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Este estudo consiste em uma revisão da literatura, adotando um formato narrativo e descritivo,
com uma abordagem exploratória. Para coletar os materiais necessários, foram utilizados
artigos científicos e materiais disponíveis em bases de dados eletrônicos, selecionados com
base em sua relevância para o tópico de estudo.
A revisão narrativa é conhecida por sua estratégia flexível, dispensando buscas complexas e
exaustivas, tornando-a particularmente adequada para estruturar artigos, dissertações, teses e
trabalhos de conclusão de curso. (MARCONI; LAKATOS, 2022)
4 RESULTADOS E DISCUSSÕES
O foco deste estudo se dedicou à investigação do efeito do alongamento estático nos músculos
isquiotibiais, uma área de grande relevância no contexto da saúde e do desempenho físico. As
evidências analisadas apresentam diferentes resultados, haja vista que são estudos que
analisaram tais efeitos sob diferentes perspectivas, considerando a intensidade, duração e a
comparação dos efeitos do alongamento estático com outros tipos de alongamento nos
músculos isquiotibiais.
No estudo produzido por Silva et al. (2021), cujo objetivo era avaliar e comparar a o
comportamento da força muscular dos isquiotibiais após a aplicação da crioterapia e a
realização de alongamentos, um grupo com 12 indivíduos foi submetido ao alongamento
estático por 5 vezes com duração de 15 segundos e com intervalo de 30 segundos entre cada
alongamento, enquanto outro grupo com 14 indivíduos foi submetido a crioterapia. Em termos
de resultados, os autores identificaram que o grupo apresentou uma diminuição significativa
no desempenho da força flexora do joelho.
Já no estudo de Aguiar e Araújo (2018), 30 indivíduos submetidos ao alongamento estático
com duração de 45 segundos, com 3 repetições e um intervalo de 30 segundos entre as séries,
apresentaram uma redução de força muscular inferior a 10% imediatamente após o
alongamento. Os autores identificaram ainda que a literatura aponta que resultados inferiores
a 10% devem ser considerados como insignificantes em termos de impacto. Ademais,
constatou-se que o grupo apresentou um ganho de amplitude de movimento muscular
superior a 20%.
De igual forma, a revisão sistemática de Silva, Andrade e Pereira (2023) acerca dos efeitos de
técnicas de alongamento nos músculos isquiotibiais, apesar de não avaliar o desempenho
quanto a força muscular, constatou que a maioria dos estudos indicam que para efeitos
imediatos no que diz respeito à flexibilidade e amplitude de movimento, o alongamento
estático não apresenta um efeito positivo quando comparados com demais tipos de
alongamento como o FNP. Contudo, quando analisado sob a perspectiva de efeitos e
manutenção à longo prazo, o alongamento estático é o mais recomendado, haja vista que o
referido tipo de alongamento permite a manutenção da amplitude de movimento e a
flexibilidade.
Nos estudos de Ferreira e Lumini (2018), a análise abrangente dos artigos revelou que a
maioria deles (5) identificou diferenças significativas entre os grupos submetidos ao
alongamento estático dos isquiotibiais e o grupo de controle. Isso resultou em um aumento na
amplitude de movimento e, portanto, na flexibilidade dos grupos submetidos ao alongamento
estático. No entanto, um estudo observou que alongar por apenas 15 segundos não era mais
eficaz do que não alongar, enquanto outros sugeriram que 30 segundos de alongamento diário
eram igualmente eficazes no aumento da amplitude de movimento da extensão do joelho em
comparação com durações mais longas.
Além disso, os resultados obtidos pelos autores supracitados apontaram que o tempo total de
alongamento pode ser mais relevante do que a duração de cada repetição, e diferentes
números de repetições e durações produziram resultados semelhantes quando o tempo total
de alongamento era mantido constante. Surpreendentemente, a manutenção dos ganhos de
flexibilidade foi observada mesmo após o término do programa de alongamento, o que desafia
a reversibilidade típica do treinamento. Portanto, a eficácia do alongamento estático parece
depender de uma combinação complexa de fatores, incluindo duração, número de repetições e
tempo total de alongamento. (FERREIRA; LUMINI, 2018)
Resultados semelhantes foram obtidos por Morcelli, Oliveira e Navega (2013), cujo estudo
comparou o ganho imediato de flexibilidade dos músculos isquiotibiais após a aplicação de três
técnicas de alongamento: estático, balístico e contrair-relaxar. Os resultados indicaram que
tanto o alongamento balístico quanto o contrair-relaxar foram capazes de aumentar
imediatamente a flexibilidade dos músculos isquiotibiais. Em contrapartida, os autores
constataram que a eficácia do alongamento estático na flexibilidade dos músculos isquiotibiais
está associada ao longo prazo.
Esses achados corroboram com a teoria fisiológica subjacente, que sustenta que o
alongamento estático promove o aumento da complacência do tecido muscular e conjuntivo,
permitindo, assim, uma maior extensão das fibras musculares. (AGUIAR; ARAÚJO, 2018)
No que diz respeito à força muscular, embora o alongamento estático possa temporariamente
reduzir a força muscular imediatamente após a sua aplicação, esse efeito é transitório e não
compromete o desenvolvimento de força a longo prazo. Em outras palavras, a incorporação
adequada do alongamento estático em programas de treinamento não parece limitar o ganho
de força muscular ao longo do tempo. (BERTOLINI, 2015)
É relevante mencionar que a relação entre o alongamento estático e a força muscular pode ser
influenciada por fatores individuais, como a duração do alongamento, o tipo de exercício e a
população de estudo. Portanto, é imperativo que os profissionais da educação física
considerem cuidadosamente essas variáveis ao planejar programas de treinamento que
envolvam o alongamento estático.
Assim, a análise dos resultados deste estudo proporciona uma compreensão abrangente dos
efeitos do alongamento estático nos músculos isquiotibiais. O alongamento estático
demonstrou consistentemente aumentar a flexibilidade muscular e a amplitude de movimento,
o que pode ser benéfico para a saúde musculoesquelética e o desempenho funcional. Além
disso, quando aplicado de maneira adequada, o alongamento estático pode melhorar o
desempenho muscular em atividades que requerem uma extensão completa dos músculos
isquiotibiais, embora seja essencial considerar a intensidade e a duração.
No que diz respeito à força muscular, embora o alongamento estático possa ter efeitos
imediatos transitórios, não parece prejudicar o desenvolvimento de força a longo prazo. No
entanto, é importante individualizar a aplicação do alongamento estático, levando em
consideração os objetivos específicos de treinamento e as características dos indivíduos.
5 CONCLUSÃO
O foco deste estudo foi analisar quais são os efeitos do alongamento estático nos músculos
isquiotibiais, precisamente sobre a flexibilidade e desempenho muscular.
No que diz respeito à força muscular, constatou-se que, embora o alongamento estático possa
resultar em uma diminuição temporária da força imediatamente após sua aplicação, esse efeito
é transitório e não prejudica o desenvolvimento de força muscular a longo prazo. No entanto, a
relação entre o alongamento estático e a força muscular é influenciada por vários fatores
individuais, como a duração do alongamento e o tipo de exercício.
REFERÊNCIAS
BERTOLINI, Gladson Ricardo Flor. Alongamento estático associado ou não ao exercício resistido
sobre a extensibilidade e força muscular em indivíduos saudáveis. Revista Brasileira de
Fisiologia do Exercício, v. 14, n. 1, p. 38-43, 2015. Disponível em:
https://convergenceseditorial.com.br/index.php/revistafisiologia/article/view/130/238. Acesso
em: 19 set. 2023.
MARCONI, Marina de A.; LAKATOS, Eva M. Metodologia Científica. Barueri: Atlas, 2022.
MORCELLI, Mary Hellen; OLIVEIRA, Júlia Martins Cruz Alves; NAVEGA, Marcelo Tavella.
Comparação do alongamento estático, balístico e contrair-relaxar nos músculos isquiotibiais.
Fisioterapia e pesquisa, v. 20, p. 244-249, 2013. Disponível em:
https://www.scielo.br/j/fp/a/cNdf8vspWNHJGqJmbx3G7QL/#. Acesso em: 20 set. 2023.
SILVA, Danilo Sousa; ANDRADE, Agnes Tavares; PEREIRA, Fernando Borges. Análise de métodos
de alongamentos para os isquiotibiais: uma revisão sistemática. Revista Eletrônica Acervo
Saúde, v. 23, n. 1, p. e11536-e11536, 2023. Disponível em:
https://acervomais.com.br/index.php/saude/article/view/11536/6841. Acesso em: 27 ago.
2023.
SILVA, Vinicius Alexandre Alves et al. Comparação da força dos músculos isquiotibiais antes e
após o alongamento e crioterapia. Research, Society and Development, v. 10, n. 5, p.
e22410515043-e22410515043, 2021. Disponível em:
https://rsdjournal.org/index.php/rsd/article/view/15043/13314. Acesso em: 28 ago. 2023.