “os mentirosos algum desconforto no emissor. ovários, quando na verdade era só
das recebidas sob pena de não re- compulsivos são geralmente pes- “Basta estarmos numa situação para passar férias. Trouxe um at-
ceberem mais”, explica soas inteligentes”. Por isso, esta em que nos sentimos avaliados e estado médico”.
Carreteiro. “incapacidade” em controlar os que estamos sob o escrutínio dos
Por outro lado, “nas pessoas impulsos “é causadora de um so- outros para, naturalmente, já nos
menos inteligentes, as mentiras frimento nítido, razão pela qual sentirmos mais ansiosos”, diz Ca-
são facilmente detectáveis e em deve ser alvo de tratamento”. O tarina Morgado. Por isso, é pre- Ângela Pereira
caso de debilidade mental, mui- primeiro passo a dar, continua o ciso ter um “elevado grau de Estudante de Ciências da Educação
tas vezes temos afirmações erra- psicólogo, passa por assumir que conhecimento da pessoa” para 21 anos
das, mas que não devem se tem um problema e que é ne- chegarmos a uma conclusão as-
necessariamente ser consideradas cessário tratá-lo através da reali- sertiva, justifica Cláudia Andrade. “Disse uma vez a um professor que
mentira”, completa o investiga- Terapia psicológica é zação de terapia psicológica. Em muitos países, o polígrafo – não podia fazer um trabalho
dor. uma invenção de James Macken- porque tinha exame de código,
forma de tratamento Polígrafo precisa de zie, de 1902 – não é considerado mas, na verdade, tinha ido sair à
Mentir por para um mentiroso contraprova, sempre uma prova em tribunal, porque noite e não me apeteceu fazer o
dependência Embora seja delicado confirmar exige sempre uma prova cognitiva trabalho”.
“Na sua forma patológica, a men- compulsivo através de mensagens não verbais para ver se há incoerências no
tira pode tornar-se numa depen- se uma pessoa está a falar a ver- discurso. Acontece que o apare-
dência perigosa, tal como o jogo, dade, Cláudia Andrade aponta lho, explicam Cátia Figueiredo e
álcool ou drogas”, defende Carre- gem falsa, ou de histórias falsas que é possível percebermos que Eduardo Santos, pode dar “falsos
teiro. Nesse caso, quando se conta em torno de si e acerca dos ou- alguém mente se parecer ansiosa, positivos (porque tem a ver com
uma mentira, a única solução é tros, poderá levar a uma bola de irritável e aparentar estar au- a sudação e a condutibilidade
contar uma outra e assim suces- neve” e “tudo isto não leva a uma sente. Os investigadores do IP- eléctrica da pele) em, por exem-
sivamente. Numa situação destas, gestão saudável da própria vida”, CDVSUC confirmam que “há plo, pessoas muito ansiosas”.
“Porque é que precisava de A pessoa que mente não O corpo de quem mente Por ansiedade, a pessoa A pessoa que mente adquire
6 7 8 9 10
mentir?”, “Para ser sincero…”, gesticula ao mesmo tempo reage involuntariamente: as tende a engolir em seco uma expressão mais relaxada
“Podemos falar mais tarde” são ex- que fala. mãos tremem, escondendo-as porque antes de falar. quando alguém muda o assunto da
pressões utilizadas para uma pessoa não se sente à vontade; a pessoa pode conversa e continuará a acrescentar
conseguir ganhar tempo a pensar numa corar, transpirar e respirar com dificul- informações até se certificar de que as
resposta. dade e a voz pode falhar. pessoas estão convencidas.
4 | a cabra | 31 de Março de 2009 | Terça-feira
ENSINO SUPERIOR
DG/AAC lança
Universidade de Coimbra campanha
sobre acção
evita falência técnica ILUSTRAÇÃO POR TATIANA SIMÕES
social
Cláudia Teixeira
Ginástica orçamental
é um dos motivos A Direcção-Geral da Associação
Académica de Coimbra (DG/AAC)
apontados por realiza a partir de hoje, 31, uma cam-
membros do panha informativa, sobre Acção So-
Conselho Geral para cial Escolar, denominada “Quem
Quer Ser o Ministro Extraordiná-
que a falência técnica rio?”.
não se torne uma De acordo com o presidente da Di-
realidade recção-Geral da Associação Acadé-
mica de Coimbra (DG/AAC), Jorge
Serrote, “a campanha é dirigida aos
Nuno Agostinho estudantes e à sociedade civil, e vai
Cláudia Teixeira
ser feita nos mesmos moldes da que
foi feita com o outdoor que ainda se
A possível declaração de falência encontra no fundo das Escadas Mo-
técnica da Universidade de Coim- numentais”. “O outdoor nas monu-
bra (UC) para o ano de 2010 foi dis- mentais vai ser substituído por outro,
cutida na última reunião de também com a cara do ministro da
Conselho Geral (CG). O reitor da Ciência, Tecnologia e Ensino Supe-
UC, Seabra Santos, fez saber que rior, Mariano Gago, alusivo ao filme
não presta declarações sobre o as- «Quem Quer Ser Bilionário», onde o
sunto. ministro responde de forma errada à
De acordo com o elemento pelos questão «quem é que devia ter inves-
estudantes para o CG, Inês Mes- tido na acção social neste ano?»”, ex-
quita, “por enquanto, com o orça- plica o dirigente associativo.
mento deste ano, a UC vai ter saldo Luís Rodrigues explica que “foi parte do Conselho Geral, em não O QUE SIGNIFICA O presidente da DG/AAC refere a
positivo”. “Entretanto foi apresen- constituída uma comissão com al- utilizar o dinheiro das propinas FALÊNCIA TÉCNICA? importância da consciencialização
tado pelo reitor um plano estraté- guns membros do Conselho Geral, para despesas correntes, portanto, dos alunos e da sociedade civil no que
gico para definir o orçamento para nomeadamente os membros exter- não será esse o caminho para fugir A falência técnica acontece diz respeito a este tema e espera que
2010 tendo em conta a possibili- nos ligados às empresas, que apre- à declaração de falência técnica”. A quando o passivo excede o valor o ministro Mariano Gago preste es-
dade de falência técnica”, acres- sentou um parecer ao conselho, o estudante eleita para o CG explica do activo, ou seja, quando a institu- clarecimentos sobre a situação dos
centa. que deu aos membros a hipótese de que a universidade encontrou for- ição possui uma situação líquida estudantes do ensino superior.
Também eleito para o CG, Luís tomar uma boa decisão”. O estu- mas de financiamento próprias (capitais próprios) negativa. A situ- Serrote afirma que “a direcção-
Rodrigues afirma que “há muitas dante de Ciências Farmacêuticas para evitar a falência técnica: “num ação de falência técnica não im- geral tem tentado colocar a questão
despesas necessárias que deveriam acredita que “a Universidade de projecto de investigação a universi- plica que a instituição seja obrigada da Acção Social Escolar na ordem do
ser prioritárias e que vão ficar sem Coimbra se vai aguentar”. “Este dade gasta recursos e foi aprovado a declarar falência, embora seja o dia, visto que há estudantes que são
resposta por falta manifesta de fun- ano, a Universidade de Coimbra só em CG a universidade começar a re- mais provável. A maioria das falên- afastados do ensino superior por
dos”. “Isto acontece porque o estado não declara falência técnica graças a ceber uma percentagem do que for cias acontece por crises de liquidez questões financeiras, e esta iniciativa
português deveria dar o dobro do um grande apertar em todas as produzido nesses projectos”. “São e muitas instituições entram em vem nesse seguimento”. “Não pode-
dinheiro que dá actualmente para áreas transversais da instituição”, estes os pilares para evitar uma fa- falência a partir de situações mos deixar que esta questão passe in-
cumprir a média da OCDE [Organi- justifica. lência técnica, falência esta que não líquidas positivas, ou seja, vão à cólume e é importante chamar o
zação para a Cooperação e Desen- A estudante de Medicina ressalva vai acontecer porque o CG não dei- falência sem estarem previamente ministro Mariano Gago à razão”,
volvimento Económico]”, denuncia. que “há uma preocupação, por xará que tal aconteça”. em falência técnica. acrescenta.
PROVEDOR DO ESTUDANTE
Mediar o contacto entre reitor para um mandato de três anos O provedor actua sobre cada caso
e designado pelo CG, depois de ou- em particular, mas também vai reali-
os estudantes e os
vido o Senado Universitário. Os esta- zar um relatório anual para apresen-
órgãos da Universidade tutos são, ainda assim, omissos tar à comunidade académica,
de Coimbra é uma das quanto à obrigatoriedade de o prove- cumprindo “um papel vigilante”,
dor ser um docente, um funcionário como refere Inês Mesquita, também
principais funções ou um estudante da instituição – eleita para o Conselho Geral.
do provedor sendo apenas referido que a escolha Para além de representar os alunos
deverá ser feita “de entre pessoas de da UC, o provedor deve certificar-se
Maria João Fernandes comprovada reputação, credibilidade de que os estudantes esgotaram todas
Patrícia Gonçalves e integridade pessoal junto da comu- as resoluções ao seu alcance para
nidade universitária e designada- normalizar as situações de descon-
Na última reunião do Conselho mente junto dos estudantes”. tentamento. Nuno Mendonça afirma
Geral (CG), dia 16 de Março, foi apre- O provedor tem como principais que o provedor será “como um me-
sentado o regulamento do Provedor funções mediar o contacto entre os diador no funcionamento da vida
do Estudante da Universidade de estudantes e os órgãos da universi- corrente do estudante”. Inês Mes-
Coimbra (UC). De momento, “ainda dade de modo a solucionar as quei- quita sublinha que quem assumir o
não há um nome ou uma data defi- xas apresentadas pelos alunos. Como cargo “deve ter uma articulação es-
nida para fazer a proposta, mas es- esclarece Nuno Mendonça, o prove- sencial com a associação académica e
tima-se que no final do ano o cargo dor “recebe as queixas e dá-lhes um com os núcleos de estudantes” e que
estará entregue”, de acordo com um tratamento que se baseia na comuni- “deve ser uma pessoa com credibili-
dos estudantes com assento no con- cação com os serviços envolvidos. dade, quer junto dos alunos, quer
selho, Nuno Mendonça. Deve ouvir as partes e finaliza a sua junto dos vários órgãos da institui-
Segundo os Estatutos da UC, o Pro- função tirando um parecer ou uma ção, uma vez que só assim poderá
vedor do Estudante é proposto pelo recomendação”. exercer a sua influência sobre eles”.
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ENSINO SUPERIOR
Secções, organismos e queima
queixam-se de falta de espaço na AAC LEANDRO ROLIM
REALIZA-SE HOJE, 31, um plenário geral para discutir o problema dos espaços na AAC
Entidades da AAC denunciam escassez de salas para as suas actividades. Jorge Serrote
indica que a falta de meios económicos é o principal entrave a uma reestruturação do espaço
impostas pelo pouco espaço exis- como tal”. Fernando Gonçalves (2006) foi DG/AAC] não avançar de acordo
Diana Craveiro tente no edifício da AAC. O ele- Jorge Ribeiro avança com uma criada “uma comissão para discu- com as sugestões da comissão”.
João Ribeiro
mento do Teatro dos Estudantes proposta concreta: “registar as tir soluções para o problema da André Oliveira recusa as acusa-
da Universidade de Coimbra salas do edifício e ver exactamente distribuição de espaços”, de acordo ções e explica que “para uma co-
A falta de espaço para as sec- (TEUC) Inês Alves assume que “já o que se faz lá, quais as secções que com Ricardo Matos, na altura no- missão funcionar é preciso haver
ções, organismos e Queima das não há espaço para colocar adere- as usam e que actividades têm”, meado para a dirigir. Foi durante vontade de todos os intervenientes
Fitas na sede da Associação Aca- ços, figurinos e cenários, após os explica. “Este levantamento po- o mandato de Paulo Fernandes e lembra que “os organismos autó-
démica de Coimbra (AAC) é um espectáculos”. “Há uma falta de es- derá ser útil para confrontar sec- que a comissão levou a cabo um nomos deixaram de participar na
problema recorrente cuja discus- paço e sentimos isso”, conclui. O ções e organismos no espaço do inquérito enviado a todas as sec- comissão”.
são não é nova. As limitações físi- presidente do Orfeon Académico plenário e ver o que se pode ções e organismos. Nesse inquérito
cas do edifício da Padre António de Coimbra, Nuno Sequeira, ceder”, concretiza o presidente da apurava-se o tipo de actividades Falta de meios
Vieira reflectem-se de várias for- afirma mesmo que já teve que tvAAC. Já o membro do Círculo de desenvolvidas, bem como suges- condiciona medidas
mas no trabalho das secções. O pedir salas emprestadas para en- Iniciação Teatral da Academia de tões para a resolução do problema a longo prazo
presidente da tvAAC, Jorge Ri- saios. Coimbra (CITAC) João Pereira, dos espaços no edifício da AAC. O presidente da DG/AAC, Jorge
beiro, nota que “são precisos espa- apesar de concordar que “é impor- Para Ricardo Matos, “o problema Serrote, defende que “a solução
ços específicos, tal como estúdios, Soluções pontuais tante ouvir toda a gente e saber o não era a falta de espaço, mas sim passa por chegar a entendimento
régie, salas para a direcção e re- não são o caminho que é que cada secção faz com as a sua má distribuição”. “O propó- com algumas secções e organismos
dacção” e que a sua falta “cria al- Para discutir a falta de espaço das salas”, mostra-se incerto em rela- sito era olhar para as salas como em relação a casos concretos”. Ser-
gumas complicações no trabalho secções e organismos foi convo- ção à reunião de hoje. “Há secções um local de trabalho e não com ou- rote admite que as soluções que
da televisão”. cada para hoje uma reunião em que não vão aparecer e não ficare- tros fins, como museus ou arqui- têm sido postas em prática são
Também o presidente da secção que serão ouvidas propostas e so- mos a saber qual é a utilização das vos”, explica. “provisórias”, contudo aponta a
de Fotografia, João Costa, aponta luções dos vários interessados. Na salas” nota. Em relação à cedência de salas, falta de meios económicos como
dificuldades e dá o exemplo do opinião do membro do Conselho Para fazer face a estas questões como foi o caso da secção de Nata- entraves para medidas a longo
processo de tratamento de ima- Desportivo Eduardo Cabrita, “a ce- há quem recorra a soluções menos ção às secções de Fotografia e de prazo. “Já se fala de uma reestru-
gens. “Quando fui fotografar a ‘Pil- dência de espaços não resolve o ortodoxas, como é o caso da Divulgação das Culturas Lusófo- turação do edifício da AAC, mas é
low Fight’ [dia 25] acabei por problema”. O responsável sugere a Queima das Fitas. “Neste mo- nas, Ricardo Matos esclarece que algo que só daqui a alguns anos é
tratar as fotografias em casa, por- construção de um edifício que mento a nossa sala privilegiada de “estas soluções pontuais não resol- que pode arrancar”, revela. O pro-
que a sala fica facilmente lotada”, aloje exclusivamente as secções reuniões é a esplanada do bar da vem o problema de fundo e preju- jecto de uma nova infra-estrutura
conta. O gabinete da Queima das desportivas, perto do Estádio Uni- AAC”, ironiza Filipe Pedro. A par- dicam tanto as secções que cedem no Pólo II está também condicio-
Fitas sofre das mesmas contingên- versitário de Coimbra. Desta tilha de salas entre secções é outra os espaços como as que os vêm nado: “é algo que foi idealizado,
cias, o que, para o secretário-geral, forma, “liberta-se o espaço exis- das formas de contornar a falta de ocupar”. mas não existem verbas por parte
Filipe Pedro, origina situações tente na Padre António Vieira para espaço. Um dos exemplos é a sala Matos tece várias acusações à da Reitoria”.
“dramáticas”. “É complicado para as secções culturais”, explica. que, actualmente, é partilhada Direcção-Geral da AAC (DG/AAC), Quanto à reunião de hoje, “a
nós utilizar a mesma sala simulta- A falta de meios é a razão apon- pelas secções de Fotografia e de presidida por André Oliveira e DG/AAC está a aguardar e a con-
neamente para reunirmos e rece- tada por Eduardo Cabrita para a Divulgação das Culturas Lusófo- afirma que “não houve qualquer versar com as secções e organis-
ber entidades”, lamenta. impraticabilidade desta solução, nas e que, por sua vez, lhes foi ce- interesse da direcção-geral em dis- mos”, mas confia que resultará
Os organismos autónomos sen- contudo critica a “inexistência de dida pela secção de Natação. cutir o assunto”, chegando mesmo algo de concreto dela.
tem igualmente as dificuldades visão global de uma associação No final do segundo mandato de a dizer que “era objectivo [da Com Filipa Magalhães
6 | a cabra | 31 de Março de 2009 | Terça-feira
CULTURA
RAQUEL FREIRE • CINEASTA
cultura
por cá “Quantos medos são precisos
1
ABR
a 15 ABR para construir uma tradição?”
PINTURA E ESCULTURA
EXPOSIÇÃO DE JOÃO CAETANO Foi no curso de Direito, em Coimbra, que descobriu que o cinema era o seu
CAFÉ SANTA CRUZ
caminho. Fez documentários, curtas e longas metragens. Agora, está a escrever
3 um livro e a preparar um novo filme. Por Tiago Carvalho e Sara Oliveira
ABR
SOAKED LAMB SARA OLIVEIRA
Raquel rende-se aos encantos do ape- Curiosamente não. Estava numa Re-
Salão Brasil
tecível. Mas quando chove, não tem pública anti-praxe. Mas dei por mim
23H • 5¤
medo de se molhar. Tem 35 anos. a contestar a tradição anti-praxe. Es-
Deu cinco deles a Coimbra, mas dei- tava na República quando a minha
3ABR
xou a cidade para mais tarde fazer
dela um filme – “Rasganço”. Polé-
mico, por sinal. Não era anti-praxe,
avó me queria oferecer um traje aca-
démico, coisa que nunca me passaria
pela cabeça. Ela, enquanto mulher,
VIII FESTIVAL DE TUNAS mas viveu numa República que o era tinha imenso orgulho naquilo porque
MISTAS DE COIMBRA com todas as letras. Escolheu a dife- era um símbolo da sua liberdade,
8 BALADAS rença para não se apagar. No Bairro como ela se tinha conseguido eman-
21H • TAGV
Alto, em Lisboa, mostra na primeira cipar. E eu por respeito a isso, disse-
GRATUITO
4 pessoa como a sua vida dava uma lhe que sim. Comentei isso num
ABR longa-metragem só com imagens. almoço na República. E logo me dis-
ANDRÉ SARDET seram que se eu vestisse o traje aca-
Como é que foi a sua experiên- démico me atiravam com tudo pela
PAVILHÃO POLIDESPORTIVO
21H30 cia na Associação Académica de janela, nunca mais me falavam. Era
15¤ -20¤ Coimbra (AAC)? expulsa. Disse-lhes que eles eram tão
Deu-me a consciência de que é muito fascistas como os outros. E não, não
4 ABR
difícil o equilíbrio de estar no poder,
de ser justa, respeitar as regras da de-
mocracia e não ficar viciada no pró-
aceito isso. Nunca praxei ninguém,
nem nunca pratiquei a praxe, apenas
usei o traje académico como símbolo
prio poder. Nós estivemos quatro do estudante da Universidade de
DIATRIBES anos na [Direcção-Geral da ] AAC e Coimbra.
SALÃO BRAZIL no final decidimos todos sair e extin-
3¤ • 11H guir a lista. O poder estava-nos a Foi a primeira a fazer uma sere-
sujar as mãos a todos. Aí percebi que nata…
10 ABR
como finalista com cartola, bengala e
traje. Para ela foi um triunfo e uma
conquista poder desfilar com todas as
mas fomos muito mal tratadas por
grupos da academia. A primeira vez
que actuámos não conseguimos que RAQUEL, antes de filmar, costuma perceber que ângulos a câmara capta
honras de estudante que está a ter- fosse num sítio da universidade. Foi
MILLION DOLLAR LIPS
minar o curso. Os meus pais estive- na casa da cultura. Quando demos o obsceno. minar “A vida queima” e a escrever
FNAC • 17H concerto, à porta estavam vários pra- um livro. Tenho um documentário
ram ligados à AAC, estiveram os dois
presos na cantina quando a PIDE fe- xistas que nos atiraram tomates. É Porquê? que vai estrear agora. Tenho o “As
chou aquilo tudo. Como os meus pais uma atitude de exclusão! Porque não me interessa fazer a apo- leis do corpo” para começar, e dou
andaram lá, tinha uma ideologia logia da ordem e do sistema. Isso já aulas. A Raquel tem uma tendência
11 muito romântica, e a noção de que
Direito tinha de ser em Coimbra.
“De loucos todos temos um
pouco”. Como é a loucura da
existe. Sem liberdade vive-se muito
pior.
enorme para a dispersão.
ABR
BEATRIZ PORTUGAL JAZZ QUINTET Raquel? Fez um casamento político em
Coimbra tem tradição a mais? Fui muito amada na minha infância A sinopse do “Veneno Cura” frente à Assembleia da Repú-
Salão Brasil
Quando eu cheguei a Coimbra tive a e não tenho a necessidade constante lança muitas questões. “Quando blica. Foi só político?
11H • 5¤
noção que tudo era regulamentado. de agradar. Porque é que as pessoas perde tudo o que há a perder”, Sim, uma acção política directa. Per-
Havia regras para tudo, demasiadas. aderem à praxe? Porque querem per- o que é que a faz continuar? tenço a um grupo de activistas, os
14
ABR
a
30 ABR
Mas quantos medos são precisos para
construir uma tradição? A tradição
constrói-se sobre o medo, não sobre o
tencer ao grupo. Com os vencedores
estamos protegidos. Mas é do conflito
de ideias que surge o progresso. Eu
As pessoas. O amor que eu sinto pelas
pessoas. Não era capaz de ser ere-
mita.
Panteras Rosa, e a acção partiu desse
grupo. Fizemos um projecto, que sa-
bíamos que ia chumbar. E se não nos
respeito. As regras quando fazem tinha uma loucura bastante incons- permitiam [casar], nós cá fora desa-
JOSÉ JÚLIO MONTEIRO DE BARROS sentido são regras que evoluem com ciente no que fazia. Coimbra vai estar na rota dos fiámos as regras e decidimos fazê-lo.
EXPOSIÇÃO DE PINTURA as pessoas. Acho que Coimbra tem seus próximos filmes?
GALERIA ALMEDINA tradições revolucionárias, é um sítio O Expresso denominou-a de “ci- Neste momento não. Mas foi-me feito Quais são as cores da vida da
de lutas estudantis, emancipação dos neasta obscena”. É a expressão um desafio em Coimbra, há algum Raquel?
direitos das mulheres, da resistência ideal para a descrever? tempo, e era uma coisa que eu gos- Vermelho. Porque é a cor do senti-
14 ao fascismo, e é uma tradição que es- O “obscena” vinha do lado do obs-
curo, porque obscena em latim, sig-
tava de fazer, mas não sei quando. É
segredo.
mento e é impossível viver sem amor.
E do amor em sentido absoluto. Não
ABR pero que continue a existir. Respeito
O TIGRE E A NEVE as tradições que quiser. E as que não nifica obscuro, ou seja, aquele lado imagino a minha vida sem o amor
quiser são uma opressão à minha que não se explica bem. O lado mais Existem muitas ideias que lhe que eu tenho. Sempre que me dizem
FNAC • 21H30 pessoa. Se não fores forte podes ser negro, menos ordenado, mais caó- surgem do nada e quer concre- “é por aqui”, eu posso sempre ques-
atropelado. tico. Sou uma cineasta que filma uma tizar ou é mais linear? tionar isso. Podem-nos tirar o di-
área pela qual se sente atraída, pelo Não, eu agora estou com cinco pro- nheiro para fazermos tudo, podem,
Por Patrícia Gonçalves Foi anti-praxe? lado mais obscuro das pessoas, mais jectos ao mesmo tempo. Estou a ter- mas não me podem tirar o sonho.
31 de Março de 2009 | Terça-feira | a cabra | 7
DESPORTO
PSICOLOGIA EM CONTEXTO DESPORTIVO P•R•O•LONGA•M•E•N•T•O
CIDADE
Opiniões dividem-se quanto ao
trabalho dos deputados por Coimbra
Nas últimas eleições legislativas, em 2005, o distrito de Coimbra elegeu dez deputados na Assem-
bleia da República. Contudo, até agora, apenas duas acções de carácter local foram apresentadas
LEANDRO ROLIM
Vítor Baptista é o único que ocupa
Marta Pedro
estes dois cargos em simultâneo e
João Ribeiro
afasta a existência de qualquer des-
vantagem derivada desta situação.
“Somos eleitos por círculos, mas o “Ainda bem que as reuniões não são
mandato do deputado é um man- coincidentes, o que me permite con-
dato nacional”, é assim que Fer- ciliar os dois cargos”, explica. O de-
nando Antunes, um dos deputados putado do PS, João Portugal, refere
do Partido Social Democrata (PSD) que “no distrito já visitou institui-
eleitos por Coimbra para a Assem- ções sociais, empresas e cidadãos in-
bleia da República (AR), comenta a dividuais”, no cumprimento do
questão da representatividade. Esta Regimento da AR que reserva “as se-
é, de resto, uma opinião partilhada gundas-feiras para o contacto dos
pela maioria dos deputados do cír- deputados com o eleitorado”. O po-
culo. litólogo André Freire encontra a ex-
A deputada do Partido Socialista plicação para a relação entre
(PS), Matilde Sousa Franco, con- deputados e círculo eleitoral no pró-
fessa que avançou para o parla- prio método de voto. “Por um lado,
mento “cheia de esperança de poder existem círculos muito grandes e,
fazer muito mais” mas que alguns por outro lado, o voto é feito em sis-
“condicionalismos” a levaram a de- tema de lista fechada”, esclarece. O
dicar-se sobretudo a questões nacio- especialista critica a preocupação
nais. dos deputados em “agradar ao líder”,
A consulta às iniciativas encabe- o que acaba por afectar “o zelo pelos
çadas pelos deputados de Coimbra interesses de quem os elege”.
revela que o trabalho legislativo não Em relação ao que foi feito pelo
tem dado resposta aos desafios que o grupo de deputados, as opiniões di-
distrito impõe. O deputado por vergem. “Como em todas as profis-
Coimbra do PSD, Paulo Pereira Coe- sões, na AR há deputados mais
lho, admite que “há muitas razões de empenhados e outros menos. De
queixa em relação à maneira como uma forma geral, penso que os de-
as coisas funcionaram”. Paulo Coe- putados, tanto do PS como do PSD,
lho culpa o Governo socialista e em- se preocupam com o distrito”, asse-
bora não responsabilize os outros gura o deputado do PSD, Miguel Al-
deputados admite que “apesar de meida. Na opinião do deputado
terem mostrado alguma incomodi- socialista, Horácio Antunes, “não há
dade, o que conta são os resultados”. falta de iniciativas” e faz referência a
várias acções: “requerimentos, per-
Actividade com pouco guntas ao Governo, a discussão em
reflexo em Coimbra plenários e visitas aos diversos locais
Uma das críticas mais frequentes é a do distrito”. Em termos de acções le-
falta de proximidade dos deputados gislativas de carácter local, Coimbra
em relação ao distrito pelo qual tem apenas duas, relacionadas com
foram eleitos. O sociólogo do Centro a criação e integração de freguesias.
de Estudos Sociais da Universidade “Há outras formas de trabalho que
de Coimbra (CES), Fernando Ruivo, não passam pela tarefa legislativa,
afirma que “este não é um problema propriamente dita”, defende Maria
exclusivo de Coimbra, pois toda a Almeida Santos. A socialista asse-
classe política está sediada em Lis- gura que o grupo de deputados de
boa”, o que se traduz “num desco- Coimbra “apresentou as iniciativas
nhecimento dos problemas dos que achou necessárias”. Para além
círculos que representam”. de legislar, o trabalho dos deputados
“O que me liga a Coimbra são re- tem passado, nomeadamente, pela AS INTERVENÇÕES dos deputados eleitos por Coimbra centram-se em assuntos da agenda nacional
lações afectivas que, por vezes, são apresentação de requerimentos e in-
mais importantes que as outras”, de- tervenções em plenário. Miguel Al- deputados: “não consigo fazer ava- especial na área universitária e na atenção e de acção” por parte dos de-
clara a deputada do PS, Maria Al- meida refere, por exemplo, a liação nem positiva nem negativa, área da saúde”. O candidato às legis- putados em relação à região.
meida Santos, num vídeo de “apresentação do projecto de pro- porque não há avaliação nenhuma a lativas de 2005 do Bloco de Es- Segundo Fernando Ruivo, a redu-
apresentação no site do Parlamento moção do Baixo Mondego, aprovado fazer de uma coisa que não existe”. zida importância política de Coim-
Global. É desta forma que a depu- por unanimidade”. Mário Nogueira continua: “Coimbra bra no panorama actual “é uma
tada justifica a sua candidatura pelo não perdeu, mas também não ga- “Coimbra não tendência que não é de agora”. O
círculo, apesar de “nunca ter morado Oposição critica nhou nada durante estes quatro facto de “os grandes decisores não
ou estudado em Coimbra”, como re- trabalho dos deputados anos”. Opinião coincidente tem o ex- perdeu nem ganhou saírem de Coimbra, ou quando
fere no mesmo vídeo. Com uma Entre os líderes de algumas das lis- candidato pelo Partido Popular (PP), saem, esquecerem a cidade rapida-
perspectiva mais próxima da cidade, tas que não conseguiram assento na Luís Nobre Guedes, que afirma não
nada durante estes mente” é, para o investigador, a
o deputado do PS e vereador da Câ- AR a avaliação acerca da prestação terem sido feitos progressos “em re- quatro anos” principal justificação para a perda de
mara Municipal de Coimbra (CMC), dos deputados por Coimbra é unâ- lação àqueles que são os problemas influência da região.
Vítor Baptista, reforça que o seu tra- nime: ficou muito por fazer. O ca- do distrito e da cidade de Coimbra”. A CABRA contactou a deputada
balho no município o ajuda a ter beça de lista, em 2005, pela Segundo Nobre Guedes, “os deputa- querda, José Manuel Pureza, do PSD, Zita Seabra que se mostrou
“uma visão mais geral dos proble- Coligação Democrática Unitária dos deviam ter apresentado suges- salienta a saída da Direcção Regio- indisponível para prestar declara-
mas do distrito”. Entre os deputados (CDU), Mário Nogueira, é assertivo tões concretas para que fosse nal de Economia (DRE) do centro de ções até ao fecho desta edição.
que representam Coimbra na AR, na sua apreciação do trabalho dos reconhecido a Coimbra um estatuto Coimbra como resultado da “falta de Com Filipe Sousa
10 | a cabra | 31 de Março de 2009 | Terça-feira
TEMA
CLUBES DE COIMBRA
O ESTÁDIO
DA CIDADE ANDRÉ FERREIRA
O PRIMEIRO jogo do União de Coimbra em casa, após a consagração como campeão da Divisão de Honra, decorreu em clima de festa
Quem vive em Coimbra desconhece que existem na cidade outros clubes para além da
AAC/OAF. Depois de o União de Coimbra se sagrar campeão da Divisão de Honra da AFC,
A CABRA foi conhecer outras equipas da cidade. Por Catarina Domingos e João Miranda
jogo ainda não começou e equipa fazem questão de celebrar a temem em encontrar na disputa O frio finalmente leva a melhor e nem a primeira derrota desta época
TEMA
ANDRÉ FERREIRA
rado as comemorações dos 90 anos compete. “As equipas, quando vão à foi precisar esperar pela época de atletismo”, critica o presidente da que têm conquistado alguns pata-
do clube e a dinamização de uma III Divisão, têm de ter já um esta- 1922/23 para obter a primeira vitó- SF/AAC. mares”, sublinha Catarina Crisós-
equipa feminina de futebol. tuto. E nós não o tínhamos”, de- ria oficial, contra o Moderno. Da Ainda assim, a equipa pretende tomo.
Fundado em 1919, o União de fende o dirigente. A forte aposta nas história da equipa fazem também continuar o trabalho desenvolvido, Apesar do isolamento da sede em
Coimbra contou já com uma pre- camadas jovens reflecte-se na com- parte a conquista da primeira edição não só nos seniores, como nas ou- relação ao centro de Eiras, a aplica-
sença na I Divisão Nacional na posição da equipa sénior, que inte- da Taça de Portugal, em 1939, e a tras camadas, como o demonstram ção do sintético veio trazer novas
época de 1972/73. A equipa alcan- gra unicamente estudantes e presença na Taça das Taças, na tem- as recentes iniciativas da secção: a pessoas para o clube. “Temos verifi-
çou ainda os quartos-de-final da trabalhadores. porada de 1969/70. Uma delibera- fundação de escolas de futebol e a cado muita gente a vir ver treinos, a
Taça de Portugal em 1944. A massa associativa de cerca de ção da Assembleia Magna da AAC criação de uma equipa feminina. acompanhar os atletas e a envolve-
mil pessoas debate-se com a falta de pôs termo ao futebol profissional da rem-se mais com o clube”, constata
As contas do Vigor financiamento. Mário Fernandes la- Academia e abriu as portas à divisão Eirense inaugura a presidente, que adianta ainda que
Na década de 30, um grupo de jo- menta que “o clube não receba os do clube entre a SF/AAC e o OAF. novo sintético a próxima etapa da colectividade vai
vens solteiros de Fala, revoltado subsídios que qualquer equipa da III Nos últimos anos a equipa tem os- A inauguração do campo relvado ser resolver a gestão de espaço.
com o facto de apenas serem admi- Divisão aufere. O Vigor com água, cilado entre a Divisão de Honra e a I sintético do União Clube Eirense
tidos homens casados como sócios luz, gás e manutenção do campo Divisão Distrital. Actualmente, a par veio trazer um novo ânimo ao Par- Adémia em último
na única associação local, decidiu gasta 2500 euros mensais”. do trabalho para voltar ao escalão que Desportivo do Campo Vale do Com apenas um ponto somado em
criar o Grupo Recreativo Vigor Mo- No futuro, o presidente do Vigor mais alto das distritais, o clube tenta Fôjo. Porém, a mudança infraestru- toda a temporada na Divisão de
cidade. Contudo, só 20 anos depois da Mocidade acredita que a crise vai “pôr as contas em ordem, organizar tural não se vai ficar pelas novas ins- Honra, a Associação Desportiva e
se começaram a organizar as pri- afectar todos os clubes da III Divi- melhor a equipa e apostar na for- talações e está já projectada “a Cultural da Adémia não se livra da
meiras equipas de futebol. Sem são Nacional. Contudo, o dirigente mação”, como explica o presidente construção de uma nova bancada e a despromoção à I Distrital.
campo próprio, a equipa disputava argumenta que, devido à condição da SF/AAC, Rui Pita. Este investi- aquisição de terrenos [adjacentes] O clube, de 28 anos, começou
unicamente torneios organizados financeira do Vigor e à ginástica or- mento já começou a reflectir-se na para fazer um campo de apoio ao apenas por integrar camadas senio-
por outros clubes, como visitante. O çamental consequente, o clube vai vida do clube, que rapidamente pas- novo”, assegura a presidente do Ei- res, mas durante o 15º aniversário
recinto próprio só viria a ser inau- conseguir “equilibrar as contas”. sou de 25 para 140 atletas. rense, Catarina Crisóstomo. inscreveu uma equipa de juvenis e
gurado em 1964, com o nome Também a reabertura do Campo Fundado em 1964, o clube conta mais tarde, uma de juniores. Ac-
“Campo dos Sardões”. Foi o pri- Académica SF de Santa Cruz veio trazer um novo na sua história com uma presença tualmente, conta, para além das an-
meiro passo para o Vigor ascender aposta na juventude fôlego à secção. Porém, como na III Divisão Nacional e com uma teriores, com escolas e infantis A e
às divisões distritais de Coimbra, as Depois de terminar em primeiro aponta Rui Pita, o espaço não está participação na Taça de Portugal, B.
quais só abandonou quando atingiu lugar a fase regular da I Divisão Dis- modelado para competições de fute- ambos na época de 1971/72. Desde No início deste ano, a Câmara
a III Divisão Nacional, escalão que trital Série A, a Académica SF luta bol de 11, o que faz do Estádio Uni- então, o Eirense tem competido ape- Municipal de Coimbra confirmou a
ocupa actualmente, em sexto lugar, agora por um lugar na Divisão de versitário a principal casa da nas nas divisões distritais, tendo ter- instalação de um campo sintético no
tendo já garantida a manutenção. Honra. Muitas vezes confundida Académica SF. Todavia, também as minado esta época em oitavo lugar pelado do clube.
A subida à III Divisão implicou com o Organismo Autónomo de Fu- condições do estádio não são as me- na I Divisão Distrital Série A. Na se- No próximo domingo, 5 de Abril,
profundas reestruturações na tebol (OAF), a Académica SF é na lhores para a prática futebolística. gunda fase da prova, o Eirense dis- a Adémia vai defrontar o primeiro
equipa e na organização do clube, verdade a representação sénior da “O estado do Estádio Universitário puta o torneio de encerramento. classificado da Divisão de Honra, o
que o presidente do Vigor da Moci- Secção de Futebol da Associação é muito mau. Está degradado e é di- Com cerca de 500 sócios, 150 atle- União de Coimbra, num jogo sem
dade, Mário Fernandes, explica Académica de Coimbra (SF/AAC) fícil fazer alguma coisa lá em baixo. tas de formação e 25 seniores, “a si- grandes sobressaltos, afinal o des-
terem sido necessárias para dar res- no desporto nacional. Em termos de iluminação é ridículo, tuação do clube é de crescimento. tino das duas equipas já está defi-
posta ao escalão em que a equipa O clube foi criado em 1887, mas está direccionada para a pista de Foram criadas escolas de formação, nido.
O CAMPO SINTÉTICO do Vigor foi aplicado há três anos APESAR do isolamento da sede do Eirense, a aplicação do novo sintético veio trazer mais adeptos para o clube
12 | a cabra | 31 de Março de 2009 | Terça-feira
Estado-providência português
ainda longe dos parceiros europeus
Com o actual acordo com diferentes padrões, mas dos países com sistemas de o sistema é recente e portanto não maior sustentabilidade do sis-
conhecendo variações geográficas, protecção mais desenvolvidos. “As cobre cabalmente toda a popula- tema, “temos de dar um peso
panorama de crise notórias no sul da Europa. Em políticas sociais [em Portugal] ção”. “Os pensionistas que não muito mais elevado a uma compo-
financeira Portugal, o sistema nasceu numa ocupam um papel importante nas descontaram, têm pensões muito nente de capitalização [que] pode
internacional, alguns fase mais tardia e sob um regime políticas do Estado, mas estão reduzidas. Se essas pensões fos- ser oferecida por um agente pú-
antidemocrático. “As raízes mais longe do nível de desenvolvimento sem «normais» o sistema entraria blico e por privados” acredita o
Estados podem ter directas remontam ao governo de de outros Estados-providência eu- em colapso. Um dia serão mais docente da FEUC. “ Só que isso re-
dificuldades para Marcelo Caetano, que generalizou ropeus” afirma o sociólogo Boa- elevadas e o sistema terá ainda de presenta um acréscimo de dívida
garantir a protecção o pagamento de pensões aos ido- ventura Sousa Santos. “Eu ser reformado para permitir isso. pública brutal para se aplicar
sos” refere o investigador do Ins- costumo chamar-lhe um «quase O que Pedro Marques disse não agora a todos e os descontos que
social mais adequada tituto de Ciências Sociais da Estado-providência»” acrescenta. tem muito sentido” explica. [iriam] parar aos cofres do Estado
Universidade de Lisboa (ICS-UL), Na verdade, Portugal é dos paí- seriam muito menores” refere.
Vasco Batista Pedro Lains. Inicialmente com um Portugal ses europeus que menos gasta na Para vários analistas, o facto dos
Bruno Monterroso cariz corporativo de regulação so- providente “é viável” protecção social. Por outro lado, o sistemas de “welfare state” liberal
cial, por estar centrado na protec- Na aplicação do Estado-providên- actual sistema de financiamento dos Estados Unidos da América
No período de prosperidade ção dos trabalhadores por conta cia e com o intuito de fazer face às também não lhe permite gastar (EUA) e da Grã-Bretanha se pare-
económica após a Segunda Guerra de outrem, só recentemente gerou novas exigências na vertente so- mais. Além disso, terão que se cerem aproximar cada vez mais do
Mundial, os países mais desenvol- mecanismos minimamente efica- cial foi estruturado um sistema de criar condições institucionais para Estado-providência é uma prova
vidos do mundo adoptaram mo- segurança social. O secretário de que o sistema de protecção social
delos de regulação social assentes Estado da Segurança Social, Pedro não sofra problemas de financia-
na relação entre o capital e o tra- Portugal é um dos Marques, assegurou recentemente mento. Neste sentido, a viabili- “A privatização não
balho. O Estado, a par das suas que o Sistema de Pensões dos por- dade do sistema de Segurança
habituais funções, alargou o seu países europeus que tugueses é “uma referência a nível Social tem sido posta em causa. é um bom caminho
âmbito de intervenção com vista europeu”, uma vez que "garante No entender de Pedro Lains “[o
ao desenvolvimento económico. menos gasta na uma cobertura efectiva entre os 70 sistema] tem que sofrer muitas re- na área social, em
Foram, assim, aplicados os ideais protecção social e os 80 por cento", relativamente formas para ser viável nos próxi- caso nenhum”
do Estado-providência que pau- ao último salário recebido. “Se mos vinte anos. Uma parte terá
tam por uma segurança social efi- [Pedro Marques] se refere à ac- que ser gerida por entidades não
caz e pelo bem-estar, ao mesmo zes de protecção da pobreza. tualidade, não posso dizer que estatais”. Adversamente, Sousa de que privatização do sistema
tempo que fomentam a justiça so- Com o choque petrolífero da dé- não. Se ele fala do que irá aconte- Santos considera que o sistema “é não tem sido positiva. “A privati-
cial. O intervencionismo estatal é cada de 70, o modelo conheceu vá- cer dentro de uma dezena de anos, viável”. “Se as opções financeiras zação não é um bom caminho na
redobrado, seja pela redistribui- rios problemas. As dificuldades é óbvio que não está a dizer a ver- forem as correctas é evidente que área social, em caso nenhum” des-
ção dos rendimentos, seja pela económicas vieram perturbar as dade. E se fala para os jovens, temos condições para a sustenta- taca o investigador. Para Lains, “o
criação de um rendimento mí- expectativas sociais que já se ti- então estará a mentir descarada- bilidade do sistema. Não podemos sistema norte-americano é mais
nimo, criando um sistema de co- nham adaptado a um modelo de mente” argumenta o docente da gastar dinheiro em actividades injusto e não é necessariamente
bertura de riscos, como são os protecção social desenvolvido, Faculdade de Economia da Uni- não-produtivas, comprar subma- mais eficiente no sentido de ga-
subsídios de doença e de desem- com a agravante da evolução de- versidade de Coimbra (FEUC), rinos e ao mesmo ter dinheiro rantir melhores pensões com os
prego. mográfica estar marcada pelo en- João Sousa Andrade. Paralela- para a Segurança Social” contra- mesmos descontos”. “Deverão ser
A implementação desta nova velhecimento populacional. mente, Pedro Lains, acredita que põe. os EUA a aproximarem-se da Eu-
matriz de Estado ocorreu de Portugal tem diferentes proble- “as coisas não estão piores, porque No sentido de se assegurar uma ropa” explica Sousa Andrade.
31 de Março de 2009 | Terça-feira | a cabra | 13
BREVES
D.R.
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14 | a cabra | 31 de Março de 2009 | Terça-feira
ARTES FEITAS
CINEMA
“ D
epois de “Fight Club”, o ajudar financeiramente. Sam Rockwell para interpertar
D
epois de filmes como vés de uma sucessão de cortes,
“A paixão de Sha- re-edições e até novas filma- ços do seu caminho para a
kespeare” ou “O Ca- gens. O problema é que dessa reinvenção, mas destacam-se
pitão Corelli”, demanda resultou a trapalhada também as interpretações de
DE
parece impensável que tenha que agora nos é apresentada. Thomas Jane, Diane Lane, Jo-
JOHN MADDEN
sido, também, John Madden a Não fosse o sucesso de Mickey seph Gordon-Levitt e Rosário
realizar “Killshot – Alvo a Aba- Rourke em “The Wrestler”, Dawson. COM
ter”. A melhor comparação “Alvo a Abater” podia ser um Killshot segue os moldes de DIANE LANE
MICKEY ROURKE
que consigo encontrar para daqueles filmes condenados ao filmes como “Há dias de Azar”
THOMAS JANE
este filme é um manto que, ao arquivo do estúdio. em que uma história conven-
longe, parece ter apenas dife- Problemas de edição à parte, cional do género “assassinos 2009
rentes tonalidades mas que, ao o filme vive das personagens e tentam matar casal que viu de-
perto, vemos ser um manto de da interacção entre elas, pondo mais” assume contornos de
remendos, e alguns deles mal o diálogo para um plano prin- originalidade com algum bom
cosidos. cipal e a acção a servir apenas diálogo. No entanto, os proble-
“Killshot” foi filmado em como fundo. mas de edição são suficientes
Nem tudo
2006 mas só teve luz verde em O elenco está recheado de para distrair e fazer com que só 0 que é luz
2008. Nesse espaço de dois nomes conhecidos que dão cre- se repare nos erros. é ouro
anos, a distribuidora levou a dibilidade aos papéis que de-
cabo a missão de tornar o filme sempenham. O destaque
o mais agradável possível atra- principal vai para Mickey JOSÉ SANTIAGO
31 de Março de 2009 | Terça-feira | a cabra | 15
ARTES FEITAS
OUVIR LER
Junior” Os Bichos”
M
êm da Noruega e uita tinta já fez correr Mi-
O pop
electrónico
da Noruega
V chamam-se Röyk-
sopp. A dupla for-
mada em 1998 por
Torbjorn Brundtland e Svein
A Obra
de Torga
revisitada
guel Torga, tanto sobre a
sua poesia como pela
prosa. Mas é a sua obra
“Os bichos” que merece destaque
guel Torga participou moderada-
mente na boémia coimbrã e publicou
o seu primeiro livro de poesia "Ansie-
dade", ainda estudante, em 1928.
Berge lançou este mês o seu mais uma vez. A genialidade do autor É em Coimbra que se instala, poste-
sexto álbum, “Junior”, dois vai para além do contar histórias riormente em 1939, depois de ter
anos após “Back To Mine”, sobre animais quandoTorga personi- exercido medicina na sua terra natal.
disco que os confirmou como fica muitas vezes os próprios bichos. E edita então os “Bichos” na década
uma das melhores bandas de E o leitor pode sentir o farejar, o ca- de 40. Os livros de prosa, poesia e até
música electrónica na altura. carejar e o carregar de carga na pri- mesmo o teatro também se tornam
“Junior” conta com a partici- meira pessoa. Abre-se uma uma constante na vida de Torga. Uma
pação de Lykke Li, Anneli perspectiva completamente diferente lista extensa, mas digna de pesquisa
Drecker, Robyn e Karin Drei- do mundo, onde o escritor dá racio- que vai ficar por citar dão arte, cor e
jer-Andersson (dos The nalidade e autonomia a personagens forma à bibliografia do autor. Muitas
Knife), num álbum com can- comummente conhecidas mais pelo das obras espelham o espírito serrano
ções meticulosamente produ- instinto animal. e árido do norte transmontano de
zidas e de som envolvente. Miguel Torga, pseudónimo de Adolfo onde era natural, tanto na prosa como
Mantendo o caminho elec- Correia Rocha, compila pequenos na poesia e no teatro. As suas obras
trónico que tão bem identifica contos de perspectivas curiosas com foram traduzidas para várias línguas,
os Röyksopp, o conjunto de fins “sui generis” que nos fazem rir, entre elas o japonês, o croata e o chi-
DE
RÖYKSOPP canções surge num registo chorar de alegria ou de raiva, e em al- nês.
mais agressivo que nos traba- guns casos penar de ressentimento De Citar sim, alguns prémios recebi-
EDITORA lhos anteriores. Com uma es- por alguns destinos. Podiam ser his- dos, anos volvidos. Em 1969, recebe
WALL OF SOUND
trutura invulgar – a dupla da tórias para crianças contadas aos um prémio do Diário de Notícias, em
ASTRALWERKS
gélida Noruega parece não ter adultos num completo reverso de 89, o Prémio Camões e vários outros
2009 optado pelo fio condutor ca- DE contar histórias. E Não são historie- galardões internacionais.
racterístico de um álbum – MIGUEL TORGA tas para dormir, mas sim daquelas A vida havia de ser imperiosa. Adolfo
“Junior” apresenta um clima futurista e consegue ser empol- que muitas vezes nos fazem acordar Correia Rocha descobre que tem um
EDITORA
gante e, ao mesmo tempo, viajante. A viagem começa com o BOOKET/DOM QUIXOTE para uma vida nem sempre fácil ou cancro e morre a 17 de Janeiro de
primeiro single, Happy Up Here: uma canção divertida, bem simples. 1995. Deixa obras inacabadas, mas a
ao género de Peter, Bjorn & John ou MGMT. 2007 O homem que se escondeu por trás do literatura de Torga permanece até
Segue-se The Girl and the Robot. Robyn empresta a voz escritor nasceu em Trás-os-Montes, hoje como um bastião contemporâ-
àquele que será o segundo single do álbum, uma canção com foi estudante na Faculdade de Medi- neo bastante recomendado.
rasgos de pop há muito esquecidos. O registo mais calmo, ca-
racterístico de Brundtland e Berge, surge duas faixas depois CARLA SANTOS
com Röyksopp Forever e Miss It So Much (com a participação
de Lykke Li), voltando a subir de tom com Tricky Tricky.
VER
O álbum, de 11 faixas intercaladas por temas instrumen-
tais, é uma verdadeira obra de arte da pop electrónica, ho-
mogéneo e extremamente energético e dançável. Inland Empire”
A banda lançará, ainda este ano, o álbum “Senior” que, se-
gundo Torbjorn Brundtland e Svein Berge, é “mais calmo e
introspectivo” e o oposto de “Junior” no que diz respeito à so- “ indispensável tempo e dedi- prostitutas, dançar " The Loco-Mo-
noridade. Ficamos à espera! O que se passa
com David
Lynch?
É cação para ver e assimilar
Inland Empire. Os demó-
nios de David Lynch ("Blue
Velvet", "Twin Peaks" e "Mulholland
tion" ou as variações entre o Sul da Ca-
lifórnia e a Polónia fazem tanto
sentido como o resto da acção, um re-
flexo das preocupações de Nikki
CLÁUDIA TEIXEIRA
Drive") andam à solta neste filme que, Grace/Sue Blue (ou de Lynch?, sobre a
alegadamente, não possuía enredo e infidelidade?, sobre os sonhos/pesa-
em grande medida auto-financiado. delos?).
Estes são exorcizados através de Nikki Confuso? Sim, mas não de uma
Grace, fazendo jus ao subtítulo de “a forma frustrante... e melhora… termi-
woman in trouble”, uma extraordiná- nando com uma grandiosa cena de
GUERRA DAS CABRAS ria interpretação de Laura Dern ("Blue dança onde pontificam um lenhador
Velvet", "Rambling Rose", "Recount"), (que serra de forma decidida um
A evitar
um dos elementos de apreensão facili- grande tronco), um macaco e uma mu-
Fraco tada no filme. Nikki é uma jovem ac- lher sem uma perna… enquanto dis-
triz abastada à procura de interpretar param flashes de máquinas
Podia ser pior um papel que eternize a sua carreira, fotográficas…
quando aceita a proposta do realizador No capítulo dos extras, Inland Em-
Vale a pena
Kinglsey Stuart (Jeremy Irons), para pire é uma positiva excepção à regra,
A Cabra aconselha FILME contracenar com Devon Berk (Justin onde compensa dar uma vista de olhos
Theroux) em "On High in Blue To- ao "making of" (tão esclarecedor sobre
A Cabra d’Ouro
morrows". o filme como sobre Lynch), contem-
EXTRAS O filme é originalmente uma produ- plando ainda um documentário sobre
ção polaca dos anos 40 que retratava o realizador ("Pretty as a Picture: The
uma maldição cigana, que acabou com art of David Lynch") que aborda ou-
Artigos disponíveis na: os dois protagonistas assassinados, tros aspectos artísticos de Lynch,
DE
DAVID LYNCH nunca tendo sido concluída. Um filme como a música ou as artes plásticas, e
dentro de um filme, onde a protago- uma entrevista concedida a Rui Pedro
EDITORA nista confunde a sua identidade, se Tendinha em Berlim, para a rubrica
ATLANTA FILMES
funde com a personagem e com a ar- "Grande Cinema".
2006 tista original. O filme passa para o do-
mínio do surreal, onde os "Rabbits", as PEDRO NUNES
16 | a cabra | 31 de Março de 2009 | Terça-feira
SOLTAS
CRÓNICA DE VIAGENS INGLATERRA • LONDRES
ANA RELVAS FRANÇA
AMDEN TOWN
“Ó TEMPO…
VOLTA PARA
TRÁS…”
I
ntenso. Algures entre o época rococó com o tampo forrado Toda a gente come em pequenas de ficção idealista onde ninguém re- ricana dos anos 50 ou a sua homóloga
pouco provável e o assumi- com a(s) Marilyn Monroe de Andy caixas de alumínio. Usam os pauzi- para que já não estamos nos anos 70 funambulesca - a pin-up dos postais
damente surreal. Com um Wahrol. nhos com uma destreza absurda e a dos idolatrados Sex Pistols. São ruas que entretinham os soldados da II
despudor invejável dois ra- Chego ao mercado de Camden refeição faz-se de uma destas formas: com banda sonora onde se presta Grande Guerra. E conseguem ser isto
pazes quase adultos de mão dada e Lock, onde pulsa e para onde con- em correria para o metro ou sentados justa reverência aos seus boémios tudo com verosimilhanças q.b., dedi-
uma rapariga de corpete rosa-sujo e verge todo o ânimo característico da ao longo do Regent’s Canal, o curso embaixadores – Pete Doherty, Amy cados que são à compleição das suas
calças de ganga sentam-se numa cal- zona. Foi construído há apenas 15 de água que se ramifica por Camden Winehouse, Blur ou Oásis. Tal é a sua individualidades. É que já ali do
çada a beber enormes cappuccinos da anos mas a sua estrutura é um fac si- - um cenário romântico na acepção li- importância que, uma agência de via- outro lado da rua, na After Dark,
multinacional Starbucks que por aqui mile de uma praça de comércio vito- terária do termo. Por aqui, isto é o gens local anunciava no Camden Ga- vende-se roupa interior dos anos 40.
prolifera como por contágio. riana, longas vigas de ferro escuro, que passa por almoço com os amigos. zette que, por 170 libras, Contudo, devo avisar, não é de algo-
Demoro-me nos ateliers de tatua- tijolo por fora e três andares de co- Um pouco mais à frente, o Stabels sensivelmente o mesmo em euros, es- dão, não estica, não se adapta.
gens, uns mais obscuros que outros, e mércio virados para uma espécie de Market, um antigo hospital veteriná- tava disponível um percurso cha- Dizem que a tolerância tem aqui o
na quantidade de pessoas que saem jardim interior comum onde as ten- rio para cavalos, é agora um notável mado “Amy’s Day”, constituído por seu extremo e quem é de Camden não
lá de dentro, indiscriminadamente, das de comida chinesa, angolana, me- espólio de antiguidades: mobília de uma visita fugaz aos vários bares, quer deixar esbater esta fama que os
como se uma repartição dos CTT se xicana assentaram arreais em época, espelhos barrocos, vestidos quiosques, mercearias por onde Amy distingue. Alguns londrinos mais dra-
tratasse. É Camden High Road, o parceria útil com os vendedores de antigos de cerimónia, chapéus com Winehouse andou antes de se ter tor- máticos ou só mais ébrios não conse-
centro nevrálgico da vanguarda artís- sumo de laranja natural e os de do- rede negra e penas de pavão e deli- nado um fenómeno. gui distinguir, dizem que quem está
tica de Londres. Vanguarda no seu nuts recheados com aquilo que a ciosos exemplares de antigas máqui- Por aqui, é-se uma dama vitoriana cansado de Londres, está cansado da
sentido primário e num outro, a van- nossa imaginação deixar. Toda uma nas de escrever. Outra viagem. ou um Charles Dickens com relativa vida.
guarda reciclada: uma cadeira de refeição multicultural de três pratos. Camden é uma página arrancada facilidade, é-se uma housewife ame- Por Ana Relvas França
publicidade. Como se não bas- António Mendes suportava-se tigo, a nova grelha, que
tasse, dizia a então directora que ainda no exemplo do TEUC para passava então a ser das
o apoio da reitoria não era sufi- demonstrar como a passagem a 11 horas da manhã à
ciente. organismo autónomo iria benefi- meia-noite.
RUC: NEM Assim, “seria ideal criar todo
um processo de gestão que per-
ciar a vertente de formação da
rádio.
Contudo, ficava bem
explícito que a diminui-
SEMPRE NO AR” mitisse tornar a rádio mais credí- Outra medida defendida pela ção da quantidade servia
vel, espelho de uma maior auto-denominada “direcção de apenas para aumentar a
responsabilidade”, acrescentava a recurso” era a semi-profissionali- qualidade.
Suzana Costa. zação do órgão. Quando confron- Entre negociações
A opinião era corroborada pelo tado com a pergunta “será que a com órgãos gerentes da
E
m Março de 1995, director da rádio, António Men- profissionalização da RUC não Academia e novos pro-
aconteceu o inespe- des, que sublinhava ainda que o acabaria com a vocação universi- jectos, pretendia-se uma
rado: a programação “amor à camisola” não bastava tária e de formação que é a sua ca- “nova era” na história da
regular da Rádio Uni- para assegurar a coerência da racterística principal?”, o director RUC e a certeza de que
versidade de Coimbra (RUC) foi programação e responsabilização assegurou que não e defendia que os recentes planos se-
interrompida e, então, A CABRA individual. esta mudança poderia proporcio- guissem em frente. Os
apresentava as etapas dos impre- A CABRA adiantava depois que, nar sinergias com instituições, programas, esses, se-
vistos que dificultaram a situação num referendo realizado entre os como o Instituto de Estudos Jor- riam entregues à “prata
económica da rádio. sócios da RUC, 88 por cento de- nalísticos. da casa”.
Segundo a directora de infor- fendiam a passagem da secção a Também a programação sofreu Em aberto ficava o resultado saber se os ambiciosos planos da
mação, em 1995, Suzana Costa, o organismo autónomo como uma remodelação e uma redução das “negociações entre a RUC e a rádio ‘sempre no ar’ iriam
facto de a RUC fugir ao padrão co- forma de resolver os problemas fi- horária. A CABRA adiantava, Direcção-Geral da Associação avante”.
mercial dificultava a captação de nanceiros que afectavam a rádio. numa caixa de texto à parte do ar- Académica de Coimbra, para Sara Fidalgo
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COM PERSONALIDADE
PATRÍCIA GONÇALVES
OPINIÃO
O AUTISMO
PEDRO CRISÓSTOMO
Tal como cada um de nós cada uma IPSS sem fins lucrativos, fun-
pessoa com autismo é única, mas dada em Coimbra desde 1994.
com incapacidades comuns. Com Tem a resposta social de CAO, de
capacidades específicas, muitas CATL e de Formação.
vezes notáveis, são seres raros e Actualmente fazemos uma
especiais onde se destaca a pureza grande aposta na qualificação e
e a ingenuidade “sui géneris”. formação:
O Autismo é hoje considerado - Encontra-se a decorrer, desde
como uma perturbação grave do o início de Março um curso em
desenvolvimento que se prolonga Técnico de Instalações Eléctricas,
por toda a vida e afecta as funções no âmbito do POPH, Medida 6.2,
cerebrais. Pode ter uma grande Qualificação Profissional para
variedade de expressões clínicas e pessoas com deficiência e incapa-
comportamentais. A causa ou as cidades.
múltiplas causas não são ainda - Estão abertas as inscrições
conhecidas, contudo, as investiga- para um Curso de Baby-Siters
ções reportam para a existência de com início previsto para Maio, em
uma base biológica. horário laboral, no âmbito do
A maioria dos casos apresenta POPH, Medida 6.1, Formar para
uma disfunção do sistema ner- inclusão.
voso central. Estudos recentes in- - Estão abertas as inscrições
dicam que 6 em cada 1000 para o Curso Formar para a Igual-
indivíduos são portadores de dade II. Este curso é constituído
“Perturbações do Espectro do Au- por vários módulos que abordam
O Autismo e os tismo”. É mais frequente no sexo a questão do autismo e estratégias
masculino (4:1). de intervenção, como hipoterapia,
indivíduos com Como se manifesta? Dificuldade hidroterapia, musicoterapia, psi-
na relação com o outro (tendência comotricidade, desporto adap-
Autismo têm o ao isolamento ou relação muito tado, comunicação, entre outros.
direito a ser desajeitada); Dificuldade de co- - Ainda este ano vai ocorrer
municação verbal e não verbal uma formação específica no Mé-
respeitados (dificuldade de usar e compreen- todo ABA.
der a linguagem gestual e oral, au- - Está previsto um dia de Acti-
sência e dificuldade no contacto vidades Desportivas a realizar em
ocular, dificuldade em expressar e Coimbra, organizado pela em-
compreender as emoções do presa For “Life Project”, com o ob-
outro; Comportamentos ritualiza- jectivo de angariação de fundos
dos e repetitivos e resistência à para a aquisição de uma primeira
mudança; Défice de criatividade e residência para pessoas com au-
imaginação (dificuldade no jogo tismo. Para o efeito o envolvi-
“faz de conta” simbólico, dificul- mento de toda a comunidade é
dade em brincar e desenvolver ac- imprescindível. Para o efeito ape-
tividades em conjunto com o lamos à responsabilidade social
outro, a dificuldade em partilhar das Empresas. A data inicial-
experiências); Excessiva ou defi- mente prevista para o evento é a
ciente sensibilidade aos estímulos 18 de Abril do corrente.
sensoriais (não gosta de colo, não - No âmbito da celebração do
gosta de contacto físico ou pro- DIA MUNDIAL DO AUTISMO
cura jogos que implicam um con- que ocorre a 02 de Abril do cor-
tacto físico vigoroso, o barulho rente, foram convidadas diversas
incomoda-o ou parece surdo e não Entidades para uma Palestra a
reage ao som, fascínio por luzes ocorrer no período da manhã no
ou dando a sensação e que não vê. Auditório da Casa Municipal da
Não podia deixar de referir que Cultura e no período da tarde ha-
é de uma profunda indelicadeza e verá uma concentração no Pavi-
desrespeito a forma como a pala- lhão Desportivo da Faculdade de
vra autismo é muitas vezes refe- Ciências do Desporto e Educação
rida pelos nossos Governantes em Física da U.C. para a realização de
expressões do tipo: “O autismo do actividades lúdicas e desportivas.
Governo…” O Autismo e os indi- Este evento está aberto a toda a
Cartas ao director víduos com Autismo têm o direito comunidade.
podem ser a ser respeitados.
enviadas para A Associação Portuguesa para * Presidente da Associação Por-
as Perturbações do Desenvolvi- tuguesa Para As Perturbações do
acabra@gmail.com Desenvolvimento e Autismo -
mento e Autismo de Coimbra é
Coimbra
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OPINIÃO
17 DE ABRIL DE 1969 EDITORIAL
EDIÇÃO ESPECIAL
D’A CABRA O NEGÓCIO SUPERIOR
Jornal Universitário de Coimbra - A CABRA Depósito Legal nº183245/02 Registo ICS nº116759
Director João Miranda Editor-Executivo Pedro Crisóstomo Editor-Executivo Multimédia: João Ribeiro Editores: André Ferreira (Fo-
tografia), Cláudia Teixeira (Ensino Superior), Sara Oliveira (Cultura), Catarina Domingos (Desporto), Marta Pedro (Cidade), Rui Miguel Pereira
(País & Mundo), Diana Craveiro (Ciência & Tecnologia) Secretária de Redacção Sónia Fernandes Paginação Pedro Crisóstomo, Sónia Fer-
Secção de Jornalismo, nandes, Tatiana Simões Redacção Adelaide Batista, Ana Coelho, Andreia Silva, Carolina de Sá, Eunice Oliveira, Filipa Faria, Hugo Anes, João
Associação Académica de Coimbra, Picanço, Patrícia Gonçalves, Patrícia Neves, Pedro Nunes, Tiago Carvalho, Vanessa Quitério, Vanessa Soares Fotografia Ana Coelho, Ana Rel-
Rua Padre António Vieira, vas França, Catarina Santos, Leandro Rolim, Sara Oliveira Ilustração Rafael Antunes, Tatiana Simões Colaboraram nesta edição Alice
3000 - Coimbra Alves,Bruno Monterroso, Filipa Magalhães, Filipe Sousa, Maria João Fernandes, Nuno Agostinho, Sara Coimbra, Sara Fidalgo, Vasco Batista
Tel. 239821554 Fax. 239821554 Colaboradores permanentes Ana Val-do-Rio, Carla Santos, Carlo Patrão, Cláudia Morais, Dário Ribeiro, Emanuel Botelho, Fátima Almeida,
e-mail: acabra@gmail.com Fernando Oliveira, François Fernandes, Inês Rodrigues, José Afonso Biscaia, José Santiago, Milene Santos, Pedro Nunes, Sofia Piçarra, Rafael
Fernandes, Rui Craveirinha Publicidade Sónia Fernandes - 239821554; 914926850 Impressão FIG - Fotocomposição e Indústrias Gráficas,
S.A.; Telefone. 239 499 922, Fax: 239 499 981, e-mail: fig@fig.pt Tiragem 4000 exemplares Produção Secção de Jornalismo da Associação
Académica de Coimbra Propriedade Associação Académica de Coimbra Agradecimentos Reitoria da Universidade de Coimbra, Serviços de
Acção Social da Universidade de Coimbra
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Telf: 239 82 15 54 ação Académica de Coimbra
Notas
EUA RUC
Faculdade
de Letras
sobre
arte...
Nova administração, novas políti- Música, animação e comemora- O Instituto de Estudos Jornalísti-
cas. Com o início da reunião de Bona ções. Três palavras que marcam o cos da FLUC assinou um convénio de
sob a égide da ONU para discutir mês de Março em que a RUC come- cooperação com a Globo Comunica-
temas ambientais, os EUA assumi- morou 23 anos. O concerto dos Bu- ção, em parceria com a ERC e com o
ram estar disponíveis para assinar raka Som Sistema, no Pavilhão Alto Comissariado para a Imigração
um acordo sobre as alterações climá- Multidesportos, foi um dos pontos e o Diálogo Intercultural. O protocolo
ticas até ao final do ano. Todd Stern, altos das celebrações. Seguiram-se visa a cooperação e o intercâmbio cul-
da nova delegação da administração The Ruby Suns que, dia 26, encerra- tural entre a UC e a Globo através da
Obama, prometeu agir contra os pro- ram o ciclo de concertos. O presi- realização de projectos com profis-
blemas climáticos, mas alertou para dente da RUC, Alexandre Lemos, já sionais da televisão, estudantes e do-
a importância do compromisso dos adiantou a realização de uma festa de centes. Tudo em prol de uma melhor
principais países desenvolvidos. encerramento no dia 2 de Abril. formação profissional.
V.B. V.B. V.B.
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