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Resumo “O Direito do Consumidor como Direito Fundamental”

O Constituinte brasileiro assegurou os direitos do consumidor como direito e princípio


fundamental e ainda determinou a realização de um sistema de caráter normativo para
garantir essa proteção (o CDC). Dessa forma, foi-se criado um microssistema de
direitos/deveres nas relações de consumo.
Não há uma determinação constitucional de proteção do consumo, mas sim do sujeito
Consumidor. A proteção de sujeito em relação privada se choca com o conceito liberal
clássico de Constituição, mas faz sentido na nova concepção sobre a função da CRFB,
baseada na dignidade da pessoa humana. A partir disso, a esfera pública e a privada se
aproximam. Direitos privados (contratos, família, propriedade, consumo) são incluídos na
Constituição de 1988.
A partir disso o texto tem o objetivo de identificar a natureza e o conteúdo das normas sobre
direito do consumidor como direito fundamental na Constituição.
“O Estado promoverá, na forma da lei, a defesa do consumidor” (art. 5, xxxii, CRFB) –
cláusula pétrea na Constituição. O direito do consumidor se compõe em direito à proteção
do Estado contra a intervenção de terceiros, de modo que a qualidade de consumidor lhe
atribui certos direitos oponíveis em regra aos entes privados. Assim, é dever do Estado
proteger o Consumidor (proibição de excesso, mas também da omissão).
Alguns dizem que essa proteção ao Consumidor estaria desrespeitando o princípio da
igualdade, favorecendo demais uma das partes do contrato. Porém a doutrina consumerista
majoritária retruca que ao estabelecer a proteção do consumidor, o que ocorre é justamente
a igualização, o equilíbrio na relação desigual. Essa desigualdade é gerada pela diferença
econômica entre as partes.
Robert Alexy propõe duas fórmulas para indicar a estrutura do direito à igualdade do ponto
de vista jurídico: a) Se não há nenhuma razão suficiente para a permissão de um tratamento
desigual, então está ordenado um tratamento igual; b) Se há uma razão suficiente para
ordenar um tratamento desigual, então está ordenado um tratamento desigual.
A desigualdade estaria na posição favorecida do fornecedor, devido ao poder econômico.

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