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Formação, manifestação e alimentação
do Eu Psicológico
Sabemos que o Ego é um conjunto de vícios, erros, defeitos. O certo é que
está formado por milhares de eus e todos estão vivos dentro de nossa psique,
engarrafando e roubando nossa consciência, alimentando-se de nossa vida e
nossa energia.
Nos referimos ao Eu Psicológico ou, também chamado, Eus, Mim Mesmo, Si
Mesmo, cujo conjunto forma o que em psicologia se conhece com o nome de
Ego (do latim egus, que quer dizer Eu).
O Ego é o mesmo subconsciente de que falam os psicólogos modernos. A
origem do Eu se remete a idades imemoráveis. Se diz, em inumeráveis literaturas
míticas e religiosas de todas as latitudes, que a humanidade permaneceu em
estado divinal, alheia ao mal enquanto teve sua vida paradisíaca no Éden. A
humanidade nessa época estava mais além do bem e do mal e suas almas eram
puras e inocentes.
O Eu teve um princípio e terá inevitavelmente um fim. Tudo o que tem um
princípio tem um fim. O Ser Íntimo (o Deus Interno) de cada um de nós não teve
princípio e não terá fim. Ele é o que é, o que sempre foi e o que sempre será.
O Eu sim teve um princípio e continua repetindo acontecimentos para satisfazer
paixões e inevitavelmente deverá pagar seu próprio karma ou consequências de
suas ações. O Ser Íntimo não continua porque não teve princípio. Só continua
o que pertence ao tempo, o que teve um princípio. O Ser não pertence ao
tempo. O que continua está submetido à decrepitude, degeneração, dor,
paixão. Nossa vida atual é o efeito de nossa vida passada, continuação de
nossa vida passada, o efeito de uma causa anterior.
Toda causa tem seu efeito, todo efeito tem sua causa, toda causa se
transforma em efeito, todo efeito se converte em causa. Como em um filme,
os Eus passam em ordem sucessiva pela tela da nossa existência, para representar
seu papel no drama da vida. Cada Eu do trágico filme tem sua mente própria e
suas ideias e critérios próprios, o que um Eu gosta, outro Eu não gosta. Em
matéria de psicologia devemos fazer uma diferenciação entre o Eu e o Ser.
O Eu não é o Ser, nem o Ser é o Eu. Todo mundo diz “meu Ser”, pensando
em seu Ser, mas não sabe o que é o Ser e o confunde com o Eu. Quando
batemos em uma porta, se alguém interroga dizendo: “quem bate?”, nós
respondemos sempre dizendo: “Eu”; nisto não cometemos erro e a resposta é
exata, mas quando dizemos: “todo meu Ser está triste, enfermo e abatido”,
então sim erramos torpemente, porque o humano todavia não possui o Ser. Só
o Ser pode fazer, enquanto tenhamos o Ego tudo simplesmente nos acontece.
Batem em nós e reagimos batendo, nos acusam, reagimos gritando, alguém
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nos fere o amor próprio e reagimos cometendo loucuras.
À medida que se desenvolve a personalidade na criança, começa a
manifestar-se através dela o Ego ou Eu Psicológico, o qual constitui uma
segunda natureza de tipo inferior, animalesca, em nós. A presença em nossa
psique desta multiplicidade egóica é o que determina a falta de individualidade
e integridade do homem máquina. Por tal razão, não existe uma vontade única
no indivíduo, senão múltiplas vontades diferentes e contraditórias entre si.
Devido a esta constituição egóica, a humanidade atual nada pode fazer, o ser
humano moderno está manejado pelo Eu Pluralizado, o qual gasta torpemente
suas energias, determinando o funcionamento desequilibrado do homem.
Uma vez desenvolvida, a personalidade fica totalmente a serviço do Eu
Psicológico, o qual é o fator de discórdia no ser humano e o causador de nossos
pesares, sofrimentos e angústias. O Eu é um obstáculo para que o homem seja
realmente consciente, já que ao manter a consciência fracionada, engarrafada,
nos sujeita a uns 97% de sonho e inconsciência.
O Ego, o Eu, o Mim Mesmo, os agregados psicológicos, são entidades que
se desenvolveram através de várias existências e durante a formação de nossa
personalidade (0 aos 7 anos), começam a se expressar, tomando força até
chegar a dominar de forma total todas as funções do corpo humano.
Esses defeitos ou Eus se manifestam através dos Centros da Máquina Humana:
emocional, intelectual, sexual, motriz e instintivo; por meio das impressões.
A personalidade joga um papel muito importante no transcurso de nossa
vida física, devido a que é o instrumento através do qual se manifestam os
diferentes Eus que criamos. Nossa personalidade manifesta nossos Eus, sem ela
não podem manifestar-se na terceira dimensão (mundo físico). Os Eus são os
“Demônios Vermelhos” citados pelo Livro dos Mortos do antigo Egito ou também
conhecidos como o “Dragão das Sete Cabeças” do Apocalipse; eles representam
os Sete Pecados Capitais, ou seja, a ira, a cobiça, a luxúria, a inveja, a gula, o
orgulho e a preguiça.
Devemos transformar esses pecados capitais nas virtudes do coração. Então
a ira converteremos em amor. A luxúria em castidade científica. A cobiça em
caridade universal. A inveja converteremos em alegria pelo bem alheio. A gula
em temperança. O orgulho em humildade e a preguiça em diligência.
A mente humana não é o cérebro. O cérebro está feito para elaborar o
pensamento, mas não é o pensamento. A mente é energética e sutil, mas nós
cometemos o erro de autodividir-nos em milhares de pequenos fragmentos
mentais, que em seu conjunto, compõem isso que é a Legião do Eu pluralizado.
Todos os seres humanos são imperfeitos, todos têm o Eu Psicológico. Este gasta
torpemente dito material psíquico em explosões de ira, inveja, cobiça, ódio,
ciúmes, fornicações, apegos, vaidades, etc.
O Eu se fortifica quando cometemos erros e continuamos a cometê-los. Se
suprimirmos os defeitos que sabemos que temos, eles continuam nos outros
terrenos da mente e o Eu se fortifica negativamente.
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Há pessoas dedicadas aos estudos espirituais que de hoje para amanhã
suprimem a ambição violentamente, esse tipo de repressão é uma classe de
ambição. É apenas outra forma de ambição, que ambiciona desenvolvimento
espiritual, e acaba fortificando o Eu. Existem certas escolas que ensinam a
reprimir. Esse sistema acaba fortificando mais ainda os Eus.
O Eu sempre é perverso. Às vezes se veste de santo e faz obras de caridade
e deixa sua herança antes de morrer a um hospital ou a uma escola à qual
pertenceu, com a ambição de ganhar o céu ou de que lhe levantem uma
estátua.
O Eu é a origem do erro e de suas consequências. Enquanto exista o Eu,
existirá a dor e o erro. Toda ideia, paixão, afeto, desejo, vício, etc., têm seus
correspondentes Eus e o conjunto de todas essas entidades é o Ego. Todas essas
entidades metafísicas, todos esses Eus que constituem o Ego, não têm verdadeira
ligação entre si, não têm coordenação de nenhum tipo, cada uma destas
entidades depende das circunstâncias, mudanças de impressões, etc.
Uma das representações bíblicas mais famosas da conquista do Ser e da
aniquilação do Ego é a luta entre David e Golias. A ilustração deste mito bíblico,
a seguir, mostra a decapitação dos defeitos psicológicos e a morte do Eu.
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Classificamos as mensagens do Eu Psicológico de duas formas:
1. Mensagens Fotográficas.
2. Mensagens Fonográficas.
A medicina oficial tem avançado muito sobre este tema e criou uma ciência
que é a Eletrofisiologia. Esta ciência tem permitido fotografar os impulsos
elétricos que se manifestam no cérebro e que acionam o ser humano. Eles
plasmaram o que se chama paisagens elétricas, situações mentais que se
apresentam no interior de nossa psique.
Autoridades da Medicina de diferentes países afirmam que o que faz o
corpo atuar e realizar certos tipos de ações são as chamadas vozes elétricas. Isto
é o mesmo Ego que nós carregamos em nosso interior.
Se começamos a observar-nos nestes instantes, perceberemos que nestes
momentos estamos emitindo imagens.
Observando por um momento a mente, vemos que cada pensamento tem
uma forma ou uma representação e cada representação é, em si mesma, o Ego.
Mas se colocamos um pouco mais de atenção em nós mesmos, perceberemos
também que existem vozes em nosso interior. Cada uma delas nos dizem
diferentes coisas: “faz isto”, “faz aquilo”... Esses são os vários Eus. Cada pensamento
tem seu Eu pensador.
A Conversa Interior
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menos esperamos, Eus secretos; se estamos alertas, incontestavelmente,
nos descobrimos. As épocas mais tranquilas da vida são precisamente as
menos favoráveis para o trabalho sobre si mesmo.
O sentido da auto-observação íntima se encontra atrofiado em todo ser
humano, trabalhando seriamente, auto observando-nos de momento a momento,
tal sentido se desenvolverá de forma progressiva. À medida que o sentido da
auto-observação se desenvolve mediante o uso contínuo, seremos cada vez
mais capazes de perceber de forma direta aqueles Eus sobre os quais jamais
tivemos nenhuma informação.
Aproveitando os momentos críticos, as situações mais desagradáveis, os
instantes mais adversos, se estamos alertas, descobriremos nossos defeitos
sobressalentes, os Eus que devemos desintegrar urgentemente.
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feito, para sentir a verdadeira necessidade de não tê-lo mais.
4. Eliminação: É necessário compreender que com os passos anteriores
tiramos a energia do defeito, a consciência que ele aprisionou. Agora necessitamos
também tirar-lhe a matéria. A eliminação dessa matéria se produz quando
despertamos em nós uma energia superior à mente, que é de natureza feminina;
essa energia é chamada no Oriente de Kundalini e é capaz de desintegrar a matéria
do Eu ou agregado psicológico.
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Epílogo
Querido leitor, este folheto foi uma introdução à constituição do Ego, que,
como vemos, não é uniforme, mas sim um aglomerado de diferentes energias-
matérias autônomas em nosso interior que, sem dar-nos conta, nos dominam.
Os “Demônios Vermelhos” no Egito, os “Agregados Psicológicos” no Budismo,
o “Dragão das Sete Cabeças” do Apocalipse, em última instância são todos
representações do Ego em nós mesmos. O Ego é um conjunto de agregados
psíquicos que podem e devem ser eliminados, pois não fazem parte de nossa
verdadeira natureza, nosso Ser Íntimo, nosso Deus Interno, que quando se
expressa em nós, nos confere Paz, Amor e Felicidade autênticos.
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Ciclo de Conferências
Primeira Câmara
As lições da Primeira Câmara vão nesta ordem de desenvolvimento: