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Defesa do consumidor em juízo

APRESENTAÇÃO

O Direito do Consumidor, no título que nomeou como a Defesa do Consumidor em Juízo, tratou
de disciplinar os aspectos da ação coletiva, definindo sobre direitos difusos, coletivos e
individuais homogêneos, tratou também da legitimidade para ajuizar as ações coletivas.

Nesta unidade de aprendizagem veremos como o Código de Defesa do Consumidor, a defesa do


consumidor em juízo como forma de proteger os direitos coletivos do consumidor.

Bons estudos.

Ao final desta Unidade de Aprendizagem, você deve apresentar os seguintes aprendizados:

• Diferenciar as ações coletivas em sentido amplo.


• Reconhecer a legitimidade para propor ação coletiva.
• Determinar os tipos de direito coletivo de acordo com o caso concreto.

DESAFIO

Considerando a defesa coletiva dos consumidores, a classificação e a diferenciação legal dos


direitos coletivos em sentido amplo, dada pelo parágrafo único do artigo 81 do Código de
Defesa do Consumidor em direito difuso, direito coletivo e direito individual homogêneo.

Considere as seguintes situações:

- Um grupo de pessoas intoxicadas por um buffet de casamento.


- Um laboratório químico que comercializa produtos farmacêuticos falsificados.
- Uma empresa de consórcio reajustou o valor da parcela em 15% para o grupo 2526 que tem
como bem um veículo.

Em cada uma das situações, temos um exemplo de direito coletivo em sentido amplo.
Considerando a classificação do Código de Defesa do Consumidor para tais direitos, determine
seu enquadramento justificando a escolha com fundamento legal.
INFOGRÁFICO

No Infográfico veremos como o Código de Defesa do Consumidor disciplina a defesa do


consumidor em juízo.

Clique nele e em cada um dos artigos para conhecer mais.

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CONTEÚDO DO LIVRO

A Defesa do Consumidor em Juízo, tratou de disciplinar os aspectos da ação coletiva e demais


pontos. Para conhecer mais sobre o assunto, leia o capítulo Defesa do Consumidor em Juízo do
livro "Direito do Consumidor".

Boa Leitura.
DIREITO DO
CONSUMIDOR

Gustavo
Santanna
DEFESA DO
CONSUMIDOR
EM JUÍZO
INTRODUÇÃO

O Código de Defesa do Consumidor, no título reservado para a Defesa do


Consumidor em Juízo, tratou de disciplinar os aspectos da ação coletiva,
definindo sobre direitos difusos, coletivos e individuais homogêneos, tratando
também da legitimidade para ajuizar as ações coletivas.

Nesta Unidade de Aprendizagem veremos o Código de Defesa do Consumidor,


a defesa do consumidor em juízo como forma de proteger os direitos coletivos
do consumidor.

A DEFESA DO CONSUMIDOR EM JUÍZO

O Código de Defesa do Consumidor, no caput de seu artigo 81, determina que


a defesa dos interesses e direitos dos consumidores poderá ser exercida em
juízo tanto individualmente quanto coletivamente.

Compreende-se, através da presente normativa, que, apesar de o Código


Consumerista trazer de forma mais detalhada a defesa coletiva do consumidor,
a proteção individual do consumidor não é esquecida. Isto é, a pessoa que
buscar individualmente a prestação jurisdicional usufruirá de toda a proteção
garantida pelo Código, caso esteja no papel de consumidor.

No que tange à defesa coletiva, o parágrafo único do artigo 81 dispõe que esta
será exercida quando se tratar de interesses ou direitos difusos, interesses ou
direitos coletivos e interesses ou direitos individuais homogêneos. Confere-
se que, por se tratar de direitos que abrangem um determinado número de
indivíduos, sua tutela judicial dar-se-á através de ações coletivas.

Ademais, em que pese o Código traga brevemente o modo como devem ser
compreendidos tais interesses ou direitos apresentados e, por consequência,

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sua defesa em juízo, se entende necessário aprofundar os presentes
conceitos.

FIQUE
ATENTO

Para a defesa dos direitos e interesses protegidos pelo CDC são


admissíveis todas as espécies de ações capazes de propiciar sua
adequada e efetiva tutela.

AS AÇÕES COLETIVAS

O Código de Defesa do Consumidor instituiu, no parágrafo único do seu artigo


81, três espécies de ações coletivas para defesa do consumidor, quais sejam:
ação civil pública para proteção de interesses e direitos difusos; ação civil
pública para proteção de interesses e direitos coletivos e a ação para proteção
de interesses e direitos individuais homogêneos.

Interesses ou direitos difusos


Nos termos do artigo 81, parágrafo único, inciso I, do Código de Defesa
do Consumidor, os interesses ou direitos difusos são transindividuais, de
natureza indivisível, de que sejam titulares pessoas indeterminadas e ligadas
por circunstâncias de fato. Nota-se, através de seu conceito legal, que essa
espécie de interesse, ou direito, é composta por quatro elementos que são
cumulativos.

Quando a legislação afirma que o direito difuso é transindividual (também


chamado de metaindividual ou supraindividual) determina que seu titular é a
coletividade, e não um único indivíduo. Igualmente necessário ressaltar que,
neste caso, não há possibilidade de determinação dos sujeitos titulares deste
direito.

Nota-se que o conceito de direito transindividual é residual, aplicando-


se a todo direito material que não seja de titularidade de um indivíduo,
seja ele pessoa humana ou jurídica, de direito privado ou público. No

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caso específico do direito difuso, o titular é a coletividade, representada
por sujeitos indeterminados e indetermináveis. São direitos que não têm
por titular uma só pessoa nem mesmo um grupo bem determinado de
pessoas, concernindo a todo o grupo social, a toda coletividade, ou mesmo
à parcela significativa dela. (NEVES, 2013, p. 367)

No que tange à indivisibilidade do direito, o segundo elemento previsto


no dispositivo legal entende que o direito não pode ser fracionado entre
os indivíduos que compõem a coletividade, inclusive em decorrência da
impossibilidade do reconhecimento destes membros. Deste modo, caso
ocorra uma violação ao direito difuso, todos deverão suportá-la por igual, da
mesma forma que, obtida tutela jurisdicional favorável, esta será aproveitada
por todos sem distinção (CARVALHO FILHO, 2009, p. 151).

Ao dispor que são indeterminados os titulares dos direitos ou interesses


difusos, o legislador cometeu um erro, segundo a doutrina, tendo em vista
que os titulares destes direitos não são sujeitos indeterminados, mas, sim,
a coletividade, conforme determina sua transindividualidade. Em que pese
a coletividade seja formada por pessoas, estas não possuem qualquer
importância para o direito difuso enquanto indivíduos, somente como sujeitos
que compõem a coletividade (NEVES, 2013, p. 367). Desse modo, deve-se
compreender que o titular do direito difuso é a coletividade, composta por
sujeitos indeterminados e indetermináveis, isto é, por indivíduos que não são
determinados individualmente.

Por fim, o último elemento apontado pelo dispositivo legal é conexão de todos
os indivíduos que compõem a coletividade através de uma situação de fato.
Ressalta-se que este elemento trata sobre a realidade fática, e não jurídica,
referindo-se aos indivíduos que residem em uma mesma localidade, pessoas
expostas aos mesmos riscos.

Tem-se como exemplo a propaganda enganosa. Através de um anúncio


capaz de induzir o consumidor a erro, o fornecedor busca vender um produto
ou serviço que jamais será capaz de atender às expectativas deixadas pela
propaganda. O simples fato de ser veiculada uma campanha publicitária
enganosa é o suficiente para que todos os consumidores, potencialmente
expostos a esta, passem a compor a coletividade consumerista afrontada
pela violação cometida pelo fornecedor (DIDIER JUNIOR, ZANETI JUNIOR,
2013, p. 78).

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Outro exemplo interessante trazido pela doutrina é a colocação de produtos
com alto grau de nocividade ou periculosidade à saúde ou segurança dos
consumidores no mercado. Nos mesmos moldes do exemplo anterior,
esta será uma circunstância de fato que reunirá os consumidores em uma
coletividade afrontada pela conduta do fornecedor. (CAVALIERI FILHO, 2014,
p. 400).

Interesses ou direitos coletivos


Conforme disposto no artigo 81, parágrafo único, inciso II do Código de Defesa
do Consumidor, os interesses ou direitos coletivos são caracterizados como
transindividuais, indivisíveis, de que seja titular grupo, categoria ou classe de
pessoas ligadas entre si ou com a parte contrária por uma relação jurídica
base.

Da mesma forma que o direito difuso, o direito coletivo é considerado


transindividual, pois seu titular se trata de um único indivíduo. Entretanto,
enquanto no direito difuso o titular do direito é a coletividade, no direito
coletivo este é definido por um grupo, categoria ou classe de pessoas.

A indivisibilidade dos direitos coletivos apresenta as mesmas características


dos direitos difusos, uma vez que não podem ser divididos e usufruídos
individualmente pelos sujeitos que compõem o grupo, categoria ou classe
titular do referido direito.

No que tange ao terceiro elemento apresentado pelo inciso II, do parágrafo


único, do artigo 81, confere-se que a titularidade do direito coletivo é de
determinado grupo, categoria ou classe de indivíduos, ou seja, não se trata
especificamente dos sujeitos que compõem tais comunidades, mas, sim, da
instituição em si. Outrossim, esta limitação do direito coletivo a sujeitos que
componham uma determinada comunidade leva a doutrina a afirmar que
esses sujeitos são indeterminados, mas passíveis de determinação (NEVES,
2013, p. 369).

Quanto à relação jurídica base, apontada como quarto elemento para a


composição do direito coletivo, pode-se dar tanto através dos membros
do grupo quanto pela ligação deste com a parte contrária. Os dois casos,
porém, não devem ser confundidos (DIDIER JUNIOR, ZANETI JUNIOR, 2013,
p. 79). Enquanto, no primeiro caso, a relação decorre da união de indivíduos
que possuem objetivos em comum, no segundo, a ligação se dá através

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da parte contrária e o grupo, categoria ou classe de pessoas. No primeiro
momento, a relação se dá em virtude da vontade das partes, da aproximação
em decorrência dos objetivos em comum. Porquanto, no segundo momento
a relação ocorre em resposta de determinada lesão de direitos (CAVALIERI
FILHO, 2014, p. 401).

Interesses ou direitos individuais homogêneos


Inicialmente, é necessário ressaltar que a presente categoria de direitos
tem origem nas class actions for damages, ações de reparação de danos
à coletividade do direito norte-americano. Sem a sua criação no direito
brasileiro, não seria possível a tutela coletiva de direitos individuais que,
em decorrência da padronização das relações jurídicas e das lesões destas
decorrentes, obtiveram nova dimensão coletiva.

A ficção jurídica atende a um imperativo do direito, realizar com efetividade


a Justiça frente aos reclames da vida contemporânea. Assim, tal categoria
de direitos representa uma ficção criada pelo direito positivo brasileiro
com a finalidade única e exclusiva de possibilitar a proteção coletiva
(molecular) de direitos individuais com dimensão coletiva (em massa). Sem
essa expressa previsão legal, a possibilidade de defesa coletiva de direitos
individuais estaria vedada. (DIDIER JUNIOR, ZANETI JUNIOR, 2013, p. 80)

O artigo 81, parágrafo único, inciso III do Código de Defesa do Consumidor


conceituou de forma concisa os direitos individuais homogêneos, prevendo
apenas como exigência que este decorra de uma origem comum. Todavia,
em que pese o presente dispositivo apresente uma conceituação simples, a
doutrina buscou aprofundar seu conteúdo.

A origem comum que caracteriza o direito individual homogêneo, segundo


entendimento doutrinário, poderá ser fática ou jurídica. Será fática quando,
por obviedade, a ocorrência de certo fato for determinante para a existência
do direito. Por exemplo, milhares de vítimas de uma publicidade enganosa
veiculada por vários órgãos de imprensa em repetidos dias (origem comum
– propaganda); dezenas de vítimas de um mesmo acidente de consumo –
explosão do Osasco Plaza Shopping (REsp nº 279.273/SP) (CAVALIERI FILHO,
2014, p. 402).

Outrossim, a origem comum será jurídica quando decorrer dos componentes


da causa de pedir, quais sejam, o fato e o fundamento jurídico. Neste ponto,

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confere-se a possibilidade de que, em que pese, apresente fatos distintos,
determinado grupo de indivíduos possa postular por um direito com base em
um mesmo fundamento jurídico, afirmando-se, do mesmo modo, que tais
direitos individuais decorrem de uma origem comum (ARE nº 675.945 AgR,
Relator Ministro Dias Toffoli, julgado em 19/02/2013).

Ressalta-se que, além da origem comum do direito tutelado, o entendimento


doutrinário confere importante a prevalência do interesse coletivo sobre o
individual dos direitos tutelados. Somente havendo tal prevalência que será
possível a caracterização dos direitos como homogêneos e estes poderão ser
tutelados pelo microssistema coletivo (NEVES, 2013, p. 371).

Uma ação coletiva para a defesa de direitos individuais homogêneos não


significa a simples soma das ações individuais. Às avessas, caracteriza-
se a ação coletiva por interesses individuais homogêneos exatamente
porque a pretensão do legitimado concentra-se no acolhimento de uma
tese jurídica geral, referente a determinados fatos, que pode aproveitar
a muitas pessoas. O que é completamente diferente de apresentarem-
se inúmeras pretensões singularizadas, especificamente verificadas em
relação a cada um dos respectivos titulares do direito. (DIDIER JUNIOR,
ZANETI JUNIOR, 2013, p. 81-82)

Portanto, confere-se que o que esses direitos têm em comum é a sua


procedência, a origem na conduta comissiva ou omissiva da parte contrária,
questões de fato ou de direito (DIDIER JUNIOR, ZANETI JUNIOR, 2013, p. 81).

Proposta a ação, será publicado edital no órgão oficial, a fim de que os


interessados possam intervir no processo como litisconsortes, sem prejuízo
de ampla divulgação pelos meios de comunicação social por parte dos órgãos
de defesa do consumidor.

DOS LEGITIMADOS PARA PROPOR AÇÃO COLETIVA

O artigo 82 do Código de Defesa do Consumidor apresenta o rol de legitimados


para propor ação que tenha por objetivo proteger direitos difusos, coletivos
ou individuais homogêneos dos consumidores.

O legislador atribuiu legitimidade concorrente a órgãos públicos e privados


para atuarem na proteção e defesa dos interesses dos consumidores, de
maneira coletiva, ou seja, cada um dos legitimados possui a capacidade de

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exercitar seu direito de ação de forma autônoma (PASQUALOTTO, 2011, p.
616).

São legitimados para agir o Ministério Público, a União, os Estados, os


Municípios, o Distrito Federal, as Entidades e Órgãos da Administração
Pública, direta e indireta e as Associações legalmente constituídas. Inclui-se
no presente rol a Defensoria Pública que, em que pese, não se encontre no
artigo 82 do Código de Defesa do Consumidor, está presente no artigo 5º da
Lei da Ação Civil Pública, Lei nº 7.347, de 24 de julho de 1985.

FIQUE
ATENTO

Os legitimados poderão propor, em nome próprio e no interesse das


vítimas ou seus sucessores, ação civil coletiva de responsabilidade
pelos danos individualmente sofridos.

A legitimação do Ministério Público


A legitimidade do Ministério Público para as ações coletivas possui previsão
na Constituição Federal, em seu artigo 129, inciso III, que dispõe ser uma
das funções institucionais do Ministério Público promover o inquérito civil e
a ação civil pública para a proteção do patrimônio público e social, do meio
ambiente e de outros interesses difusos e coletivos.

Verifica-se que, em decorrência da expressa previsão constitucional de


tutela dos direitos difusos e coletivos, o Ministério Público não tem qualquer
limitação em sua atuação para a defesa destes direitos. A proposição é
totalmente pacificada no tocante à defesa dos direitos difusos, em razão da
sua indisponibilidade e indeterminabilidade dos indivíduos beneficiados pela
tutela jurisdicional (CAVALIERI FILHO, 2014, p. 404).

Entretanto, no que tange aos direitos coletivos, cujos titulares são sujeitos
indeterminados, mas determináveis, parte da doutrina compreende que o
Ministério Público atuará somente nas ações coletivas que, de alguma forma,,
estejam amparadas em relevante interesse público ou social (NEVES, 2013, p. 388).

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Ademais, em que pese não ser expressa a previsão constitucional acerca
da atuação do Ministério Público para proteção dos direitos individuais
homogêneos, o Código de Defesa do Consumidor prevê esta possibilidade,
assim como a Lei Orgânica do Ministério Público, no artigo 25, inciso IV, alínea
a. Não obstante a viabilidade, assim como na defesa dos direitos coletivos,
a legitimidade do Ministério Público, na atuação para proteção dos direitos
individuais homogêneos também dependerá da existência de relevante
interesse público ou social.

Em linha de princípio, somente os interesses individuais indisponíveis estão


sob a proteção do parquet. Foi a relevância social da tutela a título coletivo
dos interesses ou direitos individuais homogêneos que levou o legislador a
atribuir ao Ministério Público e a outros entes públicos a legitimação para
agir nessa modalidade de demanda molecular. (WATANABE, 2004, p. 818)

O Ministério Público, se não ajuizar a ação, atuará sempre como fiscal da lei.

Os entes públicos e os órgãos da administração como legitimados para


propositura de ação coletiva
A legitimidade ativa da União, Estados, Municípios e Distrito Federal para
as ações coletivas em defesa dos consumidores decorre de dois preceitos
constitucionais, quais sejam, o artigo 5º, inciso XXXII, que incumbe ao Estado
(sentido amplo) promover a defesa do consumidor, na forma da lei, e o artigo
170, inciso V, que estabelece a defesa do consumidor como um dos princípios
fundamentais da ordem econômica e financeira.

Compreende-se que a União deverá atentar-se aos interesses de âmbito


nacional, os Estados com os interesses regionais ou estaduais, assim como
os Municípios, que deverão preocupar-se com aqueles de ordem municipal
(WATANABE, 2004, p. 821).

Além dos entes federados, são legitimados para propor ações coletivas
os Órgãos da Administração Pública, tanto direta como indireta, ainda que
sem personalidade jurídica, desde que especificamente destinados à defesa
dos interesses e direitos dos consumidores. Essa destinação específica
deverá ser atribuída por lei, assim como deverá haver correlação entre os
interesses ou direitos coletivos em discussão e os fins institucionais do órgão
administrativo ou entidade (CAVALIERI FILHO, 2014, p. 408).

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O PROCON – Coordenadoria de Proteção e Defesa do Consumidor – é um
exemplo de órgão da Administração Pública legitimado para a defesa dos
interesses e direitos do consumidor em juízo, como já reconheceu o Superior
Tribunal de Justiça no Recurso Especial nº 200.827/SP, de relatoria do Ministro
Carlos Alberto Menezes Direito.

Da legitimação das associações legalmente constituídas


As associações legalmente constituídas há, pelo menos, um ano e que
possuam entre seus fins institucionais a defesa dos interesses e direitos
dos consumidores também possuem legitimidade para ingressar ações em
defesa dos consumidores.

O requisito de pré-constituição pode ser dispensado pelo juiz nas ações


que visam a proteção de direitos individuais homogêneos, quando presente
manifesto interesse social evidenciado pela dimensão ou característica do
dano ou pela relevância do bem jurídico a ser protegido (PASQUALOTTO,
2011, p. 617).

São exemplos a Associação das Vítimas do Palace II, das Vítimas de Amianto,
das Vítimas do Cofre do Banco do Brasil, das Vítimas do Acidente Aéreo da Air
France, entre outras.

Da Defensoria Pública e a sua legitimidade para o ingresso com ação


coletiva
Em que pese a Defensoria Pública não estar no rol apresentado pelo artigo
82 do Código de Defesa do Consumidor, a Lei nº 11.448, de 15 de janeiro
de 2007, ao alterar o artigo 5º da Lei nº 7.347, de 24 de julho de 1985,
incluiu a Defensoria Pública entre os legitimados para a propositura da
ação civil pública, ao lado do Ministério Público, entes federados, órgãos da
administração pública, entre outros. A partir dessa alteração, foi conferida à
Defensoria Pública a legitimidade de atuar em defesa dos interesses e direitos
dos consumidores, sendo esta considerada uma função atípica.

Vislumbra-se como função típica da Defensoria Pública a defesa dos


interesses dos economicamente necessitados. Entretanto, existe certa
divergência quanto à conceituação de sua função atípica. Para parte da
doutrina, qualquer atuação que, apesar de legalmente permitida, não seja
em defesa do economicamente necessitado, representa uma atuação atípica.
São exemplos desta atuação a defesa de acusados no processo penal e a

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curadoria especial (NEVES, 2013, p. 399). Nos casos mencionados, a condição
econômica do sujeito tutelado pela Defensoria Pública é irrelevante, pois
são outras as razões que determinam a participação do órgão no processo.
Confere-se que a legitimidade ativa da Defensoria Pública dissociada da
hipossuficiência econômica seria possível, em razão de suas funções atípicas
(DIDIER JUNIOR, ZANETI JUNIOR, 2013, p. 224).

COMPETÊNCIA PARA JULGAMENTO

O Código de Defesa do Consumidor trata em dois momentos sobre a


competência para julgar ações de proteção de interesses e direitos dos
consumidores. Em um primeiro momento, no artigo 93, a Lei nº 8.078/90
determina que, ressalvada a competência da Justiça Federal, é competente
para a causa a justiça local no foro do lugar onde ocorreu ou deva ocorrer o
dano, quando este for de âmbito local; ou no foro da capital do Estado ou no
Distrito Federal, para os danos de âmbito nacional ou regional, devendo ser
aplicadas as regras do Código de Processo Civil aos casos de competência
concorrente.

Confere-se que, no que tange à competência de jurisdição, o Código


determina que a competência local é residual, ou seja, será de competência
local somente quando não preencher os requisitos para que esta seja federal.
Vale dizer que a competência será da justiça federal nos casos previstos
no artigo 109 da Constituição Federal, dentre os quais as causas em que a
União, entidade autárquica ou empresa pública federal forem interessadas na
condição de autoras, rés, assistentes ou oponentes (GRINOVER, 2004, p. 874).

Quanto à competência territorial, o legislador optou por utilizar o critério


do local do dano, distinguindo-o em dano de âmbito local, caso em que
é atribuída a competência ao foro do local onde ocorreu ou deva ocorrer o
dano, conforme disposto no inciso I, do artigo 93 e dano de âmbito nacional
ou regional, caso em que a competência é atribuída ao foro da capital do
Estado ou do Distrito Federal, conforme previsto no inciso II do referido artigo
(CAVALIERI FILHO, 2014, p. 411).

Em um segundo momento, tratando da tutela individual dos interesses e


direitos dos consumidores, o CDC traz como possibilidade para propositura
de ação de responsabilidade civil do fornecedor de produtos e serviços, em
seu artigo 101, inciso I, o foro de domicílio do autor.

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A COISA JULGADA NAS AÇÕES COLETIVAS

Reconhece-se, atualmente, no ordenamento jurídico brasileiro, o direito de


revisão das decisões judiciais. Entretanto, é necessária a imposição de limites,
em decorrência do direito fundamental à segurança jurídica. Neste contexto,
o instituto da coisa julgada exerce a função de garantir ao jurisdicionado
que a decisão proferida em sua lide será definitiva, ou seja, não poderá ser
rediscutida, alterada ou desrespeitada (DIDIER JUNIOR, BRAGA, OLIVEIRA,
2013, p. 468).

Como regra, no sistema processual brasileiro, a coisa julgada vincula somente


as partes, não produzindo efeito sobre terceiros. O presente preceito
possui como fundamento as garantias constitucionais relacionadas ao
acesso à justiça, visto que, no entendimento processual clássico, ninguém
poderá ser atingido pelos efeitos de uma decisão judicial sem que lhe seja
garantido o acesso à justiça, com um processo devido, onde se oportuniza a
participação através do contraditório (MARINONI, MITIDIERO, 2013, p. 450).
E é nesse ponto que referido instituto diferencia-se daquele aplicado às
ações coletivas. Passível o entendimento de que o processo civil tradicional
se preocupa com os litígios individuais, assim, sua sentença faz coisa julgada
às partes que compõem o processo, não beneficiando nem prejudicando
terceiros. Entretanto, referido procedimento não satisfaz de modo pleno as
necessidades exigidas à tutela de direitos transindividuais, onde, como regra,
o dano é causado à coletividade (MILARÉ, 2014, p. 1.523).

Desse modo, no intuito de atender às peculiaridades dos direitos difusos e


coletivos, os limites da coisa julgada foram estendidos erga omnes ou ultra
partes, com exceção nos casos em que o pedido é rejeitado por insuficiência
de provas.

Efeito erga omnes nos direitos difusos


O artigo 103, inciso I, do CDC determina que a sentença fará coisa julgada
erga omnes, nas ações coletivas em defesa dos interesses ou direitos dos
consumidores, exceto se o pedido for julgado improcedente por insuficiência
de provas. Neste caso, qualquer legitimado poderá intentar outra ação, com
idêntico fundamento valendo-se de nova prova.

O efeito produzido pela coisa julgada tem por fundamento o próprio direito
protegido, qual seja, indivisível e transindividual. Não seria razoável que

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determinado provimento judicial não beneficiasse a todos os consumidores
que tenham sido ou venham a ser lesados, em qualquer parte do país, sob
pena de lesão ao requisito da indivisibilidade do direito difuso (CAVALIERI
FILHO, 2014, p. 414).

Efeito ultra partes nos direitos coletivos


Por sua vez, o inciso II, do artigo 103, do Código de Defesa do Consumidor,
determina que a coisa julgada será ultra partes, mas limitadamente ao
grupo, categoria ou classe, salvo se o pedido for declarado improcedente por
insuficiência de provas. Neste caso, nos mesmos termos do inciso I, qualquer
legitimado poderá ingressar com nova ação, com o mesmo fundamento,
desde que utilizando nova prova.

Como se vê, a coisa julgada aqui é ultra partes, e não erga omnes, como
no regime anterior. No caso de interesses difusos, a coisa julgada se
estende a todos da coletividade, sem exceção, porque estão ligados por
circunstâncias de fato. Em se tratando de interesses coletivos, cujos
titulares estão ligados por uma relação jurídica-base, os efeitos da
sentença estão limitados aos membros do grupo, categoria ou classe.
[...]. O Código de Defesa do Consumidor adotou a expressão ultra partes
exatamente para caracterizar que o interesse defendido na ação coletiva é
restrito ao grupo, não se confundido com o interesse difuso que se espalha
por toda a coletividade (CAVALIERI FILHO, 2014, p. 415).

Efeito erga omnes nos direitos individuais homogêneos


Confere-se, conforme disposto no inciso III, do artigo 103 do Código de Defesa do
Consumidor, que a sentença somente fará coisa julgada erga omnes no caso de
procedência do pedido, quando este tratar de direitos individuais homogêneos, no
intuito de beneficiar todas as vítimas, assim como seus sucessores, que poderão
proceder à liquidação da sentença e à posterior execução (coletiva ou individual),
conforme disposto no artigo 97 e seguintes do presente Código Consumerista.

Entretanto, ressalta-se que, caso ocorra a improcedência da ação coletiva,


aqueles que não tiverem participado da relação processual, ainda assim,
poderão propor ação indenizatória a título individual, nos termos do § 2º,
do artigo 103. A decisão desfavorável proferida na ação coletiva constituirá
um precedente, mas não será o fenômeno da coisa julgada que impedirá o
ajuizamento das ações judiciais (GRINOVER, 2004, p. 933-934).

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AS FORMAS DE EFETIVAÇÃO DE TUTELA NAS AÇÕES
COLETIVAS

Nas ações que tenham por objeto o cumprimento da obrigação de fazer ou


não fazer, o juiz concederá a tutela específica da obrigação ou determinará
providências que assegurem o resultado prático equivalente ao do
adimplemento. A conversão da obrigação em perdas e danos somente será
admissível se por elas optar o autor ou se impossível a tutela específica ou a
obtenção do resultado prático correspondente.

A indenização por perdas e danos se fará sem prejuízo da multa. Sendo


relevante o fundamento da demanda e havendo justificado receio de ineficácia
do provimento final, é lícito ao juiz conceder a tutela liminarmente ou após
justificação prévia, citado o réu.

O juiz poderá, ainda, impor multa diária ao réu, independentemente de


pedido do autor, se for suficiente ou compatível com a obrigação, fixando
prazo razoável para o cumprimento do preceito. Para a tutela específica ou
para a obtenção do resultado prático equivalente, poderá o juiz determinar
as medidas necessárias, tais como busca e apreensão, remoção de coisas e
pessoas, desfazimento de obra, impedimento de atividade nociva, além de
requisição de força policial.

Nas ações coletivas para a defesa de interesses individuais homogêneos,


a execução poderá ser coletiva, sendo promovida pelos legitimados (já
trabalhados neste capítulo), abrangendo as vítimas cujas indenizações já
tiveram sido fixadas em sentença de liquidação, sem prejuízo do ajuizamento
de outras execuções.

A execução coletiva far-se-á com base em certidão das sentenças de


liquidação, da qual deverá constar a ocorrência ou não do trânsito em julgado.

Em caso de litigância de má-fé, a associação autora e os diretores responsáveis


pela propositura da ação serão solidariamente condenados em honorários
advocatícios e ao décuplo das custas, sem prejuízo da responsabilidade por
perdas e danos.

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FIQUE
ATENTO

Nas ações coletivas de que trata o CDC não haverá adiantamento


de custas, emolumentos, honorários periciais e quaisquer
outras despesas, nem condenação da associação autora, salvo
comprovada má-fé, em honorários de advogados, custas e
despesas processuais.

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REFERÊNCIAS

CARVALHO FILHO, José dos Santos. Ação civil pública. 7.ed. Rio de Janeiro:
Lumen Juris, 2009.

CAVALIERI FILHO, Sérgio. Programa de direito do consumidor. 4.ed. São


Paulo: Atlas, 2014.

DIDIER JUNIOR, Fredie; ZANETI JUNIOR, Hermes. Curso de Direito Processual


Civil: Processo Coletivo. vol. 4., 8.ed. Salvador: JusPodivm, 2013.

________; BRAGA, Paula Sarno; OLIVEIRA, Rafael Alexandrina de. Curso


de Direito Processual Civil: teoria da prova, direito probatório, ações
probatórias, decisão, precedente, coisa julgada e antecipação da tutela. vol. 2,
8.ed. Salvador: Juspodivm, 2013.

GRINOVER, Ada Pellegrini. Código Brasileiro de Defesa do Consumidor


comentado pelos autores do anteprojeto. 8. ed. Rio de Janeiro: Forense
Universitária, 2004.

MARINONI, Luiz Guilherme; MITIDIERO, Daniel. Código de Processo Civil:


comentado artigo por artigo. 5.ed. São Paulo: Editora Revista dos Tribunais,
2013.

MILARÉ, Édis. Direito do Ambiente. 9.ed. São Paulo: Editora Revista dos
Tribunais, 2014.

NEVES, Daniel Amorim Assumpção. Ações Constitucionais. 2.ed. São Paulo:


Método, 2013.

PASQUALOTTO, Adalberto. A defesa coletiva dos consumidores no Brasil.


In: MARQUES, Claudia Lima; MIRAGEM, Bruno. Direito do Consumidor: tutela
das relações de consumo. São Paulo: Editora Revista dos Tribunais, 2011, p.
611-621.

WATANABE, Kazuo. Código Brasileiro de Defesa do Consumidor comentado


pelos autores do anteprojeto. 8. ed. Rio de Janeiro: Forense Universitária,
2004.

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Conteúdo:
DICA DO PROFESSOR

A dica do professor irá abordar resumidamente os principais conceitos sobre ação coletiva bem
como os direitos tutelados por ela.

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EXERCÍCIOS

1) Caracteriza-se como interesses ou direitos difusos, de acordo com o CDC:

A) Os decorrentes de origem comum.

B) Os decorrentes de diversas origens.

C) Os transindividuais, de natureza indivisível de que seja titular grupo, categoria ou classe de


pessoas ligadas entre si ou com a parte contrária por uma relação jurídica base.

D) Os transindividuais, de natureza indivisível, de que sejam titulares pessoas indeterminadas


e ligadas por circunstâncias de fato.

E) Os transindividuais, de natureza divisível, de que sejam titulares pessoas determinadas e


ligadas por circunstâncias de direito.

2) Na ação em defesa dos direitos dos consumidores que tenha por objeto o
cumprimento da obrigação de fazer ou não fazer, o juiz concederá a tutela específica
da obrigação ou determinará providências que assegurem o resultado prático
equivalente ao do adimplemento. Considerando o artigo 84 do CDC.

A) A conversão da obrigação em perdas e danos somente será admissível se por elas optar o
autor ou se for impossível a tutela específica ou a obtenção do resultado prático
correspondente, sendo que a indenização por perdas e danos não será cumulativa com a
multa.

B) A conversão da obrigação em perdas e danos somente será admissível se impossível a


tutela específica ou a obtenção do resultado prático correspondente, sendo que a
indenização por perdas e danos não será cumulativa com a multa.

C) A conversão da obrigação em perdas e danos somente será admissível se por elas optar o
autor ou se impossível a tutela específica ou a obtenção do resultado prático
correspondente, sendo que a indenização por perdas e danos se fará sem prejuízo da multa.

D) Sendo relevante o fundamento da demanda e havendo justificado receio de ineficácia do


provimento final, é lícito ao juiz conceder a tutela liminarmente, somente com audiência
de justificação prévia.

E) Dependendo do pedido do autor, o juiz poderá na sentença, impor multa diária ao réu, se
for suficiente ou compatível com a obrigação, fixando prazo razoável para o cumprimento
do preceito, sendo-lhe vedada a imposição da multa diária na concessão de liminar.

3) Sobre as ações coletivas para a defesa dos interesses previstos no parágrafo único do
artigo 81 do Código de Defesa do Consumidor, pode-se afirmar que:

A) A imposição de multa diária pelo juiz no curso da ação não depende de pedido do autor da
ação.

B) A coisa julgada se limita ao grupo, categoria ou classe de interessados, quando se tratar de


interesses difusos.

C) São legítimas para ajuizar ação de interesse do consumidor as associações legalmente


constituídas há pelo menos dois anos e que incluam entre seus fins institucionais a defesa
dos interesses e direitos protegidos por este código, dispensada a autorização assemblear.
D) Nem todas as espécies de ações são admitidas na efetiva tutela de direitos e de interesses
protegidos por este código.

E) O Ministério Público, se não ajuizar a ação, não poderá atuar como fiscal da lei.

4) Sobre a defesa do consumidor em juízo, considera-se que:

A) Os legitimados de que trata o art. 82 poderão propor, em nome próprio, ação civil coletiva
de responsabilidade pelos danos individualmente sofridos, mas não no interesse das
vítimas ou seus sucessores.

B) Nas ações coletivas para a defesa de interesses individuais homogêneos, em caso de


procedência do pedido, a condenação será genérica, fixando a responsabilidade do réu
pelos danos causados.

C) Nas ações coletivas para a defesa de interesses individuais homogêneos a liquidação e a


execução de sentença poderão ser promovidas pela vítima, mas não por seus sucessores.

D) Os direitos difusos e os direitos coletivos stricto sensu são transindividuais, de natureza


divisível.

E) Não são legitimados concorrentemente as entidades e os órgãos da Administração Pública,


direta ou indireta para atuar em defesa do consumidor.

5) Sobre as ações coletivas que postulem direitos dos consumidores, pode-se afirmar
que:

A) Os sucessores da vítima têm legitimidade para promover a liquidação individual da


sentença coletiva.

B) Não se admite a condenação do autor em litigância de má-fé.


C) A coisa julgada de interesses ou de direitos individuais homogêneos será erga omnes,
apenas no caso de procedência do pedido, para beneficiar somente as vítimas.

D) As ações coletivas, previstas nos incisos I e II e do parágrafo único do art. 81, induzem
litispendência para as ações individuais.

E) A execução coletiva será feita com base em certidão das sentenças de liquidação, da qual
deverá constar a ocorrência.

NA PRÁTICA

Sobre legitimidade de agir em defesa dos direitos do consumidor o CDC através do artigo 82
determina:

Art. 82. Para os fins do art. 81, parágrafo único, são legitimados concorrentemente:

I - o Ministério Público,

II - a União, os Estados, os Municípios e o Distrito Federal;

III - as entidades e os órgãos da Administração Pública, direta ou indireta, ainda que sem
personalidade jurídica, especificamente destinados à defesa dos interesses e dos direitos
protegidos por este código;

IV - as associações legalmente constituídas há pelo menos um ano e que incluam entre seus fins
institucionais a defesa dos interesses e dos direitos protegidos por este código, dispensada a
autorização assemblear.

Para exemplificarmos, traremos um modelo de ação coletiva ajuizado pelo Ministério Público
através da Promotoria Especializada de Defesa do Consumidor busca da defesa dos
consumidores.

Para conhecer clique na situação.


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SAIBA MAIS

Para ampliar o seu conhecimento a respeito desse assunto, veja abaixo as sugestões do
professor:

A coisa julgada nas ações coletivas

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Da Defesa do Consumidor em Juízo

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