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INSTITUTO FEDERA DO MARANHÃO – IFMA – CAMPUS SÃO RAIMUNDO

DAS MANGABEIRAS

DISCIPLINA: Filosofia I - TURMA: Agro 10, Aqui 10 e Info 10,

PROF. Carlos Reis Ribeiro de Sousa

AULA IVi

TEMA: FILOSOFIA E RACIONALIDADE

I - OBJETIVOS:

a) Identificar o lugar da racionalidade na Filosofia.


b) Diferenciar razão de outras formas de atitudes mentais.

II – AQUECIMENTO

O JARDIM DAS QUATRO FACESii

Em uma pequena cidade, havia um jardim muito especial conhecido como o


Jardim das Quatro Faces. Nesse jardim, cada flor representava uma faceta
diferente da mente humana: a razão, a emoção, a crença e a ilusão.

No centro do jardim, erguia-se uma estátua antiga de uma mulher com quatro
rostos, cada um olhando para um lado do jardim. Os moradores locais
contavam uma história sobre como essa estátua representava as diferentes
maneiras pelas quais as pessoas viam o mundo.

Um dia, quatro amigos chamados Clara, Miguel, Sofia e Pedro decidiram


explorar o Jardim das Quatro Faces. Cada um deles tinha uma perspectiva
única da vida, refletindo uma das facetas representadas no jardim.

Clara era uma mulher muito racional, sempre buscando lógica e razão em tudo
o que fazia. Ao entrar no jardim, ela se encantou com as flores
meticulosamente organizadas em padrões geométricos. Ela admirava a
precisão das formas e cores das flores, enxergando beleza na ordem e no
planejamento racional do jardim.

Miguel, por outro lado, era movido pelas emoções e sensações. Ao adentrar o
jardim, ele se deixou levar pelo perfume das flores, pelas cores vibrantes e pela
brisa suave que acariciava seu rosto. Para ele, a beleza do jardim estava nas
emoções que despertava, nas memórias e nos sentimentos que afloravam ao
estar em contato com a natureza.
Sofia era uma mulher de fé e crenças profundas. Ao observar o jardim, ela via
mais do que simples flores; via símbolos de esperança, renovação e conexão
espiritual. Cada flor representava para ela uma história, uma lição de vida, e a
beleza estava na crença de algo maior, transcendental.

Pedro, por sua vez, tinha uma visão mais fantasiosa e ilusória do mundo. Ao
caminhar pelo jardim, ele via não apenas flores, mas seres mágicos dançando
entre elas, cores que mudavam conforme ele olhava, e um mundo de
possibilidades além da realidade objetiva. Sua imaginação tornava o jardim um
lugar de encantamento e magia.

Conforme os amigos exploravam o jardim juntos, perceberam que suas


perspectivas eram diferentes, mas complementares. A razão de Clara ajudava
a organizar e entender o jardim; as emoções de Miguel traziam vida e
profundidade; a crença de Sofia dava significado e propósito; e a ilusão de
Pedro inspirava criatividade e imaginação.

No final do dia, os amigos sentaram-se ao redor da estátua das Quatro Faces e


perceberam que, assim como o jardim, suas próprias mentes eram um misto
dessas facetas. Compreenderam que a verdadeira beleza da vida estava na
harmonia e no equilíbrio entre razão, emoção, crença e até mesmo na ilusão,
pois cada uma dessas facetas contribuía para uma compreensão mais rica e
profunda da existência humana. Assim, saíram do jardim não apenas com
flores em mãos, mas com uma nova compreensão sobre si mesmos e o mundo
ao seu redor.

E você, se fosse a um jardim o que seria


predominante em você: razão, emoção,
crença ou ilusão?

III – RAZÃO, EMOÇÃO, CRENÇA RELIGIOSA E ILUSÕES


a) Razão: esse vocábulo deriva de duas palavras: ratio (latim) e logos
(grego). Os dois termos significam capacidade de organizar, ordenar
a fala e o pensamento: “logo vem do grego legein, que quer dizer
‘contar, reunir, juntar, calcular’. Rátio vem do verbo latino rear, que
quer dizer ‘contar, reunir, medir, juntar, separar, calcular” (CHAUÍ,
2016, p. 84).
Na história, O Jardim das Quatro faces, Clara se preocupou em olhar
a ordem presente nas flores, como as partes se encaixam, a relação
que cada parte tem com outras partes. Portanto, ela usou a
capacidade racional para analisar, fazer relação entre partes,
calcular o tamanho, organizar mentalmente o que viu no jardim. Clara
fez uso da sua capacidade racional.
A seguir apresentamos três atitudes da mente humana que são
diferentes da atitude racional. Para a filósofa brasileira Marilena
Chauí as atitudes seguintes são opostas a razão.
b) Emoção – “às emoções, aos sentimentos, às paixões, que são
cegos, caóticos, contrários uns aos outros, ora dizendo sim, ora
dizendo não a uma mesma coisa” (p.85). Na história do
Aquecimento, Miguel se sente tocado pelo perfume e pelas cores
vibrantes, portanto por algo que mexe com as emoções dele. Um
exemplo: o filho é aprovado para uma faculdade que tanto queria
fazer, mas irá morar longe dos pais, noutra cidade. Os pais ficarão
felizes com a aprovação dele, mas tristes porque o filho sairá de
casa. Aqui podemos ver que as emoções são contraditórias.
c) Ilusão – “ao conhecimento ilusório, isto é, ao conhecimento da mera
aparência das coisas, que não alcança a realidade ou a verdade
delas. [...] a ilusão provém de nossos costumes, de nossos
preconceitos, da aceitação imediata das coisas tal como aparecem e
tal como parecem ser. As ilusões criam as opiniões que variam de
pessoa para pessoa e sociedade para sociedade, formando o senso
comum e os preconceitos” (p.85).
Na nossa história ilustrativa, Pedro via seres mágicos dançando
entre as flores. No cotidiano, podemos ver algo que não existe nas
pessoas por causa da raça, origem social, econômica etc. Uma
pessoa que foi assaltada por uma pessoa de uma determinada etnia
ou origem social pode passar a achar que todo mundo que pertence
àquela etnia ou àquela origem social também é assaltante, criando
os chamados estereótipos ou rótulos.
d) Crença Religiosa – “para a qual a verdade nos é dada pela fé numa
revelação divina, não dependendo do trabalho de conhecimento
realizado pelo nosso intelecto” (p.85). Na história, Sofia ligava as
flores a um ser transcendental. Uma pessoa de fé cristã, por
exemplo, acredita que Deus é três ao mesmo tempo: Pai, Filho e
Espírito Santo. Para isso, basta crer nessa verdade revelada por um
livro sagrado ou por uma autoridade religiosa. Mesmo que para a
lógica seja impossível que uma pessoa seja três ao mesmo tempo.

V –CONCLUSÃO - O filósofo Aristóteles atribui a capacidade


racional unicamente aos seres humanos. Os animais, as plantas e
demais seres não podem organizar a realidade, nem em
pensamento, nem em palavras. Já os seres humanos podem realizar
escolhas baseadas na análise, no cálculo, na justificação de sentido
e em fundamentos que levem a melhor escolha. A racionalidade
ocupa um lugar central na filosofia, afinal esta busca o porquê das
coisas, ou seja, o fundamento, o sentido, a justificativa. Tais
elementos precisam ter coerência, identidade e não serem
contraditórios.

VI – ALONGAMENTO

1. Para cada atitude mental escreva um exemplo, para mostrar aos


colegas de sala.
a) Ilusão
b) Emoção
c) Crença religiosa
d) Razão
2. Sobre as ilusões, de que forma o uso da razão pode ajudar a
evitarmos ou superarmos as ilusões?
3. Crie uma história (com o mesmo sentido de O Jardim das Quatro
Faces) para falar das quatro atitudes mentais estudadas.
i
Aula elaborada pelo professor Carlos Reis Ribeiro de Sousa, abril. 2024
ii
História criada por Inteligência Artificial (IA), no Chat GPT. Filosofia libertando mentes (openai.com)

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