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ARMAMENTO LEVE
METRALHADORA 7,62 M971 “MAG” - FN 60-20 INFANTARIA
I-APRESENTAÇÃO
Quando se cogita a utilização de uma metralhadora pesada para um carro de combate
ocidental, a escolha recai fatalmente sobre a extraordinária Browning .50.
Contudo, ao se necessitar de uma arma de alta flexibilidade tática para o mesmo carro, capaz de
assumir a função de arma coaxial e até figurar como segunda metralhadora em reparo de torre, a
eleição se faz baseado em vários fatores, como por exemplo, o calibre, a capacidade de
aprovisionamento de munição, habilidade em suportar rajadas prolongadas e pouca necessidade de
manutenção a partir do 3o escalão.
Todos os fatores citados, acrescidos do peso específico do armamento, também são levados em
conta ao se buscar o equivalente para equipar as tropas de infantaria.
Graças a herança da II Guerra Mundial, onde os vencedores procuraram absorver o máximo da
inventiva existente nos territórios conquistados pelos Aliados, surgiram alguns projetos, não tão novos
assim, francamente baseados no que se havia criado “do outro lado da trincheira”.
Dentre os projetos encontrados pelos pesquisadores de material bélico, havia uma, não
propriamente novidade, que havia feito fama no campo de batalha devido a sua enorme capacidade de
destruição, acompanhada por um ruído característico, tamanha era a sua cadência de tiro: a MG 42
alemã, por si, uma evolução da não menos famosa MG 34.
O ruído característico, era o resultado dos seus 1.000 disparos por minuto.
No estudo da metralhadora MAG, que só realiza o tiro automático, temos que atentar para o
cuidado de não aquecer seu cano demasiadamente, o que se consegue com muita facilidade, evitando
rajadas prolongadas. Contudo, a remoção e a troca do cano são facílimas, graças a um sistema que
permite tal operação seja efetuada em pequeno espaço de tempo.
Outro detalhe importante é a regulagem dos gases, feita através de uma válvula que se encontra
sob o cano. Ao fazer uso desta válvula, consegue-se uma variação da cadência de 600 a 1.000 tiros por
minuto. Também devemos ressaltar a fácil desmontagem, tornando operações normais de manutenção
bem simples, além de diminuir o tempo despendido com o treinamento de recrutas.
Esta magnífica arma é utilizada em mais de 60 países, sendo o equipamento de eleição imediata
por qualquer força armada, não só pelo seu desempenho fora do comum, como também, pela
confiabilidade e grande poder de fogo.
II-CARACTERÍSTICAS
A-DESIGNAÇÃO
NEE..........................................................1005-1063-756-0
Indicativo militar ......................................Mtr 7,62 M971 “MAG”
Nomenclatura ...........................................Metralhadora 7,62 Modelo 1971 “MAG”
B-CLASSIFICAÇÃO
Quanto ao tipo ..........................................Não portátil
Quanto ao emprego ...................................Coletivo
Quanto ao funcionamento ........................Automático
Princípio de funcionamento......................Ação dos gases, por tomada no terço médio do cano
Quanto a refrigeração ...............................A ar
Quanto a espécie de tiro ...........................Tiro direto
C-ALIMENTAÇÃO
Carregamento ............................................Retrocarga (mesa de alimentação)
Alimentação ...............................................Fita de elos metálicos articuláveis
Carregador .................................................Tipo caixa ou tipo cofre
Capacidade ................................................Tipo caixa: Com capacidade para 1 fita de alimentação
com 50 cartuchos
Tipo cofre: Com capacidade para 5 fitas de
alimentação totalizando 250 cartuchos
Sentido .......................................................Da esquerda para a direita
D-RAIAMENTO
Números de raias .......................................04 (quatro)
Sentido ......................................................A direita
Passo .........................................................Uma volta em 0,305 m
E-APARELHO DE PONTARIA
Alça de mira ..............................................Tipo lâmina basculante com o cursor e visor,
graduada de 100 em 100 m e de 200 a 1800 m
Massa de Mira ...........................................Regulável em altura e direção
Ângulo de ceifa (sobre o bipé)...................± 50o
Ângulo de ceifa (sobre reparo M971 Ter)..Em direção ± 67o
Em altura ± 30o
F-DADOS NUMÉRICOS
Calibre ........................................................7,62 mm
Peso da metralhadora ..................................10,800 kg
Peso do grupo do cano ................................2,800 kg
Peso do reparo M971 Ter ...........................10,450 kg
Comprimento da Mtr c/ quebra-chamas......1,255 m
Comprimento do cano .................................0,545 m
Velocidade inicial do projetil ......................840 m/s
Velocidade do tiro (regulável) ...................600 a 1000 tiros por minuto
Alcance máximo .........................................3.800 m
Alcance de utilização sobre bipé .................800 m
Alcance de utilização sobre reparo .............1.800 m
III-DESMONTAGEM
A-MEDIDAS PRELIMINARES
Antes de iniciar a desmontagem da arma, deve-se tomar as seguintes precauções:
Abrir a tampa da caixa da culatra, agindo nos ferrolhos de travamento.
Trazer a alavanca de manejo completamente para a retaguarda.
Colocar o registro de segurança, na posição de segurança “S”.
Levantar a mesa de alimentação e verificar se a câmara está vazia.
Colocar o registro de segurança, na posição de fogo “F”.
Agindo na tecla do gatilho, levar as peças móveis à frente.
B-DESMONTAGEM DE 1o ESCALÃO
1-Retirar o Cano
Comprimir, com o polegar da mão esquerda, o botão da alavanca de retenção do anel
roscado de fixação do cano e com a mão direita dar um golpe para a esquerda no punho de
transporte.
Levar o cano à frente liberando-o da arma.
3-Retirar a Coronha
Pressionar o retém do bloco posterior e, simultaneamente, exercer um esforço para cima
sobre a coronha, a fim de separá-la da arma.
C-DESMONTAGEM DE 2o ESCALÃO
7-Retirar o Quebra-Chamas
Com a chave de boca especial com massa (OREA 46), desatarraxá-lo e retirá-lo.
9-Desmontar o Extrator
Utilizaremos a chave para desmontagem do extrator (OREA 19). Na falta desta ferramenta,
poderemos trabalhar com o raspador para limpeza do cilindro de gases, combinado com a
chave para desmontagem do extrator (OREA 78).
Introduzir um dos ganchos da ferramenta, na ranhura existente no impulsor do extrator e o
outro na ranhura do ferrolho.
Mantendo a ferramenta de desmontagem nesta posição, exercer pressão sobre o ferrolho de
modo a trazê-lo no prolongamento da culatra móvel.
Retirar o extrator e liberar cuidadosamente a ferramenta (OREA 19), deixando o ferrolho
voltar para cima sob a ação da mola do extrator.
Retirar o impulsor do extrator e sua mola.
12-Retirar a Armadilha
Com um toca-pino, retirar o eixo da armadilha.
Girar a armadilha 1/4 de volta para qualquer lado e retirá-la por cima, liberando-a do gancho
da armadilha.
D-DESMONTAGEM DE 3o ESCALÃO
15-Desmontar o Ejetor
Adaptar a ferramenta especial para desmontagem do ejetor (OREA 15), no conjunto culatra
móvel-ferrolho.
Comprimir o ejetor por meio da ferramenta (OREA 15), pressionando-a sobre o
ferrolho.
Com um toca-pino apropriado e um martelo, retirar o pino de travamento do ejetor.
Liberar cuidadosamente a ferramenta (OREA 15) e retirar do seu alojamento o ejetor e sua
mola.
19-Desmontar o Bipé
Com um toca-pino, rebater o pino de travamento do bipé.
Girar o bipé 1/4 de volta para qualquer lado e retirá-lo pela frente.
Retirar o anel-grampo do eixo das pernas do bipé.
Retirar a porca e a arruela do eixo das pernas do bipé.
Retirar o eixo, ficando livres a mola das pernas e as pernas do bipé.
Girar a cabeça articulada do bipé, a fim de retirar o pino de ligação do bipé.
Girar 1/4 de volta para qualquer lado, o eixo oco do bipé, retirando a bucha com o
mergulhador e a mola da cabeça do bipé.
Ficam livres a cabeça principal, cabeça articulada e o eixo oco do bipé.
30-Desmontar o Percussor
Com um toca-pino, retirar o pino retentor do percussor.
Retirar o percussor de seu alojamento.
33-Desmontar a Coronha
Adaptar a ferramenta especial para retirar o anel-mola do parafuso de fixação da coronha
(OREA 64) e retirá-lo.
Adaptar a ferramenta especial para retirar a roseta do parafuso de fixação da coronha
(OREA 45) e retirá-la.
Com uma chave de fenda, retirar o parafuso de fixação da coronha.
34-Desmontar o Amortecedor
Fixar o bloco posterior em um torno de bancada.
Com a chave de boca especial com massa (OREA 46), desatarraxar a bucha do bloco
posterior, tendo o cuidado de levantar as duas extremidades da arruela de fixação da bucha.
Retirar as arruelas “Belleville”, em número de 11 (onze).
Retirar o eixo-guia das arruelas.
Retirar o anel-freio.
S/S Armamento Leve 6
Mtr 7,62 M971 “MAG” Escola de Material Bélico
IV-MONTAGEM
A montagem é executada na ordem inversa da desmontagem, observando-se os seguintes
detalhes:
A posição da mola da armadilha e do gatilho, com o ramo inferior, por trás do pino de apoio,
no gatilho (Veja detalhe na Fig. 10-W).
Na montagem do extrator, atenção na correta adaptação da ferramenta especial (OREA 78), e
cuidado com a respectiva mola.
Na montagem da mola do extrator, introduzir o lado com espira mais aberta no impulsor do
extrator e o lado com espira mais fechada no alojamento na culatra móvel.
Na colocação do conjunto êmbolo-corrediça-ferrolho-culatra móvel na caixa da culatra, o
gatilho deve ser pressionado, e o dedo indicador, deve ser colocado entre os conjuntos, de
modo que os mesmos fiquem na horizontal e possam ser completamente introduzidos na arma.
V-FUNCIONAMENTO
Para facilidade de estudo, o funcionamento será apresentado nos seguintes tópicos:
Avanço das peças móveis;
Ação dos gases; e
Recuo das peças móveis.
A arma será considerada, neste estudo, em uma posição inicial assim definida:
Mecanismo da culatra retido, pela armadilha, na sua posição posterior (engatilhado); e
Fita de cartuchos introduzida na arma, estando fechada a tampa da caixa da culatra.
A-Fases de Funcionamento
Estudaremos o funcionamento em duas fases: Avanço das Peças Móveis e o Recuo das Peças
Móveis.
Durante o Avanço das Peças Móveis:
1-Desengatilhamento
2-Carregamento
3-Extração 1a Fase
4-Fechamento
5-Trancamento
6-Confirmação do Trancamento
7-Percussão
1-Desengatilhamento
Ao ser acionado o gatilho, a ação deste provoca a descida da armadilha, liberando assim, a
corrediça.
O mecanismo da culatra avança, então, sob a ação do conjunto recuperador.
2-Carregamento
O talão da culatra móvel, encontra o culote do primeiro cartucho, retirando-o da fita e
direcionando-o para a câmara, através da rampa de alimentação (R-Fig. 1-A).
3-Extração 1a Fase
Após o cartucho está parcialmente introduzido na câmara, o extrator se afasta e permite ao
culote do cartucho se colocar na cubeta da culatra móvel, por trás da garra do extrator (Fig.
1-B).
4-Fechamento
No final da introdução do cartucho na câmara, a parte anterior da culatra móvel, encostará
na parte posterior do cano.
A arma está assim fechada (Fig. 1-C).
5-Trancamento
Quando a culatra móvel encosta na parte posterior do cano, a parte côncava do ferrolho
entra, então, em contato com as extremidades das guias principais anteriores, fixadas nas
paredes laterais da caixa da culatra, o que obriga o ferrolho a baixar-se.
Durante este tempo, a corrediça continua seu movimento para frente e, por intermédio da
biela, abaixa ainda mais o ferrolho, cuja superfície de trancamento vem se colocar diante do
suporte de trancamento, que fica no interior da caixa da culatra.
A arma está assim trancada (Fig. 1-D).
6-Confirmação do Trancamento
Após o trancamento, o conjunto êmbolo-corrediça, avança ainda uma curta distância, até a
extremidade anterior da corrediça encostar na parte posterior do cilindro de gases (Fig. 1-E).
7-Percussão
No momento final do contato do conjunto êmbolo-corrediça com o cilindro de gases, o
percussor, que é solidário à corrediça, aflora em seu orifício de passagem na culatra móvel,
dando assim a percussão (Fig. 1-E).
8-Destrancamento
No princípio deste movimento para trás, o conjunto êmbolo-corrediça, perde contato com a
parte posterior do cilindro de gases, que provoca o retrocesso do percussor, o qual é
solidário à corrediça, e arrasta também a biela, a qual se liga, por um lado, à corrediça e,
por outro, ao ferrolho.
A biela atuando sobre o ferrolho, arrasta-o contra as extremidades, em forma de ressaltos,
das guias principais anteriores da culatra móvel, obrigando o ferrolho a efetuar um
deslocamento para cima, sob a ação da biela, e para trás, sob o efeito do contato entre a
parte côncava do corpo do ferrolho e os ressaltos (Fig. 1-F).
9-Extração Primária
Tal ação da biela, provoca o arrastamento lento e progressivo do ferrolho, que, por
intermédio do extrator, “descola” o estojo da câmara (Fig. 1-F).
É a isto que se convencionou chamar de “extração primária”, o qual permite, às armas
que a possuem, um funcionamento particularmente suave e isento de ações bruscas,
causadoras de incidentes, como a degola do estojo.
10-Abertura
Prosseguindo a corrediça em seu movimento de recuo, a parte posterior do ferrolho é
levantada até desprender-se completamente do suporte de trancamento, ficando
praticamente na horizontal e, a partir daí, começa a recuar também a culatra móvel, a qual
se afasta da câmara e propiciando a abertura (Fig. 1-F).
11-Extração 2a Fase
Recuando os conjuntos êmbolo-corrediça-ferrolho-culatra móvel, este último arrasta
consigo o culote do estojo, empolgado pela garra do extrator (Fig. 1-G).
12-Ejeção
Retirado o estojo, o ejetor situado na parte anterior da culatra móvel, acima do extrator,
pode então atuar por ação de sua mola, que estava comprimida, empurrando o estojo para
baixo, vencendo assim a força da garra do extrator.
O estojo, é então, ejetado pela janela situada embaixo da caixa da culatra (Fig. 1-G).
13-Engatilhamento
O engatilhamento, será estudado no funcionamento dos mecanismos do gatilho e do
registro de segurança (Letra G, Pág.14).
E- Mecanismo de Alimentação
Conforme fizemos para as fases do funcionamento, vamos iniciar o estudo, com a arma
engatilhada e a fita na mesa de alimentação.
1- Posição Inicial
O mecanismo da culatra encontra-se engatilhado, isto é, na sua posição posterior. O
mecanismo é mantido nesta posição, pela retenção da corrediça através da armadilha.
Uma fita de alimentação M971 está introduzida na arma, estando o primeiro cartucho
colocado sobre a via de alimentação, em frente à rampa de alimentação (R-Fig.1-A); o
culote deste cartucho se encontra, pois, em frente ao talão da culatra móvel, sobre o
caminho que este vai percorrer (Figs. 2 e 3).
2-Alimentação
A alimentação se efetua em duas fases, ocorrendo uma metade no percurso transversal da
fita de alimentação durante o avanço das peças móveis da arma e a outra metade durante o
recuo.
Fig. 2), o qual arrasta as garras anterior e posterior (4-Fig. 4), e, para a esquerda, o
impulsor inferior (L-Fig. 2), o qual arrasta a garra central de alimentação (5-Fig. 4).
Em seu movimento para a direita, o impulsor superior, por intermédio das garras
anterior e posterior, exerce uma pressão sobre o segundo cartucho, obrigando-o a
deslocar-se transversalmente para a direita até que esteja em contato com os planos
inclinados da placa de retenção do cartucho (F-Fig. 4).
Em seu movimento para a esquerda, o impulsor inferior arrasta a garra central (5-Fig.
4), a qual, comprimindo suas molas, liberta o segundo cartucho (Figs. 4 e 5) empurrado
para a direita pelas garras anterior e posterior do impulsor superior, para vir se colocar
por detrás desse cartucho.
Neste momento, as três garras se encontram por trás do segundo cartucho e o
mecanismo da culatra acaba seu movimento de avanço (Fig. 5).
Os gases que passam pelos orifícios referidos se introduzem no regulador (B) propriamente
dito, cujo corpo está provido de três pequenos orifícios de escape (C).
Quando se gira a luva de comando (D) do anel regulador do escape de gases, este desloca o
anel regulador (E) ao longo da parede do bloco do cilindro de gases que abraça o regulador de
gases e assim obtura mais ou menos os três orifícios de escape do bloco, correspondentes aos
pequenos orifícios abertos no regulador. Pode-se, assim, variar a quantidade de gases que
trabalha sobre a cabeça do êmbolo (H).
Quando o anel regulador (E) se encontra na posição em que obtura completamente os três
orifícios de escape (posição “MAX”), a quantidade de gases que atuam sobre a cabeça do
êmbolo, isto é, a destinada a fazer funcionar a arma, é a quantidade máxima. A velocidade de
tiro e a força de recuo do mecanismo, são assim, elevadas ao máximo.
Caso contrário, isto é, caso se folgue a luva de comando (D), o anel regulador (E) se desloca
de maneira a liberar, progressivamente, o três orifícios de escape já mencionados; a
quantidade de gases que escapa para o exterior aumenta e a que trabalha sobre o êmbolo
diminui.
Com os orifícios completamente abertos (posição “1”), obtém-se velocidade de tiro e força de
recuo mais reduzidas.
Quando se comprime o gatilho, este gira ao redor do seu eixo (H); ao começar este
movimento de rotação, o gancho da armadilha baixa, girando em torno do seu eixo (E). Ao
mesmo tempo, o pino (D) do gatilho, o qual comanda a armadilha, se levanta e entra em
contato com a face inferior do braço anterior (1) da armadilha.
O braço anterior é empurrado para cima e, simultaneamente, a extremidade posterior (A)
da armadilha baixa, enquanto o gancho (B) continua descendo e é arrastado para trás.
Este movimento para trás é determinado pela ação das duas projeções (F) da armadilha,
trabalhando sobre a rampa (G) do gancho da armadilha.
Depois de ultrapassada a parte superior desta rampa (Fig. 12), o gancho é empurrado para
a frente, pela mola do gancho, e o nariz do gancho (I) vem se colocar sob as projeções (F)
da armadilha.
Enquanto se mantém apertado o gatilho, o gancho permanece em sua posição inferior, bem
como a extremidade posterior (A) da armadilha, esta última em conseqüência da
introdução do ressalto (T) da armadilha no vazado (K) do eixo do registro de segurança; a
corrediça pode então, mover-se livremente realizando assim, o tiro automático (Fig. 12).
Quando se liberta o gatilho (Fig. 13), a sua parte anterior se levanta, arrastando consigo o
gancho (B) e o braço anterior (1) da armadilha, do que resulta uma maior descida da
extremidade posterior (A) da armadilha.
O gancho (B) sobe, ficando mais elevado que a face posterior (M) da corrediça; quando
esta retrocede (Fig. 14) faz, por meio de seu ressalto, girar o gancho (B), para trás. O
gancho se liberta assim, do braço anterior (1) da armadilha, cuja mola (Z), empurra a
extremidade posterior (A) para cima, obrigando a armadilha a penetrar novamente na caixa
da culatra.
H-Ação da Armadilha
O gancho da armadilha, serve para proteger esta última, contra os choques devidos aos
deslocamentos da corrediça, e para impossibilitar a colocação do registro de segurança, na
posição de segurança, quando a arma não está engatilhada.
Qualquer que seja a ação sobre o gatilho, durante o tiro, o gancho mantém a extremidade
posterior da armadilha em sua posição baixa, evitando assim a sua avaria por ação da
corrediça.
Quando o mecanismo da culatra está na sua posição avançada e o gatilho livre, o gancho
mantém ainda a extremidade posterior da armadilha na sua posição baixa, impedindo assim a
colocação do registro na posição de segurança; estando o ressalto da armadilha introduzido no
vazado do corpo do registro. Este dispositivo impede a avaria da armadilha se, por
inadvertência, se quiser engatilhar o mecanismo com a arma na posição de segurança.
I-Ação do Amortecedor
O funcionamento do amortecedor (Fig. 16), dar-se-á da seguinte forma:
Ao final de seu deslocamento para trás, a corrediça (G) vem se chocar contra o tampão do
amortecedor (A) alojado no bloco posterior e obriga o tampão a retroceder ligeiramente.
O tampão do amortecedor comunica seu movimento ao cone de aço do amortecedor (B) que,
penetrando no anel-freio do amortecedor (C), provoca uma ligeira compressão da camada de
ar no interior do bloco posterior.
Dilatando-se, em função dessa ação, o anel-freio faz contato com a parede do tubo (E) que
contém o dispositivo amortecedor, exercendo, assim, uma ação de frenagem a qual,
juntamente com a compressão das arruelas “Belleville” (D), amortece consideravelmente o
choque de recuo.
Depois de comprimidas, sob a ação do choque da corrediça, as arruelas “Belleville” voltam
à sua posição inicial por si mesmas e empurram para frente o anel-freio, o cone de aço e o
tampão do amortecedor, fazendo assim, com que todo o dispositivo se rearme em sua
posição inicial.
VI- MANEJO
As operações de manejo aqui apresentadas, são apenas aquelas que tenham ligações diretas
com a utilização do armamento.
A-Municiar a Fita
Com o auxílio da máquina para carregar elos metálicos M971, introduzir os cartuchos na fita.
B-Alimentar
Abrir a tampa da caixa da culatra.
Colocar a fita de cartuchos sobre a mesa de alimentação, de modo que o primeiro cartucho
esteja em contato com o ressalto-retém do cartucho que se encontra no lado direito da mesa de
alimentação. É aconselhável não colocar qualquer cartucho no primeiro elo da fita. Quando
se coloca a fita na arma é necessário encaixar o primeiro elo nos ressaltos existentes para esse
fim. Assim encaixada, a fita não pode soltar da arma durante as manipulações da tampa da
caixa da culatra.
Fechar a tampa da caixa da culatra.
C-Engatilhar
Trazer a alavanca de manejo completamente a retaguarda.
D-Travar
Pressionar o registro de segurança para a direita colocando na posição “S”.
E-Destravar
Pressionar o registro de segurança para a esquerda colocando na posição “F”.
F-Disparar
Pressionar a tecla do gatilho.
G-Escolha da Cadência de Tiro
Agir no anel regulador de escape de gases, de modo a fechar ou abrir os orifícios de escape de
gases, aumentando ou diminuindo a cadência (variável de 600 a 1000 tiros por minuto).
I-Manejo do Bipé
1-Preparação do Bipé para o Tiro
Estando o bipé rebatido contra a arma, para prepará-lo para o tiro:
Exercer uma pressão sobre a tecla de retenção do bipé e, simultaneamente, aproximar,
uma da outra, as duas pernas do bipé, a fim de desprender seus ganchos dos entalhes
abertos na parte anterior das guardas da caixa da culatra.
17 S/S Armamento Leve
Escola de Material Bélico Mtr 7,62 M971 “MAG”
2-Rebater o Bipé
Estando o bipé pronto para o tiro, para rebatê-lo:
Aproximar uma da outra, as duas pernas do bipé.
Girar o bipé para trás até que as pernas venham a se alinhar contra a arma.
Introduzir os ganchos das pernas do bipé nos entalhes abertos na parte anterior das
guardas da caixa da culatra.
A tecla de retenção do bipé voltará assim, automaticamente, para o seu alojamento entre
as duas pernas do bipé, travando-o nessa posição.
J-Colocação do Carregador
Cada arma pode ser também alimentada por meio de uma caixa metálica contendo uma fita de
50 cartuchos.
O propósito principal deste acessório é permitir ao soldado progredir com sua arma e abrir
fogo sem ter preocupações de que a fita possa soltar da arma.
3-Alimentação da Arma
A alimentação da arma se efetua da mesma forma que quando se emprega a fita sem a
caixa metálica, porém, é necessário exercer um movimento de tração sobre a fita, de modo
a trazer o primeiro cartucho para a correta posição de alimentação.
L-Recomendações
Para o transporte, levar o mecanismo da culatra para a frente; para tanto, comprimir o gatilho
para libertar a corrediça. Para evitar um choque inútil ao mecanismo deve-se, enquanto se
comprime o gatilho, freiar com a mão, o movimento do mecanismo por meio da alavanca de
manejo.
As partes móveis devem ser lubrificadas. Porém, quando se emprega a arma em uma região
arenosa, estas peças devem estar apenas ligeiramente lubrificadas.
Não se deve introduzir manualmente um cartucho com a arma aquecida pelo tiro.
Em caso de nega de fogo, deixar transcorrer pelo menos um minuto antes de abrir o
mecanismo.
Em caso de incidente de tiro, abrir a tampa da caixa da culatra e retirar a fita da via de
alimentação.
Quando a arma não está atirando, a aldraba da janela de ejeção deve permanecer fechada a
fim de evitar a introdução de areia ou poeira no mecanismo. Quando se recomeça o tiro, o
atirador não deve se preocupar com a aldraba, pois a mesma abre automaticamente pelo
movimento do mecanismo da culatra.
Deve-se ter cuidado para que as fitas não se arrastem pelo chão ou tenha contato com poeira
antes de sua introdução no mecanismo de alimentação.
VII-INCIDENTE DE TIRO
Há um incidente de tiro quando se produz uma interrupção de tiro, sem danos para o material
e/ou pessoal, por motivo independente da vontade do atirador.
A causa do incidente é, normalmente, eliminada por um conjunto de operações chamado “ação
imediata”, a ser realizado prontamente pelo atirador.
VIII-ACIDENTE DE TIRO
Há um acidente de tiro quando se produz uma interrupção do tiro, com danos, de qualquer
natureza, para o material e/ou pessoal.
As causas, efeitos e responsabilidades devem ser apuradas e imputadas na forma da legislação
vigente, em todos os casos de acidente de tiro ou de dano, de qualquer natureza, que resulte em
inservibilidade, ou não, do material.
IX-AÇÃO IMEDIATA
Há três séries de ações imediatas para a metralhadora MAG:
1- 1a Ação Imediata
Realizar as seguintes operações:
1a) Manter a arma em posição de tiro.
2a) Engatilhar o mecanismo e assegurar-se que o mesmo permanece na sua posição
posterior.
3a) Colocar o registro de segurança na posição de segurança “S”.
4a) Abrir a tampa da caixa da culatra e retirar a fita de alimentação.
5a) Colocar o registro de segurança na posição de fogo “F” e trabalhar sobre o gatilho para
fechar o mecanismo.
6a) Engatilhar novamente o mecanismo.
7a) Recolocar a fita de alimentação, assegurando-se que os primeiros cartuchos estão
corretamente colocados.
8a) Fechar a tampa da caixa da culatra.
9a) Reiniciar o tiro.
2- 2a Ação Imediata
3- 3a Ação Imediata
Se a segunda ação imediata não foi eficaz, realizar as seguintes operações:
1a) Realizar as seis primeiras operações descritas na primeira ação imediata.
2a) Mudar o cano.
3a) Recolocar a fita de alimentação.
4a) Fechar a tampa da caixa da culatra.
5a) Reiniciar o tiro.
6a) Caso a arma não reinicie seu funcionamento normal após a realização dessas operações,
é necessário determinar a causa do incidente e realizar a sua correção, a menos que a
correção seja operação de um escalão superior, caso em que a arma deve ser enviada
para reparos.
2-Regulagem em Altura
A massa de mira possui uma forma retangular, que é atarraxada no bloco da massa de mira e
permite variar sua altura.
Cada meia volta na massa de mira, corresponde, no alvo, um deslocamento vertical de 5,40
cm; a uma distância de 100 m.
Caso se deseje trazer para baixo o centro dos impactos, devemos, com auxílio da ferramenta
especial para desmontagem e regulagem da massa de mira (OREA 34), levantar o estribo de
retenção da massa de mira e desatarraxar tantas meias voltas sejam necessárias.
Para subir, faz-se de modo inverso.
Estas operações devem ser realizadas por pessoal especializado e com a arma pelo menos
sobre o reparo M971 Ter, para melhor fixação.
XI-MANUTENÇÃO
É importante ter sempre presente que toda e qualquer arma, notadamente a arma automática,
deve ser objeto de operações de manutenção executadas com zelo.
Quando a manutenção é bem executada, os incidentes de tiro são raros, e o desgaste da arma
decorre de sua utilização normal e ideal. É idéia errada que a arma deve estar sempre brilhando
com excesso de óleo. O óleo tem a função de proteger as partes internas da arma quando esta não
se encontra em uso e de lubrificar as partes móveis durante o tiro. O uso excessivo de óleo
facilita o acúmulo de poeira que passará a agir como abrasivo, aumentando o desgaste da arma.
PEÇAS COM LEVE CAMADA DE ÓLEO PEÇAS QUE DEVEM FICAR SECAS
Conjunto recuperador Cano
Culatra móvel Cubeta da culatra móvel
Corrediça Êmbolo
Interior da caixa da culatra Regulador do escape de gases
Mecanismo de alimentação Cilindro de gases
Mecanismo de disparo Partes externas
TIPOS DE
CAUSAS CORREÇÕES
INCIDENTES
1-Insuficiência de gases. 1-Reduzir o escape de gases.
2-Câmara suja. 2-Limpar a câmara.
FALHA NA
3-Extrator defeituoso. 3-Substituir o extrator.
EXTRAÇÃO
4-Munição suja. 4-Limpar a munição.
5-Mola do extrator defeituosa. 5-Substituir a mola.
1-Percussor quebrado. 1-Substituir o percussor.
2-Sujeira no interior do mecanis- 2-Limpar o interior da arma.
FALHA NA
mo.
PERCUSSÃO
3-Orifício de passagem da ponta do 3-Desobstruir o orifício.
percussor obstruído.
1-Insuficiência de gases. 1-Reduzir o escape de gases.
2-Caixa da culatra suja. 2-Limpar a caixa da culatra.
FALHA NA EJEÇÃO
3-Ejetor quebrado. 3-Substituir o ejetor.
4-Mola do ejetor defeituosa. 4-Substituir a mola.
1-Pino do gatilho quebrado. 1-Substituir o pino do gatilho
FALHA NO
2-Braço anterior da armadilha 2-Substituir a armadilha.
DESENGATILHAMENTO
quebrado.
FALHA NA 1-Má colocação do cartucho na fita 1-Colocar o cartucho na
ALIMENTAÇÃO de alimentação. posição correta.
2-Defeito em alguma peça do me- 2-Substituir a peça defeituosa.
TIPOS DE
CAUSAS CORREÇÕES
INCIDENTES
1-Insuficiência de gases. 1-Reduzir o escape de gases.
2-Sujeira no interior da caixa da 2-Limpar a caixa da culatra.
culatra.
FALHA NO
3-Armadilha quebrada. 3-Substituir a armadilha.
ENGATILHAMENTO
4-Registro de segurança 4-Substituir o registro de segu-
quebrado. rança.
5-Falta de lubrificação. 5-Lubrificar as peças móveis.
XIII-EMPREGO DE CALIBRADORES
1-CALIBRADORES DE CANO
É a medida do diâmetro interno do cano, entre os cheios opostos. É verificada medindo-se
suas penetrações pela boca e pela câmara. Os calibradores são:
2-CALIBRADORES DE CÂMARA
É a medida a partir do diâmetro 10,16 cm, do cone de encosto do cartucho na câmara, até a face
anterior do ferrolho (apoio do culote do cartucho), estado este em uma posição de trancamento, em
contato com o seu apoio, na caixa da culatra. É verificada utilizando-se os seguintes calibradores:
Este calibrador deve sempre permitir o trancamento de todas as armas, significando que a
mesma está BOA, Fig.18.
extrator G 9278 Co ou E-8000, como na Fig.20, que colocado como se fosse a virola de um
cartucho, entre a face da cubeta da culatra móvel e a garra do extrator, que deve passar livremente,
sem movimentar o extrator (sem forçar a sua mola). Este calibrador, apresenta as seguintes
dimensões:
MÍNIMA: 1,51 mm: o calibrador deve ser introduzido entre a parede da cubeta e o extrator.
MÁXIMA: 1,90 mm: o calibrador não deve alojar-se entre a parede da cubeta e o extrator.
41,703 mm
3o OU 4o
CB 40 Se trancar, recolher R E F U G A D O
R ESCALÃO
para 4o escalão
A
1- CALIBRADORES DE CANO
CB 134 (7,57 mm ) - Diâmetro mínimo - Verifica o cobreamento e a dilatação irregular do
cano.
CB 198 (7,67 mm ) - Diâmetro de usura - Verifica a usura do cano.
CB 199 (7,80 mm ) - Avanço de raiamento - Confirma a usura do cano.
2- CALIBRADORES DE CÂMARA
G 8749 (41,283 mm) - Deve trancar, BOA.
G 8750 (41,483 mm) - Tranca com restrição, BOA.
CB 39 (41,653 mm) - Se trancar, ADVERTÊNCIA.
CB 40 (41,703mm) - Se trancar, REFUGADO.
FIM