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TEORIA DA PENA
ARA1228
• ADVOGADO;
a) Genéricas: São aquelas previstas na parte geral do Código Penal. Aplica-se aos crimes e geral.
Arts. 61, 62, 65 e 66 do Código Penal.
b) Específicas: São aquelas previstas na parte especial do Código Penal e na legislação extravagante. Aplica-se
apenas a determinados crimes.
Exemplo: arts. 14 e 15 da Lei 9.605/98 (Agravantes e Atenuantes aplicáveis apenas aos crimes ambientais).
§ Diferentemente das circunstâncias judiciais, que ficam a critério do juiz, as agravantes e atenuantes são de
aplicação obrigatória, salvo quando já caracterizarem circunstâncias elementares do tipo, qualificadora ou figura
privilegiada, ou, ainda, causa de aumento ou diminuição da pena.
Art. 61 - São circunstâncias que sempre AGRAVAM A PENA, quando não constituem ou qualificam o crime:
I - a reincidência;
II - ter o agente cometido o crime:
a) por motivo fútil ou torpe;
b) para facilitar ou assegurar a execução, a ocultação, a impunidade ou vantagem de outro crime;
c) à traição, de emboscada, ou mediante dissimulação, ou outro recurso que dificultou ou tornou impossível a defesa do ofendido;
d) com emprego de veneno, fogo, explosivo, tortura ou outro meio insidioso ou cruel, ou de que podia resultar perigo comum;
e) contra ascendente, descendente, irmão ou cônjuge;
f) com abuso de autoridade ou prevalecendo-se de relações domésticas, de coabitação ou de hospitalidade, ou com violência contra a mulher
na forma da lei específica;
g) com abuso de poder ou violação de dever inerente a cargo, ofício, ministério ou profissão;
h) contra criança, maior de 60 (sessenta) anos, enfermo ou mulher grávida;
i) quando o ofendido estava sob a imediata proteção da autoridade;
j) em ocasião de incêndio, naufrágio, inundação ou qualquer calamidade pública, ou de desgraça particular do ofendido;
l) em estado de embriaguez preordenada.
REINCIDÊNCIA
Art. 63 - Verifica-se a reincidência quando o agente comete novo crime, depois de transitar em
julgado a sentença que, no País ou no estrangeiro, o tenha condenado por crime anterior.
§ Exemplo: art. 163 do Código Penal Militar (Recusar obedecer a ordem do superior sobre assunto
ou matéria de serviço, ou relativamente a dever imposto em lei, regulamento ou instrução).
§ Crimes políticos: a doutrina e jurisprudência majoritárias entendem que são aqueles previstos
na Lei 7.170/83.
§ a) CUMPRIMENTO DA PENA: a contagem (dos 5 anos) inicia do exato dia em que o agente termina de cumprir sua pena (unificada);
§ b) PENA EXTINTA: inicia a contagem da data em que a pena foi extinta e não da data em que ocorreu a decisão de extinção da pena (ex:
prescrição da pretensão executória);
§ c) CUMPRIMENTO DO PERÍODO DE PROVA DA SUSPENSÃO OU DO LIVRAMENTO CONDICIONAL: inicia a contagem da data da
audiência/intimação de advertência do sursis ou livramento.
PERGUNTA: PENA EXTINTA POR ABOLITIO CRIMINIS, A CONTAGEM DOS 05 ANOS INICIA QUANDO?
§ Art. 7º da Lei das Contravenções Penais: Verifica-se a reincidência quando o agente pratica uma contravenção depois
de passar em julgado a sentença que o tenha condenado, no Brasil ou no estrangeiro, por qualquer crime, ou, no Brasil,
por motivo de contravenção.
§ Art. 63 do CP - Verifica-se a reincidência quando o agente comete novo crime, depois de transitar em julgado a
sentença que, no País ou no estrangeiro, o tenha condenado por crime anterior.
SENTENÇA ANTERIOR INFRAÇÃO PENAL
REINCIDÊNCIA PREVISÃO LEGAL
TRANSITADA EM JULGADO POSTERIOR
CRIME (BRASIL) CRIME SIM Art. 63 do CP
CRIME (EXTERIOR) CRIME SIM Art. 63 do CP
CRIME (BRASIL) CONTRAVENÇÃO SIM Art. 7º da LCP
CRIME (EXTERIOR) CONTRAVENÇÃO SIM Art. 7º da LCP
CONTRAVENÇÃO (BRASIL) CRIME NÃO Art. 7º da LCP
CONTRAVENÇÃO (EXTERIOR) CRIME NÃO Art. 7º da LCP
CONTRAVENÇÃO (BRASIL) CONTRAVENÇÃO SIM Art. 7º da LCP
CONTRAVENÇÃO (EXTERIOR) CONTRAVENÇÃO NÃO Art. 7º da LCP
REINCIDÊNCIA X MAUS ANTECEDENTES
SÚMULA N. 241 DO STJ: A reincidência penal não pode ser considerada como circunstancia agravante e,
simultaneamente, como circunstancia judicial.
§ Havendo mais de uma condenação anterior transitada em julgado, uma poderá servir para agravar a pena pela
reincidência e as demais poderão caracterizar maus antecedentes, sem que isso caracterize bis in idem.
É firme o entendimento desta Corte Superior de que, em se tratando de agente que ostenta mais de uma condenação
definitiva anterior, não configura bis in idem nem ofensa à Súmula 241 do STJ a utilização de anotações criminais distintas
na primeira e segunda etapa da dosimetria para reconhecer, respectivamente, os maus antecedentes e a agravante de
reincidência. Precedentes.
(HC 304.411/RJ, Rel. Ministro RIBEIRO DANTAS, QUINTA TURMA, julgado em 03/05/2018, DJe 10/05/2018)
Motivo Fútil: algo insignificante, desproporcional (entre a causa e o crime), banal. Muitos também
equiparam à aquele que comete um crime “sem nenhum motivo”.
Exemplo: Lesão corporal após desentendimento banal no trânsito.
Relações domésticas: relações entre pessoas que residem na mesma casa, não necessitando que seja
familiar.
Coabitação: Pessoas que convivem no mesmo lugar de modo duradouro, não precisando ser seu domicílio.
Ofício: atividade pública autorizada a quem não detém cargo público (equivale a função).
Exemplos:
Ø Sincero arrependimento do autor;
Ø Autor acometido por doença grave;
Ø Estado de miserabilidade.
Concurso de circunstâncias agravantes e atenuantes
Art. 67 - No concurso de agravantes e atenuantes, a pena deve aproximar-se do limite indicado pelas
circunstâncias preponderantes, entendendo-se como tais as que resultam dos motivos determinantes do
crime, da personalidade do agente e da reincidência.
RECURSO ESPECIAL REPRESENTATIVO DA CONTROVÉRSIA (ART. 543-C DO CPC). PENAL. DOSIMETRIA. CONFISSÃO
ESPONTÂNEA E REINCIDÊNCIA. COMPENSAÇÃO. POSSIBILIDADE.
É possível, na segunda fase da dosimetria da pena, a compensação da atenuante da confissão espontânea com a agravante
da reincidência.
(REsp 1341370/MT, Rel. Ministro SEBASTIÃO REIS JÚNIOR, TERCEIRA SEÇÃO, julgado em 10/04/2013, DJe 17/04/2013)
A Terceira Seção desta Corte Superior firmou o entendimento de que, por serem igualmente preponderantes, é possível a
compensação entre a agravante da reincidência e a atenuante da confissão espontânea.
(AgInt no HC 509.333/SC, Rel. Ministro JORGE MUSSI, QUINTA TURMA, julgado em 05/03/2020, DJe 16/03/2020)
Circunstâncias preponderantes mais comuns reconhecidas pela jurisprudência:
Tratando-se de réu multirreincidente, deve ser reconhecida a preponderância da agravante prevista no art. 61, I, do Código
Penal, sendo admissível a sua compensação proporcional com a atenuante da confissão espontânea, em estrito atendimento
aos princípios da individualização da pena e da proporcionalidade.
(HC 543.261/SP, Rel. Ministro RIBEIRO DANTAS, QUINTA TURMA, julgado em 17/12/2019, DJe 19/12/2019)
Circunstâncias preponderantes mais comuns reconhecidas pela jurisprudência:
No que é pertinente à segunda fase da dosimetria, este Superior Tribunal de Justiça já firmou o entendimento de que a
confissão espontânea (Recurso Especial Representativo de Controvérsia 1.341.370/MT) e a menoridade relativa, sendo
atributos da personalidade do agente, são igualmente preponderantes com a reincidência e os motivos do delito, consoante
disposto no art. 67 do Código Penal.
(AgRg no AREsp 1472960/ES, Rel. Ministro RIBEIRO DANTAS, QUINTA TURMA, julgado em 20/02/2020, DJe 28/02/2020)
ü Da mesma forma que as circunstâncias judicias do art.59, o Código Penal não diz a porcentagem de aumento e
diminuição das agravantes e atenuantes, respectivamente;
ü A Jurisprudência, contudo, fixou um critério objetivo, adotando o PERCENTUAL DE 1/6 DA PENA-BASE para agravar
ou atenuar a pena, sob a justificativa de que se trata do menor percentual previsto no Código Penal para causas
majorantes e minorantes.
ATENÇÃO: SÚMULA 231 DO STJ - A incidência da circunstância atenuante não pode conduzir à redução da pena abaixo
do mínimo legal.
A jurisprudência deste Tribunal Superior firmou-se no sentido de que deve ser adotada A FRAÇÃO
PARADIGMA DE 1/6 (UM SEXTO) para aumento ou diminuição da pena pela incidência das
agravantes ou atenuantes (...).
(AgRg no RHC 122.370/PA, Rel. Ministro LEOPOLDO DE ARRUDA RAPOSO DESEMBARGADOR
CONVOCADO DO TJ/PE), QUINTA TURMA, julgado em 20/02/2020, DJe 02/03/2020)
É consabido que nos casos da existência de mais de uma circunstância qualificadora do delito de homicídio, uma delas será
utilizada para a modulação dos limites mínimo e máximo do preceito secundário da norma, enquanto as demais serão
utilizadas como circunstância agravante, ou como circunstância judicial, sem ensejar bis in idem. Assim, na esteira da
jurisprudência desta Corte, uma circunstância qualificadora irá qualificar o delito, e as restantes poderão fundamentar
as circunstâncias legais e judiciais na dosimetria.
(HC 550.036/ES, Rel. Ministro LEOPOLDO DE ARRUDA RAPOSO (DESEMBARGADOR CONVOCADO DO TJ/PE), QUINTA TURMA,
julgado em 20/02/2020, DJe 02/03/2020)
v Na 3ª fase da aplicação da pena é feita a analise das causas de aumento e diminuição da pena, também chamadas de
v Se dividem em:
a) Genéricas: São aquelas previstas na parte geral do Código Penal. Aplica-se aos crimes e geral.
Exemplo: Tentativa (art. 14, II, do CP).
b) Específicas: São aquelas previstas na parte especial do Código Penal e na legislação extravagante. Aplica-se apenas a
determinados crimes.
§ Exemplo: art. 157, §2º-A, I, do CP (roubo majorado pelo emprego de arma).
v Na 3ª fase da aplicação da pena é o único momento em que a pena pode ultrapassar os limites legais, ou seja, as
majorantes podem aumentar a pena para além do máximo legal, assim como as minorantes podem reduzir a pena para
aquém do mínio legal;