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UNIP - Universidade Paulista / CPA - Centro de

Psicologia Aplicada.

Resumo de Leitura

BONDÍA, J. L. Notas sobre a experiência e o saber da experiência.


Revista Brasileira de Educação

Aluno: Gabriel de Carvalho Fatori – T872BJ4

O texto aborda diferentes perspectivas sobre a educação, contrastando a


abordagem técnica e positiva com a abordagem crítica e política. Enfatiza a
importância da reflexão crítica na prática educativa, destacando a necessidade
de pensar a educação além das dicotomias tradicionais, como
ciência/tecnologia versus teoria/prática. Propõe uma abordagem existencial e
estética, focando na relação entre experiência e sentido.

O autor destaca a importância das palavras na construção de significados e na


formação da subjetividade, argumentando que pensar não é apenas raciocinar,
mas também dar sentido ao que somos e ao que nos acontece. Ele ressalta
que a palavra é fundamental para a experiência humana, citando Aristóteles ao
definir o homem como "vivente dotado de palavra".

O texto examina o conceito de experiência, contrastando-o com a informação e


a opinião. Critica a sociedade contemporânea, caracterizada pelo excesso de
informação e opinião, que tende a suprimir a experiência genuína. O autor
sugere que a ênfase na informação e na opinião na sociedade atual dificulta a
verdadeira experiência, sendo o jornalismo apontado como um dos principais
responsáveis pela destruição da experiência ao criar uma cultura de
informação e opinião superficial.

Além disso, o autor destaca que a sociedade contemporânea valoriza a


informação e a opinião, mas negligencia a verdadeira experiência. Ele critica a
cultura de rapidez, consumo de notícias e opiniões superficiais, argumentando
que esses elementos dificultam a conexão significativa entre os
acontecimentos e suprimem a memória. A ênfase na velocidade e na
produtividade no trabalho também contribui para a escassez de experiências
genuínas.

O texto ressalta a diferença entre experiência e trabalho, rejeitando a ideia de


que a experiência pode ser quantificada ou convertida em créditos. O autor
sugere que a verdadeira experiência requer pausa, reflexão e atenção aos
detalhes, o que é difícil de alcançar em uma sociedade obcecada pela
atividade constante e pela busca incessante por mudanças.

O autor discute o conceito de sujeito da experiência, destacando sua


passividade e receptividade em relação aos acontecimentos. Ele explora como
diferentes idiomas caracterizam o sujeito da experiência como um território de
passagem, um ponto de chegada ou um espaço onde os acontecimentos
ocorrem.

A palavra "experiência" tem raízes que remetem à ideia de travessia e perigo,


indicando uma jornada onde algo nos alcança e transforma. Em uma definição
de Heidegger, o sujeito da experiência é descrito como alguém que é
alcançado, derrubado e transformado pelos acontecimentos. Essa
transformação é uma característica essencial da experiência, pois é através
dela que o sujeito se abre para sua própria mudança e formação.

O autor explora o conceito de experiência como uma paixão, destacando


diferentes aspectos dessa paixão: o sofrimento ou padecimento, a heteronomia
e responsabilidade em relação ao outro, e a experiência do amor. Ele ressalta a
tensão entre liberdade e escravidão, prazer e dor, felicidade e sofrimento na
experiência passional, além da relação intrínseca da paixão com a morte.

Em seguida, o autor discute o saber da experiência como um conhecimento


existencial e subjetivo, que se relaciona com a vida singular e concreta de um
indivíduo. Ele contrasta esse saber com o conhecimento científico moderno,
que desconfia da experiência e a converte em um elemento do método
científico. Isso leva a uma situação paradoxal de abundância de conhecimento
objetivo e pobreza de formas de conhecimento que alimentam a existência
humana.

Por fim, o autor diferencia experiência de experimento, enfatizando que a


experiência é singular, heterogênea e irrepetível, enquanto o experimento é
genérico, homogêneo e repetível. Ele destaca a abertura para o desconhecido
na experiência, em contraste com a previsibilidade do experimento.

Concluindo, para vivenciar a experiencia é necessário parar, escutar, sentir,


observar, pensar, ponderar. Ser sujeito da experiência é necessário passar por
esse processo, estar suscetível as experiencias que nos traspassam,
experiencias essas que são feitas por palavras, palavras que nos formam, que
nos tornam, dentro do repertorio de cada um.

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