Buyng Chul-Han é um filósofo sul coreano nascido em 1959, hoje professor da Universidade de Berlim. - Sociedade contemporânea = excesso de positividade > gera patologias psicológicas. Cada época possui certas epidemias próprias, como as doenças bacteriológicas e virais do século XX. - Patologias neurais = excesso de positividade (metas a alcançar, mensagens positivas, discursos de positividade, “Yes, we can” – Obama 2018), criação de uma sociedade do desempenho, na qual a produtividade é o norte a ser alcançado. É o oposto da sociedade disciplinar de Michel Foucault, onde o individuo é vigiado constantemente, e qualquer desvio de conduta ele é punido (Vigiar e Punir). - A sociedade do século 21 é de desempenho, os indivíduos são “empresários de si mesmos”. Enquanto a sociedade disciplinar é regida pelo “não” (gerando loucos e delinquentes), a sociedade do desempenho é regida pelo “sim”, gerando fracassados e depressivos. - O sujeito do desempenho acaba sendo mais rápido e produtivo que o sujeito disciplinar. A depressão surge do esforço do indivíduo de ser ele mesmo! Tudo depende do próprio indivíduo. - O cansaço de si mesmo culmina em uma autoexploração do sujeito, que se entrega ao excesso de trabalho, munido de um sentimento de liberdade. - Excesso de estímulos, multitarefas: se perde o aprofundamento contemplativo do ser humano. Os indivíduos possuem uma atenção ampla, porém rasa, superficial e rápida! Sabem um pouco de tudo, mas nada com profundidade. - O tédio é importante para o aprofundamento de grandes questões! O processo criativo depende do tédio. - O autor critica a hiperatividade da vida e sugere uma vida contemplativa, onde o indivíduo é capaz de dizer NÃO ao excesso de estímulos. - Estamos cansados da potência positiva, fadiga que surge do excesso de positividade, desempenho e produtividade. - A violência na nossa sociedade é neural! O indivíduo é controlado subjetivamente, num nível mental. Tudo nele é controlado para ser superprodutivo e para o superdesempenho! A opressão surge de dentro, não de fora! Tudo é excesso ou falta. Na sociedade do desempenho, sempre buscamos o excesso. * Sociedade Moderna (1945-1991): - Guerra fria (pós 2ª Guerra Mundial) - Noção de imunologia, pressupõe uma existência contrária, um inimigo a ser combatido (ex: comunismo/capitalismo) Negatividade. - Mcarthismo, ditaduras na América Latina. - Sociedade do controle (obediência, passividade, autoridade externa, noção de dever, monotarefa). * Sociedade do Cansaço (2001-dias atuais): - Pós-imunológico: o outro é só um diferente; excesso de positividade (SIM). - Sociedade do desempenho, deposita no individuo a capacidade de autogestão, poder ilimitado para sua ação. - Multitarefa: atenção rasa, superficial, rápida, hiperatividade cansaço crônico, exaustão. A depressão é a exaustão do eu tentando ser eu mesmo, fruto do desempenho em excesso.