● Penso que as Ciências da Educação remetem a uma coisa constituída, enquanto na cientificidade educativa está mais presente um processo de construção e não um trabalho sobre algo que está construído; ● Compreender a história das coisas; ● Se as Ciências Sociais não quiserem ficar presas ao seu objeto de estudo, é importante elas saberem como se construiu esse objeto e essa construção histórica do objetos relativiza os próprios objetos;;\ ● Desenvolvimento desde o discurso profano até o discurso científico em Educação; ● É importante ter uma cadeira (UC) ocupada com a abordagem crítica das questões educativas, que é compreender a “estudicidade” daquilo que se apresentam como questões educativas e, apesar disso, relativiza essas questões educativas; ● Então como desenvolver essa abordagem crítica instrumentada das questões educativas? ● A primeira questão foi a designação de uma área curricular que cultiva esse gosto pela crítica (no sentido positivo); ● Análise das Teorias Críticas em Educação: fazer um percurso sobre alguns autores das Ciências da Educação que, na sua época, tinham uma postura crítica relativamente aos modos de se pensar e se fazer Educação; a configuração seria debater sobre isso; ● Análise CRÍTICA das Teorias em Educação: mais exigente do ponto de vista epistemológico (natureza da origem do conhecimento); ● Educação é o domínio social do qual menos se sabe e do qual mais se fala porque toda a gente passa pelo campo educativo, que é estruturado por várias teorias (áreas); ● E mesmo nessas teorias com pretensões a serem científicas, suas áreas não são muito estáveis. Em Sociologia da Educação há educadores que fazem abordagens sociológicas e há sociólogos que escrevem sobre educação; e mesmo em Sociologia da Educação há modos de pensar sobre Educação que são diferentes; ● Cita Bernard Charlot (Sociologia da Educação - SE) -> A SE deixa de lado o que é central no campo educativo, que são o saber e a relação com o saber; ● A ação educativa é mais complexa do que a representação que as CE tem dessa ação educativa; ● A Ciência não permite conhecer o campo, embora possa participar no conhecimento do campo e a Ciência não se aplica ao campo. Pode ser um suporte para que os agentes educativos se compreendam naquilo que fazem; A ciência produzida em contexto; ● Não podemos falar em UMA teoria científica em Educação. Remete-nos a esse campo multiforme, indeterminado, etc. ● Não há um modelo único de se fazer investigação em CE nem há um modelo único de escrever a investigação em CE; ● O estilo de Freud, por exemplo, se assemelha mais a um romance do que a um texto investigativo-científico; ● O que são teorias científicas em Educação? Campo muito ambíguo; ● Há um modelo de TCE? Campo muito ambíguo; ● Há teorias científicas constituídas em Educação? Campo muito ambíguo; ● Já as teorias POLÍTICAS, que também estruturam o campo da educação, interferem nele, configuram-no, tem a intenção de dizer o que é justo e o que não é justo em Educação; ● O que era justo nos anos 60 pode ser injusto hoje; ● “Em torno dos princípios da igualdade, hoje, quem fala em igualdade e integração é um miserável moderno. Hoje, na pós-modernidade, o que temos a falar é em diferença, em inclusão porque acabaram, por estranho que pareça, as desigualdades.” ● As justiças educativas são mutáveis; ● Criar categorias para criar a ilusão de que é possível gerir o campo educativo; ● Discursos dos professores; ● Discursos dos pais e alunos (senso comum - opiniões); ● Estamos fazendo análise crítica de quais teorias em educação? Científicas? Políticas? Pedagógicas-empíricas? Implícitas? Há várias de todas. Porém isso é uma VANTAGEM, mesmo que o foco sejam as teorias científicas; ● Quando eu falar de TCE não as posso analisar de seu interior, mas tenho que analisá-las nas relações que elas tem com as outras teorias científicas; (justamente a frase de BC sobre “objetos”); ● Como se procede uma análise crítica em Ciência? ● A CiÊncia é um bem comum da humanidade e tem por intenção por fim aos debates; ● A Educação não existe como coisa, mas existe como relações entre coisas, entre relações; ● Essas relações tornam-se mais dinâmicas ainda se considerarmos que o “objeto” da ciência educativa tem opiniões e ações sobre a própria abordagem feita a si essas opiniões e ações modificam a abordagem. Nesse sentido, a investigação em CE assemelha-se a um diálogo infinito e imprevisível entre as relações Ciência-objeto. ● O micro tem uma parte da complexidade de macro; ● Nas CE, quando tentamos conhecer, transformamos aquilo que tentamos conhecer; ● Como posso estabelecer um processo de estranheza sobre aquilo que me é familiar? ● Manter distância do objeto para não contaminá-lo é uma forma errada de se colocar a situação; Não se diluir naquilo que é familiar, mas manter aquilo que é familiar; ● No campo educativo, os fatos são opiniões. E não posso construir um discurso dos factos sem recorrer às opiniões; essa discussão empobrece tanto os fatos quanto as opiniões; ● Promover a controvérsia; Qualificação da controvérsia; ● A Educação é uma questão de cidadania e não de direito natural; ● Complementos contraditórios; ● Educativo e não-educativo; É uma distinção que sempre foi artificial e hoje está a se diluir; ● A escola desconhece a vida que se passa no interior dela mesma; ● Diferenciação entre teorias e práticas; Não é possível distinguir de uma vez por todas; Não pode ser pensada como dois pólos opostos; ● A construção e a reconstrução das CE passam por pensar essas dicotomias como complementaridades; ● Quais Teorias em Educação melhor registraram essas contrariedades e não as trabalharam como dicotomias? Teorias que não produziram discursos sobre Educação, mas produziram discursos com os discursos sobre Educação.