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Licenciado para - Flávia Gisele de Souza Carvalho - 31708465820 - Protegido por Eduzz.com
I. FISIOLOGIA RESPIRATÓRIA:
1. Introdução à Fisiologia Respiratória:
Figura 1
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2. Ventilação:
Movimentos Respiratórios:
o Inspiração Normal: Realizada quase que
inteiramente pela contração do diafragma, que
desce aumentando o diâmetro vertical da
cavidade torácica;
o Expiração Normal: Relaxamento do diafragma e
recuo elástico dos pulmões e caixa torácica.
Trata-se de um movimento passivo que tende a
estabelecer o ponto de equilíbrio elástico;
o Inspiração Forçada: Realizada pela contração
diafragmática em conjunto com a contração dos
músculos intercostais e ação de músculos
acessórios. Envolve os três movimentos de
expansão da caixa torácica;
o Expiração Forçada: Relaxamento do diafragma e
dos músculos acessórios com a contração dos
músculos abdominais, que aumentam a pressão
abdominal, comprimindo o diafragma e os
pulmões, e acelerando o recuo elástico. Trata-se
de um movimento ativo. Figura 5
Ponto de repouso elástico: Ponto de equilíbrio entre Pressão Pleural: É a pressão do líquido no estreito
as forças que tendem a colabar os pulmões e expandir espaço entre a pleura visceral e a pleura parietal.
a caixa torácica. Ocorre ao final de uma expiração Normalmente, trata-se de uma discreta pressão
normal em repouso. negativa de -5 cmH2O no início da inspiração, mantida
negativa graças à drenagem linfática do espaço pleural.
Músculos Predominantemente Inspiratórios: Durante a inspiração normal, a expansão da caixa
o Diafragma; torácica diminui mais ainda a pressão pleural, que
o Mm. Intercostais externos; chega a cerca de -7,5 cmH2O. Durante a expiração, a
o Mm. Esternocleidomastóideos; retração da caixa torácica aumenta a pressão pleural,
o Mm. Serráteis anteriores; que volta ao valor normal de -5 cmH2O.
o Mm. Escalenos.
Pressão Alveolar: É a pressão do ar dentro dos
Músculos Predominantemente Expiratórios: alvéolos pulmonares. O valor normal da pressão
o M. Reto abdominal; alveolar, quando não há movimento de ar pelas vias
o Mm. Intercostais internos. respiratórias, é de 0 cmH2O. Durante a inspiração, a
pressão alveolar tende a diminuir até -1 cmH2O,
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suficiente para provocar a entrada de 0,5 litros de ar expandem, as fibras tornam-se esticadas e
nos pulmões. Durante a expiração, a pressão alveolar desdobradas, exercendo, portanto, maior força
sobe para +1 cmH2O e força 0,5 litro de ar inspirado elástica. Corresponde a 1/3 da força elástica
para fora dos pulmões, e retorna a seu valor de 0 total;
cmH2O. o Forças elásticas causadas pela tensão superficial
do líquido que reveste internamente os alvéolos:
Pressão Transpulmonar: É a diferença de pressão A tensão superficial é provocada pela interface
entre os alvéolos e as superfícies externas dos ar-líquido, logo, se eliminarmos essa interface,
pulmões. A pressão transpulmonar determina a eliminamos também a tensão superficial. Sendo
variação de volume dos pulmões. Sendo, portanto, a assim, para observarmos a influência da tensão
diferença entre a pressão alveolar e a pressão pleural. superficial na complacência pulmonar,
observamos a variação de volume em um
Observe, na fig. 5, a variação das pressões pulmão preenchido com solução salina, e
pleural e alveolar durante o ciclo respiratório, e sua comparamos com a curva do pulmão preenchido
relação com o volume pulmonar. com ar. A comparação dos diagramas pode ser
observada na fig. 7. Note que a pressão pleural
Complacência do Sistema Pulmonar: negativa deve ser 3 vezes maior, ou seja, o
trabalho muscular deve ser 3 vezes maior na
Complacência Pulmonar: Capacidade de o pulmão presença de tensão superficial para causar a
expandir-se quando submetido a determinada variação mesma variação de volume. Evidenciando que a
de pressão. tensão superficial corresponde a 2/3 da força
elástica total.
Observe, na fig. 6, o diagrama da complacência
pulmonar, que relaciona as mudanças na pressão
transpulmonar com as alterações volumétricas dos
pulmões.
Figura 7
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relativa de surfactante, o que contrapõe sua maior Volume de Reserva Inspiratório (VRI 3,0 L): Volume
tendência de colabamento. Logo, mesmo os menores extra de ar que pode ser inspirado em uma inspiração
alvéolos permanecem abertos. forçada.
Na ausência de surfactante, a pressão pleural
negativa deveria ser ainda maior do que a apresentada Volume de Reserva Expiratório (VRE 1,1 L): Volume
na fig. 7 para causar a mesma variação de volume. extra de ar que pode ser expirado em uma expiração
Logo, o trabalho muscular teria que ser ainda maior. forçada.
Complacência Torácica: Além da complacência Volume Residual (VR 1,2 L): Volume de ar que
pulmonar, em um sistema pulmonar completo permanece nos pulmões mesmo após uma expiração
precisamos levar em consideração a complacência forçada.
torácica. Para inflar um sistema pulmonar completo,
composto por pulmões e caixa torácica, é necessário o
dobro de pressão negativa do que a necessária para
inflar os pulmões isolados. Portanto, a complacência
combinada é, aproximadamente, a metade da
complacência pulmonar.
Trabalho Respiratório:
Para o estudo dos eventos da ventilação Capacidade Pulmonar Total (CPT = CV+VR): Volume
pulmonar, dividimos o ar nos pulmões em 4 volumes, máximo que os pulmões podem expandir após esforço
que determinam 4 capacidades diferentes. Para máximo de inspiração.
entender o significado de cada volume e capacidade,
compare sua definição, descrita abaixo, com sua Conceitos Importantes:
representação gráfica na fig. 8.
Ventilação-Minuto (VR 6,0 L/min): Quantidade total
Volume Corrente (VC 0,5 L): Volume inspirado ou de ar novo movido para o interior das vias respiratórias
expirado, ou seja, volume de ar que varia durante uma a cada minuto. É calculado pelo produto do volume
fase do ciclo respiratório, em condição de repouso. corrente pela freqüência respiratória.
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Difusão Gasosa: A difusão de um gás é proporcionada A pressão parcial de um gás em um meio líquido
pela energia cinética daquele gás em determinada depende da pressão parcial do gás no meio aéreo, e
temperatura. De maneira que, os choques entre as seu coeficiente de solubilidade, que representa a
moléculas tendem a provocar seu deslocamento. A facilidade de dissolução do gás em água. Podemos
difusão unidirecional, portanto, ocorre devido a uma expressar a pressão parcial de um gás em função de
diferença de concentração, de uma concentração mais sua concentração e solubilidade a partir da Lei de
elevada para uma concentração menos elevada. A Henry:
razão do movimento direcionado é óbvia, há muito
mais moléculas na região com alta concentração do Pressão Parcial = Concentração de gás dissolvido /
que na região com baixa concentração, logo, os Coeficiente de solubilidade
choques são mais prováveis na região de alta
concentração. Embora ambas as regiões apresentem A solubilidade determina, também, a velocidade
taxa de difusão, a resultante delas atua no sentido de da difusão de um gás pela membrana respiratória. Isso
igualar essas concentrações, tendendo a uma explica porque a troca de O2 e CO2 é igualmente
isotonicidade. Observe, na fig. 9, a difusão de O2 em suficiente, o O2 é submetido a uma P de 60 mmHg na
uma câmara com diferença de concentração entre as membrana respiratória, enquanto o CO2 é submetido a
extremidades A e B. A diferença entre os uma P de 6 mmHg na membrana respiratória. Como
comprimentos das setas representa a difusão o CO2 é muito mais solúvel que o O2, sua solubilidade
resultante. compensa seu menor gradiente de pressão.
A tabela abaixo apresenta os coeficientes de
solubilidade dos principais gases respiratórios à
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temperatura corporal. Note que o CO2 é 20 vezes mais Durante o exercício, ocorre um aumento na
solúvel que o oxigênio. A conseqüência disso é que a capacidade difusora da membrana respiratória,
pressão parcial do O2, quando na mesma concentração proporcionada pela abertura de muitos capilares
que o CO2, é 20 vezes maior que a do CO2. pulmonares e dilatação extra dos já abertos, o que
aumenta a área de troca, e uma melhor equiparação
Gás Coeficiente de Solubilidade entre a ventilação alveolar e a perfusão dos capilares
Oxigênio (O2) 0,024 alveolares com sangue (razão ventilação-perfusão),
Dióxido de Carbono (CO2) 0,57 aumentando a eficiência do sistema respiratório.
Monóxido de Carbono (CO) 0,018
Nitrogênio (N2) 0,012 Composição do Ar Alveolar:
Hélio (He) 0,008
Observe, na tabela abaixo, as diferenças na
Como a difusão é determinada pela pressão composição do ar atmosférico, ar umidificado pela vias
parcial dos gases, podemos concluir que a difusão respiratórias, ar alveolar e ar expirado.
resultante na membrana respiratória é determinada Note que a principal diferença na composição
pela diferença de pressões parciais no ar alveolar e no refere-se à concentração de vapor d’água, muito maior
sangue. no ar umidificado. Essa diferença deve-se à
A taxa de difusão depende dos seguintes umidificação do ar nas vias aéreas.
fatores: Note também que a umidificação do ar causa a
o Diferença de pressão; diluição dos demais gases. Quanto à comparação com
o Área de corte transversal da via difusora; o ar alveolar, note a menor pressão de O2, que se
o Solubilidade; difunde para os capilares, e o CO2 aumentado, que se
o Energia cinética (1/ ); difunde para os alvéolos.
o Distância da difusão. Outro ponto a ser tratado é a composição
percentual do ar expirado, que corresponde a valores
Podemos expressar matematicamente como: intermediários entre o ar umidificado e o ar alveolar,
evidenciando sua formação a partir da mistura dos
dois volumes de ar.
Ar Ar Ar Ar
Onde é a taxa de difusão, é a diferença de atmosférico umidificado alveolar expirado
pressão, é a área de corte, é a solubilidade, é a 597,0 563,4 569,0 566,0
N2
distância de difusão, e é a energia cinética. (78,62%) (74,09%) (74,9%) (74,5%)
Para fins comparativos, assumindo que o 159,0 149,3 104,0 120,0
O2
coeficiente de difusão do oxigênio seja 1, observe os (20,84%) (19,67%) (13,6%) (15,7%)
valores da difusão relativa dos principais gases 0,3 0,3 40,0 27,0
CO2
(0,04%) (0,04%) (5,3%) (3,6%)
respiratórios na tabela abaixo.
3,7 47,0 47,0 47,0
H 2O
(0,50%) (6,20%) (6,2%) (6,2%)
Gás Coeficiente de Difusão 760,0 760,0 760,0 760,0
Oxigênio (O2) 1,0 Tot.
(100,0%) (100,0%) (100,0%) (100,0%)
Dióxido de Carbono (CO2) 20,3
Monóxido de Carbono (CO) 0,81
Nitrogênio (N2) 0,53
Hélio (He) 0,95
Concentração de O2 nos alvéolos:
o Taxa de absorção de O2 pelo sangue;
o Taxa de entrada de novo O2 nos pulmões
Obs.: A difusão dos gases pelos tecidos é quase igual
(Ventilação alveolar).
ao apresentado acima.
Observe, na fig. 10, a influência das duas
Aplicando os fatores que afetam a taxa de
variáveis na pressão parcial de oxigênio alveolar. Note
difusão à membrana respiratória, podemos
que quanto maior a ventilação alveolar, ou seja, a
caracterizar 4 fatores que alteram a taxa de difusão
renovação do ar alveolar, maior é a pressão parcial de
gasosa pela membrana respiratória:
O2, e que quanto maior a taxa de absorção de O2
o Diferença de Pressão;
menor é a sua pressão parcial.
o Área Superficial da Membrana;
Observação importante, quanto ao gráfico, é
o Coeficiente de Difusão Gasosa (S/ );
que, quando a demanda metabólica aumenta durante
o Espessura da Membrana.
um exercício, a taxa de absorção aumenta de 250 mL
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O2/min para 1000 mL O2/min, necessitando um no ar alveolar nas diferentes condições de ventilação e
aumento de 4 vezes na ventilação alveolar para manter perfusão. Podemos destacar 3 pontos do gráfico
a pressão parcial de O2 constante a 104 mmHg. particularmente importantes no entendimento do
conceito de relação ventilação-perfusão:
o =0
Neste ponto, a ventilação alveolar é nula, ou
seja, não há renovação de ar no alvéolo, e a perfusão é
normal. Logo, o ar alveolar tende a entrar em
equilíbrio pressórico com o sangue venoso que passa
pelos capilares alveolares, assumindo pressões parciais
de O2 e CO2 semelhantes às do sangue venoso. Nesta
situação, pode-se dizer que o sangue venoso sofreu
um shunt, pois não foi oxigenado, e, mesmo assim,
será misturado com o sangue arterial.
o =
Neste ponto, a perfusão é nula, ou seja, não há
fluxo sangüíneo capilar, mas a ventilação é normal.
Figura 10 Logo, as pressões e concentrações dos gases no ar
alveolar são semelhantes às do ar umidificado.
Concentração de CO2 nos alvéolos: o = Normal
o Taxa de excreção de CO2 pelo sangue; Neste ponto, tanto a ventilação pulmonar
o Taxa de saída de CO2 dos pulmões (Ventilação quanto o fluxo sangüíneo estão normais, e a troca de
alveolar). O2 por CO2 através da membrana respiratória é quase
ideal. Determinando valores intermediários de O2 e
CO2 no ar alveolar, em relação aos valores no ar
umidificado e no sangue venoso.
Figura 11
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Figura 13
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o tempo de permanência do sangue, todo o sangue oTaxa de Fluxo Sangüíneo Fluxo Sangüíneo
seja oxigenado próximo de sua saturação máxima. PO2 tecidual;
o Taxa de Metabolismo Tecidual
Mas se a PO2 na extremidade arterial é de 104 mmHg, Metabolismo Tecidual Consumo de O2
por que a pressão de O2 que chega nos capilares PO2 tecidual.
periféricos é de 95 mmHg? Esses fatores têm seus comportamentos
Esse fenômeno acontece porque parte do evidenciados na fig. 17.
sangue que chega aos pulmões não realiza hematose,
sofrendo um desvio (shunt). Esse sangue venoso
mistura-se com o sangue arterial oxigenado, diluindo o
O2, e determinando uma pressão de 95 mmHg nos
capilares periféricos, levemente menor que a pressão
de 104 mmHg da extremidade arterial dos capilares
pulmonares. Esse fenômeno pode ser observado na
fig. 15.
Figura 17
Figura 18
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Figura 21
deveria ser capaz de entregar a maior parte do hemoglobina não pode ser previsto por um equilíbrio
oxigênio a um músculo em exercício. simples, e se deve ao efeito alostérico da ligação de O2
Um transportador hipotético A teria um a um sítio, o que aumenta a afinidade dos demais sítios
comportamento previsível por um equilíbrio químico por O2, facilitando sua saturação em altos valores de
simples: pressão parcial de O2. Da mesma maneira, a perda de
O2 de um sítio facilita a perda de O2 dos outros sítios
Oxigênio + Transportador Oxigênio.Transportador de ligação, quando submetida à baixa pressão parcial
de O2 nos tecidos.
Kd = [O2] [Transportador] / [O2.Transportador] Podemos concluir, a partir da fig. 21, que a curva
de dissociação da hemoglobina é mais inclinada na
A curva de tal equilíbrio seria uma hipérbole faixa de PO2 dos tecidos periféricos, entre 15 e 40
retangular. Esse modelo seria válido mesmo para um mmHg. Logo, nessa faixa, pequenas mudanças na PO2
transportador com vários sítios de ligação, desde que são suficientes para aumentar ou diminuir a liberação
cada sítio fosse independente e não influenciado pela de oxigênio.
ligação dos sítios adjacentes. Por outro lado, entre 60 e 120 mmHg de PO 2, a
Se tal transportador tivesse uma constante de variação na saturação da hemoglobina é de apenas
dissociação que permitisse 90% de saturação nos 10%. O que permite a sobrevivência nas altas altitudes,
pulmões, então, a uma pressão de 20 mmHg ainda onde a PO2 é bem menor que ao nível do mar.
estaria 66% saturado e teria liberado apenas 24% de
sua carga de O2. Logo, não seria muito eficiente. Fatores que alteram a Curva de Dissociação da Hb:
E se, outro transportador hipotético B, que Desvio para a direita Diminui a afinidade da Hb pelo
apresente comportamento não cooperativo O2 Maior liberação de O2 nos tecidos:
semelhante ao A, mas que libera a maior parte do O2 a o [H+] = pH;
20 mmHg, estando apenas 22% saturado, então, sua o [CO2];
saturação pulmonar seria de apenas 60%, e liberaria, o Temperatura;
portanto, apenas 38% de seu conteúdo de O2. Esse o BPG.
transportador também não seria eficiente. Vide fig. 22, Desvio para a esquerda Aumenta a afinidade da Hb
que o compara com a hemoglobina. pelo O2 Menor liberação de O2 nos tecidos:
o [H+] = pH;
o [CO2];
o Temperatura;
o BPG.
Figura 22
no sangue, intensificando a liberação de oxigênio do Portanto, o CO pode deslocar o O2, por apresentar
sangue para os tecidos. Nos pulmões, ocorre o efeito afinidade 250 vezes maior.
oposto, intensificando a oxigenação do sangue. Vide Observe, na fig. 26, que o comportamento do
fig. 23, que ilustra o efeito da alteração do pH na curva CO é semelhante ao do O2, mas sendo necessária uma
de dissociação da oxiemoglobina. concentração 250 vezes menor para a saturação da
hemoglobina. Por isso a intoxicação por CO é tão
Efeito da BPG: Em situações de hipóxia tissular, as grave, e geralmente tratada com terapia hiperbárica
hemácias acumulam 2,3-bifosfoglicerato (BPG), que se de O2, para deslocar o CO ligado à hemoglobina.
liga de maneira mais estável à hemoglobina do que o
O2, deslocando a curva de saturação da Hb para a
direita, facilitando, assim, a liberação de O2 em
situações de hipóxia.
Figura 25
Figura 24
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Figura 28
Note que, no gráfico B, a medida assinalada o Infecção crônica (causada pela inalação de
como VEF1 é menor que a mesma medida no gráfico A. fumaça ou outras substâncias irritativas da
VEF 1 é o volume expiratório forçado no 1º segundo de árvore traqueobrônquica);
expiração. Conhecendo-se VEF1, calcula-se o Índice de o Paralisia parcial dos cílios, acúmulo de muco nas
Tiffeneau, que é a razão entre VEF1 e CVF. Indivíduos vias aéreas, exacerbado por um estímulo à
normais como o A, apresentam Índice de Tiffeneau hipersecreção de muco;
maior que 75%. Indivíduos com obstrução das vias o Edema inflamatório;
aéreas apresentam Índice de Tiffeneau abaixo de 75%. o Obstrução crônica das vias aéreas, o que
Exemplos de doenças que causam aumento na aumenta a resistência expiratória;
resistência das vias aéreas: o Aprisionamento do ar no interior dos alvéolos,
o Enfisema Pulmonar Crônico; hiperdistensão dos mesmos, aumentando a CPT,
o Asma; e destruição das paredes alveolares, diminuindo
o Bronquite Crônica. a superfície de trocas gasosas;
o Diminuição do nº de capilares pulmonares,
devido à perda das paredes alveolares,
aumentando a resistência vascular pulmonar,
causando hipertensão pulmonar. Esta, por sua
vez, sobrecarrega o lado direito do coração,
levando à insuficiência cardíaca direita;
o Aumento patológico da complacência pela
destruição das fibras colágenas e elásticas, e dos
septos alveolares, o que leva a um tórax
expandido.
o O resultado total de todos estes efeitos é uma
dispnéia grave, prolongada, devastadora, que
pode permanecer por anos até que a hipóxia e a
hipercapnia causem a morte.
Asma:
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Edema Pulmonar:
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