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Agrupamento de Escolas D.

Manuel I - Tavira
Escola Básica D. Manuel I
Departamento de Português
Disciplina de Português 9 Ano Letivo: 2023/24

VALIDAÇÃO DE APRENDIZAGENS – TESTE GLOBAL


Nome: Turma: Data: ___/___/2024
Observações: Classificação

5 4 3 2 1

Lê o texto A. Se necessário, consulta as notas.


TEXTO A – Leitura e gramática

Rir pode ser um dos remédios


A experiência de «credibilizar o riso» e unir humor e medicina
Sofia Correia Baptista
Além de contribuir para o bem-estar, o humor tem vários benefícios terapêuticos.
Carlos Vidal, médico e humorista que estudou o tema, partilha o que une as duas áreas
e como utiliza o humor na relação com os doentes.
Que o humor tem a capacidade de nos fazer sentir melhor, mesmo que seja por
5 breves instantes, provavelmente já todos o experienciámos. O humano é o único ser
vivo que ri, mas estudar o riso não é tarefa fácil. Afinal, que benefícios tem o humor e de
que forma pode integrar a abordagem clínica?
Foi a esta pergunta que o médico e humorista Carlos Vidal se propôs responder na
dissertação1 de mestrado, concluída em 2014, na Universidade da Beira Interior. Além
10 de o humor ser uma área pela qual tinha interesse, sentia que havia um foco da
medicina nas emoções negativas. «As emoções negativas estão muito bem estudadas
e as emoções positivas acabam por estar muito subvalorizadas», aponta em conversa
com o Expresso.
Mesmo assim, seguiu o objetivo de «credibilizar o riso» e «estudá-lo de uma forma
15 científica». Concluiu que o humor tem benefícios terapêuticos em pessoas saudáveis e
também com patologia2.
O interesse na área tem vindo a crescer desde os anos 60, altura em que William
F. Fry, professor da Universidade de Stanford, se tornou o primeiro especialista em
gelotologia – o estudo científico do riso. Carlos Vidal considera haver ainda muito por
20 investigar neste campo. «É uma área que tem uma margem tremenda para evoluir
porque, na perceção de que benefícios é que traz andarmos bem-dispostos, acho que
as pessoas cada vez mais estão viradas para isso.»
Ao contrário do que diz o ditado popular, rir não será o melhor remédio, mas é um
complemento importante para o bem-estar. «Às vezes, estamos tão embrulhados
25 naquilo a que chamamos vida, nas coisas que vão acontecendo no dia a dia, que o riso
vai ficando esquecido e pensamos: ‘Se calhar não rio com vontade há muito tempo’. Se
de facto traz alguns benefícios, é cultivarmos essa vontade de rir e esse bem-estar»,
ilustra.
Na relação entre médico e doente, o humor pode ser uma ferramenta a fazer a

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30 diferença.
Através da experiência nas duas áreas, o especialista em medicina geral e familiar
estabelece um paralelismo. «A medicina identifica-se muito com o humor porque temos
sempre de fazer uma leitura da pessoa que está à nossa frente. Se estou num
espetáculo,
35 tenho de perceber o público e, com o meu discurso, como é que vou chegar a ele. Isto
acontece na prática clínica. Tenho de perceber com a pessoa de que forma é que
consigo chegar a ela.»
É por isso que utiliza o humor no dia a dia enquanto profissional de saúde, como
um recurso que funciona como «elemento aglutinador3» e que «consegue quebrar
40 barreiras».
«Na minha prática clínica o humor é essencial porque consigo quebrar o gelo e fazer
com que a relação médico-doente se fortaleça. Acredito muito que o humor na prática
clínica se converte em empatia. Consigo, através do humor, perceber até onde é que
posso ir, como é que a pessoa está a sentir aquele problema e isso acaba por nos
aproximar.»

In expresso.pt (consultado em janeiro de 2023; texto adaptado)

1. dissertação: tese; 2. patologia: doença; 3. aglutinador: que junta, que une.

1. Numera as frases de 1. a 5., de acordo com a ordem pela qual as ideias apresentadas
surgem no texto.

(A) Ainda há muito por estudar no que diz respeito ao riso.

(B) O humor pode ajudar a criar empatia entre o médico e o paciente.

(C) A medicina tende a relegar para segundo plano o estudo das emoções positivas.

(D) O estudo do riso é uma tarefa complexa.

(E) A medicina e o humor aproximam-se no que diz respeito à forma de abordagem


das pessoas.

2. Assinala com X a opção que completa a frase, de acordo com o texto.


Carlos Vidal…

(A) iniciou os seus estudos sobre o humor em 2014.

(B) dedica-se em exclusivo à medicina.

(C) desenvolveu o seu estudo em parceria com William F. Fry.

(D) concluiu que o humor pode ajudar pessoas saudáveis e doentes.

3. Em «Carlos Vidal, médico e humorista que estudou o tema, partilha o que une as duas
áreas» (linha 2), a palavra destacada é… (assinala com X a opção correta)

(A) um pronome pessoal.


(B) uma conjunção subordinativa.
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(C) um pronome relativo.


(D) um advérbio relativo.

4. O humor, enquanto forma de «quebrar o gelo» (linha 38) na relação médico-doente,

(A) evita situações de desconforto físico.

(B) não permite a conexão entre as duas partes.

(C) proporciona um ambiente mais agradável.

(D) raramente funciona.

5. O médico e humorista Carlos Vidal utiliza o humor na relação com os doentes. Também Gil
Vicente, na sua obra, recorreu ao humor com um propósito/objetivo. Explicita-o.
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Lê o texto B. Se necessário, consulta as notas.


TEXTO B – Educação literária e gramática
Diabo Ora entrai entrai aqui. 2 Anjo E onde queres tu ir?
Onzeneiro Nam hei eu i d’embarcar. 0 Onzeneiro Eu pera o paraíso vou.
Diabo Oh que gentil recear Anjo Pois quant’eu7 mui fora estou8
e que cousas pera mi. de te levar para lá.
5 Onzeneiro Ainda agora faleci Essa barca que lá está
leixai-me buscar batel vai pera quem te enganou9.
pesar de sam Pimentel1 2
nunca tanta pressa vi. 5 Onzeneiro Porquê?
Anjo Porque esse bolsão10
Pera onde é a viagem? Tomara11 todo o navio.
1 Diabo Pera onde tu hás d’ir. Onzeneiro Juro a Deos que vai vazio.
0 Onzeneiro Havemos logo de partir? Anjo Nam já no teu coração12.
Diabo Nam cures de mais Onzeneiro Lá me fica de rondão13
linguagem2. 3 minha fazenda e alhea.
Onzeneiro Pera onde é a passagem? 0 Anjo Oh onzena14 como és fea e filha de
Diabo Pera a infernal comarca3. maldição.
1 Onzeneiro Dix4 nom vou eu em tal barca
5 estoutra tem avantagem5. Gil Vicente, op. cit., pp. 533-535
Ou da barca oulá ou

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avês logo de partir?
VOCABULÁRIO:
1
sam Pimentel: personagem da época; 2 Nam cures de mais linguagem: escusas de falar mais; 3 infernal comarca: inferno; 4 Dix: já
disse (exprime medo e surpresa); 5 avantagem: vantagem, superioridade; 6 havês logo de partir?: estais preparado para partir?; 7
quant’eu: quanto a mim; 8 mui fora estou: não estou de acordo; 9 quem te enganou: o diabo; 10 bolsão: bolsa grande para guardar o
dinheiro; 11 Tomara: tomaria; 12 Nam já no teu coração: o coração ainda estava cheio de cobiça; 13 fica de rondão: em confusão; 14
onzena: juro de 11%, o que, na época era excessivo.

6. Explicita a razão pela qual o Onzeneiro se encontra naquele cais.


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7. Para cada item, seleciona, com X, a opção que completa cada afirmação, de acordo com o
sentido do texto.

7.1. Na sua conversa com o Diabo, o Onzeneiro…

(A) está assustado e hesitante.

(B) tem pressa de resolver a sua situação.

(C) é simpático com o seu parente.

(D) mostra-se seguro e tenta ganhar tempo.

7.2. A expressão do Diabo «Oh que gentil recear» (verso 3), perante a resposta do
Onzeneiro, revela…

(A) ironia.

(B) simpatia.

(C) piedade.

(D) empatia.

8. Comprova, com duas expressões do texto, que tanto o Diabo como o Anjo têm a certeza do
destino do Onzeneiro.
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9. Identifica o recurso expressivo presente nos versos «Porque esse bolsão / Tomara todo o
navio.» (versos 27 e 28) e clarifica o seu valor expressivo.
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10. Identifica o elemento cénico que acompanha o Onzeneiro e explicita a sua simbologia.
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11. Nos versos «Oh onzena como és fea / e filha de maldição. (versos 33 e 34), o constituinte
sublinhado desempenha a função sintática de… (seleciona, com X, a opção correta)

(A) predicado.

(B) sujeito.

(C) vocativo.

(D) modificador do nome.

12. Transcreve dos versos «Essa barca que lá está / vai pera quem te enganou.» (versos 24 e
25), a oração subordinada adjetiva relativa restritiva.
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13. Atenta nos versos 20 e 21:


Anjo E onde queres tu ir?
Onzeneiro Eu pera o paraíso vou.

Reescreve-os no discurso indireto, procedendo às alterações necessárias.

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Lê o texto C. Se necessário, consulta as notas.

TEXTO C – Leitura e Educação Literária

OS PEDINTES RICOS
E, de vez em quando, lemos no jornal que numa cidade qualquer do mundo um pedinte
foi preso e lhe foram descobertas e apreendidas no fato que vestia, ou no tugúrio 1 onde
morava, somas avultadas. Enfim, somas avultadas para um pedinte. De vez em quando, o
pedinte referido até conta bancária possuía.
Mas porque não há de um indivíduo, pergunto eu, guardar o que lhe sobra? Porque há de
uma tal atitude – a de guardar – ser aconselhável para todos menos para ele, pedinte? Ora,
ele não roubou nada e, parece-me, nunca prejudicou ninguém. Pode mesmo dizer-se que
aquele dinheiro é limpo e que, para existir, não houve gente pisada nem magoada. Pelo
contrário. Ao dá-lo, sentimo-nos muito bons e quase com um lugar marcado no céu.
Talvez esse dinheiro não tenha sido ganho – isso é outra história – de um modo muito
ortodoxo2. Mas a chuva e o frio, e o estar ali ou além, de pé, horas e horas, meses e meses,
anos e anos, estendendo a mão à caridade? E tudo isso? Não estou a defender a profissão
– que às vezes o é, pelos vistos (mas tão raramente, senhores, que as exceções são
notícia) – do pedinte que triunfa, [...]. Estou só a pensar que há muitas pessoas com contas
bancárias de dinheiro muito mal ganho, muito sujo, que lhes custou muito menos a ganhar, e
que nunca ninguém lhes apreenderá. E os seus nomes também nunca serão publicados
assim, acusadoramente, nos jornais do mundo.
Maria Judite de Carvalho, Obras completas de Maria Judite de Carvalho – Volume V,
Lisboa, Minotauro, 2019, p. 135 (originalmente publicado em O Jornal, a 11-07-1980).

VOCABULÁRIO:
1
tugúrio: habitação pequena e pobre, casebre; 2ortodoxo: conjunto de práticas e princípios tidos como verdadeiros.

14. Relaciona a intenção crítica presente no excerto do Auto da Barca do Inferno com o assunto
do terceiro parágrafo da crónica de Maria Judite de Carvalho.
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15. Escrita

Ter como objetivo vital o triunfo pessoal tem consequências. Mais tarde ou mais cedo,
tornamo--nos egoístas, mais concentrados em nós mesmos, insolidários.

José Saramago

Concordas com a afirmação de José Saramago? Escreve um texto de opinião bem


estruturado, com um mínimo de 160 e um máximo de 260 palavras, em que defendas o teu
ponto de vista sobre a questão apresentada.

O teu texto deve incluir:


– a indicação do teu ponto de vista;
– a apresentação de, pelo menos, duas razões que justifiquem o teu ponto de vista
seguidas de exemplos ilustrativos.
– uma conclusão adequada.
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