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Anotações sobre o texto: Ética: Questões e problemas contemporâneos

Aluno: Gabriel Vitor Valle


O texto discute a importância contemporânea da ética ou filosofia moral, que passou a ser
considerada a "filosofia primeira" da atualidade. Analisa a distinção entre os termos "ética" e "moral",
ressaltando suas origens etimológicas e usos técnico-filosóficos.
Descreve o fenômeno da moralidade como inerente às sociedades humanas e com grandes
variações entre culturas. Discute o uso técnico dos termos ética e moral em pensadores como
Habermas, Rawls, Dworkin e Ricoeur.
Destaca o surgimento da "ética aplicada" e seu papel no redesenho das questões éticas atuais,
provocado por debates sobre temas como biotecnologia, meio ambiente, atividades profissionais. Isso
gerou um "giro ético" com impulsos na docência, pesquisa e práticas sociais ligadas a normas e valores.
Também analisa os problemas da ética aplicada como seus critérios, universalidade,
especificidade e relação com a ética filosófica. Conclui que, apesar dos riscos, ela estabeleceu um
continuum teórico-prático, caráter interdisciplinar e dialógico e orientação para problemas sociais
contemporâneos
Resumo:
A ética ou filosofia moral se tornou central na filosofia contemporânea, impulsionada pelo
surgimento e consolidação da "ética aplicada", que trouxe um "giro ético" ao redesenhar as questões
éticas frente a novos debates e problemas sociais. Destaque para a importância de termos como "ética"
e "moral", o fenômeno da moralidade e os usos técnicos desses conceitos por diversos pensadores. A
ética aplicada, apesar de seus problemas, teria estabelecido um vínculo teórico-prático, caráter
interdisciplinar e atenção às questões sociais atuais, mostrando a centralidade contemporânea da
reflexão ética.

Principais Reflexões:
● A ética se tornou central na filosofia contemporânea, podendo ser vista como a "filosofia
primeira" dos nossos dias.
● Existe uma distinção relevante entre os termos "ética" e "moral", tanto em suas origens quanto
em seus usos técnico-filosóficos.
● O fenômeno da moralidade é inerente às sociedades humanas, mas apresenta grandes
variações entre culturas.
● O surgimento da "ética aplicada" provocou um "giro ético" ao trazer novos problemas e debates
para a reflexão ética.
● A ética aplicada estabeleceu um vínculo entre teoria e prática, caracterizando-se pelo diálogo
interdisciplinar e atenção às questões sociais.
● Apesar de seus problemas e riscos, a ética aplicada renovou e tornou a ética mais relevante para
os dilemas contemporâneos.
● Há uma riqueza de perspectivas éticas na filosofia atual, com destaque a pensadores como
Habermas, Rawls, Ricoeur.
● A reflexão ética permanece fundamental para pensarmos os valores, normas e condutas morais
nas sociedades complexas de hoje.

A ética refere-se à disciplina filosófica que tem como objeto fazer uma reflexão racional,
crítica e sistemática sobre a moralidade. Já a moral diz respeito ao conjunto de valores, normas,
costumes e tradições que orientam efetivamente o comportamento humano em uma
determinada sociedade.

Distinções: Ética x Moral:


Anotações sobre o texto: Ética: Adela e Emílio
Aluno: Gabriel Vitor Valle
● Ética - refere-se à disciplina filosófica que estuda sistematicamente a moral, os valores e
condutas humanas. Também pode se referir à conduta moral da qual somos capazes de dar
conta racionalmente. A ética tende a ser mais universal, enquanto a moral é mais particular e
vinculada a cada sociedade. A ética busca fundamentar racionalmente a moral, oferecendo uma
reflexão filosófica sobre valores e deveres morais.
● Moral - refere-se aos costumes, normas e valores que guiam o comportamento humano em
sociedade de forma não necessariamente racionalizada. Também aos tratados e doutrinas
sobre questões morais. A moral fornece o objeto de estudo da ética, na forma dos costumes,
normas e crenças morais concretas de cada contexto. É a dimensão prática das concepções de
bem e mal.
● "Moralidade" se refere à capacidade humana de discernir e pautar suas ações com base em
princípios éticos, distinguindo entre o bem e o mal.

Portanto, enquanto a ética tem um caráter filosófico e universal, a moral está ligada às práticas
concretas de cada sociedade e época.

As principais concepções da moralidade na história da filosofia


Na filosofia antiga, destacam-se a ética aristotélica das virtudes e a ética platônica, que
propunham a ideia de uma vida boa baseada no exercício da razão e na prática de virtudes como
coragem, temperança e prudência.
Na Idade Média, sob influência do cristianismo, a ética agostiniana e tomista enfatizava os
conceitos de vontade divina, lei natural e os deveres morais.
Na modernidade, a ética kantiana estabeleceu uma moral racional baseada no imperativo
categórico e no agir por dever, enquanto o utilitarismo de Stuart Mill defendia a maior felicidade para o
maior número de pessoas.
No século XX, surgem correntes como o emotivismo, o prescritivismo, a ética discursiva de
Habermas, a ética da alteridade em Levinas, além das ética aplicadas e das correntes comunitaristas
contemporâneas.
Essas diferentes concepções da moralidade ao longo da história ocidental revelam uma grande
diversidade de fundamentações para a ética, ora baseadas na razão, ora na revelação, ora na utilidade
ou nos sentimentos morais.
A evolução histórica da ética na filosofia ocidental mostra que não há uma única resposta
definitiva para as questões morais, mas um constante debate crítico e reformulamento dos
fundamentos e conceitos éticos conforme cada época.

Contemporaneidade
● As sociedades atuais são muito complexas, com uma diversidade de valores e visões de mundo
que entram em conflito. Não há mais uma moral social homogênea.
● O avanço tecnológico e as transformações sociais rápidas criam novos dilemas morais sem
respostas óbvias, que desafiam nossas intuições éticas.
● Há um pluralismo de doutrinas morais abrangentes, seculares e religiosas. Não há consenso
sobre uma moral universal aplicável a todos.
● A globalização e os problemas mundiais como as desigualdades sociais, as migrações, as
mudanças climáticas etc. exigem pensar para além de éticas locais.
Anotações sobre o texto: Ética: Adela e Emílio
Aluno: Gabriel Vitor Valle
Esse texto busca dar conta racionalmente da dimensão moral humana. Discute os termos
“moral”, “moralidade” e “ética”, seus diversos sentidos e usos.
Descreve diferentes concepções da moralidade na história, desde a aquisição de virtudes na
Antiguidade até a solução dialógica de conflitos na modernidade. Contrasta a moral com o direito, a
religião e normas técnicas e sociais.
Examina estratégias de argumentação moral como referência a fatos, sentimentos,
consequências, códigos morais, autoridades e consciência. Defende a fundamentação racional da
moral contra posições céticas.
Apresenta correntes éticas ao longo da história, desde os gregos até o debate contemporâneo
entre deontologismo, consequencialismo e comunitarismo. Discute modelos de fundamentação ética.
Trata da ética aplicada e seus desafios na casuística, ética do discurso e como hermenêutica
crítica. Aponta campos como bioética, ética ambiental e empresarial. Propõe um modelo integrando
momentos deontológico, dialógico e das atividades sociais.
O texto percorre de forma didática os principais conceitos, termos, correntes e problemas da
reflexão ética ao longo da história e na contemporaneidade.

Resumo:
Apresenta de forma didática e abrangente os principais conceitos, problemas, correntes e
debates da ética ao longo da história da filosofia ocidental. O texto busca esclarecer os termos centrais
como "ética", "moral" e "moralidade", discutir diferentes concepções da moralidade, apresentar
estratégias de argumentação moral e os principais sistemas éticos da história. Também procura
examinar questões contemporâneas como os desafios da ética aplicada e da fundamentação ética
num contexto de pluralismo moral. Defende a necessidade de uma abordagem integradora entre
perspectivas deontológicas, dialógicas e das atividades sociais. Portanto, a mensagem central é
oferecer um panorama amplo, didático e bem informado dos principais elementos, discussões e
evolução do pensamento ético ao longo da história, destacando problemas relevantes para a reflexão
ética na atualidade.

Principais Reflexões:
● A riqueza e complexidade da reflexão ética na história da filosofia ocidental.
● A diversidade de fundamentações e sistemas éticos construídos ao longo da história.
● O papel essencial da argumentação racional na ética, contra o dogmatismo.
● A relevância contemporânea da ética aplicada e seus desafios.
● A necessidade de integrar perspectivas deontológicas, dialógicas e das atividades sociais.
● A ética como um campo aberto e em constante transformação e debate.
● A reflexão ética como fundamental para pensarmos criticamente valores e normas morais.
● A importância de situar ideias éticas em seus contextos histórico-filosóficos.
Anotações sobre o texto: Ética: Adela e Emílio
Aluno: Gabriel Vitor Valle
Argumentação e Fundamentação
A importância da argumentação racional na ética, em oposição ao dogmatismo de certas
doutrinas morais e ao ceticismo relativista. Argumentar racionalmente envolve expor boas razões em
favor de determinada postura ética. A fundamentação ética significa buscar as bases reflexivas, os
princípios e pressupostos que sustentam e justificam a adoção de certos valores e normas morais. Ela
responde à pergunta "por que ser moral?".
Diferentes correntes éticas propuseram variadas formas de fundamentação - Aristóteles na
finalidade humana, Kant no imperativo categórico, Mill na utilidade etc. Mas todas elas recorrem à
argumentação racional, ao invés da mera aceitação de dogmas, para defender suas concepções de
moralidade. Isso porque a ética se distingue por ser uma reflexão crítica sobre as razões para
seguirmos princípios morais.
A argumentação na ética também é essencial para o diálogo entre diferentes sistemas morais,
analisando criticamente as razões apresentadas por cada perspectiva. Sem a disposição para o debate
racional, caímos no autoritarismo moral. Portanto, apesar das divergências, a ética se constitui através
do discurso argumentativo, que permite fundamentar, criticar e também revisar nossas próprias
convicções morais.

Ética aplicada
A ética aplicada surge no século XX como um campo que visa aplicar conceitos, princípios e
teorias éticas desenvolvidos pela filosofia a problemas morais práticos em áreas específicas, como a
bioética, a ética ambiental, a ética nos negócios, etc. Ela se desenvolveu pela necessidade de lidar com
dilemas inéditos trazidos pelo avanço da ciência, da tecnologia e da complexidade social. Propõe uma
abordagem interdisciplinar para questões que extrapolam a filosofia isoladamente. A ética aplicada
enfrenta desafios como evitar um aplicacionismo simplista, dar conta da especificidade de cada
contexto, buscar uma fundamentação racional para além do relativismo e promover o diálogo entre
diversos saberes. Ela é alvo de críticas tanto por seu possível caráter pragmático e utilitarista, quanto
por seu distanciamento da filosofia teórica. Por isso, existe o desafio constante de integrar
adequadamente teoria e prática no tratamento ético de problemas contemporâneos complexos e
urgentes. A ética aplicada tem o mérito de tornar a reflexão ética enfronhada nos dilemas morais do
mundo atual. Porém, deve evitar respostas simplistas a questões complexas, reafirmando o papel
indispensável da filosofia para uma fundamentação racional da ética.

Filosofia atual
Após um período de menor destaque, a reflexão ética retornou com força no pensamento
filosófico contemporâneo, a partir sobretudo da segunda metade do século XX.
Diversas abordagens têm sido propostas, como o neocontratualismo de John Rawls, a ética
discursiva de Jürgen Habermas, a hermenêutica de Paul Ricoeur, as éticas aplicadas, o comunitarismo,
entre outras.
Rawls renovou a ética com seu modelo contratualista, propondo uma teoria da justiça para
instituições sociais e políticas, alternativa às teorias utilitaristas. Ele influenciou fortemente o debate
político-filosófico recente.
Habermas construiu um sistema ético com base na razão comunicativa, no agir dialógico e no
consenso. Busca superar as aporias da razão centrada no sujeito, em direção a uma intersubjetividade
linguística.
Ricoeur articulou uma pequena ética que combina elementos de Aristóteles e Kant, dando
primazia à sabedoria prática, às virtudes éticas e à solicitude pela vulnerabilidade humana.

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